anexob eia bica pedreiros
Post on 24-Oct-2015
117 Views
Preview:
TRANSCRIPT
-
PROJECTO DE EXECUO DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA REA MINEIRA DA BICA VOLUME I RELATRIO SNTESE
TOMO I REA MINEIRA DA BICA
JANEIRO DE 2010
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
I
NDICE
1 INTRODUO 11
1.1 IDENTIFICAO DO PROJECTO E DO PROPONENTE 11
1.1.1 IDENTIFICAO DO PROPONENTE E ENTIDADE LICENCIADORA 15
1.1.2 IDENTIFICAO DO AUTOR DO ESTUDO 15
1.2 ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E METODOLOGIA 16
1.2.1 MBITO E ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL 16
1.2.2 METODOLOGIA DO EIA 17
1.2.3 ESTRUTURA DO EIA 18
2 ENQUADRAMENTO TCNICO-CIENTFICO DO PROJECTO 21
2.1 SNTESE EVOLUTIVA DA EXPLORAO DE JAZIGOS DE MINRIO DE URNIO 21
2.1.1 RADIOACTIVIDADE 23
2.1.1.1 Radiao natural 23
2.1.1.2 Sries radioactivas 24
2.1.2 FUNDO GEOQUMICO E RADIOLGICO REGIONAL 2-9
2.1.2.1 Regio Escolhida 2-10
2.1.2.2 Valores de Referncia 2-12
2.1.2.3 Modelao de dose efectiva 2-14
3 JUSTIFICAO DA NECESSIDADE DO PROJECTO 3-1
3.1 PRINCIPAIS IMPACTES DA EXPLORAO DE URNIO 3-1
3.2 CLASSIFICAO DAS REAS MINEIRAS DA BICA E DE PEDREIROS 3-2
3.2.1 IMPACTES RESULTANTES DOS MTODOS DE EXPLORAO MINEIRA 3-5
3.3 VARIAES DOS NVEIS HIDRODINMICOS NO INTERIOR DA MINA SUBTERRNEA 3-11
3.4 ACTUAL SISTEMA DE TRATAMENTO 3-12
3.5 REMEDIAO DO IMPACTE RADIOLGICO 3-17
3.5.1 RADIOMETRIA DE SUPERFCIE 3-19
3.5.2 RADIAO EXTERNA 3-20
4 OBJECTIVOS E DESCRIO DO PROJECTO 4-1
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
II RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
4.1 OBJECTIVOS DO PROJECTO 4-1
4.2 DESCRIO DO PROJECTO 4-2
4.3 SISTEMA DE TRATAMENTO 4-10
4.3.1 ELEMENTOS DE BASE 4-12
4.3.1.1 Caudal de guas a tratar 4-12
4.3.2 CARGAS POLUENTES 4-14
4.3.3 MEIO RECEPTOR E QUADRO DE QUALIDADE 4-15
4.3.4 EFICINCIAS NECESSRIAS 4-17
4.3.5 DESCRIO GERAL DA LINHA DE TRATAMENTO 4-18
4.3.6 SADA DA EXSURGNCIA 4-19
4.3.7 BACIA DE AMORTECIMENTO 4-20
4.3.8 TANQUES DE URNIO 4-21
4.3.9 CENTRO DE TRATAMENTO 4-22
4.3.10 LAGOAS 4-22
4.3.11 MACRFITAS 4-23
4.3.12 EDIFCIO DE SECAGEM DE LAMAS 4-23
4.3.13 EDIFCIO DE ARMAZENAMENTO DAS LAMAS 4-24
4.3.14 CENTRO DE MONITORIZAO 4-24
4.4 FASEAMENTO CONSTRUTIVO 4-24
5 AVALIAO DAS ALTERNATIVAS DE PROJECTO 5-1
6 SITUAO DE REFERNCIA 6-1
6.1 CLIMA 6-1
6.1.1 CARACTERSTICAS GERAIS 6-1
6.1.2 TEMPERATURA 6-1
6.1.3 PRECIPITAO 6-2
6.1.4 REGIME DE VENTOS 6-4
6.1.5 NEVOEIRO, NEBULOSIDADE E HUMIDADE RELATIVA 6-5
6.1.6 GEADA NEVE E TROVOADA 6-7
6.1.7 BALANO HIDROLGICO PARA A CARACTERIZAO CLIMTICA 6-8
6.2 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA 6-9
6.2.1 INTRODUO 6-9
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
III
6.2.2 SISTEMAS DE ESTRUTURAS URANFERAS 6-10
6.2.3 PROCESSOS DE ALTERAO 6-14
6.2.4 ENQUADRAMENTO GEOLGICO E GEOMORFOLGICO 6-15
6.2.4.1 Aspectos geomorfolgicos 6-15
6.2.4.2 Caracterizao Geolgica 6-17
6.2.5 SISMOTECTNICA 6-23
6.2.5.1 Enquadramento tectnico 6-23
6.2.5.2 Sismicidade 6-25
6.3 RECURSOS HDRICOS SUPERFICIAIS 6-29
6.3.1 ENQUADRAMENTO REGIONAL 6-29
6.3.2 REDE HIDROGRFICA LOCAL 6-30
6.3.2.1 Relao de Bifurcao 6-39
6.3.2.2 Relao de comprimentos 6-40
6.3.3 DENSIDADE DE DRENAGEM 6-40
6.3.4 CARACTERIZAO HIDROGEOQUMICA E RADIOLGICA DAS GUAS 6-41
6.3.4.1 Campanhas de Monitorizao e Locais de Amostragem na mina da Bica 6-41
6.3.4.2 Caracterizao Hidrogeoqumica da Bica 6-47
6.3.4.3 Anlise interpretativa dos fenmenos de contaminao 6-52
6.3.4.1 Campanhas de Monitorizao e Locais de Amostragem na mina de Pedreiros 6-55
6.3.5 CARACTERIZAO GEOQUMICA E RADIOLGICA DOS SEDIMENTOS 6-57
6.3.6 CONDIES EXISTENTES NA LINHA DE GUA 6-63
6.4 RECURSOS HDRICOS SUBTERRNEOS 6-65
6.5 FLORA E VEGETAO 6-75
6.5.1 ENQUADRAMENTO DA REA EM ESTUDO 6-75
6.5.2 CRITRIOS DE AVALIAO 6-76
6.5.3 METODOLOGIA 6-77
6.5.4 VEGETAO POTENCIAL 6-78
6.5.5 SITUAO ACTUAL 6-78
6.5.6 CONSIDERAES FINAIS 6-86
6.5.7 AVALIAO GLOBAL DA REA DE ESTUDO 6-86
6.6 FAUNA 6-89
6.6.1 INTRODUO 6-89
6.6.2 METODOLOGIA 6-89
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
IV RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
6.6.3 ELENCO FAUNSTICO E RESPECTIVA VALORIZAO 6-91
6.6.3.1 Caracterizao dos Habitats 6-94
6.7 SOLOS E USO ACTUAL DO SOLO 6-97
6.7.1 CLASSIFICAO DOS SOLOS 6-97
6.7.1.1 Solos incipientes, aluviossolos, modernos, no calcrios, de textura ligeira (Al)6-101
6.7.1.2 Solos litlicos no hmicos pouco insaturados normais de granitos (Pg) 6-101
6.7.2 ENQUADRAMENTO DAS UNIDADES TAXONMICAS DA CLASSIFICAO IDRHA NA LEGENDA FAO 6-102
6.7.2.1 Fluviossolos utricos (FLe) 6-102
6.7.2.2 Leptossolos dstricos (LPd) 6-102
6.7.2.3 Cambiossolos utricos (CMe) 6-102
6.7.3 CARACTERIZAO GEOQUMICA E RADIOLGICA ACTUAL DOS SOLOS 6-103
6.7.3.1 Campanha de Monitorizao da Mina da Bica 6-103
6.7.3.2 Resultados Obtidos para a Mina da Bica 6-104
6.7.3.3 Interpretao dos Resultados para a Mina da Bica 6-109
6.7.3.4 Campanha de Monitorizao da Mina de Pedreiros 6-110
6.7.3.5 Resultados Obtidos para a Mina de Pedreiros 6-111
6.7.3.6 Interpretao dos Resultados para a Mina de Pedreiros 6-113
6.7.4 CAPACIDADE DE USO DO SOLO 6-114
6.7.4.1 Ocupao Agrcola e Tipos de Solos 6-115
6.7.5 USO ACTUAL DO SOLO 6-116
6.7.5.1 Metodologia 6-116
6.7.5.2 Ocupao do solo na rea em estudo 6-117
6.8 PAISAGEM 6-123
6.8.1 ASPECTOS GERAIS 6-123
6.8.2 UNIDADES DE PAISAGEM 6-123
6.8.3 ACESSIBILIDADE VISUAL 6-127
6.8.4 QUALIDADE VISUAL 6-129
6.8.5 CAPACIDADE DE ABSORO VISUAL 6-131
6.8.6 FRAGILIDADE DA PAISAGEM 6-133
6.9 AMBIENTE SONORO 6-135
6.9.1 INTRODUO 6-135
6.9.2 IDENTIFICAO DAS PRINCIPAIS FONTES EMISSORAS DE RUDO 6-135
6.9.3 IDENTIFICAO DOS PRINCIPAIS RECEPTORES SENSVEIS 6-135
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
V
6.9.4 ENQUADRAMENTO LEGAL 6-136
6.9.4.1 Definies 6-138
6.9.5 MONITORIZAO DOS NVEIS SONOROS 6-139
6.9.5.1 Equipamento 6-140
6.9.6 NVEIS SONOROS ACTUAIS 6-140
6.9.7 CARACTERIZAO DA SITUAO ACTUAL 6-141
6.10 QUALIDADE DO AR 6-143
6.10.1 INTRODUO 6-143
6.10.2 METODOLOGIA 6-143
6.10.3 QUADRO LEGISLATIVO 6-144
6.10.4 RECEPTORES SENSVEIS IDENTIFICADOS NA ENVOLVENTE DAS MINAS DA BICA E PEDREIROS 6-147
6.10.5 FONTES DE POLUIO 6-147
6.10.6 REDE VIRIA 6-148
6.10.7 AVALIAO DA QUALIDADE DO AR ESCALA REGIONAL 6-151
6.10.8 INTERPRETAO DOS RESULTADOS 6-152
6.10.9 NDICES DA QUALIDADE DO AR 6-152
6.10.9.1 Concentrao de partculas (PM10) 6-154
6.10.9.2 Concentrao de Dixido de Enxofre (SO2) 6-155
6.10.9.3 Concentrao de Dixido de Azoto (NO2) 6-156
6.10.10 AVALIAO DA QUALIDADE DO AR ESCALA REGIONAL 6-157
6.10.11 PARMETROS DA QUALIDADE DO AR RELACIONADOS COM A EXPLORAO MINEIRA 6-157
6.10.12 MEDIO DOS FLUXOS DE RADO NA REA MINEIRA DA BICA 6-158
6.10.13 CONTROLO RADIOLGICO DA QUALIDADE DO AR COM RECURSO A DOSMETROS DE STIO (BICA) 6-159
6.10.14 METODOLOGIA APLICADA NA CAMPANHA DE AMOSTRAGEM DE PM10 6-160
6.10.15 CONDIES DE DISPERSO DE PARTCULAS 6-160
6.10.16 REGIME DE VENTOS 6-161
6.10.17 CONDIES DE OPERAO DURANTE AS CAMPANHAS DE AMOSTRAGEM 6-162
6.10.18 RESULTADOS OBTIDOS NA CAMPANHA DE MONITORIZAO 6-163
6.10.19 INTERPRETAO DOS RESULTADOS OBTIDOS DA CAMPANHA DE MONITORIZAO 6-163
6.11 SCIO-ECONOMIA 6-165
6.11.1 INTRODUO 6-165
6.11.2 ENQUADRAMENTO REGIONAL 6-165
6.11.3 DINMICA DEMOGRAFICA 6-167
