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ANGELICA AYUMI KATO
MATERIAIS RESTAURADORES ATUAIS PARA
INLAY/ONLAY
LONDRINA
2018
ANGELICA AYUMI KATO
MATERIAIS RESTAURADORES ATUAIS PARA
INLAY/ONLAY
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do diploma de graduação em Odontologia
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Tiossi.
LONDRINA
2018
ANGELICA AYUMI KATO
MATERIAIS RESTAURADORES ATUAIS PARA INLAY/ONLAY
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do diploma de graduação em Odontologia
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Tiossi.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Orientador: Prof. Dr. Universidade Estadual de Londrina - UEL
__________________________________
Prof. Dr. Andres Felipe Cartagena Molina Universidade Estadual de Londrina - UEL
Londrina, _____de ___________de_____.
Dedico este trabalho à minha
mãe, Odete (in memorian), que
foi e sempre será a responsável
por todas as minhas conquistas .
Saudade eterna.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador pela paciência e constante
orientação, e também pela alegria e solicitude que sempre demonstrou desde
que ingressou na Universidade Estadual de Londrina.
Agradeço ao meu pai, Hideo, que é o meu maior exemplo de força
e perseverança.
Agradeço à minha família, sobretudo aos meus irmãos Marta e
Alex, que deram tudo de si para que eu pudesse concluir este curso e sempre
me incentivaram a nunca desistir mesmo passando por momentos difíceis.
Agradeço às minhas amigas, Daniella, Karina, Larissa, Suelen e
Thaise, que me proporcionaram momentos incríveis e recordações que levarei
para o resto da minha vida.
Agradeço à minha dupla, Ana Paula, que desde o primeiro ano da
graduação esteve comigo me ajudando e enfrentando os desafios diários, sua
companhia será minha maior saudade.
Gostaria de agradecer também à minha amiga Angela, que me
ajudou de todas as formas possíveis nesses 5 anos de graduação.
Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe
faltasse uma gota."
(Madre Teresa de Calcutá)
KATO, Angelica Ayumi. Materiais restauradores atuais para inlay/onlay.
2018. 34 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) -
Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2018.
RESUMO
Muito utilizados no passado, os materiais restauradores metálicos tem caído em desuso em restaurações indiretas frente à nova geração de materiais estéticos. São esses, as novas alternativas para a reabilitação de dentes que tiveram boa parte de sua estrutura perdida devido à cárie, fratura ou necessitam de substituição de restaurações insatisfatórias. O objetivo desta revisão de literatura foi abordar os tipos de materiais atuais disponíveis, abordando fatores como adaptação, resistência à fratura, estabilidade de cor e longevidade. A variedade de materiais para restaurações indiretas do tipo inlay ou onlay varia desde resinas laboratoriais, compostos nanocerâmicos, cerâmicas convencionais a cerâmicas reforçadas por leucita ou dissilicato de lítio, por exemplo. A impressão do preparo, que pode ser realizada por moldagem convencional ou escaneamento digital, bem como a técnica de confecção que varia de acordo com o material e as próprias características do preparo, além do cimento e do material restaurador em si, são influenciadores na performance da restauração. Através da pesquisa dos mais recentes estudos, podemos observar que a maior causa de falha nas restaurações é a fratura, e o dissilicato de lítio tem a maior resistência à fratura e também melhor adaptação quando comparado com cerâmica com polímero infiltrado ou resina nanocerâmica. O melhor desempenho em longevidade fica com as restaurações de cerâmica em dentes vitais, que também apresentam a melhor estabilidade de cor quando comparados com a resina nanocerâmica e laboratorial. Palavras-chave: Dental materials; inlay; onlay;
KATO, Angelica Ayumi. Current restoring materials for inlay/onlay. 2018. 34
f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) -
Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2018.
ABSTRACT Long used in the past, metallic restorative materials have fallen into disuse in indirect restorations against the new generation of aesthetic materials. These are the new alternatives for the rehabilitation of teeth that have had a good part of their structure lost due to caries, fracture or need replacement of unsatisfactory restorations. The objective of this literature review was to address the current types of materials available, addressing factors such as adaptation, fracture resistance, color stability and longevity. The variety of materials for indirect inlay or onlay restorations ranges from laboratory resins, nanoceramic compounds, conventional ceramics to leucite-reinforced ceramics or lithium disilicate, for example. The printing of the preparation, which can be performed by conventional molding or digital scanning, as well as the confection technique that varies according to the material and the characteristics of the preparation itself, in addition to the cement and the restorative material itself, are performance influencers of restoration. Through the research of the most recent studies, we can observe that the major cause of failure in the restorations is the fracture, and the lithium disilicate has the greater resistance to the fracture and also better adaptation when compared with ceramics with infiltrated polymer or nanoceramic resin. The best performance in longevity is with ceramic restorations on vital teeth, which also have the best color stability when compared to nanoceramic and laboratory resin. Keywords: Dental materials; inlay; onlay;
Lista de tabelas
TABELA 1 Materiais restauradores abordados nesta revisão ...... Erro! Indicador
não definido.13
Sumário
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 12
2.1 Adaptação .......................................................................................................... 14
2.2 Resistência à fratura ......................................................................................... 18
2.3 Estabilidade de cor ........................................................................................... 21
2.4 Longevidade ....................................................................................................... 24
3 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 28
4 CONCLUSÃO........................................................................................................ 31
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 33
11
1 INTRODUÇÃO
A utilização de materiais estéticos em restaurações indiretas
tomou conta do cenário atual no que diz respeito à reabilitação de dentes com
restaurações insatisfatórias ou com cavidades que variam de amplitude média
à extensa, substituindo os materiais metálicos muito utilizados no passado.
Este fato ocorreu devido à inserção de novos valores na
sociedade, que passou a preconizar a estética, expressando o desejo de não
ter em sua boca restaurações metálicas clássicas, como as incrustações a ouro
ou em amálgama de prata, e passando a preferir a utilização de materiais
estéticos como a porcelana e os polímeros, estes, que além de serem
esteticamente adequados, possuem custo inferior a restaurações metálicas de
ligas nobres, como o ouro. Esses novos materiais possuem boas propriedades
óticas como absorção, refração, transmissão e reflexão da luz, ou seja,
qualidades que as restaurações metálicas não possuem e que por isso não
atendem os desejos de grande parte dos pacientes com relação à estética
bucal.
