revista.tce.pr.gov.br · 2019-12-16 · •, • solicita-sepermuta. pide-secanje. man binet um...
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Solicita-se permuta.Pide-se canje.Man Binet um Austausch.
Exchange is solicited.On demande J'échange.Si rechiede lo scambio.
•
NOTA: É permitida a reprodução. desde que citada afonte. Os conceitos emitidos em trabalhos as~inados sãode inteira. responsabilidade de seus ali/ores.
Revista do Tribunal de Contas - Estado do Paraná.N. 1(1970.).
Curitiba: Tribunal de Contas do Estado doParaná,J970.
Título antigo: Decisões do Tribunal Pleno e doConselho Superior (1970.73)Periodicidade irregular (1970.91)Quadrimenstral (1992-93)Trimestral (1994-)rSSNOIOJ-7J60Tribunal de Contas - Paraná - Periódicos. 2.Paraná.Tribunal de Contas - Periódic~s. r. Tribunal de Contasdo Estado do Paraná.
COU 336.126S5(816.2X05)
lSSN 0101- 7160
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ
CORPO DELIBERATIVO
ANGELA CASSIA COSTALDELLOProcuradora-Geral do Ministério Públicojunto ao TC/PR
NESTOR BAPTISTAPresidente
HENRIQUE NAIGEBORENVice-Presidente
FERNANDO A. MELLO GUIMARÃESCorregedor-Geral
ARTAGÃO DE MAnOS LEÃOConselheiro
CAIO MÁRCIO NOGUEIRA SOARESConselheiro
HEINZ GEORG HERWIGConselheiro
HERMAS BRANDÃOConselheiro
CORPOESPECIAL
Auditores
Roberto MacedoGuimarãesAuditor-Geral
Cláudio AugustoGanha
Eduardo de SousaLemos
Ivens ZschoerperUnhares
Jaime TadeuLechinski
Sérgio RicardoValadares Fonseca
Thiago BarbosaCordeiro
MINISTÉRIOPÚBLICOJUNTO AOTRIBUNALDE CONTAS
Procuradora-GeralAngela CassiaCostaldello
Procuradores
Célia RosanaMoro Kansou
Gabriel Guy Léger
Eliza Ana ZenedinKongo Langner
Elizeu de MoraesCorrea
Flávio de AzambujaBerti
Juliana SternadtReiner
Kátia ReginaPuchaski
Laerzio ChiesorinJunior
Michael RichardReiner
Valéria Borba
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I CORPO INSTRUTIVODIRETORIA-GERAL - DGAgiteu Carlos Bittencourt
DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO DO
MATERIAL E PATRIMÔNIO - DAMPJosé Alberto Relmann
DIRETORIA DE ANÁLISE DE
TRANSFERt:NCIAS - DATIvana Maria Plerin Furlatl
DIRETORIA DE CONTASESTADUAIS - DCESérgio de Jesus Vieira
DIRETORIA DE CONTASMUNICIPAIS - DCMLuclane Maria Gonçalves Franco
DIRETORIA ECONÔMICO
FINANCEIRA - DEFCélia Cristina Arruda
DIRETORIA DE EXECUÇÔES - DEXLuiz Fernando Stumpl do Amaral
DIRETORIA JURIDICA - DIJURMaria Cristina Figueiredo Rocha
DIRETORIA DE PROTOCOLO - DP
Cleuza Bais Leal
DIRETORIA DE RECURSOS
HUMANOS - DRHGrácla Maria de Medeiros latauro
DIRETORIA DE TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO - DTIDJalma Riesemberg Junior
2' INSPETORIA DE CONTROLE
EXTERNOAngelo José Bizinell
3' INSPETORIA DE CONTROLE
EXTERNOMario de Jesus Slmloni
\4' INSPETORIA DE CONTROLE
IEXTERNODeslrée do Rocio Vldal
I
5' INSPETORIA DE CONTROLEEXTERNOPaulo Cesar Sdroiewskl
6' INSPETORIA DE CONTROLE
EXTERNOTatianna Cruz Bove
7' INSPETORIA DE CONTROLE
EXTERNOSolange Sá Fortes Ferreira Isler
COORDENADORIA DE APOIOADMINISTRATIVO - CAA
José Siebert
COORDENADORIA DEAUDITORIA - CADValter Luiz Demenech
COORDENADORIA DECOMUNICAÇÃO SOCIAL - CCSWagner Jorge Araújo Nogueira
COORDENADORIA DE ENGENHARIA E
AROUITETURA - CEAAdhemar zaparolli
COORDENADORIA DEJURISPRUDt:NCIA EBIBLIOTECA - CJBPedro Domingos Ribeiro
COORDENADORIA DEPLANEJAMENTO - COPLANClaudio Henrique de Castro
COMISSÃO PERMANENTE DE
LICITAÇÃO - CPLMario Gabriel Cholnskl
CORREGEDORIA-GERALCristina Teresa Iwersen
SECRETARIA DA l' CÃMARA
Vera Lúcia Amaro
SECRETARIA DA 2' CÃMARAClaúdla Maria Dervlche
REVISTA DO TRIBUNAL DECONTAS DO ESTADO DOPARANÁ N° 160
COORDENAÇÃO GERALPedro Ribeiro
REDAÇÃOPedro RibeiroCarollne Gasparln LlchtensztejnGrace Maria Mana MattosValmir José Denardln
EMENTAS - SUPERVISÃOLigia Maria Hauer Rüppel
EMENTASArthur Luiz Hatum Netoligia Maria Hauer Rüppel
REVISÃOArthur Luiz Hatum NetoCarollne Gasparin LichtenszteJnDoralice XavierLigia Maria Hauer RüppelMaria Augusta C. de Oliveira FrancoSlgmar Deeke Júnior
Publicação Oficial do Tribunal deContas do Estado do Paraná
(Coordenadoria de Jurisprudência eBiblioteca - CJB)Praça Nossa Senhora de Salete slnCentro Cívico - 80530-180Curitiba - ParanáFax (41) 3350-1605/3350-1665
Endereço na Intemet:www.tce.pr.gov.brE-mail: tcpr@pr.gov.br
EDiÇÃO ESPECIAL 60 ANOS TC
REPORTAGENS ETEXTOS:Pedro Ribeiro, Valmir Oenardin,Carlos Marassl, Carollne lIchlenszlejn,Gabrlela Gattl.EOIÇÃO:Pedro Ribeiro e Valmir DenardlnPESOUISA:Grace Mazza e Maria AugustaOliveira FrancoPROJETO EEDiÇÃO GRÁFICA:Marco MedeirosCAPA:Milnlca KaranfOTOS:Júlio César Souza e Brenna AzevedoFOTOLITO E IMPRESSÃO:Total Editora Gráfica
Tiragem: 2.500 exemplaresDistribuição: gratuita
2 Revista do Tribunal de Contas· PR I nO 160 I fevereiro a Maio dll2007
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íNDICE
5 EditorialNosso papel fiscalizador
6 HistóriaAjudwnos a fazer
o Paraná
16 EntrevistaPreside11le Nestor Baptista
18 AtualidadeUm Paraná de COfllrastes
2 OPoder CentralOs Três Poderes no
Paraná
22 AgriculturaCampo retoma
crescimento
24a29 TecnologiaTudo passa pela
informatizaçâo
3OSaneamento básicoTarifa Social beneficia careflles
32 Saúde.. Força-tarefa"
fiscaliza setor
36 Meio ambienteComo frear o aquecime11l0
global
40EducaçãoEstado investe em
universidades
44 MunicípiosTCE atua em rodo o Estado
50 Estrutura internaConheça o Tribunal
por de11l ro
52 FiscalizaçãoAs linhas diretas com o
cidadão
56 ArtigoAs atribuições do
Ministério Público
59 Recursos humanosQualificação que
dá retomo
61 Lei OrgânicaCâmaras agilizam
julgamentos
62 PossesTCE ganha Conselheiro
e Auditor
65 MensagensAutoridades cumprimentam
Tribunal
76 Th.rismoO Paraná que encallla
o mundo
83 Jurisprudência
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EDITORIAL
60 OSTribunal de Contasdo Estado do Paraná
A trajetória do Tribunal de Contas do Paraná, nos últimos 60anos, se confunde com a própria história do Estado, numa formidável construção de trabalho, seriedade, ética e compromisso coma verdade.
No exercício de sua missão fiscalizadora, o Tribunal de Contasjamais se afastou de seu desiderato, cumprindo com exação, eficiência e resultados seu papel na ordem constitucional, subordinadoaos elementos fundamentais do Estado Democrático de Direito.
Nesse contexto, firmou-se no cenário nacional e internacional,alargou seu horizonte controlador, foi ao interior, preveniu, fiscalizou, consagrou o diálogo e defendeu os princípios da moralidadee legalidade, num ritmo compatível com uma sociedade vinculada àvelocidade e à cidadania.
De outro lado, é preciso reconhecer que sua respeitabilidadefoi construída pela tenacidade, visão futurista, medidas concretase interesse administrativo legítimo de gerações de homens e mulheres de talento e erudição, que, com ousadia e dedicação, lançaram as bases sólidas de um Tribunal de Contas forte, independente, respeitado, ausente de velhos paradigmas e legitimado pelacredibilidade.
Por essa razão, na passagem dos seus 60 anos, sinto-me privilegiado e orgulhoso por presidir o Tribunal de Contas do Paraná e depoder reafirmar o meu compromisso e o de todos os seus integrantes ao esforço de encaminhamento do órgão para o seu devido lugar no concerto das instituições superiores de fiscalização.
Nestor BaptistaPresidente
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HISTÓRIA
Muitos séculos
Paraná Que o Tribunal de Contas ajudou aconstruir éum Estado urbanizado e industrializado, mas mantém otítulo de principal produtor agropecuário do País
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Governar é abrir estradas: uma das principais trans
medida que possibilitou a ocupação do território, o
de do Litoral à região Centro-Sul. Todaa vasta área que engloba o None, oNoroeste, o Oeste e o Sudoeste experimentava na época o início do processo de colonização.
Algumas das atuais maiore cidadesdo Estado ainda nem haviam sido elevadas à categoria de município. Eramos casos de Maringá, Cascavel, Paranavaí, Francisco Beltrão e Toledo(emancipadas em 1951) e Umuarama,tomada município em 1960. Além deCuritiba. as cidades mais importanteseram Paranaguá, Jacarezinho, Castro.Palmas, Ponta Grossa, Guarapuava eFoz do Iguaçu (mais por ser base defronteira do Exército do que por razõesturísticas). Londrina, emancipada em1934, começava a se destacar. sob apujança das lavouras de café.
Era um Paraná rural. com mais dedois terços de sua população vivendono campo. O ciclo econômico do café,no auge, consolidava o Estado comomaior produtor nacional desse que erao principal produto de exportação. Ariqueza verde saída das lavouras forçava a demanda por infra-estrutura.O café foi o principal responsável pelaestruturação do PortO de Paranaguáe a abenura da Estrada do Cerne (PR090, Curitiba-Londrilla), a primeira rodovia ligando o norle agrícola a Curitiba. A Rodovia do Café (BR-376.Curitiba-Paranavaí) s6 viria a ser inaugurada em 1965.
Já no ano de instalação, o Tribunalde Contas viu crescer a demanda por
em 6 décadas
Para os historiadores, acostumadosa medir os fatos pela régua dos séculos,60 anos é um tempo extremamente curto. No Paraná. no entanto. esse períodofoi o suficiente para mudar completamente a fisionomia do Estado. Da economia à distribuição populacional, dainfra-estrutura à exploração fundiária.o Paraná que o Tribunal de Contas ajudou a construir guarda pouca relaçãocom a realidade de seis décadas atrdS.
Em 1947, quando se preparava paracomemorar seu primeiro centenáriocomo unidade da Federação - até 1853seu rerrit6rio ronnara a Quinta Comarca da Província de São Paulo -, o Pardná era um Estado agrário, com grandes vazio demográficos, pouco municípios e carente de infra-estrutura. Quae tudo estava por fazer, num período
cruelmente marcado pela SegundaGuerra Mundial, encerrada em 1945.
Havia por aqui um agravante queameaçava a unidade estadual. O presidente Getúlio Vargas e o interventorparanaense. Manoel Ribas, tentaram em1943. criar o Territ6rio Federal do Iguaçu, agregando as porções oeste do Paraná e de Santa Catarina. A iniciativas6 fracassou após a queda de Vargas eRiba~. O Territ6rio do Iguaçu foi extinto, por emenda constitucional, em 1946.
Um ano depois, quando foi instalado o Tribunal de Contas do Estado, durante o governo de Moysés Lupion, oParaná contava com apenas 63 municípios. A maior pane deles concentrada na porção do Estado que se eslen-
6 ReYlsta do Tribunal de Conlas· PR I ff 160 IFevereiro aMaio de 2007
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•rmações sofridas pelo Paraná nos últimos 60 anos foi aconstrução de rodovias,...
urglmento de cidades eo escoamento da sempre crescente produção agropecuária.
seus serviços. Somente em 1947 foramcriados 17 municípios. A maior partedeles na área de expansão da cafeicu.ltura, como Arapongas, Cambé, Porecatue Campo Mourão. Novas ondas de criação de municípios - processo só concluído em 1995 - dariam o atual fornlalO político ao mapa paranaense, com 399municípios.
O Tribunal de Contas do Paraná.portanto. é parte do processo de desenvolvimento do Estado.
Urbanização - Dennison de Oliveira, professor de História do Paraná naUniversidade Federal do Paraná(UFPR), aponta duas data como fundamentais na transfonnação do perfil doEstado nos últimos 60 anos: 1976, quando o valor da produção industrial ultrapassa o valor da produção agrícola, e adécada de 1980, em que a parcela dapopulação vivendo nas cidades finalmente supera a fatia que habita as áreas rurais.
Esses dois processos. explica Olivei·ra, estão ligados ao mesmo fenômeno:a derrocada da cafeicultura. provocadapela "geada negra" de 1975, que aniquilou as lavouras, e o "can aço" daterra após anos de cultivo ininterrupto.A cafeicultura era grande empregadora de mão-de-obra braçal. O fim dessemodelo gerou um processo de êxodorural até então inédito no Paraná. Partedo contingente de trabalhadores de empregado migra para áreas rurais deoutros Estados. principalmente do Centro-Oeste.
A maioria, no entanto, vê como úni·ca opção mudar-se para a principaiscidades paranaenses, fenômeno queresultaria no bolsôcs de pobreza e favelas que hoje sufocam o centros ur·banos de médio e grande pone. Umexemplo claro desse processo é a Região Metropolitana de Curitiba que, en·tre 1950 e 1980, teve sua populaçãoaumentada de 317 mil para 1,44 milhãode habitantes. Hoje, a Capital e os 25municípios que a cercam somam 3,26mi Ihôes de moradores. A taxa de crescimento populacional da região atinge
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como o maior produtor agropecuário doPaís, embora tenha um dos menores territ6rios - apenas 201.203 quilômetrosquadrados.
A abundância de soja e milho possibilitou ao Estado implantar um s6lidoparque industrial de produção de carnes e alimentos de origem vegetal. Or-
espantosos 3,4% ao ano.Com O fim do ciclo econômico do
café, o Paraná buscou um novo perfilagrícola. A resposta foi dada pela soja,cultura que viria a substituir o café napauta de exportaçôes, mas responsável õi
por um grande problema social. Ao con- ~
trário de seu antecessor, a soja s6 é vi- ~~ável comercialmente em grandes áreas •~
e com o uso iOlen ivo de tecnologia, <
como maquinário, adubos e agrotóxicos ~
modernos. Nesse cenário. a possibilida- ~ Denniaon de Oliveira: dinheiro estatalde de permanência da população no induzJuodesenvolvimenlo.campo se reduziu ainda mais.
Os resultados negativos do avançoda soja foram um proces o ainda maisdrástico de esvaziamento do campo einchaço das cidades e o agravamentoda tensôes e conflitos fundiários, como surgimento dos movimentos de trabalhadores rurais sem terra. O resultadopositivo foi a consolidação do Paraná
ganizado principalmente em torno decooperativas, es e complexo produtivo é considerado modelo nacional eprincipal re pon ,vel pelas exportações do E tudo, que somaram US 10bilhões em 2005 quase 10% do totalbra i1eiro).
a década de 1990. o governo estadual induziu um novo ciclo industrial,com a atração de montadoras e fábricas de autopeças para atender o segmento. Na "guerra fiscal" com outrosEstados, o Paraná pagou um alto preçopara abrigar multi nacionais como Renault e Volkswagen/Audi. Além dosatrati vos de boa infra-estrutrura. qualidade de vida e mão-de-obra mais barata que São Paulo. por exemplo, o Estado ofereceu benefícios fi cais, tributários e doações de áreas. O resultadoforam R$ 23 bilhões de investimentosestrangeiros entre 1995 e 1999.
Redemocratização inspirou criação do TCEO ano de criação do Tribunal de Con
tas do Estado do Paraná -1947 - marcou grandes transformações no mundo.e mai ainda no Brasil. Mudanças quecomeçaram em 1945. com o fim da Segunda Guerra Mundial. Ao lutar na guerra com os aliados contra o regime ditatorial nazi-facista, o Brasil colocou emconflito a existência de uma ditadura nopaís. O "Estado Novo" entrou em crisee teve seu fim em outubro de 1945, coma saída de Getúlio Vargas.
Segue-se um período de redemocratização, que culmina com a promulgação. em setembro, da Constituição de1946. durante o governo Eurico GasparDutra, que reduziu as atribuições doPoder Executivo e restabeleceu o equilíbrio entre os três poderes. A novaConstituição legitima também o mandado de segurança para proteger direitolíquido e certo não amparado por llObeas corpus, e condiciona a propriedadeà sua função social, possibilitando suadesapropriação por interesse público.
É sob o efeito deste clima de redemocratização que todo o país respira-
va. que toma posse, em 12 de marçode 1947, o novo governador do Paraná Moysés Lupion, eleito com 91.059votos. Seu governo notabilizou-se peloplanejamento, pela ocupação do territ6rio e pela integração geo-econôrnica. Lupion fundou a Bolsa de Valorese a Bolsa do Café, lançou a construção da estrada de ferro Central doParaná, executou ambicio o programa rodoviário e contribuiu para a federalização da Universidade do Paraná. Também ajudou na instalação doColégio Militar do Paraná e doou áreano Guabirotuba, em Curitiba, para quefosse edificada a Universidade Cat6lica. Criou a Casa do Trabalhador, aCaixa de Habitação Popular, a Casado Estudante Universitário, e outrasentidades similares.
Criou o Tribunal de Contas do Paraná, em 2 dejunho de 1947, inspirado naonda de redemocrlllização que contaminava todo o País, após o fLm a ditadura Vargas e do Estado Novo.
Nesta época, o Paraná tinha umapopulação de ccrca de 2 milhões de ha-
bitantes, dos quais apenas 25% viviamnas cidades e quase 50% eram analfabetos. A Universidade do Paraná, aindanão federalizada. oferecia apenas eiscursos: Medicina. Engenharia Civil, Direito, Filosofia, Ciência e Letras, Odontologia e Farm cia. Em todo o Paranáhavia 376.070 alunos matriculados nasescola de primeiro e segundo graus, eapenas 2.600 no terceiro grau.
Hoje, 60 ano depois, o Paraná tem10,5 milhões de habitante. a maioriavivendo nas cidade, e uma taxa deanalfabetismo inferi r a 9%. As 112 instituições de ensino uperior - duas federais, 16 e taduais, quatro municipaise 90 privada -têm 208.382 alunos matriculados, em 978 cursos. Todos osanos, essa gigantesca estrutura do ensino de ensino uperior oferece 97.738vagas que são disputadas em concursos vestibulares. Já a educação básicadispõe hoje no Paraná de 9.292 estabelecimentos de ensino - 9 federais,2.082 estaduais, 5.137 municipais e2.064 privados, com 2.789.527 alunosmatriculados.
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Nasce uma cidade: AAvenida Paraná, hoje principal via do centro de londrina, antes do asfalto.
Onde tudo começou: Paranaguã, no litoral, foi a primeira cidade paranaense, fundada em 1648.
Depois dasoja: atraidasporbenefíciosfiscais,montadorasde veículos,comosRenault1
lideraramnovo cicioIndustrial, nadécada de1990.
Poder estatalinduziucrescimento
Com 10,5 milhões de habitantes, oParaná de hoje enfrenta o vácuo deixado pela uce são de dois modelo degestão pública e suas falhas. Essa é aavaliação do professor Dennison deOliveira, autor de dois livros sobre O
assunto.Até a década de 1980, o poder es
tatal - tanto federal quanlo estadual teve papel fundamental como indutordo desenvolvimento. Empresas públjca~, como Copel, Telepar, Banestado,Banco de Desenvolvimento (Badep),Companhia de Desenvolvimento (Codepar) e Sanepar, ajudaram a levar infra-estrutura para todas as regiões doEstado.
Com a adoção do modelo neoliberal de gestão, a maior parte dessas estalais foi privatizada, e o mercado nãoconseguiu absorver a função de promotor do crescimento.
"É importante um novo projeto dedesenvolvimento para o Estado, masnão vejo articulação enrre os Poderespara que i so aconteça", analisa Oliveira. "Hoje o Paraná está marcadopor desequilíbrios regionais, com o esvaziamento cada vez maior dos pequenos municípios." Para ele. a políticaindu trial adotada na década de 1990foi nociva ao Estado. porque s6 arraiufábricas, em vez de desenvolver tecnologia e conhecimento.
ESTADO URBANOPopulação paranaense vivendo nocampo (em %)
1940 75,51960 69,01970 63,81980 41,31990 26,72000 18,6
Fonte: IBGE
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HISTÓRIA
Da Grécia ao Século XXI,a evolução dostribunais de contas
Desde que o homem começou a eorganizar eln comunidades. seja em vilas, aldeias ou cidades, ele percebeu aneces idade de dar poderes a certo.membros de seus grupos para que elesrepresentassem e administrassem osinteresses da coletividade.
Tão logo isso aconteceu, veio a necessidade de controlar o recursos geridos por esses representantes. Nasceaí. o primeiro esboço do Tribunal deConta.. Exi tem registro de irliciativade controle da adrrlini tração pública qucremontam à antiguidade.
No Egito. 3.200 anos antes de Cristo. como na Pérsia e na Fenícia, a arrecadação de tributos já era controlada por escribas. O código de Manu.na índia. já trazia normas de administração financeira, de fiscalização e regulamentação da coleta das rendaspúblicas, 1.300 anos antes de Cristo.
a China de Confúcio. as rendas públicas não podiam ser con iderada.bens de uso pri vati vo dos rei. , comOtambém estavam submetidas a umarigorosa fiscalização para não sofrerem desvios. a Grécia. com os denominados legisperitos, surgiria ogerme dos atuais tribunais de contas.Especialmente em Atenas, as contasdo administradore públicos eramju.lgadas por uma corte composta por dezlojistas, o l1ellenotollliai, escolhidopelo povo. com jurisdição sobre todosque atuavam em funções administra-
Embora iniciativas decontrole sobre agestão dodinheiro públicoremontem à antiguidade,o modelo atual, adotadono Paraná, surgiu com osEstados modernos
Livas. Arcontes', senadores, embaixadores, acerdotes e comandantes degalera prestavam contas do dinheirorecebido e gasto, justificando suas despesas. Gravava-se tudo em pedrapara registro perene das contas. Aristóteles, em "A Política", cita o tribunal que julga agentes devedores e quedecide sobre delitos públicos. EmRoma. o Senado, com O auxílio dosgestores, fi calizava a utilização dorecursos do Tesouro. Na França. porvolta de 1256, o fraudadores do Tesouro eram condenados à morte.
Atravé do tempo, foram sendo criados mecanismos e instrumentos decontrole. na busca do equilíbrio da sociedade.
Mas é com Osurgimento dos estados modernos que o controle das finanças públicas passa a ser feito demaneira istemátic::.l e com os contornos dos atuais tribunais de conta. Issoem razão da instilUição de órgãos especializados, como a C/ll1l1lbre de
COlllptes e a CO/lr des COlllpter. criadas por apoleão Bonapane comprivilégios da magistratura e a Cortedei COllli, na hália, criada em .1864para controlar e fiscalizar a FazendaPública.
Atualmente, todos os Estados democráticos de direito do mundo, tanto parlamentos como governos, comam comum órgão especializado para poderemfiscalizar adequadamente a atuação doPoder Público.
Os primeiros passos brasileiros - No Brasil. a idéia da criação deuma in tituição fiscalizadora já era defendida por alguns representantes da sociedade desde o Império. Durante o primeiro reinado. os senadores Viscondede Barbacena, Felisberto Caldeira Brante José lnácio Borges eram grandes defensores da criação de um órgão controlador. Contudo, em razão da firmeopo ição do Visconde de Baependi, nadaaconteceu.
o Segundo Reinado. buscava-se acriação de um "tribunal admini trativo".com a função de julgar as conta de todos os responsáveis pelo manuseio dodinheiro público. A proposta também foirejeitada.
Foram vários os defensores da instituição Tribunal de Contas durante o império. Merecem destaque Pimenta Bueno, José de Alencar, Gaspar da Silveira Martins e Viscond de Ouro PrelO.
1Magistrado da Grécia antiga, primeiramente com poder de legislar e, depois de Sólon (cerca de 559 a.C.), mero executor de leis.
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. ~ocorpo funcionai em 1997. sob apresidência do conselheiro Artagão de Mattos Leão, nas comemorações do clnquentenárlo do Tribunal deContas: órgão possui pessoal preparado para suas atribuições de fiscalização sobre acorreta aplicação dos recursos públicos no Estado.
o primeiro Tribunal de Contasdo Brasil - Apesar de terem acontecido vários movimentos a favor da criação de uma insrituição conlToladora decontas durante todo o periodo imperial,isso só aconteceu após a Proclamaçãoda República. Pela iniciativa do entãominislTo da Fazenda, o aclamado RuiBarbosa, é criado o Tribunal de Contasda União. em sete de novembro de1890. pelo Decreto n° 966-A.
Este decreto, entretanto, em razãoda inexistência de sua executoriedade,não institui a Corte no País, que só éefetivamente estabelecida com o Decreto n° 1.166, de 16 de dezembro de1892.
Sediado na Capital Federal, o Tribunal de Contas da União tinha seus membros nomeados pelo presidente da República, com aprovação do Senado. Seuprimeiro presidente foi Manoel FranciscoCorreia, paranaense, de Paranaguá. Lr-
mão do Barão do Serro Azul, Correiafoi nomeado por ser considerado "o bomem mais honrado da República".
Adotou-se o sistema belga, com fiscalização prévia não absoluta. onde. pordeterminação do Executivo, com referendo do Legislativo, a despesa poderiaser executada mesmo sem ser examinada pelo Tribunal. A instituição ficararesponsável pela fiscalização da receita e despe,~a, sem prejuízo de analisartodos o demais ato que pudessem originar despesas ou mesmo que interessassem 1ls finanças da República, incluindo todos os responsáveis, independentemente do ministério a que estivessemvinculados. Esse foi o sistema vigenteaté a Constituição de 1967.
Desde então, o órgão eslá pre enteem todas a constituições brasileiras,tendo suas competências alargadas ourestringidas de acordo com o momentopolítico do País.
o Tribunal de Contas brasileiro de hoje - Atualmente, o modelo deTribunal de Contas adotado no Brasil éúnico no mundo. Não corresponde aomodelo lTadicional de Tribunal de Contas, por assumir funções fiscalizadorastípica~ de controladoria, além de abranger funções de ouvidoria e órgão consultivo. Suas estruturas orgallizacionaise eus processos decisórios são um nlisto dos processos e formas de decidir doLegislativo e do Judiciário.
A ele cabe a verificação da contabilidade de receitas e despesas, da execução orçamentária, dos resultados operacionais e das variações patrimoniaisdo Estado, sob os aspectos da legalidade, compatibilidade com o interesse público, econom.ia, eficiência, eficácia eefetividade.
Neste pouco mais de um século decriação, o Tribunal de Contas veio amopliando sua missão. Em 1988, com a
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Aorigem: o Provimento Número 1doTribunal, que foi criado pelo Decreto-Lei 627,assinado pelo governador Moysés Lupionem 2de Junho de 1947, em substituição aoConselho Administrativo do Estado.
-'-r-TReportagem sobre o TCE em jornal: a partirda década de 50, a Corte sofre mudanças nofuncionamento ejulgadores passam a serchamados de "ministros".
edição do texto constitucional atual, passou não só a exercer o controle contábil, financeiro e orçamentário somentesob a ótica da legalidade, mas a fi cal izar aspectos operacionais e patrimoniais, inclusive no tocante à legitimidadee à economicidade das despesas realizadas.
Nunca os tribunais de contas brasileiros dispuseram de compelênciasconstitucionais tão amplas e incisivaspara o desempenho de sua missão. Otexto constitucional possui listagem taxativa de ua competência.
A criação e os primeiros passos do Tribunal de Contas doEstado do Paraná· Em 2 de junhode 1947 nascia o Tribunal de Contas doEstado do Paraná. Criado através doDecreto-Lei estadual n° 627, foi instituído pelo então governador do Estado,Moysés Lupion (que seguiu a atribuição do artigo 6°, inciso V, do DecretoLei Federal n° 1202, de 8 de abril de1939) e substituiu o Conselho Administrativo do Estado.
Instalado à Rua Ermelino de Leão,n° 5 I3, em imóvel ocupado hoje por umdos segmentos da Polícia Civil do Estado do Paraná, teve sua primeira composição formada por Corpo Deliberativo, composto por cinco juízes, CorpoInstrutivo - fonllado por Secretaria, Diretoria de Fiscalização da Execução doOrçamento e Diretoria Revisora deContas - e uma Representação da Fazenda.
Seu primeiro regulamento, feito peloDecreto-Lei nO 673. de 9 de julho de1947, definiu a estrutura e competênciada Corte, estabelecendo, entre outrasatribu.ições, poderes para ordenar o seqüestro de bens dos responsáveis ouseus fiadores e a prisão dos que procurassem fugir à responsabilidade.
Em 12 de agosto de 1947 é aprovado o primeiro Regimento Interno daCasa, versando sobre sua constituição e estabelecendo procedimentosde trabalho a serem adotado . Com74 artigos, foi assinado por todos osjuízes do Tribunal: Raul Vaz, Daniel
Borges dos Reis, Brasil PinheiroMachado, Raul Viana e Caio Graccho Machado Lima.
A eleição de seus primeiros dirigentes ocorreu em 14 dejulho de 1947,levando Raul Vaz à presidência (fato quese repetiria por mais l5 vezes em suacarreira) e Daniel Borges dos Reis àvice-presidência.
Nesses primeiros anos da Corte, agrande preocupação de seus membrosfoi a de provê-Ia e aparelhá-Ia para exercer seu papel fi calizador. Vêm destaépoca as primeira instruções essenciais para a fiel análise dos processo detomada de contas perante a FazendaEstadual e para a organização das atribuições do Tribunal de Contas.
Décadas de 50 e 60 - anos deestruturação. Na décadas de 50 e60, o Tribunal pas a por alterações emsua organização e competência. Seusjuízes passam a ser denominados deministros e agora são sete efetivos,contando, ainda, com mais sete ministros substitutos. Os auditores passama ser sete. É instituído O Conselho Superior para o julgamento de matériasadministrativas da Casa. Em 68 é criada a Corregedoria, sendo o ministroLeônidas Hey de Oliveira o primeirocorregedor.
O ano de 1969 é marcado pela aprovação do segundo Regimento Interno,que vigorou até 2005. O documento foiassinado pelos então ministros João Feder, presidente, Leônidas Hey de Oliveira, vice-presidente, Raul Viana, Jo éIsfer, Antônio Ferreira Rüppel, NacimBacilla Neto e Rafael latauro.
Anos 70 - nova sede e novasatribuições - A década de 70 foi umprenúncio das grande responsabilidades que o Tribunal de Contas viria aassumir. Com a Emenda Constitucional O1/69, a Corte passa a ler a atribuição de fiscalizar os municípios doEstado. Logo, através do Provimento01/70, os procedimentos para as prestações de contas municipais são regulamentados.
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Em 19 de dezembro de 1972, ano emque a Corte completou seu 25° aniversário, o Tribunal de Contas do Paranápassa a exercer suas atividades em suanova sede, ao lado do Palácio Iguaçu.Em 29 de maio de 1971, a Con tituiçãoEstadual passa a intitular os então ministros de conselheiros.
São criadas as Inspetorias de Controle Externo para auditoria e fiscalização orçamentária e financeira dos órgão da administração direta e indiretado Paraná e das entidades públicas compersonalidade jurídica de direito privado pertencentes, exclusiva ou majoritariamente. ao Estado e municípios.
Década de 80 - um Tribunal deContas em expansão - Os anos 80foram ano de crescimento, treinamento e incremento das ações de envolvidas pelo Tribunal de Contas. Em 1982 éiniciada a construção do prédio anexo àsede, inaugurada em 9 de março de1987. com o propósito de atender àscrescentes nece sidades físicas e operacionais da Corte.
É implementado programa de desenvolvimento funcional para aperfeiçoar
o Corpo Instrutivo nas áreas de DireitoPúblico e Constitucional. Contabilidadee Orçamento, Prestação de Contas eOrganização e Métodos - todos COIll
ênfase em auditoria, tema fundamentalpara o processo de crescimento que aCone atravessava.
O Tribunal de Contas também evolta cada vez mais à orientação dosmunicípios. passando a reaJjzar di versotreinamentos para técnicos das prefeituras e câmaras municipais.
Em 1983 a Corte é responsável pelaorganização do Xli Congresso dos Tribunais de Contas do Brasil, realizado emFoz do Iguaçu, ob o comando do entãopresidente. conselheiro Cãndido Martinsde Oliveira.
Anos 90 - uma Corte em sintonia com o mundo - Nos anos 90,com o advento da Conslituição de 1988,que in titui O direito de denúncia, o Tribunal de Conta pas a a exercer seupapel social. incentivando a comunidade a participar ativamente do controleda administração pública. Para tanto,estabelece as normas para a aplicabilidade da denúncia e cria padrões para
tramitação e julgamento da mesma alravés do Provimento 01/91.
Em 1992 é criada a Coordenadoriade Auditoria de Operações de CréditoInternacionais - CAOCI (intimlada, amai mente. de Coordenadoria de Auditoria - CAD).
A partir deste ano, a Cone tambémdá inicio ao processo de informatizaçãode seus setores face aos avanços tecnológicos e à ampliação conStante deua delegações. Para que todo o Cor
po Instrutivo esteja adequado à nova era,são intensificados os esforços para capacitação e reciclagem de seus funcionário ,com a promoção de cursos e treinamentos na área de inFormática. auditoria financeira. economia do setor público, contabilidade geral e pública, organização e controle de almoxarifado.entre outros.
Um fato muito importante marca oano de 1994. Pela primeira vez é promovido concurso para procurador juntoao Tribunal de Contas. A solenidade deposse conjunta de nove procuradores éfestiva e denota uma grande renovaçãopara a Casa.
No ano de 1995 é inaugurada a rede
A Associação dos Funcionários do Tribunal de Contas realizou ontem eleição para escolha da nova diretoria. Em renhida dispu.tar' Ch.pa Ideal, encabeçada por Terezinha Múller Chiesa, obtllYe 194 votos. contra 154 de 'Outra chapa, presidida por RoseM~ry Vianna. .
. Democracia Interna: a primeira votação realizada pela Associação Beneficente e Recreativa doTribunal de Contas do Paranã, entidade fundada em 1960 e que congrega os servidores da Casa.
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de infonnática. É o primeiro passo paraa integração entre todos o setore daCorte. A partir desse ponto, vários programas são desenvolvidos para interligar e agilizar o trabalhos.
