ap. pré matrimonio
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PASTORAL FAMILIAR
DIOCESE DE GUARAPUAVA
SETOR PRÉ-MATRIMONIAL
2011 /2013
“A vocação e o compromisso de ser hoje discípulos e missionários de Jesus Cristo (...) requerem clara e decidida
opção pela formação dos membros de nossas comunidades. (... ) O caminho de formação do seguidor de Jesus
lança suas raízes na natureza dinâmica da pessoa e no convite pessoal de Jesus Cristo.”
(Documento de Aparecida, 276-277)
1- SER – “O Encontro com Cristo”
A base do ser cristão é a experiência transformadora que cada um de nós precisa fazer
com a pessoa de Jesus. É o amor apaixonado pelo Mestre que faz de nós discípulos-
missionários, e seguir seus passos, numa busca constante pela santidade, deve ser a
forja que molda nosso modo de ser, de viver e conviver.
2- SABER – “Objetivos, Desafios e Propostas para o Setor Pré-Matrimonial” e “Os
Encontros de Namoro Cristão” e um “Estudo de Casos”
Quem ama quer conhecer a vontade do amado cada vez mais. Nós, que somos
chamados por Cristo a auxiliarmos na formação dos jovens para assumirem a vocação
ao matrimônio, precisamos nos aprofundar sempre mais no campo de
atuação do Setor Pré-Matrimonial da Pastoral Familiar.
3- SABER FAZER – “A Comunicação (e o seu poder)”
É o complemento das dimensões anteriores, pois capacita o discípulo de Cristo nas
ciências e recursos humanos para que a Boa Nova possa ser bem comunicada e
chegue aos corações, como a semente em terra boa (cf. Mt 13, 23). A integração
dessas dimensões é um método eficaz de formação integral e permanente dos agentes
de pastoral, que pode (e deve!) ser aprofundado e desdobrado em vários outros
aspectos que favoreçam o crescimento da pessoa rumo à maturidade em Cristo. (cf Ef
4, 13).
OBJETIVOS, DESAFIOS E PROPOSTAS PARA O SETOR PRÉ-MATRIMONIAL*
O acompanhamento à vida familiar, em todas as suas etapas, é fundamental. Vê-se
hoje a necessidade urgente de intensificar a ação sobre as crianças e jovens,
estabelecendo parcerias com os movimentos e pastorais, e indo onde esse público-
alvo está.
Essa urgência se deve às várias mudanças pelas quais o universo familiar vem
passando:
- O casamento perdeu o seu aspecto sagrado, sendo vistas como mais desejáveis
outras formas de união.
- O feminismo e as teorias de gênero não favorecem a família.
- O adultério é comemorado.
- As perversões sexuais são amplamente difundidas.
O Diretório da Pastoral Familiar afirma que, diante desse panorama, mais do que
nunca, são fundamentais EVANGELIZAÇÃO e CATEQUESE para o matrimônio. Essa
preparação pode, inclusive, anteceder o processo da Iniciação Cristã, começando no
seio da família.
A prioridade de nossas ações deve ser a EVANGELIZAÇÃO. Afinal, a maioria dos
noivos é batizada, mas não tem identidade cristã nem vivência da fé. Daí a
necessidade de um processo catecumenal que promova o encontro com Cristo e a
inserção na comunidade.
Não é mais possível continuar como sempre fazíamos. Não basta mudar o nome de
“Cursos de noivos” para “Encontros de Preparação para a vida Matrimonial” se não
atualizarmos a metodologia e o conteúdo. Precisamos ser realistas: se quase todos os
noivos não são cristãos de verdade, não basta continuar com palestras sobre
relacionamento, numa prática rotineira, fazendo apenas o suficiente, o mínimo
possível... Por isso, o Documento de Aparecida insiste ao dizer que a Igreja necessita
de uma CONVERSÃO PASTORAL!
O nº 1063 do Código de Direito Canônico traduz para uma linguagem jurídica o nº 66
da Familiaris Consortio.
Ambos tratam do cuidado pastoral que antecede o casamento e das três etapas de
preparação pré-matrimonial. Veremos cada uma, com seus objetivos, desafios e
propostas.
1- FASE REMOTA
Objetivos: - Dar uma formação básica cristã nas crianças, adolescentes e jovens,
formar neles atitudes e valores como desdobramento do amor a Deus e à família.
- Formar para a castidade, ou seja, dar caráter cristão – marca que fica gravada na
pessoa, independentemente da sua cultura. É criar uma coluna vertebral forte que
deixe a pessoa firme, para que ela não se curve ao sabor dos ventos dos modismos e
dos anti-valores.
Desafios:
- A sociedade e a escola pisoteiam os direitos dos pais de educarem seus filhos
segundo suas crenças, em nome de uma “educação moderna”, como o pretexto do
“politicamente correto”.
- Por outro lado, muitas famílias também renunciaram à sua função educativa e
delegaram essa função até a escola.
- Isso sem esquecer a influência da mídia na sociedade em geral que banaliza o sexo e
depois quer punir a pedofilia e o estupro e acha um absurdo falar em qualquer forma de
controle social na mídia.
Propostas:
- Uma catequese integral para crianças e adolescentes, que inclua questões ligadas à
bioética.
- corajosas campanhas de abstinência para os namorados e a juventude como um todo
- parceria com a pastoral vocacional
- retiros para jovens
2- FASE PRÓXIMA
Objetivos:
- Ajudar os noivos a construírem um projeto de vida, de amor e de família que começou
sua base na fase remota.
- Envolve um discernimento não mais quanto à vocação (“Quero casar ou não?”), mas
quanto à situação (“Quero casar com esta pessoa?”).
- É uma etapa muito rica em graça, propícia para santificar o noivado e desenvolver a
santidade nupcial.
Desafios:
- As maiores ameaças nessa fase são a instabilidade e inconsistência de muitas
pessoas, frutos de uma maturidade tardia, daqueles que parecem ser “eternamente
adolescentes”.
- A intimidade sexual precoce torna-se cada vez mais comum, porque não houve uma
aceitação da proposta da castidade na preparação remota.
- Resistência doutrina do matrimônio e falta de honestidade para aceitar as regras. Os
noivos querem casar na Igreja, mas querem que seja “do seu jeito”, pois “se não der
certo, separa”.
