alerta contra parques
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- DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 -
Rebeka Figueiredo
rebeka.figueiredo@folhauniversal.com.br
Um ano após a morte de Gabriela Nishi-mura, de 14 anos, no Hopi Hari, interior
de São Paulo, pouca coisa mu-dou no controle dos parques de diversões do País e os acidentes continuam fazendo vítimas.
Em novembro de 2012, Raquel Cristina, de 12 anos, sofreu politraumatismo após ser arremessada de um brin-quedo em alta velocidade no Nicolândia Center Park, em Brasília. No início de fevereiro, Fernanda Dryer, de 22 anos, teve parte do couro cabeludo arrancado enquanto pilota-va um kart no Beto Carrero World, em Santa Catarina.
Desde 2007, foram pelo menos dez mortes e 63 pessoas feridas em 16 casos registrados em parques bra-sileiros. No acidente mais re-cente, o cabelo da jovem pode ter ficado preso à roda ou ao motor do veículo. No caso Ni-chimura, a vistoria constatou negligência de funcionários e administradores do Hopi Hari
Criados para proporcionar diversão, empreendimentos de lazer pecam por não oferecer segurança suficiente a seus frequentadores
Alerta contra parques
Acidentes com repercussão nacional
ao acomodar a garota em uma cadeira desativada por uma dé-cada. Doze pessoas foram indi-ciadas por homicídio culposo (sem intenção de matar).
No parque paulista, só o brinquedo “La Tour Eiffel”,
cenário da tragédia, permanece fechado e o Hopi Hari continua recebendo 2 milhões de pessoas por ano. O Beto Carrero World também segue funcionando e interditou para perícia apenas o “Kart Indoor”. A Polícia Ci-vil apura as causas do aciden-te. Já o Nicolândia Center Park reabriu menos de um mês após o acidente, mesmo sem alvará de funcionamento.
O vice-presidente do Conselho Regio-nal de Engenha-ria e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Jaques
Entre 2007 e 2013
• 16 acidentes em parques de diversões e parques aquáticos
• 10 mortes – vítimas entre 10 e 61 anos de idade
• 63 feridos
Levantamento feito pela Folha Universal
INTERDITADO: Brinquedo La Tour Eiffel, do Hopi Hari, que causou a morte de Gabriela Nishimura
Sherique, defende mais rigidez na fiscalização e na punição para parques de diversões. “Por que eles continuam abertos? A cada acidente, o parque inteiro deveria ser interditado até uma nova vistoria dos brinquedos.”
A falta de rigor nos laudos e
na liberação de alvarás contri-bui para novos acidentes, segun-do Sherique. “Não podemos aceitar que crianças continuem se acidentando por economia de alguns empresários e incom-petência de quem faz o lau-do”, afirma, citando o acidente ocorrido em agosto de 2011 no Glória Center, no Rio de Ja-neiro. Na ocasião, duas pessoas morreram após serem atingidas por um carrinho que se soltou enquanto girava em alta veloci-dade. “Poderia ter sido evitado se o engenheiro que fez o laudo tivesse constatado o péssimo es-tado de conservação dos brin-
quedos”, afirma.
Segundo Alfredo Lobo, di-retor de qualidade do Inmetro, uma regulamentação para a fabricação de brinquedos deve ficar pronta até o fim deste ano. “O selo do Inmetro prova a segu-rança quando o brinquedo sai da fábrica, mas quem garante que ele vai preservar isso?”
O presidente da Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra), Francisco Donatiello, afirma que os parques brasileiros “são seguros e adotam normas com-paráveis às dos Estados Unidos e da Europa”. Para ele, a falta de uma lei federal é a causa das disparidades na segurança dos
parques. “Algumas prefeituras exigem documentos em dema-sia, enquanto outras não exi-gem nada.” Donatiello não quis comentar os acidentes do Hopi Hari, Belo Carrero World e Ni-colândia, associados à Adibra.
Os parques citados na re-portagem informaram à Folha Universal que seguem todas as normas de segurança. Ademar Gomes, advogado da família Nhimura, disse que a primeira audiência do caso deve ocor-rer no segundo semestre deste ano. Entretanto, ele acredita que a pena para os envolvi-dos não passe de prestação de serviços à comunidade.
pROcEssO: Pais de Gabriela Nishimura movem ação por danos morais e materiais contra o parque Hopi Hari
EscALpELAMENTO: Fernanda Dryer, antes do acidente no Beto Carrero World, em Santa Catarina
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