No mesmo ano. o Tribunal de Contas recebe credenciamento do Bancolnteramericano de Desenvolvimento (BrD) para realizar auditoria em projetos e programas co-financiados pela entidade. Com a autorização. o TCE torna-se um dos primeiros organismos superiores de fiscalização no continente arealizar auditorias em projetos co-financiado pelo BID.
Objetivando aproximar os tribunaisde comas e as cortes fiscalizadoras dospaíse membros do Mercosul, o TCEpromove em 1995. sob a presidência doconselheiro Nestor Baptista, o I Encontro Internacional de Fiscalização doMercosul, na cidade de Foz do Iguaçu,com a presença de representame devários estados brasileiros e países sulamencanos.
um mundo cada vez mais global izado, o Tribunal de Contas do Paranáimera-se e troca experiências com organismos de controle de várias partesdo mundo, celebrando convênio de cooperação técnica com o Tribunal deContas da Espanba, Tribunal de Contas
de Portugal e Corte dei Conti (da Itália), além dos tribunais de COntilS da Província de Salta e da Província dei Chaco. ambos na Argentina. Em 1996, filiase à Organização Latinoamericana y deICaribe de Entidades Fiscalizadoras Superiore' - OLACEFS e, em 1997. àEuropean Organization ofRegional AuditInstitutions - EURORAI.
Tribunal de Contas do Paranáno novo milênio - O Tribunal de Contas inicia o novo milênio diante de umnovo desafio: a Lei de Responsabilidade Fiscal, de 4 de maio de 2000.
A LRF faz uma verdadeira revolução na adminisu'ação pública, trazendonovos princípios de aplicabilidade, controle. programação e receita pública,além de prever punições fi.scais e penais. A regra é não gastar mais do quese arrecada. No âmbito das prestaçõesde contas, traz novos aspectos pontuaisvoltados ao limites. procedimentos e prazos.
Como primeira medida. a Corte criauma comissão especial, comandadapelo então procurador e atual conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães,para estudos e rellexos da LRF nos estados e municípios. São avaliada' asprioridades nos que diz respeito aos tra-
balhos de orientação.Diante desse novo panorama, o TCE
lança, em 200 I, o Sistema de Infomlações Municipais - Lei de Responsabilidade Fiscal para o envio, através da viamagnética. das inJormaçõe exigidaspela LRF. Com esse grande passo, onúmero de documentos enviados empapel diminui drasticamente e agiliza aanálise da. contas.
No mesmo ano. é lançada a IntranetTC, sistema web privativo do Tribunalde Contas pllra a publicação de informações com conteúdo de interesse exclusivamente imemo. Também é feitolevantamemo das obras inacabadas noParaná, que revela, em seu relatório, aex; tência de cerca de I. 100 obras emconclusão.
Face a es as informações e à necessidade crescente de padronizaçãodos dados enviados pelo município, afamília do Si tema de Informações Municipais aumema. com o lançamento doSIM - Prestaçào de Conta. Anual e doSIM - Acompanhamento Mensal, esteúltimo com os sub-módulos "Obras PÚblicas" e "Contabilidade".
Os novos istemas. seguindo o princípio da auditoria sem papel, aperfeiçoam a fiscalização e revelam ao Tribunalde Contas lLm quudro exato da administração pública municipal paranaense.Suas infornlações exatas mostram comoo município está aplicando os recursos.
Estimulando a participação efetiva dasociedade na administração pública, aCorte institui, em 2002, com uma atitude pioneira no País, o Programa de Controle Social. Através desse mecanismo,a população denuncia o mau u o do dinheiro público e exerce sua cidadania.Es e ano também é marcado pela nomeação da primeim procuradora-geraldo Tribunal de Contas. A posse de Kátia Regina Pucha. ki confirma a presença cada vez mais forte da mulher naadministração pública.
O primeiro concurso para auditoresrealizado pelo Tribunal de Comas, em
Momento de descontração: representantedo TCE participa de concurso de belezaentre servidoras estaduais.
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oex-governador Paulo Pimentel é homenageado naa comemorações dos 47 anos do Tribunal.
das melhores cones de contas do pais.Presidido pelo conselheiro Nestor Baptista, é detentor das técnicas mais modernas de controle, inspeção e auditoriae tem um corpo técnico qualificado epreparado para a grande responsabilidade que tem em mãos.
Ciente das urgências do novo milênio. a Cone tem como prioridade paraesse ano controlar as ações ambientaisdo Estado. O acompanhamento das atividades de planejamento. preservaçãoe recuperação ambientaJ e. sobretudo.a auditorias ambientai, fazem parte desua lista de trabalho.
A fiscalização rigorosa sobre o terceiro setor também é uma de suas metas. A Cone quer pre ervar as boas instituições e combater aquelas com desvio de finalidade.
Sem esquecer de treinar o municípios na correta prestação de contas. oTribunal de Contas lançou. no início doano, o programa "Passo-a-Passo como Município". Sua proposta é orientaros representantes das prefeituras, deforma individualizada, a inserir corretamente as informações solicitadas peloSIM - Acompanhamento Mensal.
Metas para 2007 - O Tribunal deContas inicia o ano de 2007, quandocompleta seu 6ff' aniversário, como uma
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e é criada a Inspetoria de Controle Externo da Capital, que fisC<1Iiza. exclusivamente. o município de Curitiba. Osnovos procedimentos transformam aanálise dos processo dentro da Conee exigem adequações dos municípios.
o mesmo período a Cone cria suaOuvidoria, aproximando-se mais aindado cidadão paranaense. O novo setor éresponsável por receber denúncias. críti as, queixas e sugestôcs sobre todosos gestores públicos do Paraná, inclusive do próprio Tribunal.
Ao final desse mesmo ano, o Tribunal promove, em Foz do Iguaçu, o XlSlNAOP - Simpósio Nacional de Auditoria de Obras Públicas. O encontromobiliza profissionais de diversas áreasna bu ca de um caminho que leve aocombate da corrupção em obras públicas no País. Como resultado. é divulgada a "Carta de Foz", que aponta o projeto básico da obra e o concrole socialcomo principais ferramentas de concrole dessas obras.
2003, também traz renovação ao CorpoEspecial da Casa. Atualmente, são quatro o auditores empossados pelo concurso.
e ta esteira de inovações, é implantado o Analisador Eletrônico de Contas,que verifica todos os dados enviadospela prefeitura em tempo recorde eemite instrução técnica a respeito. Aprimeira análise das contas das prefeituras referentes ao exercício administrativo de 2003 é feita em 60 dias.
lmponante destacar a implantação,em 2004, de dois sistemas novo. Omódulo Atos de Pessoal, novo integrante do SLM - Acompanhamento Mensal,mapeia toda a estrutura de cargos domunicípio, a ompanhando admissões,evolução das carreiras dos servidores,aposentadorias e, sobretudo, salários.inclusive de agentes político. Já o SEI(Sistema E tadual de Informações) temcomo meta exercer a fiscalização daadministraçãO direta do Estado com maisrapidez e eficiência, exigindo que os responsáveis pelos órgãos estaduais informem mensalmente as movimentaçõesfinanceiras.
No ano seguinte, o Tribunal de Contas dá mais transparência aos seus trabalhos ao editar, em parceria com Departamento de lmprensa Oficial, o jornal "Atos Oficiais". A publicação divulga, semanalmente, todo os ato do Tribunal de Contas. englobando ata dassessões do Tribunal Pleno, votos redigidos. editais de intimação. atos de alerta,decisões do Conselho Superior, atos normativos emitidos pela Corregedoria-Gerai, despachos. atos normativos do Ministério Público. ponarias baixadas pelaPresidência, entre outros.
O ano de 2005 é marcante para oTribunal de Contas. este ano, é aprovada a nova a nova Lei Orgãnica daCasa e o novo Regimento Interno, esteinalterado desde 1969. A Cone ganhanovas atribuições e passa a julgar osproces os através de duas câmaras,cada uma composta por três conselheiros. O Tribunal Pleno fica responsávelpor re ponder às consultas e julgar denúncias. As diretorias são renomeadas
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ENTREVISTA
"Somos modelo para ostribunais brasileiros')')
O advogado e jornalista Nestor Baptista conhece o Paraná como poucos.No exercício dessa segunda profissão.viveu a realidade na prática, quandoatuou nas coberturas política e esportiva em alguns dos prinCipais veículos decomunicação do Estado. Depois. deputado estadual por três mandatos, ajudoua escrever a atual Constituição do Paraná, em vigor de~e 1989.
Nomeado conselheiro do Tribunalde Contas do Estado, em 1989, Bapti ta ampliou o contato com a rcalidade paranaense. Foi corregedor-geralda instituição no biênio 90/91 e de2000 a 2002, presidente da Corte entre 1994 e 1995 e vice-presidente de2003 até o ano passado. Na presidência, ao mesmo tempo em que buscava estreitar o vínculo com os agentespúblicos de todo o Estado, desde osmenores municípios. voltou-se para oque havia de mais moderno no exterior em termos de gestão pública. firmando convênios com tribunais decontas europeus. Em janeiro, Baptista assumiu novamente a presidênciado TCE, para um mandato de doisanos, conforme determina a nova LeiOrgânica do Tribunal. Na entrevistaa seguir, ele analisa o papel da instituição e os avanços por ela obtidos.
Na sua avaliação, qual é a contribuição dada pelo Tribunal de Contas à construção do Paraná nos últimos 60 anos?
Ao longo dessas seis décadas, o Tribunal de Contas do Paraná se transformou numa das in tiruições mais preparadas e respeitadas do País, referênciae modelo nacional entre os órgãos decontrole externo da administração pública. Tivemos contribuição fundamen-
Nestor Baptista destacapapel do TCE namodernização doParaná, especialmentecom a nova Lei Orgânicada instituição
lal na transformação do Paraná, de umestado agrário e subpovoado, em umadas mais ricas e importantes unidadesda federação brasileira. Conseguimosnos equipar de material técnico e humano para fazer frente à grande demanda provocada pela intensa urbanizaçãodo Estado nesses 60 anos, com a criação de município e o crescimento damáquina estadual. Para se ter uma idéia,o Paraná passou de 63 municfpios, em1947. para os atuais 399.
Uma da principais conquistas quequero destacar nesse processo de modernização foi o advento da nova LeiOrgânica do Tribunal, em vigor desdeo início do ano passado. A lei orgânicaanterior era de 1967 e estava totalmente superada pela Constituição de 1988,pela Lei de Licitações e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse novo instrumento legal nos dá condições de executar nossa missão que é de orientare fiscalizar. com mais qualidade, rapidez e transparência. Hoje, temos condições de dar à sociedade paranaenseuma respo ta mais rápida sobre a gestão do dinheiro público. Na era da velocidade, isso é fundamental. porque osmaus administradores são punidos commais agi lidade e os bons recebem o merecido reconhecimento do cidadão edas instituições.
Quais são as prioridades de suagestão?
O país e as inSlitllições experimenIam reconhecido processo de transformação. Coerente com es a constatação, considero necessário dar agilidade às decisões do Tribunal, pois ademora acaba por incentivar a impunidade. A auditoria ambiental, pela primeira vez, será desenvolvida. comoforma de contribuir para o maior equacionamento desse importante etor.A ONG e [lS OSCIP , integrantesdo terceiro setor, serão auditadas parase avaliar o resultado de suas aç·õesna utilização de recursos públicos. Otreinamento dos agentes políticos e dostécnicos do tribunal constitllirá etapaimportante para o aperfeiçoamentodo serviços.
Como podem ser avaliadas, hoje,em termos de regularidade, as contas dos municípios paranaenses e doEstado do Paraná'! Elas estão avançando em transparência ou aindaexistem obstúculos a serem superados?
A estruturação das contas públicas,no Brasil, é complexa e demanda umemaranhado de regras contábeis e jurídica. Por isso mesmo, as contas dosmunicípios -pela carência de profissionais especializados- apresentam maisirregularidades técnicas, sem que issorepresente, nece 'sariamente, desvios derecursos. Já as do E tado, pela disponibilidade de represenwtivo arsenal técnico, apresentam melhor qualidade. Dequalquer maneira. após o advento da Leide Re ponsabilidade Fiscal, houve expres ivo avanço do padrão técnico, datransparência, da gestão fiscal respon. áve.1 e, sobreludo. do planejamento,
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NESTOR BAPTISTANascido em Ponta Grossa' 58 anos' Écasado com Marlalublana Baptista. Advogado,formado pela Universidade Federal do Paraná' Jornalista profissional, atuou nas áreasesportiva e poUllca, em rádio, TV e jornal' Deputado estadual por Irês legislaturas (1979-82,1983-86 e 1987-90) • Foi nomeado conselheiro do TCE em 1989.
dentro do pressuposlO básico. nuclear,de que ó é po. sível gastar o que forarrecadado.
Quais são as irregularidadesmais comuns encontradas pelo TCEem seu trabalho de fiscalização?
Historicamente. as irregularidadesfazem pane da gestão pública. tanto porinexperiência de pane dos responsáveisquanto por certa espertezas condenáveis. A irregularidades mais comunsestão relacionadas à formalização daslicitações. dos aditivos contratuais, nãocumprimento de aplicação percentualindicada pela Constituição em gastocom educação e aúde. contratações derecursos humano ilegais, desvio de objeto de gastos, registrns contábeis atrasados e ausência de controle interno dasatividades.
o caso de gestores púhlicosque cometem faltas graves e atémesmo crimes, o que faz o TCE?
O Tribunal de Contas do Paraná éextremamente rigoroso no controle dascontas públicas, do Estado e dos municípios. Na realização desse controle. háa separação entre erros formais e documentais. dos que envolvem crime dere ponsabilidade. estes de natureza gra-
ve. No primeiro caso. aponta-se a correção da anomalias. No segundo, oTribunal desaprova as contas, exige adevolução dos recursos desviados ecomunica a falta ao Mini tério Público.para a ação indicada pela lei.
Já houve caso de prisão, no Paraná de administrador público quecometeu alguma falta grave comodesvio ou uso indevido de recurso ? E, neste caso, ele foi obrigadoa devolver os recursos?
Ydrio administradores públicos, noParaná. já foram presos. afastados doscargo e responsabilizados por ações ilegais ou desvio de recur os públicos.
esses casos, são obrigados a re areir o erário e. por deci ão judicial, têmdecretada a indisponibilidade de eusbens e a sua inelegibilidade. As complicações são grandes e o gestor geralmente sofre grave abalo moral e lemsua vida pública seriamente prejudicada. Tanto o Tribunal de Contas, quantoo Ministério Público e o Poder Judiciário. são extremamente rigorosos na sanção a gestores que desviam recursospúblicos.
Dizem que os TCs fazem umafiscalização excessivamente formal.
Isto é: em clima de papéis, deixando de flagrar irregularidades in loco.Essa informação é verdadeira?
A fiscalização exercida pelo Tribunais de Conta abrange um aspeCIOformal, materializado lla Prestação deContas. e outro quando realiza auditoria e inspeções in loco. O caso doTribunal de Conta do Paraná, sua açãona administração do Estado é concomitante realização do ato e feita permanentemente por meio de Inspetorias de Controle Externo, em todos ospoderes e órgãos governamentais. omunicípios, em face da existência demais de 1.215 unidades admini trativas.a cada ano são selecionado órgãos eentidades a serem auditada , por regiões, o que permite à corte ter exatadimensão do comportamento dos gestore . Além disso, a captação de todoso dados de gestão fiscal. através deprograma de informática, permite aoTribunal. a tempo. acompanhar todosos passos de arrecadação e realizaçãode despesas.
Os tribunais de contas têm sidoacusados também de tolerantes demais na aplicação da LRF.
Trata-se de afirmação injusta e 10
talmente fora da realidade. Apó o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal, todos os tribunai de contas alteraram seu modelo fiscalizador. ocaso do Paraná, o TCE implantou doisavançados sistemas. denominadosSIM (Sistema de Informações Muni·cipais) e SEI (Si tema Estadual de informações). alimentados por dadosorigindrios dos municípios e do Estado. envolvendo todos os componentesde gestão fiscal relativos às panes orçamentária. financeira. patrimonial.operacional e administraliva. Essesistemas. inclusive, implicaram emgrandes transformações na contabilidade e no controle dos órgão públicos. As informações são rigorosamente analisadas. os erros constatados devidamente apontados e é exigida a sua correção. Portanto, nada detolerãncia com as exigências da Leide Responsabilidade Fiscal.
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ATUALIDADE
Paraná moderno e ricocontrasta com bolsõessubdesenvolvidosEstado amarga o pior IDH da região Sul e, ao longo de décadas, não conseguiuamenizar as desigualdades regionais Que derrubam seus indicadores
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É verdade que o estilo de vida predominante da população rotula o povoque vive dentro daquelas fronteiras.Quem não conhece a fama dos cariocas como povo alegre, ou dos paulistascom sua preocupação excessiva com otrabalho? A indolência baiana, as proezas e exageros dos gaúchos, a capacidade de negociar dos mineiros?
Os paranaenses são vistos pelosbra iJeiros como frios e sisudos, masreconhecidos como cultos. organizado , de hábito europeus. Esta imagem não nasceu por acaso. Foi cultivada anos a fio. Curitiba, a capital dosparanaenses, era conhecida com "cidade universitária". O curitibanos"venderam" a imagem de um povoeducado, elegante, e Curitiba uma cidade moderna. inovadora, de excelentequalidade de vida.
A pergunta é: fazemos jus a estafama? Talvez sejamos mesmo sisudosdemais. MaJ modernos. educados. comexcelente qualidade de vida? Dependede como se olha. Temos o pior Índicede De envolvimento Humano (lDH)dentre os três EsUldo do Sul - o IDH éum índice criado pela Organização das
ações Unidas (ONU) para medir aqualidade de vida da população a paltirde indicadores como educação. longevidade e renda.
Mas, se olharmos por outro lado, oSul é, dentre as cinco regiões geoeconômicas brasileiras, a que tem o IDHmais alto (0,807). Tem também a egunda maior renda per capita brasileira - R$ 10.703,60. perdendo apenaspara a Região Sudeste.
Mas, no Paraná. tudo é relativo. Oui do Estado foi colonizado por imigt'dII
tes europeus - ucranianos, poloneses.holandeses, alemães e italianos, principalmente. Já o oeste e o sudoeste receberam migração de gaúchos, descendentes de europeus. enquanto toda aregião norte foi ocupada por paulistas emineiros, que trouxeram depois mão-deobra do Nordeste. Um caldeirão cultural extraordinário, que aos poucos vaise misturando, compondo um tipo comjeito paranaen e.
O fato é que essa característica étnica e as condições da economia local forjaram regiões completamentedíspares. É notório o vigor da economia no Oe te ou no orte Novo doParaná, contrastando com a pobrezado Vale do Rio Ribeira e do Litoral,ou o modesto crescimento do chamado Norte Velho de Jacarezinho. O resultlldo é um Estlldo dividido pelos indicadores. Mesmo cidades como Curitiba. Londrina. MlIringá. Cianorte.Cascavel e Toledo exibem índices dedesenvol vimento humano abaixo deoutros Estados, até mesmo menos ricos que o Paran,\.
Poucos governantes atacaram defrente o problema das desigualdades regionais ao longo da história. Prova disso é que só recentemente, em 2005. osmunicípios de Adrianópolis e Tunas do
Paraná, no Vale do Ribeira. foram ligados por asfalto ao resto do E tado. pelaBR-476. O número de propriedades rurais sem eletricidade na região do AlIORibeira é digno de estatística do ordeste brasileiro.
No Litoral, cidades como Pomal doParaná, Morretes. Antonina e Guaraqueçaba. apesar de turísticas. têm índices de tratamento de esgoto próximos de zero. A Ilha do Mel, paraísoIUrístico. até hoje não tem um eficientesistema de abastecimento com água docontinente. A coleta e o tratamento deesgoto praticamente não existem nafaixa litorânea.
Exemplos como os apresentadosnesta reportagem mostram o atual estágio de desenvolvimento e as de igualdades regionais que ainda pennanecemno PaI·aná.
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20 RevIsta do Tribunal lie ConJas - PR In· 160 IFevereiro 3 MaiO de 2007
PODER CENTRAL
Poder Executivo - O Poder Executivo está organizado em uma estrutura que tem à freme o governador e ovice-governador. Abaixo estão. na administração direta, 2 I secretaria deEstado, sete secretarias especiais, 21autarquias. sete universidades estaduais e 12 faculdades. Uma gigantescamáquina que consome mais de R$ 16bilhões anuai .
Também estão diretamente subordinados ao governador os chamado órgãos da admini tração indireta. São. aotodo, 13 empresas públicas e sociedades de economia mista -Copel. Sanepar, Cohapar, Compagás, Ferroeste.Claspar, Tecpar, entre outras- e cincoentidades de serviço social autônomo Paraná Previdência. Paranacidade, Ecoparaná. Paranaeducação e Paraná Tecnologia.
Apesar do grande número de secretaria . empresas e autarquias. amaior parte das despesas está concentrada na secretarias de Educação,Saúde, Segurança, Administração eFinanças. Juntas. elas consomem R$12 bilhôes, quase três quartos do orçamento do Estado.
rrês Poderes,um só EstadoEstrutura pública paranaense gere orçamentoanual superior a R$ 17 bilhões, paraatender necessidades de uma populaçãoque já supera os 10 milhões de habitantes
Quando foi insllllada a Província doParaná. em 19 de dezembro de 1853.zacarias de Gói e Vasconcelos. nomeado primeiro presidente da nova unidade federativa, logo deixou explícita suamaior preocupação como governante:como povoar um le'Titório de 200 milquilômetros quadrados que contava comapenas 60.626 habitantes? Passados 154anos, o Paraná é um Estado completamente povoado.
As duas cidades existentes em meado do século XIX -Curitiba e Paranaguá- multiplicaram-se. e hoje são399. A população passa dos 10,5 milhõesde habitantes.
O Paraná é hoje um Estado moderno, organizado, com um orçamento anual de mais de RS 17 bilhões. Conheça aestrutura do poder estatal paranaense.ua divi ão e o tamanho de a máquina
que organiza e dá suporte a todas asatividades econômicas. além de suprirnecessidades básicas da população.como educação. saúde. saneamento eegurança.
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Poder Legislativo. O PoderLegislativo é representado pela Assembléia Legislativa, que tem comoórgão de assessoramento o Tribunalde Contas do Estado. Na estrutura depoder, a A embléia é uma casa derepresentantes, na qual cada cidadãoestá simbolicamente pre ente, pormeio de seu deputado. A principal tarefa da Assembléia é produzir leis queordenem a vida do Estado. Cabe-lhetambém as tarefas de centralizar asreivindicações dos cidadãos e de fiscalizar os atos do Poder Executivo.
A As embléia do Paraná tem umplenário composto por 54 deputadosestaduais, eleitos por voto direto e proporcionaI. Os parl.amentares estão reunidos em blocos partidários de diversas tendências que, por sua vez, seunem em dois grandes blocos - situação e oposição. É esta correlação deforças que dá vida ao parlamento.apoiando ou reprovando os atos doExecutivo. legitimando ou questionando os governantes.
As sedes dos Três Poderes no Psraná:Palácio Iguaçu, que abriga o Executivo
(acima), Assembléia Legislativa eTribunal de Justiça (folos abaixo); todos
esses prédios estão concentrados noCentro Cívico, em Curnlba.
Poder Judiciário. Cabe ao Judiciário a distribuição da justiça. o Paraná é compo to por vários órgão . sendo o mais importantes o Tribunal deJu tiça e O Ministério Público. O Tribunal de Justiça é integrado por 120 desembargadore . Sob sua coordenaçãotrabalham em lodo o Estado 3M juízesde entrância final, 143 juízes de entrância intermediária, 85 juízes de entrânciainicial e 41 juízes substitutos.
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AGRICULTURA
, .~.LOnegoclo retoma
crescimento erecupera renda
22 Rt"I''Jlo C1'J T,lbUf1,l1 0-: CQnlas - PR fi 1fi!) I F'?".t'reIIO a M,il(j :le 2007
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Melhora no clima enos preços internacionais de milho esoja eaté anova demanda por combustíveis renováveispodem levar o Paraná auma nova safra recorde
opeso das dívidasA Federação da Agricultura do Paraná (Faep) alerta que o período é de
recuperação, porém não de euforia, pois a conta ainda não fecha. É certoque o dinheiro do agroneg6cio volta a circular no Estado, mas as dívidasacumuladas nos anos de crise ainda comprometem a renda do produtor.Somente no Paraná, o Banco do Brasil renegociou R$ 1,8 bilhão em compromissos financeiros vencidos em 2005 e 2006. E as repactuações, comcarência até 20 lI, começam a vencer neste ano e somam-se à dívida decusteio da atual safra.
Em todo o País, as entidades do agroneg6cio calculam que a dívida total,com agentes financeiros, tradings e cooperativas ultrapasse R$ 20 bilhões.Mas o real tamanho do endividamento e a capacidade de pagamento do agricultor ainda é uma incógnita.
Após dois anos em queda, a produção agrícola do Paraná retoma o crescimento e volta a aquecer a economiado estado, que tem 1/3 de seu ProdutoInterno Bruto (pm) escorado no desempenho do agroneg6cio. Soja e milho devem produzir, juntos, mais de 25 milhõesde toneladas. As duas culturas, que noano passado não atingiram 20 milhõesde toneladas, respondem por 90% dasafra agrícola paranaense.
Técnicos da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) destacam, no entanto, que o resultado obtido em 2006 foi prejudicado pela estiagem que castigou o campo. Ou seja,houve um incremento positivo, mas éimportante salientar que o aumento sedeu em cima de uma base pequena.Ainda assim, os números mostram queo setor retoma uma linha ascendente.Em volume, a atual safra deve superar ou então ficar muito próxima donúmero recorde verificado em 2003,quando o estado colheu 11,01 milhõesde toneladas de soja e J4,3 milhõesde toneladas de milho. Para este anosão estimadas 12 milhões de toneladas de soja e de 13 a 14 milhões toneladas de milho.
Além do bom resultado no campo,proporcionado em grande parte pelocomportamento do clima, os preços internacionais das principais commodities agrícolas se mantém acima das médias históricas, cenário que colaborapara a recomposição da renda do produtor rural. Com isso, empresas de insumos, que nos últimos dois anos reduziram o quadro de pessoal por causa dacrise, voltam a contratar. Isso acontececom fábricas de máquinas e implementas e agroindústrias, mas também sereflete no comércio. na prestação deserviço e até nas prefeituras dos pequenos municípios que têm, muitas vezes, aagricultura como principal fonte de arrecadação.
O clima foi detenninante, mas o viésde alta no segmento também se deve àdemanda por combustíveis renováveis,produzidos a partir de milho e soja. Enquanto no Brasil a soja está virando biodiesel, nos Estados Unidos o milho começa a ser utilizado em larga escala paraa produção de etanol (álcool combustível). Ou seja, novas demandas, para finsespecíficos, que ajudam a sustentar preço e dar vazão ao aumento na ofertamundial de grãos.
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Uma parceria entre o governo paranaense e o do Canadá para desenvolvi·mento, transferência de tecnologia eprodução de medicamentos de alta complexidade. que hoje são totalmente importado, vai atender à demanda doMinistério da Saúde. Com o convêniotirmado pelo lnstilUto de Tecnologia doParaná (Tecpar) - ligado à Secretariade E tado da Ciência. Tecnologia e Ensino Superior - com a empresa Prometic Life Sciences do Canadá, o Estadofica autorizado a fabricar biofármacoscomplexos na planta de produção deinsumos da instituição, na Cidade lndustrial de Curitiba. visando atender aomercado nacional.
"Es a imeração é beoélica. não sópara o Paraná. mas para o Brasil, jáque o Ministério da Saúde vai economizar cerca de R 90 milhões por anocom a importação de medicamentos",assegura o diretor-presidel1le do Tecpar. Mariano de Matos Macedo. Parase ter uma idéia do que representa afabricação de medicamentos de altacomplexidade no paf·. o Ministério daSaúde gastou cerca de RS I bilhão nofornecimento de 14 medicamentos dedispensação obrigatória. ou seja, produlOS que o SUS (Sistema Único deSaúde) é obrigado a ter em seu balcãop"ra fornecimento aos pacientes. Com
a importação de apenas um remédiopara atender 500 pacientes, o Ministério gastou, em 2005, R$ 180 milhões."Quanto mais rara a doença, mais caroé o medicamento. Daí o interesse",observa Mariano.
É trabalho para três anos. entre assinalUra do contrato de parceria, reformas neces árias no prédio e treinamentode pessoal. O Governo do Estado deveinvestir cerca de R$ 30 milhôe nessaempreitada. "É um custo relativamelllepequeno se considerarmo o benefícioque es e laboratório trará", assinalaMacedo.
Estrutura própria - De acordocom Renato Rau. do Tecpar. o que chamou a atenção dos canadenses foi ofato de o Paraná já possuir estruturaprópria para a produção do medicamento. faltando apenas algumas adaptações. "Com isso teremos vantagens,como menor tempo na execução dasobras e aquisição de apenas algunsequipamentos necessários para a produção em larga escala". observa. "0beneffcio é muito grande para o pafse principalmente porque colocaremosem funcionamento um laboratório queestava inoperante há mais de dezanos", re lime.
Renato Rau conta que havia preo-
cupação com a utilização do labora·tório, já que. ali. estavam equipamen.tos avaliados em mais de R$ 10 milhões. sem uso. "Isso no angustiava.Agora. temos a oportunidade de resgatar esse complexo. com a nova planta", avalia. Enquanto o local é reformado. o pessoal que vai trabalhar nolaboratório passará por treinamentoespecífico, com técnicos pesquisadores canadenses.
Fundo - A discussão para a instalação de um laboratório para de envolvimento de plataforma de alta tecnologiateve inicio numa viagem que o governador Robel1o Requião fez ao Canadá,em 2004. ,.A intenção do governador éfazer um programa de governo com desenvolvimento de tecnologia avançada.E e tamos bem próximos de conquistaresse destaque, que será bom não ó parao Paraná, que será pioneiro no pafs, mastambém para o M.i.nistério da Saúde".comemora a ecretária de Estado daCiência, Tecnologia e Ensino Superior,Lygia Pupallo. "Esse é um progranla degrande polte. e os recursos para viabilização dessa plataforma de biotecnologia virão do Fundo de Ciência e Tecno·logia do Estado, que vai investir R$ 14milhões, e da contrapal1ida do Ministério da Saúde". completa.
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Sede do Tecpar, na Cidade Industrial de Curitiba: reconhecida como centro de referência nacional,instituição investirá mais de R$ 30 milhões para retomar produção de medicamentos.
Referência nacion~ há 60 anoso Instituto de Tecnologia do Para
ná (Tecpar) é uma empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia c Ensino Superior. Éuma instituição de pesquisa, desenvolvimento, produção e prestação de serviços.
Com 60 anos de existência, o Tecpartem uma trajetória de conquistas no Paraná e no Brasil. Originado do Laboratório de Análises e Pesquisa, fundadoem 1940, e embrião do Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas (IBPT),o Instituto de Tecnologia do Paraná éhoje reconhecido como um centro dereferência nacional.
Atua na áreas de produção de imunobiológicos e antígenos, química fina cprestação de serviços atendendo às demandas da sociedade. Ocupa posiçãode destaque entre os principais fornecedores de vacinas para o Governo Federal. Uma completa estrutura de laboratórios e uma equipe de profissionaiscapacitados no Brasil e no exterior viabilizam a produção de imunobiológicosde qualidade.
É o maior produtor nacional de vacina anti-rábica de uso veterinário, comprodução anual de mais de 30 núlhõcsde doses para serem distribuídas peloMinistério da Saúde e começa a produzir vacina com base em cultivo celular,cumprindo a meta de melhoria do padrão tecnológico.
Uma das áreas mais tradicionais doTecpar. a área técnica. presta cerca dedez rn iI serviços especi ai izados por ano,entre análises e ensaios, para diversossetores econômicos. É um importanteapoio a órgãos e empresas no registrode novos produtos, controle da qualidade, in peção, pesqui a de contaminantes e realização de testes exigidos pelalegislação para importação e exportação de produtos.
Dentre as atividades prestadas pelaárea técnica estão também a pe quisa e o desenvolvimento de projetos deInteligência Artificial, os programasde extensão, que têm por fInalidade oapoio às soluções de problemas tecnológicos para empresas e comunidade, visando à modernização e à iDO-
vação tecnológicas principalmente demicro, pequenas e média empresas,e uma unidade de certificação, queatesta se produtos, processos e/ouserviços estão em conformidade comnormas nacionais, estrangeiras ou internacionais.
O Tecpar mantém ainda na sua estrutura a Incubadora Tecnológica deCuritiba (lntec), a Agência Paranaensede Propriedade Industrial (APPD, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná(IBMP) e o Centro Brasileiro de Referência em Biocombustíveis (Cerbio). Étambém um dos executores do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. além de participar do Programa Paranaense de Bioenergia e Biocombustfveis.
A sua sede é na Cidade Industrialde Curitiba, mas possui outras quatrounidades: Produção de Vacinas e Antígenos e o Laboratório de Qufmica Fina,no bairro do Juvevê: um Biotério (Granja Maria Luiza) em Araucária: um Biotério em Jacarezinho; e uma Unidadede Serviços em Maringá.
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Tecnologia de ponta apessoalespecialmentetreinado farão partedo centro deprodução.
Equipamentos modernos,avanados em R$ 10milhões, estavamparados e agora seriousados no novo projetodo Tecpar.
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Uma solução paranaensecontra a aranha marrom
Curitibalidera casos
A aranha marrom mede entre 3 e 4centímetros e uma da mai comunsentre as espécies de aranhas exi tentesno Brasil. Sua picada causa ulceraçõesna pele, com dor semelhante à de umaqueimadura, e pode levar à morte, porinsuficiência renal aguda. Ela possui hábito noturnos e sua pica-da é imperceptível, o queatra a o tratamento.
Curitiba é a cidadebrasileira com a maior incidência de. se aracnídeo.
os últimos anos, tem registradO uma média de 3mil casos. A última morteocorreu em J995. Suaproliferação e tá ligadaao desmatamento e à redução dos predadores naturais, como lagarrixa.sapo e galinha. Além dooro desenvolvido pelo
CPPI, o tratamemo utili-za o soro antiaracnídico e •outros medicame11l0s.
Toda a produção brasileira de sorocontra a picada da aranha marrom saide um laboratório pertencente ao governo paranaense localizado em Piraquara(Região Metropolitana de Curitiba). OCentro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPP!), ligado à Secretaria de E lado da Saúde. desenvolveu eobteve registro do produto na Agência
acional de Vigilância Sanitária (Anvisal e hoje produz 5 mil do es por ano,distribuída na rede pública de. aúde detodo o país.
A bu ca por um medicamentomais eficaz contra a aranha marrom(Loxosceles) se imen ificou a panirda década de 1990, com O aumentoda ocorrência de ataques desse animai, especialmellle em Curitiba. Atéentão, somellle o Instituto Butantan,de São Paulo, produzia um soro genérico. para a picada de todas as espécies de aranha e escorpiões. Onovo medicamento começou a serusado no Paraná em 1996 e, em 2003,pas ou a ser distribuído em todo oBrasil, por meio de um convênio como Mini tério da Saúde.
"A principal valllagem do nos osoro é de que ele garante uma proteção maior conlra as lesões renais provocadas pelo veneno da aranha marrom, a principal causa de mone nessetipo de envenenamento", explica o velerinário Rubens Gusso. diretor doCCPI. Para ler eficácia. o medicamento deve ser aplicado até 48 horasapós a picada.
Além do soro contra a aranha marrom. o CPPI produz também oro paraa picada de cinco espécie de cobrasdo gênero Borlrrops, conhecidas comojararacas - cuja produção atinge 5 mildoses anuais -, o Antígeno de Montenegro. usado no diagnóstico da leishmaniose (do qual lambém é o único produtor nacional) e o esteritesle, um indicador biológico para o controle doprocesso de esterilização de materiaiscirúrgicos.
