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Análise da evolução construtiva de acessibilidade aplicada à arquitetura residencial Maio/2012
Análise da evolução construtiva de acessibilidade aplicada à
arquitetura residencial
Eliane de Fátima Bizinotto Clemente- elianebizinotto@hotmail.com
Master em Arquitetura - Instituto de Pós-Graduação – IPOG
Resumo
Este artigo apresenta como tema a análise da evolução construtiva de acessibilidade
aplicada à arquitetura residencial. Trata-se do Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-
Graduação em Master em Arquitetura, do Instituto de Pós-Graduação – IPOG de Goiânia.
Todos nós em algum momento de nossa vida passamos ou poderemos passar por algum tipo
de deficiência, ou mesmo ter um parente com idade avançada. E é exatamente nessa situação
que vemos como a arquitetura pode fazer a diferença, influindo diretamente no bem-estar e
na qualidade de vida das pessoas. Poucos projetos contemplam a acessibilidade como uma
de suas premissas; mesmo regulamentadas por lei, poucos empreendimentos recém-lançados
no país seguem os padrões de acessibilidade que atenderiam as pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida. Mas devagar e de forma pontual o Desenho Universal vem sendo
introduzido em novos empreendimentos residenciais. Para a elaboração deste trabalho foram
realizadas pesquisas bibliográficas, entrevistas com arquitetos e engenheiros, com analistas
de projetos, com alunos e professores de faculdades de arquitetura; também foram realizadas
visitas em obras de referência em acessibilidade residencial. Após a efetivação dessas etapas,
chegou-se a algumas propostas de ações, que devem ser trabalhadas de forma a assegurar
um nível mínimo de acessibilidade em todos os edifícios habitacionais e habitações novas, e
apoiando a adaptação de moradias existentes.
Palavras-chave: Acessibilidade; Acessibilidade Residencial; Arquitetura Inclusiva, Desenho
Universal.
1. Introdução
Nos últimos 20 anos, o Brasil tem assistido a uma mudança significativa no tratamento do
tema da acessibilidade, principalmente nas grandes cidades. Dados do Censo Populacional de
2000 mostram que 24 milhões de brasileiros têm algum tipo de necessidade especial, seja
física, auditiva, visual ou cognitiva. Outro dado importante mostra que a população está mais
velha: os idosos são 8% do total da nação. Isso sem contar as necessidades especiais das
grávidas, mães com criança no colo, obesos e assim por diante.
Considerando esses dados, observamos inúmeros obstáculos que limitam a mobilidade e/ou o
acesso a determinados espaços – sejam eles públicos ou privados. Muitos desses obstáculos
embora não constituam necessariamente barreiras para os que não têm deficiência, sua
eliminação favorece a todos. A própria diversidade humana nos faz ir mais longe,
considerando situações e padrões distintos como, por exemplo: homens e mulheres altos,
baixos, em pé ou sentados, de diferentes idades e habilidades físicas, sensoriais e cognitivas.
Há dez anos está em vigor a Lei n. 10.098 que dispõe sobre as normas e critérios para a
promoção de acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Mas o
que é acessibilidade? Quais as mudanças realizadas nos últimos anos em virtude desta lei e de
outros instrumentos legais que garantem o direito de locomoção e deslocamento dos cidadãos
Análise da evolução construtiva de acessibilidade aplicada à arquitetura residencial Maio/2012
nas cidades e dentro de suas próprias residências? Como incluir, de forma segura, a todos?
Quais os caminhos da acessibilidade no Brasil? Responderemos neste artigo a estas
indagações, mostrando como está sendo discutida a acessibilidade, em especial a
acessibilidade residencial, entre os profissionais da área – arquitetos, engenheiros e designers
– como também qual é a posição das incorporadoras, que constroem habitações
multifamiliares, dos órgãos de aprovação e fiscalização de projetos, e como o tema está sendo
tratado nas universidades.
2. Evolução construtiva de acessibilidade: análise de aspectos teóricos
É de responsabilidade de cada um de nós manter viva a cidadania em todos os momentos e
ambientes de nossa vida. Todos somos iguais em direitos e deveres perante a sociedade, da
qual fazemos parte integrante e dela participamos. Homens, mulheres, indivíduos baixos e
altos, jovens e idosos, brancas ou negras. Assim merecemos a mesma atenção e respeito em
nossa condição humana. Todos possuímos como principais direitos o acesso à moradia, à
saúde, à educação, ao trabalho, ao lazer e à circulação. E para que esses direitos sejam
exercidos, há a necessidade de que se respeitem os princípios de independência, autonomia e
dignidade, de forma coletiva e individual.
Ao mesmo tempo em que somos semelhantes em direitos e deveres, temos nossas
características próprias, somos diferentes uns dos outros, compondo a diversidade de nossa
sociedade.
Algumas pessoas trazem a marca da diferença revelada em seu corpo de um modo mais
visível e concreto, como as pessoas com deficiência física, que tem dificuldade em se
locomover pelos lugares ou para alcançar ou manusear objetos. Outras apresentam diferenças
em relação aos seus sentidos, como os deficientes visuais ou auditivos, que tem limitações
para ver ou ouvir ou para se comunicar. Também existem as pessoas com deficiência mental,
com diferenças em sua capacidade de compreender e de aprender.
As deficiências, em geral, podem ser parciais ou completas, dependendo da gravidade da
doença que as originou ou das lesões deixadas por um acidente. As enfermidades que causam
uma deficiência não dura para sempre. Sendo assim, deficiência não é doença, é
consequência, ainda que tenha sido causada por uma enfermidade.
Em algum momento de nossa vida, na verdade, poderemos ter mobilidade reduzida,
temporária ou permanente. Pessoas pequenas ou muito grandes, as grávidas, as pessoas
empurrando um carrinho de bebê ou com uma criança no colo; outras que quebram um braço
ou uma perna, os obesos, ou ainda quando envelhecemos. Todos vamos necessitar de
facilidades para a nossa locomoção e comunicação.
Segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, censo populacional
de 2000, mostram que 24 milhões de brasileiros têm algum tipo de necessidade especial, seja
física, auditiva, visual ou cognitiva. Isto corresponde a 14,5% de toda a população. O mesmo
órgão de pesquisa informa que a taxa de natalidade de 2003 estava em 19,5 para cada grupo
de 1000 habitantes, resultando uma média próxima de 2,5 milhões de grávidas/ano, limitadas
em sua mobilidade – algumas mais, outras menos. Ainda com base no censo de 2000 do
IBGE, tem-se que quase 14 milhões de brasileiros possuem mais de 60 anos, o que
corresponde a 8% da população, e consomem 50% dos recursos de saúde, em seus
tratamentos. A projeção da população quanto à expectativa de vida até o ano de 2050 é de
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81,29 anos. Outro dado importante é sobre os acidentes de trânsito, que no Brasil produzem
120 mil portadores de deficiência permanente/ano (Manual para Acessibilidade aos Prédios
Residenciais da Cidade do Rio de Janeiro, 2003). Se forem adicionadas ao convívio social
destas pessoas, outras duas – pais ou amigos – o número de indivíduos envolvidos com
pessoas com dificuldade de locomoção passa a ser, aproximadamente, 123 milhões de
brasileiros, ou seja, quase toda a população do país tem alguma relação direta ou indireta com
pessoas com mobilidade reduzida.