O avanço no entanto, não se deu somente nos materiais
restauradores, mas também nos materiais de cimentação e nas técnicas de
impressão e de confecção de peças protéticas, permitindo a ampliação do uso
das restaurações adesivas indiretas. Estas, têm se destacado pela excelente
estética, maior facilidade de restabelecer contorno e contatos proximais,
diminuição da contração de polimerização e maior resistência, apresentando
assim ótimos resultados estéticos, mecânicos e de longevidade.
O intuito desta revisão de literatura consiste em compilar,
portanto, as informações atuais sobre as melhores opções de materiais atuais
para restaurações indiretas tipo inlay e onlay, analisando aspectos como
adaptação, estabilidade de cor, resistência à fratura e longevidade. A pesquisa
foi realizada nas bases de dados MEDLINE e PUBMED, utilizando palavras
chaves como inlay onlay materiais, indirect restorations, adaption of indirect
restorations, indirect restorations longevity, fracture strength inlay onlay,
fracture resistence inlay onlay, survival of ceramic restorations.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
Existe hoje uma grande variedade de materiais estéticos, com
aparência e cor natural, que representam um ganho para a odontologia
minimamente invasiva. Um desses materiais é a cerâmica com polímero
infiltrado, que combina as propriedades dos materiais poliméricos e cerâmicos.
De acordo com sua composição química e características de polimerização,
esse tipo de material pode ser subdividido em HT (alta temperatura), que são
polimerizados com cargas de dispersão e possuem uma fase
predominantemente orgânica ou HT / HP (alta temperatura/alta pressão),
polimerizado com polímero infiltrado na rede de cerâmica (PICN), com
predomínio da fase inorgânica (MAINJOT et al 2016).
Os materiais cerâmicos são caracterizados por alta resistência ao
desgaste e alta dureza, mas não podem suportar deformação elástica pois seu
módulo de elasticidade é muito menor que o módulo de elasticidade dos
dentes.(RUSE et al 2014). Diante disso, foi desenvolvido também a resina
nanocerâmica, que é um material que possui em sua composição resina,
sistema cerâmico e cerâmica pura.Foi introduzido no mercado pela Straumann
CARES Digital Solutions em 2011 e depois fabricado pela 3M ESPE para ser
utilizado em coroas, inlays, onlays e facetas. Embora constituído
principalmente de cerâmica, a sua natureza pouco frágil é resultado da adição
de uma matriz de sílica de 20 nm de diâmetro e de zircônia de 4 nm a 11 nm de
diâmetro, produzindo partículas nanocluster de zircônia-sílica, um material
forte, mais duro e mais resistente ao desgaste que a resina. Por ter um módulo
de elasticidade próximo ao da dentina, as forças mastigatórias são absorvidas,
reduzindo a tensão do material. Também oferece excelente resiliência devido
à resistência à flexão de 200 Mpa, causando assim menor desgaste nos
elementos antagonistas. Estas características diminuem a possibilidade de
trincas ou fraturas (SHIBAYAMA et al 2017).
Dentre os materias metal free, uma das opções atualmente
encontradas é o sistema à base de uma cerâmica vítrea de Dissilicato de Lítio,
que apresenta cristais de dissilicato de lítio densamente dispostos e unidos à
13
matriz vítrea. Pode ser utilizado na prática clínica com cimentação adesiva ou
convencional, além de apresentar propriedades ópticas semelhantes à dentição
natural. É um material com resistência entre 360 MPa a 400MPa, propriedade
que o habilita para a confecção de estruturas extremamente finas, evitando,
assim, que sejam feitos desgastes excessivos da estrutura dental
(CARVALHO et al., 2012).
Ainda com o objetivo de desenvolver materiais alternativos, foi
introduzido no mercado pela Vita e também pela Dentisply, o Silicato de Lítio
reforçado por Zircônia: uma cerâmica vítrea, com adesão aos cimentos
resinosos e alta translucidez, com resistência flexural de 420 MPa (segundo os
fabricantes), graças a adição de 10% em peso de zircônia. O sistema de
processamento CAD-CAM (Celtra ™, Dentsply; Suprinity®, Vita) garante
facilidade na produção das peças, com boa estabilidade marginal e polimento.
Segundo o fabricante VITA Zahnfabrik, o silicato de lítio possui resistência a
flexão superior ao dissilicato de lítio, quando expostos a carga dinâmica, bem
como margens mais estáveis e propriedades estéticas melhoradas, além de ser
indicado para restaurações do tipo inlay/onlay.
Esta revisão de literatura teve como objetivo atualizar o cirurgião
dentista sobre esses materiais e o que os estudos mais recentes nos trazem
sobre eles. A seguir uma tabela com todos os materiais abordados na revisão:
Nome Tipo Fabricante Meio de produção
Lava Ultimate Resina Nanocerâmica
3M ESPE CAD-CAM
Cerasmart Resina Nanocerâmica
GC America CAD-CAM
IPS Empress Cerâmica reforçada por leucita
Ivoclar Vivadent Prensagem / CAD-CAM
Vita Enamic Cerâmica com polímero infiltrado
VITA Zahnfabrik CAD-CAM
IPS e.max Cerâmica com dissilicato de lítio
Ivoclar Vivadent Prensagem/ CAD-CAM
VITABLOCKS Mark II
Cerâmica feldspática
VITA Zahnfabrik CAD-CAM
Vita Suprinity Cerâmica com silicato de lítio reforçado por
VITA Zahnfabrik CAD-CAM
14
zircônio
Vita YZ HT Cerâmica com zircônia de alta translucidez estabilizada por ítrio
VITA Zahnfabrik CAD-CAM
Paradigm MZ100 Resina laboratorial 3M ESPE CAD-CAM
SR-Adoro Resina laboratorial Ivoclar Vivadent Fotopolimerizável/ Temperagem à quente
Premise Indirect Resina laboratorial Kerr Fotopolimerizável/ Temperagem à quente
Gradia Resina laboratorial GC America Fotopolimerizável/ Temperagem à quente
Ceramco II Cerâmica feldspática
Dentisply Sirona Convencional
CEREC Blocks Cerâmica feldspática
Dentisply Sirona CAD-CAM
Tabela 1: Materiais restauradores abordados nesta revisão,
2.1 Adaptação
Um dos aspectos mais importantes nas restaurações indiretas
além de resistência à fratura e estética, é a integridade marginal. A precisão é
primordial para o sucesso clínico de restaurações em cerâmica pura por
exemplo, pois a má adaptação marginal expõe a linha de cimentação ao
ambiente bucal e aumenta a retenção de placa, podendo beneficiar o
aparecimento de doenças periodontais e levar à microinfiltração, resultando em
cárie secundária (KOKUBO et al 2005)
A má adaptação interna, por sua vez, reduz o comportamento
mecânico do material em termos de resistência à fratura (PREIS et al 2015;
GUESS et al 2014, KARAYAKA et al 2005; BOIETELLE et al 2014).