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
VI RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
6.11.3.1 Populao residente e sua evoluo 6-167
6.11.3.2 Distribuio espacial da populao 6-169
6.11.3.3 Estrutura etria da populao 6-171
6.11.4 NVEL DE EDUCAO DA POPULAO 6-175
6.11.5 ESTRUTURA SCIO-ECONMICA 6-177
6.11.5.1 Sectores econmicos 6-178
6.11.5.2 Recursos Minerais 6-179
6.11.5.3 Emprego e Desemprego 6-180
6.11.6 SADE DA POPULAO 6-181
6.11.7 EQUIPAMENTOS SOCIAIS 6-183
6.11.8 QUALIDADE DE VIDA HABITAO 6-184
6.11.9 ACESSIBILIDADES E MOBILIDADE 6-185
6.11.10 OBJECTIVOS ESTRATGICOS DE DESENVOLVIMENTO 6-186
6.12 PATRIMNIO ARQUITECTNICO E CONSTRUDO 6-187
6.12.1 CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO 6-187
6.12.1.1 Contextualizao histrica 6-187
6.12.1.2 Tipos de construes arquitectnicas tradicionais 6-190
6.12.2 ELEMENTOS PATRIMONIAIS NA REA DE ESTUDO 6-193
6.13 ORDENAMENTO DO TERRITRIO 6-195
6.13.1 INTRODUO 6-195
6.13.2 PLANO DIRECTOR MUNICIPAL 6-195
6.13.2.1 Reserva agrcola nacional (RAN) 6-195
6.13.2.2 Reserva ecolgica nacional (REN) 6-199
6.13.2.3 Condicionantes 6-203
6.13.3 PLANO DE BACIA HIDROGRFICA 6-207
7 EVOLUO DA REA NA AUSNCIA DE PROJECTO 7-1
8 IDENTIFICAO E AVALIAO DE IMPACTES 8-1
8.1 METODOLOGIA 8-1
8.2 CLIMA 8-3
8.3 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA 8-5
8.3.2 FASE DE OBRA 8-5
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
VII
8.3.3 FASE DE PS-REMEDIAO 8-7
8.4 RECURSOS HDRICOS SUPERFICIAIS E SUBTERRNEOS 8-9
8.4.1 FASE DE OBRA 8-9
8.4.2 FASE DE PS-REMEDIAO 8-12
8.5 FLORA E VEGETAO 8-19
8.5.1 METODOLOGIA 8-21
8.5.2 IDENTIFICAO DE ACES GERADORAS DE IMPACTES 8-22
8.5.2.1 Perturbao de ecossistemas 8-22
8.5.3 EMISSO DE POEIRAS 8-23
8.5.4 AVALIAO DE IMPACTES 8-23
8.5.5 FASE DE OBRA 8-23
8.5.6 FASE DE PS-REMEDIAO 8-24
8.6 FAUNA 8-29
8.6.1 FASE DA OBRA 8-29
8.6.2 FASE DE PS-REMEDIAO 8-29
8.7 SOLOS E USO ACTUAL DO SOLO 8-31
8.7.1 FASE DE OBRA 8-31
8.7.2 FASE DE PS-REMEDIAO 8-34
8.7.3 USO E OCUPAO DO SOLO 8-34
8.7.3.1 Consideraes Gerais 8-34
8.7.3.2 Fase de Obra 8-35
8.7.3.3 Fase de Ps-Remediao 8-35
8.8 PAISAGEM 8-37
8.8.1 FASE DE OBRA 8-37
8.8.2 FASE DE PSREMEDIAO 8-39
8.9 AMBIENTE SONORO 8-43
8.9.1 METODOLOGIA 8-43
8.9.2 LEGISLAO APLICVEL 8-43
8.9.3 FASE DE OBRA 8-44
8.9.4 FASE DE PS-REMEDIAO 8-46
8.10 QUALIDADE DO AR 8-47
8.10.1 METODOLOGIA 8-47
8.10.2 LEGISLAO APLICVEL 8-47
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
VIII RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
8.10.3 FASE DE OBRA 8-47
8.10.3.1 Fase de Ps-Remediao 8-50
8.11 SCIO-ECONOMIA 8-52
8.11.1 METODOLOGIA 8-52
8.11.2 FASE DE OBRA 8-52
8.11.3 FASE DE PS-REMEDIAO 8-53
8.12 PATRIMNIO ARQUITECTNICO E CONSTRUDO 8-55
8.12.1 METODOLOGIA 8-55
8.12.2 STIOS ARQUEOLGICOS NA ZONA DE PROJECTO 8-55
8.13 ORDENAMENTO DO TERRITRIO 8-57
8.13.1 FASE DE OBRA 8-57
8.13.2 FASE DE PS-REMEDIAO 8-57
8.14 QUADROS RESUMO 8-59
9 MEDIDAS DE MINIMIZAO 9-1
9.1 INTRODUO 9-1
9.2 CLIMA 9-2
9.3 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA 9-3
9.5 FLORA E VEGETAO 9-9
9.6 FAUNA 9-11
9.7 SOLO E USO DOS SOLOS 9-13
9.8 PAISAGEM 9-15
9.9 AMBIENTE SONORO 9-17
9.10 QUALIDADE DO AR 9-19
9.11 SCIO-ECONOMIA 9-21
9.12 PATRIMNIO ARQUITECTNICO E CONSTRUDO 9-23
9.13 ORDENAMENTO 9-25
10 ANLISE DE RISCO 10-1
10.1 INTRODUO 10-1
10.2 METODOLOGIA 10-1
10.3 IDENTIFICAO DE RISCOS AMBIENTAIS INERENTES FASE DE OBRA 10-2
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
IX
10.3.1 DESMATAO, DECAPAGEM E TERRAPLENAGENS 10-2
10.3.2 ACES DE DESMATAO 10-2
10.3.3 ALTERAO DA MORFOLOGIA 10-3
10.3.4 TRANSPORTE DE MATERIAIS 10-3
10.3.5 IMPLANTAO E FUNCIONAMENTO DOS ESTALEIROS (DERRAMES ACIDENTAIS DE POLUENTES E GESTO DE
RESDUOS. 10-3
10.3.6 LIMPEZA DA LINHA DE GUA 10-4
10.4 IDENTIFICAO DE RISCOS NA FASE DE PS-REMEDIAO DA REA MINEIRA DA BICA 10-4
10.4.1 SISMOS 10-4
10.4.2 INUNDAES 10-5
10.4.3 INCNDIOS 10-5
10.4.4 RISCOS TECNOLGICOS 10-5
10.5 MEDIDAS DE CONTENO E DIMINUIO DE RISCO FASE DE CONSTRUO 10-6
10.5.1 ACES DE DESMATAO E DECAPAGEM 10-6
10.5.2 TRABALHOS DE ESCAVAO E DE ATERROS 10-6
10.5.3 TRANSPORTE DE MATERIAIS 10-7
10.5.4 LOCALIZAO DE ESTALEIROS 10-8
10.5.5 GESTO DE RESDUOS 10-9
10.5.6 LIMPEZA DA LINHA DE GUA 10-10
10.5.7 DESMOBILIZAO DO ESTALEIRO 10-10
10.5.8 PROPOSTA DE MEDIDAS DE GESTO DE ACIDENTES AMBIENTAIS 10-11
10.5.8.1 Armazenamento e Manuseamento de Resduos 10-11
10.5.8.2 Ocorrncia de Derrame ou Fugas de Substncias para o meio envolvente 10-11
10.5.9 OCORRNCIA DE INCNDIO 10-12
10.5.10 OCORRNCIA DE INUNDAES/ALAGAMENTOS 10-12
10.6 MEDIDAS DE CONTENO E DIMINUIO DE RISCO FASE DE EXPLORAO 10-13
10.6.1 MANUTENO DO DEPSITO CONFINADO DURANTE A FASE DE PS REMEDIAO 10-13
10.6.1.1 Manuteno do Sistema de Cobertura 10-13
10.6.1.2 Manuteno do Sistema de drenagem 10-14
11 LACUNAS DE CONHECIMENTO 11-1
11.1 PATRIMNIO ARQUITECTNICO E CONSTRUDO 11-1
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
X RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
12 PLANOS DE MONITORIZAO 12-1
12.1 RECURSOS HDRICOS 12-1
12.1.1 INTRODUO 12-1
12.1.2 PARMETROS A MONITORIZAR 12-1
12.1.3 LOCAL E FREQUNCIA DAS AMOSTRAGENS 12-1
12.1.4 TCNICAS E MTODOS DE ANLISE 12-2
12.1.5 MTODOS DE TRATAMENTO E CRITRIOS DE AVALIAO DOS DADOS 12-2
12.1.6 MEDIDAS DE GESTO AMBIENTAL 12-3
12.1.7 RELATRIOS DE MONITORIZAO 12-3
12.2 AMBIENTE SONORO 12-5
12.2.1 INTRODUO 12-5
12.2.2 OBJECTIVOS 12-6
12.2.3 PARMETROS E FREQUNCIA DE MONITORIZAO 12-6
12.2.4 LOCAIS DE MEDIO 12-7
12.2.5 TCNICAS, MTODOS ANALTICOS E EQUIPAMENTOS NECESSRIOS 12-7
12.2.6 DURAO DO PLANO DE MONITORIZAO 12-8
12.2.7 CRITRIOS DE AVALIAO DE DESEMPENHO 12-8
12.2.8 MEDIDAS DE GESTO AMBIENTAL A ADOPTAR EM CASO DE DESVIO 12-9
12.2.9 RELATRIOS DE MONITORIZAO 12-9
12.3 QUALIDADE DO AR 12-11
12.3.1 ESPECIFICAO DA MONITORIZAO NA FASE DE PR CONSTRUO E CONSTRUO 12-11
12.3.1.1 Objectivo 12-11
12.3.1.2 Parmetros a Monitorizar 12-11
12.3.1.3 Locais e Frequncia de Amostragem 12-11
13 CONCLUSES 13-1
13.1 ASPECTOS GERAIS 13-1
13.2 CLIMA 13-2
13.3 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA 13-2
13.5 FLORA E VEGETAO 13-3
13.6 FAUNA 13-4
13.7 SOLOS E USO ACTUAL DO SOLO 13-4
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
XI
13.8 PAISAGEM 13-4
13.9 AMBIENTE SONORO 13-4
13.10 QUALIDADE DO AR 13-5
13.11 SCIO-ECONOMIA 13-5
13.12 PATRIMNIO ARQUITECTNICO E CONSTRUDO 13-6
13.13 ORDENAMENTO DO TERRITRIO 13-6
14 BIBLIOGRAFIA 14-1
NDICE DE FIGURAS
Figura 1 Enquadramento Nacional, Regional e Local da rea mineira da Bica. .............................. 13
Figura 2 Decaimento das sries 238U, 235U e 232Th. Os tons de cinza representam os tempos de meia-
vida (cinzento escuro representa o maior perodo)........................................................................... 27
Figura 3 Localizao da rea alvo do estudo de caracterizao, bem como de algumas das
exploraes mineiras de urnio existentes na regio central de Portugal (EXMIN, 2003 a 2005). ... 2-12
Figura 4 Representao esquemtica da explorao mineira na rea da Bica. ................................ 3-7
Figura 5 Localizao das escombreiras da mina da Bica. ................................................................ 3-10
Figura 6 Sistema de tratamento do efluente mineiro actualmente existente na rea mineira da Bica.