- Pode existir um “egoísmo a dois” que causa resistência à transmissão da vida (casais
que não querem ter filhos)
- Encontros de preparação feitos muito próximos à data do casamento, com
receptividade mínima e avaliações desonestas, ou seja, os noivos dizem que “foi muito
bom”, mas, de fato, não houve adesão à proposta de Cristo para a família.
- O conteúdo desses encontros é muito humanista e pouco cristocêntrico.
- As equipes que os preparam são heroicas, mas ainda têm muito que melhorar...
Propostas:
- Apresentação fiel do relacionamento homem e mulher.
- Encontros mais querigmáticos.
- Visão integral do matrimônio e da família, como ato consensual e para toda a vida (ex.
trabalhar de forma pedagógica a partir das três perguntas do consentimento).
- Ensinar a reta concepção do ato conjugal, da paternidade e maternidade
responsáveis e da educação dos filhos, inclusive no aspecto religioso.
- Motivar e propiciar a inserção eclesial e vivência comunitária.
- Iniciação à espiritualidade esponsal.
- Rituais de bênção das alianças, bênção esponsal.
- Aprofundamentos para os noivos mais exigentes que querem uma melhor formação.
3- FASE IMEDIATA
Objetivos:
- Compreende a conclusão do processo de habilitação matrimonial por parte do pároco
ou ministro assistente para checar se os noivos estão preparados.
- Acontece a entrevista com o noivo e a noiva separadamente, com registro de suas
assinaturas, para que sejam bem avaliados. Esses processos não podem ser
realizados pela secretária paroquial, mas por agentes da Pastoral Familiar, e
analisados pelo sacerdote ou diácono.
- Deve ser recomendado ao casal o sacramento da reconciliação, como parte da
melhor preparação para receberem o sacramento do matrimônio.
- Se for o caso, essa também será época se houver a necessidade de uma das partes
receber os sacramentos da Iniciação Cristã, não se admitindo que esse processo seja
feito “às pressas”.
- Pede-se a introdução e motivação para a liturgia matrimonial, o que pode constar de
um ensaio, por exemplo.
Propostas:
- Integrar e articular melhor as fases próxima e imediata.
- Personalizar a acolhida aos casais para integrá-los à comunidade.
- Fugir das artificialidades, modismos e ostentações.
- Descortinar a beleza da liturgia matrimonial, pois uma liturgia bem celebrada é
instrumento eficaz de evangelização.
- Formar bem uma equipe de cerimonial composta por agentes da Pastoral Familiar.
- Padronizar o processo de habilitação matrimonial;
-Interagir com as pessoas contratadas para a cerimônia (floristas, fotógrafos,
instrumentistas etc).
OS ENCONTROS DE NAMORO CRISTÃO
JUSTIFICATIVA: A Encíclica Familaris Consortio fala que: “... a Igreja se dirige
particularmente aos jovens que estão para encetar o seu caminho para o matrimônio e
para a família, ajudando-os a descobrir a beleza e a grandeza da vocação ao amor e
ao serviço da vida.” (FC, 1) Como vimos, a preparação para o matrimônio começa
desde a mais tenra idade abrangendo as etapas remota, próxima e imediata.
O documento “Preparação para o Sacramento do Matrimônio”, do Conselho Pontifício
para a Família, no n. 31, exorta que é necessário “inventar” modalidades de formação
permanente para os adolescentes, até o noivado. Além da própria família, que deveria
ser a primeira educadora, as paróquias
e escolas também precisam dar sua contribuição, por vezes decisiva quando os pais
falham. Uma das modalidades de preparação encontrada pela Igreja, são os
ENCONTROS DE NAMORO CRISTÃO.
Vejamos 10 pontos essenciais:
1. Saber o motivo real pelo qual se namora: Um jovem só deveria
começar a namorar quando soubesse o porquê. Mais importante do que a idade é a
maturidade. Afinal, o objetivo verdadeiro do namoro é o discernimento em vistas de um
possível matrimônio. Para que alguém possa fazer uma boa escolha é preciso, antes,
saber bem o quer, pois quem não sabe direito o que realmente quer acaba aceitando
qualquer situação ou qualquer pessoa, só porque cruzou o seu caminho.
Um dos grandes equívocos dos nossos tempos é namorar por diversão, para passar o
tempo. Fruto de uma “mentalidade do descartável” esse tipo de atitude coisifica o outro,
tornando descartável conforme a flutuação do meu estado de humor.
2. O namoro deve levar ao compromisso: Muitos relacionamentos já começam com
o objetivo de buscar a intimidade sexual. Essa é uma linda experiência que Deus
preparou para nós como um fruto do amor matrimonial comprometido.
Muitos querem desfrutar dos benefícios físicos e emocionais da intimidade sem se
comprometer.
3. A amizade é a melhor forma de começar: Você já deve ter ouvido alguém dizer
que não quer namorar um amigo (a) porque tem medo que isso estrague a amizade? O
que isso significa, de fato, é que da forma como namoro é concebido hoje, as
expectativas românticas podem acabar mascarando uma relação. Na amizade
verdadeira não existe pressão para
demonstrar que se ama ou se é amado. Você se sente livre para ser você mesmo, sem
ter que passar horas se arrumando na frente do espelho para preencher as
expectativas do outro. A amizade são duas pessoas caminhando juntas para objetivos
comuns e são esses objetivos e interesses que as unem. A premissa do namoro hoje é
“Eu estou atraído por você, então vamos nos conhecer melhor.”, enquanto a premissa
da amizade é: “Nós temos os mesmos interesses, então vamos aproveitá-los juntos.”.
Intimidade sem compromisso é fraude. Intimidade sem amizade e superficial. Começar
um
relacionamento com que tem os mesmos interesses e valores é um forte laço de união,
alegria e harmonia, um bom jeito de começar.
4. O namoro é a busca do amor: Na cultura atual sexo e amor são considerados
sinônimos e, por isso, já seria de se esperar que a confusão de uma simples
atração confundida com amor verdadeiro. Especialmente quando o namoro na
amizade como base e quando o casal descobre que seu único interesse comum é
o desejo sexual um pelo outro. Se Deus nos pede a pureza, ele o faz para o nosso
próprio bem.
