apostila de impermeabilizaÇÃo
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IMPERMEABILIZAÇÃO
O que é, onde se aplica e quem faz o serviço?
APRESENTAÇÃOA tecnologia pauta projetos ousados e prevê instalações
inteligentes. Progredimos muito desde a época em que nossos ancestrais se
abrigavam nas cavernas. No entanto, ainda sofremos com os mesmos inimigos
silenciosos – a umidade, a água das chuvas e o vapor –que mancham nossas
paredes, causam goteira em nossas lajes, estragam a pintura e os azulejos. Às
vezes, até parece que eles são invencíveis. A boa notícia é que você pode, sim,
evitar ou sanar os estragos que os vilões causam. Basta usar a impermeabilização
como arma.
O QUE É IMPERMEABILIZAR
Impermeabilizar éproteger uma estrutura contra os efeitos da umidade. Isso se faz
com produtos que impedem a passagem da água através das lajes e paredes – os
chamados impermeabilizantes –e outros acessórios para arrematar a vedação,
caso do selante aplicado ao redor de janelas. E não se pode descuidar de nenhum
detalhe ao montar a sua armadilha contra a umidade. “Se o piso de um banheiro
estiver muito bem instalado e impermeabilizado, mas houver falhas na colocação
do ralo, ocorrerá infiltração ”, ensina Jefferson Gabriolli, coordenador do Programa
Brasileiro de Impermeabilização.COMO FUNCIONA
Segundo a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que rege
a seleção e projeto da impermeabilização (NBR 9575/2003), há duas maneiras de
barrar a entrada da água. Uma é com os chamados sistemas rígidos – em que a
massa usada como reboco recebe polímeros, cristalizantes ou hidrofugantes e,
dessa forma, evita que a água se infiltre nos poros do concreto. A outra, dos
sistemas flexíveis, compõe-se de mantas (as famosas mantas negras de asfalto,
que vêm prontas de fábrica) ou membranas moldadas na obra – ambas contam
com asfalto em sua composição e formam uma camada sobre a superfície a ser
protegida.
ESTÁ NA BÍBLIA
Procure no Gênesis, capítulo 6, versículo 14. Lá se encontra a primeira referência
à impermeabilização da história. Durante as instruções para a construção da
grande arca de Noé, Deus teria dito: “Faze para ti uma arca de madeira resinosa:
farás compartimentos e a revestirás de betume por dentro e por fora”. Essas
ordens foram providenciais para gerar um barco seguro e salvar as espécies no
dilúvio.
TIRA-DÚVIDASColocar uma lona plástica entre a terra e o concreto das sapatas
impede que a água do solo suba pelas paredes? Não.“Esse tipo de material não
cumpre a função de vedar”, afirma o tecnólogo Jefferson Gabriolli. “Estruturas em
contato com o solo devem ser impermeabilizadas com argamassa aditivada,
cimento polimérico ou membrana asfáltica”, completa. Mas, antes disso, chame um
especialista para realizar a sondagem do terreno.
BONS MOTIVOS PARA IMPERMEABILIZAR
Além dos problemas com segurança das estruturas – já imaginou se a armação da
laje enferruja? –, os desgastes provocados pela água trazem chateações como
goteiras que atormentam nos dias de chuva e a necessidade de constantes
reformas e novas pinturas para aquela parede que vive manchada ou fofa. Outra
razão para manter a umidade bem longe é a saúde dos moradores.A turma do
espirra-espirra não suporta a presença de bolor.
O cronograma dos preparativos
Quanto mais cedo, mais barato. O ideal é incluir esse item na fase de projeto.Se
você não fez isso e está sentindo os primeiros ataques da umidade, apresse-se. A
progressão abaixo mostra que sanar o problema custa 15 vezes mais que preveni-
lo.
UMIDADE SEM LEI
É preciso conhecer o inimigo antes de travar a batalha. O que significa, nesse
caso, saber de onde ele vem antes de corroer as estruturas, provocar manchas de
bolor e goteiras. Há quatro caminhos básicos:1.UMIDADE DO
SOLO. Ela é natural da terra.Absorvida pelo concreto da
fundação, sobe e causa prejuízos como
descolamento do piso ou bolor em
rodapés.2.ÁGUA DE
PERCOLAÇÃO. Geralmente é a chuva que cai
e escorre (ou seja, não exerce pressão sobre a
superfície). Provoca, por exemplo, infiltração na laje da
varanda.3.CONDENSAÇÃO. Sabe o vapor que fica no banheiro
depois de uma chuveirada e deixa a superfície dos azulejos
úmida? Eis o culpado pelo bolor no forro.
4.ÁGUA SOB PRESSÃO. Ela aplica certa força sobre a laje ou a
parede. Em piscinas, é chamada de água sob pressão positiva
pois empurra a camada protetora de dentro para fora e, se
encontrar falha, gera vazamento. Há também a água sob
pressão negativa, que vem da terra e provoca bolor em paredes
no subsolo.
TIRA-DÚVIDASComo classificar a umidade que passa do piso do andar de
cima para o teto do andar de baixo em apartamentos ou sobrados?
“Essa umidade, geralmente causada por vazamento, encaixa-se no item água de
percolação, segundo a norma ”, explica o engenheiro civil e perito Richard Robert
Springer, de São Paulo.
Ao comprar o apê.
Confira no memorial descritivo do apartamento o tipo de impermeabilização
utilizado nas áreas molhadas – banheiros, cozinha e área de serviço. Se seu
imóvel estiver no último andar, investigue também a proteção dada à laje de
cobertura. Essas garantias costumam encarecer o bem, mas podem poupá-lo de
futuras dores de cabeça.
Alicerce, parede, piso e muro de arrimo.
PRODUTOS QUE VÃO PROTEGER SUA CASA
Podemos optar por dois tipos de sistemas: os sistemas rígidos e os flexíveis. São
dois grupos de produtos e os nomes já indicam como é seu funcionamento. Os
primeiros atendem a superfícies que não sofrem movimentação causada pela
variação de temperatura ou acomodação das estruturas – piscinas enterradas, por
exemplo. “Os produtos desse grupo possuem cimento na composição ”, explica o
pesquisador Rubens Vieira, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de
São Paulo (IPT).