.......................................................................................................................................................... 315
Figura 7 Localizao da rea de depsito final na rea mineira da Bica (fase de ps-remediao). 4-3
Figura 8 Esquema do Perfil do sistema de cobertura previsto. ........................................................ 4-4
Figura 9 Localizao do depsito complementar. ............................................................................. 4-5
Figura 10 Sistema de drenagem SD1 previsto para o depsito da Bica. ........................................... 4-6
Figura 11 Sistema de drenagem superficial. ..................................................................................... 4-7
Figura 12 Sinaltica a colocar na zona do poo mestre n. 1............................................................ 4-9
Figura 13 Esquema geral das estruturas do sistema de tratamento. ............................................. 4-11
Figura 14 Evoluo de caudais e precipitao................................................................................. 4-13
Figura 15 Relao entre caudal mensal e intensidade de precipitao mensal. ............................ 4-14
Figura 16 Esquema geral de funcionamento do sistema de funcionamento. ................................ 4-18
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
XII RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Figura 17 Estrutura a instalar na zona da exsurgncia. ................................................................... 4-20
Figura 18 Esquema da lagoa de amortecimento. ............................................................................ 4-21
Figura 19 Tanques de Urnio que podem funcionar em sequncia ou isoladamente. ................... 4-22
Figura 20 Cintura uranfera Europeia (adaptado de JEN, 1968). ........................................................ 6-9
Figura 21 Localizao dos jazidos e jazidas de minrios de urnio (adaptado de Neiva, 2003). .... 6-11
Figura 22 Enquadramento geomorfolgico da rea mineira da Bica e Pedreiros. .......................... 6-16
Figura 23 Enquadramento geolgico das minas no Batlito das Beiras, (adaptado de Azevedo et al,
2006). .................................................................................................................................................. 6-18
Figura 24 Enquadramento geolgico da rea mineira da Bica e Pedreiros..................................... 6-21
Figura 25 Extracto da Carta Neotectnica de Portugal sobreposta Carta Geolgica (representao
sem escala associada), onde se observa, a vermelho, as estruturas tectnicas activas. ................... 6-24
Figura 26 Carta de Intensidades histricas mximas registadas em Portugal (LE) e Zonagem ssmica
regulamentar apresentada no RSA (LD): zona A a de maior perigosidade. A azul encontra-se
delimitada a carta Militar, Folha 226. ................................................................................................ 6-27
Figura 27 Bacia Hidrogrfica do Tejo (adaptado INAG, 2001). ........................................................ 6-29
Figura 28 Enquadramento hidrogrfico da Ribeira de Valverde (adaptado de Atlas da gua, 2007). 6-
31
Figura 29 Bacia hidrogrfica da linha de gua interceptada pelo projecto (adaptado da Carta Militar
225 e 226 escala 1:25 000). ............................................................................................................. 6-33
Figura 30 Hierarquizao da rede fluvial segundo a classificao de A.N. Strahler (1981). ............ 6-37
Figura 31 Localizao dos furos e poos monitorizados na envolvente da mina da Bica e respectivos
nveis de concentraes. .................................................................................................................... 6-43
Figura 32 Representao das correlaes entre os teores dos parmetros e os Furos. No grupo
individualizado a vermelho os Furos 2, 8 e 9, localizados na zona de escorrncias provenientes de
depsitos de lamas de tratamento de efluentes, relacionam-se com as concentraes elevadas dos
parmetros indicadores Mangans, Condutividade, Sulfatos e Sdio (EDM, SA 2007). ................... 6-51
Figura 33 Localizao dos pontos de monitorizao e fluxos na mina da Bica. .............................. 6-53
Figura 34 Localizao da amostragem hidrogeoqumica (mina de Pedreiros). ............................... 6-56
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
XIII
Figura 35 Localizao dos pontos de amostragem. ........................................................................ 6-57
Figura 36 Sistemas aquferos de Portugal Continental (adaptado de Almeida et al, 2000). .......... 6-65
Figura 37 Localizao dos poos existentes na envolvente da rea mineira. ................................. 6-66
Figura 38 Sistemas aquferos na Bacia do Tejo (adaptado de INAG, 1999). ................................... 6-69
Figura 39 Carta de Solos da rea de insero do projecto (Fonte: Carta de Solos n. 225 e 226
IDRHa). ............................................................................................................................................... 6-99
Figura 40 Localizao dos pontos de amostragem na mina da Bica. ............................................ 6-104
Figura 41 Localizao dos pontos de amostragem na mina de Pedreiros. ................................... 6-111
Figura 42 Localizao dos receptores sensveis utilizados na monitorizao do ambiente sonoro. .. 6-
136
Figura 43 Receptores Sensveis na envolvente da rea mineira. .................................................. 6-147
Figura 44 Rede viria do concelho de Guarda............................................................................... 6-148
Figura 45 Relao da Mina da Bica com a Rede Viria. ................................................................. 6-150
Figura 46 Rede de monitorizao da Qualidade do Ar em Portugal (Instituto do Ambiente). ..... 6-153
Figura 47 Localizao das medies de exalao de rado efectuadas (Bica). ............................. 6-159
Figura 48 Ponto de amostragem de PM10 no interior da rea mineira. ...................................... 6-163
Figura 49 Localizao do concelho interceptado pelo projecto na Regio Centro (Fonte: INE). .. 6-166
Figura 50 rea de insero do projecto (Fonte: CM Sabugal). ...................................................... 6-166
Figura 51 Regio Centro: densidade populacional por concelho (Fonte: A Regio Centro em
nmeros, 2004. INE). ........................................................................................................................ 6-169
Figura 52 Reserva Agrcola Nacional na rea de insero do projecto (Fonte: PDM Sabugal). .... 6-197
Figura 53 Reserva Ecolgica Nacional na rea de interveno do projecto (Fonte: PDM Sabugal). .. 6-
201
Figura 54 Carta de Condicionantes na rea de insero do projecto (Fonte: PDM Sabugal). ...... 6-205
Figura 55 Ligao das guas pluviais do depsito linha de gua (mina da Bica). ......................... 8-11
Figura 56 Curso de gua a recuperar. ............................................................................................. 8-15
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
XIV RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Figura 57 Cartografia das manchas de solo a sanear de acordo com a profundidade da
contaminao. .................................................................................................................................... 8-33
Figura 58 Frmula de propagao do rudo para fontes pontuais (Fonte: Notas para avaliao de
rudo em AIA e Licenciamento, 2001. Instituto do Ambiente). .......................................................... 8-45
Figura 59 Ponto de monitorizao de rudo. .................................................................................... 12-7
Figura 60 Localizao dos pontos de amostragem. ........................................................................ 12-12
NDICE DE TABELAS
Tabela 1 Valores de referncia estimados para os parmetros descritos com base nos parmetros
obtidos na regio de Oliveira do Hospital. ......................................................................................... 2-13
Tabela 2 Valores referncia para o geoindicadores de contaminao com base nos dados obtidos
em amostras de gua colhidas na regio de Oliveira do Hospital; com excepo do pH, os valores
inferiores aos indicados so caractersticos do fundo regional. ........................................................ 2-13
Tabela 3 Valores de referncia estimados para os geoindicadores de contaminao com base na
distribuio dos dados obtidos em amostras de sedimentos de corrente e de solos colhidos na regio
de Oliveira do Hospital. ...................................................................................................................... 2-13
Tabela 4 Dose efectiva, total e parcial, estimada para as populaes dos grupos de referncia
assinalados e que habitam na regio de Oliveira do Hospital (valores em mSv.a-1). ......................... 2-14
Tabela 5 Distribuio das 61 reas Mineiras dos Radioactivos por Nveis de Interveno. ............. 3-4
Tabela 6 Valores mdios obtidos de radiometria de superfcie ...................................................... 3-19
Tabela 7 Valores mdios de radiao externa. ................................................................................ 3-20
Tabela 8 Faseamento construtivo para a rea mineira da Bica. ..................................................... 4-26
Tabela 9 Sazonalidade da precipitao ............................................................................................. 6-3
Tabela 10 Meteoros diversos por nmeros de dias por ano. ............................................................ 6-7
Tabela 11 Parmetros morfolgicos da bacia hidrogrfica local. ................................................... 6-35
Tabela 12 Relao de bifurcao das linhas de gua na bacia do Ribeiro de Vilar. ........................ 6-39
Tabela 13 Localizao dos pontos de gua amostrados na monitorizao da Bica. ....................... 6-42
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
XV
Tabela 14 Valores piezomtricos nos pontos de gua em furos (campanha 2002-2007). ............. 6-43
Tabela 15 Valores piezomtricos nos pontos de gua em poos (campanha 2002-2007). ............ 6-44
Tabela 16 Valores piezomtricos no poo mestre (campanha 2005-2007). ................................... 6-44
Tabela 17 Valores da geoqumica das amostras das escombreiras e valores de referncia. ......... 6-45
Tabela 18 Resultados das anlises do efluente de mina (srie2001 2007). ................................. 6-49
Tabela 19 Resultados das anlises do efluente tratado (srie2001 2007). .................................. 6-50
Tabela 20 Localizao dos furos e poos de monitorizao e respectiva classificao em grupos de
nveis de concentrao. ...................................................................................................................... 6-52
Tabela 21 Comparao entre os valores de radionucldeos nos sedimentos das reas mineiras de
Bica e Pedreiros com os valores registados no Fundo Regional. ....................................................... 6-59
Tabela 22 Resultados de anlises radiolgicas de sedimentos obtidas na rea mineira da Bica. .. 6-59
Tabela 23 Teores em radionucldeos nos locais de amostragem de sedimentos de corrente em Bica
e Pedreiros. ........................................................................................................................................ 6-59
Tabela 24 Dados geoqumicos dos principais elementos existentes nos sedimentos de corrente da
rea mineira da Bica que se apresentam com valores superiores aos de referncia. ....................... 6-61
Tabela 25 Produtividade das captaes em Granitos (caudal l/s) (adaptado de INAG, 1999). ...... 6-67
Tabela 26 Enquadramento das unidades taxonmicas da classificao IDRHa na legenda FAO. 6-102
Tabela 27 Resultados das anlises geoqumicas obtidos nos locais amostrados na mina da Bica. .... 6-
105
Tabela 28 Resultados das anlises radiolgicas obtidos nos locais amostrados na mina da Bica.6-107
Tabela 29 Resultados das anlises geoqumicas obtidos nos locais amostrados na mina de
Pedreiros. ......................................................................................................................................... 6-112
Tabela 30 Resultados das anlises radiolgicas obtidos nos locais amostrados na mina de Pedreiros.