A obtenção dos dois tipo de soroutiliza cavalos. doados pela Polícia Militar do Paraná. Os animais recebempequenas dose de veneno e desenvolvem anticorpo para proteger seusorganismos do ataque. Pane do sangue dos cavalos é coletada, para a fabricação do soro, que utilizará O anticorpos. Algumas etapas da produçãodos oros são realizadas em animaide laboratório, como coelhos e camundongos.
O CPP! está completando 20 anosem 2007. O centro foi instalado em umaárea de 20 alqueires. que pertencia aoHospital São Roque. que atendia paciellles com hansenía e e foi desativadocom a mudança de terapêutica para essadoença. A partir deste ano, o centrodeverá receber inveslimemos do governo paranaense para ampliar sua capacidade de produção.
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TECNOLOGIA
Processo ganhou impulso a partir dos anos 90e hoje integra todas as divisões do Tribunal
No TCE,informática
Diretor Djalma Riesemberg Júnior:avançamos. mas ainda estamos no começo.
a informatização trouxe padronização daanálise, rapidez e agilidade", comentaRiesemberg Júnior. Segundo ele. o SIMfacilita a organização da contabilidadepara o município e o acesso de informações ollfille, inibindo falhas na pres-
abilizando o Tenno de Cooperação Técnica com a Celepar (Companhia de Informática do Paraná), para a incorporação da tecnologia de software livrenas suas aplicações.
Lei Fiscal· No âmbito da prestação de contas, a informatização tevesua evolução a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal. em 200 I. Deacordo com os princípios da lei, foilançada a primeira ver ão do Sistemade Informaçõe Municipais - SIMLRF (Lei de Responsabilidade Fi cal).Houve, em seguida, a incorporaçãodo SIM AM (Acompanhamento Mensal) e o SIM PCA (Pre tação de Contas Anual).
O SIM é um banco de dados cominformações mensai dos sistemasorçamentário e financeiro das gestões das finanças públicas dos municípios. Compõe a prestação de contas anual e auxilia no planejamentoda realização das auditorias. além dedisponibilizar informações para ospúblicos externo, interno e serviçospela internet.
"Em termos de prestação de contas,
o diretor de Tecnologia da Informação, Djalma Riesemberg Júnior, lembraque a informatização no Tribunal deContas do Estado começou a avançarno início dos anos 90. Hoje. comenta ele,o processo está presente desde a emissão de protocolo de uma prestação decontas até a publicação da decisão colegiada definida nos Atos Oficiais. Querdizer: tudo passa pela tecnologia da informação.
Cada unidade administrativa utilizaos recursos tecnológicos para emissãode pareceres e in truções técnicas, conulta ao acervo, jurisprudência e legis
lação, acompanhamento processual edisponibiliza informações ao público externo através da internet. "Estamos evoluindo. Começamos, em 1993, com apenas um computador para serviços inlernos - folha de pagamento, pauta e trâmite processual - e hoje a real idade ébem diferente."
Os microcomputadores foram chegando e sendo ligados em rede, com i.nvestimentos em hardware e ampliaçãoda capacidade de armazenamento dedados. Riesemberg Júnior conta queneste ano o Tribunal de Contas está vi-
avança e açoessão interligadas
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Novos equipamentos eestIIções de lr8belho fazem parte da Dlretorla de Tecnologia da Informação.
Prestação de Contas Onlineo As prestações de contas municipais e demais informações sãoencaminhadas pelos jurisdicionados através do SIM ao Tribunal de Contaspela internet.
o Cada município possui uma senha de acesso.
o Só há interferência da DTI no processo de prestação de contas se algumaentidade municipal estiver com problemas de envio ou recebimento deinformações.
o Uma vez de posse dos dados enviados pelas entidades municipais aanálise é automática.
o Levam-se em média 30 dias para a análise das contas das 399 prefeiturasdo Estado.
o Cerca de 10 documentos são requeridos pelo TC, em papel, para ser feitaa verificação e complementação da análise.
vo acerca da regularidade ou nãodestas contas", explica RiesembergJúnior.
Hoje e amanhã - Já o SIM-AMaborda as informações a respeito deconvênios, obras públicas, licitações econtratos de administração indireta, execução orçamentária. financeira e patrimonial das entidades municipais a cadabimestre. Ao lado do SIM-PCA constituem a base de dados para a análise dascontas anuais dos municípios.
Em conjunto com este sistema deprestação e análise de contas municipais foram lançados, com a mesma filosofia, outros dois: O SEI (Sistema Estadual de Informações) criado em 2003,que faz o acompanhamento total dasgestões orçamentária, contábil, financeira e patrimonial pública do Estado, bemcomo a prestação de contas anuais dogoverno paranaense.
"O SEI é uma ferramenta que captadados para compor os Relatórios Quadrimestrais das Inspetorias de ControleExterno, mas ainda não é 100% eletrõnica", diz o diretor da TI.
No final de 2004, o SlNTE (SistemaIntegrado de Transferências Voluntárias Estaduais) começou a dar os primeiros passos. O projeto capta dados relativos às transferências voluntárias realizadas pelo Estado a entidades municipais com contas informatizadas. Ao contrário da prestação de contas. este procedimento é feito em papel.
Embora o Tribunal de Contas estejacomemorando 60 anos, Riesemberg Júnior já pensa na instituição no futuro: "Oque fomos até aqui diz muito do passado autoritário. policialesco e burocrático do Estado. O que somos hoje, demonstra evolução, para alguns. inimaginável. O que poderemos ser está na mãode cada um dos seus membros e colaboradores: transparência, efetividade econtrole social. São os valores que pretendemos desenvolver para uma sociedade realmente melhnr. Que o Estado,do qual fazemos duplamente parte, façao que precisa, da melhor forma, no tempo certo e de maneira justa."
nanceiro e os administradores têmprazo de envio até o dia 31 de marçode cada ano. "Através do SlM-PCAé efetuada a análise das prestaçõesdos prefeitos e demais gestores e, aofinal, é emitido um parecer conclusi-
tação de contas.O Sistema de Informações Muni
cipais - Prestação de Contas Anualé responsável pelo recebimento e análise das prestações de contas das entidades. Ocorre a cada exercício fi-
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SANEAMENTO BÁSICO
Estado subsidia fornecimento para famílias carentes;Tarifa Social da Sanepar já beneficia 1,46 milhão depessoas, ou 12% da população paranaense
Justiça social comágua mais barata
onde o e gota corria a céu abeno - edos rio.
"Ao eliminannos o lançamento decarga orgânica em rios e córregos estamos criando um ambiente melhor paratodos", enfatiza o presidente da companhia. Graças 11 eficiência do tratamento. o efluente - pane líquida do esgototratado - é lançado nos rios. sem apresentar riscos ambientais.
Nos municípios onde a empresa éresponsável pelo serviços, 99% da populaçâo urbana é atendida com águatratada e 48,7% com esgoto sanitário.Dos 399 municípios do Estado. a Sanepar at ua em 344 fornecendo água em622 localidades. O serviço de coleta ede tratamento do esgoto está implantado em 147 cidades.
sidades essenciais". comenta Jacob.Em Curitiba, no período de 2003 a
2006, a empresa abriu mão de cercade R$ 23 milhões em faturamento."para cumprir sua responsabilidadesocial de dar acesso 11 água tratada aoscuritibanos de menor renda", ressaltaJacob.
Por meio da Tarifa Social, por exemplo. 52.238 famiJias curitibanas passaram a ter acesso aos serviços de águae esgoto. pagando preço diferenciado.Em janeiro de 2003 apenas 4.279 famílias estavam cadastradas.
!D\'cslimenlos - Dados da empresa mo tram que no período de 2003 a2006, os investimento da Sanepar vãoalém de R$ I bilhão e 400 milhões. Apenas no ano pa sado. a cifra atingiu omontante de R$ 500 milhões.
As novas obras aumentaram em27% o total das ligações de e goto sanitário e em 12% as de água. A infraestrutura instalada permite atender 8,4mi Ihões de paranaenses com água tratada e 4,3 milhões com coleta e tratamento do esgoto doméstico.
"Os investimentos em saneamento têm contribuído para diminuir as doenças de veiculação hídrica no Paraná", afirma o presidente da companhia. Stênio Jacob. Ele lembra que asobras nos sistemas de esgoto apre entam como valor agregado melhoriasdas condições ambientais das viaspúblicas - com fi eliminação de valas
No Paraná, a Companhia de Saneamento do Estado. Sanepar. optoupelo atendimento às famílias carentes. pelo qual já beneficiou mais de1.46 milhão de pessoas, ou cerca de362,5 mil famílias. Ampliada em janeiro de 2004, a Tarifa Social da Sanepar beneficia mais de 12% da população do Estado.
A Tari fa Social é o programa daempresa que garante o acesso à águatratada e de qualidade para as famíliascarentes do Estado. Com o cadastramento no programa, as famílias pagamsomente R$ 5,00 pela água e R$ 2,50pelos serviços de esgoto.
O presidente da companhia, StênioJacob, explica que a Tarifa Social daSanepar está levando à pessoas menos favorecidas muito mais do que água."Estamos garantindo mais saúde e qualidade de vida para todas as famaias doParaná que não tinham condições depagar por esse serviço".
"A tarifa diferenciada é um dosmaiores instrumentos de justiça socialpraticada pelo governo Requião", afirma Jacob. Ele sustenta que a economia com o pagamento dos serviços deaneamento auxilia as pessoas que en
frentavam situações difíceis e que agora têm acesso a serviços de qualidadee que eliminam os riscos de comrairdoenças transmitidas pela água contaminada. "O valor que deixa de ser pagoà empresa está sendo usado pelas famílias pobres para supriJ' outras neces-
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Curitiba amplia sistema de captaçãoNa capital paranaense, 99,9% da
população conta com o serviço de águae 80,9% com serviço de esgotos sanitários. De 2003 a 2006, a Sanepar investiu no município de Curitiba R$ 297 milhões. Para o período de 2007 a 2010, aprevisão é investir mais R$ 235 milhões.
"O governo do Estado e a Saneparestão investindo pesado no município deCuritiba. Estas obras têm reflexo diretona qualidade de vida das pessoas", enfatiza o presidente da empresa.
O impacto positivo das obras executadas pela Sanepar pode ser aferidopela variação dos principais indicadores.O número de ligações de água. que era
de 378.453 em janeiro de 2003 pas oupara 4 I5.095 em dezembro de 2006.
Quanto às ligações de e gOlo, segundo Jacob, "ocorreu um saltO expre sivono nível de atendimento, pois cerca de2 IOmil curitibanos passaram a ter acesso ao serviço". O LOtai de Ligações, queera de 247.283. passou, no final de 2006,para 300.933. Com isso, o índice de coleta, que no início de 2003 era de 74.6%,aumentou para 80,9%.
Entre os principais empreendimentosque beneticiam Curitiba, está a construção da barragem Miringuava, que vai contribuir para ampliar as condições de abastecimento com água tratada. Outras obras
que se destacam é a construção da barragem Piraquara n, que consumiu maisde R$ 18 milhões e vai armazenar maisde 20 milhões de ml de água os próximos dois anos, serão investido R$ 83,2milhões na implantação de mais 486.8 I4metros de rede coletora de esgoto, cercade 27 mil novas ligações de e gOlO e, ainda, o sistema de pós-tratamento nas estações Santa Quiléria e AlUba Sul.
Segundo Stênio Jacob, a Sanepardesembolsou mais de R$ 14 milhões, derecursos próprios, apenas no pagamento de desapropriações a antigos proprietários da área a ser alagada pela obraPiraquara lI.
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SAÚDE
Afiscalização do. .'
sIStema e omelhor remédioTribunal de Contas, Ministério Público econselhos estadual emunicipais farão umcompleto "raio x" dos programas, políticaseaté da aplicação de recursos na área osecretário estadual de Saúde, Cláudio Xavier: inve
o conselheiro Fernando AugustoMello Guimarães criou duas frentesde trabalho para atuar na área de saúde do Estado. Uma equipe dará atenção às avaliações institucionais e outra atuará especificamente nos programa de governo visando o efetivo retorno à sociedade. "Nosso trabalhocomeça pela estrutura organizacionalda Secretaria de Estado da Saúde paraidentificar se, realmente, está atendendo as necessidades de saúde à população paranaense", explica PauloCésar Sdroiewslci, da 5' Inspetoria deControle Externo.
As equipes vão avaliar. em doisano , 23 programas na área da saúdepara ver se eles estão, efetivamente,cumprindo com suas políticas públicade saúde. Além da esfera estadual, otrabalho contempla também os governos federal e municipais, numa interação e integração, bu cando informaçõc desde a origem até a aplicaçãodo recursos públicos. "Vamos atuarjunto a hospitais e obras públicas naárea", disse Sdroiewski.
Segundo o chefe da inspetoria, cadaobra na área da saúde será avaliadadesde seu projeto, sua construção, refornla ou manutenção. "Queremos veros recursos aplicados, equipamentos,
recursos humanos e capacitação técnica", observou. Este trabalho, explicaSdroiewski, tem como parceiros o Ministério Público estadual. os ConselhosEstadual e Municipais de Saúde e o próprio Ministério da Saúde.
A assessora jurídica, Simone Manasses Guimarães, explica que o focodo trabalho está voltado ao desenvolvimento de projetos para capacitaçãode conselheiros de saúde. "É precisoque os conselhos exerçam o controlena despesa e receitas da área de saúde. A responsabilidade do Fundo deSaúde, que vai gerir os recursos dosetor, passa a ser do secretário - estadual ou municipal - da saúde e nãomais do prefeito", disse.
O secretário estadual da Saúde.médico Cláudio Xavier, sustenta queo governo cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina gastos de 12% no setor. Segundo ele. em2003 foram investidos R$ 311.7 milhões, em 2004 passou para R$ 437,66milhões e em 2005 chegou a R$525.68 milhões.
Xavier revela que os recursos canalizados para a área de saúde envolvema soma de R$ 140 milhões na construção. reforma ou ampliação de 24 110 pitais em todo o Estado.
Enquaaro O governo estadual anuncia a construção de novos hospitais nosetor público, na iniciativa privada o papei é inverso. Dejaneiro de 2006 a maiode 2007, pelo menos 50 empresas desaúde foram fechadas no Paraná, incluindo 17 hospitais. Somente na últimadécada, perto de 300 estabelecimentosfecharam as portas, provocando o desaparecimento de mais de 10 mil leitosho pitalares. cerca de um quarto delesda área de psiquiatria.
Cenário sombrio - A informaçãofoi dada à Revista do Tribunal deContas pela Federação dos Hospitaisdo Estado do Paranú (Fehospar), queafirma que o cenário sombrio tem origem principalmente no contido investimento do setor público em saúde, jáque a falta de regulamentação daEmenda Constitucional 29 deixa brechas para que a União, Estados emunicípios não apliquem os percentuais estabelecidos.
Com poucos recursos, explica a entidade empresarial, o que se observa éuma remuneração não compatível comos custos, considerando que a maioriados procedimentos não é reaju tadadevidamente desde a edição do PlanoReal. há quase 13 anos.
As perspeclivas são ainda mais pes-
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simistas considerando que a avalanchede hospitais fechados ou que se desligam do sistema público tende a continuar. Levantamento recente feito pelaFehospar indica que há pelo menos outros 50 hospitais com poucas chancesde sobrevivência, em diferentes regiõesdo Estado.
Entre os hospitais que tendem ao fechamento, vários são filantrópicos, semfins lucrativos, que vêm resistindo principalmente com a ajuda da comunidade. A estimativa da entidade representativa é de que o setor de saúde, quegera mais de 50 mil empregos diretosno Paraná, tenha uma dívida de R$ 2bilhões, principalmente com fornecedores, previdência e outros encargos públicos.
História da assistência - Nosanos 70, em pleno ciclo desenvolvimentista do Estado com a mulliplicação de municípios, o processo de implantação dos hospitais seguiu o mesmo entusiasmo. Muitos jovens médicos lançaram-se em iniciar suas atividades em pequenos centros urbanos.Os tempos eram outros.
O sistema público era outro, tímido,ligado à Previdência Social, mas a prosperidade agropecuária, mesmo como os
reveses na produção cafeeira, era acerteza de que a remuneração àquelesque prestavam serviços médico-hospitalares era sempre muito compensadora e absorvia facilmente as ações beneficentes.
A iniciativa privada continuou investindo recursos em assistência mesmonos anos 80, apesar de, a esta altura.ter havido o desmembramento da Previdência, ascensão do Ministério da Saúde e com ele a famigerada GfH (Guiade Internação Hospitalar), mais tardesucedida pela AfH, mas que dividia opiniões entre ser um "cheque em branco" e fator de est(mulo a fraudes, ouum "nlico" para os prestadores.
A Constituição Federal de 1988 veioconsagrar o acesso à saúde como umdireito de todo brasileiro. O que era Sudsvirou SUS, ma~ a~sistência não se fazpor leis ou decretos, mas com políticasde ação e fontes de financiamento, explica a Fehospar.
A saúde virou moeda de troca política. Sentindo-se desprestigiada e já sema mesma eüciência econômica, a iniciativa privada baixou a guarda. E começou a encolher de forma acentuada epreocupante.
Novo filão - A gana tributária do p0
der público, contrastando com uma p0
lítica cambaleante e pouco atraente emtermos de remuneração à rede conveniada de serviços, acabou decretandouma verdadeira revolução na área desaúde. A iniciativa privada tratou de seconcentrar nos maiores centros, buscando principalmente o que aparentavaser o novo filão - a assistência supletiva com a~ operadoras de saúde - e prefeitos trataram de colher os dividendosdo que era para ser a municipalizaçãoda saúde, mas que virou a "prefeiturização" da saúde.
O que se seguiu foi um "pool" dehospitais municipais surgindo, na mesma proporção em que outros tantoseram fechados. O interesse de construir um hospital, desconhecendo queo grande custo é a sua manutenção efuncionalidade, fez com que muitas
prefeituras menores chegassem a dividir, por determinado momento, umainstituição pública e outra privada,com ou sem fins lucrativos - caso dassantas casas.
Com o gestor municipal detendo ocontrole do teto financeiro, determinado pelo número de habitantes, o fenômeno que se seguiu foi de uma avalanche de hospitais particulares cerrando as portas num primeiro momento. Depois, já nesta década, com aimposição dos percentuais mínimos eminvestimentos em saúde pelas trêsesferas do governo, o que se extraiufoi de que a atividade hospitalar também passou a ser um mau negóciopara prefeituras.
Na época áurea da saúde, a década de 80, o Paraná chegou a ter pertode 700 unidades com leito hospitalar, aquase totalidade mantendo estreita relação com o sistema público. Cerca de20 anos depois, mesmo a populaçãotendo dobrado, o número de unidadesbaixou para 540 (incluindo J20 municipais ou estaduais), ainda assim cercade uma centena delas abominandoqualquer relação com o setor público.Não é para menos.
Dívida supera R$ I bi - A principal entidade representativa do setor hospitalar do Paraná, a Fehospar, estimaque seja superior a R$ I bilhão a dívidados prestadores de serviços de saúde,principalmente com fornecedores, bancos e encargos. O endividamento alcança, quase que totalmente, os estabelecimentos que continuam ligados ao sistema público, que praticamente não reajusta os procedimentos desde a ediçãodo Plano Real, há quase 13 anos.
A gravidade da situação pode sermedida pela análise feita pelos própriosdiretores da entidade hospitalar, em recente visita feita aos empresários detodas as regiões do Estado: se a Previdência Social e a Receita Federal adotassem medidas rígidas para cobrançaimediata dos impostos a receber, pejomenos a metade estaria "nas mãos" doGoverno. Não que não queiram.
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Muitos donos ou administradoresde ho pilais. obrelUdo os relacionados à área psiquiátrica. s6 não fechamporque não têm os recurso neces 'ários para indenizar o funcionário.Ou, como preferem dizer. hoje, noParaná. a maioria dos hospitai está àvenda. Seja o governo e tadual ou osmunicipais. a "quisição das estruturasprontas é vista como uma alternativamuito mais viável para economizarrecursos públi os.
O governo eSladual vem investindoem mais de 20 novas unidade. algumasem regiões bem providas de serviços.mas observa que outra tantas em funcionamel1lo estão fechando ou paralis"ndo 'erviços por falia de recursos oumão-de-obra.
O grande problema da saúde no Paíhoje decorre da falta de inve timentopúblicos. Até os anos 90, o istema público investia até 70% dos recursos.Hoje não gasta nem 50%. o que significa que a própria popul"ção. com investimentos diretos, em operadoras de saúde ou empresas, estão custeando a maior pane. o que significa uma comradição constitucional face à garal1lia deace so universal e igualit{lIio.
Orçamento de R$ 44 bi - O orçamento d" União para este ano em saúde estava or ado em R$ 44 bilhõe . masfoi colocado ob o risco de contingenciamel1lo de R$ 5. bilhões.
A estratégia do governo federal emmudar o cálculo do PIB pode lhe custar a obrigatoriedade de elevar de novoo inve timenLO em saúde. Algo quenão precisaria, e nem mesmo Estadose município.. se a Emenda Constitucional n.O 29, aprovada em setembrode 200 I, já tivesse 'ido finalmente regulamentada.
O projeto que determina o que sãoações de saúde continua em "banhomaria" no Congresso. Para deleite deEstados e municípios que, assim, podemcontinuar maquiando seus orçamentoscom aplicações em ações que não sãoreconhecidas como de saúde. O Paraná encaixa-se neste perfil.
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MuilO mais do que ler sido o Estadoa liderar recenle mobilização para reformular o projelO que tramita na Cãmara, reduzindo de 12% para 10% osinvestimentos em saúde do total orçamentário e ainda incluir gastos comosaneamento básico e meio ambiente, oParaná apresenta-se como um dos piores no ranking de aplicação em aúde.
iniciativas do Ministério Público ecom recepção no Tribunal de Contasindicam que o Estado estaria investindoa metade do percentual constitucionale. por i so, vem sendo cobmdo judicialmente. Desde 2002, mais de R$ 1,2 biIbão já deixaram de er aplicados emações efeti va de saúde, o que pode errecuperado no futuro ma que, segundoos pre tadores de erviços, jamai irárepamr os danos cau ados, quer em termos de desassi tência. com pe soasmorrendo à espera de atendimento emcorredores de hospitais, ou pela própriaprecariedade da estrutura de serviços.
Investimento per capila • O impasse da regulamentação faz com queo Brasil invista o equivalente a menosde U$ 150 per capita em saúde, a metade de nossos vizinhos Argentina eUruguai e, ainda. o Chile. O teto financeiro para o Paraná, para açõesde média e alta complexidade, que sãoos que mais recursos consomem noSUS, é de R$ 82, I per capita esteano. o que ignifica que em agoslO ousetembro, de acordo com fontes doConselbo Estadual de Saúde, devecomeçar a haver dificuldades pararepasse de recursos.
Em 2006. por conla do problema doteto extrapolado. o governo e tadual ficou devendo parà 2007 cerca de R$ 30milhões. sendo que R$ 9 milhões leriamsido pagos no novo exercício. Para apopulação. o problema se refletiu em dificuldades em acesso a serviços, o quevale principalmente para os 386 municípios em regime de gestão-plena. querecebem os recursos via Estado (ooutros 13 são de gestão plena e recebem os recursos federais direto do Ministério da Saúde).
Números•o Ministério da Saúde pagou no ano passado, de janeiro a dezembro,743.752 AIHs (Aulorização de Informação Ho pitalar)• O Paraná teve no ano passado 134.920.811 procedimentosambulatoriais. sendo 31.167.390 em Curiliba.• No ano passado, inteiro, foram pagos no Pamná com internações R$516.734.991,07• No Brasil todo, em 2006, o valor gaslo com internações foi R$6.982.469.091,84• O Paraná tem 15.286 pessoa jurídicas de saúde cadaslradas noMinistério da Saúde. incluindo con ultórios odontológicos. POSIOS desaúde etc. São 4.087 em Curitiba.• O leIo financeiro para média e alta complexidade no Paràllá é de R$860.138.844 . dezembro de 2006, con iderando população de 10.387.378habitantes, o que dá R$ 82.81 per capita.• O leIO nacional é de R$ 13.964.896.696, com média per capita de74,77 (186.770.562 habitantes).• Valor gasto com internações: R$ 6,581 bilhões
• úmero de consultas médicas por habitante: 2,45/ano• úmero de internações por habitante: 6,33/ano• Ga.to com atendimento ambulalOrial (2000): R$ 1,583 bilhão• Outros serviços pagos pelo SUS: Programa Saúde da Família,Programa de Atendimento por Ambulâncias. SAMU. Transplante deÓrgãos. Distribuição de Medicamentos Contra Aids e Programa devacinação:• O que é o SUS: Criado pela Constituição de 1988, o Sistema Único deSaúde (SUS) prevê o atendimento médico e hospitalar a toda apopulação e ainda cusleia as mais variadas ações de saúde. O sistemaé descentralizado, com governos estaduais e municipais tendoautonomia para administrar seus serviços. Os recursos são repassadospelo governo federal, de acordo com volume de atendimentos etamanho da população.
RfMSla!lo Tribunal de Contas ~ PR J rt' 160 IFevereiro aMaio de 2007 35
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36 Aev1sta do TnlJuI\31 de Contas - PA I0"60 J Fevereiro aMaio de 2007
MEIO AMBIENTE
Ainda dá
que científico". dispara.Em artigo publicado na revista
"Journal ofNon-Equilibrium Thermodynamics". Andresen -do Instituto
iels Bohr, da Universidade de Copenhague- afirma que o conceito de"temperatura global" é uma impossibilidade temlodinãmica e matemática.
Furacões e tufões· O cientistarefere-se aos eSludos que afi rmamque, como conseqüência do aumentodas temperaturas, o planeta sofreráperdas de massas de gelo polar, aumento dos níveis dos oceanos. aumento das chuvas em algumas regiões esecas em outras. além do aumento daintensidade de furacões e tufões.
A elevação do nível do oceanosem até I metro poderá acabar comtodas as cidades co teiras. adverteCheida. Estima-se, também, que 40%das espécies conhecidas tendem a desaparecer. causando um enorme impacto na biodiversidade.
Como conseqüência ainda dessaelevação. haverá uma redução brutaldas safras agrícolas - alimentos - pelaaridez das regiõe semi-áridas e oNordeste brasileiro pode se transformar em deserto. Por fim, o desapare-
tempo de salvara Terra?Especialistas apontam saídas para aeduçãodos danos causados pelo aquecimentoglobal eas previsões pessimistas de extinçãoda vida no planeta
A espécie humana tende a desaparecer do planeta em um século. Oanúncio antecipado da catástrofe éfeito por mais de 600 cienti tas de 60países que, pela primeira vez. responsabilizam o próprio homem como o culpado pelo seu próprio fim. São fórmulas e modelo matemáticos que calculam um aumento da temperatura daTerra - em 100 anos - entre dois aseis graus em média.
Luiz Eduardo Cheida, deputado estadual e presidente da Comissão deMeio Ambiente da Assembléia Legislativa do Paraná assina embaixo dasprevi õe científicas. ··Sim. pela primeira vez a ciência admite que alitudes humanas contribuem pela alteração do clima na terra". Até hoje, lembra. legisladores. governante e a sociedade sempre fizeram "pouco caso"das agre sõe ambientais.
O aquecimelllo é causado pelos gases de efeito estufa, principalmente odióx.ido de carbono, que contaminama atmosfera. Segundo o pesquisadoramericano Bjarne Andresen, "todo odebate sobre o aquecimento global éuma fantasia". O método utilizado paradelernlinar o aquecimento global esuas conseqüências "é mais pol ítico do
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cimento da espécie humana da faceda Terra.
Segundo pesquisadores do Instituto Camegie e do Laboratório acionai Lawrence Li vermore, entre 1981e 2002, o aquecimenlo diminuiu a produção de trigo, milho e cevada emcerca de 40 bilhões de loneladas aoano. Para os cientistas, esle e tudomostra que a redução é originada noaquecimento causado pela atividadehumana no planeta e que seus efeitossão imedialos.
Rasca Rodrigues, ecrelário deEstado do Meio Ambiente, não acredita na extinção da raça humana, masacredita que o aquecimento globalterá grande impacto no processo migratório da população e compromelerá muitos países. Na sua avaliação,a migração por razões hídricas seráperversa, porque ninguém vive semágua e terá de buscar o produto ondeele estiver.
Refugiados do clima - O impacto da elevação do nível do mar deverá projetar cenários desconfortáveis.Na melhor das hipóleses, I% da população do planeta sofrerá algum efeito com o encolhimento das faixas lilOrãneas. a pior, 2% da populaçãomundial terá de procurar outro lugarpara morar, o que poderá tornar tangível a figura dos refugiado do clima.alerta estudo feito pelo IPCC (PainelIntergovemamental de Mudanças Climáticas).
"O Planeta está despreparadopara enfrentar os problema de degradação do meio ambiente, especialmente o desmatamento, que temtudo a ver com o clima. criado poruma de sua espécies: a humanidade",alerta Cheida.
Se o ser humano é o responsávelpor tudo isso, o que o ser humano temque fazer para que a estabilidade doclima volte ao normal? Pergunta aoespecialista, a Revista do Tribunalde Contas. "Temos de enfrentar o
problema com ações de forma coletiva, pois o reequilíbrio do clima tem queser prioridade absoluta", responde oparlamentar.
O secretário do Meio Ambienlediz que é preci o, com urgência, combaler as emissões atmosféricas paraevitar o aquecimento da camada deozônio. Dos 100% de emis ões. 85%estão nas queimadas de floresta,principalmente em áreas já desmatadas e "precisamos agir neste impacto". alerta.
Camada de Ozônio - Em volta daTerra há uma frágil camada de um gáschamado ozônio (03), que protegeanimais, plantas e eres humanos dosmias ui Iravioleta emitidos pelo Sol. asuperfície terrestre, o ozônio conlribui para agravar a poluição do ar dascidades e a chuva ácida. Mas, nas alturas da estratosfera (entre 25 e 30km acima da superfície), é um filtro afavor da vida. Sem ele. os raios u.ltravioleta poderiam aniquilar todas asformas de vida no planeta. Na atmosfera, a presença da radiação ultravioleta desencadeia um processo naturalque leva à contínua formação e fragmentação do ozônio.
Aquecimento global - O aquecimento global é resultado do lançamen·to excessivo de gases de efeito e tufa (GEEs). sobretudo o dióxido de carbono (C02). na atmo fera. E e gases formam uma espécie de cobertorcada dia mais espesso que torna o planeta cada vez mais quente e não permite a saída de radiação solar.
Efeito estufa - O efeito estufa éum fenômeno natural para manter oplaneta aquecido. Desla forma é possíve.l a vida na Terra. O problema éque, ao lançar muitos ga e de efeitoestufa (GEEs) na atmosfera. o planeIa se torna cada vez mais quente,podendo levar à extinção da vida naTerra.
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País viverá falta de águaNo meio ambiente, o ano de 2007
deverá ficar marcado na História comoo ano das previsões catastróficas. Amais recente bomba vem da Organização das Nações Unidas (ONU), quealena: em 20 anos faltará água em 60%do planeta e o Brasil estará neste deseno. Com 12% das reservas de águadoce do mundo, o Brasil está sujeito aodesabastecimento. afirma o diretor daFAO no Brasil, José Tubino.
Dados do International HydrologicalProgramme, mostram que 97,5% detoda a água disponível no planeta é salgada. A água doce, que só representa2,5% do total, está em sua maior panenas calotas polares. O ser humano conta com apenas 0,3% de água disponívelem lagos, rios e lençóis subterrãneospouco profundos. Há 2 mil anos, a população mundial correspondia a 3%da população atual e a disponibilidadede água era a mesma.
Pasquale Steduto, diretor dos Recursos Hídricos da ONU, diz que poucomais de I bilhão de pessoas em todo omundo já não têm acesso a água limpasuficiente para suprir as suas necessidades básicas diárias. "Em 20 anos, doisterços da população enfrentarão totalescassez", sustenta o pesquisador.
A água só fica escassa por duas razões. explica o deputado paranaense,Luiz Eduardo Cheida: quando ela sai da
superfície e fica inacessível, ou por estar poluída. Mas existem outras razões,a1enam especialistas. Apesar dos 12%de água doce disponível, o Brasil enfrenta má distribuição e falta de conscientização de preservação por pane de governantes e da população.
Distribuição da água - "Pouco adianta a quantidade abundante de água,se não houver uma preocupação permanente das autoridades e dos consumidores com a sua qualidade", diz o representante da FAO no Brasil, JoséTubino. Segundo ele, o Brasil sofre coma má distribuição geográfica dos recursos hídricos disponíveis.
José Machado, presidente daAgência Nacional de Águas (ANA)explica que a Amazônia abriga 74%da disponibilidade de água doce dopaís, mas vivem nela menos de 5%dos habitantes. As interferências dohomem nas demais regiões só agravam este quadro, alerta.
Machado disse, no encontro sobre"Um Pacto Nacional pela Conservaçãodas Água no Brasil", realizado emmarço, em Foz do Iguaçu, que "há águaem abundãncia em locais pouco habitados, enquanto os grandes centros urbanos agridem o ecossistema, interferemno ciclo hídrico e provocam a falta deágua no solo".
Clóvis Borges, da SPVS: além de reporvegetação ciliar, governo deve conservarmata nativa.
VOLUME DE ÁGUA
A quantidade total de água naTerra é distribuída da seguintemaneira:
·97,5% de oceanos e mares;
• 2,5% de água doce;
• 68.9% (da quantidade geral deágua doce) formam as calotas deáguas polares, geleiras e neveseternas que cobrem os cumes dasmontanhas altas da Terra;
• 29.9% restantes da água doceconstituem as águas subterrãneas;
• 0,9% re ponde pela umidade dosolo e pela água dos pãntanos:
Represa quase seca naregião de Curltlba: alémda escassez provocadapelas secas e o aumentopopulacional, poluiçãodificulta captação deágua para o consumonas grandes cidades.
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Reflorestar margens de rios é poucoNo programa governamental de
plantio de 60 milhões de mudas de árvores nativas - Mata Ciliar - com investimentos de US$ 32 milhões, sendo US$ 24 do governo estadual e US$8 milhões do Banco Mundial - existeuma ação direta de fiscalização doTribunal de Contas do Estado do Paraná. As auditorias nos convêniosobservam metas asseguradas e composição das florestas.
O plantio de 60 milhões de mudasde árvores nativas e frutíferas para contribuir com a cobertura vegetal e florestal pode não representar muita coisapara críticos dos programas governamentais ao meio ambiente, mas tratase de uma ação. Para o secretário deEstado do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, "é um programa que atinge 2milhões de hectares de remanescentesflorestais" .
Esse programa de Mata Ciliar é considerado "o maior programa mundial decobertura florestal e a meta é chegarao plantio de 90 milhões de mudas nabeira de rios, córregos e mananciais deabastecimento público de água", observa Rodrigues. O diretor da Sociedadede Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS),Clóvis Borges, diz que "a restauraçãonão é ruim, mas deveria se investir naconservação da matas nativas",
A queda-de-braço entre o governoestadual e a SPVS em relação ao meioambiente tem lances estressantes dosdois lados mas. no fundo, converge parauma preocupação única: a preservaçãoambiental. "Não conseguimos sensibilizar os políticos para a conservação dasáreas nativas", queixa-se Borges. "Estou há 25 anos vendendo geladeiras parapingüins", lamenta.
Luiz Eduardo Cheida, como ex-secretário estadual do meio ambiente, entra na discussão. "O Paraná é rico embiodiversidade, mas é tão menor quando invadem o habitat natura'''. Segundo ele, o Estado do Paraná possui 20milhões de hectares, sendo que 60%são ocupados pela agricultura, pecuária e reflorestamentos exóticos. ParaBorges, o Estado adota situações perversas em termos de conservação dabiodiversidade.