5. O namoro deve ampliar nossos horizontes: Do jeito como o namoro é concebido
hoje, trata-se de duas pessoas com o seu foco uma na outra. Muitos se afastam dos
amigos e até do convívio familiar, empobrecendo muito nossas experiências.
É preciso ter um cuidado para não nos deixarmos enganar pela pressão de se “viver
uma paixão” e nos deixarmos, especialmente pela fragilidade de vínculo no namoro,
nos afastar dos outros que amamos, de sua companhia, de seus conselhos, de suas
conversas. Especialmente quando se trata dos nossos pais.
6. O namoro ajuda a nos preparar para o futuro: É certo que só temos o tempo
presente para viver, mas também não podemos simplesmente ignorar o futuro. A
energia despendida no namoro não deve ser roubada de outros projetos que envolvem
o nosso amanhã. Ao contrário, o namoro já é um treino para construir o futuro e não
deve nos alijar dos nossos projetos, como por exemplo, uma moça que deixa de ser
catequista para ter mais tempo com o namorado, ou o rapaz que desiste de fazer um
determinado concurso porque não teria como conciliar o tempo de estudo e a atenção
para com a sua namorada. Os projetos para o futuro precisam ser construídos juntos.
7. Saber aproveitar o tempo em que se está solteiro: Estar solteiro não é um
martírio: é um tempo que Deus nos dá com oportunidades infinitas de crescimento,
aprendizado e serviço e não simplesmente uma oportunidade de arrumar um (a)
namorado (a). A beleza da liberdade da “solteirice”, quando bem usada, pode ser muito
proveitosa.
8. Analisar o outro em situações reais: O namoro nos moldes atuais acaba criando
um ambiente artificial. Os jovens são ensinados a fingirem ser o que não são e agirem
como nunca agiriam só para agradar o(a) outro(a) e se sentir amado(a) por ele(a).
Muitos casados encontram tempo para “namorar”, ou seja, sair da rotina, ir para um
restaurante ou passar um final de semana fora, como se os filhos, as contas, o
trabalho, não existissem. Criam um ambiente artificial que propicia o romance.
Mas para aqueles que querem realmente namorar para encontrar alguém em vistas de
um possível matrimônio, a prioridade deve ser viver a vida real. Observar como a
pessoa se comporta com os familiares e os amigos, como ela é no estudo ou no
trabalho, como ela reage diante dos problemas... são esses os tipos de perguntas para
os quais devemos buscar as respostas.
9. A qualidade do tempo que o casal passa junto: Na concepção atual namorar é
passar o tempo sozinho, um com o outro. Essa é uma situação altamente artificial. Na
vida cotidiana, estamos quase que o tempo todo cercado de gente!
Aproveitar o período de namoro significa conhecer como o(a) outro(a) age na família,
no lazer, no estudo, no trabalho, pois essas constituirão a maior parte das vivências
também após o casamento. Será um tempo muito mais bem aproveitado e que exigirá
muito menos autocontrole que quando estamos a sós.
10. Amar é uma decisão: Os sentimentos vêm e vão. Por isso, os relacionamentos
baseados em sentimentos são tão frágeis e fugazes. A sabedoria popular já diz: “O
amor é cego.”. Entretanto, amar verdadeiramente nos faz enxergar, ver além das
aparências, e abre a nossa capacidade de discernimento. Essa capacidade de “amar” é
que devemos buscar no tempo de namoro. É claro que o sentimento e a emoção estão
envolvidos. Jacó trabalhou por 14 para poder se casar com Raquel porque a amava
(Gn 29, 19-20). Mas além do amor, em si, ele permitiu que o sentimento se
consolidasse e fez cada minuto valer a pena. Considerando que cremos ser o
matrimônio uma vocação, não podemos estar cegos (nem surdos) para discernimos
corretamente o estado de vida para o qual Deus nos chama.
Enfim, o namoro foi ficando tão deturpado que é preciso voltar às suas origens. É
preciso reaprender a namorar e viver um namoro santo
POR QUE PREGAR UM NAMORO SANTO?
“O Deus da paz vos conceda santidade perfeita.
Que todo o vosso ser espírito, alma e corpo – seja conservado irrepreensível para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1Ts 5,23) Essa palavra nos impulsiona a
crescermos na santidade.
No passado, pensou-se que este convite era para uns poucos escolhidos e designados
à vida sacerdotal ou religiosa. Mas Deus não uniformiza seu chamado, mas faz a cada
pessoa uma proposta pessoal “...eu te chamei pelo nome.
Tu és meu.” (Is 43, 1). O matrimônio também é uma vocação. E o caminho matrimonial,
passa pelo namoro. Assim, namoros santos se tornarão casamentos santos.
Namoro santo não apenas no que se refere à vivência da castidade e da sexualidade,
mas de que o namoro é um espaço em que Deus, o Santo dos santos, possa habitar.
Um namoro será santo não apenas pelas atitudes do casal, mas porque se pode
desfrutar da presença daquele que é a fonte de toda a satisfação em seu meio. A
postura do casal será apenas uma consequência dessa experiência mística.
A PROPOSTA DA CASTIDADE
O Papa João Paulo II, em seu discurso “A Castidade é Essencial para a Preparação
Matrimonial”, nos ensina que nossos gestos e atitudes são “palavras” que dizem aos
outros quem nós somos. As atitudes ligadas à sexualidade revelam o que vai em
nossos corações. Ora, quem nos ama espera que sejamos honestos e falemos apenas
a verdade. Entregar seu
corpo a outra pessoa simboliza o dom total de si. Mas se o casal ainda não está ligado
pelo matrimônio, se ainda estão namorando, eles podem mudar de idéia no futuro.
Assim, essa entrega total não seria verdadeira, ao contrário, incorreria numa
desonestidade. Por isso, o sexo fora do casamento acaba sendo uma mentira.
Não basta apenas amar o(a) outro(a), é preciso dar-lhe a totalidade do seu ser, seu
sobrenome, um futuro seguro, a oportunidade de exercer a paternidade/ maternidade...
Se o casal ainda não pode dar-se totalmente (mesmo!), então, mesmo que se ame
muito ainda não está pronto para o sexo.