.......................................................................................................................................................... 6-113
Tabela 31 - Classes de ocupao do solo identificadas na rea em estudo. .................................... 6-117
Tabela 32 Valores limite e valores guia. ........................................................................................ 6-145
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
XVI RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Tabela 33 Principais eixos de ligao distrito da Guarda. (Fonte: DL n.222/98, de 17 de Julho; Lei
n.98/99, de 26 de Julho). ................................................................................................................ 6-151
Tabela 34 Emisses totais e Emisses por unidade de rea referentes ao ano de 2003. ............. 6-152
Tabela 35 Dados estatsticos (PM10). ........................................................................................... 6-154
Tabela 36 Proteco da sade humana: Base diria (Decreto-Lei n. 111/2002). ........................ 6-154
Tabela 37 Proteco da sade humana: Base anual (Decreto-Lei n. 111/2002). ........................ 6-154
Tabela 38 Dados estatsticos (SO2). ............................................................................................... 6-155
Tabela 39 Limiar de alerta (Decreto-Lei n. 111/2002). ................................................................ 6-155
Tabela 40 Proteco da sade humana: Base horria (Decreto-Lei n. 111/2002). ..................... 6-155
Tabela 41 Proteco da sade humana: Base diria (Decreto-Lei n. 111/2002). ........................ 6-155
Tabela 42 Proteco da sade humana: Base diria (Portaria n. 286/93). ................................. 6-155
Tabela 43 Proteco dos ecossistemas: Perodo de Inverno (1 de Outubro a 1 de Maro) (Decreto-
Lei n. 111/2002). ............................................................................................................................. 6-156
Tabela 44 Proteco dos ecossistemas: Base anual (Decreto-Lei n. 111/2002). ......................... 6-156
Tabela 45 Dados estatsticos (NO2). .............................................................................................. 6-156
Tabela 46 Limiar de alerta (Decreto-Lei n. 111/2002). ................................................................ 6-156
Tabela 47 Proteco da sade humana: Base horria (Decreto-Lei n. 111/2002). ..................... 6-156
Tabela 48 Proteco da sade humana: Base anual (Portaria n. 286/93). .................................. 6-157
Tabela 49 Proteco da sade humana: Base anual (Decreto-Lei n. 111/2002). ........................ 6-157
Tabela 50 Parmetros Radiolgicos avaliados. ............................................................................. 6-158
Tabela 51 Resultados das medies dos fluxos de rado. (BICA). ................................................. 6-158
Tabela 52 Controlo radiolgico do ar efectuado com base num dosmetro de stio colocado na rea
mineira da Bica. ................................................................................................................................ 6-159
Tabela 53 Controlo radiolgico do ar efectuado com base em dosmetros de stio colocados em
diversos locais da rea em estudo. * mdia de trs determinaes. .............................................. 6-160
Tabela 54 Condies meteorolgicas predominantes da regio. ................................................. 6-162
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
XVII
Tabela 55 Resultados obtidos na campanha de monitorizao de PM10. ................................... 6-163
Tabela 56 Indicadores relativos s famlias e ncleos familiares do Concelho do Sabugal em 1991 e
2001 (Fonte: INE, Censos 1991, 2001). ............................................................................................. 6-173
Tabela 57 Medidas de minimizao para a gesto de substncias perigosas. ............................. 10-11
Tabela 58 Medidas de minimizao para derrames de substncias perigosas............................. 10-12
Tabela 59 Gesto dos efeitos de combate a incndios. ................................................................ 10-12
Tabela 60 Gesto de inundaes/Alagamentos. ........................................................................... 10-13
NDICE DE QUADROS
Quadro 1 Produo de Urnio em Portugal, Entidades gestoras (em Silveira, 2002). ................... 22
Quadro 2 Volumetrias nas diversas reas mineiras em funo da periculosidade dos resduos. .. 3-19
Quadro 3 Dados de caudal e precipitao na rea em estudo. ...................................................... 4-13
Quadro 4 Caracterizao do efluente da mina, valores extrados da tabela 6 do documento
Caracterizao hidrogeolgica da gua da mina da bica. ............................................................... 4-15
Quadro 5 Sistematizao do quadro de qualidade de acordo com os anexos aplicveis do Decreto-
Lei n. 236/98, de 1 de Agosto. .......................................................................................................... 4-17
Quadro 6 Eficincias e remoes mdias a assegurar no Sistema de Tratamento. ....................... 4-18
Quadro 7 Caractersticas da estao Meteorolgica do Fundo. ..................................................... 6-1
Quadro 8 Relao de comprimentos. .............................................................................................. 6-40
Quadro 9 Valor botnico das estruturas de vegetao na rea mineira da Bica. ........................... 6-87
Quadro 10 Valor Botnico das estruturas de vegetao na rea mineira de Pedreiros. ................ 6-87
Quadro 11 - Classes de ocupao do solo. ....................................................................................... 6-120
Quadro 12 Nveis de rudo mximo admissvel de acordo com o Decreto Lei n. 9/2007. ....... 6-137
Quadro 13 Metodologia de caracterizao do ambiente sonoro. ................................................ 6-139
Quadro 14 Equipamento utilizado. ............................................................................................... 6-140
Quadro 15 Locais de medio. ...................................................................................................... 6-140
Quadro 16 Valores de LAeq obtidos no perodo diurno. .............................................................. 6-141
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
XVIII RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Quadro 17 Valores de LAeq obtidos no perodo entardecer. ....................................................... 6-141
Quadro 18 Valores de LAeq obtidos no perodo nocturno- .......................................................... 6-141
Quadro 19 Condies ambientais registadas. ............................................................................... 6-141
Quadro 20 Nveis sonoros mdios de longa durao. ................................................................... 6-141
Quadro 21 Caractersticas da estao Meteorolgica do Fundo. ............................................... 6-160
Quadro 22 Variao da populao entre 1991 e 2001 (Fonte: INE). ............................................. 6-167
Quadro 23 Variao da populao entre 1991 e 2001 das freguesias do Concelho do Sabugal (Fonte:
INE). .................................................................................................................................................. 6-168
Quadro 24 Densidade populacional do Concelho do Sabugal (Fonte: INE). ................................. 6-170
Quadro 25 Estrutura etria (Fonte: INE). ....................................................................................... 6-171
Quadro 26 Alguns indicadores demogrficos referentes a 2002 (Fonte: INE, Anurio Estatstico da
regio Centro 2003). ......................................................................................................................... 6-172
Quadro 27 Nmero de famlias clssicas e Institucionais entre 1991-2001, por freguesia (INE). 6-174
Quadro 28 Populao residente no Concelho do Sabugal, segundo o nvel de instruo em 2001
(Fonte: INE, Censos 1991, 2001). ...................................................................................................... 6-176
Quadro 29 Taxa de Analfabetismo no Concelho do Sabugal, na Regio Centro e em Portugal (Fonte:
INE). .................................................................................................................................................. 6-176
Quadro 30 Sociedades sedeadas segundo o sector de actividade em 2002 (%) (Fonte: INE, Censos
2001). ................................................................................................................................................ 6-177
Quadro 31 Taxas de actividade e desemprego (Fonte: INE). ........................................................ 6-180
Quadro 32 Populao desempregada (Fonte: INE). ...................................................................... 6-181
Quadro 33 Dados de sade (Fonte: INE). ...................................................................................... 6-181
Quadro 34 Matriz de Impactes identificados no descritor do Clima. ................................................ 8-4
Quadro 35 Matriz de Impactes do descritor de Geologia. ................................................................ 8-8
Quadro 36 Matriz de Impactes do descritor de Recursos Hdricos Superficiais e subterrneos. ... 8-18
Quadro 37 Matriz de Impactes identificados no descritor Flora. .................................................... 8-26
Quadro 38 Matriz de Impactes identificados no descritor Fauna. .................................................. 8-30
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
XIX
Quadro 39 Matriz de Impactes identificados no descritor de solos e uso do solo. ........................ 8-36
