a importância do fck de projeto

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Engineering

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A importância do fck de Projeto

Por que não o atingimos?Quais as consequências disto?

Egydio Hervé NetoEngenheiro Civil

Especialista em Concreto

Qual a importância do fck de projeto?

• O fck de projeto representa a resistência esperada para o concreto da estrutura.

• A resistência é diretamente proporcional a todos os outros parâmetros que atestam a QUALIDADE do concreto (NBR 6118:2003, Cap.5):– Capacidade resistente– Desempenho em serviço– Durabilidade

• Na maioria dos casos o fck de projeto é o único parâmetro da QUALIDADE medido na estrutura.

O fck de projeto depende de alguns fatores

• Agressividade ambiental• Relação a/c e consumo de cimento• Uso de aditivos/adições, trabalhabilidade• Resistência de dosagem (desvio padrão)• Evolução da resistência com a idade• Constância de procedimentos executivos• Correção e constância de procedimentos de controle

• O fck de projeto é determinado em primeiro lugar em respeito às condições de agressividade ambiental: Tabela 7.1 da NBR 6118:2003 e Tabela 2 da NBR 12655:2006

• Mas ele também pode ser imposto pela condição dada pela relação água/cimento máxima ou ainda pelo consumo mínimo de cimento.

• Isto é função do tipo de cimento e da trabalhabilidade que pode exigir a presença de aditivos e/ou adições, para proporcionar o resultado de durabilidade e desempenho desejado.

Aumento das resistências de uma família de concretos com Adição de Microssílica

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

0,350 0,500 0,650 0,800

Relações a/c

fc28

(MPa

)

s/ MS

c/ MS

• O fck de projeto corrente é especificado para 28 dias em estruturas e a sua obtenção na obra deve estar garantida desde a dosagem.

A correta evolução da resistência de dosagem é garantia da obtenção do fck em todas as idades, até a idade de referência, 28 dias.

A Resistência de Dosagem determinará em grande parte a garantia do atendimento ao fck de projeto

fcm= fck+1,65.Sd

fcd=fck/gcfcmfckfcd

Sd

5% 95%

• Uma vez estabelecida a dosagem correta e “amarrados” os seus resultados, todos os procedimentos de preparo do concreto até a concretagem e finalmente a avaliação do resultado devem ser procedidos e repetidos com critério, para proporcionar fidelidade e constância.

• Para isto a metodologia executiva deve seguir procedimentos padrão de qualidade garantida e a metodologia de controle deve ser fiel à realidade obtida.

• O contrário é inconsistência de procedimentos e/ou inconsistência da avaliação, tendo como consequência uma nota de não-conformidade para o concreto

O controle deve retratar o comportamento do concreto e seus procedimentos, seguidos criteriosamente, devem proporcionar credibilidade a todos os envolvidos

• Os procedimentos de controle estão definidos nas Normas e visam garantir resultados não apenas verdadeiros, mas intercambiáveis entre laboratórios.

• Certos critérios e exigências quando não seguidos a rigor podem descaracterizar a conformidade do concreto sem que a qualidade desse concreto seja responsável por isto.

• Critérios de amostragem• Qualidade do moldador• Manuseio dos CPs• Transporte dos CPs• Cura sob temperatura e

umidade constantes• Capeamento• Equipamentos aferidos• Velocidade de carregamento• Emissão de Certificados• Laudos de interpretação• Comunicação

• A contratação de Laboratórios Acreditados é o primeiro passo para a credibilidade do controle (INMETRO).

• Conferir a competência da mão de obra e a aferição dos equipamentos pode permitir o uso de laboratórios alternativos (sem Acreditação) desde que aceitos previamente por todos os envolvidos.

• As exigências devem persistir para que não hajam dúvidas sobre os resultados.

• Havendo falha no controle na fase de concretagem/moldagem, um Consultor neutro deve ser chamado e se valer de laboratório Acreditado para basear suas decisões.

• Não sendo possível aproveitar amostras moldadas deve-se fazer a extração de testemunhos, sempre preservando os lotes originais e atendendo ao número mínimo de exemplares da Norma.

A análise de resultados obtidos criteriosamente deve espelhar a realidade física da obra para que as decisões sejam restritas às zonas de influência reais da eventual não-conformidade.

O controle visa determinar se o volume do lote apresenta pelo menos 95% de valores de resistência acima de fck de projeto

fcmfckfcd

Sd

5% 95%

S’d > Sd

f’cm < fcm

O exemplo ilustra possibilidades que um bom controle informa:1.- o desvio padrão real é maior do que o desvio padrão deduzido do projeto;2.- a média real é menor do que a deduzida do projeto.

Uma terceira hipótese seria o não atendimento nem da média, nem do desvio padrão.

Combinações dessa situação podem conduzir a fck real menor do que o de projeto

Porque não atingimos o fck de projeto?

• Por falta de tempo para estudos criteriosos• Por erro na dosagem em laboratório• Por erro na dosagem na central ou na obra• Por troca de materiais• Pelo uso de cimentos “piratas”• Por erro nos ensaios: moldagem, transporte, cura, ruptura• Por má interpretação dos resultados:

– Por falta de um mapeamento criterioso dos lotes– Por erro na emissão dos Certificados– Por falhas de comunicação

Consequências para recuperar o fck de projeto

• Despesas para refazer o projeto• Perdas por atraso no cronograma• Perdas de materiais• Necessidade de mudanças na obra:

– Reforço para garantir o desempenho inicial previsto– Diminuição (restrições) do carregamento em relação ao previsto

inicialmente– Demolição e refazimento

• Perdas de imagem e relacionamentos

Consequências quando nada é feito.

• Deformações precoces com danos aos empreendimentos;

• Fissuração/porosidade permitindo ataques ambientais à estrutura;

• Aumento dos gastos com manutenção;

• Redução da durabilidade;• Desvalorização por perda de

imagem;• Risco de colapso estrutural;• ...aceito contribuições!

egydio@ventuscore.com.br

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