Segundo o dirigente ambientalista."o pouco dinheiro que se investe na preservação está errado". Explica: "o mauuso do dinheiro desprofissionaliza omeio ambiente e deseduca a população". Na sua visão, a questão ambiental no Paraná está na última fila dasquestões sociais.
Rasca Rodrigues infornla que o Governo do Estado já investiu perto de R$200 milhões em programas de meio
ambiente nos últimos quatro anos. Osrecursos foram canalizados para a execução de programas nas áreas de resíduos sólidos, recomposição da cobertura florestal, proteção à fauna e biodiversidade, zoneamento ecológico doestado. gestão de bacias hidrográficase fiscalização ambiental.
O secretário estadual do Meio Ambiente revela que a Fundação SOSMata Atlântica divulgou levantamento, em dezembro de 2006, que apontou uma redução de 88% no índice dedesmatamento no bioma mata atlântica do Paraná. "Dos oito estados avaliados. o Paraná foi o segundo quemais trabalhou para reduzir o de matamento nestes último cinco anos".diz Rasca Rodrigues.
A reserva de área naturais do Paraná é de 3%, endo que I% está noParque Nacional do Iguaçu e 2% naSerra do Mar. Segundo levantamento daSPVS. 10% do território estadual é nativo e em mau estado de conservaçâo.
Clóvis Borges tem. na ponta da língua, cinco razões para a perda da biodiversidade no Planeta: I) destruição deáreas naturais, 2) fragmentação de áreas(ilhamento), 3) contaminação biológica(introdução de espécies exóticas), 4)colheita seletiva. e 5) poluição do ar(mudança climática).
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EDUCAÇÃO
ensmo supenor
Paraná investe
Ensino fundamental: Estado tem 1,66 milhão de estu
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Para o ensino uperior, a previsão éinvestir, em 2007, RS 1.1 bilhão, correspondendo a quase 9% do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que será arrecadado. Issotorna o Paraná, proporcionalmente, oEstado que mais gasta com educaçãode terceiro grau, superando inclusive opoderoso Eswdo de São Paulo.
Somados, educação básica e ensinosuperior, o Paraná atingirá a cifra de R$3,64 bilhões em despesas com educação. ou mais de 30% da receila. A Leide Responsabilidade Fiscal exige que osEstado gastem 25%, no mínimo, de seuorçanlento. no item educação. Em 2006.a Assembléia Legislativa aprovouemenda à Constituição proposta pelopróprio governador Robeno Rcquião,elevando o gasto obrigatório em educação de 25% para 30% da receila brutado Estado.
Nos últimos anos, o Paraná conquis10U avanços na educação. O governo
•
Universidades estaduais consumirão em 20079% de todo o ICMS arrecadado. Avaliação dosistema aponta avanços nos últimos anos,como aumento para professores edistribuiçãogratuita de livros didáticos no ensino médio
o Paraná possui 9.292 e tabelecimentos voltados à educação básica. sendo nove federais, 2.082 estaduais, 5.137muni ipais e 2.064 privados. Segundo aSecretaria Estadual da Educação, o tolal de alunos matriculados é de2.789.527, dos quais 359.855 estão napré-escola. 1.659.903 no ensino fundamentai (I' a 8' séries), 480.527 no ensino médio. 5.205 na educação especial,189.977 no EJA (Educação de Jovense Adultos) e 48.030 na educação prolis ional.
Só para a educação básica --<Juecompreende a educação infantil, o ensino fundamental. o ensino médio, a educação especial. a educação de jovens eadultos e a educação profissionalizantede nível médio- O orçamento de 2007do Governo do Paraná prevê gastos deR$ 2,54 bilhões, o que corresponde a25% da receita. Um aumemo de R$ 490milhões em relação aos gastos do anopassado.
9% do ICMSarrecadado no
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Maurício Requião,secretário estadual
de Educação.
"O resultado [do aumentode verbas para a educação]é que 52% dos aprovados
no vestibular 2007 daUFPR eram egressos de
escolas públicas"
.:Jdantes entre a 1- e a8- séries.
estadual aprovou o Plano de Cargos eSalários dos professores, com aumentomédio de 33% em ua remuneração.Também promoveu concursos públicospara contratar 36 mil novos professores. acabando com os celetistas. Hoje oEstado po sui um total de 63.987 professores, endo 57.687 estatutários e6.300 temporários.
O Paraná foi o primeiro Estado brasileiro a di tribuir livros didáticos gratuitamente para os alunos do ensino médio. Também ampliou significativamente o número de computadores nas escola~ estaduai ,todos ligados à Internetpor banda larga. O governo retomou osJogo' Colegiais e criou o Festival deArte da Rede [nfantil, chamado de Projeto Fera, envolvendo milhares de alunos, professores e artistas.
Segundo o secretário de Educação, Maurício Requião, os encargosmensais com a folha de pagamentosaltaram, nos últimos quatro anos,de R$ 60 milhõespara R$ 110 miIhõe . "O resultadode tudo isso é que52% dos aprova-dos no ve tibular 2007 da Universidade Federal do Paraná (UFPR)eram egressos de e colas públicas",lembra o secretário.
Segundo o governo, os investimentos na educação cre ceram de R$ 99.4milhões. em 2006. para R$ 223 milhõesneste ano. um aumento de 124%. Alémda manutenção corriqueira. os recursospermitirão construir 27 novos colégios,ampliação de 40 escolas e reparos emoutros 610 estabelecimentos, além daaquisição de mobiliário. Colégios Agrícolas receberão R$ 50 milhões para refonna e ampliação dos prédios e aquisição de material.
Universalização· "No Paraná, aeducação está muito acima da média
nacional", garante Ramiro Wahrhaftig,ex-secretário de Educação durante o primeiro governo Jaime Lerner (19951998).
Para ele, o Paraná é um do poucosEstados no Brasil onde a educação éorganizada, "embora não seja excepcional", ressalva. Isto porque o Estadotem tradição de investir muito em educação.
Prova dis o é que no final dos ano90 apenas três Estado brasi leiros tinhanl o ensino médio universaJizado: SãoPaulo. Santa Catarina e Paraná. Estados importantes como Rio de Janeiro,Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Minas Gerais ainda não davam conta deabrigar na escola de segundo grau todos os adole centes. o Norte, Nordeste, Centro-Oeste, e até na região Su
deste, a mais rica doPaís, há Estados queaté hoje ainda nãoconseguir'cUIl a universalização, diz oex-secretário.
Um dos cami·nhos para melhorara qualidade da educação paranaensefoi estimular a participação da comu-nidade nas escolas.
multiplicando as A sociações de Pais eMestres (APMs). "A partir do final de98, todas as escolas tinham sua APMsparticipando e discutindo a fonnaçãodos aluno ", conta Wal1rhaftig.
Para ele, essas associações foramimportantes no desenvolvimento doPrograma de Apoio à Educação FundamentaI. financiado pelo Banco Mundial (BIRD). e do Programa de Expansão do Ensino Médio, financiadopelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIO). Estes programaspossibilitaram investimentos em infraestrutura. laboratórios e equipamentos, capacitação de professores e desenvolvimento institucional, num totalde US$ 250 milhões no oito anos dogoverno Lerner.
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No País, faltam vagas e oensino precisa melliorar
Até hoje, o Brasil não conseguiu universalizar o acesso da população aoensino médio, o que significa que nãohá escolas para todos os brasileiros de15 a 17 anos que queiram cUl1õar o segundo grau. As univel1õidades públicasainda selecionam os alunos por meio dovestibular, disputado indistintamente porpobres e ricos. A única ressalva é racial, com o sistema de cotas que privilegia afro--descendentes, criado pelo governo Lula.
Sem convencer a comunidade acadêmica das universidades federais sobre a necessidade de rever a gratuidade indisünta. o governo criou o Programa Universidade para Todos (proUni),que compra vagas de univel1õidades privadas e as oferece a alunos carentes,medida que o governo de Sanla Catarina adola há muito tempo em universidades sem fins lucrativos, com grandesucesso e economia.
Além da falta de vagas, a qualidade do ensino no Brasil é ruim. Dados do Exame Nacional do EnsinoMédio (Enem) mostram que muitosjovens terminam o ensino básico semo domínio da leilura compreensiva.Isto é: não sabem ler e compreendero que lêem. "A maioria dos alunofracassa na hora de ler e responderobjeti vameme às que tões de múltipla escolha. e não apresentam também boa argumentação na hora deredigir temas banais, como, porexemplo, o direito de votar", revelao professor Vicente Martins, da Universidade de Sobral, no Ceará. "Nosso ensino é uma fábrica de maus leilOres", acusa.
Sem saber ler e entender o que lê, oaluno eslá condenado a ser um cidadãode segunda classe. Ele perde a vontadede estudar e vai engrossar as estatísticas dos analfabetos funcionais.
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CURSO
Entidades sociais Alterações nas prestaçõesde contas de transferências
voluntárias são temas
b · de treinamentorece em tremarnento promovido pelo Te
Da esquerda para adireita: Mário Garib, técnico de Controle Contábil, Ivana Furiati,diretora de Análisa de Transferências e Agileu Carlos Sitlencourt, direlor-geral, todosdo Tribunal de Contas, durante o treinamento ocorrido em Curitiba.
tema informatizado. "O grande diferenciai desta primeira fase ê a diminuiçãoda quantidade de papéis. Muitas vezeum proces o tinha cerca de 200 volumes. Agora, a parte das prestações decontas realizada em papel é feita através do preenchimento de relatórios, tornando, já neste momento, mais ágil aanál ise das comas", revela.
Beltega explica que a imenção dessa fase de transição é preparar as entidades para, no futuro, apresentarem todas as prestações de contas por meioeletrônico. "Quando isso acontecer, osprocedimentos serão racionalizados.com foco nos resultados e nos programas governamentais. Com toda essaagilidade, haverá mais tempo para asinspeções in loco", antecipou.
A diretora de Análise de Transferências do Tribunal de Comas sugeriuao responsáveis pelas prestaçõe decontas de transferências voluntáriaa consulta freqüente ao sile do TCEpara o acompanhamento de qualquermudança.
--~""'M'N11'7\I. i) I. C"O:JI:I.~.--
DO ESTADü Dü PARA fÁ
Preenchendo as planilhas - Frederico Beltega, programador analista daDiretoria de Análise de Transferências.foi o responsável pelas oriemações relativa ao preenchimento das planilhasenviadas por meio eletrônico. Segundoo programador. as prestações de conU1S das transferências voluntárias estãoem fase de transição, com metade dasinformações enviadas por meio eletrônico e outra parte apresemada ainda empapel. Num segundo momento, loda aprestação de contas será feita pelo sis-
sos para execução de programas emparceria. "O TCE adota os procedimentos estipulados pelo Regimento Internonos casos de irregularidades na formalização e execução dessas transferências", destacou.
Com relação à certidão liberatória.único documento que pennite a liberaçãode recursos, Garib esclarece que a entidade com prestação de contas irregular,ou não cUlllpridora das diligências e decisõe do TCE. não receberá o documento.
•
ova normatização - O técnico decontrole contáhil Mario Garib orientouo participantes obre os reflexos daResolução 03/06-TC nas prestações decontas de transferências volumárias. Eleexplicou que a fiscalização do Tribunalde Contas compreende o exame da formalização, liberação e execução detransferências voluntárias, a qualquertítulo, inclusive transferência de recur-
Face à nova sistemática de prestação de contas das entidades públicas eprivadas, o Tribunal de Contas do Estado promoveu, durante todo o mês demarço, o treinamento "Procedimentosna execução e prestação de contas detransferências voluntárias à luz da Resolução 03/06, Regimento Interno e LeiComplementar 113/05". Ao todo. o técnico do TCE e tiveram em II municípios paranaenses, orientando integrantes de todas as associações de municípios do Paraná.
Durante o evento ocorrido em Curitiba, o diretor-geral do TCE. Agileu Carlos Bittencourt, afmnou que a Corte tevesuas atribuições aumentadas com o novoRegimento Interno e a nova Lei Orgânica. "Podemos. agora, conceder liminar e suspender licitaçõe . Temo novas e grandes responsabilidades. Masa missão será encarada com lodo o e forço possível". anunciou.
a mesma oportunidade, a diretorade Análise de Transferências da Casa,Ivana Furiali. informou que sua diretoria recebe prestações de contas dos 399municípios paranaenses e de cerca de5.000 entidades sociais. "Temos muitotrabalho a fazer. É necessário que municípios e entidades sociais cumpram suaparte", afimlou.
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Char BrustohnlSMCS
Da gigante Curitibaà pequena Nova Aliançado Ivaí, o TCE é um sóAtuação do Tribunal de Contas é elo entre os 399 municípiosparanaenses, da metrópole Curitiba a Nova Aliança do Ivaí,núcleo agropecuário com menos de 1,5 mil moradores
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Em Nova Aliança, o preIello Schmltz tem um """""""oque representa menos de D,2"k do de Curitiba.
Quinhento e dezesseis quilômetros separam Curitiba de Nova Aliança do Jvaí. Mas a dislância entre osdois extremo populacionai do Paraná pode ser medida por outros indicadores.
Sétima maior metrópole brasileira,com quase 1,8 milhão de habilante ,Curitiba é internacionalmente reconhecida por sua e trutura urbana, de transportes, preservação de áreas verdes(51 metros quadrados por habitante) epor ter sido pioneira no Brasil na reciclagem do lixo. O prefeito Beto Richa(PSDB) maneja urna máquina administrativa fornlada por 30.5 mil servidoree administra em 2007 um orçamentode R$ 3,058 bilhõe .
Localizada no Noroesle do Estado. numa região conhecida como Arenito Caiuá (devido à consútuiçào arenosa do solo), Nova Aliança do Ivaíabriga menos de 1.500 moradores.Segundo a mais recente estimaúva doIn titulo Brasileiro de Geografia eEstatística (rEGE). em julho de 2006eram exatos 1.436 habitantes - menos que as 1.678 funcionárias de creches contratadas pela prefeitura daCapital. a eleição de 2004, o vereador menos votado conseguiu se eleger com apena 42 voto .
Sem agência bancária, e cola deensino médio e até posto de gasolina,
ova Aliança do Ivaí é um municípiode economia rural, onde predominama pecuária de corte e a produção decana-de-açúcar. mandioca e laranja.Po sui apena duas indústria de pequeno porte: um laticínio e uma confecção. Sua sede urbana é formadapor uma avenida - a Francisco Piresde Lemos -. cortada por exata oitoruas. Para comparação: Curitiba tem8 mil ruas.
Neste ano, o prefeito de Nova Aliança do Ivaí. Adir Schmitz (PP), trabalha com um orçamento de R$ 5,285milhões (menos de 0.2% do de Curitiba). Maior empregadora do municípi.o,
a prefeitura tem pouco mais de 130funcionários.
À parte todas as diferenças. algumas emelhanças unem e ses doimunicípios. Além de estarem localizados no mesmo Estado. Curitiba e NovaAliança do [vaí exibem. por exemplo.um PIB per capira (a soma de todaa riqueza gerada dividida pelo número de habitantes) maior que a médiaparanaense. Neste quesito, o município meno populoso do Paraná superaa capital. com R$ 11.180 contra R$11.065. segundo os últimos cálculosdisponíveis, de 2004. A média e taduaI. naquele ano, foi de R$ 10.725 porhabitante.
A atuação do Tribunal de Conta do
Estado é outro elo entre as duas realidades. A fiscalização exercida sobre aaplicação dos recursos públicos e também a orientação e o treinamento promovidos pela Corte de Conta atingem.da mesma fomla, os 399 municípios paranaenses. independente do tan13nho decada um." ão importa se você trabalha para um ente público grande ou pequeno. O grau de exigência e as obrigações perante o TCE são as mesmas".resume ívea A1ve de Lisboa, conta·dora da Cãmara Municipal de ovaAliança do Ivaí.
a próx imas página . a Revista doTribunal de Contas do Paraná deta·lha as relações do Tribunal com essesdois municípios do E lado.
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Curitiba aprova prestaçãode contas eletrônica
Pelo tamanho e a complexidade desuas contas. a Prefeitura de Curitiba foium parceiro fundamental do Tribunal deContas d E tado na consolidação doSistema de Informaçõe MunicipaislAcompanhamento Mensal (SlMIAM),que revolucionou o acompanhamento daexecução orçamentária nos entes públicos. Um mutirão de técnicos e diretores dos dois órgão. a panir de 2005,possibilitou o funcionamento pleno domecani mo eletrônico.
"Os profissionais da Prefeitura e doTCE passaram madrugadas ajustandoo sistema, para possibilitar o 'diálogo'entre o SOP (Sistema de Gestão Pública), que utilizamos, e o sistema de informática do tribunal. O objetivo eramelhorar o fluxo e a qualidade das informações repas ada ", lembra o secretário municipal de Finanças, LuizEduardo Sebastiani, que coordenou oprocesso na Prefeitura de Curitiba. '"Tínhamos a determinação pol ítica de fazer e encontramos as pon.~s abertas naDiretoria de Contas Municipai para queisso acontece se". Segundo a atual diretora da DCM. Luciane Maria Gonçalves Franco, a implantação do SIMIAM em Curitiba foi a base para que oprograma funcionasse plenamente nosoutros 398 municípios do Estado.
A dimen ões da estrutura públicana Capital ão realmente um te te defogo pam qualquer sistema. Com quase 1,8 milhão de habitantes. Curitiba remmais de 30,5 mil servidore na ativa eoutros 5.6 mil aposentados. O orçamento municipal de 2007 está estimado emR$ 3,058 bilhõe - dos quais R$ 337.5milhões deverão ser investidos emobras. Algumas categorias específicasde servidores formam contingentesmaiores que a população total de muitos municípios do interior. Dois exemplos: a Prefeitura emprega 1.678 educadores de creches e 1.054 médicos.
Uma significativa parcela desse batalhão está direcionada diretamente aoscompromis o da Prefeitura com o Tribunal de Contas. as área administrativa e jurídica são 600 servidores envolvidos no processo. além de um grande número de técnicos que atuam noInstituto Curitiba de Informática (ICI).uma organização ocial sem fin lucrativos que presta serviços ao Municípionesla área.
Educação e saúde - O economistaSebastiani. que fez carreira no In titutoPamnaense de Desenvolvimemo Econômico e Social (Ipardes), con idera 2005um marco da gestão financeira em Curitiba. Por dois motivos: foi o ano em quea Prefeitura promoveu a rniglllção dosseus dado para o SIM!AM e, com isso,a administração municipal conseguiucumprir o índices constitucionais de investimento mínimo em educação (2591da receita corrente líquida) e aúde(15%l. "O sistema eletrônico nos aponta automatieamente os índices mínimosnessas duas áreas", afirma o secrelário.
A partir de ua integração ao SlMj
AM. a Prefeitura de Curitiba passou areceber do TCE as cenidões liberatórias, que permitem, entre outros procedimentos fundamentai' da administraçãopública. a obtenção de recursos e financiamentos externos, para obras e progral1la~. "Is o no deu maior tranqüilidade. A partir de 2005, passamos a obter a certidão liberatória por meios técnicos e administrativos". diz Sebastiani.
Para o secretário, o SIM!AM é hojeum sistema "culturalmente aceito. ma~em constante processo de construção".Hoje. a alimentação do sistema é feitapor todas as secretarias municipais, oba coordenação da Secretaria de Finanças. Na avaliação de Sebastíani. ele setornou um in5trumelllo auxiliar de controle externo das contas públicas.
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CURITiBAData de instalação: 29/03/1693
Área: 430.9 km2
População (2006): 1.788.559
Eleitores (2006): 1.217.263
Número de domicílios: 542.310
pm per capita (2004): R$ 11.065
Índice de urbanização: 100%
Número de servidores: 30.563
Orçamento da prefeitura
(2007): R$ 3,058 bilhões
Número de vereadores: 35
Controle. ,mtemoea
, .proxnnameta
A próxima meta da Prefeiturade Curitiba é a implantação de umsistema de controle interno da gestão orçamentária, uma exigênciaprevista na nova Lei Orgânica doTribunal de Contas do E lado. Segundo o secretário municipal de Finanças, Luiz Eduardo Sebastiani,o modelo do novo organismo seráa Controladoria, já implantada naadministração municipal e vinculada à secretaria.
A Controladoria acompanha osprocessos licitatórios e zela peloequilíbrio econômico e financeirodos contratos. Também realiza ocontrole prévio dos pagamentos eanalisa alterações contratuais e licitações em curso. "A Controladoria tem atuação independente eserá o embrião do novo sistemade controle interno", informa Sebastiani.
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oprefeito com as quatro servidoras da contabilidade: elogios do Tribunal de Contas do Estado em 2006.
Mulheres comandam contabilidadepública em Nova Aliança do Ivaí
A conlabilidade pública em NovaAliança do Iva( está na mào das mulheres. E funciona muito bem. O municípioestá no seleto grupo dos que receberam em 2006 elogios do Tribunal deContas do E tado por cumprir integralmente a agenda de compromisso .
a prefeitura, o trabalho é realizadopor quatro mulheres: a diretora do Departamento de Finanças. RosângelaMaria Freire Costa, a tesoureira MariaTereza da Silva Schmitz, e as conladoras elcy Nogueira Rena e Mirian Estrada. O prefeito, Adir Schmitz, acompanha a execução orçamentária de perto. da mesma forma que faz com a gestão dos demais setores.
"Num município pequeno como onos o, O' recursos são poucos. Por i o,tem que levar tudo 100% controlado",ensina o prefeito. que em 2007 trabalhacom um orçamento de R$ 5,285 milhões.Mais de 70% desses recursos são repassados pelo governo federal, por meiodo Fundo de Participação dos Municípios (FPM). "Aqui ninguém faz compras acima de R$ 200 sem a minha autorização", completa Sclullitz. Quando
recebeu a reporlagem da Revista doTribunal de Contas PR, O prefeito acumulava obre sua mesa 37 processosde licitação em curso.
O controle rigoroso dos gastos exercido pelo prefeito. um método que eletambém utiliza na gestão de suas trêsfazendas, onde cria gado e planta soja,facilita o trabalho da equipe contábil.Outra contribuição fundamental veio dotreinamentos promovidos pelo TCE tanto em Curitiba como em Paranavaí eMaringá. as cidades-pólo próximas aNova Aliança.
O treinamentos ajudaram a equipea se atualizar para atender as obrigaçõe junto ao tribunal, como as adequações ao Sistema de Informaçõe Municipais/Acompanhamenlo Men ai (SIMIAM). que monitora a execução orçamentária; a Pre tação de Contas Anual (PCA), e a prestação de contas detransferências de recursos do Estado eda União. A principal reivindicação daequipe é a padronização de um programa de computador para a contabilidade. que possa ser usado por todos osmunicípios paranaenses. AlUalmente, a
maioria paga aluguel desses soflwares.que são fornecidos por empresas privadas e com d.iferenças entre si.
Na Câmara Municipal, a contadoraívea AI ves de Li boa se considera
uma "faz tudo". Além da contabilidadee das obrigações com o TCE. cuida dagestão de pessoal - os nove vereadores e quatro funcionários - e da licitações. O orçamento da Casa em 2007é de R$ 375 mil. (vea considera quea implantação do IMlAM "melhorouem 100%" o trabalho do contador naadmini. tração pública. "A adaptação aoistema informatizado foi difícil. mas
hoje ele nos dá condições de acompanhar a execução orçamentária em tempo real e o volume de papé; utilizadoscaiu drasticamente. Antes. as prestações de conta tinham que ser levadasa Curitiba em umo Kombi". compara.com exagero.
Em breve, Nova Aliança do Ivaf darámais um exemplo em gestão pública.Será um dos primeiros municípios paranaenses a implantar um sistema de controle interno. uma exigência da nova LeiOrgânica do TCE.
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Emprego: costureira trabalha na RH Confecçôes, que produz jeans para várias marcas.
Educação: alunos da Escola Municipal Professora Irma Bolelta, a única escola do municfpio.
Mesmo endo a menor cidade paranaense, ova Aliança do (vaí enfrenta problemas típicos de cidadegrande. O prefeito, Adir Schmitz,aponta a falta de emprego e de moradia como os principais problemas queenfrenla. Um levaDlameDlo realizadoem 2006 constatou um déficit de maisde 100 casas. situação que está sendo amenizada com a construção de 29unidades. com recursos da Cohapar eda Caixa Econômica Federal.
Boa parte dos moradores da cidade é de bóias-frias. que atuam no corte de cana e ficam sem emprego durante pelo menos quatro meses doano. Para amenizar o problema, a prefeilura está construindo, com recursos próprio, dois barracões. ele. oprefeito pretcnde instalar uma lavanderia industrial e uma confecção deroupas, com a geração de até 100empregos.
O maior empregador privado domunicípio é a R.H Confecçõe . que fabrica calças, saias e jaquetas jeanspara várias marcas. A empresa, quetem 62 funcionários e produz entre 15e 19 mil peças por mês. se instalouem ova Aliança há cinco ano , comapoio da prefeitura. Antes de se instalar no atual barracão, funcionou durante um ano e meio no salão da Igreja Católica.
Izabel de Oliveira Galvão. atualdona da empresa. reclama da falta dequalificação da mão-de-obra. "Eumesma tenho que treinar os novos funcionários", coDla. Metade das máquinas de costura é operada por homens.
Cidadepequena,grandesproblemas
índice de urbanização: 67.6%
Número de servidores: 134
Orçamento da prefeitura em2007: R$ 5,285 milhões
Número de vereadores: 9
OVA ALIANÇA DO rvAÍData de instalação: 11/11/1961
Área: 132,1 km2
População (2006): 1.436
Eleitores (2007): 1.139
Número de domicílios: 460
pm per capita (2004): R$ 11.180
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ESTRUTURA INTERNA
OTCEPORDE oConheça o funcionamento do TCE, órgãoque fiscaliza acorreta aplicação dos recursospúblicos nos Três Poderes em todo o Paraná
o Tribunal de Comas do Estado éo órgão responsável por fiscalizar acorreta aplicação do dinheiro públiconos poderes Executivo. Legislativo eJudiciário do Paraná. Só no Executivo, esse conjunto de emes públicos éformado por 18 secretarias de Estado. 399 prefeituras, 399 câmaras municipais. 136 entidades estaduais eoutras 450 municipais (fundo. fundações, autarquia, empresas públicas,sociedades de economia mista. con. órcios imermunicipais. serviços autônomos de água e esgoto e emidadesprevidenciária. ).
Nas pre tações de contas que analisa anualmente. o TCE avalia a gestãoorçamentária, contábil, financeira, patrimonial e operacional de cada ente sobsua juri dição. O órgão tem hoje cercade 650 funcionários efeti vos e recebeanualmente 1.9% do Orçamento do Estado. O volume anual de recursos cujaaplicação é analisada pelo TCE superaos R· 20 bilhões.
Hoje um modelo nacional de controle externo entre as cones de contasde todo o País. o TCE-PR lem comometa de envolver e manter procedimentos de tiscalização que promovama aluação preventiva contra a utilização ilegal, antieconômica ou ineficazdos recursos públicos. Esse papel setornou ainda mais efeli vo a partir daimplantação da nova Lei Orgânica dotribunal.
Aprovada no final de 2005 pela Assembléia Legislativa paranaense. a LeiComplementar I13/05 começou a vigorar em 2006. junto com o novo Regimento Interno do TCE. composto por540 arugos. E ses dois instrumentos que substituíram uma legislação ultrapassada. elaborada havia quase 40 anos- mudaram a estrutura administrativada Casa e pos ibilitaram que as decisões da Cone possam ser mais rápidase efetivas.
CORPO DELIBERATIVO
Conselheiro: O colegiado é formado por sete conselheiros. nomeadospelo governo do Estado, obedecendo aseguinte composição: quatro são escolhidos pela Assembléia Legislativa e trêspelo governo estadual. sendo um delesde Iivre e colha e dois. alternadamente,entre auditores e membros do MinistérioPúblico junto ao Tribunal de Contas. Acada dois ano.. são eleitos o presidente.o vice-presidente e o corregedor-geral.
Auditores: Em número de sete. sãoos sub. titutos legais dos conselheiros emsuas faltas ou impedimentos. e podempraticar todos os atos atribuídos àqueles. O provimento do cargo ocorre pormeio de concurso público.
Ministério Público junto ao Tri·bunal de Contas: Composto por I I procuradores, sob a coordenação do procumdor-geral, tem como principal missão o cumprimento da lei em todas asdecisões tomadas pelo Tribunal. além dadefesa da ordem jurídica e do regimedemocrático. O MPjTC panicipa de 10
das as sessões do Tribunal. O provimenlO do cargo de procurador é feito pormeio de concurso público.
Presidência: Órgão respon ávelpela repre entação e direção do Tribunal e de seu erviços.
Corregedoria·Geral: É o órgãoresponsável pela inspeção e correiçãopennanel1le dos erviços do Tribunal etambém por instaurar processo administrativo disciplinar Contra servidores da
Casa. Também é responsável pelo serviço de Ouvidoria.
JULGAMENTOS DE PROCESSOS
Câmaras: A nova Lei Orgânica implantou o sistema de câmaras. responáveis pela análise e julgamento das
contas das prefeituras e câmar.t.s municipais. administração pública indireta. noâmbito estadual, e da direita e indiretados municípios. As câmaras também sãoresponsáveis pela análise e julgamentodas prestações de contas de transferências voluntárias de entidades públicas eprivadas. As sessões da Primeira Câmara sâo realizadas às terças-feiras eàs da Segunda Câmara. às quanas-feiraso
Tribunal Pleno: Órgão máximo doTribunal É responsável pelo julgamentodas contas do governador do Estado.Assembléia Legislativa, Judiciário, Ministério Público e secrelarias de Estado. Também cabe ao Pleno respondera consultas e julgar denúncia, represel1lações e recursos - ou seja, reveras decisões das cãmaras quando emgrau de recurso. Tem ainda a exclusividade de usar instrumentos de jurisprudência. como o prejulgado. a uniforrniz<1ção de jurisprudência e a súmula. parafacilitar e padronizar uas decisões. Assessões. com a participação de lodos osconselheiros. ocorrem às quinta -feiras.
CORPO INSTRUTIVO
Diretoria Geral: Coordena as atividades de nalureza operacional. técnica e administrmiva. Sua função essen-
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cial é a de secretariar o Pleno e dar cumprimento às suas decisões. mantendo oacompanhamento e controle sobre oandamento das medidas tomadas.
Diretoria de Contas Estaduais(DCE): Responde pela instrução nosproce sos de prestação de contas daentidades do Executivo Estadual, incluindo a contas do governador, dosPoderes Legislativo e Judiciário e doMinistério Público, através da consolidação dos trabalhos de fiscalizaçãorealizados pelas Inspetorias de Controle Externo.
Inspetorias de Controle E:deroo(ICE): São seis. coordenadas pelos conselheiros. à exceção do presidente. Atuam na fiscalização direta dos órgãos eentes e taduais, por sistema rotativo bienal e sorteio realizado pelo Pleno. Têmcomo principais atividade realizar auditorias e inspeções in loco. propor impugnação dos atos ou fatos administrativos irregulare e emitir relatórios quadrimestrais à DCE obre os examesrealizados.
Diretoria de Execuções (DEX):Criada pela Lei Complementar 11312005,fiscaliza a arrecadação e receita doEstado, realiza a instrução do processode homologação das cotas do ICMS eelabora os cálculos sobre o recolhimento de valores contidos nas deci õcs dasCâmaras e do Pleno. Também é responsável pela fiscalização da efetivaaplicação das sanções impostas peloTribunal.
Diretoria de Análise de Transferências (DAT): Atua na instrução dosprocessos de prestação de contas detransferências voluntárias de recursose taduais e municipais, a entidades públicas e privadas, por meio de convênios. subvenções sociais e auxOios.
Coordenadoria de Auditorias(CAD): Realiza as auditorias, de conformidade e operacional, nos projetose programas e taduais e municipais
co-financiados por organismos internacionais. Desenvolve também auditorias especiais determinadas pelaDiretoria Geral. Unidade é certificada com a ISO 9001.
Diretoria de Contas Municipais(DCI'vO: Unidade responsável peloexame das conlas dos 399 municípiosparanaenses, incluindo o Executivo. aCâmara Municipal. os fundos, fundações, autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios inte.rmunicipais.
Diretoria .Jurídica (Dijur): Emiteparecer de natureza jurídica sobre osprocessos que serão submetidos às Câmaras e ao Pleno para julgamento, subsidiando as decisões proferidas.
Coordenaria de Engenharia e Arquitetura (CEA): Subsidia e realizaauditorias em obras públicas. prestandoapoio a todas as unidades das áreas estadual e municipal. É responsável pelamanutenção do sistema de cadastramento e acompanhamento das obra noEstado. Responde. internamente, pelamanutenção e conservação do prédio doTribunal.
Coordenadoria de Planejamento(CopIan): Fornece subsídio à direçãoda Casa na formulação de suas diremze . elaborando os planos de ação anuai ,consolidando os relatórios de atividades das unidades e acompanhando ostrabalho.
Diretoria Econômico-Financeira(DEF): Execula o processo contábilfinanceiro-orçamentário, elaborando ocontrole interno. o acompanhamento dagestão fiscal e o planejamento da proposta e da execução orçamentária.
Diretoria de Recursos Humanos(DRH): Unidade responsável pelas informações. registros e contmles dosatos e fatos relacionados à vida funcionai dos servidores do Tribunal. Atua,também, nas áreas de treinamento e
capacitação para os públicos interno eexterno, e na coordenação do atendimento médico-odontológico, psicológicoe assistencial aos servidores.
Diretoria de Tecnologia da Informação (DTO: Coordena e execula asatividades de análise e programação desistemas. segurança da informação e suporte para aqui ição e manutenção deequipamentos de informática. Sub idiae real iza auditorias em sistemas, prestando apoio para todas as unidades dasáreas estadual e municipal.
Diretoria de Protocolo (DP):Tem como atribuições o recebimento,emis ão de protocolo e autuação de documentos, a expedição e o arquivo gerai de documentos de interesse do Tribunal.
Diretoria de Administração doMaterial e Patrimônio (DAMP):Responde pelo uso, manutenção e egurança dos bens móveis e da instalação predial do Tribunal. e requi ita, escritura e controla o materiais de consumo e permanente.
Coordenadoria de Apoio Administrativo (CAA): Responde pelaguarda, manutenção e controle de usodos veículos; limpeza, manutenção e vigilância do prédio do Tribunal.
Coordenadoria de Jurisprudência e Biblioteca (CJB): Tem comoambuição o erviço de biblioteca e a organização da jurisprudência das decisões do Tribunal. A divulgação dessasdecisões é feita por meio da Revistado Tribunal de Contas do Paraná.publicação oficial da Casa, editada pelaCBJ.
Coordenadoria de ComunicaçãoSocial (CCS): Sua atribuição principalé tomar públicas, por meio dos veículosde comunicação. as principais decisõestomadas pelo Tribunal. Também alua norelacionamento institucional do TCEcom a mídia.
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População ajuda a definiras políticas públicasControle Social, criado pelo TCE, incentiva a participação dos cidadãos na gestãodos municípios, com mecanismos como o orçamento participativo e os plebiscitos
Em um regime democrático. ondeé evidente a participação da comunidade na gestão das políticas públicas.o que vem se destacando é a figura doControle Social. Para o Tribunal deContas do Estado do Paraná, o Controle Social é um instrumcnto de interação popular na gestão dos municípios, com vié para orçamento part.icipativo. plebiscito e iniciativa popular nacontribuição para fiscalização do dinheiro público.
A advogada Simone Manassés Guimarães foi uma das precursoras doControle Social no Tribunal de Contas.onde saiu a campo mostrando para a
sociedade quais são seus d.ireitos, quaisos limites do administrador público e aimportância da participação efetiva dasdecisões onde o cidadão vive e trabalha, num verdadeiro exercício da democracia.
