3. morfologia

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Os subdomínios :

da (B.2.), das Classe de Palavras (B.3.) e da Sintaxe

(B.4.).

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Na Nomenclatura de 1967, a morfologia compreendia:

1 - Flexão das palavras;

2 - Categorias gramaticais;

3 - Classes de Palavras.

Este último domínio surge como independente da

Morfologia, no DT.

No DT, a morfologia é definida como:

A disciplina da linguística que descreve e analisa a

estrutura interna das palavras e os processos

morfológicos de variação e de formação de palavras.

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palavra formada por um único

radical, sem afixos derivacionais, mas podendo conter afixos

flexionais.

•Ex.: alunos

alun-[radical] + o[índice temático] + s[sufixo de flexão do

plural]

mar [apenas radical]

palavra formada por derivação ou

por composição.

Ex.: destapar, guarda-redes

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: constituinte morfológico que contém o significado

lexical e exclui os afixos flexionais.

Ex.: velh- é o radical da palavra velho.

Afixo

Prefixo

Prever

Desnível

Sufixo

Papelada

(s. derivacional)

Cantamos

(s. flexional)

Interfixo

Raticida

Agricultor

: ocorre obrigatoriamente associado a uma forma de

base.

6Gramática da Língua Portuguesa, Areal

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9Gramática da Língua Portuguesa, Areal

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Nova gramática didática de Português, Santillana

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Subdomínios Tradição

gramatical

DT

Morfologia:

-morfologia flexional

Flexão: palavras variáveis

e invariáveis

-palavras variáveis

podem flexionar em:

-número;

-género;

-grau;

-pessoa;

-tempo;

-modo.

Flexão: palavras variáveis

e invariáveis

-palavras variáveis

podem flexionar em:

-número;

-género;

-grau;

-pessoa;

-tempo;

-modo;

-caso.

Flexão em caso:

-forma nominativa: eu, ele

-forma acusativa: -me, -o

-forma dativa: -me, -lhe

-forma oblíqua: mim

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Constituinte temático Vogal temática Vogal temática (verbos)

Índice temático (nomes e

adjetivos)

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é o sufixo que permite

identificar a classe morfológica a que determinado radical

pertence.

O constituinte temático dos nomes e adjetivos denomina-

se .*

O constituinte temático dos verbos designa-se

.

*Nota: há palavras que não têm índice temático: geralmente as

que terminam em vogal ou ditongo tónicos

(pá, irmã, chapéu, mão) e as que terminam em –r, -s, -z e –l e

que, na formação do plural, requerem uma vogal antes do sufixo

flexional de número (par/pares; pardal/pardais; cortês/corteses;

raiz/raízes).

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Nova gramática didática de Português, Santillana

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Tempos e modos

verbais

Tempos:

-presente;

-pretérito (perfeito,

imperfeito e mais –que-

perfeito);

-futuro ;

-(condicional);

Modos:

-indicativo;

-conjuntivo;

-imperativo;

-infinitivo;

-(condicional).

Tempos:

-presente;

-pretérito (perfeito,

imperfeito e mais –que-

perfeito);

-futuro ;

Modos:

-formas verbais finitas:

-indicativo;

-conjuntivo;

-imperativo;

-condicional.

-formas verbais não

finitas:

-infinitivo (pessoal e

impessoal);

-gerúndio;

-particípio.

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Nova gramática didática de português, Santillana

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Sufixo de flexão verbal que acumula valores

de tempo, modo, pessoa e número ou uma combinação

destas categorias.

Ex.: O sufixo -ste em "cantaste"

é, simultaneamente, marcador de pretérito perfeito do

indicativo e de segunda pessoa do singular.

: Forma flexionada a partir de outros

radicais.

Alguns verbos defetivos recorrem a estas formas para

preencher as lacunas existentes no seu paradigma.

Ex.: O verbo “ser” recorre a diferentes radicais para a sua

flexão, como nas formas “sou”, “és” ou “fui”.

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Termo que designa os verbos cuja conjugação é

incompleta, uma vez que não flexionam em todas as

formas possíveis num paradigma flexional regular.

São exemplos de verbos defetivos: reaver (que só se

usa nas formas em que o verbo haver tem –v-:

reavemos, reaveis, reavia, reouve, etc.), colorir, abolir,

falir, extorquir, retorquir, etc.