O ajuste marginal é influenciado por vários fatores, como
características do término do preparo, espessura do espaço para o material de
cimentação, método de produção da restauração e a cimentação propriamente
15
dita. Um estudo de cinco anos realizado em mais de 1000 restaurações,
concluiu que 120 µm é a abertura marginal máxima tolerável para evitar
potenciais problemas de degradação ou dissolução que podem contribuir para
a perda de cimento (MCLEAN et al 1971). Contudo, outro estudo mais recente
considerou uma lacuna de 150 µm como clinicamente aceitável (SYREK et al
2010) e outros ainda consideram valores marginais de abertura de 100 a 200
µm como clinicamente aceitável para restaurações cimentadas (MOUSLY et al
2014). Esses dados indicam falta de consenso sobre o valor máximo do
tamanho da lacuna marginal.
A justificativa para a preferência em se realizar restaurações
indiretas ao invés de restaurações diretas em resina se dá pela notável
contração de polimerização das resinas compostas (a contração volumétrica
das resinas compostas à base de Bis-GMA é de 1,5 a 3,5% (BOARO et al
2013), 2 a 6 vezes mais propriedades de expansão térmica do que o esmalte e
dentina) e pelo alto desgaste oclusal (12–50µm / ano). Segundo Ting-shu e
Jian (2015), dentes com restaurações indiretas são mais resistentes quando
comparados aos que receberam restaurações diretas, menos propensos a ter
microinfiltrações e o estresse na interface de contato com o cimento dentário é
menor.
Nas restaurações indiretas, entretanto, a precisão da
impressão é essencial para o sucesso da restauração. Atualmente, pode-se
realizar a impressão usando materiais elastoméricos ou realizar a técnica de
impressão digital por meio de scanners. A introdução recente de novas
ferramentas de digitalização e scanners melhoraram muito também os
softwares e dispositivos de fresagem, porporcionando aumento na qualidade
das peças produzidas (VAN NOORT, 2012)
Syrek et al (2010) mostraram que a impressão digital promovia
melhor ajuste marginal de coroas totalmente feitas em cerâmica quando em
comparação com as impressões convencionais de duas etapas. Segundo
esses autores, isso pode ser explicado pelo modo de trabalho da técnica
convencional, onde um modelo é criado para fabricação da coroa, enquanto
que na impressão digital, a peça é projetada diretamente pela digitalização
intraoral, sem criar um modelo intermediário em gesso.
16
Apesar da precisão da varredura no modelo de gesso ser
satisfatória, a peça final pode sofrer deformações devido a contração ou
expansão dos materiais de impressão e do gesso, de acordo com Ting-shu e
Jian. (2015). A partir disso, foi desenvolvido o design auxiliado por
computador, ou CAD-CAM, tecnologia criada na década de 80 e que permite
dois tipos de digitalização: pelo modelo direto, feito no consultório, e pelo
indireto, ou modelo de laboratório. No primeiro modelo, o dentista realiza a
"impressão" da preparação usando um scanner intraoral, e a restauração é
projetada e pode ser feita no próprio consultório do dentista ou enviada a
laboratórios de prótese ou a centros especializados em fresagem. No modelo
indireto, o dentista faz uma impressão convencional com um material
elastomérico e envia a impressão para o laboratório, onde ela é vazada e um
modelo de gesso é produzido para ser digitalizado utilizando um scanner
extraoral. Subsequentemente, a restauração é projetada e confeccionada pelo
técnico através de um sistema CAD-CAM.
Ainda abordando o tipo de processo de fabricação e sua
interferência na adaptação interna, Keshvad et al (2011) compararam o ajuste
marginal e interno de inlays fabricados por duas técnicas diferentes: utilizando
pastilhas de cerâmica de vidro reforçadas por leucita IPS Empress (Ivoclar
Vivadentem Liechtenstein) fabricados por prensagem a quente de acordo com
as orientações do fabricante, e blocos de cerâmica de vidro reforçada por
leucita ProCAD (Ivoclar Vivadent) fabricados pela tecnologia CAD/CAM
CEREC inLab (Sirona Dental System, Germany). Os resultados mostraram
diferença marginal significativamente menores para restaurações ProCAD do
que as restaurações IPS Empress (p ˂0,05). Embora essa diferença marginal
tenha sido significativamente menor nas restaurações ProCAD, os dois
sistemas produziram falhas marginais inferiores a 100 μm, além disso, não
houve diferença significante entre o ajuste interno médio para o IPS Empress
(17 ± 5 μm) e Restaurações ProCAD (23 ± 9μm).
Muitos estudos avaliaram a adaptação interna de inlays e
onlays feitos por CAD/CAM, mas a maioria são realizados utilizando materiais
cerâmicos e não materiais à base de polímeros. Goujat et al (2018) avaliaram a
adaptação interna de inlays confeccionados com quatro materiais diferentes:
17
Duas resinas compostas nanocerâmicas (Cerasmart - GC Europe e Lava
Ultimate - 3M ESPE), uma cerâmica com polímero infiltrado (Vita Enamic - Vita
Zahnfabrik) e uma cerâmica de vidro com dissilicato de lítio usinável (IPS
e.max CAD - Ivoclar Vivadente AG). Os resultados mostraram que discrepância
interna média foi significativamente maior para Lava Ultimate do que para IPS
e.max CAD ou Cerasmart (P <0,05) mas não para Vita Enamic (P> 0,05).