Como incluir, de forma segura, a todos?
Nós, arquitetos aprendemos que Arquitetura é a arte de projetar edifícios que serão
construídos para atender as necessidades dos usuários, buscando seu bem-estar, conforto e
segurança, compreendendo espaços fechados e abertos, cobertos ou não. Sendo assim, toda a
área destinada a qualquer empreendimento deve ser cuidadosamente planejada, na busca do
melhor resultado possível (BESTETTI, 2002). Ao longo da história temos exemplos
marcantes, onde arquitetos têm desenvolvido soluções que, juntamente com os avanços
tecnológicos, proporcionam condições para a constante busca desse ideal. Esse processo
passou por vários estágios ao longo da história. Quando deparamos com as condições, que
tomam por base o homem padrão vemos um grande distanciamento entre a visão do homem
como um todo e os preceitos arquitetônicos que até hoje permeiam nossos projetos. Faz-se
aqui necessário sabermos o que significa o termo “homem padrão” e como surgiu esta
denominação no decorrer desse processo.
Homem padrão designa-se aquele modelo de homem atlético, culto e possuidor de todas as
habilidades físicas e mentais. Seu corpo possui proporções estudadas desde a Grécia antiga e
tomadas como medida padrão para a própria dimensão arquitetônica. No Renascimento, os
ensinamentos de Vitrúvio – que viveu no século I AC, e escreveu um tratado completo de
arquitetura em dez livros, chamado “De Architetura” – passam novamente a ganhar grande
importância (DUARTE, 2003). É nessa época que os seus livros são traduzidos para a língua
italiana. Os dados antropométricos apresentados por ele, são desenhados por Leonardo Da
Vinci (± em 1490) no seu célebre trabalho “L’Uomo di Vitruvio” (O Homem de Vitrúvio).
Nessa referida ilustração são apresentadas as teorias de Vitrúvio. A importância atribuída à
"perfeita proporção" do corpo humano é muito bem ilustrada pelos estudos de Da Vinci que,
enquanto anatomista, artista e "arquiteto" aprofundou-se na análise da perfeição matemática
envolvendo a Seção Áurea da forma humana (baseados nos estudos matemáticos de Euclides
– matemático grego do século 3AC, que já denominava de “razão média e extrema” a divisão
de um segmento em duas partes seguindo uma proporção definida e que no século XIX
passou a se chamar Seção Áurea, que hoje está presente em qualquer estudo de Ergonomia) –
a imagem de um corpo musculoso e "proporcional" de um homem circunscrito em um círculo
e em um quadrado, usada para realçar a proporcionalidade das formas.
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Figura 01 – O Homem de Vitrúvio
Para Vitrúvio a arquitetura deveria seguir o mesmo entendimento de ter a proporcionalidade
das partes para completar o todo harmoniosamente, pois as partes formam o todo. Em meados
do século XIX, a figura do Homem de Vitrúvio foi recomposta por John Gibson e J. Bonomi
(1857), que no século XX teve Le Corbusier, arquiteto suíço naturalizado francês, como
maior entusiasta da ideia. Quando Le Corbusier fez sua viagem à Grécia a fim de estudar a
arquitetura clássica, ficou extasiado com a maneira pela qual os gregos usavam o número de
ouro relacionando-o com a escala humana. Suas considerações contidas em seu livro "Vers
une Architecture" já apontavam para a criação do sistema de medição que chamou
posteriormente de "Modulor", no qual ele se utiliza dos números de Fibonacci, do número de
ouro e das proporções humanas "standard". Le Corbusier considerou como "standard" a
altura humana de 1,83m e estabeleceu esta sequência de medidas do "Modulor" para
encontrar harmonia nas composições arquitetônicas. Estas características de composições
tivemos a oportunidade de observar em uma de suas obras onde fizemos uma visita técnica -
Villa de Savoye na cidade de Poissy , na França (1929-1931). Segundo Le Corbusier, “a casa
é uma máquina de morar” e a Villa Savoye foi projetada seguindo tal ideia de forma plena. A
resposta às demandas relativas à utilidade se fazem através, entre outras, da inclusão de
valores relacionados à vida cotidiana, com a criação de equipamentos e suportes para os
acontecimentos do dia a dia, como bancadas, armários, mesas e bancos, pensando assim no
conforto do usuário. Também observamos o uso amplo de rampas para vencer os desníveis
entre um andar e outro.
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Figura 02 – Villa de Savoye – arquivo pessoal
Assim, O Modulor passou a determinar alturas e larguras para o desempenho de inúmeras
atividades de trabalho e domésticas, sendo utilizado amplamente por arquitetos e desenhistas
indústriais de todo mundo. Mas ainda se tratava da escala humana para o homem de Vitrúvio,
para a “figura humana bem constituída” (DUARTE, 2003).
Figura 03 – Diagrama do Modulor, de Le Corbusier
A partir da década de 60 ocorreram várias mudanças nas sociedades. Constantes
questionamentos sobre os direitos sociais; maior quantidade e diferentes estudos sobre as
populações; novos embasamentos técnicos e demográficos auxiliaram para que essas
mudanças ocorressem (LOPES E SILVA, 2011).
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A constatação do grande número de pessoas com deficiência, as necessidades das pessoas
idosas e os avanços da medicina, impulsionaram para o completo entendimento de que os
homens não são iguais (LOPES E SILVA, 2011).
Segundo Lopes e Silva, é nesse contexto presente na década de 60 que Selwyn Goldsmith
torna-se um dos primeiros autores a introduzir nas medidas antropométricas as variantes de
sexo, idade e capacidades das pessoas. Começa assim a aparecer nos manuais de
Antropometria a pessoa adulta em cadeira de rodas. A partir deste fato, os objetos, as
dimensões nas edificações, e o mundo, também poderiam ser vistos, tendo por base a
realidade do homem em uma cadeira de rodas, as suas possibilidades de alcance e uso do
meio onde vive (LOPES E SILVA, 2011).
