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ANÁLISE DAS METAS DE DESEMPENHO DAS VERSÕES B, G e N
DO PADRÃO IEEE 802.11
Márcia Maria Savoine1, Phabllo Neves Pinheiro Aguiar2, Kerlla de Sousa Luz3
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo entre o padrão IEEE 802.11n para redes sem fio locais
recentemente homologado, em relação às outras duas versões do mesmo padrão: o IEEE
802.11g e 802.11b, de forma a avaliar comparativamente características focadas em
desempenho de cada um deles. Tendo em vista que essas características podem definir entre
outras: capacidade de trabalho, conjunto básico de requisitos técnicos, metas de avaliação de
desempenho, vantagens, desvantagens e áreas onde cada padrão pode ser melhor aplicado. O
foco deste trabalho é expor as características dos mesmos a partir de um levantamento
bibliográfico, porém de forma indicativa sobre os benefícios que a versão n pode trazer com
sobreposição às versões g e b. Tendo em vista que os resultados dessa pesquisa possam
subsidiar o maior número de empresas possíveis num momento de decisão pela escolha do
padrão adequado para sua realidade.
Palavras-Chaves: Avaliação de desempenho, Padrão 802.11, Rede sem fio.
ABSTRACT
This paper presents a study of the IEEE 802.11n standard for wireless local recently approved
in relation to two other versions of the same standard: IEEE 802.11g and 802.11b, so the
benchmark focused on performance characteristics of each. Given that these characteristics
may define among others: ability to work, basic set of technical requirements, goals,
performance appraisal, advantages, disadvantages and areas where each pattern can be best
applied. The focus of this work is to describe their characteristics from a literature survey, but
in a way indicative of the benefits that version n can bring to their versions with overlapping g
and b. Given that the results of this research can support the largest possible number of
companies in a moment of decision for choosing the appropriate standard for your reality.
Keywords: Performance Evaluation, Standard 802.11, Wireless.
1 Mestre em Gestão de Redes e Telecomunicações pela PUCCAMP. Docente do Curso de Sistema de Informação ITPAC/FAHESA. E-mail: savoine@gmail.com. 2 Bacharel em Sistema de Informação pela ITPAC/FAHESA. E-mail: phabllo@gmail.com. 3 Doutoranda em Engenharia Elétrica pela UNB. E-mail: Docente do Curso de Sistema de Informação ITPAC/FAHESA. kesll@yahoo.com.
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SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................................................................... .....02 2. Classificação das Redes sem Fio ...................................................................... ................03
2.1.1 WPAN – Wireless Personal Area Network ..................... ............................................04 2.1.2 WLAN – Wireless Local Area Network .................... .................................................05 2.1.3 WMAN – Wireless Metropolitan Area Network..................... ....................................06 2.1.4 WWAN – Wireless Wide Area Network...................... ...............................................06
2.2 O Padrão IEEE 802.11.......... ................ ..........................................................................07 2.2.1 IEEE 802.11b......................................................................................08 2.2.2 IEEE 802.11g........................................... ...................... ..............................................09 2.2.3 IEEE 802.11n............................................................... ...................... ..........................11
3. Metas de Avaliação de Desempenho de uma Rede........................ ....... ...........................13 3.1 Características de Desempenho Avaliadas em uma Rede......... ............. ........................13
3.1.1 Capacidade...................................................................................... ..................... ........13 3.1.2 Utilização Ótima............................................................................. ..................... ........14 3.1.3 Vazão.................................................................................................... ...................... .14 3.1.4 Carga Oferecida..................................................................................15 3.1.5 Precisão...............................................................................................15 3.1.6 Eficiência................................................ ...................... ...............................................16 3.1.7 Retardo.......................................................... ....................... ........................................16 3.1.8 Tempo de Resposta................ ....................... ...............................................................16
4. Resultados Obtidos....................................................... ........ ............................................19 5. Considerações Finais.................. .......... ............................................................................23
5.1 Trabalhos Futuros............................................................... ................ ............................23 6. Referências Bibliográficas....................................................................................24
1. INTRODUÇÃO
Frente à enorme disponibilidade de novas tecnologias existentes, é notória a grande procura
por parte dos usuários por inovações que supram suas necessidades. Acompanhando essas
tecnologias, vem o processo de evolução das mesmas. A todo tempo novas opções e
atualizações surgem em um mercado competitivo que exige criatividade, qualidade, altos
índices de desempenho que satisfaça os usuários, isto no que diz respeito ao suporte nas
resoluções de seus problemas onde queiram aplicar tais tecnologias.
O verdadeiro sentido da existência dos produtos e serviços tecnológicos é tentar facilitar ao
máximo a vida da sociedade em diversas áreas, auxiliando na resolução de seus problemas. O
que se percebe é que a própria sociedade se tornou indiscutivelmente dependente da
tecnologia. Dentre os avanços tecnológicos pode-se citar: as redes de computadores, área
sumamente importante, pois trata da disponibilização de dados e informações através do
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compartilhamento, garantindo acesso para quem necessite, seja em que domínio for e, a
qualquer distância.
Durante muito tempo, ao discorrer sobre redes de computadores, de imediato atribuía-se o
conceito de redes cabeadas. Porém, junto ao processo de evolução, as necessidades e
preferências dos usuários, que se tornam cada vez mais exigentes e dependentes das
tecnologias, têm sido voltadas para a mobilidade e portabilidade. Isso se deve ao fato da
necessidade do usuário de estar sempre acompanhado de um dispositivo, seja ele um celular,
MP104 ou notebook.
É neste contexto que embarca o desenvolvimento das tecnologias de redes sem fio ou
Wireless. Com sua expansão para universidades e empresas, problemas enfrentados com a
rede cabeada puderam ser solucionados através da capacidade de coexistirem.
As redes sem fio proporcionam indiscutivelmente mobilidade e portabilidade, já que não
necessitam de cabos e fios para suas conexões e transferências, pois tais serviços são feitos
através de ondas de rádio convertidas a partir de um sinal que chega pelo cabo e são emitidos
ao ar por antenas emissoras e receptoras para que outros dispositivos equipados para captar e
reconhecer esse sinal mantenha conexão.
As redes sem fio também passam por processos de evoluções e atualizações visando
aperfeiçoamento dos seus serviços e especificações deixando os antigos padrões obsoletos
com suas inovações lançadas.
Esse trabalho tem como objetivo analisar características individuais e especificações dos
padrões IEEE 802.11n, 802.11g e 802.11b, avaliando-as conforme as metas de desempenho
estabelecidas, para ser feito um comparativo entre eles. O foco principal está no IEEE
802.11n, já que é um novo padrão homologado e que apresenta o intuito de substituir seu
antecessor completamente, o 802.11g. Portanto, o principal foco deste estudo é mostrar qual a
versão do padrão 802.11 que apresenta melhor desempenho.