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E quando o leitor pensava que já tinha ouvido tudo acerca da

crise, de repente fica a saber que, gramaticalmente, é muito difícil

que Portugal vá à falência. E, enquanto for gramaticalmente

impossível, eu acredito. Justifico esta ideia com a seguinte teoria

fascinante: normalmente, considera-se que o verbo falir é

defectivo. Significa isto que lhe faltam algumas pessoas,

designadamente a primeira, a segunda e a terceira do singular, e a

terceira do plural do presente do indicativo, e todas as do presente

do conjuntivo. Não se diz "eu falo", "tu fales", nem "ele fale". Não

se diz "eles falem". Todos os modos e tempos verbais do verbo

falir se admitem, com excepção de quatro pessoas do presente do

indicativo e todo o presente do conjuntivo. Em que medida é que

isto são boas notícias? O facto de o verbo falir ser defectivo faz

com que, no presente, nenhum português possa falir. Não é

possível falir, presentemente, em Portugal. "Eu falo" é uma

declaração ilegítima. Podemos aventar a hipótese de vir a falir,

porque "eu falirei" é uma forma aceitável do verbo falir. E quem já

tiver falido não tem salvação, porque também é perfeitamente

legítimo afirmar: "eu fali". Mas ninguém pode dizer que, neste

momento, "fale“.(…)

Excerto da crónica «Esperança gramatical», de Ricardo Araújo Pereira. Revista Visão, 6 de junho de

2012.

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Verbos que exigem um sujeito específico e que portanto

são utilizados apenas na 3.ª pessoa do singular e do

plural, salvo quando usados em sentido figurado.

Regra geral, estes verbos exprimem vozes de animais.

•o cão ladra.

•o cavalo relincha

•as rãs coaxam.

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Verbos que apresentam um sujeito nulo, pelo que apenas se

conjugam na 3. ª pessoa do singular, salvo quando usados em

sentido figurado.

Regra geral, este verbos exprimem fenómenos atmosféricos:

amanhecer (ex: amanheceu às 6h), chover (ex: choveu muito esta

noite), nevar (ex: neva no inverno), trovejar (ex: trovejou

ontem?), relampejar, etc.

Também são verbos impessoais:

O verbo haver quando significa existir (ex: havia muitos problemas

no país).

O verbo fazer quando indica tempo decorrido (ex: faz cinco anos

que ele emigrou).

O verbo tratar, conjugado pronominalmente (ex: trata-se de um

projeto interessante.

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Nova gramática didática de português, Santillana

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palavra formada por um único

radical, sem afixos derivacionais, mas podendo conter afixos

flexionais.

Ex.: alunos

alun-[radical] + o[índice temático] + s[sufixo de flexão do

plural] palavra formada por derivação ou

por composição.

Ex.: destapar, guarda-redes

1.Felizmente é uma palavra complexa formada pela palavra feliz e pelo

sufixo -mente (um sufixo derivacional): é uma palavra derivada por

sufixação.

2. Ensonado é uma palavra complexa formada a partir da palavra sono e

com a utilização simultânea do prefixo en- e do sufixo -ado: é uma

palavra derivada por parassíntese.

3. Guarda-chuva é uma palavra complexa formada a partir de duas palavras

(guarda+ chuva): é uma palavra composta.

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ou : é o constituinte morfológico

que inclui obrigatoriamente um radical, a partir do qual se

formam novas palavras.

Ex.: “doc-” é a base para “adoçar”;

“adoça- ” é a base para “adoçante”

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Morfologia

-processos

morfológicos de

formação de palavras

Derivação (radical + um ou

mais afixos):

-prefixação;

-sufixação;

-parassíntese;

-derivação imprópria;

-derivação regressiva.

Composição (mais de um

radical ou palavra):

-justaposição;

-aglutinação.

Derivação

Afixação:

-prefixação;

-sufixação;

-parassíntese.

Sem afixos:

-conversão;

-derivação não-afixal.

Composição

-morfológica;

-morfossintática.

Atenção:

não há

correspondência

!

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Processos morfológicos

de formação de palavras

Derivação

Processos que envolvem adição de constituintes morfológicos

Prefixação Sufixação Parassíntese

Processos que não envolvem adição de constituintes morfológicos

Derivação

Não-afixalConversão

Composição

morfológicamorfossintátic

a

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Derivação

Processos que envolvem adição de afixos

Prefixação

Rever

Sufixação

Mentiroso

Parassíntese

amanhecer

Processos que não envolvem adição de

afixos

Derivação

Não-afixal

Cortar > corte

Conversão

Comer > o comer

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Tradição gramatical DTDERIVAÇÃO -Processo de formação

de novas palavras a partir de uma

palavra primitiva.