Já na década de 80, o “Human Scale”, de H. Dreyfuss, acrescenta a figura da criança nos seus
conhecidos estudos antropométricos e também a criança em cadeira de rodas. Ainda, segundo
LOPES e SILVA, Selwyn Goldsmith, pensando no desenho arquitetônico para todos,
recentemente, formatou uma nova pirâmide constituída por oito diferentes realidades nas
quais as pessoas estão inseridas, onde as pessoas se agrupam de acordo com as características
funcionais que elas apresentam, independentemente de sexo e idade dependendo
exclusivamente dos seus aspectos funcionais frente aos fatores ambientais nos quais ela está
inserida.
Após a evolução de todos este processo, a pessoa não pode ser mais reduzida a uma medida
padrão e, consequentemente, toda a arquitetura que se voltar unicamente para a padronização
das proporções estará predestinada a gerar espaços segregadores. Como já dissemos
anteriormente, todas aquelas pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida,
representam um grande contingente humano que tem, nos últimos anos, lutado contra as
desigualdades de acesso físico no meio edificado.
Segundo Cybele Ferreira Monteiro de Barros (2000),
O espaço físico habitado costuma relacionar todas as coisas e pessoas, podendo
incentivar, deprimir, cuidar ou colocar em risco o ser humano que o utiliza. Assim, à
medida que diminui a capacidade individual das pessoas num processo gradual que
acaba por ajustar o indivíduo às inconveniências, a pessoa acaba assumindo que ela
é o problema, numa inversão dos valores.
De fato, às vezes é o espaço que tem problemas, não servindo mais às necessidades do
usuário. Cybele completa que o ambiente assume uma importância e uma responsabilidade
cada vez maior em relação ao bem estar da pessoa que o utiliza.
Dentro do contexto socioeconômico brasileiro, o sonho de muitas pessoas é a aquisição ou
construção da casa própria, sendo muitas vezes o único imóvel que adquirem ao longo da vida
e sobre o qual colocam toda a expectativa de ser um lar seguro. Os idosos também querem
continuar vivendo em suas próprias casas, inseridos na comunidade à qual estão acostumados,
o que é muito saudável, pois, essa permanência na casa, além de manter a integração social
dos mais velhos, diminui a segregação e o preconceito (PERITO, 2010).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima-se que haja de 150 a 200 ferimentos
graves para cada acidente fatal, e o acidente doméstico é classificado como um dos fatores
externos de mortalidade não-natural. Apesar dos idosos sofrerem menos acidentes que as
crianças, geralmente os acidentes com a população com mais de 60 anos são fatais devido à
maior fragilidade do indivíduo. As causas mais freqüentes de acidentes domésticos são quedas
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da própria altura, quedas acima da altura própria, queimaduras, escaldamento no momento do
banho e envenenamento por gás.
Todos estes números são significativos estatisticamente. Assim temos que buscar a produção
de espaços que sejam justos, democráticos, acessíveis a todos. E para o entendimento deste
assunto, há a necessidade de esclarecimentos sobre as terminologias “acessibilidade”,
“mobilidade” e “pessoa com mobilidade reduzida”, que possuem variações de conceitos
conforme o enfoque de cada trabalho. Neste enfoque aqui abordado é a condição de acesso de
pessoas na habitação, inclusive as com deficiência ou com limitações reduzidas.
Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para
utilização com segurança, autonomia de edificações, espaço, mobiliário,
equipamento urbano e elementos. (NBR 9050:2004)
Mobilidade: Habilidade de movimentar-se, em decorrência de condições físicas e
econômicas... A mobilidade é um atributo associado às pessoas e aos bens;
corresponde às diferentes respostas dadas por indivíduos e agentes econômicos às
suas necessidades de deslocamento, consideradas as dimensões do espaço urbano e a
complexidade das atividades nelas desenvolvidas. (VASCONCELOS, 1996).
Pessoa com mobilidade reduzida: Aquela que, temporária ou permanentemente, tem
limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo. Entende-se por
pessoas com mobilidade reduzida, a pessoa com deficiência, idosa, obesa, gestante,
entre outros. (NBR 9050:2004)
Dentro destes conceitos, que a moradia assuma de fato seu papel de “porto seguro”, ela deve
garantir conforto e segurança ao usuário, em qualquer fase da vida. Ela deve estar apta a ser
adaptada facilmente, quando necessário, permitindo a adequação dos ambientes sem prejuízo
ou comprometimento do espaço, além de observar critérios relacionados à manutenção,
conservação e durabilidade das edificações e elementos construtivos, uma vez que a
deterioração da construção, com o passar dos anos, também pode ser fator de expulsão do
usuário de sua moradia.
Segundo a arquiteta Sandra Perito, presidente do Instituto Brasil Acessível,
Projetos residênciais adaptáveis que considerem as mudanças fisiológicas, físicas,
sensoriais e psíquicas do homem, baseados nos princípios do Desenho Universal,
produzem boas soluções ambientais, capazes de aumentar a autonomia do usuário,
além de permitir que as adaptações aconteçam naturalmente, com facilidade e custo
reduzido (PERITO, 2010).
O Desenho Universal recria o conceito de homem padrão – nem sempre o homem real. O
Desenho Universal é a evolução de um conceito e a sua aplicação na habitação é uma
demonstração de respeito aos direitos de todos os indivíduos.
O termo Universal Design (Desenho Universal) foi usado pela primeira vez nos Estados
Unidos, em 1985, pelo arquiteto Ronald Mace, que Influenciou a mudança de paradigma no
desenvolvimento de projetos urbanos, de arquitetura e design, inclusive de produtos. Mace era
cadeirante e sentia mais do que qualquer outra pessoa todos os constrangimentos, dificuldades
e até a impossibilidade de usar espaços. Assim criou o conceito de Desenho Universal. Para
Mace (1991), o Desenho Universal aplicado a um projeto consiste na criação de ambientes e
produtos que possam ser usados por todas as pessoas, na sua máxima extensão possível.
Existia dois segmentos sociais quando surgiu o conceito de Desenho Universal. O primeiro
composto por pessoas com deficiência que não sentiam suas necessidades contempladas nos
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espaços projetados e construídos. O segundo formado por arquitetos, engenheiros, urbanistas
e designers que almejavam maior democratização do uso dos espaços e tinham uma visão
mais abrangente da atividade de projetar.
A ideia desse grupo de profissionais baseava-se na preocupação em oferecer ambientes que
pudessem ser utilizados por todos, sem depender, por exemplo, da necessidade de adaptação
ou elaboração de projeto especializado para pessoas com deficiência, o que favoreceria a
biodiversidade humana proporcionando uma melhor ergonomia para todos. Nos Estados
Unidos, embora já houvesse normas técnicas de acessibilidade em vigência, antes do advento
do Desenho Universal os espaços projetados e construídos não eram pensados para serem
usados por todas as pessoas, com deficiências ou não. Havia somente locais alternativos ou
reservados para pessoas que apresentavam algum tipo de limitação de mobilidade, de sentidos
ou cognição.
