a população idosa no distrito federal
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Acompanhando uma tendência demográfica mundial e nacional, a população idosa tem crescido no DF. Ela saltou de cerca de 200 mil em 2010 para 346 mil em 2020, e projeta-se que chegará a 565 mil em 2030 (IBGE, 2018). Questões previdenciárias e questões de acesso aos serviços de saúde, de proteção social, de reinserção ao mercado de trabalho e de proteção a integridade física por parte dos (as) idosos (as) passam a ser temas centrais para sociedade e governo.
Este estudo apresenta aspectos do perfil da população idosa no DF a partir de dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) de 2018. As infor-mações do estudo podem ser úteis para subsidiar políticas públicas no Distrito Federal voltadas para esse segmento.
Introdução
Para mais detalhes do estudo, o leitor pode acessar o texto completo em codeplan.df.gov.br.
Metodologia
GRUPO DE RENDA ALTARenda domiciliar média de R$ 15.622,00
GRUPO DE RENDA BAIXARenda domiciliar média de R$ 2.472,00
Fercal · Itapoã · Paranoá · Recanto das Emas · SCIA–Estrutural · Varjão
GRUPO DE RENDA MÉDIA-ALTARenda domiciliar média de R$ 7.266,00
Águas Claras · Candangolândia · Cruzeiro · Gama · Guará · Núcleo Bandeirante · Sobradinho · Sobradinho II · Taguatinga · Vicente Pires
GRUPO DE RENDA MÉDIA-BAIXARenda domiciliar média de R$ 3.101,00
Brazlândia · Ceilândia · Planaltina · Riacho Fundo · Riacho Fundo II · SIA · Samambaia · Santa Maria · São Sebastião
Plano Piloto · Jardim Botânico · Lago Norte · Lago Sul · Park Way · Sudoeste/Octogonal
1. O estudo é fruto de uma análise dos dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) de 2018;
2. Os resultados são apresentados por agrupamentos das regiões administrativas, conforme a renda média de cada RA;
3. População idosa é aquela com 60 anos ou mais, de acordo com o Estatuto do Idoso (Lei federal no 10.741/2003).
4. A população idosa foi caracterizada quanto a:
→ Aspectos demográficos e socioeconômicos gerais;
→ Acesso e avaliação de serviços de saúde;
→ Características de ocupação, trabalho e rendimentos;
→ Bem-estar do território onde vivem, pelo índice de bem-estar urbano do DF (Ibeu-DF)
3
Principais resultados
100%
0%
80%
60%
40%
20%
DF Alta Média-alta Média-baixa Baixa
55,4%
68,8%
61,0%
51,0%
70,4%
59,1%54,0%
69,8%
60,4% 58,8%
68,6%63,0% 61,0% 58,7% 60,0%
Aspectos demográficos e socioeconômicos dos idosos no DF
1. Em 2018, 303.017 idosos(as) viviam no DF. Eles representavam 10,5% da população;
2. Dentre esses, 59,7% têm entre 60 a 69 anos e 57,9% são mulheres;
3. No DF, para cada 100 pessoas entre 15 e 59 anos, há 15 idosos(as), proporção que é maior entre as RAs de alta renda e menor entre as RAs de baixa renda:
→ Alta renda: 25 idosos(as) para cada 100 pessoas entre 15 e 59 anos;
→ Baixa renda: 8 idosos(as) para cada 100 pessoas entre 15 e 59 anos;
100 15
4. Mais da metade dos idosos(as) (55%) estão casados ou em união estável, e 19,6% são viúvos. Entre os viúvos(as), mais de 80% são mulheres;
5. 61% das pessoas idosas são chefes de família; 68,8% desses são do sexo masculino.
Nas RAs de baixa renda, há mais idosas chefes de domicílio do que idosos – 61% e 58% respectivamente.
feminino masculino total
25
8
4
6. A maior concentração de idosos(as) se dá nas RAs de Ceilândia, Plano Piloto e Taguatinga.
Mapa 1: distribuição da população idosa (60 anos ou mais) e percentual de idosos(as) por faixas etárias. Distrito Federal, 2018.