SISTEMA RÍGIDO
HIDROFUGANTEEste
líquido confere à argamassa
normal a propriedade de
repelir a água .Trata-se de
um mecanismo químico que
impede as gotas de ficarem
pequenas o suficiente para
penetrar nos poros do
CRISTALIZANTEDepois de
misturar um componente
adesivo e um cimentício, a
massa ganha consistência de
pasta e é aplicada sobre a
superfície úmida. Essa
umidade forma cristais
que,secos,bloqueiam a
passagem da água.
ARGAMASSA
POLIMÉRICAÉ do tipo
bicomponente: um
composto de cimento e
uma emulsão de
polímeros. Este último
ingrediente gera
resistência e até um
pouco de flexibilidade.
Ela vira uma camada
que não deixa a
concreto.
umidade passar.
SISTEMA FLEXÍVEL
Já os flexíveis agüentam melhor o encolhe-e-dilata do substrato, pois possuem asfalto e
polímeros em sua composição.Servem às lajes, às fundações do tipo radier e aos pisos de
terrenos instáveis. Atenção ainda a duas subdivisões desse time: existem as mantas, que são
produtos industrializados, e as membranas, que são moldadas na construção. Nas fotos
abaixo, três tipos de produtos de sistema flexível. Não se espante ao encontrar uma terceira
categoria, os semiflexíveis. Quase sempre será a argamassa polimérica, que na verdade é do
grupo dos rígidos.“O termo é anterior à norma e alguns fabricantes ainda mantêm a
denominação ”, comenta a arquiteta Leonilda Ferme, da Denver Global, de Suzano, SP.
MEMBRANA ASFÁLTICA
(QUENTE)Usa blocos de
asfalto derretido a altas
temperaturas (entre 180 e
200ºC) no canteiro de obras.
Seu recheio é feito com
estruturante (tela de poliéster)
e a espessura final varia entre
3 e 5 mm.
MEMBRANA ASFÁLTICA (FRIA)Há
dois produtos,com aparência de uma
past preta: emulsões e soluções. Os
primeiros têm base aquosa e os
segundos se diluem em solvente. Em
alguns casos, dispensam o
estruturante.
MANTA
ASFÁLTICAExiste uma
infinidade de tipos nas
prateleiras. Elas variam
quanto a espessura, tipo
de asfalto e de recheio.O
mais comum para
emprego em residências
são aquelas de 3 e 4 mm,
com estruturante de
poliéster.
Como guardar: os materiais em pó devem ficar longe da umidade e do sol; os líquidos,
protegidos da luz e com a embalagem bem fechada para não evaporarem. A melhor posição
para as bobinas das mantas não deformar é em pé.
A PROTEÇÃO DA CASA COMEÇA NO ALICERCE
SE NÃO ESTIVER BEM IMPERMEABILIZADA, A FUNDAÇÃO PODE VIRAR UM ELEVADOR
PARA A UMIDADE.
SAPATAEla sustenta o peso da casa na base das paredes. Se correr por toda a extensão da
alvenaria, chama-se sapata corrida; se estiver apenas nos pontos específicos das colunas, é a
sapata isolada (veja ilustração acima). Nos dois casos pode-se associar produtos do sistema
rígido e do flexível. Os primeiros aplicam-se nas partes em contato com a terra, tanto no
concreto armado quanto na argamassa para assentar os tijolos que revestem o baldrame. “Ali
há muita umidade e pouca movimentação do solo”, diz a engenheira civil Eliene da Costa, da
Otto Baumgart, em São Paulo. Sobre o baldrame, na altura do contra piso, o melhor recurso
são os sistemas flexíveis, ou seja, mantas e membranas que acompanham a movimentação da
estrutura. RADIEREsse tipo de
fundação se parece com uma laje – ela suporta toda a construção e também serve como
contrapiso. Por ser uma área extensa e, por isso, mais sujeita às fissuras, o melhor é optar
pelas mantas. Elas devem envolver o lastro como um lençol de elástico protegendo um
colchão. Os especialistas aconselham a colocação de britas diretamente sobre o solo, onde se
erguerá o berço de concreto. As pedras servirão como drenante. Outro detalhe: entre a
impermeabilização e o contrapiso, alguns aplicadores costumam colocar folhas de papel
kraft.“Assim, a manta ou a membrana ficam protegidas, caso seja necessário quebrar o piso
numa reforma ”, explica o engenheiro civil Marcelo Ming, da Lwart, de Lençóis Paulistas.
SONDAGEMMuita gente dispensa o estudo do terreno (que inclui levantamento topográfico)
sem saber como essas informações são valiosas na hora de determinar o tipo de fundação e
de impermeabilização a serem utilizadas. É fundamental saber se há lençol freático e variação
de permeabilidade.
E AS ESTACAS?
Em solo pouco firme ou em terreno muito inclinado, pilares de concreto adentram a terra – é
um outro tipo de fundação. Mas eles não sofrem com a ação da água, portanto, dispensam
proteção.“Para ocorrer a corrosão das barras de aço das estruturas, seria necessário que elas
ficassem ora expostas ao oxigênio, ora cobertas de água ”, diz o engenheiro civil Paul Sérgio
Oliveira, da Sika, em São Paulo.
SEM FUROS
Não custa lembrar: muitas vezes, durante a instalação de conduítes, as mantas
impermeabilizantes acabam perfuradas, dando espaço para infiltração. Previna-se analisando
todas as informações ainda no projeto .E quando for preciso rasgar parede ou piso preveja
nova impermeabilização para o ponto.
SIGA À RISCA
Está na embalagem? Obedeça. Henrique Setti, gerente de marketing da Viapol, aponta: aplicar
menos quantidade de produto que o necessário é um erro comum.“Fique atento ao consumo
de material para verificar se as especificações estão sendo seguidas”, diz. Os fabricantes são
responsáveis pelas informações fornecidas. Se você cumprir o recomendado e tiver problemas,
pode acioná-los nos órgãos de defesa do consumidor.
A PROTEÇÃO DA CASA COMEÇA NO ALICERCE PISO
O que chamamos de piso, aqui,é na verdade o piso que está em contato com a terra – ou
seja,o contrapiso. Portanto, quem tem fundação radier,que você anteriormente, e adotou
aqueles procedimentos já está protegido. Para casas com outros modelos de fundação, o
produto a ser utilizado depende das características do solo – viu como é útil encomendar o
estudo do terreno? Se for pouco estável, ou seja, sujeito a movimentações e umidade, parte-se
para os impermeabilizantes flexíveis. Eles mantêm a casa protegida mesmo se o vai e vem
acabar ocasionando pequenas fissuras. Em solos compactos e secos, pode-se utilizar os
produtos do sistema rígido. Neste caso, na argamassa do contrapiso usa-se cristalizante,
hidrofugante ou argamassa polimérica.