2. CLASSIFICAÇÃO DAS REDES SEM FIO
Existem características básicas pertencentes a cada rede sem fio. Dentre elas pode-se citar a
abrangência do sinal, largura de banda, taxas de transferência, freqüência em GHz.
Para cada domínio e ambiente de aplicação da tecnologia sem fio, essas características
mudam, devendo-se ao fato de que para cada domínio ou ambiente, a problemática a ser
suprida pode variar (longa e curta distância, distribuição geográfica), podendo variar de uma 4 Equipamento celular com player de música e vídeo integrado, assim como, GPS, câmera digital, TV, entre outros recursos.
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simples conexão local doméstica até uma conexão a nível continental. Então, são essas
características que definem sua classificação. A Figura1 mostra esta classificação.
Figura 1. Classificação das redes wireless. Fonte: Cordeiro, 2005.
As redes wireless segundo o IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers, são
classificadas em: WPAN - Wireless Personal Area Network, WLAN - Wireless Local Área
Network, WMAN - Wireless Metropolitan Área Network, WWAN - Wireless Wide Área
Network e, as WRAN - Wireless Regional Área Network.
Para cada classificação existe um padrão definido pelo IEEE que define os parâmetros de
cada uma. Para determinado serviço a ser provido aplica-se tecnologias de redes sem fio com
características diferentes. Tecnologias estas que foram descritas na classificação acima. Então,
é necessário que cada classificação trabalhe com seu padrão IEEE específico, pois são esses
padrões que representam as classificações.
2.1.1 WPAN – Wireless Personal Area Network
O padrão IEEE 802.15 define os protocolos e especificações das redes pessoais WPAN –
Wireless Personal Area Network, como o Bluetooth e o infravermelho.
Segundo Forouzan (2008):
O padrão IEEE 802.15 define uma rede sem fio denominada Personal Area Network
(PAN) para operar em uma área do tamanho de uma sala. Este escopo de rede
gravita em torno do indivíduo. Possui um alcance pequeno, mas efetua a
comunicação entre dispositivos pessoais.
Possibilita a conexão e transmissão de dados entre dispositivos móveis equipados com a
tecnologia Wi-Fi e que estejam a curta distância; ou seja, menor que 10m, como telefones
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celulares, notebooks, câmeras digitais, impressoras, PC’s convencionais; ou seja, qualquer
aparelho eletrônico dotado da tecnologia Wi-Fi.
O Bluetooth é a forma mais conhecida e utilizada de uma WPAN, existindo também a IrDA -
Infrared Data Association, que caracteriza-se pela comunicação de dispositivos através do
infravermelho, proporcionando assim uma ponte de ligação entre eles, mas sem capacidade de
armazenagem. São redes de baixo custo e baixa taxa de transferência que através de ondas de
rádio, proporcionam a interconexão desses dispositivos que podem ser celulares, teclados,
mouses, máquinas fotográficas, impressoras, dentre outros. A Figura 2 ilustra a topologia de
rede WPAN.
Figura 2. Topologia de uma rede WPAN – Fonte: Carmine, 2004.
2.1.2 WLAN - Wireless Local Area Network
O padrão IEEE 802.11 é específico para conexão de redes sem fio locais ou WLAN
– Wireless Local Area Network. Pode ser considerado o tipo de rede sem fio mais
comum a níveis empresarial, acadêmico e doméstico; pois dentre as demais
classificações, é a mais utilizada para serviços de uso comum, como: acesso à
internet, interconexão de pequenas redes não distantes fisicamente e proporcionar o
envio e recebimento de pacotes de dados entre uma estação base e os terminais dos
usuários. (TITTEL, 2004)
Uma WLAN pode ser usada em uma empresa ou em casa como opção de estrutura como um
todo ou apenas como um método de expansão de uma rede cabeada já existente, distribuindo
seu sinal por um raio de metros, onde a chegada dos cabos possa ser muito difícil ou
impossível.
O IEEE 802.11 é o padrão que define as redes sem fio locais ou WLANs. Possui baixo custo e
fácil implementação. Com o passar do tempo e como os outros padrões, o IEEE 802.11
também passou por evoluções. Dessa evolução surgiram as variações, sendo 802.11a, b, c, d,
6
e, f, g h, i, j, k, m, n, p, r, s, t, u, v, x, w, z. Para cada letra definiu-se especificações diferentes;
porém, as mais usadas são 802.11a, b e g, as quais serão descritas no item 2.2.
2.1.3 WMAN - Wireless Metropolitan Area Network
O padrão IEEE 802.16 ou WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access),
publicado em 8 de Abril de 2002, define as especificações sem fio para as redes
metropolitanas ou WMAN – Wireless Metropolitan Area Network, possuindo maior
capacidade de alcance de sinal do que as WLANs.
As WMANs utilizam switches de grande potência que geralmente se ligam através de fibra
ótica. Os Switches são equipamentos usados em redes de computadores e fazem o papel de
interligação dos dispositivos da rede. Recebem os pacotes e distribuem para os determinados
pontos da rede. Pode-se dizer que trabalha no gerenciamento das informações, como: para
quem enviar, o que enviar, quando enviar e quem está solicitando os dados.
O padrão que define os protocolos e especificações dessa tecnologia é o IEEE 802.16,
específico para redes metropolitanas. Homologado em Dezembro de 2001, passou por um
processo de evolução dessas especificações, surgindo assim o IEEE 802.16c, 802.11a,
802.11d e 802.11e.
2.1.4 WWAN - Wireless Wide Area Network
O padrão IEEE 802.20 é responsável pelo conjunto de especificações para redes sem fio de
longo alcance ou WWAN – Wireless Wide Area Network, são conhecidas como redes de
longa distância, redes alargadas ou redes geograficamente distribuídas.
Para Coulouris et. all (2007):
Uma variante do padrão (IEEE 802.20) se destina a superar as redes 802.11 como
principal tecnologia de conexão para computadores laptop e dispositivos móveis em
áreas públicas externas e interna.
As WWANs são redes que se diferem totalmente das demais, pois abrangem uma área
geográfica a nível continental e proporcionam conexões de alta complexidade e de grande
escala. Um exemplo disso é a tecnologia móvel de celular GSM e GPRS trabalharem com
suporte WWAN exatamente devido a essa característica. A Figura 3 ilustra uma rede de área
geograficamente distribuída.
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Figura 3. Rede de longa distância WWAN – Fonte: Carmine, 2004.
