a escultura gotica paula

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A ESCULTURA GÓTICA:

A humanização do céu

A humanização do céu

Se na escultura românica o céu com os seus personagens divinos é representado distante e ameaçador,

no gótico as divindades e os santos parecem-se mais com os homens e as mulheres do dia-a-dia.

Virgem com o Menino – sec. XII

Virgem de Sainte.Chapelle-

séc.XIV

Escultura Românica Escultura Gótica

Escultura Românica

•Rigidez, cânones fixos

•Simetria axial

•Distribuição dos volumes e formas segundo um plano geométrico

•Mensagem a transmitir:

Eternidade

Solenidade

Majestade

Simbolismo

Distanciamento

Mãe e filho apresentam uma severidade recíproca e para com os outros

Escultura Gótica

•Proporcionalidade

•Gestos humanizados

•Pregueados naturais

•Naturalismo

•Liberdade de traçado, de modelado e de composição

•Mensagem a transmitir:

Doçura

Beleza

Graciosidade

Desejo de viver

Mãe e filho demonstram amor e carinho nos gestos e no olhar.

No exterior do edifício: fachadas, principal e do transepto.

À medida que se vão tornando mais complexas, também as empenas, rosáceas, tabernáculos dos arcobotantes e gárgulas das catedrais vão servir de suporte para a decoração das esculturas.

Numa 1ª fase a escultura gótica surge intimamente associada à arquitectura das catedrais.

No interior, o trabalho escultórico é bem mais reduzido, e é sobretudo a partir do século XIV que a catedral passa a albergar mobiliário com relevo em talha (cadeirais do coro), estatuária devocional, altares e arcas tumulares.

No seu conjunto, a escultura gótica pode ser agrupada em quatro tipologias:

1. estátuas-coluna, aplicada nas ombreiras do portal conferindo uma dimensão vertical ao pórtico, mas que progressivamente se vai tornando autónoma em relação ao seu suporte arquitectónico.

 Estátuas-coluna das jambas representando personagens do Antigo Testamento, portal ocidental, Catedral de Chartres, cerca de 1155.

 Catedral de Chartres, visão de conjunto da

imagem anterior.

2. relevo escultórico, sobretudo no tímpano do portal;

3. escultura de vulto redondo, em especial estatuária de devoção, resultante da evolução das estátuas-coluna;

4. escultura funerária, ou seja, arcas

tumulares e estátuas jacentes.

 Catedral de Notre Dame de Paris, portal

sul.

 Catedral de Notre Dame de Paris, tímpano do

portal central.

Pormenor do Anjo da Anunciação, portal da fachada ocidental, Catedral de Reims, cerca de 1225-1245.

Escultura de vulto redondo

escultura funerária

Os temas mais comuns, sobretudo na fachada/portal, são os seguintes:

• Cristo em Majestade, associado ao Tetramorfo;• Juízo Final; • Virgem em Majestade, Vida da Virgem e

Nascimento de Cristo, um tema introduzido por influência da difusão do culto mariano desde os finais do século XII;

• Episódios da vida dos santos patronos da respectiva igreja; associados a estes temas começa a ser mais comum a existência de relevos escultóricos e estatuária de carácter profano.

A ressurreição dos mortos, pormenor do tímpano

do portal central de Notre Dame.

Catedral de Estrasburgo, estátuas de profetas bíblicos.

 Abraão e Melquisedeque (personagens bíblicas), interior da fachada ocidental,

Catedral de Reims, 2.ª metade do século XIII.

Em termos de linguagem plástica, e no conjunto de toda a produção escultórica, podem ser defenidas três tendências principais:

1. Idealismo (séculos XII-XIII)• com figuras estilizadas e ausência de

expressividade dos respectivos rostos (serenidade inexpressiva);

• hieratismo das estátuas-coluna: ausência de movimento, panejamentos rígidos acentuam a verticalidade, ausência de proporção anatómica;

• Se a estátua-coluna e o relevo têm uma relação de dependência com o respectivo suporte arquitectónico, a partir do século XIV torna-se muito abundante a escultura de vulto redondo, estatuária de devoção associada às práticas da piedade individual e destinada a capelas ou oratórios privados;

• é sobretudo constituída por imagens da Virgem (Virgem com o Menino, Senhora do Ó ou Santas Mães, Pietà),

• de santos e crucifixos, e executada em materiais diversos, como a pedra, madeira, marfim, bronze, ouro e alabastro.

2. Naturalismo (2.ª metade do século XIII a meados do XIV),

• a estatuária ganha vida e movimento, com ancas pronunciadas e silhuetas em S para evidenciar dinamismo,

• acentua-se a expressão do rosto e surgem detalhes mais minuciosos no tratamento de cabelos e barbas, conferindo um carácter mais humano às personagens divinas representadas;

A Virgem com o Menino, estátua de 1339, que pertenceu à Abadia de Saint Denis; Museu do Louvre, Paris.

3. Realismo (2.ª metade do século XIV e durante o século XV),

• época do triunfo da curva e contra-curva, ondulação excessiva, sobretudo no drapeamento, que acentua a expressividade das estátuas;

• preocupação absoluta de representação do real, que conduz à procura da verosimilhança no retrato;

• por influência da grande mortandade após 1348 e os progressos nos estudos anatómicos levam mesmo ao exagero de representar o corpo feito cadáver.

Arca tumular, e respectiva estátua jacente, do rei Pedro I de Portugal, no Mosteiro de

Alcobaça, 1361-1367.

Túmulo de Inês de Castro, sustentado por esculturas dos seus supostos assassinos, em que se

mesclam elementos humanos e animais

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