PAREDENas fachadas, elas sofrem com a umidade do solo e com a de percolação, causada
pelas chuvas. Proteja-a dos dois lados com produtos do sistema rígido. Comece assentando as
quatro primeiras fiadas de tijolo com argamassa impermeabilizante. Depois, do lado externo,
aplique reboco com impermeabilizante até a altura de 1 m, se a casa tiver beiral. Caso
contrário, suba a proteção até a cobertura. Do lado de dentro, há quem recomende o mesmo
tipo de reboco até o teto. “Sugiro aplicar apenas até 1,40 m de altura, pois nessa faixa surgem
as fissuras responsáveis pela passagem da água de fora para dentro”, diz o químico Rolando
Infanti, da Betumat, em Salvador. Paredes internas pedem só 50cm de impermeabilização –
pois os pisos protegidos neutralizam os efeitos da umidade ascendente.
JARDIM SUSPENSO
Alguns modelos de blocos para muro de arrimo vêm com pequenos nichos onde se podem
cultivar flores e outras plantinhas. Nesse caso, dispensam a impermeabilização, pois o sistema
deve ficar úmido o tempo todo.
PAREDE DE ENCOSTA E MURO DE ARRIMO
Garagem no subsolo, porão e muro encostado no solo do terreno vizinho são os alvos mais
comuns daquela umidade que chega com um empurrãozinho da terra. “Para ficar 100% livre do
bolor, o melhor é usar os sistemas flexíveis na face da parede que toca o solo”, diz Jefferson
Gabriolli. Isso exige um corte cuidadoso no terreno vizinho. Nem tente colocar uma manta ou
membrana pelo interior da construção – a umidade empurraria o material, descolando-o. Se a
obra estiver terminada ou não for possível cortar o terreno devido a sua alta inclinação, uma
solução seria aplicar cristalizantes e hidrofugantes do lado de dentro. “Mas o resultado fica só
70% satisfatório”, avisa Gabriolli.
TIRA–DÚVIDASO revestimento de
madeira é uma alternativa quando a parede descasca a 50 cm do solo? E o lambri de
PVC?
“Se o foco de umidade não for sanado,a madeira apodrece”, afirma o arquiteto Sérgio
Pousa,consultor e projetista de impermeabilização. Em casos assim, provavelmente o
problema vem do solo. Já o revestimento de PVC é impermeável, “mas a umidade pode brotar
entre as juntas,assim como aconteceria se as paredes fossem revestidas de cerâmica”, pontua.
Minha casa tem fachada de tijolinho. O que devo fazer para protegê-la da umidade?
O tijolo, assim como as pedras naturais, são revestimentos porosos e tendem a absorver água.
“É importante pulverizar a superfície com um produto hidrófugo”, recomenda Eliene da Costa,
da Otto Baumgart, em São Paulo. “Há também soluções arquitetônicas,como beirais largos,que
resguardam essas paredes da água da chuva”, diz. Mas atenção: esse tratamento não elimina
a necessidade de impermeabilizar o alicerce.
Textura sana a umidade nas paredes? E massa corrida?
“Em alvenarias não impermeabilizadas,a umidade chega até a textura ou a massa e pode
danificá-las”, afirma Josias Marcelino da Silva, químico da Divisão de Engenharia Civil do IPT.
Alguns acabamentos desse tipo trazem hidro-repelentes na composição, porém eles só
protegem contra respingos.
3.Piscina e Reservatório
PROTEÇÃO PARA UM MERGULHO SEM FURO
O mundo da impermeabilização, se divide entre os produtos do sistema rígido e do sistema
flexível.Qual deles vai nadar na sua piscina? Para um resultado 100% confiável, recomenda-se
o uso de ambos, ao mesmo tempo, principalmente em tanques com mais de 20 mil litros
d’água, ou seja, cerca de 10 x 2 m , com 1 m de profundidade. Os flexíveis, neste caso, são as
mantas. Pré-fabricadas, elas garantem uma camada protetora uniforme – entre 4 e 5 mm – e,
melhor, resistente a impactos. Isso vale ouro na obra, pois pequenos incidentes, como queda
de material, não a danificam. Elas também acompanham leves movimentações do berço sem
rachar. Mas, como a manta não suporta a umidade do solo (e com a ação dos lençóis freáticos
pode até descolar), ela só deve ser aplicada em berços que tenham recebido algum produto do
sistema rígido (argamassas impermeabilizantes). Há, sim, casos em que um sistema dispensa
o outro. Por exemplo: nas piscinas elevadas (veja ilustração), quando houver certeza de que
não existe umidade vinda de fora para dentro do tanque, pode-se abdicar das argamassas
impermeabilizantes e ficar só com as mantas. Já nas piscinas enterradas (veja ilustração) com
berço de concreto (veja ilustração), quem está dispensada é a manta, segundo a norma NBR
9575/2003. Mas, na prática, poucos construtores se arriscam a seguir essa instrução. Para
eles, não há como garantir que a estrutura seja tão bem executada que não sofra fissuração,
pois é difícil controlar a qualidade da concretagem e o tempo de cura. “Fica mais caro investir
num concreto dessa qualidade que apostar no uso das mantas ”, comenta o engenheiro civil
Lourenço Granato, da Casa Seca Impermeabilizações, de São Paulo. Por isso mostramos a
combinação dos dois sistemas, que gera um custo de apenas 3% do valor total da piscina. Só
não requerem proteção as piscinas de fibra e de vinil, materiais impermeáveis. Mesmo assim,
atenção: se a sua piscina for de vinil, mas o terreno tiver lençol freático, você vai precisar usar
os dois sistemas de impermeabilização.
POSIÇÕES NO TERRENO
ELEVADA São os tanques que não ficam totalmente
enterrados. Por exemplo, modelos instalados no térreo com garagens no subsolo ou erguidos
em terreno inclinado com uma lateral sem contato com a terra. Sempre pedem proteção
flexível.
ENTERRADA O nome já diz tudo – as laterais e a base da
piscina ficam apoiadas no solo. São os tipos mais comuns em residências. Cava-se um buraco
para construí-la e a impermeabilização dependerá do tipo de berço escolhido.