2.2 O PADRÃO IEEE 802.11
Antes do surgimento das redes sem fio, a única forma de se manter interconectados
dispositivos em uma rede era através de cabos. Tal maneira funciona quanto ao fornecimento
das atividades básicas de uma rede, como: conexão e transferência de dados. Porém, em
outros aspectos não é muito eficiente. O principal problema é a manipulação dessa rede
quando se precisa de muitos computadores, forçando a ter que fazer adaptações no espaço
físico do domínio, disponibilizar cabos até locais impróprios e de difícil acesso, criando uma
grande possibilidade de má utilização e danificação de cabos e conectores.
Com o surgimento das redes sem fio locais (WLANs), também popularmente conhecidas
como Wi-Fi, problemáticas como essas puderam ser facilmente resolvidas com sua utilização.
Não utiliza-se cabos e fios nas suas conexões, sendo de fácil instalação, e aproveita-se já
existência da rede cabeada, proporcionando sua expansão.
Existem vários tipos de redes sem fio e que são implementadas em locais e com funções
diferentes, sendo distintas e baseadas nas especificações e protocolos individuais de cada
uma. Essas especificações são definidas por um padrão específico para cada tipo de rede.
Segundo Oliveira (2006):
Um padrão pode ser definido como um documento previamente aprovado por um
órgão regulamentado que provê, pelo uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou
características de produtos, processos ou serviços.
A utilização de padrões tem grande importância para quem os utiliza. Dentre tais importâncias
podem-se citar três delas como sendo as principais: maior mercado para as empresas,
produção em massa dos dispositivos e economia na manufatura.
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O padrão IEEE 802.11 trabalha em uma freqüência de 2,4GHz e com taxas de
transferência de 54 Mbps com alcance de 150m. Atualmente tem sido a mais usada e
popular, tem baixo custo e fácil instalação e manuseio. Em muitos lugares é comum
a existência de HotSpots5 espalhados proporcionando sinal em locais públicos, como
Aeroportos, restaurantes, Universidades, hotéis, para quaisquer usuários, sem falar
que no mercado atual, todos os computadores portáteis já possuem de fábrica o
hardware que dá suporte a essa tecnologia. (GAST, 2005)
O IEEE 802.11 foi publicado em 1990, porém, só veio ser aprovado para implantação em
1997. No começo, enfrentava uma grande dificuldade com a baixa taxa de transferência, que
funcionava em Kbps. Esse foi o motivo pelo qual o padrão ficou sete anos em estudo sendo
aperfeiçoado até conseguir alcançar uma maior taxa de transferência, ocasionando na sua
homologação.
Como todos os demais padrões, o IEEE 802.11 também passou por uma evolução e
atualização de suas características e especializações. O padrão foi dividido em várias partes,
podendo-se citar as mais importantes: 802.11b, 802.11g, e 802.11n. Estas divisões serão
detalhadas nos próximos tópicos.
2.2.1 IEEE 802.11b
Para Gast (2005):
Uma característica muito importante desse padrão é o fato de ter sido o impulsor
para o uso em grande escala das redes sem fio. Solucionou o problema de
compatibilidade, tornando placas de rede de diferentes fabricantes compatíveis entre
si, ocasionando na baixa dos custos devido à grande demanda.
Esse padrão opera com uma taxa de transferência de 11Mbps e na freqüência de 2,4GHz; o
que a propósito, é um de seus pontos negativos, já que essa freqüência é a mesma de
aparelhos de celular, microondas ou dispositivo Bluetooth, tornando-o sensível às
interferências, ao transmitir e ao receber pacotes também.
Por outro lado, tem como fatores positivos: o baixo custo de seus aparelhos, largura de banda
gratuita e sua disponibilidade em todo o mundo. Para cada ponto de acesso, são permitidos 32
usuários conectados ao mesmo tempo, sendo a variação do padrão 802.11 mais usada por
5 HotSpot é um ponto-de-acesso ou ponto-de-extensão. São encontrados geralmente em locais públicos onde é possível conectar-se à Internet utilizando qualquer computador portátil que esteja preparado para se comunicar em uma rede sem fio do tipo Wi-Fi.
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quem aderiu às tecnologias de rede sem fio, tanto os usuários comuns como os provedores de
sinal de internet.
2.2.2 IEEE 802.11g
O IEEE 802.11g foi apresentado em 2003 e surgiu com o intuito de ser mais robusto; até
então, podia ser proporcionado para as especificações de redes sem fio locais. É uma evolução
do IEEE 802.11b, que era o mais usado até então. Herdou algumas de suas características
negativas, porém, é capaz de tratar determinadas problemáticas com maior eficiência, como
na transferência de dados.
O padrão 802.11g provê taxas de até 20Mbps, operando na freqüência de 2,5GHz. Provável
substituto do padrão 802.11a e b. Este padrão atua com a taxa de transferência de 54Mbps
igual ao IEEE 802.11a, mas também tem suas falhas, como a operabilidade em uma
freqüência de 2,4GHz sendo sujeito às interferências, já que muitos aparelhos também
trabalham nessa freqüência, como celulares, câmeras, fornos microondas e impressoras.
Porém, apesar de ainda ter problemas com interferências devido a sua freqüência, esse
problema é bem menor no 802.11g, já que o mesmo utiliza uma técnica de transmissão
chamada OFDM - Orthogonal frequency-division multiplexing.
É uma técnica de modulação, que divide o sinal em várias partes e os envia em várias
freqüências baseando-se em Multiplexação de Divisão de Freqüências - FDM. Portanto, se
utilizada juntamente com apuradas técnicas de modulação, pode-se gerar um sinal muito
resistente às interferências.
Um fator muito importante a ser citado é que, para isso, todas as placas de rede precisam ser
802.11g, caso contrário, com a inserção de uma placa 802.11b, a técnica de transmissão passa
a ser a DSSS - Direct Sequence Spread Spectrum, no português, seqüência direta de
espalhamento de espectro. Tal técnica é capaz de trabalhar com vários canais em uma mesma
freqüência, dividindo a informação em vários segmentos e os enviando simultaneamente a
todos os canais.
O 802.11g é a soma das particularidades positivas dos dois padrões anteriores, o 802.11a e
802.11b6. Juntando a significativa taxa de transferência do 802.11a com o tratamento das
compatibilidades do 802.11b, resultando em um padrão que além de ter uma significativa
capacidade de rápidas transferências em suas conexões, é compatível com outros padrões,
6 Multiplexação é a técnica que permite trafegar vários sinais de comunicação por um único meio de transmissão.
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podendo fazer com que placas de redes de diferentes fabricantes , mesmo que com limitações,
possam coexistir.