O Papa convida os cristãos a não se deixarem levar por aqueles que ridicularizam a
castidade ou o autodomínio. A força de um futuro casamento depende da força do
presente comprometimento a aprender o que é o amor verdadeiro. A proposta da
caridade não traz nada de novo, mas retorna às origens do real sentido do namoro, que
independe da cultura pós-moderna, que quer destruir a família. Dizia Santo Agostinho:
“Concede-me o que me pedes e pedes o que quiseres”. Se Deus nos pede a pureza,
ele nos dará a pureza. Se ele nos pede a castidade, ele mesmo nos concede essa
graça. Claro que Deus não espera de nossa parte uma atitude passiva. Isso
conseguimos pela oração, jejum, vivência sacramental, leitura bíblica, prática da
caridade...
2. A ESCOLHA DA METODOLOGIA DE TRABALHO
Ao prepararmos os encontros com os adolescentes e jovens, além de escolher o tema
a ser abordado, devemos nos preocupar também na metodologia a seguir. Grosso
modo, pode-se optar por dois tipos de abordagens. Vamos ver quais são elas
(definições em pt.wikepedia.org)
- Método dedutivo é a modalidade de raciocínio lógico que faz uso da dedução para
obter uma conclusão a respeito de determinada(s) premissa(s).
- Método indutivo é aquele que parte de questões particulares até chegar a
conclusões generalizadas.
Ao se optar o método dedutivo nos nossos encontros, o movimento de raciocínio é o
seguinte:
1º A MENSAGEM DIVINA 2º COMO ELA SE APLICA À REALIDADE
Já no método indutivo, a proposta é o oposto:
1º A REALIDADE DA VIDA 2º O QUE DEUS ME ENSINA SOBRE ELA
Por exemplo, imaginemos que se deseje montar um encontro sobre o tema da
presença e o amor de Jesus em nossas famílias. Se usamos uma método dedutivo,
podemos começar com a proclamação de Jo 2 (Bodas de Caná) e, a
partir daí explicar o texto bíblico. Esse método é bom para pessoas já iniciadas na fé e
com experiência no estudo bíblicodoutrinário.
A mesma temática, se desenvolvida pelo método indutivo começaria com a
participação dos jovens, falando sobre alguma festa que foram, sobre os motivos para
se dar uma festa, suas festas preferidas, sobre os elementos que não podem faltar
para que uma festa seja especial. A partir da ativação desse tipo de experiência de
vida, bem concreta e conhecida de todos, passa-se à leitura Bíblica das Bodas de
Caná, mostrando como a Palavra de Deus ilumina nossa vida. O método indutivo é o
que tem sido preconizado nos encontros dos Círculos Bíblicos e na Catequese Infantil,
pois favorece o diálogo sobre os mais variados aspectos da vida e mostra como a
Palavra de Deus precisa ter a “palavra final” an história humana.
O fundamental é integrar-se aos grupos pastorais que já trabalham com jovens e
montar o encontro COM eles, pedindo suas opiniões. A Pastoral Familiar fica como co-
promotora e orientadora. Se quisermos desenvolver uma linguagem que atinja o jovem
(usando recursos audiovisuais, dinâmicas, músicas, etc.) precisamos deixar que eles –
os maiores interessados nos conduzam.
A Pastoral Familiar pode também promover um encontro com a mesma temática para
os pais dos jovens namorados, orientando-os sobre como lidar com essa fase e colocar
suas regras mais pelo bom senso, pelo amor e pela
negociação, que pela obrigação. Ao fazerem atividades em conjunto, um hobby, por
exemplo, os pais se aproximam muito de seus filhos e a comunicação é muito
favorecida. O exemplo que os pais dão em casa de ética, respeito, pudor na forma de
vestir e agir também são assuntos-chaves a serem abordados.
O Espírito Santo inspirará nossa criatividade pastoral. Podemos ter a plena confiança
de que: “A pessoa vale mais que os meios, e a graça mais que as pessoas.” (Madre
Maria Helena Cavalcanti, fundadora e superiora geral da Congregação de Nossa
Senhora de Belém)
TEMAS ESSENCIAIS
“Precisamos oferecer encontros de preparação para a vida matrimonial profundos,
participativos e evangelizadores, servindo-nos dos meios modernos e metodologias
adequadas...
Precisamos ser mais exigentes e responsáveis na preparação de nossos fiéis à vida
matrimonial e familiar.”
(D. Orlando Brandes – Apresentação do Guia de Preparação para a Vida Matrimonial,
CNBB)
Como parte do Projeto Arquidiocesano para o Setor Pré-Matrimonial, elaborado em
2009 Além dos temas essenciais já apresentados no GUIA DE PREPARAÇÃO PARA A
VIDA MATRIMONIAL (CNBB) os escolhidos foram:
1- Momento de evangelização – não se trata de um nome de um tema de palestra
propriamente dito, mas indica que todo o EPVM deveria começar e ser permeado pela
Boa Nova. Jesus precisa ser anunciado.
2- A Educação dos Filhos – fundamental para já provocar no casal o debate e a
reflexão como pensam educar seus filhos. Sugerimos que seja inserido logo após o
tema “Paternidade e Maternidade responsáveis”.
3- A Educação na Fé - um aspecto que ganhou destaque dentro do tema da educação
dos filhos, na cultura pós-moderna a dimensão espiritual parece ter perdido o seu valor,
por isso, o futuro casal necessita de orientações nesse sentido.
4- A Oração do Casal – não são apenas as crianças, mas também os adultos que
precisam cultivar a vida espiritual, especialmente entre marido e mulher. Gerar bons
hábitos de espiritualidade conjunta (rezar, ir à Missa, participar de retiros e encontros,
etc...) será extremamente benéfico para unir ainda mais o casal.
Esses quatro temas são apresentados da seguinte forma:
- um aprofundamento para a equipe/ palestrante
- pistas metodológicas para concretizar o tema
- os principais pontos para serem trabalhados com os noivos
Evangelização e situações familiares mais relevantes
1ª situação evangelizadora: o casamento. Celebrarem realmente o Sacramento do
Matrimônio.
Se o futuro da evangelização da Igreja passa pela família o momento fundacional dela
é a celebração sacramental do matrimônio, preparado de uma forma social muito
própria na nossa cultura visual, e cada vez mais a hora do casamento é a hora das
imagens e gravações incansáveis.
