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1
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial
Jéssica Martielly Nunes Pereira
ANÁLISE DE RUÍDO EM CENTROS URBANOS: UM ESTUDO DE CASO DA CIDADE DE BETIM – MG.
Belo Horizonte
2019
2
Jéssica Martielly Nunes Pereira
ANÁLISE DE RUÍDO EM CENTROS URBANOS: UM ESTUDO DE CASO DA CIDADE DE BETIM – MG.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Geografia Tratamento da
Informação Espacial da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais, como requisito para obtenção
de titulo de Mestre em Geografia.
Orientador: Prof. Dr. Sandro Laudares
Área de concentração: Análise Espacial
Belo Horizonte 2019
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Pereira, Jéssica Martielly Nunes
P436a Análise de ruído em centros urbanos: um estudo de caso da cidade de Betim-
MG / Jéssica Martielly Nunes Pereira. Belo Horizonte, 2019.
74 f. : il.
Orientador: Sandro Laudares
Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Programa de Pós-Graduação em Geografia - Tratamento da Informação Espacial
1. Ruído – Betim (MG). 2. Ruído urbano. 3. Ruído - Medição. 4. Mapas de
zoneamento. 5. Poluição sonora. 6. Controle de ruído. I. Laudares, Sandro. II.
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em
Geografia - Tratamento da Informação Espacial. III. Título.
CDU: 534
Ficha catalográfica elaborada por Renata Diniz Guimarães de Oliveira - CRB 6/2646
3
Jéssica Martielly Nunes Pereira
ANÁLISE DE RUÍDO EM CENTROS URBANOS: UM ESTUDO DE CASO DA CIDADE DE BETIM – MG.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geografia-Tratamento da
Informação Espacial da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais como
requisito para a obtenção do título de Mestre em Geografia.
Banca Examinadora:
______________________________________________
Prof. Dr. Sandro Laudares – Orientador (PUC-MG)
______________________________________________
Prof. Dr. Henrique Paprocki (PUC-MG)
______________________________________________
Prof. Dr. Fabrício Ziviani (FUMEC)
Belo Horizonte, 29 de março de 2019
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, por mais essa conquista. Dedico este trabalho à minha avó Helena Cecília Nunes e aos meus pais Claudete Cecília Nunes e Everson de Oliveira Pereira, por todo o apoio ao longo da minha vida. Ao orientador Prof. Dr. Sandro Laudares por todo auxílio e dedicação. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Católica de Minas Gerais pelo empenho em todos os ensinamentos. Ao Thallys, noivo, amigo, companheiro pela sua presença e influencia em minha vida, em especial nesse tempo de estudo. A Nathália, filha e amiga, pelo apoio e paciência com a mamãe estudante. E a todos que de uma forma ou de outra contribuíram na elaboração deste trabalho.
5
RESUMO
O presente trabalho discute os resultados obtidos através do estudo do ruído
urbano da área central do município de Betim em Minas Gerais. O objetivo é testar a
hipótese de que os níveis de ruídos venham ultrapassar os valores permitidos na
legislação atual do município, afetando a saúde e a qualidade de vida da comunidade
que estão diariamente expostas a esses altos níveis de ruído.
Espera-se contribuir para o planejamento urbano do município, já que a
população sonora é uma das principais fontes de denúncias e reclamações do
município.
Dos dados coletados, 91% das aferições realizadas superaram os valores de
referencias da NBR 10.151 e 95% dos dados estão acima do limite estabelecido pela
Lei Municipal. Somente um ponto de amostragem apresentou valores em
conformidade com ambas normativas. O incremento no quadro de poluição sonora
na região central de Betim está associado ao inerente aumento no fluxo de veículos e
pessoas durante o período amostrado.
Palavras-chave: Análise Ruído; Betim; Centros Urbanos; Monitoramento
6
ABSTRACT
This paper discusses the results obtained through the study of urban noise in
the central area of the municipality of Betim in Minas Gerais. The objective is to test
the hypothesis that the noise levels will exceed the values allowed in the current
legislation of the municipality, affecting the health and quality of life of the
community that are daily exposed to these high noise levels.
It is expected to contribute to the urban planning of the municipality, since
the sound population is one of the main sources of denunciations and complaints in
the municipality.
Of the data collected, 91% of the measurements carried out exceeded the
reference values of NBR 10,151 and 95% of the data are above the limit established
by the Municipal Law. Only one sampling point presented values in accordance with
both standards. The increase in noise pollution in the central region of Betim is
associated with the inherent increase in the flow of vehicles and people during the
sampled period.
Key words: Betim; Monitoring; Noise Analysis; Urban centers
7
LISTA DE FIGURAS Figura 1:Representação gráfica para ruído contínuo, intermitente e de impacto .........16
Figura 1: Mapa evidenciando a localização de Betim – MG.........................................26
Figura 3: Fluxograma evidenciando as etapas do trabalho............................................27
Figura 4: Mapa de Zoneamento Urbano estabelecido no Plano Diretor Municipal.....28
Figura 5: Mapa de Zoneamento Urbano estabelecido no Plano Diretor Municipal
Área de Estudo ................................................................................................................29
Figura 6: Representação dos pontos de medição sonora................................................30
Figura 7: Foto do ponto de medição 1............................................................................31
Figura 7a: Mapa da localização do ponto ....................................................................31
Figura 8: Foto do ponto de medição 2...........................................................................31
Figura 8a: Mapa da localização do ponto 2...................................................................31
Figura 9: Foto do ponto de medição 3...........................................................................31
Figura 9a: Mapa da localização do ponto 3...................................................................31
Figura 10: Foto do ponto de medição 4.........................................................................32
Figura 10a: Mapa da localização do ponto 4.................................................................32
Figura 11: Foto do ponto de medição 5.........................................................................32
Figura 11a: Mapa da localização do ponto 5.................................................................32
Figura 12: Foto do ponto de medição 6.........................................................................33
Figura 12a: Mapa da localização do ponto 6.................................................................33
Figura 13: Foto do ponto de medição 7.........................................................................33
Figura 13a: Mapa da localização do ponto 7.................................................................33
Figura 14: Foto do ponto de medição 8.........................................................................34
Figura 14a: Mapa da localização do ponto 8.................................................................34
Figura 15: Foto do ponto de medição 9.........................................................................34
Figura 15a: Mapa da localização do ponto 9.................................................................34
Figura 16: Foto do ponto de medição 10.......................................................................35
Figura 16a: Mapa da localização do ponto 10...............................................................35
Figura 17: Foto do ponto de medição 11.......................................................................35
Figura 17a: Mapa da localização do ponto 11...............................................................35
Figura 18: Foto do ponto de medição............................................................................36
Figura 18a: Mapa da localização do ponto 12...............................................................36
8
Figura 19: Foto do ponto de medição 13.......................................................................36
Figura 19a: Mapa da localização do ponto 13...............................................................36
Figura 20: Foto do ponto de medição 15.......................................................................36
Figura 20a: Mapa da localização do ponto 15...............................................................36
Figura 21: Foto do ponto de medição 16.......................................................................37
Figura 21a: Mapa da localização do ponto 16...............................................................37
Figura 22: Foto do ponto de medição 17.......................................................................37
Figura 22a: Mapa da localização do ponto 17...............................................................37
Figura 23: Foto do ponto de medição 14.......................................................................38
Figura 23a: Mapa da localização do ponto 14...............................................................38
Figura 24: Foto do ponto de medição 19.......................................................................38
Figura 24a: Mapa da localização do ponto 19...............................................................38
Figura 25: Foto do ponto de medição 19.......................................................................39
Figura 25a: Mapa da localização do ponto 19...............................................................39
Figura 26: Foto do ponto de medição 18.......................................................................39
Figura 26a: Mapa da localização do ponto 18...............................................................39
Figura 27: Foto do ponto de medição 21.......................................................................40
Figura 27a: Mapa da localização do ponto 21...............................................................40
Figura 28: Foto do ponto de medição 22.......................................................................40
Figura 28a: Mapa da localização do ponto 22...............................................................40
Figura 29: Equipamentos utilizados em campo.............................................................44
Figura 30: Sonômetro utilizado nas medições...............................................................44
Figura 31: Mapa da situação dos níveis de ruído levantados em campo no período de
10:00 às 15:00.................................................................................................................49
Figura 32: Mapa da situação dos níveis de ruído levantados em campo no período de
18:00 às 22:00................................................................................................................51
Figura 33: Mapa da situação dos níveis em relação ao limite estabelecido na Lei
Municipal nº 5.921/15 no período de 10:00 às 15:00....................................................53
Figura 34: Mapa da situação dos níveis em relação ao limite estabelecido na Lei
Municipal nº 5.921/15 no período de 18:00 às 22:00....................................................54
Figura 35: Mapa da situação dos níveis de ruído levantados em campo no período de
diurno.............................................................................................................................57
Figura 36: Mapa da situação dos níveis em relação ao limite estabelecido na Lei
Municipal nº 5.921/15 no período diurno. ...................................................................59
9
Figura 37: Mapa de ruído da área central de Betim no período de 10:00 às
15:00................................................................................................................................61
Figura 38: Mapa de ruído da área central de Betim no período de 18:00 às
22:00................................................................................................................................68
Figura 39: Mapa de ruído da área central de Betim no período
diurno...............................................................................................................................65
LISTA DE TABELA
Tabela 1: Nível de critério de avaliação para ambientes externos, em
dB(A)...............................................................................................................................22
Tabela 2: Níveis Máximos Permissíveis conforme zoneamento e horário, em
dB(A)...............................................................................................................................23
Tabela 3: Níveis de ruído em dB(A) para os períodos de 10 às 15 e 18 às 22
horas................................................................................................................................46
Tabela 4: Níveis de ruído em dB(A) para o período diurno (entre 07:01 e
22:00)...............................................................................................................................55
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ISO Internacional Organization for Standardization
Leq(A) Nível de pressão sonora equivalente (A) ponderado
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
OMS Organização Mundial da Saúde
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................12
1.1JUSTIFICATIVA.......................................................................................................14
1.2 OBJETIVOS..............................................................................................................15
1.21 Objetivo Geral.........................................................................................................15
1.2.2 Objetivos Específicos.............................................................................................15
1.3 CONTEÚDO DA DISSERTAÇÃO..........................................................................16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................................17
2.1 EMBASAMENTO CONCEITUAL..........................................................................17
2.1.1 Som e Ruído..........................................................................................................17
2.1.2 Classificação do ruído............................................................................................18
2.1.3 Fontes sonoras........................................................................................................20
2.1.4 Fontes sonoras no espaço urbano...........................................................................21
2.2 POLUIÇÃO SONORA.............................................................................................22
2.3 EFEITOS DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO NO SER HUMANO..............................23
2.4 LEGISLAÇÃO E NORMAS ...................................................................................24
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................................27
3.1CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO........27
3.2 PROCEDIMENTOS..................................................................................................30
3.2.1 Pesquisa Bibliográfica............................................................................................30
3.2.2 Mapa de Zoneamento Acústico..............................................................................31
3.2.3 Seleção de pontos de medição................................................................................33
3.2.4 Obtenção dos dados................................................................................................43
3.2.4.1 Dias de Medições................................................................................................43
3.2.4.1 Horário de Medição ...........................................................................................44
3.2.4.2 Tempo Medição .................................................................................................44
3.2.5 Tratamento dos dados............................................................................................45
11
3.2.6 Análises dos dados.................................................................................................47
3.3 PARÂMETROS E EQUIPAMENTOS PARA A COLETA DE DADOS...........................................................................................................................48
4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..........................................................................49
5. CONCLUSÃO............................................................................................................67
REFERÊNCIAS ............................................................................................................71
12
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2003) o
desenvolvimento das cidades e o crescimento demográfico têm acarretado, entre outros
problemas urbanos, o aumento dos níveis de pressão sonora. As atividades de trabalho
(industriais ou de serviços), os meios de transporte, as atividades de lazer e o aumento
da densidade populacional estão diretamente vinculadas à problemática do ruído. O
planejamento ambiental tornou-se um importante ponto de discussão no âmbito da
preservação e conservação da qualidade das águas, do solo e do ar, permitindo que
qualquer atividade seja exercida, desde que esteja em conformidade com a legislação
ambiental e não venha a causar dano ao meio ambiente. A Lei Federal 6.938 de 1981
que institui a Política Nacional de Meio Ambiente define de acordo com Art, 3º o termo
poluição sonora como sendo:
A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente: prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem
desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente ou lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos (BRASIL, 1981).