Apesar de os padrões 802.11g e 802.11b serem compatíveis entre si, ainda existe um
problema com a compatibilidade. Os dois padrões em uma mesma rede funcionam com
limitações, isto porque eles não podem trabalhar com a mesma taxa de transferência. Onde o
padrão 802.11b trabalha com a taxa de 11Mbps e o 802.11g opera com a taxa a 54Mbps;
sendo assim, ao colocar uma placa de rede 802.11b na rede, toda ela passa a trabalhar com
11Mbps.
Um exemplo disso é a possibilidade de se conseguir captar o sinal e entrar na rede 802.11g
com uma placa 802.11b, fazendo com que enquanto se mantém conectado, a rede operará com
uma taxa de 11 Mbps. Portanto, para que se use a real capacidade de velocidade de
transferência desse padrão necessita-se que as placas de rede pertençam ao padrão 802.11g e
que haja uma verificação dessa rede para filtrar usuários indevidos com acesso ilegal ao sinal.
O 802.11g também é compatível com o 802.11a; porém, as placas também precisam trabalhar
em 11Mbps para que funcione.
Uma especificação crucial a ser analisada na qualidade dos serviços das redes sem fio é a
questão da segurança. Esse assunto é sempre delicado quando se trata dessas redes, já que é
um dos seus pontos fracos, e a maior preocupação daqueles que as utilizam. Cada evolução
nos padrões surge com tentativas de melhorias, não somente nas taxas de transferência,
freqüência e largura de banda; mas também, em relação à segurança, no que diz respeito à
invasão da rede, captação do sinal ilegalmente, interceptação dos dados, hospedagem de
aplicativos e principalmente proteção de informações.
Para tentar garantir essa segurança, o 802.11g trabalha com o técnica de autenticação WEP
estática, tendo suporte também para autenticação WAP - Wireless Protect Access utilizando
criptografia dinâmica. Tal configuração, apesar de possuir uma alta complexidade, torna-se
difícil de configurar devido à freqüência de 2,4GHz utilizada pelo padrão, o que possibilita a
interferência de outros sinais na rede.
Em uma rede wireless, levando-se em conta o aspecto da segurança, é muito
perigoso que os dados trafeguem sem nenhum tipo de proteção entre o AP e os
clientes. Alguém mal intencionado que conseguir se associar ao AP pode usar um
sniffer7 e ver o que está trafegando pela rede. Para evitar que isso ocorra, é possível
7
Sniffer: É uma ferramenta também conhecida como Packet Sniffer, Analisador de rede, Analisador de protocolo, Ethernet Sniffer em redes do padrão Ethernet ou ainda Wireless Sniffer em redes wireless. Constituída de um software ou hardware e é capaz de interceptar e registrar o tráfego de dados de uma rede de computadores.
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criptografar os dados. O protocolo WEP, é responsável por esta tarefa. Ativando o
protocolo WEP, os dados estarão criptografados, o que aumentará a segurança.
(FARIAS, 2006)
O WEP - Wired Equivalent Privacy é um protocolo de segurança de redes sem fio 802.11 que
possui um padrão opcional de criptografia e compressão dos dados Funciona da seguinte
forma: para utilizá-lo, primeiramente é necessário ativá-lo. Depois de ativado, a placa de rede
codificará cada pacote de dados 802.11 dividindo-o em cabeçalho e corpo antes de enviá-los.
Ao recebê-lo, faz a decodificação do mesmo e deixa de funcionar. Lembrando que o WEP só
codifica pacotes de estação do padrão 802.11 para outro padrão 802.11. A Figura 4 demonstra
esse processo.
Figura 4. Demonstração do funcionamento do protocolo de segurança WEP – Fonte: Carmona, 2006.
Não sendo suficiente todas estas características deste padrão, percebeu-se a necessidade de
maior qualidade, surgiu mais uma evolução do padrão 802.11, o IEEE 802.11n. No tópico a
seguir, informações detalhadas sobre esse novo padrão.
2.2.3 IEEE 802.11n
O IEEE 802.11n é o próximo padrão a ser homologado e a mais nova atualização
para o padrão original 802.11. Começou a ser desenvolvido no ano de 2004 e veio
como sucessor do 802.11g, da mesma forma que o mesmo foi sucessor do 802.11a.
(GAST, 2005).
Antes do padrão 802.11n o 802.11g era o mais robusto no tratamento dessas redes e que
possibilitava maior qualidade no serviço, desde as transferências até as questões de
compatibilidade; porém, melhorias precisavam ser feitas.
A intenção do 802.11n é proporcionar o equilíbrio perfeito das redes fio, tal que, nenhum
padrão até então havia conseguido, o que motivou a criação desse padrão. O 802.11g visa
oferecer aos usuários velocidades reais de transmissão que sejam capazes de superar ou
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equiparar as redes cabeadas, que trabalham em média a 100Mbps. Instabilidade, capacidade
de alcance e segurança do sinal são exemplos de parâmetros a serem trabalhados com máxima
eficiência pelo 802.11n.
Teoricamente este padrão pode alcançar taxas de transmissão de 65Mbps até 600Mbps, seis
vezes mais que a rede cabeada, onze vezes mais que o padrão 802.11g e cinqüenta e quatro
vezes mais que o padrão 802.11b.
Uma das grandes melhorias desta variação do padrão 802.11, é utilizar a técnica MIMO -
Multiple-input Multiple-output, ou seja, Múltiplas-entradas Multiplas-saídas. Onde permite
empregar diversos fluxos de transmissão, utilizando vários conjuntos transmissores,
receptores e antenas, transmitindo os dados de forma paralela.
Exemplificando, seria a criação de pontos de acesso com dois emissores e dois receptores
(2x2), dois emissores e três receptores (2x3), três emissores e três receptores (3x3) ou quatro
emissores e quatro receptores (4x4). Os pontos de acesso 2x2 podem utilizar apenas duas
antenas, os 2x3 ou 3x3 precisam de três antenas, enquanto os 4x4 precisam de quatro antenas.
A princípio, esta topologia parece não ter sentido, já que muitas antenas emitindo e recebendo
sinal em várias freqüências ao mesmo tempo poderia gerar interferências ocasionado
cancelamento de sinal. Mas tal problema explica-se através da utilização de reflexão de sinal
ou Spatial Multiplexing, pela tecnologia MIMO. O sinal sai de antenas diferentes e percorrem
caminhos diferentes, fazendo com que o sinal não chegue ao mesmo tempo.
Gast (2005), corrobora:
O padrão 802.11n trabalha na faixa de freqüência de 2,4GHz e 5GHz, compatível
com o 802.11b, 802.11g e teoricamente com o 802.11a, resolvendo o problema da
compatibilidade entre padrões proporcionando comunicação entre adaptadores de
rede de diferentes fabricantes.