TIPOS DE BERÇO
CONCRETO ARMADO
A estrutura moldada na obra com armação de ferro tem alta
resistência. Prefira concreto usinado, para ter massa mais homogênea. Se for enterrada em
solo firme, pode receber proteção apenas com argamassas do sistema rígido.
ALVENARIA MISTA
As paredes são erguidas com tijolos ou blocos (alvenaria)
intercalados com cintas e pilares de concreto armado. Costuma sair mais em conta que o
tanque feito totalmente de concreto. Sempre requer impermeabilização flexível.
APLICAÇÃO DA MANTA EXIGE CUIDADOS
Já sabemos que a manta é presença garantida em quase todas as piscinas. Mas sua
colocação e os detalhes que antecedem esse momento são decisivos para garantir
estanquidade absoluta. Primeiro, é preciso cortar possíveis pontas da armação do concreto que
tenham ficado aparentes, pois elas podem furar a manta, segundo o engenheiro civil Daniel
Wertheimer, da Viapol, em São Paulo. Depois começa a regularização. Em cima da
regularização aplica-se uma camada de 0,5 cm de argamassa impermeabilizante – pode ser a
cristalizante ou a polimérica. Ainda não chegou a hora da manta. Antes, ralos, retornos,
aspiração e dispositivos de iluminação devem estar chumbados e com os reforços de
impermeabilização já executados. Esses pontos costumam dar bastante problema.
Quando todos os pontos estiverem prontos, aplica-se primer, espécie de tinta asfáltica que sela
a superfície, garantindo a boa aderência da manta. Os fabricantes recomendam caprichar no
seu consumo – em média 360g por m². Respeite o tempo de secagem de quatro a 12 horas
(deve estar seco ao toque). Quando a manta for colocada sobre a tinta, o maçarico vai aquecer
os dois produtos, que serão fundidos. Por isso, o correto é comprar ambos de uma mesma
marca. Como as mantas têm largura de no máximo 1 m, o instalador deve respeitar à risca a
sobreposição de 10 cm nas emendas e também no encontro entre duas paredes ou entre a
parede e o piso. Isso é um reforço para que a proteção não se rompa no caso de a estrutura se
movimentar. “Os 10 cm representam boa margem de segurança, determinada pela norma de
mantas, a NBR 9952/98 ”, diz o engenheiro civil André Fornasaro, da Contrim Engenharia, de
São Paulo. Além disso, o aquecimento deve ser suficiente para que as pontas se unam,
evitando infiltrações futuras. A finalização, feita com uma colher de pedreiro bem quente,
chama-se biselamento e arremata essa sobreposição.
REGULARIZAÇÃOEssa camada de 2 cm de argamassa deixa o berço bem lisinho e nivelado.
Ela é feita sem cal. “A cal pode desidratar os produtos do sistema rígido, que você aplica
depois, impedindo a sua cura e fazendo até com que eles se destaquem”, explica a arquiteta
Leonilda Ferme, da Denver Global, de Suzano, SP. O recomendado, portanto, é usar só
cimento e areia, na proporção 3:1. Faça um acabamento arredondado nos cantos entre piso e
parede – meia-cana (ilustração abaixo). “Esse encontro sofre muita tensão devido ao peso da
água, e com essa estratégia diminuímos o risco de fissura ou rachadura”, explica o engenheiro
civil Daniel Wertheimer.
TEST-DRIVEHá dois testes que devem ser feitos antes da finalização
da piscina. O primeiro, de carga, não é obrigatório e, portanto, muita gente o deixa de lado.
Exija-o de seu instalador. “Assim que o berço ficar pronto, antes de fazer a regularização,
encha-o de água por 72 horas. Depois esvazie e verifique se ocorreram fissuras”, ensina
Leonilda Ferme. Eventuais problemas poderão ser consertados antes da colocação da manta.
Além do mais, o peso da água fará o berço movimentar e se acomodar – é bom que isso ocorra
antes da impermeabilização. O segundo teste, de estanquidade, é obrigatório. Logo após a
colocação da manta, enche-se novamente o tanque por 72 horas. Se o nível continuar o
mesmo, a impermeabilização está aprovada. Só então a piscina é esvaziada e começa-se a
preparação para colocar o revestimento. Em ambos os testes, evite desperdício de água,
planejando sua reutilização. Tenha consciência ecológica.
ANTES DA MANTA, UM REFORÇO NECESSÁRIO
“A boa impermeabilização prima pelos detalhes ”, afirma o engenheiro civil Paulo Sérgio
Oliveira, da Sika, de São Paulo. A frase nos faz lembrar que a água é danada – ela está
sempre procurando um caminho por onde passar. No caso das piscinas, ela não perdoa as
microfrestas ao redor de ralos, retornos, aspiração e luminárias (identifique a posição
convencional desses itens na ilustração abaixo). Como vimos anteriormente, quando chegar a
hora de colocar a manta, a área em torno dos equipamentos já deve estar muito bem
impermeabilizada. Compre os dispositivos antes de começar a fazer o berço, preferindo os
modelos com conexões rosqueáveis, que apresentam melhor fixação à estrutura, e de metal,
pois são mais resistentes ao calor do maçarico (usado para colar a manta). Quando o berço
começar a ser montado, siga a orientação do engenheiro civil Gilmar Camera, da Camera
Engenharia, de São Paulo: “Quando faço a concretagem, as tubulações já estão posicionadas
em seus devidos lugares.” Depois da cura do concreto, o instalador usa talhadeira para fazer
um rebaixo de 40 x 40 cm e 1 cm de profundidade ao redor dos ralos, retornos e aspiração ou a
partir de 22 cm ao redor dos dispositivos de iluminação (direita). Daí vem o primer. Só então
preenche-se o rebaixo com duas camadas de manta. Repare, nas ilustrações, na presença dos
mastiques, que selam o espaço entre manta e dispositivos mesmo se houver movimentação
nesses pontos. Sobre a manta, faz-se um chapisco para começar a aplicação da argamassa de
proteção mecânica estruturada com tela plástica ou galvanizada. Atenção: “Passam-se 3 cm de
espessura de proteção mecânica e só então coloca-se a tela, pois se ela estiver muito junto da
manta a camada de proteção pode se destacar com o tempo, estragando manta e
revestimento”, adverte a engenheira química Maria Amélia Silveira, de São Paulo. Essa
argamassa estruturada deve preencher todas as paredes do tanque e subir nas bordas,
avançando 50 cm sobre o piso ao redor da piscina – isso funcionará como uma ancoragem
para todo o revestimento. O fundo da piscina dispensa a tela, portanto os ralos têm
impermeabilização idêntica à dos retornos, mas sem o estruturante na camada de proteção.