Nº total de idosos % 60 a 69 anos
49,2% – 58,1%
% 70 a 79 anos % 80 anos ou mais
58,1% – 65,5%
65,5% – 70,8%
44 – 5.000
5.000 – 10.000
10.000 – 30.000
30.000 – 42.869
22,2% – 26,6%
26,6% – 30,5%
30,5% – 33,2%
2,6% – 7,0%
7,0% – 12,1%
12,1% – 17,6%
Planaltina
Itapoã
Jardim Botânico
Fercal
Sobradinho II
VarjãoPlano Piloto
Samambaia
Recanto das Emas Gama Santa Maria
Lago Sul
Riacho Fundo II
Riacho Fundo
Taguatinga
Vicente Pires
SCIA
Cruzeiro
Sudoeste/Octogonal
Núcleo Bandeirante
Águas Claras
Candangolândia
Brazlândia
Lago Norte
Paranoá
São SebastiãoPark Way
Guará
SIA
Sobradinho
Ceilândia
7. Apenas 2,5% das pessoas idosas nasceram no DF; a maior parte (43,3%) veio do Nordeste e vivem principalmente nas RAs de renda média-baixa e baixa.
Fonte: Codeplan, Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2018. Elaborado pela Dipos/Codeplan.
Nota: A RA SIA foi desconsiderada na análise. Trata-se de uma região administrativa com características industriais.
5
7,5%
33,3%
8,8%
24,0%
26,4%
Fonte: Codeplan, Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2018. Elaborado pela Dipos.
8. 47,1% dos(as) idosos(as) que vivem nas RAs de alta renda são naturais do Sudeste.
Mapa 2: número de idosos que vivem no Distrito Federal, por naturalidade. Distrito Federal, 2018.
9. 7,5% da população idosa do DF é analfabeta. Aqueles com ensino fundamental incompleto representam 33,3% dos idosos (as), e 8,8% têm ensino fundamental completo. O grupo de idosos com ensino médio completo representa 24% e, com superior completo, 26,4%.
A proporção de idosos com ensino superior completo nas RAs de alta renda chega a 69%, enquanto a proporção de analfabetos nas RAs de renda baixa alcança 20% da população idosa.
analfabetos
ensino fundamental incompleto
ensino fundamental completo
ensino médio
ensino superior completo
144 - 12.98512.985 - 25.72725.727 - 38.51838.518 - 51.310
DF51.310 - 64.101
Nº de idosos por naturalidade
6
Acesso e avaliação de serviços de saúde
1. 46,4% da população idosa do DF possuíam plano de saúde em 2018. Esse número chega a 88% nos grupos de RAs de alta renda, mas não passa de 14% nas RAs de baixa renda.
2. 55,7% dos idosos residem em domicílios que acessa-ram estabelecimentos de saúde públicos, sendo 83,8% deles em RAs com menores rendas (baixa e média-baixa) e 14,8% nas RAs de renda alta.
3. Somente 12,2% receberam visitas da equipe de saúde da família entre 2017 e 2018.
4. 14,8% da população idosa do DF afirmaram possuir algum tipo de deficiência, com destaque para a defici-ência visual (7,7%) e para a deficiência motora (6,9%).
1. Mais da metade dos idosos(as) do DF são aposentados (56,1%). Outros 14,5% continuam trabalhando e não se aposentaram ainda. Aproximada-mente 6% se aposentaram e continu-am trabalhando, e uma parcela relevante de idosos(as) (23,0%) não estão aposentados, nem possuem emprego.
A população idosa do DF com algum tipo de deficiência, principalmente visual e motora, encontra-se, em sua maioria, nas RAs de renda média-baixa e baixa.