Trabalhar nessas freqüências também possibilita a capacidade de tornar livre das
interferências de outros sinais. Esse fator influência diretamente no aumento da qualidade do
sinal, menos perdas de pacotes e mais segurança para essas informações, já que sinais
invasores que trabalham na faixa de 2,4GHz proporcionado pelos outros padrões, não podem
ter acesso à sua freqüência.
Como citado anteriormente, a especificação de segurança é o fator mais importante na
implementação de uma rede sem fio, pois é um dos pontos fracos dessas redes. Portanto, a
cada novo padrão, busca-se melhorias para garantir a autenticidade, confiabilidade,
acessibilidade e privacidade das informações transitadas por uma rede sem fio.
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3. METAS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE UMA REDE
Ao utilizar qualquer tecnologia, todo usuário espera suprir algumas necessidades existentes e;
para que essas necessidades sejam atendidas a tecnologia precisa apresentar um bom
desempenho, então é este fator que determinará seu padrão de qualidade e seu nível de
aceitação. Em redes wireless não é diferente, pois existe um conjunto básico de requisitos
técnicos que definem a operação da mesma. Esses requisitos mudam de acordo com as
especificações do padrão e seus critérios exigidos; entre eles pode-se citar: clientes de projetos
de rede, que contratam profissionais da área para uma implantação ou atualização de uma rede
para fins de negócios, ou por simples usuários. Esses requisitos é que precisam ser avaliados
para que possa existir tal definição. Essa avaliação é feita baseada em um conjunto de metas
de avaliação que são aplicadas para cada revisão dos padrões.
3.1. Características de Desempenho Avaliadas em uma Rede
São muitas as características de metas de avaliação que podem ser utilizadas para definir o
desempenho de uma rede. Porém, existem as consideradas principais que, aplicadas
isoladamente são capazes de proporcionar uma avaliação concreta demonstrando resultados
confiáveis. São elas: capacidade, utilização ótima, vazão, carga oferecida, precisão,
eficiência, retardo e tempo de resposta.
Dentre outras, estas foram escolhidas por serem capazes, apenas com suas informações, de
expor dados seguros que conseguem resultados satisfatórios. Tais metas serão detalhadas uma
a uma, como também aonde podem ser aplicadas para essa avaliação.
3.1.1 Capacidade
O meio de transmissão utilizado influencia diretamente na capacidade de largura de banda, já
que a largura de banda é estritamente dependente do meio de transmissão e quanto mais
banda, maior a taxa de transmissão.
Existe meios com enormes capacidades, como a fibra óptica, por exemplo, que pode
proporcionar uma taxa de até 10Gbits/seg. Porém, há diferença entre capacidade real e
teórica. Geralmente as velocidades teóricas nunca são iguais as reais. Por exemplo, as redes
locais sem fio IEEE 802.11b possui uma taxa de transmissão teórica de 11Mbps. Porém, na
prática sua taxa de transmissão real trabalha a mais ou menos 6Mbps. O cálculo matemático
para esta conclusão é bem simples. O limite teórico é de aproximadamente 70% da taxa
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nominal, e a capacidade real não ultrapassa 60% da taxa nominal. Multiplica-se o valor
nominal por 60% e o resultado será a taxa de transmissão real.
3.1.2 Utilização Ótima
A utilização ótima de uma rede está diretamente ligada à sua capacidade de largura de banda
que conseqüentemente corresponde à sua taxa de transmissão de dados. Portanto, a utilização
ótima tem a função de medir e mostrar os resultados, geralmente em porcentagem, da
capacidade de largura de banda que a rede trabalha em determinados períodos de tempo, ou
seja, com quantos por cento de sua capacidade total ela está operando naquele momento. O
ideal é que a rede trabalhe com o máximo possível de sua capacidade, valorizando
determinados investimentos, já que caso contrário, não existiria nenhum sentido em manter
uma infra-estrutura que não opere como deveria.
Considere o seguinte exemplo: um switch de pacotes tem 5 usuários, cada qual oferecendo
pacotes a uma taxa de 10 pacotes por segundo. O cumprimento médio dos pacotes é de 1.024
bits. O switch de pacotes precisa transmitir seus dados sobre um circuito de 56 Kbps. Tem-se:
• Carga = 5 x 10 x 1.024 = 51.200 bps
• Utilização = 51.200/56000 = 91,4%
Onde:
(5) = Usuários
(10) = Pacotes por segundo
(1.024) = Cumprimento médio do pacote
Depois de encontrado o valor da multiplicação desses três parâmetros, dividi-se o resultado
pela taxa de transmissão já transformada em bits (56.000).
(51.200) = Resultado anterior
(56.000) = 56Kbps x 100
(91,4) = Utilização ótima da rede
3.1.3 Vazão
Uma das fundamentais características que uma rede precisa ter é alta capacidade de
transmissão proporcionando rapidez no envio e recebimento de dados. Junto a isso, também é
muito importante que haja uma garantia de que os dados enviados sejam recebidos íntegros e
livre de erros. A vazão de uma rede é definida exatamente por esse aspecto e está ligada
também à capacidade. Ela mede, em um determinado período de tempo, a quantidade de
15
dados que trafegam na rede e que chegam aos seus destinos livres de erros. O ideal é que a
vazão seja igual à capacidade, porém, não é o caso atual das redes reais.
Por exemplo, baseando-se em uma rede com largura-de-banda de 1Mbps com pacotes de
64bytes, calcula-se a vazão da seguinte forma:
1) Inicialmente, transforma-se a largura de banda, nesse caso
Mbps, em Bytes que é a medida caracterizada no pacote. No caso a largura
de banda de 1Mbps ficaria 100000Bytes. Depois de transformado calcula-
se:
• V (Vazão) = 100000 / 64 = 1562,2
• (100000) = Largura de banda
• (64) = Tamanho do pacote
2) Divide-se o valor da largura de banda já transformada,
pelo tamanho do pacote. O resultado dessa divisão corresponde à Vazão da
rede.
• (1562,5) = Vazão
.3.1.4 Carga Oferecida
Como exemplo, pode-se citar um envio de pacotes de dados de um computador para outro de
uma mesma rede. Quando a rede carrega todos os dados que o usuário deseja enviar,
caracteriza-se a carga da rede no instante de envio. Não necessariamente acontece de um
computador para outro isoladamente, pois essa soma pode ser de todas as ações da rede
envolvendo todos os computadores enviando e recebendo pacotes ao mesmo tempo.
3.1.5 Precisão
Um exemplo de precisão pode ser caracterizado por uma transferência de dados entre
computadores de uma rede. Se no momento da transferência ocorrer algum problema na
camada física, por exemplo, essa transferência pode ser afetada ou cancelada, proporcionando
diminuição da precisão da rede, já que os pacotes não foram transferidos completamente ou
foram corrompidos.