Onde ficam os dispositivos
TIRA-DÚVIDAS Como faço para instalar iluminação
depois que a piscina ficou pronta?
Quem cometeu a falha grave de não prever antes os pontos de iluminação deverá
esvaziar a piscina, retirar o revestimento nos pontos da no a instalação e cavar a
argamassa até encontrar a impermeabilização. “Elimine a proteção num raio de 5
cm ao redor do local onde o dispositivo será instalado. Encaixe os tubos e
reimpermeabilize com os mesmos produtos da impermeabilização original”,
recomenda o engenheiro civil André Fornasaro, de São Paulo. Não se esqueça
dos mastiques.
O nível da água está baixando. Como se localizam os vazamentos?
Observe em que altura o vazamento se estabiliza. “Na maior parte dos casos, o
problema se situa ao redor dos pontos de tubulação ou de iluminação”, diz o
engenheiro civil Danilo Oliveira, da Sika, de São Paulo. Se a estrutura de concreto
do berço tiver sido mal executada e trincar, principalmente nos encontros entre
pisos e paredes, também podem ocorrer vazamentos que a impermeabilização
não conseguiria deter. Nesse caso, será preciso consertar a estrutura e
reimpermeabilizar.
Os azulejos estão descolando. Isso é culpa da impermeabilização?
Nem sempre. “Até dez anos atrás, não tínhamos os rejuntes flexíveis e, por isso, é
relativamente comum encontrar piscinas antigas com os azulejos descolando ”,
conta o engenheiro paulistano Gilmar Camera. As argamassas utilizadas eram
rígidas e não acompanha movimentação dos acabamentos. Mas também é
possível que a proteção mecânica das paredes não tenha sido estruturada e esteja
caindo ou, ainda, que tenha havido falha na impermeabilização e a umidade do
solo esteja empurrando a manta.
ÁGUA DE CHUVA
Sua idéia é fazer um tanque para armazená-la?
Recomenda-se que ele seja de concreto, com tampa. Normalmente fica na laje de
cobertura, pois assim a gravidade manda água até as torneiras, dispensando
bomba. Deve ser impermeabilizado com argamassa polimérica, que acompanha
eventuais fissuras da estrutura. Três demãos desse produto, aplicadas em
sentidos cruzados, garantem a proteção.
ÁGUA BEM PROTEGIDA NOS PRÉDIOS
Prédios têm reservatórios no subsolo que garantem o abastecimento por até dois
dias. Esses tanques costumam ser de concreto e sua construção segue a norma
NBR 5626/98 – ele deve ser erguido como uma caixa sem tampa com duas
pequenas janelinhas. É por elas que o instalador entra para aplicar membranas de
polímeros e cimento flexíveis, passadas com broxa. Usar manta é uma opção.
Porém, como o instalador trabalha enclausurado, há necessidade de garantir a
renovação do oxigênio durante a instalação no interior do reservatório com uma
espécie de ventilador .“As emulsões asfálticas podem contaminar a água, por isso
estão descartadas ”, diz Rolando Infanti, da Betumat, de Salvador.
POR DENTRO DO RESERVATÓRIO
Telhado e laje de Cobertura.
FIQUE LIVRE DAS GOTEIRAS
Como é a cobertura da sua casa? Se você tem laje, mesmo que protegida por um
belo telhado, precisa investir em impermeabilização. Assim, ainda que a água
infiltre por uma telha trincada ou desencaixada, as gotículas não vão passar da laje
– e você estará livre de manchas de bolor e pinga-pinga. Se você usa a laje de
cobertura como terraço ou solário – e, portanto, ela fica descoberta –, redobre a
atenção. A água vai incidir diretamente sobre a superfície e, nesse caso, além das
indesejáveis goteiras, a umidade pode penetrar na estrutura, corroer o ferro e
colocar a obra em risco. Embora o concreto tenha aquele aspecto forte e
impenetrável, ele sempre apresenta fissuras – a maioria nem se vê a olho nu. “A
laje também protege outras estruturas da casa, como as paredes”, completa o
engenheiro civil carioca João Jordy. Vimos que o sistema mais indicado para
impermeabilização de superfícies que se movimentam, como as lajes, é o flexível,
porque ele acompanha esse vai-e-vem. Uma alternativa são as mantas, indicadas
para áreas com mais de 20 m² – há alguns tipos com diferentes características. Já
as emulsões são de fácil aplicação. Dependendo do produto, você terá de assentar
argamassa para salvaguardá-lo das intempéries (proteção mecânica).
A LAJE SE MOVIMENTA
Expostas a frio e calor, laje e parede se mexem. Com isso, o concreto pode rachar.
Aí, o caminho está livre para a água.
MANTA MANTA MANTA
ASFÁLTICANo caso de
áreas com mais de 20m²,
as mantas têm bom
rendimento na aplicação.
Avalie se há muitos ralos e
antenas, pois seus
arremates tomam
tempo. Pede camada de
proteção mecânica.
ASFÁLTICA COM
GRÂNULOS
MINERAISIndicada para
lajes sem trânsito de
pessoas. Os grãos de
granita ou ardósia protegem
a massa asfáltica do sol,
dispensando a argamassa
de proteção mecânica.
ASFÁLTICA
ALUMINIZADAO
alumínio reflete os raios
solares, livrando a manta
desse desgaste. Por
tabela, melhora o conforto
térmico da casa. Também
não requer proteção.
MEMBRANA
ASFÁLTICAA
FRIOAplicadas como se
fossem pintura, as
emulsões e soluções são
práticas em lajes
pequenas ou se há
interferências, como
antenas. Sobre elas, é
preciso argamassa de
proteção.
MEMBRANA
ASFÁLTICAA
QUENTERequer time bem
treinado para executar o
serviço, pois pede uso de
caldeira. Oferece melhor
proteção que os tipos a
frio e vai bem em áreas
pequenas. Exige proteção.
MEMBRANA
ACRÍLICAAplicada como
tinta, é indicada para lajes
sem trânsito de pessoas.
Como não resiste a
empoçamento de água, o
caimento da superfície deve
ser de 2% em direção ao
ralo. Não pede proteção.
RESTO DE MATERIAL
Após a aplicação, os produtos que sobrarem podem ser guardados para eventuais
emendas e reaplicações – mas isso só enquanto eles estiverem dentro da data de
validade. Vencido esse prazo, descarte-os. No caso das mantas asfálticas, o
cuidado é com o armazenamento. As bobinas devem ficar em pé para evitar
deformações.