Quadro 40 Matriz de Impactes identificados no descritor Paisagem. ............................................ 8-40
Quadro 41 Critrio de incomodidade (Fonte: Decreto-Lei n. 9/2007). ......................................... 8-44
Quadro 42 Nveis Sonoros a 1 m do equipamento. ........................................................................ 8-45
Quadro 43 Matriz de Impactes identificados no descritor Ambiente Sonoro. ............................... 8-46
Quadro 44 Matriz de Impactes identificados no descritor Qualidade do Ar. ................................. 8-51
Quadro 45 Matriz de Impactes identificados no descritor Scio-Economia. .................................. 8-53
Quadro 46 Matriz de Impactes identificados no descritor Patrimnio. ......................................... 8-56
Quadro 47 Matriz de impactes relativa ao Ordenamento do Territrio. ....................................... 8-58
NDICE DE GRFICOS
Grfico 1 Fontes de radiao naturais e artificiais, respectivas percentagens de contribuio para a
radiao total (adaptado de USNRC RG8.29, 1996). ............................................................................ 2-9
Grfico 2 Variaes mensais das temperaturas. ............................................................................... 6-2
Grfico 3 Comparao da precipitao total com a mdia mensal (1951-1980). ............................. 6-3
Grfico 4 Grfico Termo-Pluviomtrico. ........................................................................................... 6-4
Grfico 5 Velocidade mdia do vento (km/h) (1967-1980). ............................................................. 6-4
Grfico 6 Rosa-dos-ventos (Frequncia e velocidade mdia anual). ................................................ 6-5
Grfico 7 Variao anual da nebulosidade com a hora do dia. ......................................................... 6-6
Grfico 8 Nmero de dias com nebulosidade. .................................................................................. 6-6
Grfico 9 Humidade relativa do ar (%) 1951-1980. ........................................................................... 6-7
Grfico 10 Valores de referncia estimados de pH com base nos dados obtidos em amostras de
gua colhidas na regio de Oliveira do Hospital. ............................................................................... 6-48
Grfico 11 ndices da Qualidade do Ar, ano de 2006, para a regio Centro Interior. ................... 6-153
Grfico 12 Velocidade mdia do vento (km/h) (1958-1980). ........................................................ 6-161
Grfico 13 Rosa-dos-ventos (Frequncia e velocidade mdia anual). .......................................... 6-161
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
XX RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Grfico 14 Variao do nmero de empregados por sector no Concelho do Sabugal (Fonte: INE). .. 6-
178
NDICE DE FOTOS
Foto 1 Furos onde se realizava a injeco de solues cidas. ......................................................... 3-5
Foto 2 Ponto de exsurgncia da gua.............................................................................................. 3-13
Foto 3 Lamas provenientes do tratamento de efluentes (direita L1; esquerda L2) na mina da Bica. 3-
17
Foto 4 Vista parcial da escombreira E2 na mina da Bica, reflorestada. .......................................... 3-17
Foto 5 Vista parcial da escombreira E2 na mina da Bica. ................................................................ 3-18
Foto 6 Escombreiras maioritariamente de materiais estreis na mina da Bica e lagoas de
decantao. ........................................................................................................................................ 3-18
Foto 7 Vista das escombreiras existentes na rea mineira de Pedreiros. ....................................... 3-18
Foto 8 Foto da escombreira E3 da Mina de Pedreiros, onde foram identificados afloramentos de
material grantico in situ. .................................................................................................................... 3-19
Foto 9 Vista geral da encosta onde se encontra a rea mineira. .................................................... 6-16
Foto 10 Vista da encosta oposta da rea mineira, com o aspecto tpico da paisagem grantica em
caos de blocos. A vertente observada separa o vale da Ribeira de Valverdinho do vale da Ribeira de
Quarta-Feira (foto obtida a zona da linha de gua a jusante da rea mineira). ................................ 6-17
Foto 11 Estrutura filoneana muito alterada presente na mina da Bica. ......................................... 6-19
Foto 12 Estruturas filoneanas existentes na mina de Pedreiros. .................................................... 6-19
Foto 13 Rochas bsicas (dolerticas) existentes na antiga rea mineira de Pedreiros. ................... 6-23
Foto 14 Pinhal e bosquetes de carvalhos autctones na regio enquadrante da rea mineira da
Bica. .................................................................................................................................................... 6-80
Foto 15 Cortina ripcola ao longo da Ribeira de Valverde na proximidade de Pedreiros. .............. 6-82
Foto 16 Aspecto da vegetao arbustiva na envolvncia da rea mineira de Pedreiros. ............... 6-85
Foto 17 Formaes vegetais na envolvncia da rea da mina de Pedreiros. .................................. 6-95
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
XXI
Foto 18 Perspectiva da paisagem na regio enquadrante das reas mineiras de Bica e Pedreiros. .. 6-
124
Foto 19 Vista da rea mineira da Bica e regio enquadrante a partir da EN-542-4. .................... 6-125
Foto 20 Vista da rea mineira de Pedreiros a partir da EN-542-4. ............................................... 6-126
Foto 21 Perspectiva da mina da Bica destacando-se alguns edifcios da rea mineira. ............... 6-128
Foto 22 Vista geral da rea mineira de Pedreiros e da vegetao envolvente. ............................ 6-129
Foto 23 Horizonte visual amplo e relevo montanhoso caracteristicos da Paisagem na regio
enquadrante nas reas mineiras. ..................................................................................................... 6-130
Foto 24 Elevada capacidade de absoro visual na rea mineira de Pedreiros a partir de Noroeste
na EN-542-4. ..................................................................................................................................... 6-132
Foto 25 Alterao da morfologia do terreno na rea mineira de Pedreiros. ................................ 6-133
Foto 26 Cavalete de apoio explorao mineira e barraces de madeira. .................................. 6-194
Foto 27 Sistema lagunar e lamas residuais do sistema de tratamento actual................................ 8-17
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
XXII RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
XXIII
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 11
1 INTRODUO
1.1 IDENTIFICAO DO PROJECTO E DO PROPONENTE
O Relatrio Sntese do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) que agora se apresenta diz respeito ao
Projecto de Execuo das Obras de Remediao Ambiental das Antigas reas Mineiras da Bica e de
Pedreiros. A localizao geogrfica das reas mineiras encontra-se esquematizada na Figura 1.
Para a elaborao do presente estudo foram empreendidas actividades de pesquisa bibliogrfica e
anlise de documentao tcnica respeitante s reas mineiras, com vista ao enquadramento
rigoroso do projecto a realizar, tendo em conta as caractersticas geoambientais existentes.
Estas actividades permitiram a aquisio do conhecimento necessrio para se fazer uma anlise
profunda das vrias alternativas para as aces a desenvolver, de acordo com o estipulado nos
Planos Directores ou de Actuao elaborados pela EDM, SA.
A requalificao ambiental das antigas reas mineiras da Bica e de Pedreiros foi planeada h j vrios
anos, e constitui uma necessidade apontada quer pela EDM, SA quer pela autarquia local. De facto, a
EDM, SA tem vindo a elaborar estudos nas reas da qualidade da gua, hidrologia, hidrogeologia,
geologia e monitorizao radiolgica, estudos que contriburam para a caracterizao da situao de
referncia efectuada durante a elaborao do presente trabalho.
No presente relatrio (elaborado entre Dezembro de 2007 e Maio de 2008) procedeu-se
caracterizao da situao de referncia das componentes ambientais avaliadas, avaliao dos
impactes produzidos nos diversos descritores e definio de medidas de minimizao dos impactes
negativos identificados e planos de monitorizao para o ambiente sonoro, qualidade do ar,
qualidade da gua, bem como a monitorizao da radiometria, radiao externa e fluxos de rado.
Faz-se igualmente referncia s alternativas de projecto, estudadas em fase de estudo prvio
(desenvolvido entre o dia 15 de Outubro e o dia 30 de Novembro de 2007) e perspectiva-se a
evoluo da rea na ausncia da concretizao do projecto.
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 12 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 14 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 15
1.1.1 IDENTIFICAO DO PROPONENTE E ENTIDADE LICENCIADORA
O proponente do Projecto a EDM Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SA, com sede na Rua
Sampaio Pina, n. 1 3. Dto., em Lisboa, Telefone n. 21 385 91 21 e Fax n. 21 385 63 44.
A Entidade Licenciadora do Projecto a Direco Geral de Geologia e Energia, sita na Av. 5 de
Outubro, n 87, em Lisboa, Telefone n. 217 922 700/217 922 800 e Fax n. 217 939 540.
1.1.2 IDENTIFICAO DO AUTOR DO ESTUDO
O Relatrio Sntese do Estudo de Impacte Ambiental foi elaborado pela empresa Geosolve, Solues
de Engenharia, Geotecnia e Topografia Lda., com sede social na Estrada Nacional 249 4, Trajouce,
Parque Industrial Benvindo Machado e Santos, 2785-653 S. Domingos de Rana, Telefone n. 214 480
830 e Fax n. 214 480 005.