Em redes de computadores, faz mais sentido medir os erros de pacotes, já que uma estrutura é
considerada incorreta se um único bit for alterado ou perdido. Portanto, é necessário que a
estrutura enviada de sua origem não contenha quaisquer erros, pois os mesmos caracterizam a
imperfeição da estrutura.
16
Salienta-se que um dos motivos para a perda de desempenho, são as diferentes
características das redes wireless em relação às redes cabeadas, que pode-se apontar
como o Bit Error Rate - BER, onde a taxa de erro das redes sem fio é de 10-3 a 10-5,
sendo muito maior que nas redes cabeadas onde é 10-6 a 10-8. E, Mobilidade, pelo
qual os equipamentos movem-se de uma célula para outra chamados de handoffs,
trocando de AP, cortando assim, momentaneamente, a conexão. (OPPENHEIMER,
2004).
3.1.6 Eficiência
A eficiência de uma rede está diretamente ligada à sua vazão. Para proporcionar a existência
de vazão, é necessário um esforço da rede no tratamento dos dados visando que todos
cheguem ao seu destino, e esse esforço é que caracteriza a eficiência. Ao se medir a
eficiência, se mede também, metaforicamente sua competência.
O principal critério para análise da eficiência de uma rede está no que se refere ao tamanho de
suas estruturas. É necessária a existência de um equilíbrio no tamanho dessas estruturas. Para
que haja esse equilíbrio e maximização da eficiência, os tamanhos das estruturas são
limitados. Quanto maior a estrutura, mais sujeito a erros ela é. Se não existissem os erros,
estruturas infinitamente grande seriam mais eficientes. Porém, quando acontece um erro, ela
precisa ser retransmitida utilizando mais banda e desperdiçando a transmissão.
Portanto, estruturas maiores, porém limitadas são mais eficientes do que as estruturas
pequenas e conseqüentemente redes que as utilizam se tornam mais eficientes.
3.1.7 Retardo
Essa característica é mais comum em aplicativos interativos e multimídia, com voz e vídeo,
por exemplo. Esses retardos fazem com que os dados cheguem ao destino com atraso. Como
exemplo de retardo, pode-se citar uma conversa em tempo real com áudio e vídeo
(videoconferência). A voz, juntamente com o vídeo ganha uma perda no trajeto até o destino,
fazendo com que o áudio possa não estar sincronizado ao vídeo, como se no vídeo
acontecesse o ato e só depois o áudio correspondente pudesse ser ouvido.
Como outras metas, o retardo de uma rede pode ser encontrado através do cálculo descrito no
exemplo a seguir:
1) Um switch de pacotes tem 5 usuários, cada qual oferecendo pacotes a uma taxa de
10 pacotes por segundo. O cumprimento médio dos pacotes é de 1.024 bits. O switch
de pacotes precisa transmitir seus dados sobre um circuito de 56 Kbps. Tem-se:
17
• Carga = 5 x 10 x 1.024 = 51.200 bps
• Utilização = 51.200/56000 = 91,4%
Onde:
(5) = Usuários
(10) = Pacotes por segundo
(1.024) = Cumprimento médio do pacote
2) Depois de encontrado o valor da multiplicação desses três parâmetros e da divisão
resultante na utilização, faz-se o seguinte cálculo:
• Profundidade da fila = utilização / ( 1 –
utilização)
3) Tem-se:
• (0,914) / (1-0,914) = 10,29
• (10,29) = Número médio de pacotes na fila
de retardo.
3.1.8 Tempo de Resposta
A necessidade de uma resposta rápida torna este atributo muito relevante na análise de
desempenho. Como exemplo de tempo de resposta, pode-se citar a espera pela rede para
exibição de uma página na web, ecoar um caráter digitado ou iniciar um download do e-mail.
Usuários são capazes de reconhecer pequenas mudanças no tempo de resposta e se frustram
quando o tempo de resposta é maior que aproximadamente 100ms ou 1/10 de segundo. Uma
maneira de medir o tempo de resposta é enviar pacotes com o comando ping8 e medir o tempo
de viagem de ida e volta, ou seja, o RTT - Round Trip Time, para o envio de uma solicitação e
o recebimento da resposta. Exemplo disto é mostrado na Figura 5:
8 Ping: Comando que usa o protocolo ICMP para testar a conectividade entre equipamentos. Seu funcionamento consiste no envio de pacotes para o equipamento de destino e na “escuta” das respostas.
C:\WINDOWS>ping 200.20.94.50 –L 1500 Pinging 200.20.94.50 with 32 bytes of data: Reply from 200.20.94.50: bytes=32 time=5ms TTL=253 Reply from 200.20.94.50: bytes=32 time=2ms TTL=253 Reply from 200.20.94.50: bytes=32 time=2ms TTL=253 Reply from 200.20.94.50: bytes=32 time=2ms TTL=253 Ping statistics for 200.20.94.50: Packets: Sent = 4, Received = 4, Lost = 0 (0% loss),
Approximate round trip times in milli-seconds: Minimum = 2ms, Maximum = 5ms, Average = 2ms
18
Figura 5. Comando Ping para determinar o RTT.
Observa-se que 4 pacotes ICMP com 32 bytes foram enviados para 200.20.94.50. O primeiro
pacote demorou 5ms para ir e voltar ao remetente, o segundo, o terceiro e o quarto 2ms. O
número de roteadores que o pacote passou foram 255-253=2 roteadores. Pelas estatísticas
percebe-se que 4 pacotes foram enviados e nenhum foi perdido e que o tempo mínimo foi de
2ms, máximo de 5ms e médio de 2ms. A Figura 6 mostra a variação de pacote-a-pacote do
RTT.
Figura 6. Medidas do Round Trip Time – RTT através do comando Ping.
Pode-se observar ainda pela Figura 6, que o RTT é o tempo que o pacote leva para ir da
Estação 3, que originou o comando Ping até o servidor de destino, mais o tempo de retorno à
estação de origem. O link utilizado pelo pacote pode ser definido com a seguinte fórmula:
Foi executado o comando Ping para verificar a eficiência da rede com pacotes de 1500 bytes.
O comando executado: Ping 200.20.94.50 –L 1500, onde o RTT do Ping foi de 2ms.
Utilizando a fórmula com o Tamanho (T) do pacote = 1500 e, RTT = 2ms, tem-se:
RTT1 x ms
RTT2 y ms
RTT3 w ms
Ping 1 Ping 2 Ping 3
RTT4 z ms
Ping 4
T
1000 RTT
2
* 8
1000
Link Utilizado (estimado) =
12000 Kbps ou 12 Mbps =
1500
1000 2
2
* 8
1000
Link Utilizado (estimado) =
19
Como o link é de 100 Mbps, verifica-se que o Ping consegue obter 12% da capacidade da
banda; ou seja, os outros 88 % da banda está ocupada.