Na década de 1990, um grupo de arquitetos e defensores de uma arquitetura e design mais
centrados no ser humano e sua diversidade reuniram-se no Center for Universal Design, da
Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, a fim de estabelecer critérios para
que as edificações, os ambientes internos, urbanos e os produtos atendessem a um maior
número de usuários. Esse grupo definiu os sete princípios do Desenho Universal, que
passaram a ser mundialmente adotados em planejamentos e obras de acessibilidade. Sendo
assim o desenho de produtos e ambientes passam a serem utilizados por todas as pessoas o
maior tempo possível, sem a necessidade de adaptação ou desenho especial.
Os sete princípios do Desenho Universal são descritos por vários autores, como por exemplo
BARROS (2000); CARLETTO e CAMBIAGHI, (2008); alguns de forma mais didáticas,
outros de forma mais resumida. Como base nessas litetaturas e para facilitar a compreensão
de forma mais didática, descrevemos os sete princípios abaixo:
Princípio 1 – Uso correto
Propor espaços onde as pessoas possam usar o ambiente e os produtos com independência,
mesmo com capacidades diferentes, evitando segregação ou estigmatização de qualquer um.
Providencia igualmente segurança, privacidade e proteção, tornando também o desenho
atrativo para todos os usuários.
Princípio 2 – Uso flexível
Prever ambientes ou sistemas construtivos que permitam atender às necessidades de usuários
com diferentes habilidades e preferências diversificadas, possibilitando adequações e
transformações. Prevê adaptação do jeito do usuário, permitindo que as dimensões dos
ambientes das construções possam ser alteradas.
Princípio 3 – Uso simples e intuitivo
Permitir que o espaço seja de fácil compreensão e apreensão, independente da experiência do
usuário, de seu grau de conhecimento, habilidade de linguagem ou nível de concentração.
Princípio 4 – Informação perceptível
Utilizar diferentes meios de comunicação, como símbolos, informações sonoras, táteis, entre
outras, para a compreensão de usuários com dificuldade de audição, visão, cognição ou
estrangeiros. Disponibilizar formas e objetos de comunicação com contraste adequado,
maximizando com clareza as informações que são essenciais. Tornar fácil o uso do espaço ou
equipamento.
Princípio 5 – Tolerância ao erro (segurança)
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Considerar a segurança na concepção de ambientes e a escolha dos materiais de acabamento e
demais produtos a serem utilizados nas obras, visando minimizar os riscos de acidentes e
desencorajando ações inconscientes em tarefas que requeiram vigilância.
Princípio 6 – Esforço físico mínimo
Dimensionar elementos e equipamentos para que sejam utilizados de maneira eficiente,
segura, confortável e com o mínimo de fadiga, minimizando ações repetitivas e esforços
físicos que não podem ser evitados.
Princípio 7 – Dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente
Permitir acesso e uso confortáveis para os usuários, tanto sentados quanto em pé,
possibilitando também o alcance visual dos ambientes e produtos. Acomodar variações
ergonômicas, oferecendo condições de manuseio e contato para usuários com as mais variadas
dificuldades de manipulação, toque e pegada. Possibilitar a utilização dos espaços para os
usuários de cadeiras de rodas, muletas, entre outros, de acordo com suas necessidades para as
atividades cotidianas.
Como podemos observar, as premissas do Desenho Universal é projetar ambientes e produtos
que possam ser usados por todos, com conforto e segurança, independentemente das
habilidades, capacidade física ou idade. Seus princípios devem ser fundidos na infra-estrutura
da edificação e prega o investimento na capacidade dos ambientes e produtos, com base na
adequação ao uso, praticidade e segurança. Deste modo, segundo a arquiteta paulista Sandra
Perito, que pesquisa e aplica o conceito do Desenho Universal em seus projetos, depois de ter
estudado as tendências internacionais, a aplicação destes princípios não representa um custo
maior no preço da moradia. Estudos comprovam que se o projeto for feito adequadamente na
questão de acessibilidade, esse acréscimo não passa de 0,01%, porque os custos se distribuem
ao longo da obra, e isso vai se diferenciar de acordo com o porte da obra (LANCHOTI,
2011). Agora, quando
A adaptação de um imóvel já construído nos padrões atuais é complicada, nem
sempre é possível e o gasto tende a ser mais elevado. (...) Um bom projeto deve
permitir mudanças e adaptações, prevendo as diversas necessidades que o usuário
possa ter em qualquer fase da vida (PERITO, 2010).
No Brasil, O Desenho Universal é um tema bastante recente e ainda muito pouco aplicado,
tanto no meio acadêmico quanto nas práticas profissionais, relacionadas a projetos e à
construção civil. Segundo Carletto e Cambiaghi (2008), o debate iniciou-se de forma tímida
em 1980, com o objetivo de conscientizar profissionais da área da construção. O ano de 1981
foi declarado pela ONU – Organização das Nações Unidas, como o Ano Internacional das
Pessoas com Deficiência. Começa assim o tema a ganhar repercussão no país, fortalecendo o
que denominava-se na época “Eliminação de Barreiras Arquitetônicas às Pessoas de
Deficiência”. A partir daquele ano, em razão da conjuntura internacional, foram promulgadas
algumas leis no Brasil para regulamentar o acesso a todos e garantir que a parcela da
população com deficiência ou mobilidade reduzida tivesse as mesmas garantias que os demais
cidadãos. Em 1985, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou a primeira
norma técnica relativa à acessibilidade, hoje denominada, após duas revisões, NBR 9050 –
Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos. A última revisão
ocorreu em 2004 e vigora até hoje para regulamentar os parâmetros técnicos de acessibilidade
no país. No ano de 2000, foi promulgada as leis 10.048, de 8 de novembro de 2000, que “dá
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prioridade de atendimento às pessoas que especifica”; e a Lei Federal 10.098 de 19 de
dezembro de 2000, que “estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida”. Esta
última, determina que os parâmetros a serem seguidos sejam os da NBR 9050. Estas duas
leis foram regulamentadas em dezembro de 2004, através do Decreto Presidencial n° 5296,
onde o artigo 10, determina que “a concepção e a implantação dos projetos arquitetônicos e
urbanísticos devem atender aos princípios do Desenho Universal”. Como a legislação de
acessibilidade no Brasil refere-se somente à aplicação da NBR 9050, restringindo a espaços
públicos de uso comum, acaba gerando legislações municipais ou estaduais específicas que,
assim, contemplam somente esses espaços. Mesmo com parâmetros estipulados na forma de
lei, seu cumprimento só se tornou obrigatório e passível de fiscalização quando, em 2005, o
Ministério das Cidades lançou o Programa Brasil Acessível, com o intuito de estimular e
apoiar os governos municipais e estaduais a assegurarem a circulação. Entre as ações
previstas estavam a difusão do Desenho Universal e a publicação de conteúdos temáticos,
disponíveis no site www.cidades.gov.br.