Foram dezenas de viagens ao interior, com pale tras a gestores públicose comunidade em geral, conscientizando a população da participação da sociedade nas funçôe de planejamento,monitoramento, acompanhamento eavaliação de resultados das políticaspúblicas.
"O Tribunal de Contas. conscientede sua missão de salvaguardar os prin-
cípios de moralidade e legalidade dopoder público, tem como compromissoo trabalho para uma ação realizadora.competente, perseverante e que vá aoencontro dos interesses do cidadão:'Esta tem sido a tônica de suas palestrasem tomo do Controle Social.
Entre os principais enfoques sobre oControle Social, levados pelo Tribunalde Contas à comunidade paranaense capital e interior - estão as determinaçôes contidas na Lei de Re ponsabilidade Fiscal em relação à participaçãopopular na gestão pública; o papel e osfeitos do Tribunal de Contas na municipalidade, como parecer prévio na pres-
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ocidadão fiscaliza seu dinheiro
ww\V.conlroleServiçosocial.pr.gov.br
mando-se por base a Lei deResponsabilidade Fi cal (LeiComplementar 10 I12(00). quepromoveu uma re olução naadministração pública em todasas e feras.
O Portal do Controle Socialtambém oferece ao cidadão infomlações sobre a atuação dosconselhos municipais - I"e>-ponsávei pela definição. gestão e fiscalização de políticas públicas emáreas como saúde e educação. Épossível ainda encontrar no por
tal um perfil de cada município paranaense e um resumo da atuação do TCE.
Segundo o diretor de Tecnologiada Infomlação do Tribunal, DjalmaRie. emberg Júnior, as próximas metas são incluir no portal as infom13ções de gestào orçamcntária do governo do Estado e a prestação decontas dos convênios. pelos quai ogoverno estadual ou os municípiosrepassam dinheiro para entidades.
menta eletrônica pernlite que o cidadãoacompanhe a aplicação do recursos.
Os dados dos municípios paranaenses são atualizados mensalmente, comas infonnaç.ões recebidas do Si. tema deInformações Municipais (SIM), pormeio do qual o TCE acompanha a gestão orçamentária dos entes que fiscal i7.a. No ponal. o intcmaUla tem acesso adados obre gestão orçamentária. licitações. obnls em andamento e contratos realizados pelas prefeituras. câmaras. fundos e empresas municipais. Osrelatórios de gastos são realizados to-
O direito à infonnação sobre a fomla como os gesloregastam o dinheiro público é umdos pilares da democracia e estáprevisto na Con tituição Federal, no artigo 37. Mas o cidadãosó conseguirá acompanhare fiscalizar a aplicação dos recursosse as informações estiveremacessíveis e organizadas de forma clara e didática. Esse é oprincípio do Portal do ControleSocial, mantido pelo Tribunal deContas do Estado, com o objetivo de dar instrumentos para que asociedade ajude a instituição a fazercom que os recursos sejam bem empregados.
Implantando em 2005, o portaltorna disponíveis na internet informações atualizada.. sobre os 399 municípios paranaenses e oferece linkspara o Portal da Transparência (mantido pela Controladoria Geral daUnião e com informações sobre ogoverno federal) e o Portal Gestãodo Dinheiro Público. (mantido pelogoverno paranaense). Essa ferra-
tação de contas. reg.istro dos atos depessoal. emissão de alertas e auditorianas obras públicas.
Interação· Foi fundamental ainda a panicipação de Simone Manase Guimarães na missão de dar ciên
cia do meios de informações à disposição dos munícipes: governo eletrônico, publicação dos relatório. siteBrasil Transparente; conscientizarsobre a neces 'idade e importãncia doenvolvimento na gestão municipal,além de estimular a participação popular nas audiências públicas para aelaboração das leis orçamentárias orçamento panicipativo, onde e destaca a interação entre o governo e apopulação.
" ão podemos fechar os olhos paraas dificuldades práticas que enfrentamo na aplicação efetiva do instituto damoralidade e ética pública. como princípio superior de confonnação da con·duta estatal e dos agentes públicos". observa Simone Guimarães. Segundo ela,o Tribunal de Contas do Estado do Paraná "se preocupa com o fato inegávelde, muitas vezes, a sociedade ficar marginalizada sobre as tarefas e responsabilidade do órgãos de controle do poder público, seja qual for a fase de suaexecução".
Não se nega, nos campos doutrinário e teórico. a importãncia da panicipação da sociedade na fonnulação daspolíticas públicas e no necessário controle da sua execução, salienta a advo-
gada. "Muitas vezes nos esquecemosque qualquer conceito obre ética e moralidade admini trativa parte. como todos os instituto democrático . da vontade popular e da sua noção sobre esses valore . que confonna e efetiva ochamado 'interesse público'.
"É neste caminho que pretendemosapontar um novo rumo para o comrole da administração pública: a efetivae concreta participação popular na atuação das cone de conta. poi a finalidade deste instituição nada mais édo que tutelar a gerência, a administração dos interesses e nece sidadedesta mesma sociedade". sustenta Simonc. que é diretora de Gabinete doconselheiro Fernando Augusto MelloGuimarães.
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DEX toma efetivas asdecisões tomadas pelo TCETrabalho implantado pela nova Lei Orgânica dá maior rapidez àdevolução derecursos aos cofres públicos; processos de restituição já somam R$ 222 milhões
As atribuições da DEXUma das maiores inovações institu
ídas pela nova Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Paraná foi a criaçãoda Direloria de Execuções (DEX). Suaprincipal missão é toTnar efetivas asdecisões tomadas pelo Tribunal. É elaque acompanha. por exemplo, se as sanções pecuniárias aplicadas pelo Pleno eas Cãmaras estão sendo cumpridas, naprática, pelos gestores públ icos paranaenses.
Em parceria com a Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI). a DEXdesenvolveu o Sistema Eletrõnico deRegistro e Controle de Sanções, quepermite a emissão automática de documentos e o acompanhamento da in crição em dívida ativa e a execução judicial das sanções. O resultado desse trabalho é uma maior rapidez no retomode recursos aos cofres públicos. pormotivos como a re tituição de valoresdesviados ou usados irregularmente pelos gestores. além de multas admini trativas. por dano ao erário e por infração à Lei de Respon abilidade Fiscal.A pos,ibilidade de aplicação dessasmultas é outra inovação da Lei Orgânica em vigor.
De de sua criação. em 15 de dezembro de 2005, a DEX acompanha aexecução, junto aos município paranaenses e ao governo estadual. deaproximadamente R$ 222 milhões, fruto de decisõe do TCE para as quaisnão cHbe mais recurso. A maior partedeste valor - R$ 22 Imilhões - é relativa à restituição de valore.. "Nosso objetivo é dar efetividade fts decisões do
• Manter o registro e o comrole individualizado das decisões do Pleno edas Câmaras sobre multas, re tituições de valores, declarações de inidoneidade, inabilitaçào para o exercício de cargos em comissão. proibição para a contratação com o PoderPúblico estadual e municipal e sustaçào de ato impugnado:• Elaborar os cálculos em acórdãosque estipulam multa ou restituição devalores:• Emitir cenidões de débito para inscrição em dívida ativa pelo órgão credor:• Acompanhar o parcelamento demultas:• Realizar intimações:• Regislmr baixas de responsabilidade;
Tribunal e tomá-lo uma referência nacional na área de execuções". afirmao diretor da DEX, Luiz FernandoSrumpf do Amaral.
Várias medidas adotadas em 2007ajudam a alcançar esse objelivo. Juntocom procuradores estaduai e promotores de justiça. a DEX está realizandouma série de visitas técnicas e seminários com servidores municipais e estaduais encanegados da execução fiscaldos débitos encaminhados pelo TCE. AdirelOlia também promove visitas a Órgãos fazendários municipais, procurado-
• Informar processos de celtidão liberatória:• Elaborar lista de agentes públicocom contas julgada. irregulares paraen aminhamento ao Tribunal Regional Eleitoral:• Monitorar as execuções pecwliárias e os processos encaminhados aoMinistério Público Estadual para aabertura de inquérito civil.
RESTITUIÇÃO DE RECURSOSValores em processode execução, em R$*Restituição de valores: 221.0 I milhõesMulta proporcional ao dano: 771.1 milMulta administrativa: 136.6 milMulta por infração fiscal: 29,9 mil* de 15/12105 a 11/04/07
rias regionais do Estado. vara da fazenda pública e comarcas para acompanhar o andamento das execuções judiciais e a inscrição em dívida ativa.
No biênio 2007/2008. as principaismetas da DEX são a elaboração deum manual de orientação aos municípios para a inscrição e execução emdívida ativa dos valore. a serem restituídos e o desenvolvimento de umaferramenta eletrônica que possibilitea solicitação on line de inscrição emdívida ativa dos valores a serem devolvidos ao te. ouro estadual.
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• adireta com o cidadãoabre diálogo e tira dúvidasCorregedoria eDuvidoria ajudam TCE a obter retorno da população sobre aaplicaçãodo dinheiro público eavaliar sua própria atuação ea dos seus servidores
retira dela aquela idéia de que se trataapenas de um órgão punitivo. para oencaminhamento de processos disciplinares internos.
Na avaliação de Guimarãe . Corregedoria e Ouvidoria estão em processo de estruturaç.ão. embora jáapresentem bons resultados. "Muitacoisa ainda precisa ser feita. mas jáposso afirmar que o Tribunal de Contas do Paraná está entre os mais mo
dernos e atualizado no que se refereao relacionamento da instituição coma sociedade."
o Tribunal de Contas do Estado doParaná conta hoje com dois eficazesinstrumentos para ouvir o cidadão etambém avaliar a qualidade dos serviço que presta e a forma de atuação de seus servidores. Prevista nanova Lei Orgânica do Tribunal, a Ouvidoria e a Corregedoria-Geral funcionam plenamente. com ótimos resultados.
A Ouvidoria foi implantada em outubro do ano passado, para receber denúncias. reclamações e informaçõessobre a atuação dos entes públ ico queo TCE fiscaliza e também sobre suaprópria atuação. É um canal de comunicação direta, que pode ser acionadopor telefone. cana. pela internet ou pessoalmente (veja os detalhes /la quadro uesta página).
Segundo o conselheiro FernandoAugusto Mello Guimarães. que coordena as dua estrutura, a aceitação daOuvidoria superou a expectativa. "Elae tomou um canal informal de comuni
cação com o cidadão, na medida em quenão exige a abertura de um processono Tribunal. A demanda nos surpreendeu, tanto em volume quanto na qualidade das informações recebidas". analisa Guimarães.
a avaliação do conselheiro. o funcionamento da Ouvidoria está contribuindo para que o TCE monte um planejamento estratégico mais focado nosproblemas apontados pelos cidadãos.Um levantamento concluído em março 'lpontoU. por exemplo, que a esferamunicipal é responsável por qua e 90%
COMO ENCA 1\ "AR DEMANDAS
• Atendimento pessoal. na sal.a da Ouvidoria. na
ede do TCE
• Telefone 0800 6450645
• Internet: www.tce.pr.gov.br
• Can..~
• Umas disponíveis na sede do TCE
da demanda do órgão. contra apenas6.5% da esfera estadual e 5.6% internas do Tribunal.
Corregedoria - ACorregedoria doTCE. à qual a Ouvidoria está ligada. éanterior à Lei Orgânica. mas o novoinstrumento legal reforçou o. eu papel.Ela se transformou em um canal de distribuição de informações obre as atividades e processos do Tribunal parao próprio órgão, o Poder Legislati vo ea sociedade. Segundo Guimarães. aampliação do papel da Corregedoria
AOuvidoriadoTCENAT REZA DAS
DEMANDAS
Reclamações 73%
Dúvidas 13%
Infonl1ações 9%
Críticas 3%
Sugestõe 1%
Elogios 1%
PROCEDÊ ClA
DAS DEMANDA
Municípios 87,9%
Esfera estadual 6.5'*:
Interna 5.6%
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ARTIGO
A estrutura e as funçõesdo MP junto ao TCEAngela Cassia Costaldello
o Ministério Público tomou-se. nacontemporaneidade. uma instituição essencial para a hannonização dos interesses sociais. Embora integre a estrulura estatal, ele não se volta prioritariamente à defesa dos interesses paniculares do Estado. Mais ampla, a ua função compreende a salvaguarda dos valores, direitos e interesses atinentes àsociedade civil. ainda que eventualmenteantagônico às chamadas "razões" deEstado.
Com a Constiluição da República de1988, o Ministério Público recebeu aconfonnação estrutural e funcional atual. sendo incumbido, de modo definitivo,da defesa da Ordem Jurídica, do Regime Democrático e dos Interesses Sociai.s e Individuais Indisponíveis, além deoutrdS importantes funções institucionaisdelineadas pelo art. 129 do texto magnO. Até 1988, para exemplificar. cabiaao Mini lério Público Federal uma dupla ocupação, como fiscal da lei (CLlStos legis) e como advogado dos interes es da Fazenda Federal.
O elenco de atribuições e de funçõessocialmente relevantes conferido aoMinistério Público pela Constituição seanlpliou ainda mais com a institucionalização do Ministério Público jLlnlO aosTribllnais de Con/(/s' . A part'ir dessacircunstância, lomou-se possível sustentar que ao Ministério Público junto aoTribunal de Contas foranl atribuídos fundamento e slatLlS constitucional. aindaque com funções mais específicas e circunscritas que as lípicas do MinistérioPúblico em geral.
No ESlado do Paraná, a Lei nO5.61511967 dispôs sobre a con tilui-
Olhos voltados paraum horizonte dedemocracia edeconcretização plenados direitos do cidadão
ção, competência e assuntos afin atinenles ao Tribunal de Contas Estadual. Neste instrumento normativo. jáhavia a previsão de membros do Parqllet integrando a Corte de Contas' .De acordo com o artigo 12, o Ministério Público era representado pelaProcuradoria da Fazenda jlllllO aoTribunal, eomo órgão auxiliar da fiscalização orçamentária e financeira,representando a Fazenda Pública perante o Tribunal. Naquela época. osprocuradores atuavam tal como o Ministério Público Federal. isto é, tanlOcomo represenlantes da Fazenda,quanlo como fiscais da aplicação correta da legislação.
Na década de 80, por meio de provimentos internos do TCElPR, a nomenclatura Procllradoria da Fazenda jllll10 ao Tribllnal de COl1/as foi substituída pela tenninologia Procuradoria doEstado jUl1/o ao Tríbunal de COl1/as,a qual, novamente, já no final da década de 90. acompanhando expressão debase constitucional, passou a receber adesignação de Millistérío Público jUlltaao Tribunal de COl1/as.
O desenho institucional deste Ministério Público é peculiar, como consta naementa do Acórdão da ADln 789, proferido pelo Supremo Tribunal Federal,segundo o qual "0 Ministério Públicojunto ao TCU é instituição que não integra o Minislério Público da União". Essa
decisão deu ensejo ao reconhecimenlodos Ministérios Públicos junto às Cortes de Contas estaduai , em sub tituição às antigas procuradorias do Estadojunto a esses tribunais especiais.
Pela dicção e sentido da Constituição da República, o Ministério Ptíbli·co jLllllo ao TribLlnal de Contas é umainstiluição autônoma em face do Ministério Público comum, da União ou dosEstados, ou seja. possui uma configuração jurídico-institucional própria, de forma que o ingresso nos seus quadros sefaz por concurso público específico e asua organização, aparelhamento e direção lhe são próprios.
Assim sendo, a sua estrutura deriva das funções específicas des e Ministério Público, que, no Estado do Paraná é integrado por onze procuradores. sendo chefiado por procuradorgeral escolhido pelo governador doEstado em lista lríplice formada entreseus membros. para mandato de doisanos. Dentre outras, competem aoMinistério Público junto ao Tribunal deContas, em sua missão de guarda dalei e fiscal de sua execução, a seguintes atribuições:
(i) promover a defesa da ordemjllrídica, do regime democrático edos interesses sociais e individuaisindisponíveis, requerendo as medidas de illleresse da Jllstiça, da AdmilJislração e do Erário; fii) comparecer às sessões do TribLlnal edizer do direito, verbalmente 011 porescrito, em todas os processos sujeitos à deliberaçcio do Tribllnal,sendo obrigatária a slla manifestaçõo sobre preliminares e sobre omérito. nos processos de consu/la.incidentes. prestaçcio e tomada de
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COlllas, nos concernentes à fiscalização de atos e COl/lratos e de apreciação dos atos de admissão depessoal e de concessão de aposelltadorias, reformas e pellsões, bemcomo "as denlÍncias e representações: (iii) mani[es/(lr-se em recursos e pedidos de rescisüo de julgado. bem como nos incidentes de uniformização de jurisprudêllcia, ill-
cidell/e de illcollstilllciollalidade e110 formação de prejulgados e elltelldimelltos sumulados; (iv) velarsupletivamellle pela execução dasdecisões do Tribunal. promovelidoas diligêllcias e atos lIecessáriosjUll/o às autoridades competellles,para que a Fazellda Pública receba importâncias atinentes às lIIullas, alcance. restituição de quanli-
as e Oll/ras imposições legais, objeto de decisüo do Tribunal.
Eis, portanto. os papéis essenciaiscominados aos membro do Parquet deConta~, aos quais se acrescentam, paraalém das funções de custos legis, dedefesa dos princípios republicanos, dosprincípios regentes da AdministraçãoPública e de preservação dos interesses públicos, a promoção dos direitosfundamentais sociai .
Na atualidade, os Tribunais de Contas e, por conseguinte, os MinistériosPúblicos junto a eles, detêm papel imprescindível para a concretização dosdireitos fundamentais sociais pela Administração Pública, uma vez que estesdireitos, para serem efetivados, dependem da alocação de grande quantidadede recursos e o controle da sua aplicação constitucionalmente adequada representa atribuição característica destas instituições.
Vê-se, portanto, neste curto trecho,a ainda breve, mas já profícua trajetória percorrida pelo Millistério PÚblico jUllto ao Tribunal de Comas.Vislumbra-se, igualmente, o longo caminho ainda a ser trilhado, com osolhos voltados para um horizonte dedemocracia e de concretização plenados direitos do cidadão.
No Estado do Paraná, a marchadeste Ministério Público em direção àrealização da sua missão institucionalencontra norte e orientação no percurso histórico do próprio Tribunal deContas, que, neste ano, completa 60anos de atuação na preservação doordenamento jurídico, no qual a legalidade e a justiça caminham juntas,lado a lado. tal qual o Ministério PÚblico e o Tribunal de Contas.
Angela Cassia Costaldello éprocuradom-geral do Ministério Públicojunto ao Tribunal de Contas do Paraná.
,Ainstitucionalização do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas ocorreu pelo artigo 130da CF/88.'É de se notar que, desde oDecreto 2.409, de 23 de dezembro de 1896, em seu art. 81, estão pre5Cf~as as funções eocampo das atribuições dos integrantes do MinistérioPúblico que atuavam junto ao Conselho eTribunal de Contas da União, nos seguintes termos: "O Representante do Ministério Público éogUB!da da observância das leis fiscaisedos interesses da Fazenda perante oTribunal de Contas. Conquanto represente os interesses da PúblicaAdministTaçáo, náo é todavia delegado especialelimitado desta,antes tem personalidadeprópria eno interesse da lei, da justiça eda Fazenda Pública tem inteira liberdade de açáo".
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RECURSOS HUMANOS
A nova ordem jurídicadas licitações no ParanáSeminário orienta servidores sobre as novas leisestaduais para as micro epequenas empresas eparalicitações, contratos administrativos econvênios
visão legal para o tratamento diferenciado. Deve haver previsão expre sa de se tratamento, de suas prerrogati as eprocedimentos, nos in U1Jmento convocat6rios do cename.
Orientar o servidores da esfera estadual sobre as alterações ocorridas naslei que direcionarão os processos licilatórios no Paraná. Este foi o objeti 1'0
do seminário" A nova ordem jurídica daslicitações do Estado do Paraná". promovido pelo Tribunal de Contas. no dia5 de março. Na abertura do evento, opresidente do TCE, conselheiro NestorBaptista. declarou que o seminário erao primeiro evento de sua gestão. Mas oprimeiro de muitos. "E.<te ano o Tribunal de Contas completa 60 anos. Seráum aniver ário comemorado eom muilOS treinamento ", antecipou.
A nova lei das microempresas eempresas de pequeno porte - O consultor jurídico da Casa. Edgar AntonioChiurauo Guimarães, mestre em Direito Administrativo, falou sobre a< mudanças ocorridas com a Lei Complementarn° 123, de 14 de dezembro de 2006. queinstitui tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequenopone. Em sua opinião, a lei provocou.em apenas ete de seus artigos (do 42ao 49), verdadeiros estragos no processo licitatório. "As benes es conccdidasa estas categorias de empresa não respeitaram os princípios da isonomia e daigualdade", acredita.
A seu ver. o primeiro aspecto polêmico da lei é quanto ao seu conceilo demi.croempresa e empresa de pequenopone, que conf1ita com os definidos pelaLei 9.84 I/99 - conhecida como o esta-
lUto desse gmpo . com validademéOI/07/07. "A LC n° 123 define microempresa aquela com receita bruta anualigualou inferior R$ 240.000,00 e empresa de pequeno pone a de receila bmla igualou inferior a R$ 2.400.000,00.Já a Lei 9.841/99 estabelece os parâmetros de R$ 244.000,00 para microemprcsa e superior a R$ 244.000,00 einferior a R$ 1.200.000.00 para a depequeno pone. As opiniões dos juristasestão divididas sobre qual deve prevalecer na hora da licitação", revela.
Outro ponto gerador de controvérsias. na opinião de Guimarães, diz respeito à po sibilidade dessas empresas participarem de certames Iicitat6rios. mesmo com irregularidades em sua habilitação fi cal. tendo a prerrogativa desanear o defeito durante o processo.Para iluslrar a situação, citou comoexemplo uma licilação nde, de um lado.tem-se uma grande empresa oferecendo preço de R$ 100.000.00, mas, porproblemas na habilitação fiscal, já eliminada. De outro, uma microempresaofenando preço de R$ 120.000.00. também com problemas na habilitação fiscal. mas com a possibilidade de saneálo prevista na lei. Pelo tratamento diferenciado oferecido pela LC n° 123. amicroempresa. mesmo com seu preçomaior. será a contrat'lda. "Es as distorções farão com que a admini traçãopública pague mais em função desta LeiComplementar". critica Guimarães.
Em sua opinião. não basta haver pre-
Normas para licitações no Es·tado do Paraná - A Lei Estadual n°15.340. de 22 de dezembro de 2006,que fixa critérios para licitações. contratos administrativos e convênios noParaná. também foi enfocada noevento. A procuradora-geral junto 'lOTCE. Angela Cás i'l Costadello, falousobre as inovações trazidas pela novalei, explic'lndo que ela contempla asmudanças lecnol6gic'ls surgidas nosúltimos anos. como a modalidade pregão eletrõnico, com o e labelecimento de regras mais claras e padronizada para o seu uso.
Segundo Angela, a principal mudança inserida pela Lei Estadual é ainversão da fase para toda as 010
d?lidades. Na prática, is o significaque, numa licitação. O primeiro critério para definir as empre a c1assifi·cada no processo será o preço porelas apresentado (para venda do pro·duto ou oferta do serviço). e não osdocumentos para habilitação. '" soeconomiza tempo, já que s6 as empresas classificadas passarão pela etapa de comprovação de habililação.Assim. deixa-se de "perder tempo"com a análi e de documenlos de empre as que, mais adiante, não apresentarão preço competitivo ". destaca.
Angela mencionou, ainda. outrosnovos pontos da lei. como regras pr6prias para pregão eletrônico e " possibilidade de leilão público para a vendade bens m6veis e im6veis.
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RECURSOS HUMANOS
Investir em qualificaçãotem retomo garantidoTreinamento de servidores epúblico externo torna mais eficaz o trabalho doTribunal emelhora a qualidade da aplicação dos recursos públicos
o Tribunal de Contas do E ·tado doParaná está investindo cada vez maisna capacitação. tanto de seus funcionários quanto dos profissionais que trabalham para os entes público por ele fiscaliz.1dos. Os seminários. curso, treinamentos e palestras promovido abrangem desde as obrigações previstas nanova Lei Orgânica da Corte de Contasaté o aprofundamento sobre aspectosda legislaçâo.
Para o presidente do TCE. conselheiro Nestor Bapti ta. O investimemoem capacitaçâo contribuiu tanto paramelhorar a qualidade da aplicação dosrecursos públicos como para auxiliargestores e técnicos dos ente fiscalizados a cumprir sua obrigaçõc como tribunal. "Boa parte da desaprovação nas prestações de contas é ocasionado por erro formais. Com ostreinamentos. auxiliamos os ge ·toresbem intencionados e tornamos maisefetivo nosso papel fiscalizador". afirma Baptista.
Em 2006. o TCE promoveu 55eventos dirigido' a seus jurisdicionados. que atraíram 8.654 profi sionais,de todos o municípios paranaenses.O en antros são promovidos em Curitiba e nas principais cidades-pólo doInterior e têm como público-alvo servidores municipais e estaduais dasáreas financeira. contábil e de informática, além das comissões de licitação em órgãos estaduais, prefeiturae cãmaras municipais. No mesmoperíodo, foram realizados 19 cursosinterno, que beneficiaram 1.138 ser-
Presidente Nestor Baptista: Investimentosem capacitação com cursos e seminários.
vidores -como o tribunal tem 650 funcionários, isso significa que muitos profi ionais participaram de vários treinamento durante o ano. Um total deI 10 ervidores participou de eventosexternos de qualificação em 2006, muitos dele fora do Paraná.
Em 2007. o TCE já programou 48eventos. o primeiro trimestre. osprincipais focos dos treinamelllos foram a Lei Estadual 15.340/06. que alterou norma para as licitações noEstado; a implantação do Fundo deManutenção e Desenvolvimento daEducação Básica (Fundeb) pelo governo federal e a prestação de contasde convênios. a partir da Resolução03/06. Exigência da nova Lei Orgânica do TCE, essa resolução estabeleceu uma nova sistemática para a apresentação das contas de transferências voluntárias e criou um plano anualde fiscalização dc entidades que recebem recursos públicos.
O seminário sobre esse tema realizado em Cascavel, em 21 de março, éum bom exemplo da aceitação dos programas de capacitação. O evento atraiumais de 600 participantes, de órgãospúblicos e empre'as privadas que, alémda orientação sobre os procedimentospara a prestação de contas de convênios, conheceram melhor a Lei Orgânicae o Regimento Interno do TCE.
Outra determinação da direção doTCE neste ano é a intensificação dasvisitas técnicas para orientar funcionários das prefeituras a preencher corretamente as prestações de contas eletrôn.icas bimestrais por meio do Sistema de Infonnaçõcs Municipais -Acompanhamento Men ai (SIM-AM). Pelosistema, as prefeituras enviam o Relatório de Ge tão ao TCE e a ausência,o atra o ou incorreçõcs no relatóriospodem resultar em multa e até desaprovação das contas anuais.
Para evitar a ocorrência de errosfomlais nesse processo, o TCE criouO programa "Pas o a Passo com oMunicípio". Técnicos do tribunal visitam os principai municípios do Estado. para esclarecer dúvidas obre osistema. O atendimento é personalizado, com hora marcada. Segundo adiretora da DCM (Diretoria de Contas Municipais). Luciane Maria Gonçalves Franco, o programa nasceu deforma e pontânea. Muitas vezes, ostécnicos do TCE. em visita às prefeituras. eram convidados a explicar opreenchimento e o envio das informações através do SIM-AM.
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OBRAS PÚBLICAS
Recurso externo,fiscalização in wco
TCE faz auditoriasem programas querecebem recursos
internacionais
o Tribunal de Contas do Paraná éum importante aliado na fiscalização sobre a correta aplicação dos recursos enviados ao Estado por organismos internacionais. O TCE está credenciado peloBanco lnteramericano de Desenvolvimento (BIO) para a realização de auditoria em programas. tanto do govemoestadual como dos municípios paranaenses, financiados com dinheiro vindodo exterior.
"A auditoria é uma exigência do organismo financiador, para que ele possa acompanhar o andamento do programa e confirmar a boa aplicação do recurso", explica Valter Demenech, coordenador de Auditoria do TCE. O'técnicos da Coordenaria de Auditorias(CAD) receberam treinamento do Banco Mundial para executar o trabalho.
Segundo Demenech. os órgãos públicos que recebem financiamento internacional podem optar entre a auditoria realizada pelo TCE, que é gratuita, ou contratar uma empresa privada para realizar o serviço. A constatação de irregularidades pelas auditorias resulta em questionamento dasdespesas e encaminhamento de relatório à Inspetoria respectiva (quandoo ente sob fiscalização é um órgãoestadual) ou à Diretoria de ContasMunicipais (DCM), para a tomada deprovidências.
Atualmente, a CAD é responsávelpela auditoria de seis programas, cincomantido pelo governo do Paraná e umpela Prefeitura de Curitiba. Os programas estaduais fiscalizados são ParanáUrbano, Paraná 12 Meses, Programa
de Expansão, Melhoria e Inovação noEnsino Médio do Paraná (Proem), Proatlântica (de conservação da mata atlântica) e Paraná Biodiversidade. Essesprogramas recebem recursos do Banco Mundial (BID), Banco lnteramericano de Desenvolvimento (BIRO) e doKFW, urna cooperativa de bancos alemães para financiamentos na área ambiental.
A coordenadoria também audita oprograma de transporte urbano da capital. financiado parcialmente pelo BID.De acordo com Demenech, outras prefeituras paranaenses estão pleiteando financiamentos jUlHo ao BID. ACAD temuma equipe de 15 funcionários, formada por técnicos de controle contábil, econômico e administrativo, assessor jurídico e técnicos de nível médio.
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TCELEI ORGÂNICA
• Acna camaras para~..............--.....".ar julgamentosCom as duas Câmaras eo novo Regimento Interno, o Tribunal de Contasdo Paraná dá mais transparência aos processos que tramitam na Casa
oPlenário do Tribunal de Contas do Paraná em sua alual composição.
Uma das maiores conquistas do Tribunal de Contas do Estado do Paranáem sua trajetória de 60 anos foi a aprovação, em 2006, pela Assembléia Legislativa, da nova Lei Orgãnica, quedisciplina e rege o funcionamento e a estrutura hierárquica administrativa daCorte de Conta. Com a nova lei, o Tribunal de Contas instituiu novo RegimentO Interno, que agiliza e dá transparência aos processos que tramitam na casae efetividade às sua decisões.
Dentro de um contexto de modernização do Tribunal de Contas e de suaadequação ao modelo con titucional,cuja missão é o julgamento das contasdos gestores da receita do Estado doParaná e de eu 399 municípios, a LeiOrgânica e o Regimento Interno revolucionam as ações que reservam suami são. Um dos pontos de de taque foia criação da Primeira e da Segunda Cãmara.
A medida garante maior celeridadeao julgamento de processos, passandoo Tribunal de Contas do Paraná a tertrês essõe semanai de julgamento.Tudo com prazo tanto para a atuaçãodo relator dos processos e do Ministério Público junto ao Tribunal. Apartir donovo Regimento Interno, passa a serfeito na Diretoria de Protocolo o sorteioeletrônico de relator, que passa efetivamente a presidir a instrução dos procesos a ele distribuídos.
Sanções e multas - O RegimentoInterno, ao lado da Lei Orgãnica, prevê a forma de aplicação das sanções e
multas, sua instrumentalização e osmecanismos de controle. Destaca-setambém a disciplina das medidas cautelares com o objetivo de prevenir danos ao erário e garantir a efetividadedo julgamento final. sob a orientaçãojá adotada pelo Tribunal de Contas daUnião. ratificada em decisões do Supremo Tribunal Federal.
Todos os aIos praticados pelo relator, inclusive quanto ao inteiro teor dasdecisões, erão publicados. como forma de transparência dos processos. Apartir de agora, a motivação das decisões, obrigatória em face de preceitoconstitucional, será pane integrante dosacórdãos e decisões monocráticas, quepassarão a ser publicados, na íntegra,no periódico Atos Oficiais do Tribunal de Contas do Estado do Paraná.
Foram criados, a partir da lei Orgãnica e do Regimento Interno. incidentes de uniformização de juri prudência, prejulgados e súmulas, Es esinstrumentos têm como objetivo darcoerência e consistência aos entendimentos reiterados do Tribunal Pleno e das Câmaras, publicando-os.com benefícios para todos os jurisdicionados, que passam a ter conhecimento prévio da orientação do Tribunal de Contas, para direcionamentoS de suas atividades no âmbito desua gestão.
Ainda como destaque, dentro dosavanços e modernização do Tribunal deConta~ do Paraná. a Lei Orgânica detennina que o mandato do presidente,vice-presidente e corregedor-geral, passa a ser de dois anos.
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Herrnas Brandão assume ecompleta colegiado do TCEEx-presidente da Assembléia Legislativa, o novo conselheiro diz que daráprioridade àorientação dos entes fiscalizados para evitar punições desnecessárias
o novo conselheiro acumula experiência e saberá executar O direito". O aud.itor Jaime Tadeu Lechinski destacou oconhecimemo que Brandão pos ui sobre a realidade paranaen e. Para o conselheiro Heinz Georg Herwig. sua maior qualidade é a vocação para o diálogo. Já o vice-governador Orlando Pessuti lembrou as lutas políticas que conduz.iu ao lado de Brandão nas últimasdécadas, "Chegamos juntos à Assembléia. em 1983. O Hermas ajudou aconstruir um Paraná melhor:'
:ao.oex-deputado Brandão, durante a solenidade de posse: conhecimento administrativo.
Ao iniciar sua jornada no TCE. onovo conselheiro declarou que dará prioridade à orientação dos entes fi calizado pela Corte. "A boa orienlaçãopode evilar o mal que a punição apenaremedia". acred.ita.
A carreira polílica e o conhecimentoadministrativo de Brandão foram lembrados por todos que discursaram durame a cerimônia de posse. A procLLradora-geral do Ministério Público junloao TCE. Angela Cássia Costaldello. atirmou que "como advogado e legislador.
o COrpo Deliberativo do Tribunal deContas do Estado ficou completo coma posse, no dia 5 de março, do deputadoHermas Brandão no cargo de conselheiro da Casa.
Depois de prestar juramento. noqual se comprometeu a cumprir e fazer cumprir as leis e as constiluiçõesEstadual e Federal, Brandão, que passa a integrar a Segunda Câmara de julgamento de processos do TCE, recebeu as vestes talares de sua esposa,Ana Martins Brandão. na presença dasprincipais autoridades dos Três Poderes do Estado entre elas: o vice-governador Orlando Pessuli: o presidente da Assembléia Legislativa. NelsonJustus: o presidente do Tribunal de Ju tiça, Jo é Anlonio VidaICoelho: o subprocurador-geral de Justiça do Estado, Luiz Eduardo Trigo Roncaglio: ovice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci; além de deputados estaduai , federais. prefeitos e vereadores.
Para Brandão, sua nomeação parao cargo de con elheiro do TCE coroauma carreira de 45 anos como erventuário da Justiça e 30 como ocupantede cargo públicos (foi prefeito de Andir:!. no Norte Pioneiro. e deputado estadual por seis mandato ). "Já cumpriminha missão como político e erventuário da Justiça. Agora encaro e se novodesafio. de servir a corte de contas maisbem preparada do País. com profissionais altamente capacitados'". afirmou.
Ele ocupa a vaga deixada pela mortedo conselheiro Quiél. e Cris6stomo daSilva. ocorrida em fevereiro de 2006.
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meu lIome a partir de agora.Porque aconselhar é colocar
a serviço do bem de todos aexperiêl/cia que awmulei.
Mais que punir - o que farei,quando necessário -, VOII
oriemar. Porque a boaoriemação pode evilllr o mal quea pUl/ição apel/as remedia.