Tais atividades poluidoras podem-se correlacionar com algumas grandezas seja
físicas ou químicas, que podem ser mensuradas e para as quais, se estabelecem valores
de referência, ou, em outras palavras, padrões de qualidade ambiental (SÁNCHES,
2006).
O crescimento rápido dos centros urbanos vem acarretando o aumento dos níveis
de ruído emitidos, esse problema tem gradativamente diminuindo a qualidade de vida
das pessoas. A intensa exposição a ruídos, principalmente pelo tráfego de veículos na
área urbana, tem causado efeitos à saúde, tanto físicos como perda auditiva, quanto
efeitos psicológicos como agitação, depressão, irritabilidade, alteração da qualidade do
sono e concentração, dentre outros. Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO,
2013) níveis de pressão sonora acima de 65 dB(A) já levam o corpo humano a um
estado de alerta, causando assim as diversas doenças principalmente doenças
relacionadas ao estresse. De acordo com Lacerda et al. (2005) há um alerta para de que
as pessoas estão cada dia mais habituadas com o ruído excessivo devido a sua exposição
13
continua, apresentando incômodos cada vez menos frequentes, porém, os efeitos
nocivos continuam a atuar no organismo.
O mapeamento das características acústicas de um ambiente ou região se torna
importante para avaliação do impacto, a fim de estabelecer políticas públicas de redução
ou prevenção dos efeitos nocivos de níveis elevados de ruído (KO; CHANG, 2011). O
mapeamento de ruído tem a finalidade de criar representações visuais do ruído
ambiental em uma dada área geográfica, assim podendo quantificar de ruído e avaliar a
exposição população a determinados níveis de pressão sonora. Através do mapeamento
também é possível o desenvolvimento de cenários futuros através de modelagem e
simulações. (SANTOS; VALADO, 2004).
A elaboração de mapas de ruído por meio de instrumentos computacionais é
uma das ferramentas importantes para a gestão ambiental, onde permite evidenciar o
cumprimento ou não de determinados níveis de ruído em condicionantes, para efeito de
certificação ambiental. Nesse contexto, as geotecnologias dão apoio à espacialização
dos níveis de pressão sonora por meio de imagens aéreas, ferramentas geoestatísticas e
demais tecnologias de tratamento e manipulação de dados geográficos. (SANTOS;
VALADO, 2004).
Sabendo da importância de se conhecer os níveis sonoros dos centros urbanos,
algumas questões foram levantadas através da elaboração dessa pesquisa: Qual é a
distribuição dos níveis sonoros na área central da cidade de Betim? Quais os locais de
maior e menor intensidade sonora? Qual fator influência na distribuição dos níveis
sonoros?
Através da pesquisa levantou-se a hipótese de que os níveis de ruídos venham
ultrapassar os valores permitidos na legislação atual do município, afetando a saúde e a
qualidade de vida da comunidade que estão diariamente expostas a esses altos níveis de
ruído.
No Brasil, é pouco utilizado o mapeamento sonoro com objetivo de avaliar a
situação dos níveis sonoros de uma cidade ou de centros urbanos. Algumas pesquisas
pontuais vêm sendo realizadas em algumas cidades como: Belém, Curitiba, Aracajú,
Florianópolis (MORAES; LARA, 2005; CALIXTO, 2002; GUEDES, 2005; NARDI,
2008). Para a cidade de Betim esse tipo de trabalho é inédito, assim a pesquisa é de
fundamental importância, pois fornecerá dados iniciais e apoio para futuras decisões
relacionadas a política de controle de ruído e planejamento urbano da cidade.
14
1.1 JUSTIFICATIVA
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a poluição sonora ocupa o
segundo lugar entre as poluições que mais causam impactos e danos a saúde da
população perdendo apenas para a poluição do ar. Um dos motivos para a poluição do ar
ser considerada a mais impactante se deve ao fato de ser uma poluição de maior
percepção visual dos danos causados e do desconforto da pessoa exposta, além de
possuir uma legislação mais rigorosa. Apesar de gerar incomodo e muita das vezes esta
relacionada a diversos problemas de saúde, a poluição sonora não e visível aos olhos e
seus impactos a saúde são ao longo prazo. Os instrumentos públicos de gestão e de
controle de ruído no Brasil são precários e somente alguns trabalhos acadêmicos
abordam o mapeamento de ruído como forma de controle e gestão da poluição sonora
(ZANNIN e SANT’ANA, 2011).
Com isso, há uma preocupação crescente em monitorar os níveis de ruído e o quanto
é prejudicial à saúde da população a exposição diária a esses níveis de ruído. Esse
preocupação teve inicio através da Diretiva Européia em 2002, que visa a elaboração de
mapas de ruído para caracterização de todos os países que compõem o bloco
econômico. O objetivo de elaborar cartas de ruído para todas a cidades visando em
encontrar soluções para mitigar os problemas relacionados a poluição sonora, uma vez
que está diretamente ligado à saúde pública. Desta forma, o mapeamento sonoro torna
visíveis os níveis de intensidade sonora, pois os mapas acústicos apresentam uma escala
de cores que representa os níveis de ruído de uma determinada área de estudo,
facilitando assim a percepção de regiões de maior e menor intensidade sonora,
identificando as regiões em que os níveis sonoros estão acima do que é estabelecido por
lei com isso permite planos de ação para o controle de ruído dessas áreas afeitadas pela
poluição sonora.
Na área de estudo, assim como qualquer outro centro urbano das grandes
cidades, o intenso transito de veículos exerce grande influência no agravamento da
poluição sonora. Além do intenso fluxo de veículos a cidade Betim possui um
agravante, o transporte ferroviário, que passa por principais ruas e avenidas do centro
urbano. Outras fontes como carro de som, construções particulares e públicas, igrejas,
atividades de lazer como bares e casas noturna tem sido responsável por grande parte
das reclamações ao órgão público por parte da população do entorno (LIMA,2012;
SILVA et al., 2012; PEREIRA; LAUREANO; COELHO, 2013).
15
A Secretaria Adjunta de Meio Ambiente de Betim (SEMEIA) tem acompanhado as
questões relativas ao ruído ambiental. Sendo entidade fiscalizadora desde 2012, a
Divisão de Fiscalização Ambiental e Saneamento Urbano (DIFAM) é responsável pela
fiscalização efetiva das questões de danos ambientais do município. A DIFAM realiza o
atendimento ao público para reclamações sobre os danos ambientais onde o excesso de
ruído é a principal queixa. Espera-se contribuir para o planejamento urbano do
município, já que segundo a DIFAM a poluição sonora compõe a principal fonte de
denúncias e reclamações da população betinense.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Medir, representar e avaliar os níveis sonoros obtidos em diferentes pontos
distribuídos em uma parcela da área central da cidade de Betim em Minas Gerais.
1.2.2 Objetivos Específicos
- Identificar e caracterizar as principais fontes de ruído e os locais de menor e maior
intensidade sonora na área de estudo;
- Representar de forma visual os níveis de ruído obtidos através de mapas de ruído,
considerando a representatividade espacial dos níveis de ruído;
- Confrontar os resultados obtidos com os limites permitidos para a área de estudo, de
acordo com o instrumento normativo do município;
- Disponibilizar este mapeamento de ruído, como forma de incentivo para a participação
da população, informando-os e conscientizando-os sobre os riscos da exposição diária
aos altos níveis de ruído;
- Fornecer uma base para o planejamento e desenvolvimento urbano do município.
16
1.3 CONTEÚDO DA DISSERTAÇÃO
A dissertação apresenta uma divisão geral em 5 capítulos, organizadas conforme as
descrições abaixo:
O primeiro capítulo apresenta o tema do trabalho, a importância e motivação da
pesquisa, os objetivos e a estrutura da dissertação.
O segundo capítulo apresenta a fundamentação teórica, apresentando os termos a
serem tratados ao longo da dissertação e os aspectos normativos para o bom
entendimento do trabalho.
No capitulo 3 capítulo foram descritos os procedimentos metodológicos utilizados
em cada etapa da pesquisa.
O quarto capítulo é discutido os resultados obtidos.
No capitulo cinco são apresentados as conclusões a partir dos resultados obtidos
através do mapeamento do ruído urbano na área central de Betim/MG.
17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 EMBASAMENTO CONCEITUAL
2.1.1 Som e Ruído
O som é caracterizado sedo uma vibração ou onda mecânica que e gerada por um
objeto vibrante que se propaga em meios materiais, na qual essas vibrações são geram
uma resposta no sistema auditivo, ou seja, o som vem através das vibrações em
partículas do ar de um determinado objeto que provoca vibração das partículas do meio
que são detectadas pelo ouvido humano. (CARVALHO,2010).De acordo com Bistafa
(2010) o som também pode ser classificado como sendo uma variação de pressão
ambiente perceptível ao sistema auditivo.
Além da definição física temos também a percepção do evento sonoro que é
recebida através dos ouvidos. O ouvido humano tem a capacidade de distinguir eventos
sonoros entre frequências de 20Hz a 20.000Hz na qual se denomina frequência audível
ao ouvido humano. Ainda dentro dessa definição podemos usar o conceito de som para
um evento sonoro agradável ou desejado e em contrapartida o som indesejado, que
causa incomodo ou que atrapalha a percepção sonora do que se deseja ouvir é chamado
de ruído (GOELZER et al, 2001; BIES; HANSEN, 2003). Bistafa (2011) acrescenta que
“o som pode ser associado como sendo a sensação produzida no sistema auditivo e o
ruído sendo como um som indesejado, em geral de conotação negativa”.
Tecnicamente o ruído é caracterizado como um som desprovido de harmonia (PAZ,
2004). A lei nº 5.921 (2015), do município de Betim/MG, define ruído como “sons
indesejados capazes de causar incômodos”.
18
2.1.2 Classificação do ruído
O ruído pode ser classificado de acordo com sua origem, são exemplos de
classificação: ruído ambiental, ruído industrial, ruído de construção, ruído interno às
habitações ou escritórios e ruído devido a atividades de entretenimento ou
recreativas(KINSLER et al, 1982).
Para a realização de medições sonoras é comum classificar o ruído de acordo como
o ambiente acústico na hora da realização da medição (NAGEM, 2004). De acordo com
as Normas Técnicas Brasileiras o ruído é classificado como sendo:
- Ruídos contínuos ou fixos: são aqueles que apresentam pequenas flutuações nos
níveis de pressão sonora, dentro de um determinado período. Por se tratar de pequenas
oscilações durante o período de observação essas flutuações acabam desprezadas.