Trinta anos passados do início desse debate, é possível medir avanços em diferentes frentes.
Exemplificando, temos a crescente consciência por parte de profissionais, gestores e usuários
de que a acessibilidade melhora a qualidade de vida de todos os indivíduos. Ainda, a
constatação de que a inclusão dos conceitos do Desenho Universal no Brasil é fundamental
para a mudança de paradigma na arquitetura e no urbanismo, pois leva a experiências e
processos de amadurecimento voltados à democratização dos espaços públicos e privados
para todos os usuários.
Os benefícios destas mudanças refletem-se, portanto, no uso dos espaços públicos como
também nas habitações, principalmente quando se propõe a execução do Desenho Universal
na habitação social. A sociedade brasileira a cada dia se torna mais sensibilizada em relação
às necessidades específicas das pessoas. E a aplicação do Desenho Universal em habitações
de interesse social evita a segregação da população de baixa renda no acesso a esse tipo de
imóvel. Esse processo se torna visível com a aprovação de leis federais, estaduais e
municipais que passam a regulamentar providências para resguardar as necessidades e
demandas desse segmento da sociedade. Hoje, o que é exigido pelo Ministério das Cidades e
pela Caixa Econômica, no PMCMV (Programa Minha Casa Minha Vida) – recursos FAR –
Fundo de Arrendamento Residencial, na ausência de legislação municipal ou estadual mais
exigente acerca das condições de acessibilidade, os projetos deverão possuir no mínimo 3%
de suas unidades adaptadas ao uso por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e
idosas. Ainda, nos casos de empreendimentos verticais, todas as unidades térreas deverão ser
adaptáveis ao uso acima descrito, com portas externas e internas de, no mínimo, 0,80 m de
largura. Na segunda etapa do Programa Minha Casa Minha Vida, para o ano de 2011, prevê
um aumento da área das moradias para facilitar a acessibilidade e a comodidade do morador
(casas de 39,6m² e apartamento de 45,5m²). Dentre as especificações das unidades
habitacionais, todas as portas terão 0,80 m de largura. (MCIDADES, 2011). Também é
interessante citar que para o dimensionamento das unidades foi adotado o Módulo de
Referência (MR) da NBR 9050:2004 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos – que permite o giro de 180º (1,20m x 1,50m), ao invés do giro de
360º, admitindo-se que no interior das unidades a área de manobra é diferente do necessário
na área pública. O banheiro, em todas as Unidades Habitacionais, passa a ter uma largura
mínima de 1,50m e a cozinha de 1,80m – esta é válida também para a área de serviço em
Análise da evolução construtiva de acessibilidade aplicada à arquitetura residencial Maio/2012
apartamentos uma vez que nas casas a área de serviço é externa à Unidade Habitacional. No
caso da unidade com adaptação, as Unidades Habitacionais deverão atender a condição de
mobiliário mínimo, porém é admitida a utilização de beliche no dormitório para 2 pessoas e
cama de casal encostada na parede no dormitório de casal (Padrões de Acessibilidade em
Empreendimentos Habitacionais. Referência: Programa Minha Casa Minha Vida 2 – Faixa 1
– Recursos FAR. Caixa Econômica Federal, 2011).
Figura 04 – banheiro
Figura 05 – cozinha
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Figura 06 – quarto de casal adaptado
Figura 07 – quarto para duas pessoas adaptado
Ressalta-se aqui que, com a adoção do Desenho Universal, parâmetros dimensionais em
relação tanto aos espaços privativos quanto aos de uso comum e público podem sofrer
alterações, adequações ou complementações. Estas questões merecem atenção, pois mostrarão
incompatibilidades entre as várias legislações e o Desenho Universal. Por exemplo, devemos
verificar as leis municipais de uso e ocupação do solo e de parcelamento do solo, como
também códigos de edificações, que muitas vezes divergem do Desenho Universal.
Embora tenha havido esses avanços, muitos estados e municípios ainda não se deram conta da
importância da introdução do Desenho Universal na arquitetura – não conhecem os princípios
e ficam apenas na intenção de se adequar às normas; poucos projetos contemplam a
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acessibilidade como uma de suas principais premissas. Da mesma forma, as poucas moradias
projetadas para atender necessidades especiais de indivíduos são concebidas muitas vezes,
sem uma preocupação estética, o que resulta em espaços com aparência de clínicas e contribui
para a segregação dos usuários. Também é comum que arquitetos e engenheiros,
principalmente quando mais jovens, desconsiderem totalmente o fato das pessoas
envelhecerem ou sofrerem acidentes que os impossibilite de se locomover com segurança,
resultando em projetos sem a menor preocupação com acessibilidade, como se aqueles
ambientes estivessem destinados a serem usados única e permanentemente por jovens sadios e
perfeitos. Conforme entrevistas com arquitetos, em moradias unifamiliares, muitas vezes os
critérios de acessibilidade partem dos próprios moradores, que pensam na moradia para toda a
vida – querem evitar desníveis, deixar espaço para um elevador, no caso de habitação de dois
andares, ou até mesmo optam por casas térreas.
Nas secretarias de planejamento, que são responsáveis pela aprovação de projetos, deparamos
com o despreparo daqueles que os analisam, bem como dos técnicos que fiscalizam obras. Os
técnicos não recebem formação específica sobre os critérios de acessibilidade, e sim
atualização permanente no que está estabelecido no Código de Edificações.
Conforme entrevista com técnicos responsáveis pela análise de projetos na secretaria de
planejamento de Goiânia, vemos que a preocupação maior é com o passeio público, onde
existem normas de projetos especificadas no Código de Edificações da cidade, e que são
fiscalizadas no momento de requerer o habite-se. Segundo informações esta fiscalização é
deficitária, deixando sempre passar irregularidades.
Em edifícios multifamiliares, apenas na área social do edificio é exigido as normas de
acessibilidade, mas estas edificações não são fiscalizadas pelos técnicos da prefeitura, e sim
pelo Corpo de Bombeiros que observam inclinações de rampas, altura de peitoris, colocação
de corrimãos, entre outros (questões que fazem parte do projeto técnico de incêndio, exigido
quando a edificação possui área construída a partir de 750,00 m²).