Este momento de união do casal entre si e com Deus não pode deixar de ser um
testemunho evangelizador para os assistentes à cerimônia, e será de fato quando os
noivos e os pais realmente católicos a prepararem com beleza e, sobretudo, com
sentido de missão. A missão de anunciar a beleza da imagem de Deus e do seu amor
à humanidade através da consciência dos noivos que transparece através da atitude de
dar maior relevância ao sacramento que recebem do que ao ambiente no qual estão
presente. Flores, roupas, músicas, fotografias, gravações, protocolos cerimoniais
podem ter
menos visibilidade do que a liturgia do sacramento do matrimônio, ainda mais se é
vivida dentro da liturgia eucarística ou Missa.
2ª situação evangelizadora: o amor, o respeito e a ajuda mútua dos
esposos. Serem realmente esposos!
O vínculo afetivo-conjugal resultante da graça específica do sacramento do Matrimônio
torna-se um momento contínuo de evangelização quando o casal sabe enfrentar os
desafios próprios da vida e os vários momentos difíceis pelos quais passa o
casamento.
Esse vínculo agraciado é constituído por três firmes e indissolúveis valores humanos
que são elevados até o plano de Deus: o amor verdadeiro e fiel, o respeito profundo
pela dignidade do cônjuge e a ajuda insubstituível que cada um presta ao outro.
Quando eles não se enfraquecem pela monotonia dos dias e não se desfazem pelos
modos diferentes de ser das pessoas, esses valores, por si só evangelizam e
testemunham a grandeza e a santidade da chamada de Deus ao matrimônio.
3ª situação evangelizadora: ser pai e ser mãe. Viverem realmente a participação
na ação criadora de Deus!
Os pais são ambos responsáveis por tudo que se refere à família, ainda que conforme
o modo de ser de cada um e os dons próprios que tem e que se complementam.
Eles são os primeiros a ensinar a verdade sobre Deus, a unirem as mãos dos seus
filhos em oração e a rezar com eles; cabe a eles, principalmente, a formação moral e,
com o exemplo e com a palavra, ajudarem seus filhos a distinguirem com clareza, o
bem do mal, o verdadeiro do falso, o certo do errado.
A maravilhosa vocação matrimonial e a formosa responsabilidade dos pais
testemunham o valor da vida concebida
e nascida dentro do âmbito de amor e liberdade, bem como o trabalho educativo que
vai conduzindo os filhos à maturidade humana, cristã e social.
4ª situação evangelizadora: família forte e alegre. Ser realmente um lar seguro!
As inseguranças sociais bem como as inseguranças próprias de cada idade e
momentos da vida são contrabalanceadas por uma evangelização – uma boa nova –
vivida, forte e alegremente, nas provas, nos sofrimentos e nas perdas normais
presentes na história da família.
Um lar seguro não é construído num terreno onde as dificuldades e contrariedades da
vida estejam ausentes, mas é edificado sobre a fortaleza de ânimo dos pais e dos
filhos, sobre a alegria cristã que procede do saber do viver como filhos de Deus e,
como não poderia deixar de ser, do amor à Cruz de Cristo, de onde flui toda a graça da
salvação e da qual brota a ressurreição e a vida nova.
A família realmente evangelizada torna-se, como é o desejo de Deus e da Igreja de
Cristo, família evangelizadora, pois sendo a comunidade básica onde se vive e se
comunica o amor, onde se é co-criadora com Deus da vida humana, onde se cultivam
as virtudes e a solidariedade, acaba confirmando uma realidade: uma nação
desenvolve-se da mesma forma como se desenvolve a família na sociedade.
PISTAS:
- O acolhimento para com os noivos, o testemunho cristão de cada membro da equipe
seja bem exercitado nos encontros. Mais do que palavras sobre o amor de Deus é
preciso ter gestos concretos esse amor.
- O momento de evangelização não deve ser uma “palestra” formal, mas uma
pregação, um anúncio da Boa Nova.
- Deve ser distribuído de modo a estar presente em cada dia de encontro com os
noivos, permeando seus diversos momentos e atividades. De preferência, deve estar
bem marcante no início de cada encontro.
- Usar a vida real como ponto de partida.
- Fundamentar o que se fala com a Palavra de Deus, usando trechos curtos e
significativos.
- O testemunho de vida, de fé e de conversão do pregador é fundamental para que os
noivos vejam que Deus age na vida das pessoas.
2- PARA SE TRABALHAR COM OS NOIVOS NO EPVM
PISTAS:
- Os temas “Educação dos filhos” e “Educação na Fé” podem vir após a questão do
planejamento familiar
- Pode-se começar, trazendo para o debate com os noivos algum fato da atualidade
que diga respeito à questão dão papel educador da família.
- O trabalho com as virtudes pode ser dinamizado se for trabalhado em grupos ou com
cada casal fazendo um ranking das cinco (ou dez) mais importantes, etc.
APRESENTAÇÃO DO TEMA:
1. PREPARANDO SUA CHEGADA
* destacar a importância do casal conversar sobre a vinda dos filhos, o que desejam, o
que se propõem, o que precisam fazer, mudar, organizar...
- cuidados necessários com a saúde da mãe e do pai
- mudanças necessárias durante a gravidez nos hábitos, rotinas, na casa.
- dialogar sobre o significado da chegada do filho, sobre o duplo papel que passam a
exercer: esposa/mãe e esposo/pai, do que será necessário abrir mão e do que será
necessário incorporar aos costumes do casal. Preparar-se para viver “a três”.
- desde a vida intrauterina, a criança experimenta sensações sonoras, táteis e
emocionais. Durante a gravidez, é muito importante que se privilegie ambiente que
favoreçam estas estimulações sem exageros. Conversar com a “barriga” tanto o pai
quanto a mãe, devem fazer. A criança se acostuma com a voz de ambos e vai se
sentindo segura e amada, o que contribuirá para fundamentar a sua autoestima.
2. O NASCIMENTO / AMAMENTAÇÃO
* destacar os efeitos psíquicos e emocionais para a criança e os pais
- Nascimento: momento importante para pai, mãe, filho. A forma como ele se dá, o
ambiente onde ele acontece tudo contribui para o bem estar da criança que chega. As
orientações médicas precisam ser seguidas e o casal deve sempre estar de comum
acordo sobre as regras que serão implantadas na ida para casa, como por exemplo,
dias e horários de vistas, permanência de familiares em casa, a divisão das tarefas,
tanto com a criança quanto com a casa de modo geral.