Como por exemplos ruídos causados por motores elétricos.
- Ruído flutuantes ou intermitentes: são os ruídos que apresentam variações nos
níveis de pressão sonora e que perceptível durante todo o período de observação.
Normalmente são ruídos causados por fontes manuais como uso de ferramenta de
soldagem. O transito de veículos se enquadra nessa classificação.
- Ruídos impulsivos ou de impacto: aqueles que consistem em uma ou mais
explosões acústicas tendo a duração inferior a um segundo. Um exemplo para essa
classificação são os ruídos causados pelas explosões.
19
A norma ISO 1996 Acoustics – Description and measurement of environmental
noise (1982), ainda estabelece as seguintes classificações
- Ruído ambiental: que é caracterizado por ser o ruído gerado pelo próprio ambiente,
ou seja, é ruído composto por todas as fontes sonoras, sendo elas próximas ou afastadas.
- Ruído específico: é o ruído emitido pela fonte a ser investigada. É caracterizado
por ser um elemento do ruído ambiental, na qual pode ser identificado e associado a
uma determinada fonte.
- Ruído de fundo: É o nível sonoro medido através da ausência ou desconsiderando
a fonte de ruído investigada ou estudada. Nagem (2004) exemplifica como sendo um
estudo da caracterizarão do ruído de uma área residencial onde foi desconsiderado o
trafego de veículos.
Figura 1:Representação gráfica para ruído contínuo, intermitente e de impacto.
Fonte:LELAND & RICHARDS, 1998.
20
2.1.3 Fontes sonoras
As fontes sonoras correspondem os elementos responsáveis pela emissão de ruído.
É importante classificar essas fontes, pois essa classificação auxilia na caracterização e
estudo do ruído urbano. As fontes sonoras são caracterizadas de acordo com sua
mobilidade como fixas ou moveis. Onde as fontes fixas são aquelas em que o ruído é
emitido através de objetos ou instalações fixadas permanente em um determinado local,
como indústrias, construções e comércio. Já as fontes móveis são caracterizadas por
serem fontes em constante movimento, são exemplos os veículos automotores
(NIEMEYER, 2017).
Outra classificação é feita de acordo com características geométricas e a distância
entre a fonte e o receptor, são elas:pontuais, lineares e superficiais. Na qual as fontes
pontuais, são aquelas que possuem pequenas dimensões entre a distância da fonte e o
receptor. Nesse caso o ruído emitido se dissipa esfericamente, com isso o nível pressão
sonora encontrado em pontos com a mesma distância da fonte são os mesmos. As fontes
lineares são aquelas que possuem dimensões maiores do que a distância entre a fonte e o
receptor. Nesse caso o nível sonoro emitido pela fonte se dissipa na horizontal, em que é
criado um eixo de ondas sonoras que a altura é a mesma da fonte sonora, As fontes
superficiais apresentam significativas dimensões entre a propagação sonora e o receptor
sonoro, como por exemplo, a propagação do ruído através de portas, janelas ou paredes
(BRUEL & KJAER, 2000; GESGES, 2000).
Por ultimo temos a classificação de acordo com a direção, em que as fotos sonoras
são classificadas em omnidirecionais e direcionais. As fontes omnidirecionais o nível de
pressão sonoro tem a mesma amplitude em todos os pontos de propagação, com isso a
propagação sonora acontece uniformemente em todas as direções, em contrapartida as
fontes sonoras direcionais são aquelas em que a propagação sonora dissipa em uma
determinada direção (BISTAFA, 2011; NIEMEYER, 2007).
21
2.1.4 Fontes sonoras no espaço urbano
O ambiente urbano quando organizado e planejado, prevê o parcelamento do solo
para determinadas áreas de acordo com as diferentes finalidades, são exemplos: área
estritamente residencial, parques industriais, centros comerciais, praças de lazer ou
esportes, corredores de trafego, linhas férreas, portuárias e aeroportos. Dentre as
diferentes finalidades de uso e ocupação do solo, destacam-se como principais fontes de
ruídos presentes nas cidades e podem divididas em quatro categorias: transporte,
indústria, construção civil e doméstico. Além desses, cabe destaque também ruídos
provenientes do comércio, serviços, atividades culturais, de lazer e esportes (NARDI,
2008).
A seguir será abordado as características de algumas das principais fontes de
ruído presentes no espaço urbano:
Atividades culturais, de lazer e religiosas
As emissões de ruídos gerados a partir dessas atividades advêm principalmente
do trânsito de pessoas e veículos. Estes normalmente têm em seu entorno a presença de
caminhões para carga e descarga dos produtos e circulação de seus clientes.
As fontes de poluição sonora urbana, o ruído gerado por bares, restaurantes e
boates são os que acarretam maior demanda de denúncias pelos órgãos ambientais.
Além do ruído gerado por sons ou músicas amplificados, este tipo de estabelecimento
possui também uma grande concentração de pessoas e veículos.
Outra fonte de poluição sonora que merece destaque são os ruídos gerados por
igrejas e templos religiosos, pois muitos utilizam ampliadores sonoros, acarretando
assim queixas de moradores ou frequentadores vizinhos a esse tipo de estabelecimento.
Tráfego de veículos
Dentre as principais fontes de ruído urbano a principal é o trafego de veículos,
que é caracterizado como sendo uma combinação do ruído gerado por veículos leves e
pesados em constante movimento nos principais eixos viários. Ou seja, o ruído de
tráfego é o resultado da soma de todas as fontes de ruído associadas aos veículos
automotores.
22
Segundo Sousa (2004), para o estudo sistematizados do ruido de trafego é
necessário:
- Quantificação e classificação dos veículos que trafegam as vias que compõe o local de
avaliação;
- Idade média dos veículos e condições de manutenção dos mesmos;
- Modo operacional (velocidade constante, aceleração e desaceleração)
- Tipo de pneu utilizado e o tipo de pavimentação;
- Caracterização da via, ou seja, inclinações, curvas e outros;
- Caracterização do meio de propagação;
- Receptores de ruído (residências, escolas, hospitais, etc).
Construção civil
Esse tipo de fonte é caracterizado como temporária, pois terá influência somente
durante o período de construção, ao contrário do ruído gerado por veículos, comércios e
serviços que é considerado fontes permanentes de ruído urbano. A expansão vertical dos
grandes centros urbanos têm se constituído como uma fonte específica à população. A
avaliação do impacto deste tipo de ruído deve ser preferencialmente realizada no
interior do local do reclamante, normalmente utiliza-se restrição no horário para as
atividades de obra com restrição também nos finais de semana para minimizar os
impactos.
2.2 POLUIÇÃO SONORA
Caracteriza como sendo poluição qualquer degradação ambiental, deterioração ou
estrago das condições ambientais. Dentre os tipos de poluição, podemos citar a poluição
sonora que é uma forma de poluição presente nas grandes cidades e vem gerando
conseqüências não só perdas auditivas, mas também vem afetando a saúde física e
emocional dos indivíduos (SANTOS, 1994).
Ao contrário das demais modalidades de poluição que são geradas e lançadas ao
ambiente na forma de matéria, a poluição sonora apresenta apenas como energia. Seu
23
impacto ambiental pode ser controlado ou eliminado a partir de intervenções sobre: a
fonte geradora do ruído, sobre os caminhos da dispersão sonora ou até mesmo sobre o
receptor. Ainda nesse sentido, a poluição sonora pode ser considerada impactante
apenas na esfera local, o que não acontece com a poluição do ar e da água.
A poluição sonora está cada vez mais presente na paisagem ambiental dos grandes
centros urbanos. Estudos realizados afirmam que o principal motivo para esse tipo de
incômodo ambiental é devido à fonte geradora que é o trafego de veículos nas grandes
cidades (GUEDES, 2005).
2.3 EFEITOS DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO NO SER HUMANO
Organização Mundial de Saúde define saúde não sendo somente a ausência de
doenças, mas sendo como o “estado de completo bem estar físico, mental, social e
espiritual”. Um som em um determinado ambiente pode ser desejável, podendo ser um
som que auxilia na comunicação ou ajuda no relaxamento das pessoas. Mas, algumas
vezes o som pode ser indesejável, esses podem gerar somente um incomodo ou podendo
até causar danos temporários ou irreversíveis na saúde e na audição. Estudos realizados
pela OMS apontam que, depois da poluição da água e do ar, a poluição sonora tem
prejudicado mais a saúde humana, esse problema ambiental é classificado como a
terceira prioridade entre as causas de doenças ocupacionais.
De acordo dom Freitas (2006), um som desagradável é muito subjetivo, pois
depende das preferências pessoais e também por valores sociais e culturais. O incomodo
é uma das principais queixas da população exposta a altos níveis de pressão sonora, na
qual interferem diretamente no desempenho de atividades diárias, cansaço, estresse e
etc.
A exposição continua de níveis elevados de pressão sonora pode acarretar dois
tipos de efeitos principais: auditivos e não auditivos. Auditivos são aqueles que em
decorrência da exposição prolongada ou por níveis altos de ruído, podem compromete a
audição e gerar perda auditiva parcial ou total. Já os não auditivos se referem a
transtornos psíquico-fisiologico, sendo os principais problemas o stress, distúrbio do
sono, falta de concentração e diminuição do desempenho cognitivo (BISTAFA, 2011).
24
2.4 LEGISLAÇÃO E NORMAS
Com o objetivo de minimizar níveis excessivos de pressão sonora, foram criadas
legislações internacionais e nacionais que visam à melhoria da qualidade de vida da
população diretamente exposta. O ruído ambiental, bem como a poluição sonora tem
sua definição, caracterização, avaliação e valores permitidos através de normas ou leis,
sejam elas federais, estaduais ou municipais. As normas têm por finalidade estabelecer
valores máximos de ruído permitido para cada região em função da finalidade desta
região ou por zoneamento urbano. As normas internacionais são importantes na
avaliação do ruído, pois fornece uma base para a construção das normas nacionais e na
falta desta ela deve ser considerada. Existem duas principais organizações que regem as
normas internacionais: a InternationalOrganization for Standardization (ISO) que
estabelece metodologias, procedimentos e padrões internacionais para o ruído ambiental
através da norma ISSO 1996 (Acoustics - Description, measurement and assessmentof
environmental noise), e a International Electrotechnical Commission (IEC), que trata os
aspectos relacionados às instrumentações necessárias para melhor precisão dos dados e
avaliação do ruído ambiental (BRÜEL &KJAER,2000).
As legislações brasileiras, nas escalas federal, estadual e municipal, vêm
enfatizando cada vez mais a necessidade de conservação do meio ambiente, e
consequentemente, a melhoria da qualidade de vida ao estabelecer normas, leis e
regulamentações que buscam controlar as intervenções humanas (NARDI,2008).
As legislações ambientais que abordam atividades emissoras de ruído são: a Lei
nº 6.938/81 que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins,
mecanismo de formulação e aplicação e a Lei nº 9.605/98 que dispõe sobre as sanções
penais e administrativas por condutas e atividades degradantes ao meio ambiente. As
resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA funcionam como
base para elaboração das legislações que definem os limites permitidos para emissão de
ruído ambiental. Destaca-se, a Resolução nº 001/90 “dispõe sobre os critérios de
padrões de emissão de ruídos decorrentes de quaisquer atividades (industrial, comercial,
social e recreativa)” (CONAMA, 1990). A partir desta Resolução, todas as atividades
geradoras de ruído devem seguir diretrizes vinculadas à Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) e ao Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), no caso
de ruído produzido por veículos automotores.