Um outro estudo feito por Ripple et al (2017) avaliou a
adaptação interna e adaptação marginal de diferentes métodos de produção de
inlay em cavidades MOD usando diferentes materiais: Blocos de resina
composta nanocerâmica (Lava Ultimate, 3M ESPE) que foram divididos em
dois grupos, um grupo utilizou como técnica de impressão um scanner intraoral
(Lava C.O.S da 3M ESPE) e foi enviado via internet para fresagem em
laboratório, e o outro grupo utilizou um outro scanner intraoral (Bluecam da
Sirona) e foi fresado no consultório com o sistema CEREC MC XL. O outro
material, blocos de cerâmica com dissilicato de lítio, foram divididos em dois
grupos também, um grupo utilizou o scanner intraoral (Bluecam da Sirona) e foi
fresado no consultório com o CEREC MC XL e o outro grupo utilizou a técnica
de impressão convencional com silicone de adição e a confecção da peça foi
pela técnica da cera perdida com cerâmica prensada a quente. Os resultados
mostraram que no quesito adaptação marginal na borda cervical, a resina
apresentou um melhor ajuste que o dissilicato de lítio com o sistema CEREC,
enquanto não houve diferença entre os materiais/ métodos na produção de
desadaptações na borda oclusal. No quesito adaptação interna na parede axial,
o grupo que utilizou o scanner Lava C.O.S apresentou pior desempenho que
aqueles que utilizaram o Bluecam e o sistema CEREC, mas teve resultado
semelhante ao grupo da cerâmica prensada. O melhor contato proximal foi
observado no grupo de resina do sistema CEREC e o pior, no grupo de
dissilicato de lítio do mesmo sistema.
18
2.2 Resistência à fratura
A remoção de tecido cariado ou de restaurações antigas pode
criar cavidades extensas, com perda de estrutura e estabilidade dentária,
cúspides enfraquecidas, sensibilidade dentinária e principalmente diminuição
da resistência do dente frente à fraturas, estudos inclusive mostraram que
restaurações que englobem mais de um terça da distância intercuspal são mais
susceptíveis à fratura de cúspides (KRIFKA et al 2009).
Um dos fatores importantes para a sobrevivência de
restaurações inlays/onlays, é a sua capacidade de resistir às forças oclusais,
sendo um tópico de estudo constante para elaboração de novos tipos de
materiais. Uma vitrocerâmica multifásica com alto grau de cristalinidade, como
o dissilicato de lítio, tem o potencial de funcionar efetivamente como
restaurador indireto parcial, com resistência suficiente para fratura, chegando a
valores de resistência à flexão de 400 MPa (HOMSY et al 2015). Inclusive, um
estudo feito por Tavarez et al (2014) comparou dentes não restaurados,
dentes restaurados com fragmentos cerâmicos e dentes restaurados com
coroas cerâmicas chegou à resultados surpreendentes, onde as fraturas mais
extensas foram mais prevalentes no grupo de dentes não restaurados.
Fatores como forma da cavidade, espessura e propriedades
mecânicas da restauração, acabamento superficial da restauração, material
utilizado na cimentação, dano oclusal por carga proveniente da função, defeitos
internos no material cerâmico e técnica de fabricação podem causar falhas de
fratura. (YOON et al 2018)
Na avaliação de resistência à fratura in vitro, outros fatores
podem ser adicionados como importantes na determinação dos valores de
resistência à fratura, como as condições de armazenamento, formato da ponta
de metal por onde se aplica a força, a direção e localização da aplicação da
carga. (PALLIS et al 2004; OH et al 2000). Intraoralmente, as forças aplicadas
pela mastigação variam em magnitude, velocidade e direção, e considerando
que as forças aplicadas in vitro são aplicadas em uma direção e velocidade
constante até a fratura, as condições durante o teste podem não corresponder
às condições reais no ambiente oral. Portanto, o objetivo principal dos testes de
19
resistência à fratura é determinar se a restauração compromete de alguma
forma a força e integridade do dente.
Keshvad et al (2011) avaliaram a resistência à fratura de inlays
com extensão MOD em cerâmica de vidro reforçados por leucita fabricados por
CAD-CAM (blocos de cerâmica ProCAD) ou prensagem à quente (IPS
Empress), constatou-se que a força necessária para promover fratura foi maior
para as restaurações inlay IPS Empress que inlay ProCAD, embora os valores
não foram significativamente diferentes (p˃ 0,05). O processo de prensagem
parece melhorar as propriedades mecânicas pelo aumento da dispersão de
leucita de uma forma mais uniforme, o que reduz a probabilidade de fratura da
matriz vítrea. Apesar da diferença comprovada, um estudo feito por Guess et al
(2009) reavaliou constantemente as restaurações por 5 anos e mostrou que as
duas opções de restaurações são confiáveis para dentes posteriores.
Quanto aos efeitos causados pelos ângulos utilizados no
preparo oclusal, há pouca literatura sobre o assunto. O preparo para onlays em
cerâmica segue o príncipio da preparação para metal fundido, seguindo a
anatomia oclusal porém com maior remoção da estrutura dentária, acabamento
marginal adequado e arredondamento dos ângulos internos. Isso porque as
cerâmicas não sofrem deformações frente ao estresse da carga mastigatória,
concentrando assim essas forças em micro-falhas do material e causando uma
possível fratura. O preparo ideal, portanto, deve estar de acordo com a
geometria dos dentes e deve ter uma espessura mínima de 2 mm com ângulos
arredondados. Um estudo feito por Chu et al (2018) provou que uma ângulação
de cúspide de 22° resultou em uma onlay cerâmica mais forte à fratura do que
uma onlay com angulação de 33°. Isso pode ser explicado pelo fato de que à
medida que o ângulo de inclinação aumenta, o preparo se assemelha à uma
cunha, de maneira que a força resultante e as forças de cisalhamento se
tornam maiores do que aquelas que incidem sobre um preparo com inclinação
menor.
Na procura por técnicas e métodos que aumentem a
resistência à fratura dos dentes que receberam restaurações parciais, nos anos
90, foi testada a eficácia do selamento pós-preparo da dentina com um agente
de ligação, o chamado "Selagem imediata da dentina" (PASHLEY et al 1992).
Vários estudos afirmaram que o selamento da dentina aumenta a resistência
20
das restaurações à base de resina (DUARTE et al 2009; OLIVIERA et al 2014)
e cerâmica (LEE e PARK 2009; CHOI e CHO 2010).
Outro estudo então comparou a resistência à fratura de inlays
com e sem a aplicação de selamento imediato da dentina e de dois tipos de
material restaurador: Cerâmica de vidro com dissilicato de lítio (IPS e.max;
Ivoclar Vivadent) e Resina nanocerâmica (Lava Ultimate, 3M ESPR). Os
autores concluíram que a aplicação do selamento melhora a adesão e a
resistência à fratura de restaurações feitas com dissilicato de lítio, mas não do
material resinoso (MURATA et al 2017).