- “Não basta ser pai... tem que participar!” Durante os nove meses, a simbiose que
existe entre mãe e filho é muito grande, afinal eles compartilham muitas sensações.
Mas com o nascimento é hora do bebê ser apresentado ao pai. Cabe a mãe “sair um
pouco de cena” e introduzir na relação a figura paterna, que será de extrema
importância na vida do bebê, assim com a figura materna. Encarregar o pai de certas
funções é benéfico para os três.
- Amamentação: período bastante delicado e importante. Os benefícios para o bebê
são muitos: fisiológicos – é o alimento adequado para esta etapa, suprindo todas as
necessidades; físicos – ter o contato com aquele corpo que durante nove meses foi a
“sua casa”, ouvindo às batidas do coração da mãe; reforça a sensação de segurança e
bem estar; psicológicosa criança se sente amada, cuidada e já aprende a “responder”
aos estímulos externos, procedimento este fundamental para o resto de sua vida;
psicomotores – o esforço para sugar o seio materno contribui para o fortalecimento da
musculatura da face, pré-requisito para a aquisição da linguagem.
- Pai e mãe durante a amamentação: paciência é a palavra de ordem, para ambos. É
um processo difícil, cansativo, mas extremamente importante. Pai deve dar o suporte
necessário e mãe, compreender os obstáculos e ter forças para superálos. Pedir ajuda
sempre que for preciso.
3. CUIDANDO DE SEU DESENVOLVIMENTO
A criança aprende por imitação e repetição. Cabe aos pais em primeiro lugar,
promover experiências onde ela possa aprender como se manifestar ou agir diante do
mundo que se apresenta.
- psicomotor : promover atividades em que a criança possa testar suas habilidades,
arrastando, rolando, engatinhando, andando, sentando...
- linguagem: a imitação aqui é fundamental. O bebê começa a falar na tentativa de
reproduzir os sons que ouve. Conversar com a criança facilita este aprendizado.
Repetir corretamente as palavras emitidas minimiza a possibilidade de problemas
fonoaudiólogos.
- alimentação: a transição do alimento líquido/pastoso; pastoso/sólido deve ser feita no
seu tempo, de acordo com as orientações do pediatra da criança. É importante oferecer
diversos sabores, o paladar também precisa ser “aprendido”. Cuidado também com a
quantidade oferecida e os recursos utilizados para fazer a criança comer. Lugar de
comer é na
mesa, sentado.
- sono: importante observar a rotina do sono da criança. Nos primeiros meses, só
acordam para comer ou quando estão sujos. Depois ficam mais tempo acordados e
dependendo da estimulação visual e auditiva que tenham durante o dia podem
começar a dormir bem menos. É importante estabelecer uma rotina para dormir e
acordar. Fundamental para desenvolver autosuficiência e independência é fazer com
que a criança acostume-se a dormir no seu quarto desde bem pequena.
Começamos a aprender a lidar com nossos medos lá na infância, quando vencemos o
medo de dormir no escuro e/ou sozinho.
- higiene/saúde: a medida que for crescendo é necessário orientar a criança para que
vá cuidando de sua higiene pessoal, aprendendo a cuidar de seu corpo e sua saúde.
Mas lembrando que criança ao brincar, pode e deve se sujar.
- socialização: o convívio com outras pessoas e especialmente outras crianças
favorece bastante o seu desenvolvimento como um todo. Aprender a dividir o espaço, o
brinquedo, as atenções promovem uma compreensão de que o mundo não gira em
torno dela. Os comportamentos socialmente aceitos são aprendidos justamente no
convívio social.
4. A IDADE ESCOLAR
- Como escolher a escola: de preferência perto de casa e de acordo com o
estilo da família. Famílias muito liberais ao buscarem uma escola rígida, tradicional,
acabam criando conflitos para criança, pois os níveis de exigências e cobranças são
diferentes.
- Acompanhar sem “fazer por”: estar por dentro do que acontece na escola é
fundamental, mas é preciso que se deixe aos cuidados da criança, o que lhes cabe.
Quanto mais cedo ele compreender que tem compromissos e tarefas e que deve
executá-las, melhor será seu desempenho escolar.
- Valorizar conquistas/suporte aos insucessos: caminhar junto é dar valor aos sucessos
conquistados – notas, elogios, concursos... e também dar apoio nos momentos de
fracassos. Mostrar que é possível errar e dar a volta por cima, mostrar que nem sempre
se conquista os primeiros lugares, elogiar as boas notas sem cobrar sempre as boas
notas...
5. ENCARANDO A ADOLESCÊNCIA
É a fase do casulo da lagarta antes de virar borboleta. Época de transformações
físicas, mentais, emocionais.
Bastante difícil para uns, tranqüilo para outros. Paciência e compreensão estão na
pauta.
- Como ajudar a adolescer: lembrar-se de que você já passou por isso, trocar
experiência enriquecer e fortalece os vínculos afetivos. Ouvir e orientar sempre. Estar
aberto para acolher as dúvidas, os pedidos de ajuda e ficar atento com os isolamentos
e silêncios duradouros.
- Permitir/proibir: é a idade do “posso fazer”. Cabe aos pais, decidir o que eles podem
ou não podem fazer. Não é a mídia, nem os colegas. Firmeza nas decisões se pode,
pode, se não pode, não pode. Mostrar os possíveis riscos ou incoerências das atitudes.
Deixar claro que caberá a eles o bônus e o ônus de seus comportamentos.
- Autonomia/dependência: Muitas vezes é difícil para os pais dar autonomia. Perceber
que as crianças cresceram, para muitos é doloroso. Mas este caminho, que deve
começar a ser trilhado lá na infância (pequenas coisas que a criança já pode ir
fazendo), ganha força na adolescência. Os limites da entre autonomia e dependência
devem ser estabelecidos pelos pais e mantidos sempre, para que o tornar-se adulto
aconteça de forma gradativa e irreversível.
- Papéis bem definidos: desde cedo os papéis de pai e mãe precisam ficar definidos. A
autoridade, o comando cabe a eles.