Plano de saúde: 46,4% dos idosos
Saúde pública: 55,7% das residências de idosos
7,7% 6,9%3,7% 1,5%
14,8%
0%
40%
20%
Visual Motora Auditiva Intelectual Alguma deficiência
Ocupação, aposentadoria e rendimento56,1%aposentado
6,4%aposentado,mas trabalha
14,5%trabalha e nãoé aposentado
23,0%nao trabalha enão é aposentado
7
Aspectos de bem-estar dos terrirórios onde reside a população idosa (Ibeu)
1. Foi calculado o índice de bem-estar urbano (Ibeu-DF) para todas as RAs do DF. O índice buscou captar a qualidade dos territórios no DF em relação a mobilidade, condições ambientais, condições habitacionais, de acesso a serviços públicos e infraestrutura.
2. Cerca de 1/3 da população idosa vive em territórios que são avaliados como ruim ou muito ruim; outro terço da população idosa vive em territórios avaliados como médios. O terço restante vive em territórios avaliados como bons e muito bons.
2. As pessoas idosas no DF possuíam renda média de R$3.938,00, em 2018. Nas RAs com maior renda, a renda média chega a ser 252,4% maior que a renda média da população idosa do DF. No grupo de RAs de menor renda, ela é 67,1% menor que a média total.
$$
$
$
R$ 3.938,21
R$ 975,76
R$ 4.558,54
R$ 11.347,66
R$ 4.589,98
R$ 0 R$ 4.000 R$ 8.000 R$ 12.000 R$ 16.000
Aposentado
Aposentado, mas trabalha
Trabalha e não é aposentado
Não trabalha e não é aposentado
DF
Para saber mais sobre o Ibeu-DF de cada RA e sua composição, veja o estudo completo: https://tinyurl.com/vq5eden
19,29%
0%
40%
20%15,10%
32,50% 32,47%
0,64%Muito bom Bom Médio Ruim Muito ruim
Classificação do IBEU
8
Os desafios do envelhecimento populacional vêm sendo apontados e largamente discutidos em diversos fóruns (ONU, OMS, ICL-Brasil). Mas por que caminhos seguir? Quais proposições são adequadas para lidar com as questões do envelheci-mento populacional, com o aumento da expectativa de vida dos idosos e o aumen-to da longevidade? Que ações podem melhorar o bem-estar dos territórios com maior contingente de população idosa? Essas questões precisam nortear gestores, legisladores e pesquisadores.
Recomendações:
→ Ampliação da estratégia de saúde na família
→ Ampliação de acesso dos idosos ao Benefício de Prestação Continuada (BPC)
→ Adequar a infraestrutura urbana às necessidades do segmento. Aumentar e/ou melhorar a qualidade da iluminação pública, calçadas, meio-fio, rampa para cadeirantes, em especial nas RAs com Ibeu-DF mais baixos
Precisamos de mais estudos que respondam a perguntas como:
→ Qual a percepção dos idosos (as) sobre suas condições de vida, sua experiência ao buscar e/ou acessar serviços públicos, sua experiência na interação com outros grupos etários na família ou na comunidade?
→ Qual a percepção dos idosos (as) sobre os serviços públicos que acessam?
→ Os programas já em implementação têm sido exitosos?
Considerações finais
9
Elaboração do estudo
Francisca de Fátima de Araujo Lucena Assistente de pesquisa Dipos/Codeplan
Karoline Trindade Dutra Assistente de pesquisa Dipos/Codeplan
Elaboração do sumário executivo
Julia Modesto Pinheiro Dias PereiraGerente de Pesquisa Dipos/Codeplan
Apoio
FIOCRUZ Brasilia
Instituto Veredas
A diagramação deste trabalho foi realizada sob o projeto 'Partners for Rapid Learning in Social Systems', nº 109021, com a ajuda de uma doação da William and Flora Hewlett Foundation e do International Development Research Centre (IDRC), Ottawa, Canadá. As opiniões expressas neste documento não representam necessariamente as do IDRC, ou de seu Board of Governors, ou da William e Flora Hewlett Foundation.
Ficha técnica
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