Mas um grande passo está sendo dado. A prefeitura em parceria com a Comissão de
Acessibilidade do CREA-GO, onde os técnicos, juntamente com técnicos da secretaria de
planejamento, estão preparando um checklist para a acessibilidade, para que seja aplicado
dentro da aprovação de projetos, onde cada analista deverá observar ítem por ítem se
determinado projeto obedece as normas de acessibilidade ou não. Será aplicado em obras
comerciais e habitação multifamiliar.
É notório que apesar de regulamentadas por lei, boa parte das construções recém-lançadas no
país não segue os padrões de livre acesso para pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida. Incorporadoras que são questionadas sobre os itens que garantem a acessibilidade
em seus empreendimentos, enxergam os princípios como ferramenta de marketing em vez de
um conjunto de regras que atendem as pessoas com mobilidade reduzida, pessoas com
deficiência e idosos, ao contrário do que realmente eles ditam. Muitos empreendimentos só
incorporam a acessibilidade nas áreas comuns das edificações.
Mas, devagar está havendo a introdução do Desenho Universal em novos empreendimentos,
mudando a visão do homem padrão, modificando as regras arquitetônicas. Embora o mercado
imobiliário ainda se limita às exigências da lei, ações pontuais mostram que há um
movimento em prol da diversidade. Em Goiânia encontramos construtoras que estão fazendo
a diferença no mercado, que introduzem conceitos da acessibilidade em seus
empreendimentos, em edificios multifamiliares. Através de critérios que são discutidos entre
os arquitetos e os empreendedores, estão dando bons exemplos nesta questão. Os projetos são
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desenvolvidos levando em conta a acessibilidade começando já na calçada, com inclinação
constante para adentrar o edifício (Projeto Calçada Consciente – que já ganhou os prêmios:
Conselho CREA-GO do Meio Ambiente 2009 e Top Imobiliário 2009). O projeto da área
comum é pensado de modo que se tenha acesso direto em todos os pavimentos, sem
desníveis; quando não é possível, faz-se uso de rampas com inclinação mínima. Os vãos de
porta possuem largura mínima de 0,80 m, as circulações 1,20 m; os banheiros da área
comum são adaptáveis para pessoas com deficiência, e o que é muito interessante, a piscina,
quando possui deck elevado, é deixado acesso lateral para que um cadeirante possa transferir-
se da cadeira diretamente para a piscina. Dentro dos apartamentos, quando é possível utiliza-
se vãos mínimos de 0,80 m, mas dependendo da metragem do apartamento, ainda utiliza-se
de 0,70 m. Vãos de 0,60 m foram abolidos. Segundo a arquiteta entrevistada, os critérios de
acessibildade são estabelecidos havendo um consenso entre as duas partes: o contratante, no
caso a construtora, e o arquiteto. São colocados pelo arquiteto os vários parâmetros de
acessibilidade a serem contemplados no projeto, mas a palavra final é sempre do
empreendedor, que devido a fatores econômicos, algumas vezes não contempla todos os
pontos, dando prioridade somente ao que é normativo. Arquitetos e urbanistas tem ai um
grande desafio: conscientizar os construtores da importância de seguir os princípios da
acessibilidade e de encontrar soluções viáveis para adaptar imóveis já concluídos fora dos
padrões.
Outra questão vem a tona: a formação do profissional universitário: do profissional técnico,
do executor e do fiscal dos projetos e obras. É imprescindível uma formação técnica no que
se refere ao conhecimento necessário de quem elabora os projetos e de quem os colocará à
disposição de toda a população, bem como dos técnicos que fiscalizarão o que foi executado e
terão a função de dar o aceite à obra. É necessário a inclusão nos currículos de vários cursos,
em especial, o de Arquitetura o tratamento da acessibilidade, trabalhando os detalhes em
exercícios projetuais e de vivência. Sabemos que a maioria das escolas de arquitetura de nosso
país nem sempre conseguem fornecer, de forma sistemática, disciplinas voltadas para este
tema. Algumas dispõem o assunto como matéria optativa e não curricular, ou somente nos
cursos de pós-graduação. O tema acessibilidade e consequentemente, Desenho Universal
deveria ser obrigatório na grade curricular dos cursos universitários correlatos, para formar
profissionais capazes de atender às novas exigências e premissas. Analizando as matrizes
curriculares das escolas de arquitetura de nosso estado, as questões acima são comprovadas.
Embora em seus projetos os alunos tenham que atender as normas de acessibilidade, os
conteúdos são repassados através de palestras esporádicas, com distribuição de materiais, e
indicações das normas pelos professores. Nunca como matéria curricular.
Um exemplo encontrado e que tem feito a diferença quanto ao ensino de arquitetura inclusiva
é da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Segundo Duarte e Cohen (2003),
Nossas atividades voltadas para o tema da acessibilidade se iniciaram por meio de
pesquisas desenvolvidas no âmbito dos programas de pós-graduação, que se
constituem em setores sempre mais abertos às ideias voltadas para a qualidade de
vida. Em seguida, criamos o "Núcleo Pró-acesso" (Núcleo de Pesquisa, Ensino e
Projeto sobre Acessibilidade e Desenho Universal) vinculado ao Programa de Pós-
graduação em Arquitetura, da FAU/UFRJ. Hoje, as atividades do Núcleo Pró-acesso
são bastante diversificadas e envolvem o ensino, a pesquisa e a extensão.
Análise da evolução construtiva de acessibilidade aplicada à arquitetura residencial Maio/2012
Continuando, Duarte e Cohen (2003),
Oficializada há dois anos na FAU/UFRJ, a disciplina optativa “Métodos e Técnicas
de Projeto Inclusivo” teve sua metodologia desenvolvida a partir de nossa
experiência tanto em sala de aula como em campo, envolvendo alunos de graduação
e de pós. A fim de evitar o risco de desmotivar o estudante a cursar a disciplina até o
final sem perder o entusiasmo necessário a todo programa de ensino realmente
eficaz, buscamos elaborar um método de ensino muito dinâmico, no qual todo
ensinamento se remete sempre à prática projetual.
Segundo ainda Duarte e Cohen (2003), com o ensino da arquitetura inclusiva espera-se que os
futuros arquitetos e urbanistas trabalhem tanto pela eliminação de barreiras físicas, como
também com as barreiras sociais, culturais, políticas e burocráticas, barreiras estas que se
solidificam através da falta de consciência de que a convivência com a diversidade no seio
dos espaços se constitui na ferramenta para melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas.