ACTIVIDADE TCNICOS
RESPONSVEIS FORMAO
Coordenao Geral
Controlo de Qualidade Susana Paisana
Licenciatura em Geologia (R. Cientfico) - FCL - UL
Mestranda em Georrecursos (IST - UTL)
Clima e Meteorologia Marta Henriques Licenciatura em Biologia (FCP - UP)
Ps-graduao em Gesto e Polticas Ambientais (UE)
Geologia e Geomorfologia Susana Paisana Licenciatura em Geologia (R. Cientfico) - FCL - UL
Mestranda em Georrecursos (IST - UTL)
Recursos Hdricos Susana Paisana Licenciatura em Geologia (R. Cientfico) - FCL - UL
Mestranda em Georrecursos (IST - UTL)
Flora e Vegetao Cristina
Cerqueira Licenciatura em Engenharia Agronomica (ISA-UTL)
Fauna Miguel Cardoso Licenciatura em Engenharia Florestal
Solos e Uso Actual do Solo
Joo Matos Licenciatura em Engenharia do Ambiente (Universidade Lusfona)
Susana Paisana Licenciatura em Geologia (R. Cientfico) FCL UL
Mestranda em Georrecursos (IST - UTL)
Paisagem Cristina
Cerqueira Licenciatura Agronomia (ISA)
Ambiente Sonoro
Marta Henriques Licenciatura em Biologia (FCP - UP)
Ps-graduao em Gesto e Polticas Ambientais (UE)
Nuno Cunha Licenciatura em Engenharia do Ambiente (Universidade Lusfona)
Qualidade do Ar
Miguel Barra
Licenciatura em Engenharia do Ambiente (UA)
Ps-graduao em Gesto e Polticas Ambientais (UE)
Ps Graduao em Coordenao de Segurana em Obras
Nuno Cunha Licenciatura em Engenharia do Ambiente (Universidade Lusfona)
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 16 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
ACTIVIDADE TCNICOS
RESPONSVEIS FORMAO
Scio-Economia Carla Macedo Licenciatura em Gesto (Universidade Internacional de Lisboa)
Patrimnio Arqueolgico e Construdo
Pedro Ventura Licenciatura em Arqueologia (FLUL)
Ordenamento do Territrio Marta Henriques Licenciatura em Biologia (FCP - UP)
Ps-graduao em Gesto e Polticas Ambientais (UE)
Anlise de Risco Miguel Barra
Licenciatura em Engenharia do Ambiente (UA)
Ps-graduao em Gesto e Polticas Ambientais (UE)
Ps Graduao em Coordenao de Segurana em Obras
Desenho Tcnico Jos Costa Desenhado de Construo Civil (CICCOPN)
Engenharia Civil Ana Baptista Licenciatura em Engenharia Civil (IST-UTL)
1.2 ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E METODOLOGIA
1.2.1 MBITO E ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL
O regime jurdico da concesso do exerccio da actividade de recuperao ambiental das reas
mineiras degradadas est estabelecido no Decreto-Lei n. 198-A/2001, de 6 de Julho. Este Decreto-
Lei pressupe que a recuperao das reas mineiras degradadas compreende, designadamente, a
sua caracterizao, obras de reabilitao e monitorizao ambiental.
As actividades de recuperao ambiental das reas mineiras degradadas a cargo da EDM, SA, so
efectuadas sem prejuzo do regime jurdico de avaliao de impacte ambiental (n. 3 da Base XII do
contrato de concesso anexo ao Decreto-Lei n. 198-A/2001 de 6 de Julho). No entanto, segundo o
parecer do Instituto do Ambiente, nem todas as reas mineiras degradas objecto do contracto de
concesso da EDM, SA so abrangidas pelo regime jurdico de AIA, nomeadamente pelo n. 9 do
anexo I do Decreto-Lei n. 69/2000, de 3 de Maio.
Neste entendimento a EDM, SA, considerou importante efectuar para a rea mineira da Bica, uma
anlise ambiental do projecto, atravs da realizao de um Estudo de Impacte Ambiental (EIA), com
o objectivo de identificar antecipadamente os eventuais impactes ambientais gerados pelo projecto
e propor medidas de minimizao dos impactes negativos, bem como de potenciao dos impactes
positivos previstos.
De facto, o projecto em anlise constitui um caso particular, onde expectvel uma valorizao
ambiental, cultural e econmica, garantindo a defesa do interesse pblico e a preservao do
patrimnio ambiental, tal como referido pelo Senhor Secretrio de Estado do Ministrio do
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 17
Ambiente, Ordenamento do Territrio e do Desenvolvimento Regional (SEA/2005, de 20 de Julho)
sobre a recuperao das reas mineiras degradadas.
A estrutura do EIA foi estabelecida de acordo com o estipulado na Portaria n. 330/2001, de 2 Abril
que fixa as normas tcnicas para a estrutura dos Estudos de Impacte Ambiental, permitindo assim a
obteno de um estudo mais abrangente e com uma metodologia que permite a sua fcil leitura e
compreenso.
Assim, luz da regulamentao do processo de AIA, no presente EIA apresentam-se, para cada um
dos descritores ambientais analisados, a caracterizao da situao de referncia; a previso de
impactes e respectiva metodologia de avaliao; a proposta de medidas mitigadoras ou
compensatrias dos impactes negativos identificados; a proposta de medidas potenciadoras dos
impactes positivos identificados; a anlise de possveis efeitos cumulativos e, quando aplicvel, o
programa de monitorizao e gesto dos impactes e as lacunas tcnicas ou de conhecimento
detectadas.
1.2.2 METODOLOGIA DO EIA
A metodologia preconizada neste EIA considerou uma abordagem dedutiva, aplicando-se a
experincia e o conhecimento de todos os intervenientes, na busca de solues ptimas. Esta
abordagem garante uma maior eficcia na implementao efectiva das opes e das medidas de
minimizao definidas. Assim, as principais etapas da metodologia geral seguidas na elaborao
deste EIA foram:
Recolha e anlise de informaes;
Realizao de levantamentos de campo;
Identificao de reas e aspectos ambientais crticos;
Caracterizao da situao de referncia;
Identificao e caracterizao dos impactes associados ao projecto e respectivas alternativas;
Definio de medidas de minimizao de impactes ambientais negativos gerados pela
implementao do projecto, quer na sua fase de obra quer na fase de ps remediao;
Definio de programas de monitorizao para as variveis ambientais consideradas crticas.
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 18 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
1.2.3 ESTRUTURA DO EIA
Este EIA encontra-se estruturado em duas partes, que correspondem a nveis de informao
distintos, em conformidade com o legalmente estipulado para os EIAs:
Relatrio Sntese inclui toda a informao relevante sobre o projecto, efectuando-se uma
caracterizao completa, a descrio dos seus objectivos e justificao; caracterizao do
ambiente afectado pelo projecto, dos impactes ambientais associados, das medidas de
minimizao propostas, do plano de monitorizao e todos os elementos considerados
relevantes para a compreenso da avaliao de impactes efectuada;
Anexos inclui os elementos que justificam as afirmaes constantes no Relatrio Sntese,
mas que no so indispensveis para a sua percepo.
Este Relatrio Sntese do EIA est estruturado em catorze captulos sequenciais, designadamente:
1) Introduo; 2) Enquadramento tcnico-cientfico do Projecto; 3) Justificao da Necessidade do
Projecto; 4) Objectivos e Descrio Projecto; 5) Avaliao das Alternativas de Projecto; 6) Situao de
Referncia; 7) Evoluo da rea na Ausncia do Projecto; 8) Identificao e Avaliao de Impactes; 9)
Medidas de Minimizao de Impactes Negativos; 10) Planos de Monitorizao; 11) Anlise de Risco
12) Lacunas de Conhecimento; 13) Concluses e 14) Bibliografia.
Em cada um destes captulos pormenorizado cada um dos descritores considerados neste estudo:
Clima; Geologia e Geomorfologia; Recursos Hdricos (Superficiais e Subterrneos); Solos e Uso Actual
do Solo; Qualidade do Ar; Ambiente Sonoro; Fauna; Flora e Vegetao; Paisagem; Scio-Economia;
Patrimnio Arqueolgico Construdo; Ordenamento do Territrio e Anlise de Risco.
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 19
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 110 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 21
2 ENQUADRAMENTO TCNICO-CIENTFICO DO PROJECTO
2.1 SNTESE EVOLUTIVA DA EXPLORAO DE JAZIGOS DE MINRIO DE URNIO
De acordo com Matos Dias (1976) as primeiras descobertas de jazidos Urano-radferos em Portugal
datam do incio do sculo passado, em 19071, onde o principal objectivo era a produo de rdio. De
facto, s a partir de 1944 que se inicia a prospeco e pesquisa visando a descoberta e explorao
de jazidos de urnio que, a partir de 1945, com a Companhia Portuguesa de Radium, Lda (CPR), de
capitais maioritariamente ingleses, e so obtidas 73 concesses e 11 registos.
Assim a CPR, entre 1951 e 1962, ano em que cessou a sua actividade, com reverso dos seus bens
para o Estado, produziu 1 123,4 ton de U ou seja, 1 324,8 ton de U3O8 que tero sido quase todas
exportadas para os EUA (CIU, 1992).
Cessadas as actividades da CPR a explorao de urnio passa a ser exercida pela Junta de Energia
Nuclear (JEN) que tinha sido criada em 1954, com o objectivo de organizar e controlar a prospeco
sistemtica e a explorao de minrios radioactivos e afins, em todo o territrio nacional (Decreto-
Lei n. 39 580, de 29 de Maro).
Durante a actividade da JEN, desde 1962 a 1977, foram produzidas 825,3 ton de U, ou seja 973,4 ton
de U3O8, cujo destino foi o Laboratrio de Fsica e Engenharia Nucleares, da JEN em Sacavm (onde
ainda se encontram, sob a forma de urnio metlico, xido e tetrafluoreto e suas misturas, cerca de
18 ton); o Comissariado para a Energia Atmica, em Frana e a Comisso Nacional de Energia
Nuclear, no Brasil (CIU, 1992).
A partir de 1977, a explorao e o tratamento de minrios transitaram para a Empresa Nacional de
Urnio, EP (ENU) criada pelo Decreto-Lei n. 66/77, de 6 de Maio, mantendo-se os mesmos
objectivos. Em 1992 assistiu-se integrao desta no Grupo EDM (Empresa de Desenvolvimento
Mineiro, SA).
1 A primeira concesso foi atribuda em 1909 (Rosmaneira) e a mina da Urgeiria foi aberta em 1913.
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 22 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Durante o perodo de 1977 a 1991, foram produzidas pela ENU 1 590,4 ton de U, ou seja 1 875,5 ton
de U3O8 vendidas para diversas entidades no Japo, Alemanha, Iraque, EUA e Frana, ficando em
stock acumulado cerca de 711,7 ton de U3O8 (CIU, 1992)
A ENU, E.P. encerrou a explorao de minas em 19992 e em Maro de 2001 foi encerrada a
actividade de tratamento de minrios na Urgeiria.
No que se refere s produes totais e s entidades nela envolvidas regista-se, de modo muito
sucinto e de acordo com Silveira (2002):
Ao longo de quase um sculo, foram produzidas cerca de 4 370 ton de urnio (U3O8), para
alm de sais de rdio, no perodo inicial at 1945. Esta actividade deu origem a cerca de 13
milhes de toneladas de resduos (estril, minrios pobres e rejeitados)3.
De 1907 a 2000, a explorao das minas de urnio foi feita sucessivamente por 5 entidades
diferentes (Quadro 1):
PRODUO DE U3O8
Soc. Urnio-Radio
Comp. Portuguesa de Rdio
Junta de Energia Nuclear
Emp. Nacional de Urnio EP
Emp. Nacional de Urnio SA
1912-1945
1945-1962
1962-1977
1977-1990
1990 - 2000
(-)
30,6 % do total
22,1% do total
42,1 % do total
5,2 % do total
Quadro 1 Produo de Urnio em Portugal, Entidades gestoras (em Silveira, 2002).