25
A ABNT através da norma NBR 10.151 – Avaliação do nível do ruído em áreas
habitadas visando o conforto da comunidade, esta norma estabelece as condições
aceitáveis para os níveis de ruído em ambientes externos e a NBR 10.152 – Níveis de
ruído para o conforto acústico, já está norma estabelece níveis de ruído para ambientes
internos. A NBR 10.151 estabelece as condições exigíveis para a avaliação do ruído
emitido em comunidades, independente da existência ou não de reclamações. O método
de avaliação do ruído baseia-se me uma comparação entre o nível de pressão sonora e o
nível de critério de avaliação, por tipo de área de acordo com os horários diurno e
noturno, que podem ser definidos pelos gestores através dos hábitos da população. Esse
método indica se o nível de pressão sonora encontra-se em uma faixa tolerável ou se
precisa de medidas necessárias para contenção ou redução.
Tabela 1: Nível de critério de avaliação para ambientes externos, em dB(A).
Tipos de áreas Diurno Noturno
Áreas de sítios e fazendas 40 35
Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de
escolas 50 45
Área mista, predominantemente residencial 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área mista, com vocação recreacional 65 55
Área predominantemente industrial 70 60
Fonte: Extraído de ABNT, NBR 10.151/2000.
A poluição sonora na escala estadual, Minas Gerais traz em suas legislações por
meio da Lei nº 7302 de 21 de julho de 1978, que regulamenta o limite máximo
permitido de volume de sons emitidos exteriormente e no recinto que se tem origem. A
Lei nº 7302/78 foi parcialmente alterada pelas leis nº 7604/79; nº 7772/80; nº 10100/90
e nº 12627/97 e também pelo Decreto nº 21228 de 1981. No conjunto, está legislação
defini proibições, penalidades, método e critério de avaliação do ruído ambiental.
Conforme cita a lei, também conhecida como Lei do Silêncio, “é considerado
prejudicial à saúde, à segurança ou ao sossego público qualquer ruído que atingir níveis
de pressão sonora superior a 10 (dez) decibéis - dB(A) acima do ruído de fundo
existente no local, no ambiente exterior do recinto em que têm origem e sem considerar
26
os ruídos proveniente do tráfego, ou que, independentemente do ruído de fundo, atinjam
no ambiente exterior do recinto em que têm origem, nível sonoro superior a 70dB(A)
durante o dia e 60dB(A) durante a noite”(MINAS GERAIS, 1990).
Na legislação municipal de Betim, a Lei nº 5.921, de 10 de julho de 2015
estabelece o controle de emissão de ruídos, sons e vibrações em decorrência de
atividades exercidas no município propondo, para isto, normas de controle, padrões,
critérios e diretrizes (BETIM, 2015). Com esta finalidade, o Plano Diretor Municipal,
Lei nº 4574, de 02 de outubro de 2007 propõe coordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade, além de garantir o bem estar da população
(BETIM, 2007) e a Lei de Uso e Ocupação do Solo, Lei nº 1.744 de 22 de agosto de
1.986, na qual estabelece categorias de uso do solo e o zoneamento da cidade (BETIM,
1986).
A Lei nº 5.921/15 determina os níveis de pressão sonora permitidos de acordo
com o horário e zoneamento da cidade, bem como os equipamentos utilizados para
medição e a forma de avaliação obedecerão às recomendações exigidas nas normas
NBR 10.151 e NBR 10.152. A tabela abaixo exemplifica os níveis sonoros máximos
permitidos por zoneamento e horário, delimitando o período diurno correspondente ao
intervalo entre as 07h01 e às 22h00 e o período noturno entre 22h01 e 07h00.
Tabela 2: Níveis Máximos Permissíveis conforme zoneamento e horário, em dB(A).
Tipos de áreas Diurno Noturno
Zonas de Atividades Especiais (ZAES) 70 60
Zonas Residenciais Mistas (ZRM’S) 65 60
Zona Rural (ZR) 65 60
Fonte: Extraído da Lei nº 5.921/15.
27
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A abordagem sistêmica assume um papel em destaque neste trabalho. De acordo
com Christofoletti (1999), para que haja analises e trabalho com modelagens ambientais
é importante a distinção de um sistema em suas características e fenômenos. A
abordagem sistêmica também pode ser usada em estudos de análise espacial, o Sistema
de Informações Geográficas permite trabalhar com variações espaciais inconstantes e
com uma realidade mais complexa. Portanto, a abordagem sistêmica é base para
elaboração de modelos, definições de categorias de análises e processos de abstração e
representação espacial (VICENTE e PEREZ FILHO, 2003).
Outra abordagem em destaque no projeto proposto é a análise, que consiste em
estudar minuciosamente a qualidade e a quantidade de elementos de um sistema, ou
seja, permite a identificação dos elementos de um sistema e suas. Nesta etapa serão
realizados estudos quantitativos e qualitativos. Outra abordagem que será utilizada é a
abordagem comparativa, pois busca analisar variáveis ou fatos e explicá-los de acordo
com as semelhanças ou diferenças (FACHIN, 2003). Esta abordagem será utilizada no
momento em que os resultados do monitoramento de ruído da área central de Betim
serão comparados, a fim de se encontrar quais são os fatores que influenciam
diretamente e indiretamente.
3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O município de Betim está localizado a 31km da capital do estado de Minas
Gerais e integra a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Possui uma população que
ultrapassa a marca dos 400 mil habitantes e um pólo industrial notável. Tanto o
crescimento demografia quanto a industrialização, foi resultante de um passado
histórico igualmente denso. De um vilarejo surgido no século XVIII com função de
reabastecer as áreas de mineração no estado, Betim teve seu desenvolvimento acelerado
a partir da transferência da capital do estado de Minas Gerais de Ouro Preto para Belo
Horizonte, durante o final do século XIX. A construção da estrada de ferro em 1910
acelerou a construção de novos loteamentos e em 17 de dezembro de 1939, a vila de
28
Capela Nova de Betim passa à condição de município, com apenas o último nome
(SANTOS, 1997).
Em 1941 com a criação do Parque Industrial surgem as primeiras fábricas,
principalmente cerâmicas e siderúrgicas. O processo de industrialização foi
intensificado após a construção e asfaltamento da Rodovia Fernão Dias, que serviu
como um corredor capital mineira e a cidade de São Paulo. No ano de 1976 foi
implantado a FIAT Automóveis S/A e suas indústrias satélites fornecedoras de
autopeças, com isso, Betim passou a ser o segundo pólo industrial automobilístico do
país. A partir de então o município passa ser definitivamente um pólo de
desenvolvimento econômico, na qual essa condição foi responsável pelo acelerado
crescimento populacional devido aos empregos gerados pelo setor industrial. Nas
décadas seguintes a economia do município se manteve impulsionada devido ao setor
automobilístico. Betim passou por um processo de transformação socioeconômico que
alterou não só seu perfil econômico, mas também sua estrutura urbana e social.
Atualmente o município possui uma área territorial de 342.846 km² e está
subdividida administrativamente em oito regionais: Alterosas, Sede (Centro),
Citrolândia, Imbiruçu, Norte, PTP, Teresópolis e Vianópolis. De acordo com o ultimo
censo realizado no ano de 2010 o município de Betim tinha 378.089 habitantes (IBGE,
2010). Em 2015 o total de habitantes foi de 417.307 e em 2016 a estimativa foi
de 422.354 habitantes. Já em 2017, a população estimada foi de 427.146 habitantes
(IBGE, 2017). O crescimento econômico juntamente com o populacional vem
proporcionando cada vez mais quadros de poluição sonora, principalmente da área
urbana de Betim (PREFEITURA DE BETIM).
29
Figura 2: Mapa evidenciando a localização de Betim – MG.
Fonte: Elaborada pela autora.
A escolha da área central de Betim para a realização do mapeamento de ruído foi
devido ao fato de ser uma das regiões de maior movimentação da cidade, em termos de
fluxo de veículos automotores e de pessoas, tanto no horário comercial quanto durante a
noite. A área selecionada apresenta características de uso misto, onde abriga a maioria
dos serviços públicos, o comércio é presente ao longo das principais ruas e avenidas, as
atividades oferecidas nas ruas são bastante diversificadas e utilizadas e há também um
número considerável de edifícios administrativos e residenciais. Essas características
fazem com que um número considerável de veículos e pessoas migre de outros bairros
diariamente a procura desses serviços.
Na área de estudo, assim como qualquer outro centro urbano das grandes
cidades, o intenso transito de veículos exerce grande influência no agravamento da
poluição sonora. Além do intenso fluxo de veículos a região possui um agravante, o
transporte ferroviário, na qual passa pelas principais ruas e avenidas da região central de
Betim. A rápida expansão do centro urbano de Betim não foi seguida de um
planejamento adequado, deixando uma urbanização caótica e desordenada. Outras
fontes como carro de som, som de propaganda em porta de lojas, construções
3.2.1• Pesquisa bibliográfica
3.2.2• Mapa de zoneamento acústico
3.2.3• Seleção dos pontos de medição
3.2.4• Obtenção dos dados
3.2.5• Tratamento dos dados
3.2.6• Análise dos dados
particulares e públicas, igrejas, atividades de lazer como bares e casas noturnas
potencializam o ruído urbano.
3.2 PROCEDIMENTOS
Os procedimentos para a realização do trabalho podem ser sintetizados em:
pesquisa bibliográfica, mapa de zon
obtenção dos dados, tratamento, espacialização e análise dos dados obtidos. Essas
etapas estão representadas pelo fluxograma abaixo (Figura X) e descritas a seguir.
3.2.1. Pesquisa Bibliográfi
A pesquisa bibliográfica é parte fundamental de um trabalho, portanto toda a
fundamentação teórica deste trabalho será realizada através de buscas nas principais
bases de textos nacionais ou internacionais (Artigos, Periódicos da CAPES, Google
Acadêmico, Revistas) voltados para temas pertinentes ao desenvolvimento do projeto,
Figura 3: Fluxograma evidenciando as etapas do trabalho.
Pesquisa bibliográfica
Mapa de zoneamento acústico
Seleção dos pontos de medição
Obtenção dos dados
Tratamento dos dados
Análise dos dados
particulares e públicas, igrejas, atividades de lazer como bares e casas noturnas
potencializam o ruído urbano.
Os procedimentos para a realização do trabalho podem ser sintetizados em:
pesquisa bibliográfica, mapa de zoneamento acústico, seleção dos pontos de medição,
obtenção dos dados, tratamento, espacialização e análise dos dados obtidos. Essas
etapas estão representadas pelo fluxograma abaixo (Figura X) e descritas a seguir.
Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é parte fundamental de um trabalho, portanto toda a
fundamentação teórica deste trabalho será realizada através de buscas nas principais
bases de textos nacionais ou internacionais (Artigos, Periódicos da CAPES, Google
, Revistas) voltados para temas pertinentes ao desenvolvimento do projeto,
Fluxograma evidenciando as etapas do trabalho.
Fonte: Elaborado pela autora.
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particulares e públicas, igrejas, atividades de lazer como bares e casas noturnas
Os procedimentos para a realização do trabalho podem ser sintetizados em:
eamento acústico, seleção dos pontos de medição,
obtenção dos dados, tratamento, espacialização e análise dos dados obtidos. Essas
etapas estão representadas pelo fluxograma abaixo (Figura X) e descritas a seguir.