Goujat et al (2018) avaliaram a resistência à flexão, módulo de
flexão e tenacidade à fratura de inlays confeccionados com quatro materiais
diferentes: duas resinas compostas nanocerâmicas (Cerasmart - GC Europe e
Lava Ultimate - 3M ESPE), uma cerâmica com polímero infiltrado (Vita Enamic
- Vita Zahnfabrik) e uma cerâmica de vidro com dissilicato de lítio usinável (IPS
e.max CAD - Ivoclar Vivadente), e mostrou que a resistência à flexão dos
materiais Cerasmart e IPS e.max CAD foram maiores que dos materiais Lava
Ultimate ou Vita Enamic, O módulo de flexão médio do IPS e.max CAD foi
significativamente maior que os de Cerasmart, Lava Ultimate ou Vita Enamic e
a tenacidade à fratura dos materiais IPS e.max CAD e Lava Ultimate foram
maiores que a de Vita Enamic ou Cerasmart.
Um outro estudo feito por Albero et al (2015), comparou a
performance e as propriedades mecânicas de cinco materiais diferentes: uma
resina nanocerâmica (Lava Ultimate - 3M ESPE), uma cerâmica com polímero
infiltrado (Vita Enamic - VITA Zahnfabrik), uma cerâmica com dissilicato de lítio
(IPS e.max CAD - Ivoclar Vivadent), uma cerâmica reforçada com leucita (IPS
Empress CAD - Ivoclar Vivadent) e uma cerâmica feldspática (Mark II - VITA
Zahnfabrik). O material IPS e.max apresentou propriedades mecânicas
significativamente melhores do que os outros materiais estudados. Sua tensão
de ruptura, resistência à flexão e dureza apresentaram valores
significativamente maiores em comparação com os demais. Vita Enamic e Lava
Ultimate destacaram-se como os próximos materiais mais resistentes.
21
Apesar do silicato de lítio reforçado por zircônia ser um material
recente, alguns estudos já comprovaram ser um material com alto potencial
para proporcionar um resultado estético de excelência (MAENOSONO et al,
2016). Elsaka et al (2016) ao comparar o silicato de lítio reforçado por zircônia
(Vita Suprinity, VITA Zahnfabrik) com a cerâmica reforçada por dissilicato de
lítio (IPS e.max, Ivoclar Vivadent), obteve resultados que mostraram que o
silicato de lítio possui maior tenacidade à fratura, maior resistência à flexão,
maior módulo de elasticidade e dureza que o dissilicato de lítio, porém menor
usinabilidade. Isso demonstra a menor probabilidade de falha e maior
resistência do silicato de lítio reforçado por zircônia.
Nishioka et al (2018) fizeram um estudo in vitro com cerâmica
feldspática, rede cerâmica infiltrada com polímero, vitrocerâmica de dissilicato
de lítio, vitrocerâmica de silicato de lítio reforçado com zircônia, e policristais de
zircônia tetragonal de alta translucidez estabilizada por ítrio, e chegaram à
conclusão de que, em termos de fadiga, a zircônia translúcida estabilizada por
ítrio é a melhor escolha para restaurações monolíticas. Porém, por
apresentarem baixo índice de força adesiva comparado ao das cerâmicas
vítreas, esse tipo de cerâmica (ácidorresistente), normalmente são
preconizadas para situações em que a adesão não é fator preponderante para
o sucesso do tratamento, como em casos envolvendo preparos tipo coroa total.
(MAZARO et al, 2016).
2.3 Estabilidade de cor
As restaurações na cavidade bucal são expostas a vários fatores
que as tornam vulneráveis à mudanças de cor, como temperatura, umidade,
hábitos alimentares e tabagismo, sendo que as mudanças de temperatura e a
água são os principais fatores ambientais envolvidos na hidrólise e degradação
de restaurações posteriores e anteriores, impactando sua aparência.
(KARAOKUTAN et al 2016). Por isso, mesmo utilizando materiais estéticos, é
importante conhecer suas propriedades ópticas e físicas para garantir uma
22
compatibilidade de cor das restaurações inlays e onlays com os dentes naturais
ao longo do tempo.
Embora tenha excelentes propriedades estéticas e ótima
biocompatibildade, as cerâmicas, com sua relativa fragilidade devido à baixa
absorção de energia na forma de deformação plástica e pouca capacidade de
reparo, abriram espaço para os materiais poliméricos. Esses materiais, no
entanto, tem uma característica de descoloração gradual ao longo do tempo.
(TOPCU et al 2009). Essa descoloração pode ser devido a fatores intrínsecos,
como pela dissociação química da matriz da resina, pelo tipo de sistemas
iniciadores, tempo de duração da polimerização, conversão dos monômeros de
matriz, tamanho e dureza das partícula de carga e oxidação das duplas
ligações de carbono não reagidas, ou por fatores extrínsecos, como o
manchamento superficial por tabagismo e sorção de cor de alimentos e
bebidas. (AROCHA et al, 2014)
Segundo Arocha et al (2014) os compósitos indiretos são mais
estáveis em cor do que os compósitos diretos devido ao seu maior grau de
conversão, menor porosidade e maior homogeneidade, e foram inicialmente
desenvolvidos como uma alternativa para as cerâmicas, com menor custo e
maior facilidade de reparo. Eles podem ser processados em laboratório ou
fabricados por CAD-CAM, sendo estes polimerizados industrialmente para
garantir qualidade constante de suas propriedades. O autor, após estudo,
determinou a capacidade de coloração de duas resinas indiretas processadas
por CAD-CAM (Lava Ultimate e Paradigm MZ100) e duas resinas laboratoriais
(SR Adoro e Premise Indirect) após serem imersas em soluções de coloração,
como café, chá preto e vinho tinto por 4 semanas e os resultados mostraram
que compósitos processados por CAD/CAM apresentaram menor estabilidade
de cor quando comparados com resinas compostas indiretas
convencionalmente processadas em laboratório.
Um estudo feito por Nikzad et al (2012) avaliou a estabilidade
de cor de duas resinas laboratoriais (Gradia, GC Dental Products e SR-Adoro,
Ivoclar Vivadent) comparando-as com uma porcelana feldspática (Ceramco II,
Dentsply) após imersão em café, chá e refrigerante à base de cola por duas
23
semanas. O resultado mostrou que as amostras de porcelana em todos os
grupos foram pouco afetadas pelos testes, sendo notada uma maior influência
do chá na pequena alteração de cor que ocorreu na porcelana. Já nos grupos
de resina laboratorial, o material SR-Adoro foi o mais afetado e o meio que teve
principal efeito na diferença de cor, foi o café.