MANTAS ASFÁLTICAS: NÃO TEM ERRO
No quesito confiabilidade, elas ocupam o topo da lista. É que, pré-fabricadas,
oferecem maior garantia de qualidade e de uniformidade. Por exemplo, ao comprar
um modelo de 4 mm, certamente toda a extensão do pano terá a mesma
espessura. Outra vantagem é o rendimento do serviço. A aplicação de uma bobina
cobre 8,70 m² e é feita em 30 minutos, por dois aplicadores experientes, numa laje
sem interferências. Além disso, não é preciso esperar a secagem do material,
como no caso das membranas. Mas o sistema tem um calcanhar-de-aquiles: a
mão-de-obra deve ser bem treinada. Como escolher? Peça indicação aos
fabricantes ou busque os filiados ao Instituto Brasileiro de Impermeabilização
(www.ibibrasil.org.br). A garantia do serviço é de pelo menos cinco anos. Mas a
vida útil da proteção com manta pode completar 25 primaveras, dependendo da
quantidade de camadas e do tipo de produto especificado, segundo a arquiteta
Leonilda Ferme, da Denver Global, de Suzano, SP. Muita atenção ao acabamento
dos ralos – o reforço deve ser feito antes da aplicação completa da manta.
ANTENADOAntes de impermeabilizar,
deixe a tubulação de metal (por onde passará o fio da antena de TV ou o pára-
raios) chumbada na laje e reforce com dupla camada de manta ao seu redor, como
na ilustração. DETALHES DE ACABAMENTO
A manta deve subir 30 cm e ficar embutida na parede. Depois, recebe argamassa
estruturada. O topo da platibanda (mureta) pede proteção: se escorrer água por
trás da manta, o produto descola.
PRIMEIRO CUIDE DOS RALOS
PASSO 1 Enrola-se um
canudo de manta, que deve ficar 10 cm
para dentro do cano e outros 10 cm para
fora. Com uma colher de pedreiro
aquecida, coleta manta da parte inferior
(processo de biselamento).
PASSO 2 Com um
estilete, cortam-se tiras na porção da
manta que ficou na superfície e faz-se o
biselamento. Nessa etapa, a manta se
parece com uma flor, por isso o arremate
é chamado de margarida.
PASSO 3 Recortar mais
um quadra do de manta (40 cm), e
sobrepô-lo ao ralo. Com estilete, divide-
se o centro como se fossem fatias de
pizza. O diâmetro da área trabalhada
deve coincidir com a abertura do ralo.
PASSO 4 Empurram-se as
pontas (fatias de pizza) para dentro do
cano e faz-se o seu biselamento com a
colher de pedreiro aquecida. Só então
pode-se iniciar a impermeabilização do
resto da laje.
CANTOS ARREDONDADOS E PRIMER
Na hora de regularizar a laje,peça ao pedreiro que deixe um caimento de 1% em
direção ao ralo. No encontro entre laje e mureta, o canto precisa ficar arredondado.
Quando a superfície estiver lisa e limpa, passe o primer, essencial para a manta
aderir ao concreto. Prefira aqueles à base de solvente, que costumam trazer
melhor resultado.
A TODA PROVA
Como nas piscinas, aqui também tem teste de estanquidade. Cola-se um pedaço
de asfalto nas aberturas dos ralos, enche-se a laje com uma lâmina de 5 cm de
água e esperam-se 72 horas. Se o nível da água descer, é sinal de vazamento.
Também vale procurar manchas de umidade no teto pelo interior da casa. “Assim
se detectam falhas nas emendas ”,explica a engenheira civil Eliene Ventura, da
Otto Baumgart, de São Paulo.
MOLDADA NA OBRA, EMULSÃO É PRÁTICA
Aplicadas como tinta, as membranas são alternativas boas quando a área é
pequena, menos de 20 m², ou tem muitas interferências – vários ralos e entradas
para antenas. A impermeabilização pode ser feita com asfalto derretido, soluções
asfálticas, emulsões acrílicas e asfálticas. Todas resultam em espessura final com
cerca de 4 mm após várias demãos. As emulsões acrílicas e asfálticas são à base
de água e, por isso, atóxicas. Somada à fácil aplicação, essa característica faz
delas as queridinhas dos aplicadores de primeira viagem. No entanto,é comum
esses mesmos iniciantes serem generosos em cada demão, para chegar logo à
espessura final. Erro crasso. Assim, eles propiciam a formação de bolhas, pontos
frágeis para rompimento. É preciso cuidar também do intervalo entre as aplicações
– a camada anterior deve estar totalmente seca ao toque. “Em média, aplicam-se
duas demãos num dia”,diz o químico Rolando Infanti,da Betumat,de Salvador.
Pronta, a membrana pede proteção mecânica e, sobre ela, vem o revestimento. Se
você quiser que essa argamassa seja o acabamento,ela deve ser feita com traço
de 1:5 (areia e cimento) e espessura de 4 cm. Para evitar trincas, deixam-se
sulcos desenhando quadrados de 1,50 m. Depois,esses sulcos são preenchidos
com uma mistura de partes iguais de emulsão e areia.
PRIMEIRO CUIDE DOS RALOS
PASSO 1 A
superfície – regularizada –
deve estar com uma
demão de primer. Então,
com uma broxa ou trincha,
faz-se a primeira camada
da emulsão, em pinceladas
sempre no mesmo sentido.
PASSO 2
Cerca de 30 minutos
depois, desenrola-se a tela
que servirá de
estruturante. Siga as
recomendações do
fabricante da emulsão na
escolha da tela, pois há
muitos tipos no mercado.
PASSO 3
Após a secagem total (12
horas), uma nova demão é
aplicada em sentido
perpendicular ao anterior.
Depois que ela seca,
passa-se mais uma demão.
Isso é feito até se chegar ao
consumo total por m² .
Se houver muretas ou platibandas,a emulsão deve cobri-las. Depois de a
membrana estar pronta,faz-se a camada separadora (filme de polietileno ou papel
kraft), a proteção mecânica e assenta-se o revestimento.
PASSO 4
ARREMATE DO RALO
TELADepois da primeira demão, colocar a tela
(estruturante). PINTURAA seguir, aplica-se
novamente a emulsão ao redor da abertura.