O que se fa: neste Tribul/alreperclI/e em todo o Paraná. OsPoderes, estaduais e mlmicipais.estão sob o Crivo das leis queeste Tribul/al deve fazer cumpri!:
O dinheiro que é de todos, dosimpostos recolhidos dos cidadãose da produção. pede zelo ecorreção.
Apel/as isso justificaria a"ossa existência.
Mas, também por isso, cabelembrar que o bem maior que umhomem possui é o seu nome. Eaqui, qual/do jl/lgamos comas. oque está em julgamento sãoreputações.
Vou também me acol/selhar commel/S pares. de cuja experiência,para além da amizade. me servireicom humildade.
Aos que me conhecem. nãopreciso lembrar que a mil/haporta estará sempre aberta.
Porque é assim que gosto.Porque não sei trabalhar de
outro modo.Porque acredito que é
conversando que encaramos osdesafios.
Estou certo do quamo há porfaZe!:
Estou seguro da minhacapacidade em realizar.
O que assumo hoje, mais queo cargo. é II/I/a missão.
Comem comigo, hoje esempre.'
E vamos ao trabalho, com asbêl/çiios do Criador!
Muito obrigado!
serventuário da lustiça, função queme hOl/rou por mais de quatrodécadas.
Fui servenlllário do lustiçamuito antes do meu priJlleiromandato eletivo. como prefeito.Continuei sen'elltuário mesmodepois de el/cerrado meu últimomandato como deputado.
Ali. 1/0 cartório de Andirá. 1/0
função da qual me retirei poucosdias atrás, eu começara a sen'ir àociedade.
Tomei gosto pelo trabalho, meem'olvi com a comuI/idade, ajudeipessoas, deitei raízes. compreendi aforça que a ul/ião traz, descobriminha vocação, me encontre; commeu destino.
Prefeito. depullldo eSllldual,secretário de Esllldo. presideme daAssembléia Legislativa. em cadafUl/ção que exerci. procurei servir.
E servi.E é esse semimento. o de poder
servir ao bem maior da sociedade,que me 1rouxe até aqui.
Quera que todos saibam. paraque não reste dÚI'ida. do meuorgulho em assumir esta fUl/ção.
Fui eleito pelos meus pares,depullldos e deputadas eSlllduais,por unanimidade. Fui col/firmadopelo govemador Requião, a quemme ligam laços de respeito eproful/da cOl/sideração.
Vou hOl/rar a confiança de todosvocês como conselheiro do Tribunalde Comas do Paraná.
Somos sete, apel/as sete, o quedá a dimel/são da nossarespol/sabilidade. Mas somostambém muitos! Auditores. técl/icos,profissionais da.' mais variadascompelêncitls que mantêm elevadaa bal/deira da tral/sparêl/cia efazem a gral/deza desta Casa I/OSseus 60 OI/OS de existêl/cia.
Serei conselheiro. sim' E tomareiao pé da letra o tíllllo que amecede
"O sentimento de seIVirme trouxe até aqui"odiscurso de posse deHermas Brandão comoconselheiro do TCE
O caminho se faz aocaminhar.
Há exatos trillta (lIIOS, lia
minlra peq/lel/a AI/dirá, e/l davao primeiro passo na caminhadaque me traria até aqui.
E hoje, o que meus olhos memostram. nesta Casa que merecebe, siio companlreiros dessajornada, familiares, amigos.irmãos.
Minlra gratidão a cada /Im de• Ivoces.
Minlra gratidüo profllnda emeu reconhecimento a você, Ana,mil/ha esposa. nuie dos mellsfillro .... q/le faz do s/la vida /Imexercício permanente de doaçãoli família!
A I'ocês, me/lS fillros. I/ora egenros, e aos fillros dos meusfillros. o carinlro de um pai e avôcuja vida. de m/lilO traballro erenlÍncia pessoal, procllroll sersempre uma referêllcia!
Começo, neste dia, lima novaetapa em mil/ha jornada.
Sempre acreditei qlle otraballro dá semido para aexistência humana.
Somos o resllltado do q/lefazemos.
Tenlro muito org/llho dasminhas primeiras memórias deinfâl/cia. aos sete anos, qllandocomecei a ajudar meu pai no seuCanório em AI/dirá.
Naq/lelas lidas diárias, q/leocupavam meu tempo juntamentecom a escola, pude conviver commell pai. q/le perdi ail/da jovem,e com ele aprendi o valor daética do trabalho.
Anos mais tarde, presteiconcurso e me tornei
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Oáudio Canha preenche asétima cadeira de auditorAdvogado curitibano, aprovado em concurso realizado em 2003, tomou posse em 15de março; ele ocupa vaga criada com aaposentadoria de Marins Alves de Camargo
Cláudio Augusto Canha é o novoauditor do Tribunal de Contas do E tado. Ele tomou posse no dia 15 de março, durame sessão plenária dirigida pelopresidente do Tribunal. o conselheiroNestor Baptista. Com a posse de Canha e do Conselheiro Hermas Brandão,esta ocorrida em 5 de março, o corpodeliberativo do TCE chega completo noano em que a corte de comas comemora seis décadas de fundação.
Em número de sete. os auditoressão os substitutos legais dos conselheiros em uas faltas ou impedimentos, por motivos de férias. licenças ouafastamemo legais. De acordo coma Lei Orgãnica do Tribunal, é funçãodo Auditor presidir a instrução dos proce sos que lhe são distribuído, relatando-os em plenário, com propo ta de
Cláudio Canha, novo audnor doTribunalde Contas do Estado: aprovado emconcurso em 2003.
deci ão a ser votada. O provimentono cargo ocorre por meio de concurso público.
Curitibano, Cláudio Canha formouse em Direito pela Universidade Uniplan, de Brasnia. Foi funcionário decarreira do Tribunal de Contas daUnião (TCU), sediado no Distrito Federal. Ele havia sido aprovado emquinto lugar no último concurso paraauditor promo ido pelo TCE-PR, em2003. Canha ocupa a aga aberta coma aposellladoria do Auditor MarinsAlves de Camargo.
Com a posse de Canha e HermasBrandão. as sessões do TCE voltama ter '1"01'"111 completo. O que nãoocorria há algum tempo. O fato foidestacado pelo presidente durallle aolenidade.
opapel daAuditoria no Tribunal de ContasAuditoria é o instrumemo
de fiscalização utilizado peloTribunal de Contas para oexame objetivo e sisremáticodas operações financeirasadministrativas e operacionais.efetuado posteriormente à suaexecução com a finalidade deverificai; avaliar e elaborar umrelatório que cOll/enhacomell/ários, conclusões,
recomendações e. no caso deexame das demonstraçõesfinanceiras. a correspondenteopinião.
As auditorias são realizadascom a .finalidade de examinar alegalidade e legitimidade dosatos de gestão dos responsáveissujeitos a sua jurisdição quantoao aspecto contábil, financeiroorçamentário operacional e
parrimonial.É de sua responsabilidade
também avaliar o desempenhodos órgãos e emidadesjurisdicionados assim comodos sistemas, programas,projetos e atividadesgovemamemais, quanto aosaspectos de economicidade,eficiência e e.ficácia dos atospraticados.
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MENSAGENS
Autoridades destacamos 60 anos do TCE60ANOS DE EFICrnNCIA
Os 60 anos do Tribunal de Contas do Paraná precisam ser comemorados portodo. n6s. Os paranaenses devem ao TC seis décadas de vigilância com a coisapública O Tribunal é hoje um dos instrumentos mais eficientes de que dispõe asociedade para controlar a admini tração estatal. Com que pese o esforço enormedos detralore do Estado, que querem-no ver diminuído e apequenado diante dointeresses do mercado, ne ses últimos 60 anos a administração públ ica mudoumuito, tomou-se mais complexa, viu ampliada suas responsabilidades. E o nossoTC acompanhou es a evolução, aperfeiçoando as ferramentas de controle.
E cssa vigilância não se resume simplesmente em um exercício contábil, emcontas de somar e diminuir. Vai além. O TC se ocupa também em medir a eficiência da ação do administrador público. Afinal. a boa gestão, os bons resultados deprogramas e ações também têm a ver com a ética, com a moralidade, com alegalidade. Aos Conselheiros, aos Auditores. ao conjunto dos funcionários do Tribunal de Contas, o cumprimento do Governo do Paraná pelos 60 anos. Às gera-ções sucessivas de profissionais competentes que. ao longo desta h.ist6ria implan- Roberto Requlão, govemadordo Paraná.laram e executaram mecanismo eficientes de vigilância da administração pública.os agradecimento do paranaen es. Meus votos ão para que o Tribunal de Con-tas seja sempre assim. como foi em 60 ano .
ORIENTARE FISCALIZAR
O Tribunal de Contas do Paraná chega à idade madura. completando 60 anosde existência. com amplo saldo de bons serviços prestados ao Estado e à comunidade. É, por isso mesmo, um fato que merece destaque dianle da importânciae do relevante papel da Corte de Contas no contexto da administração públicaestadual. Orientar e fiscalizar são larefas que lhe cabem. no sentido de zelarpelo bom uso do dinheiro público do Estado e do. 399 município paranaenses,em complemento ao Poder Legi lativo. Se essa já era sua missão precípua, aação fiscalizal6ria do Tribunal de Contas ganhou ainda maior amplilude com oadvento da Lei Complementar nO 101, de 4 de maio de 2000. a chamada Lei deResponsabilidade Fiscal.
No Paraná, essa espinhosa tarefa vem sendo cumprida com muito empenhopelo Tribunal de Contas. através de permanente atividade não apenas fiscalizadora. mas obretudo de orientação dos respon áveis pela administração pública. Esempre com o propósito de fazer com que os cerca de R$ 20 bilhões movimentados por ano, no ESlado, tenham correta e legal aplicação.
Órgâo prestador de serviços por excelência. o Tribunal de Contas do Paranámerece, com certeza, o apoio e a confiança de lodos os 6rgãos e Poderes doEstado, dentre os quais se inclui nalUralmente o Tribunal de Justiça.
José Antonio VidaICoelho, presidente doTribunal de Justiça do Paraná.
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PLURALIDADE E AVANÇOS
Milton Rlquelme de Macedo,Procurador-Geral de Justiça.
O Tribunal <.Ie Contas do Estado doParaná é um perfeito "filtro das contas públicas do Estado e suas ações deresponsabilida<.le transmitem segurança aos paranaen es". A afirmação édo Procurador-Geral do Mlinistério PÚblico do Paraná, Milton Riquelme deMacedo. que vê no órgão fiscalizadordo dinheiro público. um instrumento moderno e capaz, com respostas rápidasnas análises dos processos das prestações de contas.
Para o Procurador-Geral, o Tribunal de Contas do Estado do Paraná éum órgão fiscalizador de poma no Paíse um parceiro do Mini tério Público nafi calização d patrimônio público. "Édas verbas públicas que todas as áreas de representatividade do estado sãoalimentadas". disse para de tacar quea Corte de Contas é um dos "órgãosque realmente funciona de forma extremamente po itiva'·.
A manifesl<lção do Procurador-Gerai do Ministério Público e. tá relacionada ,\S comemorações dos 60 anos deatividades do Tribunal de Contas do Paraná. "Nossa parceria com o TC é saudável. onde possuímos convênios e participamos de todos os eventos promovidos pela orte", completou Riqueime de Macedo.
MODERNO E CAPAZ
Nelson Justus, presidente daAssembléia Legislativa.
BetoRlcha, preleito de Curltiba.
As in tituições públicas e a população doParaná têm muito a comemorar neste 2 dejunho. dia em que o Tribunal de Contas do Estado completa 60 anos de fundação. NossaCorte de Contas experimenta um amplo programa de moderni7..ação de suas metodologias de trabalho, todas elas destinadas a aperfeiçoar os istemas de informação e seu processo de gestão. naquilo que há de mais contemporãneo no assunto. Para além des esavanço institucionais e administrativos inequívocos. é bastante significativa uma novaabordagem no exame das contas municipais.em que O conselheiros, auditores, procuradore e técnicos do TCE. já há algum tempo,enfatizam o valor da orientação prévia a prefeito. ecretários e demais admini tradoresdas prefeituras como forma de prevenção con
tra evemuais equívocos na prestação das contas.Essa inovação, de acordo com o testemunho de observadores especialistas,
reduziu substancialmente a ocorrência de falhas involumárias, erros de prestaçãodivorciado de má fé, frulO apenas da desinl'onnação. E é implementada semprejuJzo dos criteriosos padrões de apreciação das contas da autoridade públicaempregado pelo TCE. Também é digna de registro a atll3l composição do Tribunal de Contas. marcada pela pluralidade de idéias e origens dos conselheiros. Sãohomens. todos eles. com ampla experiência na vida pública - COm fecundas passagen. pelo Executivo, o Legislativo e o Ministérip Público -, conhecedores de suascomplexidades e cientes da imensa responsabilidade que lhes recai sobre os ombros. Vida longa ao Tribunal de Contas do Paraná.
ESPAÇO DE REFERÊNCIA
o Tribunal de Contas se transformouem um espaço de referência para a admini tração pública paranaense ao longo
'dos seus 60 anos de história. O mérito édo conjumo de profissionais que, uma geração depois da outra. construíram e sa
.imagem sólida. Trabalho árduo é o de fiscalizar as diver as instâncias do poderpúblico estadual. Mas dessa tarefa o Tribunal de Comas se desincumbe com anecc sária competência. Costumo dizerque o Paraná só avança quando as atitudes das pes oas públicas que falam emnome das nossas instituições são resultado direto do interesse dos paranaenses.É por isso que hoje pambenizo o Tribunalde Contas e sua equipe. Que as atitudesde hoje façam as honras do amanhã.
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RIGOR NA MISSÃO DE FISCALIZAR
"Parabenizo o Tribunal de Concas doEstado do Paraná pelos 60 anos de exi tência, cumprindo com rigor sua nus ãode fiscalizar a aplicação dos recursoSpúblicos em nosso Estado. São seis décadas de trabalho. que renderam ao Trib\lnal de Contas a credibilidade e o respeito por parte da população paranaense quJ': confia na atuação do órgão.
Ressalto a imponância do Tribunal deContas como entidade complementar aoPoder Legislativo na função de fiscalizar as contas públicas e envio meus cumprimentos aos seus funcionário, conselheiros e membros diretores pelos 60anos de prestação de serviços ao povoparanaense" .senador Flávio Arns.
Ética e Democracia formam um binômio inseparável e a grande tarefa dossistemas de controle govemamental éverificar sua interligação nas entidadespúblicas. A sociedade cada vez maisexige uma conduta transparente e honesta dos homens públicos e rigor nocumprimento da lei. A opinião pública,muito mais infomlada e atenta, exercecada vez mais a prerrogativa de fiscalizar a ação dos administradores dos valores públicos. Aos Tribunais de Contascabe uma das principais missões dassociedades contemporâneas, a fiscalização e o julgamento dos administradorespúblicos.
É um papel que vem ganhando re- senador Osmar Dias.levo e reconhecimento. já que há umconsenso que a corrupção deve ser combatida não apenas porque é reprovável do ponto de vista ético mas também em função dos males econômicos esociais que produz. O Tribunal de Contas do Paraná tem o respeito dos paranaenses porque ao longo dos 60 anos de sua existência tem atuado na buscaconstante da moralidade no serviço público. Tornou-se referência e exemplode competência. Aprimorou-se, modernizou-se e é um órgão modelo no país,graças ao trabalho de seus conselheiros, auditores e funcionários. Que essetrabalho seja cada vez melhor.
o TCE TEM O RESPEITO DOS PARANAENSES
APRIMORAMENTOcoNTÍNUo
Mais do que por chegar aos 60 anosde existência, o Tribunal de Contas doEstado do Paraná merece cumprimentos por estar completando seis décadasde contínua busca pelo aprimoramentoe de permanente empenho no sentidoda modemização.
De Raul Vaz, seu primeiro presidente, nos idos de 1947, a Nestor Baptista.a quem cabe a honra de ocupar a presidência no ano do sexagésimo aniversário da instituição. a marca que tem ficado registrada. ao longo dessa história, éa da incansável marcha no rumo dasinovações e do avanço, sempre buscando a maior eficiência no cumprimentode sua missão. que é não apenas fiscalizar a~ contas dos agentes públicos, mastambém orientá-los sobre os procedimentos que podem e devem adotar eaqueles a erem evitados.
Por essa busca permanente e pelosresultados positivos alcançado, merecem cumprimentos tanto seus dirigentes e integrante, alUais e passados.como também seus servidores. cuja colaboração. com certeza. muitocontribuiu para que O Tribunal de Conlas do Estado do Paraná. hoje. sejaapontado como referência nacional demodemidade e eficiência.
senador Álvaro Dias.
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oNOSSOTCE
Conselheiros falam como das seis décadas
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HENRIQUE NAIGEBOREN
Por ocasiãodo seus 60anos de atividades, o Tribunal de Contasdo Paraná, édetentor de respe ito e reconhecimento porseu compromi so com averdade das contas públicas. Ao longodo tempo. pelo trabalho contínuo de seusmembros e do corpo funcional, nuncase descuidou de atuar na preservaçãoda legalidade da gestão. indicar caminhos corretivos e. quando necessário,responsabilizar aqueles que se desviamdos princípios da moralidade. Subordinado à ética, transparência e à disseminação de seu processo decisório, modernizou sua estrutura, avançou na tecnologia da informação e introduziu novos sistemas de controle.
O Tribunal visitou todas as regiõesdo Estado. para se aproximar dos administradores públicos, através da realização de inúmeros eminários, e capacitá-los com orientação preventiva visando coibir o desperdício e a falta de critério na utilização de recursos. essesentido, definiu que tão imponante quanto julgar - e julgar bem - é prevenir oerro. Por isso, tenho orgulho de integrar o Tribunal de Contas do Paraná efazer parte de sua história, no momentoem que completa seis décadas de bonsserviços prestados à sociedade e aoPoder Público.
CAIO SOARES
Um dosmais novos integmmes do Colegiado do Tribunal de Contasdo Estado doParaná. o Conselheiro CaioSoares falou àRevista doTribunal deContas. mostrando humildade e vontade de aprender para ensinar. embora játenhil larga experiência como auditor.
"Como conselheiro que assumiu em2006, vindo da Auditoria, me sinto honrado e gratiticado por panicipar das comemorações dos 60 anos do Tribunal deContas do Estado. Quando tomei posse.tinha consciência de que teria um grandedesafio pela frente na missão de fiscalizaros gestores do dinheiro público. Aos poucos fui me integrando aoexperienteecompetente colegiado e hoje posso atirnlarqueestou contribuindo para que não haja desvio de recursos nas prefeituras, câmaràSe órgãos governamentais".
Caio Soares destaca o crescimentodo Tribunal de Contas do Estado a partir da nova Lei Orgânica e do Regimento Interno. que ampliou os horizontes daCorte, agilizando a análises e respostas dos processos. "Agora, com o conselheiro Nestor Baptista na presidência,tenho ab oluta certeza de que o no soTribunal dará um impulso ainda maiordentro da sua missão de fiscal do eráriopúblico e solidificará sua credibilidadejunto à sociedade paranaense", disse.
HERMAS BRANDÃO
HermasEurides Brandão, um dosmais destacados políticosparanaenses, éo mais novo integrante do colegiado de Conselheiros doTribunal deContas do Estado do Paraná. O ex-presidente da Assembléia Legislativa doEstado assumiu dia 5 de março de 2007o cargo de Conselheiro e passa a integrar a Segunda Câmara de Julgamentode Processo .
"Minha nomeação ao Tribunal deContas do Estado do Paraná vem coroar uma carreira de 45 anos como serventuário da Justiça e 30 anos comoocupante de cargo públicos. Já cumpriminha missão como político e serventuário e agora encaro esse novo desafio,de servir a Corte de Contas mais bempreparada do País", disse Brandão.
O novo conselheiro, que as ume justamente no ano em que o Tribunal deContas comemora seu sexagésimo aniversário. garantiu que dará prioridade àorientação do entes fiscalizados peloTribunal de Contas e que. na sua opinião, "a boa orientação pode evitar o malque a punição apenas remedia".
Brandão parabeniza os 60 anos doTribunal de Contas e diz ter certeza deque o presidente Nestor Baptista fortalecerá ainda mais a instituição. que hojeé modelo no Paí .
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FERNA DO GUIMARÃES
"ãopo O
deixar de reconhecer a mi nhaimensa alegriapor estar comemorando.juntocom minha instituição, maisum aniversário.com a expres-iva marca de
60 ano' de existência. E porque e taminha indisfarçável satisfação? Porqueestou podendo vivenciar o eguidoperíodos de mudanças que o Tribunaltem pas ado.
Bem me lembro quando aqui ingre sei. ainda no cargo de assessor jurídico e, depois de um ano, no cargode procurador do Ministério Públicode Contas. Passaram-se 14 anos.Neste período, o Tribunal de Contaspassou a ter expressivo relevo em funções fundamentais no controle da Administração Pública. não só pela consolidação de sua posição constitucional, mas também pelas várias leis nacionais que atribuíram especial papelàs Corte de Contas, a exemplo da legislação educacional (LDB e Fundef)e fiscal (LRF). As demandas sociaispa saram a exigir uma maior atuaçãode resultados do Poder Público, conduzindo os órgãos de controle a umaconstante busca de novo desenho parao controle externo da AdministraçãoPública.
Mas, recentemente. no sa atualLei Orgânica dignificou ainda mais aCorte de Contas elegendo não só mecanismos mais eficientes, mas abrindo ainda mais os canais de comunicação com a sociedade, a exemploda criação da Ouvidoria. Por tudoisso. só tenho a agradecer ao Tribunal de Contas do Paraná por fazerparte da minha história."
Revtsta do TribuOil de Contas· PR I rf' 160 Ifevereiro a Maio de 2007 69
"A cada diaque enlro noTribunal deContas me sinto renovado egratificado.Esta satisfaçãopessoal jásoma mais de15 anos e parece que comecei ontem. Vejo uma trajelória que vemdescortinando um horizonte na busca demecanismos para o cumprimento de uamissão fiscalizadora." Com essas palavras. o conselheiro Artagão de Mattos Leão expressa seu sentimento de orgulho em fazer parte do colegiado quecomanda os destino do homen emulheres que fiscalizam os trabalhos dosgestores do dinheiro público do Paraná.
Aos 60 anos de idade, ''Tribunal deContas do Estado do Paraná continuajovem e atualizado. Vem constantemente aprimorando e dinamizando suas funções e exercendo atribuições preventiva e coercitivas, quando necessário.dentro do bom senso e experiência deseus funcionários. diretores. procuradores, auditores e conselheiros". observao conselheiro.
"Desfazendo fronteiras formais.clássicas e conservadoras. esta Cortede Contas assumiu claros compromissos com a verdade das finanças públicas. entronizando. de fomla objetiva eclara, novos padrões de auditoria, comsuporte necessário para adentrar emtoda forma organizacional dos governo ", lembra Maltos Leão.
.. e tes 60 ano . quero parabenizar todos os funcionários e dirigentesda Corte, em especial o nos o presidente. conselheiro estor Baptista.que ao longo de duas décadas vem sededicando de corpo e alma para quee ta instituição seja digna de respeitonão apenas no nosso Estado mas. também, fora dele".
ARTAGÃO DE MATTOS LEÃOBEINZ HERW1G
"Quandoassumi a cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.em 2000. tinha, comigo,um compromi o pessoal:queria aprender, somar, crescer, servir e até ensinar. Entendia que somente cumprindo essa etapas eu poderia, dignamente, repre entar os anseio da comunidade paranaense no compromisso da gestão do dinheiro público. Enfim, posso afirmar que consegui atingir meus objetivos". Assim conta oinício de sua trajetória no Tribunal deContas o coo elheiro Heinz GeorgHerwig.
Os anos foram se passando e o engenheiro civil, ex-deputado e ex-secretário de Estado dos Transporte. foi seconsolidando como integrante do colegiado de conselheiros. culminando coma presidência da Corte de Contas noexercícios de 2005 e 2006. "Hoje estamos preparados para caminharmos juntos com o nosso presidente nas jornadas futura , buscando novas soluçõesa cada dia", disse Herwig.
O conselheiro ressalta que o Tribunal de Contas é um aprendizadoconstante e oportunidade ímpar paracolabotar com o tão sonhado mundomelhor para todo . "Quero parabenizar a nossa Corte de Contas pelo 60anos de ali vidades e desejar muitasaúde e paz para que nosso presidente. con elheiro Ne tor Baptista. nosconduza rumo ao tão esperado desejoda sociedade paranaense que é a eliminação completa do maus gestoresdo dinheiro público,"
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NOSSA CASA
Depoimentos deex-conselheiros do TCEPREOCUPAÇÃOCOMOSERvmoREOFffiCAL~ADO
33 ANOS DEDICADOS AO TCE
A preocupação com o bemestar dos servidores do Tribunal de Contas doParaná foi umadas principaismarcas deixadaspelo eX-conselheiro João Cândido Ferreira daCunJ.a Pereira.Médico, ele acredila que l:lmbém se baseou nessa preocupação - o pilar da profissão que escolheu no tratamento que dispensou aos entes públicos que prestam contas à corte.
Após ter sido secretário estadual doTrabalho eAssistência Social. Cunha Perei-
João Féderdedicou 33 anosao Tribunal deContas do Paraná. "Eu considero minha passagem pelo Tribunal um dos acontecimentos maisi mportantes egralificantes daminha vida", dedar. Féder_ quetem grande apreço não somente pelo TCEdo Paraná. mas por todos os outros em quefoi recebido, pai afora. Ele presidiu por 10anos o In tituto Rui Barbosa. entidade deestudo e pesquisa dos tribunai de contasbrasileiro . "Foi representando o órgão paranaense que conheci o Brasil", recorda,
Féder acredita que a instituição é de ex(fCma importância para a sociedade porque,por meio de sua fiscali7.ação. é que se podetcr o controle dos gaslOs públicos. "A soci-
ro foi nomeado conselheiro em 1986. Quando presidiu o Tribunal. em 1990 e 199 I, seudesafio foi oriemar as prefeituras. câmarase entidades para que nâo houvesse punição sem necessidade. "Quando percorri oI.nterior. era visível a deficiência nos procedimento!) de prefeituras e câmara~. mascomo não se Linha disseminado a infonnação, isso era natumr. lembrJ. Pard mudar oquadro, em sua gestão fomrn realizados. nasprincipais cidades do Interior. dez seminãri·os e seis cursos sobre adl1lini~tr3ção municipal, em convênio com a Associaçào dosMunicípios do Paraná.
No âmbito interno, Cunha Pereira atendeu reivindicações dos servidores, como areeslruluração do quadro de pessoal. queresultou em significativa melhoria de vencimentos para todas as calegorias. Em 1991.
edade paga impostos p'tIa que o Estadoadminisrre os bens públicos, mas o Estadotem que ser fiscalizado ne sa atribuição",deelara Féder. Nesses 60 anos, o ex-conSelheiro acredila que o Tribunal de Contas lemcOlllribuiçilo fundamemal para que o dinheiro público seja adminislTndo de maneira eficaz. -'Assim, é respeitado aquele cidadãosério que paga seus impostos,"
João Feder presidiu o Tribunal de Conlas nos anos de 1969, 1980 e 1981. Exerceu ocargo de corregedor-geral em 1971. 1974 e1976. Durante sua permanência na Casa. ministrou muitas palestras e participou de deLcnas de congressos. Um dos principaiseventos de que participou foi uma conferenciaem Berlim_naAJemanha,em maio de 1966.no qual proferiu palestra com o tema; "controle do dinheiro público". "Lembro-me sempre com llluiL3 emoção daquela ocasHío. porque fui até outra nação trnnsmitir meus co·nhecimenlos," Desde que se aposemou doTCE, em 2000. Féderescreve diariamente umacoluna no jomal "0 Es",do do Paramí".
promoveu a construção da capela do Tribunal. inaugumda em 20 de dezembro. O projeto foi execulíldo pela., arquilclm. Lu ianaMartins de Oliveira Silva Pinto e HelenaValente Samos. 'aquele ano também foiampliado o audilório do Tribunal.
Cunha Pereiro aponl:l avanços tm1.idospela nova Lei Orgânica e O no\ o RegimentoInlemo do TCE. principalmente eom acriaçãoda> duas Cão,ar"" de julgamento. Eleacredil:lque. COlll isso. o~ gabinetes de conselheiroslerão ainda mais tmbalho e o papel fiscali7.ador da Corte ser.! ampliado. "0Tribunallem opoder coerciti vo paJ1l liscaJizare pôr as coisa"nos eixos", afirma. "Os con~elhciros cumprem um papel fundamental na solidificação do órgão. demonstrando interclJse pelobem do Estado. Acredilo que o no so Tribunal está entre os melhore do Brasil:-
TCE: 60 ANO DEBONS SERVIÇOS
"O Tribunalde Coma, do Paraná é Ulll" grande Insliluição ecumpre papel relevante na fiscalização do PoderPúblico. Em minha longa passagem pelo órgão. pude con>laLar sua indilo>pensabilidade e aab olu", certeza de que tmbalha para o rigoroso cumprimclllo da Lei e da preservação da moralidade. Portamo. parabenizo aCorte pelos seus 60 anos de ali idade." Leônidas /-Iey de Oliveira, ex-presidente doTCE. Bacharel em Direil pela UnivcrsidadeFederal do Paraná, Leónidas de Oliveira foio responsável pela elaboração da Lei Org5nica e Regimento Inlerno do Tribunal deConlUsem 1967.
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''CONSOLIDAMOS O TRIBUNAL COMO INSTITUIÇÃO"
Cândido MaDUel Martins deOliveira iniciousua trajetória noTribunal deContas em 1981,coma experiência deter sido deputado estadual eprocurador doEstado por mais I
de uma década.Para ele, a marcamais expressiva dos 13 anos em que atuoucomo conselheiro foi a lUla para consolidaro Tribunal como instituição. "Havia certaindefinição com relação ao papel que o Tri-
buna! exercia", Na época. foram promovi·das reuniões com contadores. vereadores eprefeitos. "0 tribunal atravessava uma fasede prevenir anles de punir", recorda.
Com a rcdemocmtização do P,ús e o aper·fciçoamento das instituições, Martins deOliveira acredita que a Corte conquistou umalto pauunar de respeiLO perante a sociedade. As mudanças introduzidas pela nova LeiOrgânica lerdO, na opinião do ex-conselheiro, grande repercussão n3 adrninislraç.ãopública nos próximos anos.
Em 1983. primciro ano em que assumiu apresidência da Casa. Martins de Oliveirapromoveu O 120 Congresso dos Tribunaisde Comas do Brasil. em Foz do Iguaçu. Oslemas do evenlo. realizado pela primeira vez
no Paraná e que contou com 500 panicipanles, foram a fiscalização das administraçõescentralizadas e o aperfeiçoamemo dos tribunais da época. "Um evento daquela importãncia contribuiu para a formação que oTribunal tem hoje: uma instiluiçãodejuízo,moderna. ágil e informatizada."
Para O ex-conselheiro, O administradorpúblico lem que ler o bom senso de seu próprio controle. o interno, e sempre estar a parde tudo que acontece. "Eu não consigo imaginar um governante dizer que algo aconteceu sem conhecimento dele." Já o controleexterno é função dos órgãos de fiscalização."0 Tribunal de Contas é motivo de orgulhopara todos nós, Desde sua fundação. ele seafinna perante os tribunais de texto o país."
''TC SE MODERNIZOU E APRIlVIOROU ATENDIMENTO"
Ex-presidente do Tribunal deConta. do Estado do Paraná.João OUvir Ga·bardo, que -rezparte da hislóriada Corte, falacom entusiasmodas conquistasdo órgão ao longo dos anos. Oconselheiro presidiu o TCEentre os anos 1986-1989 (eleito
e reeleilo). "0 Tribunal de Contas cumpriucom sua função constitucional no Paraná.Foram inúmeras as iniciativas para a suamodernização, favorecendo o cumprimento, fiel. do controle das contas do Executivo, Legislativo e Judiciário", disse, acrescentando que. exemplo disso, são os 60anos de trabalho dedicados à fiscalizaçãode conlas.
Segundo o ex-presidente, nessa caminhada, conselheiros. procuradores e o corpo funcional têm se aprimorado ano a ano,participando periodicamente de cursos etreinamentos. que oferecem condições de
não só apreciar 3 legal idade das contas.mas também sugerir o melhor aproveitamento dos recursos. ·'0 Tribunal de Contas tem se esforçado para isso. Tem se modernizado", avalia. Entre as conquistas, dasua época. Olivir Gabardo cita a construção do anexo, "necessária para desafogaro antigo prédio. dando fôlego para as inspetorias e aos funcionários do Te". Também foi na sua gestão que se instituiu o"rodízio" de presidenles. ··0 conselheiros são poucos. e essa modalidade permiteque a todos seja dada oportunidade de presidir o órgão", completa.
40 ANOS DE CASA E DEFENSOR DALRF
OoomeRafaellalauro está intimamente associado ao Tribunal de Contas doEstado do Paraná. Foram 40anos de trabalhoe dedicação.Paulista de SãoSimão, lataurodesembarcou'ainda jovem noParaná, fixando residência em Curitiba ondeestudou e se fonnou em Direito. Economia eAdministração de Empresas.
Iniciou sua fonnação profissional comojornalista, atividade que ainda traz na veia,principalmente quando faz uso do microfone para discursos. "Minha paixão semprefoi o rádio e, até hoje, sou ligado à área esportiva, onde comecei minha carreira", diz,
com entusiasmo. Entre os muitos tilulos ecursos que possui, larauro lembra o de Sociologia Urbana. Moedas e Bancos e Problemas Urbanos. concluído na Ohio SlaleUniversity, em Columbus Ohio (EUA), em1978, e no GAO - General Accounting omce, em Washinglon (EUA), em 1979, Auditoria Integrada, na Fundação Canadense, emOtawa, Canadá. também em 1979, ControleTnll1sversal, em Berlim, Munique e Frankfurt~ na Alemanha. entre outros_
Foi também em sua gestão como presidente que efetivou o credenciamento doTribunal de Conlas junto ao Banco Mundial para auditoria dos projetos co-financiados pelo Bird. Rafael latauro tomou possecomo juiz substituto no Tribunal de Contasdo Pltr"dl1á em 19 de agosto de 1966 passoua minislro e então conselheiro e deixou aCorte de Comas 40 anos depois. cm 7 demarço de 2006. quando se aposentou. Presidiu o Te paranaense por seis gestões. foi
cinco vezes vice-presidente e 12 vezes corregedor-gerJJ,
Portanto. uma história e uma vida dededicação ao controle público no Paraná.Foi latauro quem buscou a aproximação doTribunal de Contas com os munkípios. quando instituiu O programa. "Audilagem Escola" e foi. também. o responsável direto peloinício da infonn3tização O que resultou noSIM - Sistema de Informações Municipais.
Entre os grandes desafios de seus 40anos na Casa. Rafael latauro foi UI11 estudioso e o conselheiro-presidente que maisdifundiu a necessidade de os municípios seenquadrarem na Lei de ResponsabilidadeFiscal. Para isso. treinou rllilhares de agentes públicos. estaduais e federais. dentrodo princípio da boa administração do dinheiro público. Foi também em sua gestão comopresidente que latauro detem1inou o mapeamento das obras públicas inacabadas 110
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SEMINÁRIO
TCE aborda
Seminário promovido por todo o Estado do Paraná a
cessidade de aplicar recursos nas políticas voltadas a esse segmento da população que ele intitula "sere humanos em formação". "A Constituição de1988, em seu artigo 227, deu prioridade absoluta à vida. saúde, au memação.educação e convivência familiar e comunitária da criança e do adolescente.Não podemos mais ficar perdendo gerações e gerações de crianças para aexclusão social e a marginalidade. Acriança precisa estar no orçamentopúblico". defendeu.
