a garça i

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história poética das minhas garças.

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Cristina Pape

A GARÇA

2012

Tempo entre tempo

Anos um depois do outro

Mesma telha

Local

Mesmo horário solar

Tempo

Fazendo parte de mim

Branca

De seu vôo nunca vi

Presença constante

Distante

Luz do dia

Brilho na mata

Silencio de graça

Cor explode no branco do mundo

Nuvem e névoa

Não se sabe o que vem antes do todo

Se cor

Se luz

Se garça

Curiosamente um dia

Bem cedo

Quase sol

A vista duplicada

Tantos anos uma só

Duas agora

Sem saber o que são

De onde são

O que pretendem

Encimesmada sobre seu corpo

Penas e plumas observam

Encolhida

O ar mudara

Juventude por perto

Ainda sol

Não bastando uma a mais

Agora mais duas

Mais três

A velha

No seu canto observa

Não gosta

Espanta

Voam

Voltam

Voam

Voltam duas

Voam

Volta uma

Ao longe

Desafia

Dia sem brilho

Taciturno

O sol coberto de sangue

Desafio

Disputas

Espaços

Comida

Maculado o branco

Não mais branco

Sanguíneo de raiva

Nuvens de chuva

Local invadido

Paz

Onde estás?

Paz de outrora

´

Volta a seu lugar

No muro

Agora outro

Vigília de mãe doente

Cuida

De si como da cria

Mas mal-criada

Ave assustada

Esconda-se !

Mundo ainda roxo

De raiva

Sim

A cor se altera no vôo

Não o branco

Mas o azul

Nada a fazer

De seu posto acata

A outra

Outra vida

Ela no seu telhado

4 dedos

A outra no outro

5 dedos

Gaiata

Pousa agora de novas plumas

Hora de acasalar

Plumas / indícios

Agora novo sol

Explode

Figura engraçada

Olha-me pela janela

Minha garça do mundo

Créditos fotográficos: Cristina Pape

Rio de Janeiro, 2010, 2011, 2012.

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