O estudo mostrou também que em todos os espécimes de
resina laboratorial, as superfícies manchadas podem ser facilmente polidas
para melhorar o efeito da descoloração, mas no entanto, não sabe-se ainda se
os efeitos do polimento podem diminuir a leveza e estabilidade de cor da
restauração ao decorrer do tempo.
Os estudos que avaliam a cor dos materiais dentários utilizam
aparelhos chamados espectrofotômetros, que medem a transmitância ou
propriedades de refletância espectral de um material com um comprimento de
onda de cada vez e, em seguida, expressa-os em termos de coordenadas (L*,
a*, b*). Na base da Comission Internationale de L'Eclairage (CIE) o brilho, ou
cromaticidade, de um objeto é representado pela coordenada L*; o valor a*
representa a cromaticidade vermelha (valor positivo) ou verde (valor negativo);
e a cromaticidade amarela (valor positivo) ou azul (valor negativo) é
representada pelo valor b*. A diferença de cor ( ΔE) de duas medições podem
ser detectadas pelas diferenças nos valores de coordenada de cada medição.
O protocolo para interpretação de resultados foi usado por
Karaokutan et al (2016), quando foi avaliada a influência do envelhecimento
artificial acelerado na estabilidade de cor de restaurações do tipo inlay
produzidas por CAD-CAM.
Os materiais avaliados foram cerâmica feldspática (CEREC
Blocks - Dentisply Sirona), cerâmica de vidro reforçada por leucita (IPS
Empress CAD - Ivoclar Vivadent) e resina nano-cerâmica (Lava Ultimate - 3M
ESPE). Após o envelhecimento artificial, que submeteu às restaurações à
diferentes temperaturas, umidade e radiação UV em uma câmara de
intemperismo por 300 horas (que simula 1 ano de desempenho clínico de uma
restauração segundo estudo feito por Turgut et al 2011). Os resultados
mostraram uma maior mudança de cor da resina nanocerâmica (E = 9,29) em
24
comparação com a cerâmica feldspática (E = 2,1) e cerâmica de vidro
reforçada por leucita (E = 2,46). A mudança de cor da resina nano cerâmica
foi clinicamente inaceitável, enquanto que as das cerâmicas feldspática e
vitrocerâmica reforçada por leucita não eram clinicamente perceptíveis, mas
também se tornaram mais escuros.
2.4 Longevidade
O procedimento de confecção e cimentação de restaurações
indiretas inlay/onlay possui várias etapas e uma ampla gama de materiais e
agentes cimentantes podem ser usados. Alguns aspectos relacionados aos
materiais, tais como propriedades mecânicas ou variáveis relacionadas à
técnica de cimentação adesiva, estão diretamente ligados à longevidade
dessas restaurações. Assim como também há influência de fatores
relacionados aos pacientes e cirurgião-dentista sobre o desfecho clínico de
inlays/onlays, como o cuidado com a higiene bucal, os hábitos alimentares e a
presença de hábitos parafuncionais.
Com o objetivo de analisar a influência de todas essas
variáveis de um modo conjunto na longevidade e desempenho das
restaurações indiretas, Collares et al (2016) criaram uma rede de pesquisa
online para investigar quais os fatores de risco associados à falhas nas
restaurações cerâmicas. Foram coletados dados de 5.791 restaurações feitas
por 167 cirurgiões-dentistas entre 1994 e 2014, sendo registradas as
informações referentes ao dentes, aos procedimentos e materiais utilizados. O
tempo de controle das restaurações variou de 1 dia a 15 anos, e o índice de
falha variou de 1,47% para o período de 0 a 2 anos a 4,56% para o período de
10 a 15 anos. Os resultados revelaram que restaurações com margem cervical
em dentina tiveram 78% mais risco de falha quando comparados com
restaurações cuja margem encontrava-se em esmalte. A presença de um
forramento ou base de ionômero de vidro também resultou em risco de falha
duas vezes maior do que as restaurações sem ionômero de vidro.
Restaurações cujo adesivo utilizado foi o do tipo simplificado com 2 passos ou
25
1 único passo tiveram risco de falha 142% maior do que aquelas com adesivos
convencionais do tipo 3 passos. As causas predominantes de falha foram
fratura do dente ou da restauração (44,5%) e complicações endodônticas
(16,4%).
Dados mais recentes foram obtidos por Abduo et al (2018), que
conduziu uma revisão sistemática e avaliou também a longevidade de onlays
cerâmicos fabricados com cerâmica de vidro reforçada por leucita, cerâmica
feldspática e cerâmica de vidro com dissilicato de lítio e os fatores que
influenciam a sua sobrevivência, e chegou a resultados que indicaram uma
taxa de sobrevivência de 91-100% até 5 anos e 71-98,5% após 5 anos. Os
padrões mais comuns de deterioração encontrados pelo autor foram perda de
integridade marginal e descoloração. A longevidade do material pode ser
melhorada se a preparação permitir uma espessura de cerâmica oclusal de
pelo menos 2 mm e incorporar características retentivas adicionais. Porém,
restaurar dentes que não são vitais, dentes em uma região mais posterior ou
dentes de pacientes com hábitos parafuncionais parece estar associado à
maior falha na cerâmica. Os materiais e métodos de fabricação e o sistema de
colagem não parecem influenciar a longevidade do material.
Quanto ao desempenho individual de cada material, Belli et al
(2016) ao comparar a sobrevida de restaurações à base de zircônia, dissilicato
de lítio e cerâmica reforçada por leucita por 3,5 anos, mostrou que o dissilicato
de lítio mostrou melhor desempenho que os demais materiais.
Seguindo o mesmo objetivo de avaliar a taxa de sobrevivência
de inlays/onlays em cerâmica, Morimoto et al (2016) utilizou uma outra
abordagem, realizando uma revisão sistemática e meta-análise de artigos que
contemplassem estudos relacionados à inlays/onlays de resina e cerâmica,
com taxa de abandono inferior a 30% e com seguimento superior a 5 anos. Os
artigos selecionados mostraram que as taxas de sobrevida estimadas para
vitro-cerâmicas e porcelana feldspáticas estavam entre 92% e 95% em 5 anos
e 91% para 10 anos. As falhas mais frequentes foram fraturas (4%),
complicações endodônticas (3%), cárie secundária (1%), descolamento (1%) e
coloração marginal severa. A pesquisa mostrou também que a chance de falha
26
foi 80% menor em dentes vitais quando comparados com dentes tratados
endodonticamente, sendo que o tipo de dente não influenciou nos resultados.