CONTROLE DE ESTOQUE
Uma dica aos que forem fiscalizar a obra: verifique na embalagem a quantidade de
material exigida em cada etapa e o libere em parcelas. Somente depois do período
de secagem, cerca de 12 horas, forneça mais um lote de produto, garantindo que
intervalos e quantidades sejam respeitados.
DUPLA DINÂMICA
Quer uma superproteção? Se não houver trânsito de pessoas sobre a laje, use a
emulsão acrílica e a asfáltica juntas, com vantagens. A primeira a ser aplicada é a
asfáltica, em seis demãos (4 mm). Em vez de argamassa, duas demãos (0,5 mm)
de emulsão acrílica servem de proteção mecânica. Além de resistente, a
associação melhora o conforto térmico porque o acabamento é branco e reflete os
raios solares.
MAIS UMA PROTEÇÃO PARA A COBERTURA
Dispensou a impermeabilização da cobertura porque havia um telhado sobre ela
ou simplesmente não havia laje? O ideal, nesses dois casos, é usar a sub
cobertura. “Ela é um sistema complementar”, define a engenheira Lilian Gelio, da
Dryko, de Guarulhos, SP, “e funciona como barreira extra para a água que se
infiltrar pelas telhas”. Também bloqueia insetos e atenua ruídos externos. Pode ser
de polietileno ex- pandido, não-tecido de polietileno, papel aluminizado ou massa
asfáltica. Quem define o melhor tipo para o seu caso é o engenheiro ou o
telhadista, pois cada modelo oferece uma qualidade específica. Outra
recomendação: deixe espaço de 2 a 3 cm entre a subcobertura e o forro para se
formarem colchões de ar que melhoram o isolamento térmico.
ONDE FICA A SUB COBERTURA
TIRA–DÚVIDASA impermeabilização pede
manutenção?
Depende do sistema utilizado. Se você optou por emulsão acrílica, os especialistas
recomendam três novas demãos do produto a cada três anos. Como esse produto
fica exposto (sem argamassa de proteção mecânica), a reaplicação não exige
quebra-quebra. Já no caso das mantas e das demais membranas, só haverá
conserto se aparecer algum problema. Como quase todos os outros sistemas
ficam sob a argamassa, fique de olho nela – aparecendo trincas ou desgastes,
reforce-a. “Mas, se houver vazamentos, é melhor remover tudo e realizar o serviço
novamente”, aconselha o engenheiro civil Danilo Oliveira, da Sika, de São
Paulo.Como posso proteger o telhado?
Além das mantas e subcoberturas, existem os hidro-repelentes, que podem ser
passados diretamente sobre as telhas. “São substâncias à base de silicone, que
impedem que a cerâmica absorva água”, explica o engenheiro civil Daniel
Wertheimer, da Viapol, de São Paulo. Eles não evitam as goteiras, mas protegem
a telha contra o bolor.
Vou colocar cerâmica na laje. Mesmo assim, preciso de impermeabilização?
Sim, respondem, em coro, os especialistas da área. “Apesar de terem baixa
absorção de água, cerâmica e rejunte não impermeabilizam a superfície”, explica o
engenheiro civil Marcelo Ming, da Lwart, de Lençóis Paulista, SP. Aliás, não há
revestimento que substitua essa proteção. Quanto ao sistema mais adequado, a
regra se mantém. Expostas às intempéries, essas estruturas são altamente
sujeitas a fissuras, uma vez que seus materiais ficam à mercê das mudanças de
temperatura e sofrem dilatação constantemente.Os melhores produtos, nesses
casos, são os flexíveis – mantas e membranas –, pois eles suportam esse vai-e-
vem sem se romper.
QUAL É MELHOR?
Conte com a ajuda de um profissional para escolher o material de subcobertura
que mais combina com seu telhado. Por exemplo, se você quer reduzir o calor,
recomendam-se os tipos que possuem face aluminizada. As de não-tecido barram
a entrada de água, mas deixam o vapor sair por microporos – assim, o ar dentro
da casa não fica impregnado de umidade.
TIPOS1.Papel aluminizado
2.não-tecido de polietileno
3.polietileno expandido
Cozinha, Banheiro, área de serviço, varanda e jardineira
CERQUE OS PONTOS CRÍTICOS DA CASA
Quem mora em prédio sabe: vazamento traz a maior chateação. Seja você a
vítima ou o culpado. E o cenário são sempre banheiros, cozinhas e lavanderias,
que – não por acaso – também são chamados de áreas molhadas. Alguns
construtores estão dispensando a proteção desses locais pois consideram que
eles não deveriam ser lavados. Mas nem sempre isso fica claro para o comprador
do imóvel. Em banheiros, mesmo as paredes pedem cuidado, pois estão sujeitas à
água de percolação – aquela que escorre pela parede depois do seu banho. Essas
superfícies devem ser protegidas até, no mínimo, 1,90 m de altura, conforme a
norma brasileira NBR 9575/2003. Os materiais do sistema flexível são os mais
recomendados, segundo a arquiteta Leonilda Ferme, da Denver Global, de
Suzano, SP. Manta ou membrana? Depende. Só um profissional pode avaliar se a
estrutura se movimenta demais – e, portanto, pede mantas asfálticas – ou se há
muitos pontos de tubulação passando pelo piso – exigindo o uso de membranas,
que, moldadas in loco, dispensam recortes. Em áreas menores, a argamassa
polimérica também é uma opção.
BANHEIRO COM MEMBRANA
Opção com manta
Opção com argamassa
Fama de fácil
Materiais rígidos são proibidos na proteção dos banheiros? Não. A argamassa
polimérica faz sucesso na impermeabilização dessas áreas. Além de ser fácil de
aplicar, tem a vantagem de não aumentar a espessura do piso. Sua camada é de
no máximo 2 mm e sobre ela pode-se assentar o revestimento diretamente, sem
utilização de argamassa de proteção mecânica. Porém, lembre-se: ela é rígida. Se
ocorrer fissura na laje entre o seu apartamento e o do vizinho de baixo, tchau,
tchau, proteção.
Porta de boxe
É comum danificar a impermeabilização durante fixação da porta do boxe.
Recomende ao instalador que restrinja os parafusos às paredes para não furar o
piso. A proteção também sofre quando o morador decide mudar as tubulações de
lugar durante a obra ou em uma reforma – sempre que fizer tais alterações, peça
novo projeto de impermeabilização.