Para Solto Maior, essa prioridadeabsoluta significa preferência na for-
nenhuma pergunta sem resposta, já queo evento procurou englohar os principais aspectos da vida administrativa deum município. "À vezes. a perguntamais simples é justamente aquela que oTCE tem mais dificuldade em responder. Isso porque fiscalizamos 399 municípios paranaenses. cada um Com umarealidade diferente", avaliou.
Na opinião do presideme, é precisoconhecer as dificuldades enfrentadaspelo município. "O Tribunal de Contasé sensível a estas dificuldades e olidariza-se com a incerteza enfrentadaspelo ge tor público paranaense. A preocupação. mesmo que seja do menormunicípio do Estado, também é nossapreocupação", frisou.
Orçamento público e a criança - A legalidade e a aplicação dos recursos públicos no atendimento à infância e à juventude foram o tema daexposição feita pelo procurador de justiça Olympio de Sá SOltO Maior Neto,que criticou veementemente as administrações públicas que ignoram a ne-
•aspectos da vida
·strativa de. .' .um murnclplo
Com o objetivo de preparar os municípios para o preenchimento dos dados do SIM-Acompanhamento Mensalem 2007 e de discutir as últimas alterações na legislação que afetam a adntinisrração pública paranaense. o Tribunal de Contas do Estado promoveu, nosmeses de março e abril, seminários portodo O Paraná.
O treinamento abordou as alterações na Lei de Licitações para Estadodo Paraná, comentadas pelo consultorjurídico Edgar Chiurallo Guimarães ediscutiu a implantação do Fundo de Manutenção e De envolvimcnto da Educação Básica (Fundeb) descreveu aatuação do Ministério Público junto aoTribunal de Coma e detalhou os aspectos operacionais do SIM - Sistemade Informações Municipais, tanto comrelação à análise dos dados inseridosem 2006, como às informações exigidas em 2007.
Ao abrir o evento. realizado em Curitiba, o presideme do Tribunal de Contas, conselheiro Nestor Baptista, pediuaos participantes que não deixassem
Alterações na Lei de Licitações para o Estado do Paraná,a implantação do Fundeb, aatuação do MinistérioPúblico junto ao Tribunal de Contas eo Sistema deInformações Municipais foram analisados no evento
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dou vários aspectos da vida administrativa de um município.
muIação das polílÍcas econômicas e sociais e, mais que isso, significa destinação privilegiada de recursos. "Ogrande diferencial entre os países desenvolvidos e os de Terceiro Mundo sãoO investimentos nas crianças. O países de sucesso asseguraram e asseguram às suas crianças e adolescentes odireito à saúde, educação, profissionalização e à cultura. Os municípios paranaenses precisam fazer o que lhes édevido". afirmou.
A imp0rl.'Incia de cumprir O estabelecido pelo Fundeb também foi defendida pelo procurador. para quem o seu
descumprimento é um ato de crueldadecontra a criança. "Essa lei é capaz deconstruir uma sociedade democrática ejusta. São os inveslÍmentos na infânciae na juventude que nos trarão uma sociedade justa", enfatizou.
A atuação do Ministério Público - A procuradora-geral junto ao Tribunal de Contas, Angela Cássia Costaldello, falou sobre a estrutura do Ministério Público junto à Corte. Ela de creveu as atribuiçôes de um procurador, informando que ele atua em todasas sessões do TCE e tem como princi-
pai responsabilidade zelar pelo cumprimento do ordenamento jurídico. "Eleverifica se a instituição fiscalizada cumpre os estabelecidos nas ConstituiçãoFederal. Constituição Estadual, Lei Orgânica e legislação do município e, finalmente, se respeita a Lei Orgânica eo Regimento Interno do Tribunal deContas", disse.
Para facilitar essa fiscalização, informou, a Procuradoria dividiu o Estado em dez regiões. cada uma delas comseu município-núcleo: Cascavel. Colombo, Curitiba, Guarapuava, Foz doIguaçu, Londrina, Ma.ringá, PontaGrossa, Toledo e Paranavaí. Essa classificação, esclarece, não foi feita deacordo com as associações de municípios, mas sim segundo critério internoda Procuradoria, para facilitar a execução dos trabalhos. "Cada um dosprocuradores é responsável pela fiscalização dos processos de uma dessasregiões", revela.
Com relação ao procurador-geral,Angela relatou que é ele quem chefia oMinistério Público e atende ao TribunalPleno. "O procurador-geral delega atribuições aos outros procuradores e aosintegrantes do serviço administrativo doMinistério Público junto ao Tribunal deContas, atuando, ainda, em uma relação de coordenação com os demais setores da Casa", completa.
Inserindo dados no SIM/AM2007 - A inserção de dados no SlM Acompanhamento Mensal 2007 também foi analisada no seminário, que dedicou um dia inteiro ao tema. Técnicosda Diretoria de Contas Municipais doTCE falaram sobre as infornlações orçamentárias e financeiras que deveriam ser cadastradas, além de enfocar asregras adOladas pelo Tribunal de Contas no recebimento e fechamento desses dados. "Reservamos, também. umespaço para o esclarecimento de dúvidas, seguindo o programa "Passo a Passo com oMunicípio". instituído pelo TCEno início deste ano", comentou a diretora de Contas Municipais da Corte, Luciane Maria Gonçal ves Franco.
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Associação recreativa TCESalão de festas será apróxima benfeitoria entregue pela entidade Que reúne os servidores
Fundada em 16 de fevereiro de 1960,a Associação Beneficente e Recreativa do Tribunal de Contas do Paraná(ABRTC) tem o objetivo de prover aosseus associados interação e entreteni-mento. Seu atual presidente é CláudioRoberto Lanzarini. a qualidade de entidade autônoma e representativa dosfuncionários do TCE. vem oferecendo.ao longo desse anos. uma série de vantagens aos eus afiliados, por meio deconvênios para descontos em lojas, serviços e plano de saúde. Através da colaboração e esforço de todos, construiusua primeira sede social em 1993, numaárea de 18.000 metros quadrados, próx.ima ao Parque Barreirinha. em Curitiba. A edificação contava com churrasqueira, salão para 60 pessoas e estacionamento. Atualmente, essa sede contacom 24.000 metros quadrados de áreae engloba um complexo com churrasqueira totalmente equipada, salão deboliche, quiosque. campo de futebol,quadra poliesportiva e parquinho infanti\. Um . alão de festa com capacidadepara 500 pessoas, em fase de obras, seráua próxima benfeitoria. Aatual sede da ABRTC: 24.000 melros quadrados disponíveis aos associados.
Sindicato defende interesses de servidoresDe um anseio conjunto dos servidores por uma entidade que os representasse, nasceu, em 29 de outubro de 2003, o
Sindicato dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (SindicontaslPR). Composto por Conselho Deliberativo, Diretoria Executiva e Conselho Fiscal, o Sindicontas foi constituído para fins de estudo, coordenação, defesa dosdireitos e representação legal da categoria profissional dos funcionários do TCE.
É ele quem retrata os interesses desses servidores perante as autoridades administrdtivas e judichlrias, e, se necessário, celebra convenções e acordos coletivos de trabalho. Através de assembléias gerais, nas quai são tomadas asdecisões, promove discussões sobre a estrutura e o aperfeiçoamento dos afiliados. Buscar a melhoria constante dascondições de trabalho é a sua missão. Para isso, desenvolve atividades voltadas para a conquista, implementação epreservação de direitos e deveres profissionais dos servidores, colaborando com órgãos técnicos e consultivos no e tudode soluções das questões que se relacionem com isso.
Em 2007, quando celebra seu quarto ano de existência, o Sindicontas tem como meta a aquisição de uma sedeprópria. A participação em reuniões da Federação Nacional das Entidades dos Servidores dos Tribunais de Contas doBrasil e a modefllização de seu site também fazem parte dos objetivos do sindicato para este ano.
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ARTIGO
oDireito éa artedo bom senso
oconceito de Direito éalgo que os estudiosos
estão sempre aformular
Claudio Henrique de Castro'
a época dos Romanos (149 a.C a305 d.C.), surgiu um conceito bastantesimples: O direito é a arte do bom enso, "Jus esl ars boni elllequi" (Digesto. I, I, I).
Mas, o que é "bom senso" ?Ora. o conceito de bom sen o pode
ter diversos contornos e definições, obom senso para uns não é bom sensopara outros e assim por diante.
Acontece que em di versos campodo Direito temos os chamados conceitos indeterminados, isto é, aqueles quecarecem de determinação em abstrato,que omente no caso concreto poderãoser verificados.
As im também é como os conceitosde razoabil idade. proporcionalidade,moralidade administrativa. segurançajurídica e boa-fé. Não basta a fornlUlação teórica, é necessária uma investigaçào concreta dos conceitos com arealidade.
A percepção da realidade é a condição necessária para se encontrar oconceito. Mas daí surge outro desafio,pois cada qual percebe a realidade deacordo com seus valores. sua per 0
nalidade. ua condição ocial. A realidade para uns é diferente da realidadede outros.
Neste contexto surge a sabedoria dojulgador, que irá determinar onde está ajusta medida, entre os contornos perfeitos da regra jurídica e a aspereza darealidade social.
Recel1le pesquisa neuro-ciel1lífícacomprovou que a zona do cérebro humano que emite julgamentos racionaisé a mesma que atua nos julgamentos
morai . Ora, disto se pode concluir queo raciocínio, em teoria apenas lógico, e láinnuenciado pelo julgamento de ordemmoral, isto é, dos valores.
Assim. não se pode conceber umadecisão puramente racional, ou melhor,no campo do Direito, puramel1le jurídica. Atuam diverso fatores na arte dejulgar, dentre eles o mais re.levante: afonnaçào moral do ju.lgador, isto é, o seumundo particular sobre o ceno elou errado.
Outro dado é a incrível velocidadeeom que as sociedades estão mudando.Dai se alteram os conceitos sociais, oque era imoral em determinadas épocas, toma-se banal em outras.
É tempo de mudanças, das allerações das regras do Direito, é a denomi-
nada inOação legislativa, em síntese:muitos leis e pouco Direito.
Assi m. sejam lá as mudanças queocorram, penmlJ1ece ao Direito o comínuo aprendizado em busca da decisãojusta, equilibrada e imantada pelo bomsenso.
Em conclusão, a lécnicajurírtica nãopode ser substituída pelo bom senso, massem este não lhe sobra nada: Jus esllIrs boni el aequi.
•Assessor Jurídico no TCE-PRI mestre em
Direito das Relações Sociais (UFPR),
especialista em Direito Administrativo e
especializando-se em Direito Penal e
Criminologia. Membro do Insl~uto dos
Advogados do Paraná. Professor na
Universidade Tulutl do Paraná.
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No Paraná, ao olhos do mundo, estão as Cataratas do Iguaçu, a visão doespetáculo das águas em 275 quedas,com aproximadamente 100 merros dealtura que se estendem por três quilômetros. Este é apenas um dos cartôespostais que o Estado do Paraná oferece ao turista. Ao lado das Cataratas doIguaçu está o Parque Nacional do Iguaçu e, nas proximidades, nos deparamoscom a Usina Hidrelétrica de Itaipu, amaior do mundo.
O Paraná tem também Curitiba. cidade moderna e cosmopolita que exibe um dos melhores índices de qualidade de vida do Brasil. Num passeiopelo Litoral. com 98 quilômetros deextensão, o visitante encontra a histó-
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rica cidade de Paranaguá, os portos deParanaguá e Antonina e, mais ao Sul,a Ilha do Mel.
Para se chegar ao li toral paraoaense, os turistas têm, à disposição, o acesso por trem, na centenária ferrovia CuritibaIParanaguá, via Serra do Mar, oude automóvel, pela florida Estrada daGraciosa, ou ainda pela BR-277. NosCampos Gerais, as esculturas naturaisdo Parque Estadual de Vila Velha e O
Cânion do Guartelá são ícones do ecoturismo paranaense.
No Norte do Paraná, uma região jovem, destacam-se as cidades de Londrina e Maringá. Londrina, fundada poringleses, é a segunda maior cidade doEstado, com centro universitário e cul-
tural. É uma cidade bonita, agradável,com muito verde e com interessantescontrastes naturais - antigos sobradosdos tempos dos barões do café convivem com edifícios modernos e centrosbudistas.
Cel o Caron, secretário estadual doTurismo lembra, além das belezas dasCataratas do Iguaçu, o pôr-do-sol emGuaraqueçaba, santuário ecológico nolitoral norte, os casarões na cidade histórica da Lapa, a Ópera de Arame, locai de eventos em Curitiba. a CatedralBasílica Menor de Nossa Senhora daGlória, símbolo de Maringá.
Para conhecer mais r01e;ros turísricos. acesse o sire www.pr.gov.br/rurismo.
~_ do Tribunal'" CO•.., - 1'111 ri' 1101-.'_ di 2007 n-- - ---''----------------------_..._..;';.;,'-----
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78 Aevista do Tribunal de Conlas' PA I0°160 IFevereiro li Malo de 2007
Conheça e viaje CuritibaAo contabilizar a presença de 2 mi
lhões de turistas no ano de 2006, número que supera os visitantes de Foz doIguaçu, um dos ícones do turismo paranaense. Curitiba passa a ser uma dascapitais brasileiras que mais vem crescendo no setor turí tico. Para o secretário municipal de Turismo, Luiz CarlosCarvalho, o volume de visita tende acrescer e "Curitiba vai se transformarno segundo ou terceiro pólo de visitação nos próximos anos."
A exemplo de viagens internacionais. Curitiba também adota O "passaporte" como cartão de entrada na cidade. Não para identiticar o cidadão.mas para oferecer ao visitante, desconlOS no setor hoteleiro, gastronômico,bares e shoppings centers. "O passaporte curitibano visa atrair turistas àcidade nos fins de semana e feriados,quando o visitante terá oportunidade deconhecer os 25 parques. museus, teatros, entre eles o consagrado Guaíra, aarquitetura do Largo da Ordem e agastronomia", enumera o secretáriomunicipal de Turismo.
O prefeito da capital paranaense,BelO Richa, diz que quem chega de foralogo descobre uma cidade limpa e organizada, que encanta e desperta admiração. Transporte de massa e preservação ambiental são as áreas maisvisíveis de um planejamento urbano pioneiro, bem aplicado e até premiadomundialmente, destaca o prefeito. "Sãoiniciativas que fazem parte de uma infra-estrutura adequada para receber ovisitante, seja qual for O motivo de suaviagem."'
"Com o passaporte, o visitante de fimde semana terá acesso a uma programação variada, podendo desfrutar dasmelhores opções que a cidade dispõe,além de contar com free pass para descontos e serviços gratuitos", observa osecretário Carvalho. O passaporte é uminiciativa da Secretaria Municipal deTurismo e do Curitiba Convention &
Visitors Bureau.A dica para quem visita a cidade e
quer em um único passeio conhecer diversos parques é a Linha Turismo. Umônibus especial circula por 25 pontosturísticos de Curitiba, oferecendo umpasseio de duas horas em um trajetode 40 quilômetro. O ponto de partidaé a Praça Tiradentes e a linha funciona de terça-feira a domingo, das 9h às17h30min. Os ônibus saem a cada 30minutos.
O que o visitante não pode deixarde conhecer é a noite curitibana. É animada e a maioria dos ambienles possui música. Mas não esqueça que apartir da I hora da madruga. os barese casas noturnas estão praticamentelotados e se formam fi las nos locaismais freqüentados. Para quem nãogosta do agito, das baladas, existembares de happy hour, música ao vivo,e uma agenda local com várias atrações culturais.
Conheça a cidade - Curitiba é acapital do Paraná, um do três Estadosque compõem a Região Sul do Bra.i!.Sua fundação oficial data de 29 de março de 1693, quando foi criada a Câmara. No século XVll. sua principal atividade econômica era a mineração. aliada à agricultura de sub istência.
O ciclo seguinte, que perdurou pelosséculos XVIU e xrx. foi o da atividadetropeiro. derivada da pecuária. Tropeiros eram condutores de gado que circulavam entre Viamão, no Rio Grandedo Sul, e a Feira de Sorocaba, em SãoPaulo, conduzindo gado cujo destino final eram as Minas Gerais.
O longo caminho e as intempériesfaziam com que os tropeiros fizesseminvernadas. à espera do tim dos invernos rigorosos, em fazendas como as localizadas nos "campos de Curitiba".
Aos tropeiros se devem costumescomo o fogo de chão para assar acarne e contar Hcausos", a fala es-
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Linha TurismoPassando por 25 pontos turísticos de Curitiba, o ônibus especiais da
Linha Turismo oferecem um passeio de 2:30h, em um trajeto de 44 quilômetros. O ponto de partida pode ser a Praça Tiradentes.A Linha funcionade terça a domingo das 9h às 17:30h, os ônibus saem de 30 em 30 minutos. Pagando a tarifa de R$ 15,00, o usuário recebe uma cartela com 5tiqueles que lhe dá direito ao embarque e quatro reembarques. o que permite que a pessoa escolha o ponto turístico que quer conhecer melhor,podendo embarcar novamente na Linha Turismo para cumprir O restantedo trajeto. Os veículos são equipados com sistema de som para fornecerinformaçôes gravadas sobre os locais visitados em três idiomas - português, inglês e espanhol.
candida - o sotaque ieifE quellfE -.o chimarrão (erva-mate com águaquente, na cuia, porque os índios autilizavam na forma de tererê, comágua fria), o uso de ponchos de lã, aabertura de caminhos e a formaçãode povoados.
No final do século XIX, com o cicio da erva-mate e da madeira em expansão, dois acontecimentos forammarcantes: a chegada em massa deimigrantes europeus e a construção daEstrada de Ferro Paranaguá-Curitiba,ligando o Litoral ao Primeiro Planaltoparanaense.
Os imigrantes - europeus e de outros continentes -, ao longo do séculoXX, deram nova conotação ao cotidiano de Curitiba. Seus modos de ser ede fazer se incorporaram de tal maneira à cidade que hoje são bem curitibanas festas cívicas e religiosas de diversas etnias, dança, música, culinária,expressôes e a memória dos antepassados. Esta é representada nos diversos memoriais da imigração, em espaços públicos como parques e bosquesmunicipais.
, No século XX, no cenário da cidadeplanejada, a indú tria se agregou comforça ao perfil econômico antes embasado nas ati vidades comerciais e do setor de :serviços. A cidade enfrentou, especialmente nos anos 1970, a urbanização acelerada, em grande parte provocada pelas migrações do campo, oriun-
das da substituição da mão-de-obra agrícola pelas máquinas.
Curitiba enfrenta agora o desafiode grande metrópole, no qual a questão urbana é repensada sob o enfoque humanista de que a cidade é primordialmente de quem nela vive. Seupovo, um admirável cadinho que reuniu estrangeiros de todas as partes domundo e brasileiros de todos os recantos, ensina no dia-a-dia a art.e doencontro e da convivência. Curitibarenasce a cada dia com a esperançae o trabalho nas veias, como nas alvoradas de seu pioneiros.
DADOS PRINCIPAIS
Área 430,9 km'
População _ 1.788.559
Bairros 75
Relevo Levemente ondulado
Área verde por habitante 51 m'
Extensão Norte-Sul 35 km
Extensão Leste-Oeste 20 km
Altitude média 934,6 m
Latitude 25"25'48" Sul
Longitude 49"16' ]5" Oeste
Fuso horário Brasília
Clima Temperado
Pluviosidade 1.500 mm/ano
Temp. média no verão 21 "CTemp. média no inverno 13°C
Distância de São Paulo 400 km
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Ópera de ArameUma passarela elevada, sobre um
lago de 7.200 m', dá acesso a esse teatro construído em uma pedreira desativada, inaugurado em 1992. A Ópera é
uma das principais atrações da cidade.São 1.998 lugares, entre platéia e camarotes. e 400 m2 de palco. Projetado
pelo arquiteto Domingos Bongestab ,foitodo construido em aço e coberto compolicarbonato tran parente. Completa ocenário uma cascata de dez metros de
altura.Localização: Rua João Gava, sinO
PilarLinho.Horário de Funcionamento: Ter
ça-feira a domingo, das 08:00 às 22:00.
Torre PanorâmicaSuporte dos serviços de telecomuni
cações, tem J09.5 metros de altura, oque equivale a um edifício de 40 andares. Construída pela Telepar e inaugurada em dezembro de 1991, pernlite do
mirante uma visão de 360 grau da cidade. No térreo há uma exposição detelefones antigo e salas de projeção devídeos. As visitas são coordenadas pelaSecretaria Municipal de Turismo.
Localização: Professor Lycio G deCastro Velozzo, 191. Fone: 3339-7613.
Horário de Funcionamento: Ter
ça-feira a domingo, das 10:00 às 19:00.
Rua 24 HorasCriada em 1992, é a primeira rua do
País projetada em espaço fechado. Seusrestaurantes. lanchonetes. bares e lojas(são 42) nunca fecham. Nos 120 metros de comprimento da Rua 24 horas com estrutura metálica em arcos e cobertura de vidro - os turistas e curitibanos se divertem e fazem compras. Ogrande relógio na entrada mostra quenão existe hora para um bom bate-papo,regado a chope ou café.
Localização: Rua Coronel MennaBarreto Monelara s/n.o - Acesso pelas
ruas Visconde do Rio Branco e Visconde de Nácar.
Memorial ÁrabeHomenagem à colônia árabe, inte
grada à cidade desde o início deste século, com expressiva contribuição aodesenvolvimento do comércio. Localizado na Praça Gibran Khalil Gibran, emfrente ao Passeio Público, o MemorialÁrabe abriga uma biblioteca pública,
com significativo acervo universal e específico da cultura árabe, e conexão com
a internet.Localização: Rua Luiz Leão esqui
na com rua João Gualberto - Centro.
Teatro GuaíraCriado em 1912, o Teatro Guaíra foi
sucessor do primeiro teatTo oficial doParaná, o Theatro São Theodoro. cuja
construção data de 1884. A construçãodo prédio alUal do Teatro Guaíra foi iniciada em 1952, pelo então governadorBento Munhoz da Rocha Netto, comprojeto do engenheiro Rubens Meister.Foi construído em elapas e inaugurado,finalmente, em 1974.
Este importante espaço cultural, umconjunto arquitetônico majestoso com
12.500 metros quadrados, abriga trêssalas de espetáculos: O auditório BentoMunhozda Rocha com 2.173 lugares, o
auditório Salvador de Ferrante com 504e O auditório Glauco Flores de Sá Britocom 113 lugares.
Localização: Amint3S de Barros sinO - Centro.
Memorial JaponêsEm 1993, a Praça do Japão foi revi
talizada e ganhou a Casa da Cultura, um
memorial de integração. Nesse pagodeé possível conhecer as minúcias das dobraduras de papel (origami), da arte 110ral (ikebana) e dos poemas de três ver
sos (bai-kais). O Buda no centro do lagomarca a irmandade entre Curitiba e Himeji, e transmite toda a paciência e anedos japoneses, no Brasil desde 1908.
Localização: Avenida Sete de Setembro esquina com Francisco Rocha Batel.
Memorial UcranianoÉ uma homenagem ao centenário da
chegada dos primeiros ucranianos a
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Curitiba. Implantado no Parque Tingüiem 1995, o memorial expõe uma réplica da mais antiga igreja ucraniana doBrasil, a de São Miguel da Serra do Tigre, em Mallet, interior do Paraná. Astelhas de pinho e a cúpula de bronzeabrigam hoje um museu. No palco aoar livre acontecem apresentações dedanças típicas desse país do leste europeu.
Localização: Entre as ruas JoséValle e Fredolin Wolf, no lado direito doRio Barigüi.
Teatro PaiolAntigo depósito de pólvora do Exér
cito. de con.trução circular, erguido em1906. Anos depois de desativado, foitransformado pela Prefeitura em espaço de artes cênicas e musicais em 27de dezembro de 1971. Mantendo as características da construção original, oprojeto do arquiteto Abrão Assad adaptou ao antigo paiol um teatro em formato de arena, com 225 lugares. No espetáculo inaugural. o palco reuniu Viníciusde Moraes, Toquinho. Marília Medalha
e o Trio Mocot6. O poeta batizou a casacom uma dose de uísque e para ela compôs a música "Paiol de P61 vora".
Localização: Largo Professor Guido Viaro sInO - Prado Velho.
Memorial da Imigração Polonesa (Bo que do Papa)
Verdadeiro museu ao ar li vre, é composto de sete casas de troncos encaixados. sem prego , transplantados dasantigas colônias de poloneses do entorno de Curitiba. Fala das lutas e da fédo pioneiros da etnia. aqui estabelecida de de 1871. Inaugurado em 1980,logo após a visita do Papa João Paulo IJ
a Curitiba.Localização: Centro Cívico, com
acesso pela Rua Mateus Leme.
Mercado munkipalFundado em 2 de agosto de 1958,
até hoje o Mercado Municipal é o principal e mais tradicional endereço paracompras de Curitiba. Nas bancas dehortigranjeiros e nas lojas de delicatessens, o consumidor encontra produtoscomo: bebidas, queijos e vinhos de di-
versas procedências, ervas medicinais,temperos e especiarias. iguarias, conservas, pescados, embutidos. carnesex6ticas e com cortes especiais. Podese curtir momentos agradáveis nos restaurantes étnicos na praça da alimentação, ponto de encontro dos curitibanosde diversas gerações.
Horário de funcionamento: 2' das6h às 13h, 3' asáb. das 6h às 18h e dom.das 7h às 13h (restaurantes até às 15b).
Linhas de ônibus - circular centro,biarticulado Campo Comprido/Centenário, inter-hospitais. Cristo Rei e a linhaturismo. Telefone: (41) 3218-2602.
Bosque AlemãoLembra as tradições dos povos de
língua alemã, que fazem pane da hist6ria da cidade desde 1833. Situado noJardim Schaffer, um dos pontos maisaltos de Curitiba, tem a Trilha de João eMaria, dos contos dos irmãos Grimm, aCasa Encantada, o Orat6rio Bach e aTorre dos Fil6sofos.
Localização: Jardim Schaffer (BomRetiro), entre as ruas Francisco Scbaffer, Nicolo Paganini e Franz Schubert.
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Prej~
* As Súmulas e os Prejulgados do Tribunal de Contas do Estado do Paraná podem ser encontrados no sitewww.tce.pr.gov.br em "Publicações - Atos Normativos - Súmulas ou Prejulgados" ou "Consulta - Jurisprudência - Pesquisa - Súmula ou Prejulgado".
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PREJULGADO N° 01
Enunciado: Prejulgado n° Olrrc. Interpretação do art.85 da LeI Complementar Estadual n° 113 de 15.12.05. Os membros do Tribunal Plenodecidiram por unanimidade, nos lermos do voto do RelatorJulgar pelaimpossibilidade de aplicação das sanções previstas no artigo 85 da LeiComplementar Estadual n0113 relativamente a fatos ocorridos antesde 15 de dezembro de 2005, em protocolados posteriores ou não à datade sua vigência.
Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno
Incidente: Prejulgado
Assunto: Interpretação do artigo 85. a Lei Complemenlar Estadual nO 113 de 15 de Dezembro de 2005 Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Impossibilidade da aplicação de sanções a fatosocorridos anteriormente a 15.12.2005.
Processo Originário: Protocol.o n0828 I I/O I
Autuação do Prejulgado: nos mesmos autos do Processo originário
Relator : Conselheiro Artagão de Mattos Leão
Decisão: Acórdão nO 270/06 - Tribunal Pleno
Sessão: 02/03/06
Publicação: AOTC n046 de 28/04/06
ACÓRDÃO N° 270/06 - Tribunal Pleno
PROCESSO N °INTERESSADOASSUNTO:RELATOR:
82811/01GENTIL PASKE DE FARIA
I ClDENTE PROCESSUAL - PREJULGADOCONSELHEIRO ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO
Trma-se de requerimento subscrito pelo Conselheiro Relator Fernando Augu lO Mello Guimarães. pormeio do qual solicita pronunciamento desla E. Cone de Contas sobre a correta interpretação do aJ1igo 85. daLei Complementar Estadual nOl13 de 15 de dezembro de 2005. nos seguintes termos I'erbi.l':
1. Podem ser aplicadas as sanções previstas no artigo 85 da Lei Complementar Estadual 113/2005 relativamente a fatos ocorridos antes de 15 de dezembro de 2005 (data de entrada em vigor domencionado diploma legal)?
2. Podem ser aplicadas as sanções previstas no artigo 85 da Lei Complementar Estadual 113/
86 Revista do Tribunal de Contas· PR l"~ 160 IFeve,eiro aMaio de 2007..._--------------------------------- ---
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~"'------------------2005 relativamente a fatos ocorridos antes de 15 de dezembro de 2005, mas que sejam trazidos aoconhecimento desta Corte em processos protocolizados após essa data?
Antes de adentrannos no mérito do pedido. e para entender o de linde da questão. faz·se necessário tecerainda que resumidamente. alguns comentários acerca da nova Lei Orgânica do Tribunal. Pois bem, a LeiComplementar Estadual nOl1312oo5 é um conjunto formado, ba~icamente, por três tipos de normas: a) as decaráter instrumental (definidora~ de competência e atribuições), as de caráter processual (definidoras de modosde procedimentos) e as de caráter penal (definidoras de sanção de qualquer natureza).
As primeiras têm ap'licação a partir de sua entrada em vigor. As egundas. só podem retroagir, desde queseja para beneficiar a pane interessada. em caso contrário. é de se admitir a ultratividade de Lei anterior.Quanto às últimas, de caráter sancionatório, é regra constitucional a sua irretroatividade.
Acerca do hipotético conflito de leis no tempo. isto é. na limitação da eficácia das nonnas nova~ (LeiComplementar Estadual nOl1312oo5 e do Regimento Interno) em conflito com as anteriores (Lei Estadual n065 15167), a doutrina pátria e a juri prudência têm trilhado os seguintes critérios de aplicabilidade dos princípios daretroatividade e irretroatividade, assim sintetizados:
a) A regra geral. no silêncio da lei, é o princípio constitucional da irretroatividade das lei (art.5°.inciso XXXVI da CF);b) Excepcionalmente, poderá haver retroatividade: b.l) se expressa. e não ofender direito adquirido, alo jurídico perfeito e coisa julgada (art.6'. do Decreto-Lei n04.65711942, da Lei de Introduçãoao Código Civil): b.2.) ou quando extinguirem ou reduzirem as penas (artS. XL, da CF): b.3)proteção do contribuinte contra voracidade do Fisco (art. 150, fII, da CF).
Salienta-se que a dúvida indagada. disposta no artigo 85, da LC nOl13/2oo5 diz respeito à aplicação desanção ou medidas, isto é, de uma restrição gravosa, a saber:
Art.85. O Tribunal de Contas. em todo e qualquer processo administrativo de sua competência em queconstatar irregularidades poderá, observado o devido processo legal. aplicar as seguintes sanções e medidas:
I- multa administrativa;n- multa por infração fiscal;m - multa proporcional ao dano e sem prejuízo do ressarcimento;IV - restituição de valores;V - impedimento para obtenção de certidão liberatória;VI - inabilitação para o exercício de cargo em comissão;Vil - proibição de contratação com o Poder Público estadual ou municipal;VIIJ - a sustação de ato impugnado, se não sanada a irregularidade no prazo de 30 (trinta) dias.
Por óbvio que a nova Lei Orgânica do Tribunal de Contas só terá aplicação imediata aos fatos ocorridosapós a sua vigência (15.12.2005), ou será retroativa. aos fatos a ela anteriores, desde que se mostre maisfavorável ao interessado. fenômeno este. denominado lIovalio legis ill melfilJs. A este propósito. no entido dapossibilidade de retroatividade da lei. em não havendo constatação da agressão. o Supremo Tribunal Federal jáacordou. conforme ementa a seguir mencionada:
ADI 605 MC I DF - DlSTRITO FEDERALMEDIDA CAUTELAR A AÇÃO DIRETA DEINCONSTITUCIONALIDADERelator (a): Min. CELSO DE MELLOJulgamento: 23/10/1991 Órgão Julgador: TRIBUNAL PLENOPublicação: DJ 05-03-1993 PP-02897 EME T VOL-O 1694-02 PP-00252O princípio da irretroatividade "somente" condiciona a atividade jurídica do Estado nas hipótesesexpressamente previstas pela Constituição. em ordem a inibir a ação do Poder Público eventualmente configuradora de restrição gravosa (a) ao "status libertatis" da pessoa (cf, art. 5. XI), (b) ao"status subjectionais" do contribuinte em maléria tributaria (cf. art. 150, iii. "a") e (c) a "segurança" jurídica no domínio da relações sociais (cf, art. 5., xxxvi). - na medida em que a retroprojeçãononnaliva da lei "não" gere e "nem" produza os gravames referidos, nada impede que o Estadoedite e prescreva atos normati vos com efeito retrouti vo. - as leis. em face do caráter prospecti vode que se revestem, devem, ··ordinariamente". dispor para o futuro. O sistema jurídico- constitucional brasileiro, contudo. "não" assentou. como postulado absoluto, incondicional e inderrogável, o
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princípio da irretroatividade - a questão da retroatividade das leis interpretativas.Sendo assim, VOTO pela impossibilidade de aplicação das sanções previstas no anigo 85 da LC nOl13
relativamente a fatos ocorridos antes de 15 de dezembro de 2005, em protocolados posteriores ou não à data desua vigência.
Inobstante o acima enunciado e considerando que o Provimento n°. 36/98. revogado pela Re olução n°.OI. de 24 de janeiro de 2006, que a nosso juízo, dOia máxima venia. foi medida precipitada e não devidamenterefletida. trazendo uma vacario quanto à possibilidade de aplicação de sanções ao atos e fato havidos em dataanterior a 15 de dezembro de 2005 pelo administrador público e demais responsáveis por dinheiro. bens e valoresda Adnúnistração Direta e Indireta, e, ainda pendentes de julgamento pelo Tribunal de Contas. entende-se comupedãneo no princípio da segurança das relações jurídica~ e pautado por um dever de cocrên ia no po iciona-
mento adotado por esta Cone de Contas desde 19 de maio de 1998, ser neces ária a retificação do ano 2° daResolução n°. OII2OO6-TC, no entido de ser retirada a menção ao Provimento n°. 36198-TC. Com isso oTribunal de Contas do Paraná continuará aplicando multas aos responsáveis. em caso de ilegalidade de despesasou irregularidade de seu atos em situações pretéritas ao advento da nova Lei Orgânica. ou publicação de errata,retirando a menção ao Provimento n° 36198.
VISTO, relatado e discutido, nestes autos de DENÚNCIA, protocolados sob n" 82811/01. oincidente processual - Prejulgado,
ACORDAM
OS MEMBROS DO TRlBUNAL PLENO,
I - Por unanimidade, nos temlO' do voto do Relator. Conselheiro ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO, julgarpela impossibilidade de aplicação das sanções previstas no anigo 85 da LC nO 113 relativamente a fatos ocorridosantes de 15 de dezembro de 2005, em protocolados posteriores ou não à data de sua vigência.
11 - Por maioria qualificada. contra o voto do relator, não aceitar a proposta de errata para relirar amenção ao Provimento n° 36/98-TC, do item 11 da Resolução n° 01/2006.
Paniciparam da Sessão os Conselheiro RAFAEL IATAURO. NESTOR BAPTISTA, ARTAGÃO DEMATTOS LEÃO e HENRIQUE NAlGEBOREN e o Auditore CAIO MARCIO OGUEIRA SOARES eSÉRGIO RICARDO VALADARES FONSECA.
Presente o Procurador Geral junto a este Tribunal. GABRrEL GUY LÉGER.
Sala das Sessões, 2 de março de 2006 - Sessão n° 9.