Mas é muito comum, na adolescência, os pais “entrarem numa” de ficar amiguinhos
dos filhos. Ser amigo dos filhos é necessário, mas sem perder o status
paterno/materno. Fazer os mesmos programas, usar as mesmas roupas,
descaracteriza, inclusive o papel de filho, que pode de uma hora para a outra, achar-se
no direito de fazer exigências ou assumir o comando das relações.
PISTAS:
- Pode-se começar perguntando aos noivos se eles gostariam de dar aos filhos o que
houvesse de melhor ao seu alcance. Ou ainda se acham normal que o filho herde as
características genéticas de seus pais (cor da pelo, dos cabelos, etc.). É claro que
todos responderão que sim.
- Explicar que, de forma, semelhante os filhos também herdam a fé. E é preciso que os
pais a transmitam como o que de melhor têm a oferecer, assim como escolhem a
melhor alimentação, saúde, escola...
ORAÇÃO DO CASAL
1- COMO ESQUEMATIZAR SUA APRESENTAÇÃO
É muito interessante chamar atenção para a particularidade presente no título, pois não
se quer desenvolver a oração em família, nem a oração dos pais com seus filhos
ajudando-lhes a dar os primeiros passos na amizade com Deus.
O título destaca o casal como um par orante: um homem e uma mulher que são “uma
só carne” (Gen. II, 24), que formam para sempre um par apaixonado, e assim se
espera que sejam, perseverando no amor matrimonial, são na família e para os filhos
um exemplo de oração.
Exemplo vivo e penetrante na mente e no coração de quem os conhece se o casal tem
uma boa escola de oração, e nesse particular convém “sentar-se” diante dos grandes
mestres da vida de oração, começando pelos eminentes
catedráticos, Maria e José.
Entretanto, Nossa Senhora e São José tem o título eminentíssimo de casal orante
porque tinham Deus em casa.
A oração é a base da vida humana e quem prescinde dela, não só nada consegue na
vida, mas sem a busca constante de Deus tudo esmorece, facilmente a pessoa se
confunde e, o que é mais desolador, se afunda.
Na escola de Nazaré o Filho de Deus e de Maria encontrou o clima de oração, formado
pelo sereno tempo de meditação, alimentado pela recitação dos salmos de Davi,
irrigados pelos olhares suplicantes de São José à sua esposa e vice-versa, mantido
pelo costume anual de subir a Jerusalém para estar na casa material de Deus.
Os traços da oração do casal Maria-José certamente ficaram tão esculpidos na mente
e no coração do Menino e do Adolescente Jesus de Nazaré, que mais tarde os
Apóstolos, vendo-o rezar, não resistiram e quiseram entrar na escola que Ele
frequentou: “Senhor, ensina-nos a rezar”.
O primeiro e fundamental traço da oração de Maria e de José foi – e eternamente é – a
contínua presença de Deus: – “O Verbo divino se fez carne e habitou entre nós” ou,
como o Arcanjo Gabriel afirmou a Maria: “O Senhor é contigo”.
Orar é pôr-se diante de Quem sempre está conosco, o Emanuel, o Deus-conosco, e a
vida naquele lar de Nazaré não tinha outra forma de desenvolver senão olhar,
contemplar, colocar-se diante desse “Deus-conosco” e quando Ele não esteve, saíram
à Sua procura e O encontraram no Templo.
A simplicidade e a naturalidade presente nos diálogos de Maria-José com Jesus e no
sentido contrário surgiram uma vez que o seu tema e conteúdo eram a vida cotidiana.
Tudo o que interessava a um, interessava aos outros dois: alegrias, tristezas, trabalhos,
experiências, até os menores fatos da jornada.
A oração é a base fundamental da vida exatamente porque é comércio íntimo de amor:
amar a quem se sabe que é Amor e que primeiro ama, e que desde toda a eternidade
chama e espera este momento de diálogo, onde o tema e o conteúdo é a própria vida,
dom amoroso de Deus.
Tempo, tema, ocasião da oração do casal dependem apenas de uma decisão: não
esperar dia nem hora ideais para ambos estarem juntos para entrarem juntos no
coração de Deus, para sentirem-se amados e amar a fim de alimentar o amor
matrimonial do qual transborda o amor paterno-maternal.
– o sofrimento, a Cruz – Jesus Cristo demonstrou o que Ele tinha aprendido em Nazaré
da sua Mãe dolorosa.
Quando São José adoeceu e morreu Cristo viu Nossa Senhora sofrer e consumiu-se
na atenção com seu amado esposo: cuidou com compaixão dele e chorou
dolorosamente diante do seu túmulo, e entre lágrimas e soluços com certeza repetia
uma sua habitual oração: “Faça-se em mim segundo a Sua Palavra”. Essas palavras
cheias de dor na alma ecoaram no íntimo do Seu Filho, que as pronunciou entre
lágrimas, gemidos e suor de sangue entre as oliveiras do Horto: “Afasta, Pai, de mim
este cálice, mas não se faça a minha vontade, mas a tua”... o mesmo faça-se segundo
a Palavra de Deus-Pai que brotou dos lábios de Maria.
Doenças incuráveis dos seus pais e, talvez, de algum dos filhos; filha que engravida na
adolescência; filho que vai para o mundo das drogas; desemprego; apertos
econômicos; falta do necessário para se viver com dignidade e não se vê solução em
curto prazo; falecimento de um filho pequeno; não possibilidade biológica de serem pai-
mãe; a esterilidade; etc...
Quantas vezes o casal junto, abraçado e enxugando as lágrimas tem que orar com
palavras saídas da boca de Maria e de Jesus: “Faça-se em mim segundo a tua
palavra”, e dessa perfeita concordância de vontades nasce a paz e a alegria da
renovação no amor a Deus e no amor matrimonial.