DERIVAÇÃO - Processo morfológico

de formação de palavras que

consiste, tipicamente, na associação

de um afixo derivacional a uma forma

de base.

• prefixação (associação de um prefixo a

uma forma de base)

impossível;

• prefixação (sem alteração)

refazer,

invisível,

descrente;

• sufixação (associação de um sufixo a

uma forma de base)

possibilidade;

• sufixação (sem alteração)

simplesmente,

ventoso;

• prefixação e sufixação (associação de

um prefixo e de um sufixo)

impossibilidade;

• prefixação e sufixação (sem alteração)

imparcialmente;

• parassíntese (associação simultânea de

um prefixo e de um sufixo a uma forma de

base)

amanhecer;

• parassíntese (sem alteração)

renovar,

aprofundar,

enlouquecer;

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Tradição gramatical DTDerivação imprópria - Integração

da palavra numa nova classe ou

subclasse de palavras, sem que

se verifique qualquer alteração na

forma.

Conversão - Processo de formação de

palavras, também chamado derivação

imprópria, que procede à integração de

uma dada unidade lexical numa nova

classe de palavras, sem que se verifique

qualquer alteração formal.

olhar –Verbo /(o) olhar - Nome

Saber – Verbo /(o) saber - Nome

Derivação regressiva - Criação

de nomes a partir de verbos.

Derivação não-afixal – Processo de

formação de palavras que gera nomes

deverbais, acrescentando marcas de

flexão nominal a um radical verbal.

troc- ->troca; troco (do verbo trocar)

abraç- -> abraço (do verbo abraçar).

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Composição

morfossintática

(palavra + palavra)

lava-louça;

casa de banho;

maldizer

morfológica(radical + radical

ouradical + palavra)

geologia;

agricultura;

sociocultural

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- Formação de uma palavra a partir de

duas ou mais palavras, que mantêm a acentuação.

obra-prima,

vice-diretor.

- Formação de uma palavra a partir da

união de palavras primitivas ou de radicais, em que apenas

um elemento mantém a acentuação.

girassol,

multinacional.

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-Processo de composição que associa um

radical a outro(s) radical(is) ou a uma ou mais palavras. De

um modo geral, entre os radicais ou o radical e a palavra

associada ocorre uma vogal de ligação.

[agr]+i+[cultura] = [agricultura],

[luso]+[descendente]= [luso-descendente],

[psic]+o+[pata]

- Processo de composição que associa

duas ou mais palavras. A estrutura destes compostos depende

da relação sintática e semântica entre os seus membros, o

que tem consequências para a forma como são flexionados

em número.

[surdo-mudo],

[guarda-chuva]

[via láctea]

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Para que é que se ensinam os processos de

formação de palavras?

Para que os alunos compreendam que existem padrões,

regras que permitem:

▪construir palavras novas;

▪inferir o significado de palavras desconhecidas;

▪analisar a sua estrutura interna e compreender melhor os

conceitos a elas associados.

Regras a seguir:▪trabalhar com estruturas transparentes;

▪consultar o dicionário para verificar a etimologia das

palavras

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Nova gramática didática de português, Santillana

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EXEMPLOS TRADIÇÃO GRAMATICAL DICIONÁRIO

TERMINOLÓGICO

Facilitar Derivação por sufixação

Amanhecer Derivação por parassíntese

Infelizmente Derivação por prefixação e sufixação

(o) comer Derivação imprópria

Guarda-roupa Composição por justaposição

Biblioteca Composição erudita (aglutinação)

Arranha-céus Composição por justaposição

Ortografia Composição erudita (aglutinação)

(a) pesca Derivação regressiva

Água-de-

colónia Composição por justaposição

Democracia Composição erudita (aglutinação)

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EXEMPLOS TRADIÇÃO GRAMATICAL DICIONÁRIO

TERMINOLÓGICO

Facilitar Derivação por sufixação Derivação por sufixação

Amanhecer Derivação por parassíntese Derivação por parassíntese

Infelizmente Derivação por prefixação e sufixação Derivação por prefixação e

sufixação

(o) comer Derivação imprópria Conversão

Guarda-roupa Composição por justaposição Composição morfossintática

Biblioteca Composição erudita (aglutinação) Composição morfológica

Arranha-céus Composição por justaposição Composição morfossintática

Ortografia Composição erudita (aglutinação) Composição morfossintática

(a) pesca Derivação regressiva Derivação não-afixal

Água-de-

colónia*Composição por justaposição

Composição morfossintática

Democracia Composição erudita (aglutinação) Composição morfológica

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