3. Conclusão
Após refletirmos sobre dados e recomendações, apontados anteriormente, concluímos que,
para a produção de espaços verdadeiramente acessíveis na habitação, algumas ações, entre
outras devem ser trabalhadas de forma a assegurar um nível mínimo de acessibilidade em
todos os edifícios habitacionais e habitações novas, apoiando a adaptação de moradias
existentes cujos moradores tenham necessidades especiais de acessibilidade – apoios técnicos
e/ou financeiros. Esperamos que este trabalho estimule os profissionais envolvidos na questão
da habitação: arquitetos, engenheiros, designers, urbanistas e empreendedores da construção,
a pensarem nos espaços planejando-os para o futuro de todos nós.
Faz-se necessário então promover ações que incrementem a acessibilidade tanto no meio
urbano como nas edificações, enfoque este trabalhado neste artigo. Estas ações devem ser
baseadas nos seguintes segmentos:
Primeiro, na conscientização – palestras e workshops para mostrar à sociedade e empresários
a importância da inclusão das pessoas com deficiência e o respeito a seus direitos;
Segundo, na formação e na informação técnica – discutir a lei 10.098 e a NBR 9050, discutir
as experiências das cidades que desenvolvem projetos acessíveis e a experiência de órgãos
públicos e privados no trato com as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Incorporar o conceito de Desenho Universal nos projetos e na legislação vigente. Treinar
técnicos de vários setores da administração pública e da iniciativa privada que atuam direta e
indiretamente com o tema, contemplando a atualização do conhecimento e dinamizando as
questões técnicas já definidas por normas brasileiras. Realizar cursos específicos e assegurar
a formação acadêmica dos profissionais que intervém na atividade projetual (arquitetos,
urbanistas, engenheiros etc.) sobre a acessibilidade: introdução desta temática no currículo das
licenciaturas e cursos de pós-graduação; apoiar a realização de estágios de formação; realizar
cursos de atualização nos conselhos e associações profissionais.
Terceiro, na pesquisa e no desenvolvimento – a acessibilidade ainda é um campo
relativamente novo na arquitetura e engenharia. Há a necessidade de se pesquisar quais as
soluções mais adequadas a cada caso. Quais os melhores materiais e técnicas a serem
utilizados. Quem sabe até criar premiações atribuindo aos edifícios que se destacarem
positivamente pelo nível de acessibilidade alcançado e pelas soluções inovadoras adotadas.
Análise da evolução construtiva de acessibilidade aplicada à arquitetura residencial Maio/2012
Pode-se pensar também em projetar e construir protótipos para divulgação de tecnologias e
métodos para promoção da inclusão social. Ainda, se faz necessário nas residências
particulares verificar as necessidades e as medidas de cada pessoa.
Quarto, na divulgação – divulgar trabalhos realizados e trocar experiências para a
consolidação do desenvolvimento da acessibilidade. Editar e publicar obras científicas.
Quinto, na promoção da investigação – elaborar manuais complementares à legislação e de
aplicação facultativa, com especificações que assegurem um nível representativo de
acessibilidade. Realizar estudos sobre a aplicação de novas legislações, com um levantamento
de bons exemplos, identificando as principais dificuldades, analisando o custo de
implementação.
Sexto, no estímulo à participação – criar parcerias locais que envolvam Estado, autarquias,
associações, organizações não governamentais ou pessoas individuais que sejam
representativas aos interesses das pessoas com deficiência.
Sétimo, no asseguramento da aplicação – adaptar medidas que assegurem a aplicação e
controle das medidas de acessibilidade. Exigir dos órgãos competentes, na fase de
licenciamento, que os projetos atendam às condições de acessibilidade, assegurando o
cumprimento da legislação, fiscalizando as obras e aplicando as devidas penalidades previstas
em leis nos casos de não cumprimento.
No futuro a acessibilidade terá mais adesão de profissionais como os arquitetos, engenheiros e
designers, e os resultados de uma sociedade mais diversa e participativa terão alcançado um
patamar mais humano. Tão importante quanto a acessibilidade é repensar os parâmetros dos
projetos para o bem-estar de todos os usuários em qualquer idade ou estágio da vida. Também
o grande desafio é acabar com os preconceitos e estereótipos e começar uma nova fase,
construindo moradias adaptáveis que possam ser, de fato, usadas pela vida toda, com
segurança e independência; que seja desenvolvida uma arquitetura que vá além dos valores
estéticos, simbólicos e culturais, em que absorva de vez o conceito de arquitetura inclusiva.
Referências
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mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2004.
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arquitetônico.Campo Grande: UNIDERP,2002.
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etapa-do-programa-minha-casa-minha-vida-&catid=34:noticias&Itemid=61. Acesso em 05/07/2011.
MINISTÉRIO DAS CIDADES. Programa Brasil Acessível. Disponível em www.cidades.gov.br. Acesso em
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http://www.cbic.org.br/sites/default/files/PORTARIA%20325%20DE%2007072011%20MCIDADES%20-
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Análise da evolução construtiva de acessibilidade aplicada à arquitetura residencial Maio/2012
VASCONCELOS, Eduardo A. Transporte Urbano, Espaço e Equidade.São Paulo: Editora Unidas, 1996. In:
Construindo a Cidade Acessível. Brasil Acessível, caderno 02 .Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana.
Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana. Ministério das Cidades. Brasília,2006. Disponível
em http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSEMOB/Biblioteca/BrasilAcessivelCaderno02.pdf.
Acesso em 20/11/2010.
ANEXO 01
ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM TÉCNICOS DA SECRETARIA DE
PLANEJAMENTO DE GOIÂNIA
Tema da pesquisa: “Princípios de acessibilidade observados pelo profissional ao
projetar edifícios residenciais”
1 – Quais os procedimentos adotados na aprovação de projetos de edifícios residenciais
multifamiliar (no quesito acessibilidade). Os critérios adotados são somente para a área
comum ou também para os apartamentos?
2 – Quais os procedimentos adotados na aprovação de projetos de edifícios residenciais
unifamiliar (no quesito acessibilidade)?
3 – Os técnicos responsáveis pela aprovação dos projetos recebem algum tipo de formação
para conhecer os critérios de acessibilidade, bem como as normas vigentes (RDC 50, Lei
10.098)?
4 – Existe algum tipo de fiscalização de obra para checar se os critérios adotados no projeto,
quanto à acessibilidade, foram executados?
ANEXO 02
ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM ARQUITETOS DE GOIÂNIA
Tema da pesquisa: “Princípios de acessibilidade observados pelo profissional ao
projetar edifícios residenciais”
1 – Quais os princípios de acessibilidade observados por você ao projetar edifício
multifamiliar?
2 – Os princípios de acessibilidade são observados também dentro dos apartamentos?
3 – Os critérios de acessibilidade são estabelecidos pelo contratante ou por você ou um
consenso entre as duas partes?