4. RESULTADOS OBTIDOS
De acordo com as metas de desempenho apontadas no item 3, a Tabela 2 mostra estas metas,
aplicando-as aos padrões IEEE 802.11b, g e n.
Tabela 2. Demonstrativo de aplicação das metas de avaliação para cada padrão 802.11
META DE AVALIAÇÃO
802.11b
802.11g
802.11n
1
Capacidade
Teórica:11Mbps Simulada: 6Mbps
Teórica: 54Mbps Simulada: 32Mbps
Teórica: 65Mbps a 600Mbps
Simulada: 39Mbps a 360Mbps
2 Utilização Ótima
Teórica:4,65% Simulada: 8,53%
Teórica: 94,8% Simulada: 1,6%
Teórica: 78,7% a 85,33% Simulada: 1,31% a 14,2%
3
Vazão
Teórica: 17187,5bps Simulada: 9375bps
Teórica: 84375bps Simulada: 50000bps
Teórica: 101562,5 a 937500bps
Simulada: 60937,5 a 562500bps
4
Carga Oferecida
Soma de todos os pacotes da rede no momento da análise. Variável
dependendo da quantidade de nós e de pacotes.
5
Precisão
Em redes sem fio 802.11 o limite admitido é de 10-3 a 10-5. Tendo como
média 10-4.
6 Eficiência
Eficiência é baseada na sua quantidade de vazão, quanto mais vazão de dados, mais eficiente é a rede.
7 Retardo
Teórica: 0,048 Real: 0,092
Teórica: 18,24 Real: 0,016
Teórica: 0,574 a (– 0,83) Real: 0,3231 a 0,165
8
Tempo-de-Resposta
Tempo necessário para o pacote ir e voltar do seu destino, onde é variável
dependendo da quantidade de nós e de pacotes.
A Tabela 2 mostra como cada padrão é definido em cada meta de avaliação usada. Algumas
das metas como Capacidade, Utilização Ótima, Vazão e Retardo, podem ser aplicadas com
cálculos matemáticos. Estes cálculos que foram descritos nos tópicos correspondentes as
metas no item 3, basearam-se em um exemplo de uma rede com valores pré-definidos. No
caso da vazão, a largura de banda é de 1Mbps com pacotes de dados de 64Kbytes. Já para os
20
cálculos da Utilização Ótima e Retardo, foi utilizado um exemplo de uma rede que utiliza um
switch de pacotes com 5 usuários, cada qual oferecendo pacotes a uma taxa de 10 pacotes por
segundo e com o comprimento médio dos pacotes de 1.024 bits. Utilizando esse exemplo foi
aplicada a capacidade teórica e simulada9 de cada padrão para obtenção dos resultados.
As capacidades teóricas e simuladas caracterizam a largura de banda dessas redes, ou seja, a
velocidade que os dados vão trafegar na rede. Quanto maior a capacidade, mais rápido esses
dados trafegarão. A capacidade teórica corresponde ao valor pré-definido do padrão, ou
capacidade máxima que pode ser alcançada. Porém, essas taxas teóricas não são alcançadas na
prática. A média é que elas alcancem cerca de 60% da capacidade citada. Essa capacidade de
60% na prática corresponde à capacidade simulada. Os cálculos para cada padrão foram
feitos baseados nas características individuais de cada um.
Ressalta-se que estas metas apresentadas são indicadas como boas práticas para avaliar o
desempenho de uma rede com o padrão 802.11; mas não necessariamente obrigatórias, pois
depende do que o administrador de rede deseja avaliar para obter como resultado do
desempenho. A Tabela 3 expõe as vantagens, desvantagens e áreas ou cenários de aplicação
ideal para os padrões IEEE 802.11b, 802.11g e 802.11n.
Tabela 3. Demonstrativo das vantagens, desvantagens e cenário ou aplicação para cada padrão
VANTAGEM
802.11b
802.11g
802.11n
Tratamento das incompatibilidades, tornando dispositivos de diferentes fabricantes compatíveis entre si;
Compatível com os demais padrões anteriores;
Compatível com todos os demais padrões.
Baixo custo nos equipamentos;
−
Alto custo nos equipamentos;
Disponibilidade no mundo todo.
• Usa autenticação WEP estática
• Utiliza a técnica de
transmissão OFDM.
−
Taxa de transferência de 11Mbps;
Taxa de transferência de 54Mbps;
Alta velocidade de transmissão podendo alcançar, 600Mbps;
9 O termo “Simulada” foi usado para representar um valor muito próximo do Real que pode ser atingido no desempenho da rede.
21
− −
Trabalha nas freqüências de 2,4GHz e 5GHz
Tecnologia consolidada no mercado
Tecnologia consolidada no mercado
−
DESVANTAGEM
Opera na freqüência de 2,4GHz, o que o torna mais sujeito à interferências.
Opera na freqüência de 2,4GHz, o que o torna mais sujeito à interferências.
Tecnologia ainda em
fase de testes.
Baixa velocidade;
−
Poucos aparelhos compatíveis disponíveis no
mercado;
Compatível apenas consigo mesmo;
Torna-se difícil de configurar,pois sua freqüência de rádio é sujeita à interferências.
Custo ainda elevado;
−
Apesar da compatibili-dade, ao adicionar na rede uma placa que trabalhe a 11Mbps, por exemplo, toda a rede passará a operar nessa velocidade.
Pouco material para estudo aprofundado do padrão disponível;
CENÁRIO OU APLICAÇÃO
IDEAL
Locais públicos e privados que não exigem desempenho de tráfego alto.
Também para locais públicos e privados porém que exijam alta taxa de transferência.
Utilização para redes locais públicas, domésticas ou empresariais;
Por possuir largura de banda gratuita e ser disponível em todo o mundo, é amplamente o mais utilizados por provedores de internet.
Pode ser aplicado em ambientes públicos como faculdades, hotéis ou aeroportos, ambientes domésticos ou empresariais como solução de rede, podendo ser usado também por provedores que disponibilizam o sinal de internet.
• Substituição por completo dos padrões anteriores;
• Utilização por
provedores de sinal de internet.
Na Tabela 3, observa-se que é notória a existência de características particulares de cada
padrão, e que essas características definem sua operabilidade, sua capacidade do tratamento
das funções delegadas e influenciam sua aplicação em determinado domínio. Também é
22
evidente a evolução que sofrem com o tempo através do surgimento de atualizações; isto
proporciona o aperfeiçoamento do serviço, preenchendo falhas apresentadas por cada padrão.