Nesse estudo houve falta informações sobre evidências clínicas a respeito de
qual seria a melhor técnica de fabricação de inlays/onlays e artigos sobre o
desempenho da resina laboratorial como material restaurador.
Ainda avaliando restaurações feitas com cerâmica, Otto (2017)
acompanhou 141 restaurações em 65 pacientes das 200 inlays e onlays
fabricadas por CAD/CAM Cerec 1 que foram colocadas em 108 pacientes entre
1989 e 1991, com taxa de sucesso de 87,5% após 27 anos. Em 19 pacientes,
um total de 23 falhas foram encontradas. Destas falhas, 78% foram causadas
por fraturas cerâmicas (65%) ou fraturas dentárias (13%). As razões para as
falhas restantes foram cárie (18%) e problemas endodônticos (4%).
Restaurações de três superfícies tiveram um risco de falha significativamente
maior do que restaurações de uma, duas e quatro superfícies, e restaurações
em pré-molares apresentaram um risco de falha menor do que em
restaurações em molares.
Roggendorf et al (2011), por sua vez, avaliaram a confecção de
restaurações extensas em porcelana feitas pelo sistema CAD/CAM Cerec 2 e
após 7 anos, quantificaram o desempenho e taxa de falha, considerando
apenas restaurações que englobassem ao menos uma cúspide e ao menos
metade da superfície oclusal do dente. Foram 78 restaurações realizadas em
35 pacientes, sendo 61 em dentes posteriores e 17 em dentes anteriores. A
técnica de impressão utilizada foi escaneamento pelo sistema Cerec 2 (Sirona,
Bensheim, Germany) e a confecção foi feita com os materiais cerâmicos
Vitablocks Mark II para Cerec (Vita Zahnfabrik, Germany) ou ProCAD (Ivoclar
Vivadent, Liechtenstein). Devido a várias razões, apenas 25 dos 35 pacientes
estavam disponíveis para o acompanhamento de 7 anos (taxa de recuperação,
71,4%). Assim, 59 das 78 restaurações feitas inicialmente foram investigados
no presente estudo. Os resultados mostraram uma falha devido à fratura da
restauração e uma falha devido a deficiência na integridade marginal após 4
anos, e após 6 anos ocorreram 3 falhas por cárie secundária, uma falha por
fratura da restauração e duas por problemas endodônticos. Com base nas
condições apresentadas, os resultados para restaurações de cerâmica pura
27
apresentadas neste estudo (taxa de sucesso após 7 anos, 86,9%) são
animadores. A respeito da natureza da falha, houve apenas uma restauração
que foi perdida e necessitou ser refeita devido à fratura da restauração
cerâmica causada pelo bruxismo. As outras falhas, como problemas
endodônticos ou cárie secundária, podem ser explicadas pela presença de
dentina radicular exposta ou higiene oral insuficiente, que também pode afetar
o sucesso de outros tipos de restaurações e não representa um achado que é
diretamente relacionado a todas as restaurações cerâmicas.
A literatura sobre o desempenho clínico em longevidade dos
materiais híbridos ainda é pequena, mas um estudo feito por Spitznagel e
outros em 2017 que avaliou inlays confeccionados com a cerâmica infiltrada
com polímero Vita Enamic (VITA Zahnfabrik) por 3 anos, chegou ao valor de
97,4% de taxa de sobrevivência e 84,8% de taxa de sucesso. Porém, segundo
o autor, a diminuição na adaptação marginal, o aumento na descoloração
marginal e rugosidade superficial ao longo do tempo foram significativos. Mais
estudos com um maior período de observação devem ser feitos, mas o material
avaliado juntamente com a fabrição por CAD/CAM pode ser uma boa
abordagem para defeitos minimamente invasivos. Como não há processo
adicional de queima ou sinterização, este material representa um benefício
razoável em termos de tempo e custo para o paciente e clínico.
Também são poucos os estudos sobre longevidade do silicato
de lítio reforçado por zircônia por ser um material novo. Entretanto
Zimmermann et al (2017) acompanharam sessenta restaurações indiretas de
CAD/CAM e a taxa de sucesso após 12 meses foi de 96,7%.
28
3 DISCUSSÃO
O ato de se restaurar um dente com lesão cariosa, fraturado ou em
substituição à uma restauração antiga deve ser tratado com muito cuidado e
ponderação. Cavidades extensas indicam que o elemento em questão se
encontra vulnerável à possíveis fraturas, e a observação das propriedades
mecânicas do material a ser utilizado, o preparo da cavidade e o modo de
confecção da peça devem ser estudados com zelo para se evitar a falha por
fratura da restauração ou do dente.
A principal causa de insucesso do ponto de vista biológico, no entanto,
não é a incompatibilidade do material com o substrato dentário e sim o
selamento inadequado da interface dente/restauração (BARATIERI et al 2003).
A escolha da melhor técnica de impressão, de confecção da peça e do material
em si interfere diretamente na adaptação cervical, interna e proximal da
restauração inlay/onlay. A espessura da linha de cimentação não é exata e
definida cientificamente, mas estudos propõem valores entre 120 a 200
micrometros (SYREK et al 2010). Uma correta espessura de cimento e uma
boa adaptação da peça diminuem consideravelmente as chances de
microinfiltração e complicações endodônticas, cáries secundárias e
descolamento.
Analisando o desempenho dos materiais atuais para inlay/onlay do
ponto de vista da adaptação, sendo ela interna ou cervical, os estudos mostram
que a impressão digital, realizada por scanner intraoral tem desempenho
superior à impressão convencional de duas etapas (SYREK et al 2010).
Quando comparados o métodos de fabricação de cerâmicas por prensagem à
quente ou CAD-CAM, a segunda opção foi capaz de confeccionar peças com
melhor ajuste marginal (KESHVAD et al 2011). Entre os materiais atuais,
quando analisados o desempenho da cerâmica com dissilicato de lítio, resina
nanocerâmica e cerâmica com polímero infiltrado. A cerâmica com dissilicato
de lítio apresentou a melhor adaptação interna, (GOUJAT et al 2017) porém a
melhor adaptação marginal da borda cervical fica com a resina nanocerâmica
(RIPPLE et al 2017).