A pesquisa bibliográfica é parte fundamental de um trabalho, portanto toda a
fundamentação teórica deste trabalho será realizada através de buscas nas principais
bases de textos nacionais ou internacionais (Artigos, Periódicos da CAPES, Google
, Revistas) voltados para temas pertinentes ao desenvolvimento do projeto,
dentre eles, monitoramento de ruído, mapeamento de ruído, ruído urbano, problemas de
saúde associados ao intenso nível de ruído, gestão e planejamento urbano.
3.2.2. Mapa de Zoneamento Acústico
A partir do mapa de zoneamento urbano estabelecido no Plano Diretor
Municipal, Lei nº 4574/07 (BETIM, 2007) e na Lei de Uso e Ocupação do Solo, Lei nº
1.744/86 (BETIM, 1986) foi classificado os limites acústicos.
Figura 4: Mapa de Zoneamento Urbano estabelecido no Plano Diretor Municipal
Fonte
dentre eles, monitoramento de ruído, mapeamento de ruído, ruído urbano, problemas de
saúde associados ao intenso nível de ruído, gestão e planejamento urbano.
ento Acústico
A partir do mapa de zoneamento urbano estabelecido no Plano Diretor
Municipal, Lei nº 4574/07 (BETIM, 2007) e na Lei de Uso e Ocupação do Solo, Lei nº
1.744/86 (BETIM, 1986) foi classificado os limites acústicos.
Mapa de Zoneamento Urbano estabelecido no Plano Diretor Municipal
Fonte: Elaborado pela autora.
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dentre eles, monitoramento de ruído, mapeamento de ruído, ruído urbano, problemas de
saúde associados ao intenso nível de ruído, gestão e planejamento urbano.
A partir do mapa de zoneamento urbano estabelecido no Plano Diretor
Municipal, Lei nº 4574/07 (BETIM, 2007) e na Lei de Uso e Ocupação do Solo, Lei nº
Mapa de Zoneamento Urbano estabelecido no Plano Diretor Municipal
A área de estudo é caracterizada como Zona Residencial Mista (ZRM’s) na qual
o limite permitido para período diurno é de 65 dB(A) e para o período noturno é de 60
dB(A) . Os valores levantados em campo serão inseridos em forma de pontos para
confrontar os valores destes em
Figura 5: Mapa de Zoneamento Urbano estabelecido no Plano Di
é caracterizada como Zona Residencial Mista (ZRM’s) na qual
o limite permitido para período diurno é de 65 dB(A) e para o período noturno é de 60
dB(A) . Os valores levantados em campo serão inseridos em forma de pontos para
confrontar os valores destes em relação aos limites acústicos permitidos.
Mapa de Zoneamento Urbano estabelecido no Plano Diretor MunicipalÁrea de Estudo
Fonte: Elaborado pela autora.
32
é caracterizada como Zona Residencial Mista (ZRM’s) na qual
o limite permitido para período diurno é de 65 dB(A) e para o período noturno é de 60
dB(A) . Os valores levantados em campo serão inseridos em forma de pontos para
relação aos limites acústicos permitidos.
retor Municipal
33
3.2.3. Seleção de pontos de medição
A seleção dos pontos para o levantamento dos dados foi feita através do mapa de
limites acústicos e levou em consideração as formas de acesso e também foram
determinados locais com maior segurança para realização das medições. A distribuição
de pontos foi feita evitando concentração em uma determinada região. Adotou-se uma
distância de 230 a 300 metros de um ponto ao outro conforme a extensão dos
quarteirões, bem como cada via analisada.
O estudo contempla um total de 22 locais de medição de pressão sonora, sedo
que em cada local ocorrerá oito medições, distribuídas em quatro semanas consecutivas.
São descritas, a seguir, as principais características dos vinte e dois pontos de medições.
Fonte: Elaborado pela autora.
Figura 6: Representação dos pontos de medição sonora.
34
Figura 8: Foto do ponto de medição 2 Figura 8a: Mapa da localização do ponto 2
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 7: Foto do ponto de medição 1 Figura 7a: Mapa da localização do ponto 1
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 9: Foto do ponto de medição 3 Figura 9a: Mapa da localização do ponto 3
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
- Pontos 1, 2, 3 e 4: Estão localizados ao longo da principal avenida, a Av. Amazonas,
área predominante comercial e com fluxo intenso de veículos e pessoas devido à
presença lojas, escola técnica, banco de créditos e ponto de ônibus municipais e
intermunicipais ao longo da via.
35
Figura 10: Foto do ponto de medição 4 Figura 10a: Mapa da localização do ponto 4
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 11: Foto do ponto de medição 5 Figura 11a: Mapa da localização do ponto 5
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
- Ponto 5: Está localizada no cruzamento entre a Rua Belo Horizonte com a Rua
Nicolau Alves de Melo, a área é composta por comércios e apresenta algumas
edificações, possui um moderado fluxo de veículos e pessoas, esse ponto também
apresenta a linha férrea ao fundo.
- Pontos 6, 7: O ponto 6 está localizado no canteiro central da Av. Governador
Valadares, já o ponto 7 está localizado na Rua Dr. Antonio Gravata. Os pontos
apresentam em comum diversas lojas e estão localizados próximos a pontos de ônibus e
ao cruzamento entre ruas e linha férrea, por esses motivos apresentam grande fluxo de
veículos e pessoas.
36
Figura 12: Foto do ponto de medição 6 Figura 12a: Mapa da localização do ponto 6
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 13: Foto do ponto de medição 7 Figura 13a: Mapa da localização do ponto 7
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
- Ponto 8: Está localizado próximo ao cruzamento entre as ruas Amim Fares Debian e
Pará de Minas. Compõe-se principalmente de uma área comercial, com grande fluxo de
veículos e pessoas devido à proximidade com o Mercado Central, supermercado, ponto
de ônibus, restaurante popular e feira livre. O ponto também está localizado em frente
ao cruzamento entre a Rua Amim Fares Debian com a linha férrea.
37
Figura 14: Foto do ponto de medição 8 Figura 14a: Mapa da localização do ponto 8
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 15: Foto do ponto de medição 9 Figura 15a: Mapa da localização do ponto 9
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
- Pontos 9, 10 e 11: Os pontos 9 e 10 estão situados na Avenida Amazonas, ambos estão localizados em cruzamentos com semáforos. Já o ponto 11 está situado na Rua Rio de Janeiro. Os pontos localizam-se em uma área predominantemente comercial e apresenta algumas edificações. Possui um grande fluxo de veículos e pessoas devido ao comércio e a presença de escolas e faculdades aos arredores.
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Figura 16: Foto do ponto de medição 10 Figura 16a: Mapa da localização do ponto 10
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 17: Foto do ponto de medição 11 Figura 17a: Mapa da localização do ponto 11
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
- Pontos 12, 13, 15, 16, 17: O entorno destas regiões selecionadas é composto de uma
área comercial mista, apresentando também edificações para fins institucionais que são
exemplos as faculdades representadas pelos pontos 13 e 16, administrativos (cartório de
Betim) e comercial, a área em estudo também possui clinicas e hospital (pontos 15 e
16), bem como áreas destinadas ao lazer e recreação (bares, restaurantes, lanchonetes e
feira livre). Os pontos 12, 13 e 15 estão distribuídos ao longo da Avenida Juscelino
Kubitschek e os pontos 16 e 17 na Avenida Governador Valadares.
39
Figura 18: Foto do ponto de medição 12 Figura 18a: Mapa da localização do ponto 12
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 20: Foto do ponto de medição 15 Figura 20a: Mapa da localização do ponto 15
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 19: Foto do ponto de medição 13
Figura 19a: Mapa da localização do ponto 13
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
40
Figura 22: Foto do ponto de medição 17 Figura 22a: Mapa da localização do ponto 17
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 21: Foto do ponto de medição 16 Figura 21a: Mapa da localização do ponto 16
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
- Ponto 14: Está localizado na Rua Santa Cruz, é uma área com presença alguns
comércios e edificações. Esse ponto esta inserido em uma área que faz ligação com ruas
de predominância residencial e possui um moderado fluxo de veículos e pessoas.
41
Figura 23: Foto do ponto de medição 14 Figura 23a: Mapa da localização do ponto 14
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 24: Foto do ponto de medição 19 Figura 24a: Mapa da localização do ponto 19
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
- Pontos 19 e 20: O ponto 19 está localizado na Avenida Nossa Senhora do Carmo
nessa área esta presente alguns comércios, edifícios administrativos, escola e posto de
saúde. Já o ponto 20 está localizado na Rua Felipe dos Santos, que apresenta uma
característica mais residencial. Ambos os pontos estão em vias de fluxo moderado de
veículos e pessoas.
42
Figura 25: Foto do ponto de medição 19 Figura 25a: Mapa da localização do ponto 19
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 26: Foto do ponto de medição 18 Figura 26a: Mapa da localização do ponto 18
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
- Pontos 18, 21 e 22: Estão localizados ao longo da Rua Inconfidência, que apresenta
uma área predominante comercial com algumas edificações administrativas e
institucionais. Possui um grande fluxo de veículos e pessoas devido às lojas, central de
distribuição dos Correios e o principal Hotel da região Central. A área em estudo
também conta com uma faculdade e uma escola técnica, além dos pontos de ônibus
municipais e intermunicipais ao longo da via.
43
Figura 27: Foto do ponto de medição 21 Figura 27a: Mapa da localização do ponto 21
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
Figura 28: Foto do ponto de medição 22 Figura 28a: Mapa da localização do ponto 22
Fonte: Google Maps, 2018 Fonte: Acervo da autora, 2018
3.2.4. Obtenção dos dados
A partir da escolha dos pontos de medição (22), foram feitos os levantamentos de dados
em campo.
3.2.4.1 Dias de Medições
A escolha dos dias de medições depende muito do objetivo da pesquisa, do tipo
de ruído e fonte geradora em estudo. É recomendado que as medições sejam
padronizadas, sendo realizadas nos mesmos horários e dias das semanas em todos os
44
pontos, mas nem sempre isso é possível devido à disponibilidade de equipamentos,
recursos financeiros e a necessidade de uma equipe para a realização de medições
simultâneas.
Em relação aos dias para de medições é importante escolher dias úteis, pois são
os dias melhores para refletir as características típicas do local e garantir uma maior
confiabilidade dos dados coletados. Para este estudo os dias de medições adotados
foram: terças, quartas e quintas feiras, excluindo assim, as segundas e sextas-feiras pelo
fato de serem dias que costumam sofrer variações de fluxo de veículos.
As medições foram realizadas durante quatro semanas consecutivas com inicio
nos dias 23 e 24 de maio 2018 e nas semanas seguintes nos dias 06 e 07 de junho, 13 e
14 de junho e 20 e 21 de junho de 2018.
3.2.4.2. Horário de Medição
Assim como os dias de medições, a delimitação do horário de medição está
relacionada com o objetivo do mapeamento acústico. Optou-se por utilizar dois horários
de medições, um no período de 10 as 15hrs e outro de 18 as 22hrs. Considera esses dois
horários bem representativos para o levantamento dos níveis de ruído da área de estudo,
pois abrange o período em que ocorre a maior parte das atividades.
3.2.4.3. Tempo Medição
De acordo com a NBR 10.151 (2000), o tempo de medição deve permitir a
caracterização do ruído da área de estudo, podendo envolver uma medição de uma única
amostra ou uma sequência delas.