Oração do casal, escola de oração na família, fonte de amor na família, clima de fé
firme e de esperança alegre que suaviza as diferentes estações da vida matrimonial. * Texto elaborado por Dom Antônio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro
Modelos de ficha de inscrição, entrevista, avaliação, certificado, em anexo:
Casal Referencia Setor Pré matrimonial
Odenei e Andreia / Ailton e Márcia
Fone: (42) 3624 5980
Email: odeneijm@yahoo.com.br / andreaepmar@yahoo.com.br
CRONOGRAMA DO ENCONTRO DE NOIVOS
SEXTA-FEIRA HORÁRIO ATIVIDADE
Equipe de canto/
EXECUÇÃO
Intercessão
19:00 Recepção dos noivos/música
19:20 Oração (Entrada da Sagrada Família)/música
19:30 Regras e normas para o encontro
19:40 Dinâmica de apresentação/Noivos
20:20 Cafezinho/música Cozinha
20:35 Conhecimento de si e do outro/música
21:10 Sacramento do matrimônio
21:40 A importância da oração do casal
22:00 Oração da noite/Avisos/música
SÁBADO Equipe de canto...
Intercessão
13:15 Recepção dos noivos/música Grupo
13:30 Oração inicial/Entrada N. Senhora
13:50 Ciúme
14:30 Teatro diálogo
14:45 Diálogo
15:25 cafezinho
15:45 Planejamento familiar e sexualidade Cozinha
16:00 Clipe Dom da Vida
16:50 Paternidade e maternidade responsável
17:00 Adoção
17:40 Como lidar com a família do outro
18:20 Espiritualidade e encontro com os pais
19:00 Preparar para Missa e intervalo
19:20 Missa Equipe do dia
20:40 Jantar romântico Cozinha
DOMINGO Equipe de canto...
Intercessão
8:00 Acolhida/oração/música Grupo
8:15 Café para todos Cozinha
8:30 Orçamento doméstico/ Importância do dízimo
9:00
Alcoolismo e dependência
10:00 Pastoreio
10:30 Avaliação do encontro
11:00 Encerramento/Dinâmica
11:20 Avaliação Pastoral
Pastoral Familiar
Diocese de Guarapuava/Pr. Decanato ...
FFIICCHHAA DDEE IINNSSCCRRIIÇÇÃÃOO PPAARRAA EENNCCOONNTTRROO DDEE NNOOIIVVOOSS
IIDDEENNTTIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDEELLAA ::
Nome : ______________________________________________________________________________
Data de nascimento : _____/_____/_____ Local : ______________________________________
Filiação:______________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Endereço : ________________________________________________ Fone : ___________________
Bairro : __________________ CEP.: _______________ Cidade : __________________ UF : _____
Trabalho/Empresa : ____________________________________________________________
Fone : _____________________ Profissão ___________________________________________
Escolaridade : ( ) 1º Grau ( ) 2º Grau ( ) 3º Grau Outros : ____________________
Batizado ( )S ( )N Eucaristia ( )S ( )N Crisma ( )S ( )N
Qual a sua religião : __________________ Qual a Paróquia que participa : __________________
Participa de algum movimento: ( )S ( )N Quais : ______________________________________
IIDDEENNTTIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDEELLEE ::
Nome : ______________________________________________________________________________
Data de nascimento : _____/_____/_____ Local : ______________________________________
Filiação______________________________________________________________________________
Endereço : _________________________________________________ Fone : ________________
Bairro : __________________ CEP.: _______________ Cidade : ____________________ UF : __
Trabalho/Empresa : ___________________________________________________________________
Fone : _____________________ Profissão : __________________________________________
Escolaridade : ( ) 1º Grau ( ) 2º Grau ( ) 3º Grau Outros : ____________________
Batizado ( )S ( )N Eucaristia ( )S ( )N Crisma ( )S ( )N
Qual a sua religião : __________________ Qual a Paróquia que participa : __________________
Participa de algum movimento: ( )S ( )N Quais : _______________________________________
Tempo de namoro : _______________________ Data provável do Casamento :__ __/_____/______
Em que Paróquia (Igreja) pretendem se casar : _____________ Cidade : _______________ UF : ___
Onde pretendem morar após casarem :( ) Casa própria ( ) Dos pais ( ) Aluguel ( ) Não decidiram
________________________________________
________________________________________
NOIVA NOIVO
PASTORAL FAMILIAR / ENTREVISTA COM OS NOIVOS
Paróquia:
RESPONDA COM SINCERIDADE
1. Para você o que é família?
2. Formar uma nova família é uma experiência sagrada. C/ você se relaciona com a família dele
(a)?
3. O que você pensa em relação ao sacramento do matrimônio?
4. Preparar a celebração do casamento é fundamental. O que vocês sabem sobre essa
celebração?
5. Pretendem ter filhos? Quantos? Quando? Já conversaram sobre planejamento familiar? O que
decidiram?
6. Qual sua opinião em participar de movimentos da Igreja? Você participa?
7. O que você espera do encontro de noivos? Qual assunto gostaria que fosse dado maior
ênfase?
8. Pensando no seu relacionamento e tempo de noivado cite alguns pontos:
Positivos:
Negativos:
Nome: Idade:
Pastoral Familiar
AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDOO EENNCCOONNTTRROO DDEE NNOOIIVVOOSS 1) Dos assuntos abordados neste Encontro, o que mais servirá para o futuro do casal?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2) Em relação aos métodos naturais de planejamento familiar, e sexualidade. Qual a sua
opinião?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
3) Após participarem do encontro em preparação para vida matrimonial sentem-se preparados
para formar uma família cristã? Explique:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
4) Desejam o acompanhamento da pastoral familiar ate o casamento, na preparação litúrgica e
cerimonial da igreja?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
5) Deixe para nós uma sugestão de melhoria para nossos futuros Encontros de Noivos:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Pastoral Familiar Diocese de Guarapuava/Pr.
Decanato ...
Certificamos para os devidos fins que os noivos:
_________________ _____ e ______________________
Participaram do Encontro de Preparação para a Vida Matrimonial nos dias , e de________ de 2011 na
Paróquia______________________________
Guarapuava,__ de__________ de 2011.
___________________ ________ ___________________________________
Pároco Pastoral Familiar / Pré-Matrimônio
Pastoral Familiar Diocese de Guarapuava/Pr.
Decanato ...
Certificamos para os devidos fins que os noivos:
________________________e _____________________
Participaram do Encontro de Preparação para a Vida Matrimonial nos dias , e de _________ de 2011 na
Paróquia______________________________________
Guarapuava,___ de_________ de 2011
____________________________ _________________________________
Pároco Pastoral Familiar / Pré-Matrimônio
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