a segunda guerra mundial · 2017. 11. 17. · a segunda guerra mundial biblioteca escolar entre...

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A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Biblioteca Escolar

Entre 1939 e 1945 o mundo

esteve em guerra. Adolf

Hitler, ditador nazi, queria

que a Alemanha dominasse

o Globo. No centro da sua

visão estava a brutal extermi-

nação do povo judeu da

face da Terra. Para se ver

livre dos seus “inimigos”, cons-

truiu dezenas de campos de

prisioneiros – chamados cam-

pos de concentração – por

toda a Europa. Mulheres,

homens e crianças judias de quase todos os países do

continente foram deportados; arrancados das suas casas

e enviados para os campos, onde passaram por terríveis

sofrimentos. Muitas pessoas morreram de fome e de doen-

ça. A maioria foi assassinada. Nestes campos de morte e

em outros lugares foram mortos seis milhões de judeus.

Entre eles, um milhão e meio de crianças.

Introdução da obra de Karen Levine,

A mala de Hana: uma história verdadeira. Terramar, 2005

Ilustração: Anthony Vanarsdale

AUSCHWITZ Auschwitz-Birkenau é o nome de um conjunto de campos

de concentração localizados no sul da Polónia, símbolos

do Holocausto, mandados construir a partir de 1940 por

Adolf Hitler.

Em Auschwitz II foram encarceradas centenas de milhares

de pessoas e executados mais de um milhão de judeus e

ciganos. O campo tinha uma área de 2,5 por 2 km e esta-

va dividido em várias secções. O complexo, rodeado de

arame farpado e cercas elétricas, chegou a albergar

100000 prisioneiros.

O principal objetivo de Auschwitz era a exterminação dos

prisioneiros. Para o cumprir, foi equipado com quatro for-

nos crematórios e câmaras de gás. Cada câmara podia

receber até 2500 pessoas por turno. O extermínio em gran-

de escala começou na primavera de 1942.

A maioria dos prisioneiros chegava ao campo de com-

boio, após uma viagem terrível, em vagões de carga, que

durava vários dias. A partir de 1944, a linha foi ampliada.

Por vezes, as pessoas eram conduzidas diretamente às

câmaras de gás. Noutras ocasiões, os nazis selecionavam

algumas, sob a supervisão de Josef Mengele, que eram

enviadas para campos de trabalho ou submetidas a expe-

riências. Geralmente, as crianças, os anciãos e os doentes

eram enviados diretamente para as câmaras de gás.

Biblioteca Escolar

Os que eram selecionados

para exterminação eram

enviados para um dos gran-

des complexos de câmara

de gás/crematório nos extre-

mos do campo. Dois dos cre-

matórios (Krema II e Krema III)

tinham instalações subterrâ-

neas, uma sala para despir e

uma câmara de gás com

capacidade para milhares

de pessoas. Para evitar o

pânico, as vítimas eram infor-

madas de que se encontra-

vam ali para tomar duche e ser desinfetadas.

Eram ordenadas a despirem-se e a deixarem as roupas no

vestiário, onde supostamente poderiam recuperá-las no

final do “tratamento”. Uma vez selada a entrada, o agen-

te tóxico Zyklon B era descarregado pelas aberturas do

teto. As câmaras de gás nos crematórios IV e V tinham ins-

talações na superfície e o Zyklon B era introduzido por

janelas especiais nas paredes. Os corpos eram levados por

prisioneiros selecionados para trabalhar na operação das

câmaras de gás e crematórios a uma sala de fornos ane-

xa, para cremação.

Biblioteca Escolar

A Alemanha invadiu a Hungria em março de 1944. Entre

maio e julho de 1944, perto de 438000 judeus húngaros

foram deportados para Auschwitz-Birkenau, onde a maio-

ria seria executada. Quando a capacidade dos fornos

não era suficiente, os corpos eram queimados em foguei-

ras ao ar livre.

As câmaras de gás de Birkenau foram destruídas pelos

nazis em novembro de 1944, com a intenção de esconder

as atividades do campo das tropas soviéticas. A 17 de

janeiro de 1945, os nazis iniciaram a evacuação. Os prisio-

neiros demasiado fracos para caminhar foram deixados

para trás. Perto de 7500 prisioneiros (ou 3000 segundo

outras fontes), pesando entre 23 e 35 kg, foram libertados

pelo Exército Vermelho no dia 27 de janeiro de 1945.

Anne Frank esteve aprisionada em Auschwitz-Birkenau

entre setembro e outubro de 1944.

“Uma única Anne Frank comove-nos mais do que a quan-

tidade infindável de todos aqueles que sofreram tanto

como ela, mas cujas imagens permaneceram nas som-

bras. Talvez tenha que ser assim: se pudéssemos experi-

mentar o sofrimento de todos eles, seria impossível conti-

nuarmos a viver.”

Primo Levi, escritor e sobrevivente de Auschwitz

Biblioteca Escolar

ANNE FRANK Anne Frank nasceu na Alemanha, em

Frankfurt, no dia 12 de junho de 1929, e

morreu aos 15 anos, no campo de

concentração de Bergen-Belsen. O

seu diário foi publicado pela primeira

vez em 1947 e é atualmente um dos

livros mais traduzidos em todo o mun-

do. Foi escrito durante a Segunda

Guerra Mundial, entre 12 de junho de

1942 e 1 de agosto de 1944.

Em 1933, no ano em que Adolf Hitler

subiu ao poder, a família Frank mudou-

-se para Amesterdão, na Holanda.

Após a ocupação dos Países Baixos

pelas tropas nazis, no início de 1940,

foram impostas aos judeus leis restritivas e discriminatórias.

Em julho de 1942, a perseguição intensificou-se e a família

Frank passou a viver em reclusão, num andar anexo ao

escritório do pai de Anne. No dia 13, a família Van Pel e

Fritz Pfeffer juntaram-se a eles. Foi a vida deste grupo de

pessoas que Anne, na altura com 13 anos, relatou no seu

Biblioteca Escolar

Casa de Anne Frank, em Amesterdão

Quarto de Anne Frank

Biblioteca Escolar

Estante que escondia o acesso ao anexo

Anne Frank, 1941

Biblioteca Escolar

Biblioteca Escolar

O diário de ANNE FRANK “Inúmeros amigos e conhecidos foram levados das suas casas e

um destino terrível os espera. Noite após noite os automóveis cin-

zentos e verdes dos militares atravessam as ruas (...) Só consegue

escapar-lhes quem «mergulhar» a tempo.”19 de novembro de

1942

“Os nossos protetores, que até agora nos têm ajudado sem inter-

rupção, nunca deixaram transparecer que lhes somos um fardo

– e não há dúvida de que somos.” 28 de janeiro de 1944

“Ao escrever esqueço-me de tudo, a minha tristeza dissipa-se e

o meu espírito revigora! Mas, e essa é a grande questão, será

que alguma vez conseguirei escrever algo de grandioso? Será

que um dia virei a ser jornalista e escritora?” 5 de abril de 1944

“Há de chegar o dia em esta guerra medonha acabará, há de

chegar o dia em que também nós voltaremos a ser gente como

os outros e não apenas judeus! Nunca poderemos ser só holan-

deses, ingleses ou súbditos de qualquer outro país. Seremos sem-

pre, além disso, judeus. E queremos sê-lo.” 9 de abril de 1944

“Para construir um futuro, temos de conhecer o passado.” Otto Frank, 1967

Mais informação em: www.annefrank.org

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