Refere-se ainda que a partir de 1959 foram proibidos os registos de manifestos mineiros de urnio,
criando-se assim um regime excepcional para este minrio relativamente s outras substncias
mineiras.
2 A ltima explorao teve lugar na mina de Sevilha (regio centro)
3 Silveira (2002) salienta que houve e h grandes minas mundiais cuja produo anual equivalente produo acumulada
por Portugal ao longo de toda a sua actividade de explorao uranfera.
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 23
2.1.1 RADIOACTIVIDADE
Com o objectivo de avaliar o potencial impacte dos contaminantes nos diversos componentes do
ecossistema necessrio recorrer a conhecimentos gerais sobre o ciclo do urnio para assim se
promover as melhores medidas ecolgicas de proteco ambiental.
Acresce ainda que os efeitos da contaminao ambiental por urnio no podem ser avaliados
unicamente com base em medies directas efectuadas na superfcie do solo, na gua de consumo
ou em amostras de ar. necessrio ter em considerao que o urnio ou os seus descendentes
podem migrar a partir do local inicial de contaminao e, como tal, a rea afectada ser
substancialmente superior.
Assim, de um modo sucinto, apresentam-se noes elementares de radioactividade para se
promover uma correcta ponderao da ecotoxicidade do urnio e garantir a sustentabilidade das
opes defendidas.
2.1.1.1 RADIAO NATURAL
Embora a maioria dos tomos seja estvel, alguns tm excesso de energia interna pelo que o seu
ncleo sofre alteraes espontneas, com libertao de energia e emisso de partculas sob a forma
de radiao decaimento radioactivo. Quando um ncleo instvel emite radiao esta tipicamente
na forma de (Bourdon et al, 2003):
Partculas constituda por 2 neutres e 2 protes (no penetra na pele, no atravessa
uma folha de papel, percorre 2 a 3 cm no ar);
Partculas tem carga e massa de 1 electro (penetra 4 a 6 cm no corpo, penetra uns mm
no chumbo, percorre cerca de 1 m no ar);
Radiao so fotes que se deslocam com frequncias muito elevadas e, portanto,
comprimentos de onda muito curtos (atravessa o corpo, penetra 30 a 50 cm na areia,
percorre cerca de 100 m no ar).
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 24 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
O decaimento radioactivo permite ao tomo uma progresso no sentido de atingir o equilbrio
energtico, transformando-se num istopo ou elemento estvel, onde no mais radioactivo. A
quantidade de radioactividade medida em becquerel (Bq)4.
Dependendo da quantidade de energia, uma radiao pode ser ionizante (alta energia) ou no-
ionizante (relativamente baixa energia). As radiaes ionizantes (alfa (), beta (), neutres,
electromagnticas de baixo comprimento de onda como a gama () e os raios X) interagem com os
elementos constituintes do corpo humano. Como consequncia desta interaco as clulas atingidas
podem morrer, sofrer alteraes e recomporem-se, podendo ainda sofrer alteraes permanentes
(Bem et al, 2004).
Contudo, o efeito radiolgico de uma radiao ionizante depende da forma como a energia
absorvida. Ou seja, depende do tipo de radiao e da natureza do material ou tecidos atravessados.
2.1.1.2 SRIES RADIOACTIVAS
O urnio um elemento com nmero atmico 92 (metal reactivo) e existe na natureza sob a forma
de 3 istopos instveis em quantidades relativas diferentes: 238U (99,28%), 235U (0,71%) e 234U
(0,0055%).
Ao emitir uma radiao o ncleo emissor perde, como referido, 2 protes e 2 neutres, alterando o
seu nmero atmico o que induz a uma transmutao do elemento emissor. Esta transmutao
designada por decaimento. Em cada decaimento, os ncleos emitem radiaes do tipo , e/ou e
cada um deles apresenta uma organizao interna mais estvel que o ncleo anterior. Os elementos
radioactivos sofrem vrios decaimentos (transmutaes) antes de atingirem o equilbrio (ncleo
estvel). As sequncias de ncleos so denominadas Sries Radioactivas ou Famlias Radioactivas
Naturais.
No estudo da radioactividade constatou-se que existem 3 sries radioactivas (Figura 2) que terminam
em istopos estveis do chumbo (Bourdon et al, 2003):
4 Um becquerel (Bq) corresponde a um decaimento atmico por segundo. Tambm se utiliza o Curie (Ci). Um Ci = 3,7x10
10Bq.
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 25
1. Srie do Urnio o elemento inicial o 238U. Quando um tomo de 238U emite uma partcula
transforma-se em 234Th que por sua vez emite partculas , transformando-se em 234Pa e
assim por diante;
2. Srie do Actnio A srie do actnio na realidade inicia-se com o 235U. O nome advm do
facto de que inicialmente se considerou que a srie comeava com o 227Ac;
3. Srie do Trio Nesta srie o elemento inicial o 232Th.
Como se pode observar na Figura 2 encontra-se registado o perodo de semi-vida (em anos, dias,
horas, minutos e segundos). Este perodo representa o tempo necessrio para que um determinado
nmero de tomos de um nucldeo5 fique reduzido a metade em sequncia de decaimentos
sucessivos. As meias vidas dos nucldeos variam desde 10-4 segundos a 109 anos.
Analisando a srie radioactiva do 238U salienta-se o seguinte (Silveira, 2001):
O urnio atravessa 13 nucldeos antes de atingir a estabilidade (206Pb);
Um dos elementos do decaimento o rado (222Rn) que um gs. O decaimento destes
nucldeos gasosos d origem aos sucessivos radionucldeos slidos, at se atingir o ncleo
estvel. Cada uma destas transmutaes acompanhada pela libertao das
correspondentes radiaes , e/ou . Quando os nucldeos gasosos j se encontram fora do
subsolo, a libertao dessas radiaes passa a ocorrer superfcie do solo, na atmosfera, ou
no interior de qualquer corpo onde os nucldeos de decaimento tenham ido parar;
Os nucldeos que se formam a partir do 226Ra, tm semi-vidas muito curtas, e
consequentemente emanam muito mais radiaes do que os seus precedentes.
5 Um nucldeo uma espcie atmica especfica com certa composio nuclear
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 26 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 27
Figura 2 Decaimento das sries 238
U, 235
U e 232
Th. Os tons de cinza representam os tempos de meia-vida (cinzento escuro representa o maior perodo)
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 28 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
.
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 2-9
radiao proveniente da desintegrao dos trs istopos referidos devero juntar-se outras fontes
que tm tambm um grande contributo para a radiao total. A fonte de radiao mais significativa
o rado, o qual contribui com mais de metade do valor da radiao total.
Grfico 1 Fontes de radiao naturais e artificiais, respectivas percentagens de contribuio para a radiao total (adaptado de USNRC RG8.29, 1996).
A radiao terrestre inclui aquela que proveniente de outros nucldeos presentes na crusta
terrestre, nomeadamente do 40K. A radiao interna que deriva do prprio corpo humano devida
ingesto de alimentos e nutrientes, sob a forma de 40K e 14C. Na radiao artificial incluem-se as
fontes de radiao mdicas, ecrs, detectores de incndios, entre outros.
2.1.2 FUNDO GEOQUMICO E RADIOLGICO REGIONAL
Tendo em conta que um dos principais problemas ambientais causados pela explorao de minrios
de urnio a contaminao radiolgica, importa ento definir o termo contaminao.
Segundo Silveira (2001) diz-se que uma matria (ar, gua, solo, construes, vegetao ou animais)
est contaminada com radioactividade, quando o nmero de radionucldeos que possui (por unidade
de massa) superior quele que possuiria devido ao fundo radiolgico natural do local onde se
encontra. Os processos de contaminao exigem que os elementos ou compostos naturais se
desloquem ou sejam mobilizados para outras reas diferentes do seu local de origem geolgica.
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 2-10 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Assim, no mbito do presente estudo, a caracterizao da situao de referncia anterior aos
trabalhos de explorao mineira assume particular importncia na determinao do grau de
contaminao actual, existente nas antigas reas mineiras.
A quantidade de informao passvel de caracterizar a situao de referncia em locais sujeitos a
explorao de minrios radioactivos, no est imediatamente disponvel e organizada,
principalmente por se tratar de exploraes antigas onde, data do incio e por vezes do trmino da
explorao, ainda no havia nveis de conhecimento suficientes para motivar a preocupao com as
consequncias ambientais decorrentes das exploraes mineiras. Este facto motivou a necessidade
de encontrar uma forma de avaliar correctamente os impactes ambientais, causados nos locais onde
ocorreu este tipo de actividade.
Dada a impossibilidade de observao e caracterizao directa destas reas a soluo encontrada
passou por estudos de caracterizao realizados numa rea com caractersticas muito similares s
dos jazigos minerais de urnio mas que, ao contrrio destes, no tenha sido objecto de explorao
mineira. Para tal, a EDM, SA realizou um estudo de caracterizao do Fundo Geoqumico e
Radiolgico Regional, do qual se apresenta um breve resumo que permite identificar os impactes
gerados no ambiente pelas actividades de explorao de minrios radioactivos.
2.1.2.1 REGIO ESCOLHIDA
A rea alvo do estudo de caracterizao escolhida pela EDM, SA localiza-se na mesma provncia
metalogentica e tem enquadramento geomorfolgico, geolgico, hidrogeolgico e climtico
prximo ao observado nas reas mineiras. Para alm destes aspectos, foram seleccionadas reas
com ocupao do solo similar. Assim, a avaliao detalhada dos diversos descritores ambientais
fornece a informao necessria caracterizao do sistema ambiental em reas onde ocorrem
jazigos minerais de urnio.
O facto de no existir no passado actividades mineiras permitiu afirmar que a variabilidade
encontrada em alguns parmetros resultante exclusivamente de processos no atribuveis
actividade mineira e que os valores obtidos so representativos do fundo da provncia
metalogentica das Beiras (fundo regional). Como se trata de reas enriquecidas em elementos
radioactivos os estudos incidem nas componentes geoqumica e radiolgica. A comparao destes
dados com os obtidos nas reas mineiras permite avaliar o nvel e extenso da contaminao.