Uma medição de curto tempo tem a vantagem de agilizar o processo da coleta
dos dados, mas possui o risco de não ter informações suficientes. Em contrapartida, uma
medição longa, que normalmente são utilizadas para se construir a distribuição dos
níveis de sonoros de um determinado local, apesar de ser uma coleta exaustiva pode se
tornar desnecessário, pois poderá gerar resultado igual aos obtidos em intervalos de
tempo menores (NAGEM, 2004). Na maioria das metodologias consultadas os dados
foram obtidos a cada 5, 10 ou 15 minutos por ponto de medição.
45
Para a pesquisa em questão adotou um período de cinco minutos por medição
totalizando 40 minutos de medição por cada ponto de coleta, sendo 20 minutos no
período de 10 às 15hrs e 20 minutos no período de 18 às 22hrs.
3.2.5. Tratamento dos dados
Durante o todo o período de medição qualquer informação ou acontecimento
importante para a análise dos dados coletados será descrito na caderneta de campo,
como por exemplo, características especiais ou mudanças repentinas nas fontes sonoras
serão anotadas juntamente ao horário em que ocorreram. Após cada dia de coleta em
campo todos esses dados foram tabulados em planilhas.
Os dados referentes aos níveis sonoros foram descarregados através do software
especifico do sonômetro, transferidos para computador e organizados em forma de
tabelas para obtenção das médias equivalentes (Leq(A)), valores máximos e mínimos.
3.2.6. Análises dos dados
Os valores obtidos em cada ponto de medição durante as quatro semanas de
monitoramento serão submetidos a testes estatísticos com a finalidade de conhecer o
déficit entre os dois turnos em estudo. A comparação dos valores de cada ponto medido
será determinada através de uma análise de variância, onde será determinando a média
de cada ponto avaliado, bem como os valores máximo e mínimo de dB(A) captados.
Para elaborar o mapa de ruído ambiental, serão utilizados como base os dados
referentes ao valor médio de cada ponto avaliado com suas coordenadas
correspondentes e depois será utilizada a interpolação empregando o Inverso Quadrático
da Distância (IDW - Inverse Distance Weighted), ambos realizados no ArcGIS. O
Inverso quadrático da distância avalia os pesos dos dados durante a interpolação, onde a
influência de cada ponto é inversamente proporcional à distância do nó da malha. A
escolha de interpolar se deve ao fato em que os valores das áreas adjacentes seguem
uma tendência e que se alteraram gradualmente ate o valor medido em uma região mais
próxima. Medições com valores mais próximos determinam a tendência da área
adjacente (ALVES; VECCHIA, 2011).
46
3.3 PARÂMETROS E EQUIPAMENTOS PARA A COLETA DE DADOS
Os trabalhos de levantamento de dados em campo tiveram como principal
objetivo a coleta de dados referentes aos níveis sonoros, para comparar com os limites
estabelecidos em lei. Os procedimentos para a realização das medições foram feitos
seguindo a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 10.151(ABNT,
2000).
Os equipamentos utilizados foram:
• Sonômetro digital marca Minipa modelo MSL – 1352C, com capacidade
de armazenamento de até 32.000 registros, tem como faixa de medida
mínima de 30dB e máxima 130dB. O medidor sonoro foi calibrado antes
de cada trabalho de campo com calibrador marca Minipa modelo MSL-
1326, com precisão de ± 0,5dB.
• Capa protetora do sensor de ruído do mesmo fabricante, acoplado no
microfone do medidor sonoro a fim de minimizar as possíveis
interferências causadas por ventos.
• Tripé para fixação do sonômetro.
• Para medir temperatura e umidade foi utilizado um termohigrômetro
digital marca Minipa modelo MT-230A.
• Caderneta de campo.
47
Figura 30: Sonômetro utilizado nas medições.
Fonte: Acervo da autora, 2018.
Capa protetora do
sensor
Sonômetro
Tripé
Botões de
controle
Fonte: Acervo da autora, 2018.
Figura 29: Equipamentos utilizados em campo.
Tripé
Termohigrômetro
Sonômetro
Calibrador
Caderneta de
campo
48
Os parâmetros utilizados:
• As medições foram feitas em cada ponto através de um medidor de nível sonoro
(sonômetro) na qual o método de avaliação envolve o nível de ruído na escala de
compensação A (decibéis dB(A)), que é a curva captada pelo ouvido humano,
com resposta rápida (fast).
• Segundo a NBR 10.151 (2000) o Leq(A) (nível de pressão sonora contínuo
equivalente expresso na ponderação A, dB(A)), é o ruído contínuo equivalente
durante um certo intervalo de tempo. O Leq(A) deverá ser aplicado quando não
for apresentado um ruído contínuo estacionário, com isso será realizado uma
média temporal dos valores amostrados, conforme a equação abaixo:
Onde, Li é o nível de pressão sonora, em dB(A), lido em resposta rápida (fast) a
cada 5 s, durante o tempo de medição do ruído e n é o número total de leituras.
• As medidas foram efetuadas a 1,2 m acima do solo e no mínimo 1,5 m de
paredes, edifícios e outras superfícies refletoras. A influência de sons
indesejados como o ruído do vento será evitada no microfone do equipamento
de medição, por isso em dias de ventos fortes, as aferições não serão realizadas.
• Outro fator que também deve ser observado é a umidade, que deve estar abaixo
de 80%, pois caso contrário pode colocar em risco o funcionamento do aparelho.
Tabela 3: Níveis de ruído em dB(A) para os períodos de 10 às 15 e 18 às 22 horas.
4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
De acordo com a NBR 10.151 (ABNT, 2000), a área de estudo é
uma área mista, com vocação comercial e administrativa, na qual o Nível de Critério de
Avaliação (NCA) para ambientes externos é de 60 dB(A) para o período diurno e 55
dB(A) para o período noturno. O município de Betim possui legislação própria para
avaliação de ruído, que caracteriza a área de estudo quanto o zoneamento urbano como
Zona Residencial Mista (ZRM) que possui o limite de 65 dB(A) para o período de 7:01
às 22:00 horas e 60 dB(A) para o período de 22:01 às 7:00 horas.
A tabela abaixo (Tabela 3)
avaliado (período de 10hr às 15hr
obtidas nas quatro semanas de medição, sendo uma medição de 5 minutos
ponto uma vez por semana
Níveis de ruído em dB(A) para os períodos de 10 às 15 e 18 às 22 horas.
Fonte: Elaborada pela autora.
4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
De acordo com a NBR 10.151 (ABNT, 2000), a área de estudo é
uma área mista, com vocação comercial e administrativa, na qual o Nível de Critério de
Avaliação (NCA) para ambientes externos é de 60 dB(A) para o período diurno e 55
dB(A) para o período noturno. O município de Betim possui legislação própria para
avaliação de ruído, que caracteriza a área de estudo quanto o zoneamento urbano como
idencial Mista (ZRM) que possui o limite de 65 dB(A) para o período de 7:01
às 22:00 horas e 60 dB(A) para o período de 22:01 às 7:00 horas.
(Tabela 3) expõe os níveis sonoros equivalentes de cada cenário
avaliado (período de 10hr às 15hr e de 18hr às 22hr), bem como as máximas e mínimas
s nas quatro semanas de medição, sendo uma medição de 5 minutos
por semana em cada faixa de horário.
49
Níveis de ruído em dB(A) para os períodos de 10 às 15 e 18 às 22 horas.
De acordo com a NBR 10.151 (ABNT, 2000), a área de estudo é considerada
uma área mista, com vocação comercial e administrativa, na qual o Nível de Critério de
Avaliação (NCA) para ambientes externos é de 60 dB(A) para o período diurno e 55
dB(A) para o período noturno. O município de Betim possui legislação própria para
avaliação de ruído, que caracteriza a área de estudo quanto o zoneamento urbano como
idencial Mista (ZRM) que possui o limite de 65 dB(A) para o período de 7:01
expõe os níveis sonoros equivalentes de cada cenário
e de 18hr às 22hr), bem como as máximas e mínimas
s nas quatro semanas de medição, sendo uma medição de 5 minutos em cada
50
Ao considerar a média das quatro semanas de medição, observa-se com base nos
dados levantados que 95,45% das amostras realizadas no período entre 10 e 15 horas
estão acima do valor de referencia estabelecido tanto pela NBR quanto pela Lei
Municipal. Os valores obtidos variam em uma escala de 39,8 dB(A) alcançando valores
máximos de até 98,9 dB(A). Esses picos de ruído na maioria das vezes são provenientes
vibrações sonoras emitidas pela aceleração dos veículos automotores e caixa de
amplificação sonora usada em lojas como forma de propaganda.
Já no período de medição realizado entre 18 e 22 horas, 95,45 % das amostras
avaliadas estão em desconformidade comparadas aos limites estabelecidos pela NBR
10.151. Como a Lei Municipal nº 5.921/15 apresenta valores de referencia um pouco
mais flexíveis cai para 72,73% o número de amostras em desconformidade no período
de 18 à 22 horas. Os resultados obtidos mostram que os valores em dB(A) variam entre
42 e 96,7.
Ao avaliar nível de pressão sonora contínuo equivalente (Leq(A)) verificou-se
que as médias com níveis maiores de ruído estão presentes em regiões de transito
intenso e concentração comercio e serviços, consequentemente um fluxo maior de
pessoas ao entorno. Já as médias que apresentaram valores menores são aquelas
presentes em regiões afastadas das principais ruas e avenidas comerciais da região
central de Betim, como por exemplo, o ponto 5 localizado ao final da Rua Nicolau
Alves de Melo que está localizada paralelamente a Avenida Amazonas. Apesar de ser
uma rua paralela a principal Avenida da Região Central de Betim, essa região possui
poucas lojas e com presença maior de prédios administrativo. Através dessas
características podemos observar que impacto sonoro da região é menor devido ao baixo
fluxo de veículos e de pessoas.
Ao comparar os valores de Leq(A) obtidos nas duas faixas de horário observa-se
uma variação média de 2,6 dB(A), onde alguns pontos apresentaram os mesmos valores
ou variação peque na de até 1 dB(A) e também pontos que sofreram variações de até 7,7
dB(A). Todos os pontos de maior variação apresentaram valores menores no período de
18 as 22 horas, demonstrando uma redução do nível de ruído após as 18 horas, ou seja,
uma diminuição significativa do ruído emitido após o fim do horário comercial.
51
Podemos observar que os pontos 15,16 17, 19 e 20 que obtiveram valores acima
do limite estabelecido por lei na primeira faixa de horário, passou a se enquadrar na
legislação (valores com Leq(A) inferiores a 65 dB(A), de acordo com a legislação
municipal) na segunda faixa de horário. Já pontos 1 e 7 apresentaram valores idênticos
nos dois períodos avaliados, demonstrando uniformidade dos dados ao durante a faixa
de horário avaliado.
Abaixo os pontos de amostragem estão representados espacialmente através de
mapas, representando os pontos de amostragem na região central de Betim e seus
respectivos valores médios ponderados para os dois cenários avaliados (período 10:00
às 15:00 e de 18:00 às 22:00). Para os 22 pontos de medição foi gerado uma escala de
cores, onde cada cor representa um faixa de nível sonoro, facilitando assim o
entendimento dos cenários analisados.
A Figura 31 representa os níveis de ruído obtidos no período das 10 às 15 horas,
nota-se que 21 dos 22 pontos medidos superaram o valor máximo recomendado pela
legislação municipal (65 dB(A)).
52
Figura 31: Mapa da situação dos níveis de ruído levantados em campo no período de 10:00 às 15:00
Fonte: Elaborada pela autora.