Pode-se perceber que as características apresentadas pelo 802.11n evidenciam principalmente
à taxa de transmissão prometida que pode chegar a seis vezes mais que a rede cabeada que
opera em média com 100Mbps. Isso seria a resolução de problemas de muitos usuários de
redes sem fio, já que as mesmas não apresentam um bom desempenho neste quesito. Nenhum
padrão até então conseguiu satisfazer nesse sentido, inclusive o 802.11b e g que são
comparados na Tabela 3; pois todos apresentam queda de sinal constante, lentidão na
transferência dos dados e exigência de proximidade do access-point, e, mesmo assim, ainda
operam com a metade da capacidade informada teoricamente.
O padrão 802.11n também se mostra mais eficaz quando se refere à freqüência, pois é ela que
define o nível de interferência que o padrão pode sofrer. No caso dos padrões 802.11b e g é
um fator negativo, já que só podem operar em 2.4GHz; ou seja, utiliza a mesma freqüência
que outros dispositivos tornando-os sujeitos às interferências. O mesmo já não acontece com
o 802.11n que é capaz de trabalhar tanto em 2.4GHz como em 5GHz, tornando-o livre de
interferências.
O padrão 802.11n possui desvantagens quando o assunto é custo/benefício, material de estudo
técnico e disponibilidade de equipamentos; pois se encontram em fase de adaptação,
diferentes do 802.11b e g, que são padrões maduros, apresentando ser de fácil acesso,
implementação e baixo custo. Com o tempo e o avanço, a tendência é a queda dos custos
financeiros para implantação do 802.11n proporcionando maior acesso ao usuário final.
Então, aponta-se teoricamente que o IEEE 802.11n apresenta vantagens importantes com
relação aos padrões IEEE 802.11b e g no que diz respeito à taxa de transmissão, alcance,
instabilidade e segurança do sinal; ou seja, tecnicamente apresenta maior robustez para
atender as necessidades. Porém, os padrões b e g ainda levam vantagem no fator econômico-
social, sendo mais acessíveis a qualquer usuário devido aos seus custos baixos e grande
disponibilidade de informações técnicas. Por fim, os itens: taxa de transmissão, freqüência,
compatibilidade e custos, são mostrados na Tabela 4 de forma sintética.
Tabela 4. Resultados entre os padrões B, G e N.
Itens de desempenho
802.11b
802.11g
802.11n
1 Taxa de Transmissão
11Mbps
54Mbps
65 a 600Mbps
23
2 Freqüência
2.4GHz
2.4GHz
2.4GHz e 5GHz
3
Compatibilidade
Compatível somente com ele mesmo
Compatível com o B
Compatível com B e G.
4 Custo
Baixo
Baixo
Alto
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As redes sem fio surgiram como uma solução revolucionária na área das redes de
comunicação, proporcionando mais conforto e mobilidade aos usuários que; por sua vez, se
tornam cada vez mais dependentes e exigentes. Portanto, o surgimento de novos padrões
traçando uma linha de evolução, torna isso cada vez mais real.
Se tratando de redes sem fio, problemas como: baixas taxas de transmissão de dados, grandes
perdas de pacotes nas transmissões, inconsistência e insegurança do sinal, a previsão é de que
nos acostumemos. Porém, o surgimento de novos padrões vêm fazendo com que esses
problemas se tornem cada vez menos impactantes.
Este trabalho apresentou informações sobre os padrões IEEE 802.11b e g comparando-os ao
mais recente padrão homologado IEEE 802.11n.
Muitas são as metas de avaliação de desempenho que podem ser utilizadas. Porém, foram
selecionadas as consideradas principais para que fossem aplicadas nas revisões dos padrões.
As metas de avaliação tiveram um papel fundamental nas comparações. Com elas pôde-se,
através de seus cálculos, obter resultados que apontam comportamentos que cada padrão pode
apresentar diante de determinada situação. Esse comportamento pode definir seu desempenho
e, é variável dependendo das características e requisitos técnicos de cada padrão. Portanto, por
serem capazes de proporcionar a obtenção desses resultados, as metas de avaliação tornam-se
decisivas nessa análise comparativa.
O 802.11n teoricamente mostra que está prontamente capacitado a revolucionar o uso das
redes sem fio locais. Com suas promessas de taxas altas de transmissão, longo alcance da
freqüência, instabilidade e mais segurança do sinal, geram expectativa para usuários finais.
Por enquanto, ainda com possibilidades de fácil acesso bem abaixo dos demais padrões, é
inevitável a tendência de que futuramente o 802.11n substituirá por completo os demais, a
evolução é ascendente e constante, isso é fato.
24
Contudo, o desafio é tornar-se popular, com disponibilidade de equipamentos compatíveis
entre si anulando possibilidades de monopólio e apresentando uma maneira inovadora de
perceber as redes sem fio locais.
5.1 Trabalhos Futuros
Como sugestão de trabalhos futuros, propõe-se a realização de testes práticos dos três padrões
802.11 b, g e n; utilizando as metas de avaliação de desempenho apresentadas; fazendo assim,
a comprovação prática das metas apresentadas neste estudo e apontando qual das versões do
padrão 802.11 tem maior desempenho. Poderá ser apontado também, ao realizarem-se os
testes, em qual situação ou determinado cenário, qual a versão mais adequada do padrão a ser
utilizado.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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worldwide wireless Standard based on cognitive radios. New York: Philips Research,
USA, 2005.
• COULOURIS, George. DOLLIMORE, Jean. KINDBERG, Tim. Sistemas
Distribuídos – Conceitos e projeto. Editora Bookman. 2007.
• CARMINE, Henrique; Introdução à tecnologia wireless. Produção independente,
2004.
• CARMONA, Tadeu; Treinamento prático em redes de computadores São Paulo:
Digerati Books, 2006.
• FARIAS, Bento Paulo Cesar; Treinamento profissional em redes Wireless. Editora
Digerati Books. 2006.
• FOROUZAN, Behrouz A; Comunicação de dados e redes de computadores. 3ª Edição.
Editora Bookman. 2006.
• GAST, Matthew; 802.11 wireless networks: the definitive guide, Definitive Guide
Séries, 2ª Edição; O ‘Reilly Media, Inc.,2005.
• OLIVEIRA, Horácio A. B. Fernandes; Padrões de comunicação sem fio, UFAM;
2006.
• OPPENHEIMER, Priscilla; Projeto e Redes Top-Down, um enfoque de análise de
sistemas para o projeto de redes empresariais. Campinas: Editora Campus.
• TITTEL, Ed. Redes de Computadores; Editora Bookman, 2004.
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