alvenaria estrutural x estrutura reticulada

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Alvenaria estrutural X estrutura reticulada

Construtora optou por sistema com menos etapas de execução

Por Ana Paula Rocha / Apoio de Engenharia: Fernando Benigno

Para a superestrutura do empreendimento Residencial dos

Mares, localizado em São Bernardo do Campo, interior de

São Paulo, a construtora Ipoã determinou como fatores

decisivos o custo e o prazo de execução ao comparar a

estrutura reticulada em concreto armado ou a alvenaria

estrutural. Depois do estudo, ganhou a segunda opção.

De acordo com a engenheira Erika Fortes, responsável pela obra, a alvenaria estrutural permite que

diversas etapas da obra sejam feitas simultaneamente, além de dispensar as fôrmas, utilizar menos

aço, acumular menos entulho e necessitar de menos mão-de-obra para a execução. Na estrutura

reticulada em concreto armado, cada etapa, como a colocação dos blocos de vedação e a

instalação da rede elétrica do empreendimento, depende da outra para começar a ser feita, o que

aumenta o prazo de execução do serviço e, consequentemente, os gastos com a mão-de-obra.

Outra vantagem da alvenaria estrutural, segundo a engenheira, é a maior regularidade da fachada.

"Como os blocos de concretos estruturais utilizados nesse sistema são mais uniformes, o resultado

final é melhor, ganhando-se tempo na regularização das paredes externas e internas", afirma.

*A obra será finalizada e entregue em etapas, essa data refere-se à 1ª entrega

No entanto, como todo sistema, a alvenaria estrutural também tem suas desvantagens. "O

proprietário não pode modificar as paredes estruturais como na estrutura reticulada, que permite

essas alterações desde que sejam respeitados as vigas e pilares", conta a engenheira. "Na

alvenaria estrutural também é preciso ter controle tecnológico de mais materiais, como o bloco, a

argamassa e o grout, que é feito por ensaios dos prismas ocos e cheios", explica.

Apesar disso, a economia com materiais de construção e o tempo menor para a execução do

serviço foram mesmo os principais fatores considerados pela construtora. "Optamos pela alvenaria

estrutural por apresentar uma redução de 6,68% no custo total da superestrutura. Além disso, foram

executados três pavimentos por mês com esse sistema, enquanto que na estrutura reticulada

seriam dois pavimentos por mês", afirma.

Alvenaria Estrutural possibilita redução de custos e está conquistando o gosto brasileiro23/1/2007

Com inscrições encerradas para o curso Alvenaria Estrutural na Unicamp, o projetista Arnoldo Wendler explica por que a utilização deste sistema construtivo está crescendo e diz que a capacitação profissional é fundamental para seu desenvolvimento.

São Paulo, Agosto de 2006 – A Alvenaria Estrutural é um sistema construtivo em que as paredes compõem a estrutura da edificação, além de desempenhar a função convencional de elemento de vedação (dividir ambientes). Com blocos de concreto, o sistema permite edificações mais altas, alcançando mais de 20 pavimentos.

As empresas têm começado a optar mais pela Alvenaria Estrutural – especialmente de blocos de concreto – e, em pouco tempo, as quase 70 vagas para o curso de 15 semanas da Comunidade da Construção (parceria ABCP e Sinduscon-SP) que está sendo oferecido na Unicamp foram preenchidas.

O projetista de estruturas da Wendler Projetos e diretor da construtora Habicamp, Arnoldo Wendler, professor do curso, explica por que a Alvenaria Estrutural está em alta e traz uma série de informações para os profissionais e empresas que pretendem aplicar este sistema construtivo em suas obras.

Entrevista: Arnoldo Augusto Wendler Filho

Por que a alvenaria estrutural está ganhando mais importância no mercado de construção brasileiro?Arnoldo Wendler: Com a diminuição do poder aquisitivo da população e a necessidade de atender a camadas com renda mais baixa, precisamos de um sistema construtivo que apresente um menor custo, mantendo a qualidade e a segurança.O sistema de alvenaria estrutural foi a melhor solução encontrada pelo mercado para atingir a estes objetivos.

Qual é a diferença para outros sistemas construtivos?A.W: O sistema de alvenaria estrutural aproveita as paredes da edificação para também resistirem aos esforços, tanto verticais , como horizontais. Assim, as paredes substituem os pilares e vigas de concreto armado de uma edificação com sistema convencional.