Os pontos que apresentaram as maiores médias foram os pontos 3 e 6 com níveis
de ruído compreendido na faixa de 74,1-76,0 dB(A). Somente o ponto 5 apresenta nível
sonoro abaixo dos 65 dB(A), com valor compreendido na faixa de 59,1 – 62,0 dB(A).
Cerca de 40% dos pontos amostrados estão presente faixa de valores entre 68,1 e 71,0
dB(A). A Avenida Amazonas, principal avenida comercial apresenta níveis de ruído em
sua extensão entre 68,1 e 76,0 dB(A). Sendo que os pontos 1, 2, 4 e 9 estão
compreendidos na faixa entre 71,1 – 74,0 dB(A), o ponto 3 está na faixa de maior
53
intensidade sonora avaliada (74,1 – 76,0 dB(A) e o ponto 10 apresenta valor entre 68,1
– 71,0 dB(A).
Observa-se também que nenhum dos pontos ultrapassaram o limite máximo
permissível ao ruído (85 dB(A)) de acordo com a NR-15, passível de pagamento de
insalubridade para trabalhadores com exposição diária de 8 horas a níveis intensos de
ruído (BRASIL, 2009). Com isso, podemos afirmar que de acordo com os resultados
obtidos que nenhum dos pontos avaliados na área comercial da região central de Betim
e necessário o pagamento de insalubridade pelo empregador. Porém, 95,45% dos pontos
de amostragem possuem problemas quanto ao conforto acústico, onde a maior parte da
região comercial esta exposta a ruídos superiores a 65 dB(A), valor máximo
estabelecido pela Lei Municipal, podendo assim ser prejudicial saúde.
A Figura 32 representa os níveis de ruído obtidos no período das 18 às 22 horas,
cerca de 73% dos pontos de amostragem superaram o valor máximo recomendado pela
legislação municipal, ou seja 16 dos 22 pontos apresentaram valores acima dos 65
dB(A).
54
Figura 32: Mapa da situação dos níveis de ruído levantados em campo no período de 18:00 às 22:00
Fonte: Elaborada pela autora.
Observa-se que 6 dos 22 pontos estão apresentam valores de até 65dB(A)
caracterizado pelos pontos de tons verde no mapa, os pontos 15, 16, 17 e 20 possuem
níveis de ruído na faixa de 61,1 – 65,0 e os pontos 5 e 19 estão compreendidos na faixa
de ruído de 56,9 – 61,0 dB(A). A faixa com maior concentração de pontos é de 65,1 a
68,0 dB(A) com 8 pontos. Os pontos que apresentaram as maiores médias foram os
pontos 1, 2, 6 e 7 com níveis de ruído compreendido na faixa de 71,1-74,0 dB(A).
55
Observa-se também que nenhum dos pontos ultrapassaram o limite máximo
permissível ao ruído (85 dB(A)) de acordo com a NR-15, na qual é necessário o
pagamento de insalubridade para trabalhadores com exposição diária a níveis intensos
de ruído (BRASIL, 2009). No período avaliado que representa o final do horário
comercial da região central de Betim (entre 18 e 22 horas). Nesse cenário cerca de 63%
dos pontos de amostragem possuem problemas quanto ao conforto acústico. Esse valor
um pouco menor ao comparar com os dados obtidos no período de 10 às 15 horas, pois
volume do trafego e as atividades comerciais proporcionam níveis sonoros mais
intensos.
Outra forma de analise dos dados levantados em campo é avaliar a situação dos
níveis de ruído em relação a legislação municipal, portanto foram elaborados mapas que
demonstrassem espacialmente a situação de cada ponto em relação a Lei Municipal nº
5.921/15.
A Figura 33 demonstra os dados levantados em campo no período de 10 às 15
horas que apresentaram em desconformidade com a legislação municipal. No período
avaliado somente um ponto (Ponto 5) apresentou média de ruído dentro do permitido
por lei. Em relação aos demais pontos destacam-se os pontos 3 e 6 considerados
críticos, pois apresentam valores entre 9 e 10 dB(A) acima do limite recomendado. Um
pouco mais que a metade dos pontos, ou seja, 54,54% dos pontos apresentam valores
médios de 1 a 5 dB(A) acima do recomendado por lei.
56
Fonte: Elaborada pela autora.
Figura 33: Mapa da situação dos níveis em relação ao limite estabelecido na Lei Municipal nº 5.921/15 no período de 10:00 às 15:00
Para os dados levantados no período de 18 à 22 horas, podemos avaliar de
acordo com a Figura 34 que apresentam espacialmente os valores médios em
desconformidade com a legislação municipal. No período avaliado 6 dos 22 pontos,
apresentaram médias de ruído dentro do permitido por lei, sendo respectivamente os
pontos: 5, 15, 16, 17, 19 e 20.
57
Figura 34: Mapa da situação dos níveis em relação ao limite estabelecido na Lei Municipal nº 5.921/15 no período de 18:00 às 22:00
Fonte: Elaborada pela autora.
Os pontos 2, 6 e 7 destacam-se por apresentarem valores entre 7 a 9 dB(A)
acima do limite recomendado. Assim como no período avaliado anteriormente a classe
de maior representatividade é a que caracteriza valores médios de 1 a 5 dB(A) acima do
recomendado por lei, onde 10 dos 22 pontos avaliados estão presentes.
Tabela 4: Níveis de ruído em
De acordo com a NBR 10.151 e com a Lei Municipal nº 5.921/15 o período
diurno é caracterizado como o período com
duas faixas de horários avaliados se enquadram dentro de um mesmo período segundo
as duas normativas. Com isso, todos os dados obtidos durante as quatro semanas de
monitoramento serão avaliados
uma media através dos valores obtidos em 10 minutos de
ponto de coleta de dados.
Através desse parâmetro foi realizada uma nova tabela usando uma média
equivalente geral para todos os pontos de mediç
ponderados durante o período diurno variam entre 58,1 à 74,6 dB(A), apresentando
níveis de ruído entre 38,9 dB(A) com picos de até 98,9 dB(A).
Níveis de ruído em dB(A) para o período diurno (entre 07:01 e 22:00).
Fonte: Elaborada pela autora.
De acordo com a NBR 10.151 e com a Lei Municipal nº 5.921/15 o período
diurno é caracterizado como o período compreendido entre 7:01 e 22:00, portanto, as
duas faixas de horários avaliados se enquadram dentro de um mesmo período segundo
as duas normativas. Com isso, todos os dados obtidos durante as quatro semanas de
monitoramento serão avaliados também seguindo esse parâmetro, ou seja, foi gerado
uma media através dos valores obtidos em 10 minutos de monitoramento em cada
Através desse parâmetro foi realizada uma nova tabela usando uma média
equivalente geral para todos os pontos de medição (Tabela 4). Os valores médios
ponderados durante o período diurno variam entre 58,1 à 74,6 dB(A), apresentando
níveis de ruído entre 38,9 dB(A) com picos de até 98,9 dB(A).
58
dB(A) para o período diurno (entre 07:01 e 22:00).
De acordo com a NBR 10.151 e com a Lei Municipal nº 5.921/15 o período
preendido entre 7:01 e 22:00, portanto, as
duas faixas de horários avaliados se enquadram dentro de um mesmo período segundo
as duas normativas. Com isso, todos os dados obtidos durante as quatro semanas de
se parâmetro, ou seja, foi gerado
monitoramento em cada
Através desse parâmetro foi realizada uma nova tabela usando uma média
). Os valores médios
ponderados durante o período diurno variam entre 58,1 à 74,6 dB(A), apresentando
59
Ao considerar a média equivalente geral dos pontos amostrados, observa-se,
com base nos dados levantados, que no período de 7:01 às 22:00 horas (período diurno)
90,90% dos pontos medidos apresentaram níveis acima do recomendado pela NBR
10.151 e 95,45% dos dados estão acima do limite estabelecido pela Lei Municipal. Com
o Leq(A) de 58,1 dB(A) somente o ponto 5 está em conformidade com ambas
normativas. De acordo com a Lei Municipal somente os pontos 5 e 22 estão em
conformidade, com valores de Leq(A) de 58,1 dB(A) para o ponto 5 e 64,9 dB(A) para
o ponto 22.
A Figura 35 representa espacialmente os pontos de amostragem localizados na
região central de Betim e seus respectivos valores médios ponderados para o período
diurno. Um escala de cores foi gerada para representar cada faixa de nível sonoro, a fim
de facilitar o entendimento do cenário avaliado.
No panorama geral podemos notar que 20 dos 22 pontos medidos superaram o
valor máximo recomendado pela legislação municipal. Somente os pontos 5 e 22
apresentaram valores abaixo dos 65 dB(A), onde o ponto 5 está compreendido na faixa
de menor intensidade sonora de 58,1 – 61,0 dB(A) e o ponto 22 com valor
compreendido entre 61,1 e 65,0 dB(A). Os pontos de maior intensidade sonora foram os
ponto 2, 3, 6 e 7 com níveis de ruído compreendido na faixa de 72,1-75,0 dB(A). A
classe com valores entre 65,1 e 69,0 dB(A) apresentou 50% dos pontos amostrados. A
principal avenida comercial do centro de Betim (Av. Amazonas) apresenta níveis de
ruído em sua extensão entre 65,1 e 75,0 dB(A).
Figura 35: Mapa da situação dos níveis de ruído levantados em campo no período de
Observa-se também que nenhum dos pontos ultrapassara
permissível ao ruído (85 dB(A)) de acordo com a NR
pagamento de insalubridade pelo empregador
Porém, de acordo com a legislação ambiental cerca de 91% dos dados lev
em desconformidade, ou seja,
ruídos superiores a 65 dB(A), podendo assim ser prejudicial saúde.
Fonte: Elaborada pela autora.
Mapa da situação dos níveis de ruído levantados em campo no período de diurno
se também que nenhum dos pontos ultrapassaram o limite máximo
permissível ao ruído (85 dB(A)) de acordo com a NR-15, portanto, não é
pagamento de insalubridade pelo empregador em nenhum dos pontos da área em estudo
de acordo com a legislação ambiental cerca de 91% dos dados lev
em desconformidade, ou seja, a maior parte da região comercial esta exposta a
ruídos superiores a 65 dB(A), podendo assim ser prejudicial saúde.
60
Mapa da situação dos níveis de ruído levantados em campo no período de
m o limite máximo
portanto, não é necessário o
em nenhum dos pontos da área em estudo.
de acordo com a legislação ambiental cerca de 91% dos dados levantados estão
a maior parte da região comercial esta exposta a níveis de
61
Foi analisada também a situação dos níveis de ruído durante o período diurno
segundo a legislação ambiental. A partir de um mapa que permite localizar
espacialmente os pontos em conformidade e desconformidade com a Lei Municipal nº
5.921/15.
A Figura 36 abaixo apresenta espacialmente os todos os dados levantados em
campo no período de 7:01 as 22:00 identificando aqueles pontos em conformidade e
aqueles que ultrapassaram o limite estabelecido. Somente dois pontos apresentaram
valores médios até 65 dB(A), sendo eles: ponto 5 e 22. Em relação aos demais pontos
destacam-se o ponto 6, na qual sua média ultrapassa de 9 a 10 dB(A) do limite
recomendado e os pontos 2, 3 e 7 que apresentaram valores médios que ultrapassam de
7 a 9 dB(A) do valor estabelecido. Um pouco mais que a metade dos pontos, ou seja,
54,54% dos pontos apresentam valores médios de 1 a 5 dB(A) acima do recomendado
por lei.