4 – Ao projetar habitação unifamiliar, são observados também os critérios de acessibilidade?
O seu cliente faz alguma exigência neste aspecto ou é omisso? Quando você troca ideias com
o cliente ele sempre acata as suas sugestões (no quesito acessibilidade)? Você considera as
medidas particulares do morador?
5 – Foi montado um relatório para vistoria de acessibilidade em edifícios multifamiliar para
que o analista de projeto da SEPLAN cheque na fase de licenciamento. Você pode dizer se os
projetos idealizados neste escritório contemplam estes critérios? (Apresentar os critérios).
ANEXO 03
PROPOSTA DE RELATÓRIO PARA VISTORIA DE ACESSIBILIDADE A SER
IMPLANTADA NA SEPLAN – SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DE GOIÂNIA –
ELABORADO PELA COMISSÃO DE ACESSIBILIDADE DO CREA-GO
JUNTAMENTE COM TÉCNICOS DA SEPLAN
RELATÓRIO PARA VISTORIA DE ACESSIBILIDADE - EDIFÍCIO MULTIFAMILIAR
Análise da evolução construtiva de acessibilidade aplicada à arquitetura residencial Maio/2012
Analista Projeto: Data____/_____/_____
Empreendimento:
Endereço:
Telefone:
Item Descrição Sim Não N.A.
1 CIRCULAÇÃO EXTERNA (CALÇADAS)
1.1 Na calçada obedece os parâmetros da Tabela 1?
1.2 Existe rebaixo de meio fio nas esquinas?
1.3 O rebaixamento possui 1,20m na faixa central e abas laterais com inclinação máxima de 12%?
1.4 Possui piso tátil de alerta na faixa central a 0,50m do meio fio ou no perímetro externo do rebaixamento.
1.5 Possui rebaixo de meio fio no acesso ao empreendimento?
1.6 O rebaixamento possui 1,20m na faixa central e abas laterais com inclinação máxima de 12%?
2 ESTACIONAMENTO (Orientativo)
2.1 Existe vaga de condomínio?
2.2 Caso afirmativo esta vaga possibilita a abertura das portas laterais?
3 ACESSO AO ESTABELECIMENTO
3.1 O acesso principal possui desnível superior a 0,5cm?
3.2 Existe rampa de acesso?
3.3 A rampa possui inclinação inferior a 8,33%?
3.4 A rampa possui piso antiderrapante?
3.5 A rampa possui piso tátil de alerta no seu início e fim?
3.6 A rampa possui corrimão dos dois lados com duas alturas (70cm e 92cm)?
3.7 O corrimão possui diametros variando entre 3,0cm (1.1/4") a 4,5cm (1/2")?
3.8 No acesso da existencia de catracas existe a opção de cancela?
4 CIRCULAÇÃO INTERNA DO EDIFÍCIO
4.1 Existem desníveis nos ambientes?
4.2 Existem desníveis entre os ambientes?
4.3 Os desníveis são acessíveis por rampas?
4.4 As rapas possuem inclinação inferior a 8,33%
5.1 ÁREA DE LAZER
Análise da evolução construtiva de acessibilidade aplicada à arquitetura residencial Maio/2012
5.1.1 PISCINA
5.1.2 Existe desnível de acesso para a piscina?
5.1.3 O desnível é vencido por rampa e escada?
5.1.4 A rampa possui corrimão dos dois lados com duas alturas (70cm e 92cm)?
5.1.5 O corrimão possui diâmetros variando entre 3,0cm (1.1/4") a 4,5cm (1/2")?
5.1.6 O piso é antiderrapante e não trepidante?
5.1.7 Existe chuveiro externo?
5.2.1 CHURRASQUEIRA
5.2.2 Existe desnível para a churrasqueira?
5.2.3 Existe sanitário para a churrasqueira?
5.2.4 SANITÁRIOS
5.2.5 Possui sanitários acessíveis do Tipo A (Fem./Masc.)
5.2.6 Possui sanitários acessíveis do Tipo B (Unissex) – o comprimento do box é > ou = a 2,00m ? S ( ) N ( )
5.2.7 A porta abre para fora?
5.2.8 A porta possui puxador?
5.2.9 A porta possui vão livre = ou > a 80cm
5.2.10 Porta possui maçaneta tipo alavanca?
5.2.11 A porta é sinalizada com o Símbolo Internacional de Acesso?
5.2.12 Junto a bacia sanitária possuem duas barras de apoio?
5.2.13 As dimensões das barras são superiores a 80cm?
5.2.14 As barras de apoio são horizontais com a altura de 75cm do piso?
5.2.15 Válvula de descarga possui altura de 1,00m?
5.2.16 Possui lavatório esta dentro do box acessível?
5.2.17 A altura inferior do lavatório está superior a 73cm?
5.2.18 A altura superior da bancada do lavatório ao piso está variando de 78cm > x < 80cm?
5.2.19 O toalheiro, saboneteira, cabide, porta objetos estão na faixa de alcance entre 80cm > x < 120cm?
5.2.20 O interruptor esta na altura de 100cm?
5.3.1 SALÃO DE FESTA
5.2.2 Existe desnível para o acesso ao salão de festas?
5.3.2 Existe sanitário acessível?
5.2.3 SANITÁRIOS
Análise da evolução construtiva de acessibilidade aplicada à arquitetura residencial Maio/2012
5.3.3 Possui sanitários acessíveis do Tipo A (Fem./Masc.)
5.2.4 Possui sanitários acessíveis do Tipo B (Unissex) – o comprimento do box é > ou = a 2,00m ? S ( ) N ( )
5.3.4 A porta abre para fora?
5.2.5 A porta possui puxador?
5.3.5 A porta possui vão livre = ou > a 80cm
5.2.6 Porta possui maçaneta tipo alavanca?
5.3.6 A porta é sinalizada com o Símbolo Internacional de Acesso?
5.2.7 Junto a bacia sanitária possuem duas barras de apoio?
5.3.7 As dimensões das barras são superiores a 80cm?
5.2.8 As barras de apoio são horizontais com a altura de 75cm do piso?
5.3.8 Válvula de descarga possui altura de 1,00m?
5.2.9 Possui lavatório esta dentro do box acessível?
5.3.9 A altura inferior do lavatório está superior a 73cm?
5.2.10 A altura superior da bancada do lavatório ao piso está variando de 78cm > x < 80cm?
5.3.10 O toalheiro, saboneteira, cabide, porta objetos estão na faixa de alcance entre 80cm > x < 120cm?
5.2.11 O interruptor esta na altura de 100cm?
OBSERVAÇÕES:
FONTE: Engenheiro Civil Augusto Cardoso Fernandes – Membro da Comissão de Acessibilidade do CREA-GO
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