Como esse sistema construtivo possibilita a redução de custos? Em quanto o custo pode ser reduzido?A.W: Com a substituição das vigas e pilares, temos uma sensível redução na quantidade de aço e nas formas utilizadas.Também há uma redução nas espessuras dos revestimentos, pois o material é bastante regular e não há a interface entre dois sistemas: concreto armado e alvenaria. Somando-se a racionalização do processo (não há quebra de paredes para colocar instalações) e a velocidade da obra, chega-se a um excelente resultado final.

A redução no custo total da obra varia com a tipologia e o número de andares. Alguns números:     - prédios de 4 a 5 pavimentos : 25 a 30% do custo total da obra em relação ao sistema convencional     - prédios de 7 a 8 pavimentos : 20 a 25%     - prédios de 12 a 15 pavimentos sem pilotis: 15 a 20%     - prédios de 12 a 15 pavimentos com pilotis e subsolo: 10 a 15%     - prédios de 18a 20 pavimentos com pilotis e subsolos: 5 a 10%

Alvenaria Estrutural possibilita redução de até30%nos custos de obras

Qual é a importância das normas ABNT para os blocos de concreto? E do selo ABCP?A.W: Com todo material normalizado, temos muito mais tranqüilidade e segurança na sua utilização. Existem parâmetros para identificarmos e controlarmos o produto. Com a introdução do selo de qualidade da ABCP, isto ficou ainda mais fácil. As empresas que possuem o selo são continuamente auditadas e podemos comprar o bloco já sabendo de sua qualidade.

O que será tratado no curso?A.W: O curso na UNICAMP, fruto de parceria entre a universidade e a Comunidade da Construção - ABCP e Sinduscon-SP, abrange todo o conhecimento do sistema construtivo, desde a sua conceituação, materiais e suas normas e ensaios, projeto arquitetônico e estrutural, detalhes construtivos, seqüência construtiva e os complementos com controle de qualidade e custos.

O curso é bastante abrangente, como deve ser todo sistema construtivo integrado e racionalizado.

O interesse pelo curso da Unicamp representa um crescimento geral na utilização deste sistema construtivo?A.W: A alvenaria estrutural está em franca expansão em todo o Brasil. Nossa região (Campinas, Jundiaí, São Paulo) é uma das pioneiras na utilização do sistema e temos aqui os maiores e mais complexos empreendimentos. Também na região Sul e no Centro-Oeste, temos várias empresas utilizando a alvenaria estrutural em prédios de 15 a 18 pavimentos.

Estamos no segundo ano da parceria com a Unicamp. No ano passado, tivemos 45 alunos e de 20 a 25 profissionais. Para este ano, temos a inscrição de 27 alunos e quase 40 profissionais interessados. Isto mostra que a classe empresarial está motivada para utilizar bem o sistema.

A região de Campinas tem 20 construtoras associadas à Comunidade da Construção

A mão de obra para alvenaria estrutural tem de ser especializada?A.W: A mão de obra deve ser treinada e principalmente fiscalizada para executar uma boa alvenaria. O treinamento é simples e as experiências mostram que em 15 dias uma equipe já alcança a sua produtividade ideal.

Qual era a barreira para o desenvolvimento da alvenaria estrutural?A.W: Nunca houve uma barreira e sim o amadurecimento do mercado, com bons produtores, treinamento de mão de obra, e técnicas construtivas adequadas. Hoje, este conjunto é plenamente conhecido e através da divulgação dos bons resultados obtidos, tende a se espalhar por todo o Brasil.

Em época de preocupação ambiental, quais os benefícios da alvenaria estrutural neste sentido?A.W: A obra em alvenaria estrutural produz muito menos resíduos que uma convencional, pois quase não há quebras na alvenaria. Além disto, como consome menos materiais também diminui o consumo dos recursos naturais. Temos também uma série de experiências para utilização dos próprios resíduos na fabricação dos blocos: restos de argamassa, bacias sanitárias quebradas e até pneus.

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Comunidade da Construção de Campinas

O programa Comunidade da Construção é uma iniciativa do Sinduscon–SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) em parceria com associações (ABCIC – Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto, ABTC – Associação Brasileira dos Fabricantes de Tubos de Concreto, ABAI – Associação Brasileira de Argamassas Industrializadas e BlocoBrasil – Associação Brasileira da Industria de  Blocos de Concreto).

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