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 2-11
O estudo de caracterizao em causa foi realizado pela EXMIN entre 2003 e 2005, no mbito do
Projecto III QCA Caracterizao e Projectos nas minas dos Radidioactivos Fase 1 e procurou
atingir os seguintes objectivos:
Avaliao do fundo radiolgico e geoqumico da provncia metalogentica onde se localizam
as minas de radioactivos;
Utilizar a informao obtida no final do estudo para referncia na avaliao do nvel de
contaminao actualmente observado nas diversas reas concessionadas, bem como na
avaliao da eficcia das aces de remediao propostas ou a propor no mbito do
programa onde se insere o presente projecto.
Para cumprir os objectivos propostos, foi seleccionada a regio de Oliveira do Hospital (Figura 3), a
qual cumpre os requisitos atrs enunciados tendo sido objecto de estudos de caracterizao
similares aos efectuados nas reas mineiras incidindo sobre diversos descritores ambientais (ar,
solos, guas e alimentos) (EXMIN, 2003 a 2005), no estudo suprareferido.
Nesta regio ocorrem mineralizaes de urnio, que desde a dcada de 50 motivaram interesse por
parte das equipas de prospeco e pesquisa das empresas responsveis pela explorao de urnio
em Portugal, o que teve como resultado, a deteco na regio de vrios locais onde a radiao gama
emitida pelos materiais geolgicos superior ao valor da radiao mdia emitida pela rocha
envolvente. Estas anomalias radiomtricas indicam a presena de elevadas concentraes de
radionclideos, em particular os que pertencem cadeia de decaimento do urnio.
Nas dcadas de 50 e 60, altura em que foram realizados trabalhos de prospeco e pesquisa na
regio, concluiu-se que nenhum dos jazigos prospectados apresentava interesse econmico, como
tal no foram alvo de explorao mineira.
Pode-se ento considerar que a regio possui caractersticas radiolgicas muito idnticas s de
outros locais em perodos anteriores instalao de exploraes mineiras.
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 2-12 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Figura 3 Localizao da rea alvo do estudo de caracterizao, bem como de algumas das exploraes mineiras de urnio existentes na regio central de Portugal (EXMIN, 2003 a 2005).
2.1.2.2 VALORES DE REFERNCIA
Como resultado do estudo de caracterizao geoqumica e radiolgica realizado pela EDM, S.A. na
regio de Oliveira do Hospital, foram obtidos valores que so considerados de referncia, e atravs
dos quais, por comparao, ser possvel avaliar o nvel de contaminao existente em reas onde
tenha ocorrido explorao de minrios radioactivos.
Os valores de referncia para diversos descritores ambientais so apresentados nas Tabela 1, Tabela
2 e Tabela 3. Por conseguinte, a ocorrncia de parmetros numa rea mineira, ou na sua periferia,
com valores inferiores aos projectados nas tabelas, dentro dos valores caractersticos do fundo
regional onde se localizam as mesmas reas mineiras, indica a no existncia de contaminao
significativa pelas actividades a executadas (EXMIN, 2003 a 2005).
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 2-13
Parmetros Unidades Valor limite
Radiao externa Gy.h-1
0.61 222
Rn no ar nJ.m-3
71 220
Rn no ar nJ.m-3
17
Tabela 1 Valores de referncia estimados para os parmetros descritos com base nos parmetros obtidos na regio de Oliveira do Hospital.
Parmetro Unidades Linhas de gua Poos e nascentes Furos
pH * 4,87 7,69 4,88 6,69 4,84 7,12
CE S.cm-1
109 269 294
Cl
mg.l-1
15,5 34,8 26,5
F 0,33 0,23 0,24
SO4 10,8 22,0 39,1
Ca 5,0 23,2 16,9
Fe * 0,06 *
Mn * 0,04 0,04
Na 13,8 31,0 29,4 226
Ra Bq.l-1
0,20 1,30 0,40
Utotal ppb 0,9 2,5 2,0
Tabela 2 Valores referncia para o geoindicadores de contaminao com base nos dados obtidos em amostras de gua colhidas na regio de Oliveira do Hospital; com excepo do pH, os valores
inferiores aos indicados so caractersticos do fundo regional.
Parmetro Unidades Sedimentos de corrente Solos
Fe2O3
%
4,33 5,24
MnO 0,08 0,08
CaO 0,92 0,85
Na2O 2,41 2,26
S 0,04 0,04
Ba
ppm
752 710
Sr 83 78
As 30 107
Utotal 74 87
Cu 27 134
Pb 40 91
Zn 119 247 210
Pb
Bq.kg-1
962 682
226Ra 226 696
234Th 377 502
Tabela 3 Valores de referncia estimados para os geoindicadores de contaminao com base na distribuio dos dados obtidos em amostras de sedimentos de corrente e de solos colhidos na
regio de Oliveira do Hospital.
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 2-14 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
2.1.2.3 MODELAO DE DOSE EFECTIVA
O estudo de caracterizao geoqumica e radiolgica, realizado em Oliveira do Hospital contemplou
ainda a estimativa da dose efectiva por exposio radiao natural para grupos especficos que
habitam na regio, tendo por base os dados obtidos. Esta estimativa incidiu sobre dois grupos de
referncia a que foi atribuda a designao de OA e OB.
O grupo OA caracteriza-se por ser constitudo por famlias que usam o solo para fins agrcolas,
consumindo produtos cultivados no local e utilizando a gua de captaes das imediaes para rega
e consumo. No caso do grupo OB, trata-se de uma populao que no usa o solo para fins agrcolas, e
que consome gua e alimentos maioritariamente provenientes do exterior.
Com base no exposto anteriormente, foram obtidos os valores da dose efectiva (mdia anual),
resultante da exposio radiao de origem natural, para os dois grupos de referncia
anteriormente citados, de acordo com a Tabela 4.
Dose efectiva Grupos de referncia
OA OB
Dose efectiva parcial
Radiao externa 1,94 1,80
Rado e toro 3,80 4,91
gua 0,02 0,01
Produtos hortcolas 0,13 0,06
Dose efectiva total 5,89 6,77
Tabela 4 Dose efectiva, total e parcial, estimada para as populaes dos grupos de referncia assinalados e que habitam na regio de Oliveira do Hospital (valores em mSv.a
-1).
Verifica-se que os valores obtidos variam entre 5.89 e 6.77 mSv/ano, encontrando-se um pouco
acima da mdia estimada para a populao portuguesa em geral, a qual se estima variar entre 4 a 5
mSv/ano (CEE, 1993). Tal situao era j esperada uma vez que a rea em causa situa-se na regio do
pas onde a radiao natural mais expressiva (CEE, 1993).
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 2-15
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 2-16 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Cap. 3-1
3 JUSTIFICAO DA NECESSIDADE DO PROJECTO
3.1 PRINCIPAIS IMPACTES DA EXPLORAO DE URNIO
As jazidas uranferas que foram alvo de explorao mineira (quer para a extraco do rdio quer do
urnio) apresentam caractersticas diferenciadas tanto a nvel da sua gnese e enquadramento
geolgico como a nvel da sua morfologia, destacando-se a profundidade e distribuio da
mineralizao. Estas caractersticas determinaram os mtodos de explorao (explorao
subterrnea; a cu-aberto ou misto), utilizando ou no lixiviao com solues cidas (in situ ou
estticas).
Em resultado desta actividade, permanecem ainda em muitas minas, escombreiras de minrio pobre
e de estreis; bacias de rejeitados, eiras de lixiviao e lamas resultantes da decantao de efluentes
nas minas onde ocorreram processos de recuperao de urnio com recurso lixiviao (Nero et al,
2000). De acordo com os mesmos autores a aplicao de diversos mtodos de desmonte e as
escombreiras geraram no meio ambiente impactes diferenciados, quer no que respeita a solos,
recursos hdricos, ar, paisagem, quer ainda no respeitante intensidade do impacte radiolgico,
resultante da natureza dos minrios explorados. De facto, no decurso das actividades de explorao
mineira so trazidos at superfcie materiais radioactivos que iro ser britados e manuseados,
induzindo a deposio de poeiras radioactivas na rea de explorao e tratamento.
De acordo com Silveira (2001) os principais impactes ambientais provocados pela explorao das
minas de urnio e pelo tratamento qumico do minrio so:
Existncia superfcie de minrios de teor pobre, abandonados nos locais onde decorreu a
explorao porque o seu tratamento no era economicamente vivel, bem como de poeiras
radioactivas originadas pelo manuseamento, e eventual pr-tratamento do minrio;
Existncia de guas cidas, normalmente contaminadas pelo rdio e metais pesados, nas
cortas das minas a cu aberto e nas minas subterrneas, que foram objecto de lixiviao;
Existncia de escombreiras de rejeitados do tratamento qumico, com considervel
potencial de contaminao dos aquferos vizinhos e de emanao do rado;
-
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DAS OBRAS DE REMEDIAO AMBIENTAL DA ANTIGA REA MINEIRA DA BICA
Cap. 3-2 RELATRIO SNTESE REA MINEIRA DA BICA JANEIRO DE 2010
Existncia de situaes de risco tais como entradas das minas subterrneas, escombreiras
com falta de estabilidade, subsidncias, etc.;
Alteraes na paisagem, provocadas principalmente pelas escombreiras e pelos cus
abertos.
Assim, de acordo com as especificidades de cada rea mineira, a EDM, SA promoveu a sua
classificao de acordo com o passivo ambiental existente e com os nveis de interveno necessrios
para a sua remediao.
3.2 CLASSIFICAO DAS REAS MINEIRAS DA BICA E DE PEDREIROS
De acordo com o estipulado pela EDM (2007), as diversas reas mineiras foram classificadas (Tabela
5) de acordo com os nveis de interveno necessrios para a remediao em funo dos impactes
radiolgicos, tendo sido subdivididas em quatro grandes grupos. A rea mineira da Bica enquadra-se
no Nvel de Interveno 1 e a de Pedreiros no Nvel de Interveno 3.
Minas de Nvel de Interveno 1 minas que indubitavelmente apresentam os maiores
impactes ambientais sendo de interveno prioritria. Distinguem-se, neste grupo, as reas
onde necessrio proceder ao tratamento em contnuo de efluentes e em que os
fenmenos de contaminao do meio hdrico so, comparativamente s demais reas dos
radioactivos, os de maior incidncia.
Para a totalidade das reas mineiras enquadrveis neste grupo, verifica-se a existncia de resduos
de caractersticas geoqumicas e radiolgicas mais problemticas em quantidades considerveis.
Os custos associados s possveis actuaes tornaram necessrio o desenvolvimento de Planos
Directores contemplando, do ponto de vista de solues de remediao ou de recuperao
ambiental, diferentes alternativas que devero ser convenientemente ponderadas em
top related