62
Figura 36: Mapa da situação dos níveis em relação ao limite estabelecido na Lei Municipal nº 5.921/15 no período diurno.
Fonte: Elaborada pela autora.
63
Como já mencionado anteriormente, o mapeamento de ruído é importante para
avaliar e diagnosticar uma determinada área. Dessa forma, a elaboração de mapas de
ruído pode ser considerada uma ferramenta que tem como objetivo visualizar
espacialmente a distribuição dos ruídos e compreender a poluição sonora de uma
determinada área. Podendo ser usada nas tomadas de decisões para o controle e
mitigação da poluição sonora.
Para elaborar os mapas de ruído, foram coletados dados referentes a quatro dias
de monitoramento em cada ponto de medição, sendo um dia por semana durante quatro
semanas. Após as medições, os dados coletados foram inseridos em forma de tabelas
(Tabelas 3 e 4) e calculando assim os níveis sonoros equivalentes resultantes das
mensurações em campo. A elaboração do mapa de ruído foi feita através do ArcGis,
onde foi possível calcular os níveis sonoros a partir dos pontos de amostragem
A partir dos valores obtidos através das medições dos níveis sonoros, foi
possível a criação de mapas acústicos com os níveis de pressão sonora equivalente nos
dois horários estudados, utilizando uma escala de cores para representação de cada faixa
de nível sonoro, em que cores frias (azul – verde) representam faixa de valores até o
recomendado por lei (65 dB(A)) e as cores quentes (amarelo, laranja, vermelho e roxo)
representa valores acima do permitido, na qual, cores mais escuras representam níveis
sonoros de maior intensidade.
O primeiro mapa de ruído, ilustrado pela Figura 37, representa a situação dos
níveis sonoros amostrados para o período de 10:00 às 15:00, considerado o horário de
maior atividade comercial.
64
Figura 37: Mapa de ruído da área central de Betim no período de 10:00 às 15:00
Fonte: Elaborada pela autora.
Analisando apenas os aspectos visuais, podemos notar uma quantidade
significativamente maior de cores mais fortes e escuras, em relação as mais claras.
Portanto, podemos afirmar mesmo sem uma analise mais detalhada, que os níveis
sonoros calculados encontram-se consideravelmente mais altos.
O som amplificado das lojas e a movimentação de veículos e aglomerado de
pessoas que foi possível notar durante as coletas, elevam os níveis de pressão sonora,
alcançando em alguns pontos medias de até 76 dB(A). Os maiores valores concentram-
65
se ao longo da principal Avenida da região Central (Av. Amazonas). Tais resultados já
eram esperados devido ao intenso fluxo de veículos, a avenida é caracterizada por um
trafego intenso de veículos e de pessoas e por possuir também um maior numero de
edifícios comerciais e de serviços. Essas características influenciam na geração de
níveis sonoros elevados que permanecem ao longo de toda sua extensão,
conseqüentemente apresentam os pontos com maiores níveis de pressão sonora..
Observam níveis sonoros em torno de 70 – 76 dB(A). Ainda, nas proximidades da Av.
Amazonas, principalmente em vias que cruzam a mesma, são mantidos os níveis
elevados de ruído.
Podemos perceber que as áreas com níveis sonoros de menor intensidade e
dentro do estabelecido por lei, ou seja, com Leq(A) em até 65 dB(A), correspondem a
áreas de menor fluxo de veículos e pessoas, com predominância de prédios e lojas
administrativas. No período avaliado somente áreas ao entorno do Ponto 5 enquadra
dentro da legislação do município.
Observamos que em quase todos os pontos de medição realizados em uma
parcela da área central de Betim, durante o período de 10 as 15 horas estão acima do
limite estabelecido pela Lei Municial nº 5.921/15, variando em uma faixa de 65 DB(A)
e 76 dN(A), exceto pela região entorno do ponto 5 que apresentam valores abaixo dos
65 dB(A). Podemos observar a poluição sonora em praticamente toda área estudada.
A Figura 38 representa o mapa de ruído construído para as amostragens
realizadas no período entre 18 e 22 horas. É notável a predominância de cores escuras
no mapa, indicando assim um ambiente com níveis sonoros elevados. Assim como
observado nas medições, o mapa de ruído mostra que as áreas mais próximas as
avenidas comerciais são as mais afetadas pela poluição sonora. A cor laranjada
predominante no mapa indica que níveis sonoros entre 67 e 71 dB(A) (que é superior ao
limite indicado pela legislação municipal), porém quanto mais próximos a áreas com
um predominância de lojas comerciais, podemos notar cores ainda mais forte indicando
níveis sonoros entre 70 e 74 dB(A). Nesse cenários os pontos
Figura 38: Mapa de ruído da área centra
Os maiores valores concentram
e prédios comerciais na faixa entre 68
Tais resultados já eram esperados considerando
período de 18:00 às 22:00 com a diminuição das atividades do centro comercial
apresenta uma redução do tráfego
das medias avaliadas. Mesmo com
apresentaram os maiores valores médio de Leq(A).
Fonte: Elaborada pela autora.
Mapa de ruído da área central de Betim no período de 18:00 às 22:00
Os maiores valores concentram-se ao longo das principais vias de acesso a lojas
e prédios comerciais na faixa entre 68 dB(A) e 76 dB(A), nos dois períodos avaliados.
Tais resultados já eram esperados considerando-se o fluxo de veículos nestas v
período de 18:00 às 22:00 com a diminuição das atividades do centro comercial
redução do tráfego de veículos e pessoas diminuindo cerca de 3 dB(A)
das medias avaliadas. Mesmo com a redução do tráfego os Pontos 1, 2, 3, 6 e 7
ram os maiores valores médio de Leq(A). Observando-se que no período de 18
66
l de Betim no período de 18:00 às 22:00
principais vias de acesso a lojas
, nos dois períodos avaliados.
se o fluxo de veículos nestas vias. No
período de 18:00 às 22:00 com a diminuição das atividades do centro comercial
de veículos e pessoas diminuindo cerca de 3 dB(A)
os Pontos 1, 2, 3, 6 e 7
que no período de 18
67
as 22 horas os pontos 15, 16, 17, 19 e 20 passaram a enquadrar nos valores
recomendados pela legislação municipal.
No conjunto entre as Figuras 38 e 39 verifica-se que as distribuições das níveis
de ruído variam bastante na área, com pontos em que em um horário apresentam em
desconformidade e no outro horário não. Porém, a maioria dos valores médios dos
níveis sonoros da área estudada obtidos em ambos os períodos analisados tende a um
padrão fora conforto acústico e com predominância da poluição sonora nas principais
vias comerciais.
Como já mencionado, optou-se por analisar cada um dos períodos de coleta de
dados separadamente por se tratar de dois horários considerados de picos de atividades
na região central de Betim. Mas, que estão dentro de um único período segundo a
legislação municipal e a NBR. Portanto, o mapa de ruído abaixo representa as médias
dos valores amostrados dentro do período diurno, com o objetivo de chegar mais
próximo do cenário atual da região central de Betim.
Figura 39: Mapa de ruído da área central de Betim no período diurno
Fonte: Elaborada pela autora.
Mapa de ruído da área central de Betim no período diurno
68
Mapa de ruído da área central de Betim no período diurno
69
Através de uma rápida visualização do mapa de ruído gerado (Figura 39) é
possível observar a predominância de cores escuras, que representam níveis de pressão
sonora elevados. É possível notar também que os níveis sonoros emitidos em vias ao
entorno da Avenida Amazonas é superior aos emitidos pelas vias e regiões mais
afastadas da principal Avenida do centro comercial.
Podemos observar uma forte correlação entre o volume de tráfego e o Leq(A)
medido, os intensos níveis de ruído e conseqüentemente a poluição sonora, está sendo
gerada a partir dos locais onde os fluxos de veículos são maiores. Mas, o ruído emitido
pelo trafego de veículos não é a única fonte causadora da poluição sonora, visto que em
regiões afastadas dos principais comércios também apresentam valores acima do
recomenda por lei. Podemos observar ao longo de toda área comercial amplificadores
de sons para fins de propaganda nas maiorias das lojas, vendedores ambulantes
chamando a atenção dos usuários do Centro através de gritos ou caixinhas de som.
Além do comercio a região estudada abriga boa parte dos serviços públicos de Betim,
por isso há um grande fluxo de pessoas na região a procura desses serviços diariamente.
A falta de fiscalização mais intensa na região acaba condicionando uma situação
favorável para aumento cada vez maior dos níveis de ruído emitido pelas atividades do
centro comercial, gerando assim um aumento na poluição sonora e uma diminuição na
qualidade de vida dos trabalhadores e da população que precisa diariamente dos
serviços da região central.
70
5. CONCLUSÃO
A metodologia adotada nesta pesquisa se mostra uma boa opção para a geração
de mapas de ruído, mas ao longo da elaboração do trabalho percebeu-se a necessidade
da inserção de outros fatores como: número de carros, velocidade media das vias e
edificações. Esses parâmetros dentre outros são necessários para um mapa de ruído mais
próximo do real cenário da área de estudo.
Os mapas de ruído da área mostram que os elevados níveis de ruído são reflexos
do crescimento da cidade e da própria rotina da população, pois advém na maioria das
vezes das atividades cotidianas exercidas na cidade. Regularmente picos superiores a 70
dB(A) foram identificados sendo provenientes do intenso trânsito de veículos na região
central de Betim, da aceleração dos veículos principalmente de caminhões e ônibus, de
caixas de som na forma tanto de fontes fixas (localizadas nas portas das lojas) quanto
fontes móveis (em carros) e também dos sons automotivos que circulam na região. Para
que isso não se agrave ao longo dos anos, é necessário um gerenciamento do tráfego
urbano e a implementação de mecanismos para atenuar o ruído, visando a saúde da
população local.
O mapeamento sonoro da área central de Betim pode ser considerado uma
ferramenta dinâmica com o objetivo de fornecer informação, dados e elementos para
gestão ambiental e controle da poluição sonora. A informação sobre o ambiente sonoro
exposto através de mapas pode ser disponibilizados como consulta através da
comunicação digital, a fim de promover a participação dos cidadãos visando a redução e
controle do ruído ambiental. Essas informações geradas através do mapeamento do
ruído também podem ser utilizadas de forma integrada ao Sistema de Informação
Geográfica Municipal, com objetivo de criação de novas camadas para a base de dados
ambientais de Betim.
A pesquisa demonstrou que o mapeamento acústico é uma importante
ferramenta de análise e compreensão dos cenários sonoros ambientais. Sua utilização
torna-se necessária para a identificação de pontos sensíveis e críticos quanto ao ruído,
facilitando a adoção de medidas necessária para a redução da poluição sonora e auxilia
na gestão e tomadas de decisões referentes a qualidade acústica nas cidades.
Por fim, propõem-se algumas medidas mitigatórias, a fim de minimizar o
impacto ambiental negativo da poluição sonora na área de estudo. O ideal seria um
conjunto de medidas, começando com as de menor custo como: a conscientização da
71
importância em reduzir a frota de veículos utilizados pela população, incentivo ao uso
de transporte público e incentivo o uso transportes alternativos incluindo os aplicativos
de carona. Juntamente com as medidas de custo maiores, na qual são necessários
investimentos e recurso público como a substituição do asfalto por um com maior
absorção sonora, com o objetivo de reduzir a geração de ruído emitido pelo contato do
pneu com o asfalto e também a construção de barreiras acústicas nas laterais da linha
férrea.
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