Ralo da banheira
Antes de usar a manta ou a membrana na base e na parede ao redor da banheira,
proteja o ralo de escoamento, que fica sob ela, ao redor de tubulações de
hidráulica – e elétrica, no caso da hidromassagem – faça um reforço com cimento
asfáltico elastomérico. Isso vale para apartamentos e para sobrados com
banheiros no piso superior.
CUIDADOS NOS RALOS E VASO SANITÁRIO
Na linguagem da impermeabilização, as tubulações que atravessam a superfície
protegida se chamam interferências. Normalmente são os ralos e o tubo que dá
vazão à descarga do vaso. Para ter 100% de proteção, você deve exigir que o
caimento do piso seja de 1% em relação ao ralo. Em seguida, o aplicador precisa
caprichar no arremate ao redor desses pontos. O jeito certo de fazer isso depende
do tipo de impermeabilizante escolhido. Como você já sabe, os sistemas flexíveis
(asfálticos) são mais convenientes nos banheiros, mas, se optar pela argamassa
polimérica, não economize nos mastiques – esses produtos flexíveis, de
poliuretano ou silicone, evitam que se formem fissuras no encontro entre os
diferentes materiais. Opção com membrana
Opção com argamassa
PASSO
1Separe um pedaço de
manta que envolva o cano,
com largura de 60 cm. Com
um estilete, corte tiras de
30 cm.
PASSO
2Envolva o cano com a
manta. aqueça as tiras,
com maçarico, e cole-as no
chão (que deve estar com
primer).
PASSO
3Use mais um pedaço de
manta e faça um recorte
para que ela se encaixe no
cano. Cole-a com
maçarico.
Para os sobrados
Na construção de casa com dois ou mais pavimentos, a tubulação de hidráulica
deve ser posicionada na laje ainda na fase de concretagem. Se você não fez isso,
chumbe os canos com graute, mistura mais fluida de pedriscos e concreto.
Execute a impermeabilização e, depois de o serviço pronto, exija o teste de
estanquidade. Ele é feito assim: tampam-se os canos e ralos, coloca-se água a 2
cm de altura e esperam-se 72 horas para saber se a estrutura e a proteção não
apresentam vazamentos. Só então coloque o revestimento.Jeitos de fazer
Já vimos como arrematar ralos com manta e membrana asfáltica. Se você elegeu
a argamassa polimérica, o acabamento consiste na colocação de um véu de
poliéster (estruturante) entre duas demãos do produto, como na ilustração abaixo.
Para facilitar a vida dos aplicadores, duas empresas
de tubos e conexões, a Tigre e a Akros, lançaram um dispositivo que fica abaixo
do ralo e ampara a impermeabilização com manta (foto abaixo).
PISO É FOCO NA ÁREA DE SERVIÇO E COZINHA
Nesses ambientes, as paredes dispensam proteção, pois a ação da umidade não é
tão intensa como nos banheiros. Mas cabe impermeabilizar o piso dessas áreas –
principalmente se você gosta de lavar tudo com baldes de água. Nem sempre,
porém as construtoras fazem isso. Na hora de comprar apartamento, verifique no
memorial descritivo se a proteção está apenas ao redor dos ralos e tubos ou em
toda a extensão das áreas molhadas. Esse poderá ser o diferencial que
determinará sua compra. Também é importante saber que material foi utilizado,
pois em caso de reparos deve-se reaplicar o mesmo tipo de produto. Nas
reformas, não se esqueça do teste de estanquidade, recomenda o engenheiro civil
Danilo Oliveira, da Sika, de São Paulo.
Como já aprendemos, numa casa térrea o problema que atinge o piso da cozinha
e da área de serviço é a umidade ascendente. A impermeabilização deve ser feita
no alicerce – manta ou membrana asfáltica no radier e nos baldrames; no caso de
sapatas corridas ou isoladas, usa-se cristalizantes ou hidrofugantes.
Olha o nível
Na hora de assentar o revestimento, os pedreiros marcam o nível, ou seja, batem
dois pregos – um em cada extremidade do cômodo – e passam uma linha de lado
a lado. O engenheiro civil Daniel Wertheimer, da Viapol, de São Paulo, ensina uma
estratégia para evitar que eles furem a impermeabilização nesse momento: peça
que os pregos sejam batidos sobre pedacinhos de madeira e, depois, cole
provisoriamente essa madeira no piso usando um pouco de argamassa.
Troca de revestimento
Se decidir atualizar o piso de qualquer área molhada, considere também o custo
de refazer a impermeabilização. Não importa qual o sistema utilizado, é
praticamente impossível retirar revestimentos e contrapiso sem danificar a
proteção contra umidade. De preferência, reaplique os mesmos produtos usados
originalmente.
VedantesSele o vão entre bancada da pia e parede com silicone. Dê preferência
àqueles aditivados com fungicida, que impedem o aparecimento de bolor.
PRESERVE VARANDAS E FLOREIRAS
Eis dois pontos que pouca gente se lembra de impermeabilizar. E, aí, depois de
uma chuva ou de um tempo de uso, a água penetra na estrutura. O resultado pode
ser manchas na parede (em que está a floreira) ou pinga-pinga sob a varanda.
Para evitar contratempos, use produtos do sistema flexível nos dois casos. Ambas
as situações estão muito suscetíveis a trincas devido à exposição ao sol e à chuva
– a variação de temperatura as leva a contrair e a dilatar, provocando as
famigeradas rachaduras.
A situação é ainda mais crítica nas estruturas em balanço, como em algumas das
sacadas. Entre os produtos que suportam esse vai-e-vem, existe uma preferência
pelas membranas asfálticas moldadas na obra, pois normalmente essas áreas são
pequenas. No caso das mantas, os operários necessitariam de ferramentas
especiais, como maçaricos e espaço para fazer a aplicação. Também vale cuidar
do caimento do piso – que deve ser em direção ao ralo, caso contrário, a água da
chuva escorre para o piso de salas e quartos. Impermeabilize também a soleira
das portas de acesso ao interior do apartamento.
Floreiras e jardineiras têm impermeabilização diferente devido aos seus tamanhos.
Mas ambas pedem sistema de drenagem. Nas primeiras, que são menores, use
membrana asfálticas. Já nas jardineiras, eleja mantas do tipo anti-raiz. É
importante que o projeto de paisagismo preveja flores e arbustos sem raízes
profundas para não forçar a impermeabilização. Assim não tem erro.
COMO PROTEGER A SACADA
Ralo da floreira
Dreno da jardineira
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