29
Os estudos mais relevantes que abordam a resistência à
fratura dos materiais, mostram que a cerâmica com dissilicato de lítio possui
propriedades mecânicas superiores à cerâmica feldspática, cerâmica reforçada
com leucita e resina nanocerâmica. Todavia, a cerâmica com polímero infiltrado
também apresentou bons resultados de resistência, mostrando que a
resistência à flexão, o módulo de elasticidade semelhante a um dente e a
menor dureza que a cerâmica fazem dos materiais cerâmicos com polímero
infiltrado uma opção a considerar como material restaurador. (ALBERO et al
2015). Há estudos que equiparam, no entanto, o dissilicato de lítio à resina
nanocerâmica, mas que os colocam como mais resistentes que a cerâmica
com polímero infiltrado, o que poderia ser atribuído à diferença no tipo de carga
e no tipo de fabricação. (GOUJAT et al 2018).
Chu et al (2018) mostrou que em restaurações de dissilicato de
lítio, a angulação de 22° no preparo das cúspides resulta em maior resistência
à fratura, assim como a aplicação de um agente de ligação para a selagem
imediata da dentina. (MURATA et al 2018). Inclusive, Tavarez et al (2014)
mostrou em seu estudo que dentes não restaurados tiveram taxa de fratura
maior que os dentes restaurados com fragmentos ou coroas cerâmicas. Quanto
à influência do modo de produção, o CAD-CAM mostrou que suas peças
necessitam de uma força maior para serem fraturadas do que as peças
produzidas por prensagem à quente (KESHVAD et al 2011).
Elsaka et al (2016), ao comparar o silicato de lítio reforçado por
zircônia com o dissilicato de lítio, chegou à resultados de propriedades
mecânicas melhores para o silicato de lítio com zircônia. No quesito resistência
à fadiga, a zircônia translúcida mostrou resultados melhores que cerâmica
feldspática, cerâmica com polímero infiltrado, cerâmica com dissilicato de lítio e
silicato de lítio com zircônia, devido a sua dureza e resistência (NISHIOKA et al
2018).
As cerâmicas, feldspáticas no caso, mostraram ter ótima
estabilidade de cor em um estudo que comparou-as com as resinas
laboratoriais (SAKINEH et al 2012). Ainda sobre os materiais com compósitos,
a resina nanocerâmica apresentou também maior mudança de cor em
30
comparação com cerâmica de vidro reforçada por leucita e cerâmica
feldspática após envelhecimento artificial (KARAOKUTAM et al 2016).
Inclusive, quando comparada com a resina laboratorial, a resina nanocerâmica
ainda possui menor estabilidade de cor (AROCHA et al 2014).
No aspecto de sobrevida das restaurações, cerâmica
feldspática e cerâmica reforçada por leucita tiveram taxa de sobrevivência de
92% a 95% após 5 anos e 91% após 10 anos (MORIMOTO et al 2016), mas
restaurações com cerâmica feldspática com CEREC 2 tiveram taxa de sucesso
de 86,9% após 7 anos (ROGGENDORF et al 2012). Estudos comparativos com
dissilicato de lítio mostraram que este material apresenta melhor desempenho
que as cerâmicas reforçadas por leucita (BELLI et al 2016). Já a cerâmica com
polímero infiltrado após 3 anos mostrou taxa de sucesso entre 84,3% e 97,4%
e significativa diminuição na adaptação marginal, bem como aumento na
descoloração e rugosidade superficial (SPITZNAGEL et al 2017). Segundo
Abduo et al (2018), onlays de cerâmica reforçada por leucita, cerâmica
feldspática e cerâmica com dissilicato de lítio mostraram valores de 91% a
100% de taxa de sobrevivência até 5 anos e 71% a 98,5% após 5 anos. Em
relação à zircônia translúcida, os estudos são escassos quanto ao tempo de
sobrevida, mas Zimmerman et al (2017) chegou ao valor de 96,7% para 12
meses.
As principais causas de falhas encontradas foram perda da
integridade marginal, descoloração, fratura do dente ou restauração, cárie
secundária,complicações endodônticas e descolamento (MORIMOTO et al
2016; SPITZNAGEL et al 2017; ABDUO et al 2018). Para todos os estudos, o
maior índice de falha foi notado quando a margem cervical era em dentina,
quando havia forramento ou base com ionômero de vidro ou quando foi
utilizado adesivos de 2 ou 1 passo (COLLARES et al 2016). Dentes tratados
endodonticamente também favoreciam falhas, bem como a presença de
hábitos parafuncionais (MORIMOTO et al 2016; ABDUO et al 2018).
31
4 CONCLUSÃO
Apesar de serem financeiramente viáveis, as ligas metálicas
não são as únicas opções de escolha para o paciente que necessita de
restaurações indiretas.
Temos hoje no mercado inúmeras opções de materiais com
diferentes propriedades, valores e desempenho.As pesquisas sobre o
desempenho em longevidade do silicato de lítio com zircônia e sobre a zircônia
translúcida como materiais restauradores para inlays/onlays ainda são
escassas, devido ao fato de serem materiais recentes, e mais estudos sobre
sua performance ao longo do tempo precisam ser feitos. Por ora, o dissilicato
de lítio é o material com maiores resultados e benefícios em restaurações
parciais indiretas, se destacando pela sua boa adaptação, estabilidade de cor,
estética, resistência à fratura e longevidade. Porém, em casos de pacientes
com parafunção, as resinas laboratoriais ou cerâmicas infiltradas com polímero
são boas alternativas, por serem mais resilientes e não desgastarem em
demasia os dentes antagonistas. A cada ano são desenvolvidos diferentes
tipos de materiais estéticos para este tipo de restauração, mas por serem
precisamente recentes, ainda faltam resultados de pesquisas clínicas
contraladas que possam ter uma noção real do comportamento de
restaurações indiretas em todas as dimensões pesquisada nesta revisão.
Os métodos de fabricação também se diversificaram muito ao
longo do tempo, e parecem demonstrar certa influência no desempenho das
cerâmicas, sendo o CAD/CAM responsável por produzir peças com melhor
adaptação marginal, mas igualmente eficientes aos demais métodos nos outros
aspectos abordados nesta revisão. O método de confecção, bem como o de
impressão, são coadjuvantes no desempenho final da restauração, e mais
estudos específicos precisam serem feitos para avaliar quantitativamente a sua
influência no processo final.
32
Os materiais dentários estão em constante evolução, sendo
sempre pesquisados e criados novas alternativas que melhor satisfaçam as
necessidades da população em geral. Por isso, é um dever dos cirurgiões
dentistas formados e em processo de formação, estarem sempre atualizados
sobre as novidades, com suas características e indicações, para oferecer o
melhor tratamento possível aos seus pacientes.
33
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