ARTAGÃO DE MATTOS LEÃORelator
HEINZ GEORG HERWIGPresidente
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PREJULGADO N° 02
Enunciado: Trata-se de PREJULGADO, sobre legalidade de contratação de radiodifusão para a transmissão das sessões ordjnárias das Câmaras Municipais. Designação de relatoria ocorrida na sessão plenárian" 21/06 de 25 de maio de 2006, nos termos do art. 41O/RI. Processode Consulta . Relator original Cons. Caio Márcio Nogueira Soares.Decisão vinculante aplicável a todas as ocorrências de consultas paraefeito de considerar regulares as despesas com contratações de Emissoras de Radiodifusão, de Televisão a cabo ou de sites de internet, ououtros serviços de publicidade e de propaganda pelas Câmaras Municipais dos Municípios Paranaenses, ante as condições estabelecidasno § 1° do art. 37 da CF, da Lei 8666193 e LC 10112000.
Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno
incidente: Prejulgado
Assunto: Emissora de Rádio - Sessões da Câmara - Transmissiio
Processo Originário: Protocolo n" 29980/06
Autuação do Prejulgado: nos mesmos autos do Processo originário
Relator: Conselheiro estor Baptista
Decisão: Acórdiio n° 1139/06 - Tribunal Pleno
Sessão: 27/07/06
Publicação: AOTC n"63 de 25/08/06
ACÓRDÃO N° 1139/06 - Tribunal Pleno
PROCESSO "INTERESSADOASSUNTORELATOR
29980/06CÂMARA MUNICIPAL DE MATELÂNDlAPREJULGADO ° 0212006CO SELHEIRO ESTOR BAPTISTA
Ementa: TraJa-se de PREJULGADO, sobre legalidade de cOl/tratação deradiodifusão para a tral/smissão das sessões ordil/árias das CãmarasMUI/icipais. Desigl/ação de relatoria ocorrida I/a sessão pieI/ária 1/·21/06 de 25 de maio de 2006, I/OS termos do art. 410/RI. Processo de COI/sulta - Relator origil/al CO/ls. CaiD Márcio Nogueira Soares. Decisão vil/CU-
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lallle aplicável a todas as ocorrências de consultas para efeito de considerar regulares as despesas com colllratações de Emissoras de Radiodifusão, de Televisão a cabo ou de sites de internet, ou outros serviços depublicidade e de propaganda pelas Câmaras Municipais dos MunicípiosParanaeuses, ante as condições estabelecidas no § 1" do Arl. 37 da CF,da Lei 8666/93 e LC /01/2000.
RELATÓRIO
o Presidente da amara Municipal de Matelândia acima citado formulou consulta sobre a possibilidadede contratação de uma emis ora de nldio para a transmissão das sessões ordinárias da respeetiva Casa Legislativa.
O pareeer jurídieo anexado sustenta a legalidade da contratação na medida em que as transmissõesteriam a função de orientar. educar e informar a população sobre o que ocorre nos meandros da administraçãopública, nos moldes do que prevê o § I° do Artigo 37 da CF.
DAS MANIFESTAÇÕES CO STANTES DA DIRETORIA DE CONTAS MU ICIPAIS
A Diretoria de Contas Municipais - DCM optou por adotar a jurisprudência atual desta Corte. e, peloParecer nOl3/06 manifestou-se pela possibilidade de contratação da radiodifusão para os trabalhos da CâmaraMunicipal, corroborando o voto escrito do eminente Conselheiro Artagão de Manos Leão. que fundamentou aResolução n° 2118/2004.
DAS MANrFESTAÇÕES CONSTANTES DO MINISTÉ.RIO PÚBLICOJUNTO A ESTE TRIBUNAL
O Ministério Público junto ao Tribunal de Conta - MPjTC pelo Parecer nO 5597/06, da lavra da Df EJizaAna Zenedin Kondo Langner. ressalta que. inobstante ter sido destacado pela Coordenadoria de Jurisprudênciae Biblioteca decisões no sentido da pos ibilidade de contratação de emis ora de rádio para divulgação dostrabalhos daquela Casa Legislativa, existem inúmeras decisões desta Corte, em sentido contrário. conformesegue:
Relator: Auditor Joaquim Antônio Amazonas Penido MonteiroProtocolo: 21289197Origem: Município de GoioerêInteressado: Presidente da CâmaraDecisão: 3834/97 Resolução 15/04/97
"Collsl/l/lI. COIl/rataçiio pelo Legisla/ivo, de emissora de rádio para divlIlgllçiio dos a/os daCâmara. Impossibilidade, aillda {file os liames dos vereadores lliio sejam divulgados."
Relator: Auditor Marins Alves de Camargo NetoProtocolo: 93280/97Origem: Município de Campo Mourãolnteressado: Presidente da CâmaraDecisão: 5932197 Re olução 22/05/1997
"Consulta. Divulgação de a/os legislatil'os por parte da Câmara MUllicipal. Impossibilidade por ferir o dispas/o 110 §1" do art. 37 da CF/88. ..
Relator: Auditor Roberto Macedo GuimarãesProtocolo: 202674/96Origem: Município de ItaipulândiaInteressado: Presidente da Câmara
90 Revista do Tribunal de Comas· PR I na 160 IFevereiro aMaio de 2007
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Decisão: 9724196 Resolução 06108196"Consulta. Impossibilidade de transmissões por emissoras de rádio e publicações em jornais dos atos do Legislativo Municipal. considerando o disposto 110 § I" do artigo 37 daCF/88. .•
Relator: Conselheiro João Cândido F. da Cunha PereiraProtocolo: 31074195Origem: Município de PalolinaInteressado: Presidente da CâmaraDecisão: 10949195 Resolução 30/11/95
'·Conslllta. Gastos com contratação de empresa de publicidade e propaganda. para a divlIlgação dos trabalhos desenvolvidos pelo Legislativo, bem como transmissão das sessões erealização de um programa semanal lias emissoras de rádio locais com a participaçõo aovivo dos vereadores. Impossibilidade por afrOll/a ao parágrafo In do art. 37 da CF/88."
Relator: Conselheiro Cândido Martins de OliveiraProtocolo: 8171194Origem: Município de Mandaguatilnteressado: Presidente da CâmaraDecisão: 3688/94 Resolução 03/05/1994
"Conslllta. Contratação de órgão de publicidade, quais sejam jomais e emissoras de rádio,para a divulgação de trabalhos realizados pelo Poder Legislativo. Ilegalidade da realização do referido contrato. por caraclerizar-se como promoção pessoal dos envolvidos, portall/O, ferindo O disposto no OI'/. 37. § In da Carta Magna."
Advene, ainda, que existem neste Tribunal decisões tanto pela po sibilidade quanto pela impossibilidadeda contratação de emissora de rádio para divulgação dos trabalhos do Legislativo Municipal, bem ainda, que jámanife tou-se em consulta pela impossibilidade, por emender ferir o § 1° do artigo 37. da Carta Magna, quee tabelece o seguime:
"A publicidade dos atos. programas, obras. serviços e campanhas dos órgãos plÍblicosdeverá ter caráter educativo. itifortllOlivo 011 de orientação social. dela não podendo constar nomes. símbolos ou imagens qlle caracterizem promoção pessoal de allloridades e servidores plÍblicos. ..
Quamo ao mérito, nos presentes autos, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas manifesta-sepela impossibilidade de contratação de empresa de radiodifusão pela Câmara Municipal, conforme posicionamento já expressado anteriormente pelo Douto Plenário. E, quanto à inexigibilidade de licitação, manifesta-sepela sua possibilidade desde que sejam cumpridos os requisitos legais do artigo 26, da Lei n08666/93, devendo oordenador da despesa juntar no processo de justificativa a prova inequívoca de que em toda a região não háoutra emissora capaz de transmitir o s,inal radiofônico.
RAZÕES DO PREJULGADO
Em atendimento à designação feita pelo presidente deste Colegiado. para a apresentação de proposta dePREJULGADO. ocorrida na sessão deste Plenário. sob n° 21. de 25 de maio do corrente ano, cuja necessidadefoi suscitada pelo Conselheiro Fernando Augu. to Mello Guimar;ies, em processo de relatoria do ConselheiroCaio Márcio Nogueira Soares. e considerando que a LC nO 113/2005 contempla a possibilidade de formular-sePREJULGADO como cláusula vinculante, o que também está previsto no atual Regimento Interno no Artigo410, passo aos comentário que seguem, haja vista que a matéria em questão traz divergências substanciais queatacam o andamento de muitos processos em trâmite, sendo necessária a equalização dos entendimentos sobrea matéria em questão.
ReVÍSta dO Tríbunal de contas· PR I n-160 I Fevereiro aMaio de 2007 ~ 91
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TENTATIVA ANTERIOR DE CONSOLIDAÇÃO DO ENTENDJ:ME TODESTE TRIBU AL SOBRE O ASSUNTO
Em votos ameriores este RELATOR propugnou para a prioridade dos imeresses nos ga\tos do' recursopúblicos e uma conotação ética que não gere nem comoções sociais de difícil controle e nem exposição indevidados edi que exercem qualquer modalidade de liderança interna nas Cãmar.ls, em prejuízo da b nomia entre ospares nas oponunidades de apresemação dos projeto de lei. e respectivas defesas de acordo com os imeresseda população. Lembrando sempre o preceito de que a publicidade não incorpore nomes. fmbolos ou imagenidentificadoras de promoção pessoal das autoridades ou dos servidores públicos.
A favor da possibilidade de contratação de Emi soras de Rádio para a divulgação da sessões das CâmarasMunicipai temos a RESOLUÇÃO 2118/04 de lavr.l do eminente Conselheiro ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO.
Contra a possibilidade de contratação de Emissora par.! a divulgação das Ses ões da! Câmaras Municipais temos urna série de decisões. quais sejam. Resoluções de nOs 24078/93. 530/95. 7394197. 14406198. 10674/98 4456198. que junto nos aUlo .
Acresceme-se. de tane. as Consultas trazidas pelo ilustre Conselheiro FERNANDO AUGUSTO DE1ELLO GUIMARÃES, na temativa de unificar O entendimento desta Cone de Contas sobre O assumo: VILA
ALTA (Protocolo 33570010O); TOLEDO (protocolo 231363/01): SANTA MARIA DO OESTE (Protocolo 7669/Ol): PIRAQUARA (protocolo 358363/01) e JAQUARIAIVA (Protocolo 498475) do que resultou a RESOLUçÃO ° 2059/2003 na qual foram respondidas diversas indagações, entre as quais a matéria da Consulta quesuscitou este PREJULGADO, em cujas Resoluções foram fixadas algumas condicionantes às âmaras Municipais para processar suas despesas de serviços de Radiodifus.'io audiovisual para a publicidade de uas sessões.
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de CONSULTA protocolado sob nO 29980/06, epara unificar entendimemo nos julgados obre a matéria. que fez suscitar este PREJULGADO
ACORDAM
OS MEMBROS DO TRffiUNAL PLENO. nos termos do voto do Relator, Con. elheiro CAIO MARCIO NOGUEIRA SOARES, por unanimidade em:
Responder a preseme Consulta, consoante orientação já expedida por e ta Cone atrUvé da Resoluçãon"211812004. protocolo nO 259524/03. que nos termos do Voto do Conselheiro ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO.opinou pela possibilidade de publicidade na radiodifu ão, englobando despesas com trUnsmissões de essões.divulgação e tran missão de audiências públicas. mensagens alusivas a evemos, serviços. campanhas. programas e homenagen a personalidades, tendo como parâmetros a serem atendido o planejamemo orçamentário efinanceiro da emidade, como também expre sas e delimitadas objetivamente na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na re pectiva Lei Orçamentária (LO). observando-se o princípios con titucionais plasmados nocapLlt do ano 37 da Magna Carta Federal. não podendo caracterizar promoção pes oal. confonne comandoinsculpido no § 1°. art. 37. da Constituição da República. acrescentando-se, destane. as nonn3S contidas na Leide Licitações - Lei Federal n° 8666193, na Lei de Responsabilidade Fiscal e na Lei de Imprensa.
Participaram da Se são os Conselheiros ESTOR BAPTISTA, HENRIQUE AIGEBORE. FER-ANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES e CAIO MARCIO OGUEIRA SOAR e os Auditores
J IME TADEU LECHINSKI e TH1AGO BARBOSA CORDEIRO.Preseme a Procuradora do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ELlZA ANA ZENED
KO DO LA 'G ER.
Sala das Sessões, 27 de julho de 2006 - Se ão n° 29.
NESTOR BAPTISTAConselheiro Relator
HEINZ GEORG HERWIGPresidente
92 Revista do Tribunal de Contas· PR I nO 160 Ifevereiro aMaIO de 2007
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PREJULGADO N° 03
Enunciado: Prejulgado. Pedido de Rescisão. Concessão do efeito suspensivo, em caráter excepcional, obedecido o disposto no art. 407-Ado Regimento Interno, devendo ser aprovada com o voto favorável deno mínimo 3 (três) Conselheiros efetivos.
Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno
Incidente: Prejulgado
Assunto: Pedido de Rescisão - Efeito Suspensivo
Processo Originário: Protocolo n° 214858/06-Te.
Autuação do Prejulgado: Protocolo n° 311810/06
Relator: Conselheiro Henrique Naigeboren
Decisão: Acórdão nO 1115/06-TC. (Unânime)
Sessão: 03/08/06
Publicação: AOTC n063 de 25/08/06
ACÓRDÃO N° 11lS/06 - Tribunal Pleno
PROCESSO N°INTERESSADOASSUNTORELATOR
311810/06TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁPREJULGADO N° 03CONSELHEIRO HENRIQUE NAIGEBOREN
Ementa: Prejulgado. Pedido de Rescisão. Concessão do efeito suspensivo, em caráter excepcional, obedecido o disposto no art. 407-A doRegimento Interno, devendo ser apro\'ada com o voto favorá\'el de nomínimo 3 (três) Conselheiros efetivos.
PREJULGADO
Trata-se de procedimento instaurado pelo Conselheiro Heinz Georg Herwig. Presidente da Corte deContas, em atenção ao contido no protocolo n° 214.858/06, que ligura como Relator o Conselheiro FernandoAugusto Mello Guimarães, visando ao estabelecimento de prejulgado com vista à uniformização da jurisprudência da Corte sobre o tema de concessão de efeito suspensivo em Pedido de Rescisão, postulado combase no art. 77, da Lei Complementar n.o 113/05.
Revista do Tribunal de Contas· PR InO 160 IFevereiro 3 Maio de 2007 93
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~'--------------------"""Sorteado Relator, detenninei o encaminhamento dos aulOS ao MPjTC para pronunciamento na forma
preconizada no art. 66, m. do Regimento lntemo.Voltam-me os autos com longo e minudente parecer da lavra da Procuradora Ora Juliana Stemadt
ReineI'. digno de elogio pela profundidade e segurança com que abordou tema tão intrincado.Ao longo de 36 laudas a parecerista di corre sobre questões pellinentes ao objeto do prejulgado, para
concluir, com ba e na doutrina e jurisprudência pátrias, pela possibilidade de concessão. em caso excepcionais, de liminar com efeito suspensivo em pedidos rescisórios, desde que atendidas plenamente as condiçõesindicadas no estudo referido.
Em linhas gerais concordo com a manifestação do "Parquet" junto ã Cone de Contas. sobretudo notocante à possibilidade de atribuição de efeito suspensivo para estancar os efeitos decorrentes da açãorescindenda. porém, divirjo. quanto ao "modus operandi", da concessão.
Bem se vê. desde logo, que o caráter pétreo da coisa julgada, não e pode mameI' imutável ante aceleridade das modificações da sociedade, nascendo daí a necessidade de temperar-se regra tão rígida. paraque não restem in iabilizadas as pretensões almejadas pelo instituto da ação rescisória.
Nesta senda. doutrina e jurisprudência foram aperfeiçoando o instituto até deixá-lo apto a produzir osefeitos buscados pela lei, surgindo daí a idéia de efetividade da tutela (art. 5.° LXXVIII. CF) e comoconseqüência desta o princípio do poder geral de cautela. de que são dotados também os Tribunais de Contasconsoante já decidiu o STF (MS. .°24.510-7).
Do exposto entendo, na esteira do MPjTC, que deve ser afastada do tema interpretação literal quevenha a afrontar o direito fundamental à tutela efetiva, restando. para mim. ceno. que a interpretaçãoconducente ã possibilidade de concessão de liminar com efeito suspensivo. em pedidos de reseisão. impõe-o ecomo conseqüência de interpretação teleológiea,
Porém. a sua concessão, por excepcional. deve atender tanlbém a situações excepcionais. ou seja, somentepoderá ser concedida desde que atendidas as eondições fixadas no prejulgado a ser estabelecido sobre o as unto.
Destas exigências prévias, algumas já estão encartadas na nova versão do Regimento interno.notadamente no anigo 407-A, pelo que me eximo de enumerá-Ias aqui, porém. devo acrescenlaT uma. que dizrespeito ã composição de quorum e aprovação do pedido de liminar em rescisórias. Retiro-me à necessidadede que o pedido de liminar, para ser concedido deve receber votoS favoráveis de, no mínimo, lrês Conselheirosefetivos, para que o próprio caráter de unifonnidade da jurisprudência não reste afet'ldo com eventuaisfonnações dispares de quorum, que venham gerar decisões contlitantes no seio da Cone de Contas.
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de PREJULGADO protocolados ob nO 311810/06,
ACORDAM
OS MEMBROS DO TRIBUNAL PLENO. nos termos do voto do Relator, Conselheiro HENRIQUENAlGEBOREN, por unanimidade em:
I· Poderá ser concedida liminar com efeito suspensivo em Pedidos de Rescisória, desde que atendidasintegralmente as disposições do art, 407-A, do Regimento Interno:
11 . A decisão deverá ser proferida com voto favorável de no mínimo 3 (três) Conselheiros efetivos.Paniciparam da Sessão os Conselheiros NESTOR BAPTISTA. HENRIQUE NAIGEBOREN, FER
NA DO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES e CAIO MARCIO NOG EIRA SOARES e os AuditoresJAIME TADEU LECHJNSKJ e THIAGO BARBOSA CORDEIRO.
Presente a Procuradora Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas. ANGELA CASSIACOSTALDELLO.
Sala das Sessões. 3 de agosto de 2006 - Sessão n° 30.
HENRIQUE AIGEBORENConselheiro Relator
HEINZ CEORG HERWIGPresidente
94 Revrsta do Tribunal de Contas· PA Irf 160 IFevereiro a MaIO de 2007
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~"'--------------------PREJULGADO N° 04
Ementa: Prejulgado - Pressupostos de cabimento do Pedido Rescisó·rio no âmbito desta Corte de Contas - Inteligência do artigo 77 da LeiComplementar n°. 113 - Necessidade de apreciação restritiva na ad·missibilidade dos Ped.idos Rescisórios - Hipóteses taxativas de cabi·mento da rescisória na lei . A decisão deve estar maculada por vício deextrema gravidade - Natureza constitutiva negativa do Pedido Resci·sório • Limitada a legitimidade do Ministério Público junto ao Tribunalde Contas na pessoa do Procurador Geral - Prazo de 02 anos a partirdo trânsito em julgado da decisão rescindenda - Decisâo cujo transcur·so do biênio ocorreu antes da entrada da Lei Complementar nO. 113não pode ser objeto de Rescisória - Admissibilidade perante completainstrução do pedido incluindo comprovação do trânsito em julgado dadecisão rescindenda- Faculdade de emenda da inicial no prazo de 15dias a critério do relator - Relação estrita entre a arguição e a fundamentação legal do pedido - Prevenção do primeiro relator que proferiudespacho quando se tratar de mais de um Pedido Rescisório sobre amesma decisão - Falsidade demonstrada em decisão judicial transitadaem julgado - Documento referente à fato anterior é elemento novo·Convalidação posterior a prestação de contas não é objeto de rescisão- Aceitação do erro de fato incluído no inciso lU do artigo 77 da LeiComplementar nO. 113 desde que perceptível no processo anterior in·dependente de produção de prova nova, decorrente da desatenção ouomissão do julgador quanto à prova - Guardado o nexo de causalidadeentre o erro e a decisão rescindenda - da decisão onde tenha havidoparticipação direta do conselheiro impedido na discussão e votação cabeRescisória - Violação de IHeral disposição comporta lei declarada in·constitucional pelos Tribunais superiores e/ou com decisão denegató.ria da aplicação pelo Tribunal de Contas - Não é possÍ\'el desconstituiro julgado quando o te:<to legal comporta interpretação controvertida Efeito suspensivo nos modes do Prejulgado n°. 03 - em regra o relatordo judiei"m reseilldells é o relator do judieium reseissQriulll exceto noscasos onde a rescisória entender pela nulidade da decisão onde retornase à fase processual anterior a eivada de nulidade - Edição de novo atosujeito a registro no tribunal não enseja pedido rescisório - A admissibilidade da rescisória é decisão monocrática sujeita a Recurso de Agravo.
Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno
Incidente: Prejulgado
Assunto: PressupostoS de cabimento do pedido rescisório no âmbito desta Cone
Autuação do Prejulgado: Protocolo n° 37996/07
Relator: Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães
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Decisão: Acórdão nO 277/07-TC. (Unânime)
Sessão: 15/03/07
Publicação: AOTC nO 94 de 13/04/07
ACÓRDÃO n° 277/07 - Pleno
PROCESSO N.oINTERESSADOASSUNTORELATOR
37996107TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁPREJULGADOCONS. FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES
Ementa: Prejulgado - Pressupostos de cabimento do Pedido Rescisório no âmbito desta Corte de Contas - Inteligência do artigo 77 da LeiComplementar n°. 113 - Necessidade de apreciação restritiva na admissibilidade dos Pedidos Rescisórios - Hjpóteses taxativas de cabimento da rescisória na lei - A decisão deve estar maculada por vício deextrema gra"idade - Natureza constitutiva negativa do Pedido Rescisório - Limitada a legitimidade do Ministério Público junto ao Tribunalde Contas na pessoa do Procurador Geral - Prazo de 02 anos a partirdo trânsito em julgado da decisão rescindenda - Decisão cujo transcurso do biênio ocorreu antes da entrada da Lei Complementar nO. 113não pode ser objeto de Rescisória - AdDJjssibilidade perante completainstrução do pedido incluindo comprovação do trânsito em julgado dadecisão rescindenda- Faculdade de emenda da inicial no prazo de 15dias a critério do relator - Relação estrita entre a arguição e a fundamentação legal do pedido - Prevenção do primeiro relator que proferiudespacho quando se tratar de mais de um Pedido Rescisório sobre amesma decisão - Falsidade demonstrada em decisão judicial transitadaem julgado - Documento referente à fato anterior é elemento novo Convalidação posterior a prestação de contas não é objeto de rescisão- Aceitação do erro de fato incluído no inciso In do artigo 77 da LeiComplementar n°. 113 desde que perceptível no processo anterior independente de produção de prova nova, decorrente da desatenção ouomissão do julgador quanto à prova - Guardado o nexo de causalidadeentre o erro e a decisão rescindenda - da decisão onde tenba havidoparticipação direta do conselheiro impeilido na discussão e votação cabeRescisória - Violação de literal disposição comporta lei declarada inconstitucional pelos Tribunais superiores e/ou com decisão denegatória da aplicação pelo Tribunal de Contas - Não é possÍ\'el desconstituiro julgado quando o texto legal comporta interpretação controvertida Efeito suspensivo nos modes do Prejulgado n°. 03 - em regra o relatordo judieium rescindellS é o relator do judieium rescissorillm exceto noscasos onde a rescisória entender pela nulidade da decisão onde retornase à fase processual anterior a eivada de nulidade - Edição de novo atosujeito a registro no tribunal não enseja pedido rescisório - A admissibilidade da rescisória é decisão monocrática sujeita a Recurso de Agravo.
96 Revista do Tribunal de Conlas . PR Inll l60 IFevereiro a Maio de 2007
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Vistos, relatados e discutidos estes autos
RELATÓRIO
Versa o presente expediente acerca de prejulgado suscitado na sessão plenária de 07 de dezembro de2.006 acerca de questões relativas à admissibilidade de pedidos de rescisão (v. atas a folhas 03 e seguintes).
Na ocasião o presente Relator entregou um Estudo acerca da matéria aos demais julgadores, peça estajuntada aos autos pela Procuradora Geral do MPjTC.
Tendo como base o estudo mencionado, o Ministério Público de Contas exarou o Parecer 1.35112.007(folhas 12138), apresentando as seguintes conclusões em relação ao tema:
a) O rol do artigo 494. do Regimento Interno é taxativo. vale dizer, o Pedido de Rescisão só tem cabimentoquando tiver por causa de pedir a subsunção integral dos fatos às estritas hipóteses de cabimento previstas peloRJ',
b) A Rescisória não detém natureza jurídica recursal, nem pode funcionar como sucedâneo de recursonão interposto, isto é. a mera irresignação da parte com a eventual "injustiça" da decisão não é motivo para ocabimento do Pedido. Igualmente, por sua natureza autônoma, a Rescisória não segue a terminologia e o trâmiterecursal:
c) A parte. o terceiro juridicamente intere sado e o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas detêmlegitimidade para a propositura do Pedido de Rescisão. Em relação ao MPjTC. a legitimidade não é restrita aoProcurador-Geral, uma vez que tanto o Procurador-Geral, quanto o Procurador que tiver atuado nos autospoderão propor a Rescisória, pois inexistente qualquer restrição legal:
d) O prazo para a proposição da Rescisória é de dois (2) anos após o transito em julgado da decisão quese busca desfazer. Como a legislação aplicável à Rescisória se funda na regra do tempus regit actlllll. ela nãoretroage e, portanto, não pode ser proposta Rescisória em face de decisões transitadas em julgado anteriormente à edição da Lei Orgânica e do RI, exceto àquelas em que, após a edição dos novos instrumentos normativos.ainda possuiam prazo para propositura;
e) O pedido da Rescisória deve ser o desfazimento da decisão "transitada em julgado" e a sua causa depedir deve ser subsumida às seguintes hipóteses: (I) - a decisão se haja fundado em prova cuja falsidade foidemon trada em sede judicial: (li) - tenha ocorrido a superveniência de novos elementos de prova capazes dedesconstituir os anteriormente produzidos: (1L1) - erro de cálculo ou material; (IV) - tenha participado do julgamento do feito Conselheiro ou Auditor alcançado por cau a de impedimento ou de suspeição; oU (V) - violarliteral di posição de lei; e
f) Em regra, o pedido Rescisório não possui efeito suspensivo, cuja exceção tem sua fonna delimitadapelo Prejulgado na 3, se presentes os pressupostos fonnais e materiais, pode ser concedida a liminar.
VOTO E FUNDAMENTAÇÃO
Preliminamlente. manifesto-me com relação às conclusões exaradas pela Procuradora Geral no tocantea parte discordante do estudo, qual seja. a legitimidade de todos OS membros do MPjTC proporem Pedidos deRescisão. Aduz a Procuradora que ..... e o Millistério Público junto ao Tribllnal de COII/as deTêm legitimidade para II propositura do Pedido de Rescisão. Em relação ao MPjTC. a legitimidade lIão é restrita aoProcurador-Geral, uma vez que tanTO o Procurador-Geral, quanto o Procurador que tiver atuado 1I0S
autos poderão propor a Rescisória. pois inexistente qualquer reSTrição legal".A Lei Complementar n°. I13/05 outorga legitimação ativa ao MPjTC em todos os casos de cabimento do
pedido de rescisão, neste ponto não há discordância, mas o que se quer discutir é se esta legitimidade ativa cabeao membro que oficiou no processo ou apenas ao Procurador Geral.
Em que pese defender a Procuradora Geral, que tal legitimidade recai sobre todos os membros do ParqueT por ausência de restrição legal, a interpretação que faço é que na falia de regramento específico na LeiComplementar, há que se socorrer do disposto na Lei Orgânica do Ministério Público do Paraná. que determinaque nos casos de propositura de ação de competência originária do Tribunal, a legitimação ativa é exclusivamente do Procurador Geral de Justiça.
Portanto, de acordo com a interpretação do art. 6 I da Lei Orgânica do Ministério Públ.ico Estadual, inciso
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~-----------------V combinado com o artigo 116 da Lei Orgânica desta Cone, conclui-se que a representação do parqllel especializado cabe ao Chefe da Instituição para a propositura do Pedido Rescisório.
Como nos demais pontos abordados no estudo não houve controvérsias no Parecer Ministerial, passo aapontá-los de forma direta e resumida, uma vez que, o embasamento legal dos mesmos já Foram devidamenteexpostos no estudo realizado e entregue as demais mcmbros do Plenário.
I. Legitimidade para a propositura do Pedido Rescisório:a. A pane,b. O terceiro juridicamente interessado - aquele que não participou do processo originário.mas foi prejudicado do ponto de vista jurídico pela decisão proferida, ainda que indiretamente.c_ O Procurador Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas - considerando aRescisória ser de competência originária do Pleno e nos moldes da Lei Orgânica do Mini tério Público Estadual. Não sendo excluída a possibilidade de delegação efetuada pelo Procurador Geral.
11. Caberá Pedido Rescisório contra decisão definitiva, ou seja, somente quando a decisão tornarse imutável e indiscutível pelo decurso do tempo.W. Haverá prevenção do Relator que despachar primeiro no processo quando apresentados maisde um pedido de rescisão da mesma decisão.IV. Nos moldes do Processo Civil, cabe à parte fazer prova do trânsito em julgado da decisâodefmitiva.V. Do trânsito em julgado da decisão definitiva o prazo para propositura do Pedido Resci ório é de02 anos, lembrando que a contagem é feita de acordo com o processo civil, ou seja. computa-se oprazo com a exclusão do dia do trânsito em julgado e inclusão do dia do vencimento.VI. Ressalte-se que as decisões, cujo transcurso do biênio após seu trânsito em julgado OCOITeuanteriormente à edição da Lei Complementar nO. 113, não serão objeto de pedido rescisório.VIl. É de responsabilidade da parte a correta instrução do pedido rescisório comendo todas aspeças necessárias para a apreciação do pedido, conforme a regulamentação contida no RegimentoInterno, sob pena do mesmo não ser admitido. Sendo expressamente vedado o de entranhamentode documentos constantes no processo que culminou na decisão rescindenda, solicitado por unidades da Casa ou pelo Relator da mesma.VIlI. A causa de pedir deverá sempre estar atrelada a um dos incisos do artigo 77 da Lei Complememar nO. 113 reproduzido no artigo 494 do Regimento Interno.IX. Tetldo a decisão rescindenda mais de um fundamento é necessário que todos sejam atacados.'Excetuando-se neste ponto quando parte da decisão atinge terceiro interessado.X. O emba amento do Pedido Rescisório deve ser claro, ficando facultado ao Relator solicitar aemenda da inicial. no prazo de 15 dias, a 11m de esclarecer o pomo em que se Funda o Pedido deRescisão. O prazo de 15 dias para a emenda recebeu seis votos a um. o Conselheiro ARTAGÃODE MATTOS LEÃO votou pela concessão do prazo de 30 dias.XL Fundamentos do Pedido de Rescisão:
a. Decisão que se haja fundado em prova cuja falsidade foi demonstrada em sede judicial. Afalsidade pode ser material ou ideológica e obrigatoriamente a prova viciada deve ter tidoimportância para o deslinde do processo. Ou seja, caso a decisão subsista independentemente da prova ser Falsa ou não, não há que se cogitar a possibilidade de recebimento do pedidorescisório.b. Tenha ocorrido a superveniência de novos elementos de prova capazes de descon tituir osanteriormeme produzidos. ovo elemento de prova deve ser entendido como um documemodesconhecido pelo Tribunal no mamemo da decisão, mas eJÚstente à época dos fatos. Deveser demonstrado ao Tribunal que há uma situação existeme na época dos falos que por
, Isto se aplica principalmente para os processos de prestação de contas onde adesaprovação se deu por mais de um motivo, para ocorrer arescisão, todosos motivos da desaplOvação devem ser atacados.
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~------------------:algum motivo não veio ao conhecimelllo desta Corte antes de proferida a decisão.' Convalidação de ato posterior a prestação de contas não é objeto de rescisória e termo de fatoanterior é elemento novo. pois deveria ter sido emitido à época. Caso ajuizada a respectivaação executiva caberá a aplicação das regras de embargos à execução previstos no Códigode Proces o Civil, que contempla a hipótese acima mencionada. Outro ponto importanteaqui é definir que não se tTata de argumentação de novos elementos de prova, a alteraçãoposterior de posicionamento do Tribunal em questão análoga, isto posto tratar-se esta argumentação de embasamento para o Recurso de Revisão (artigo 486. inciso rv do RegimentoInterno). A alteração de posicionamento do Plenário não tem o condão de desconstituirelementos de prova allleriormente produzidos, visto que a interpretação que embasou adecisão considerou todos os fatos e documentos con tantes no processo que foram apreciados à luz da interpretação Plenária à época.c. Erro de cálcu lo ou material. Embora reconhecido neste ponto uma impropriedade naredação do dispositivo legal, uma vez que à luz do processo civil, erro de cálculo é umaespécie de erro material e que este por sua vez deve ser corrigido a qualquer tempo. sendode competência do relator da decisão onde ocorreu o erro; deve ser dada uma interpretaçãoao dispositivo legal da Casa. Inclino-me pela interpretação da possibilidade, mais consentãnea com o verdadeiro significado de erro de fato, tal como emprestado da pacífica jurisprudência e doutrina processual civil; não se desconhece a literalidade da Lei Complementar n°.I13/05, ao mencionar expressamente o erro de cálculo e o erro material como objeto darescisória. Todavia, devemos interpretar o real significado da expressão "erro de cálculo eerro material", ou seja, como erro de fato.d. Considerada, portanto a interpretação de que no inciso li do artigo 77 da Lei Complementar nO. 113 e no inciso UI do artigo 494 do Regimento Interno desta Casa comportam arescisória embasada no erro de fato, taJ qual apresentado pelo processo civil, além dosrequisitos para a caracterização do mesmo (perceptível no processo anterior independentede nova produção de prova, decorrente da desatenção ou omissão do julgador quanto àprova e não do acerto ou desacerto do julgado em decorrência da apreciação da prova enexo de causalidade entre o erro de fato e a decisão) ex.ige-se ainda que a questão não tenhasido objeto de enfrentamento e discus ão na decisão rescindenda, conforme entendimentodoutrinário e jurisprudencial.3
e. Tenha participado no julgamento do feito Conselheiro ou Auditor alcançado por causa deimpedimento ou de suspeição. As causas de impedimento ou de suspeição estão claras nosartigos 128 e 133 da Lei Orgânica do Tribunal, bem como no art. 135 a 137 do CPC. Comoas decisões desta Corte são proferidas por órgão colegiado, ou seja, trata-se de acórdão,para que o mesmo possa ser rescindido com base nesta fundamentação é necessário que ovoto do Conselheiro impedido tenha influído na formação da maioria, caso tenha sido ojulgamento por maioria de votos. Portanto, imprescindível é a avaliação da prejudicialidadedo voto proferido. Portanto, no caso de decisão unânime sem participação na discussão doConselheiro impedido ou suspeito, não há que se falar em rescisão da mesma. Cabe, portanto, neste ponto rescisão se houver a participação direta do Conselheiro impedido ou suspeitona discussão elou na votação da decisão.
• Neste ponto alerta·se expressamente sobre otão comum eCOflhecido Termo de Convalidação expedido pelos órgãos repassadores de recursos. Caso aconvaIidação tenha ocooido ãépoca da decisão do Tribunal, mas esta Corte nâo tenha tido COflhecimento dele, este cabe na expressão"novos elementos de",ova', porém seoTermo de Convaidação f{)j editadoposIetioonente adecisão do TribonaI, nâo cabe arescisória, mas sim oacerto entre oque teve as contasdesaprovadas edevllfã ressarcir ao e<ãrio com opróprio executivo que tardiamente oonvalidou oato.
•Esta observação cabe, considerando os inúmllfos pedidos rescisórios que ingressam nesta Corte, fundamentados no erro de fato, mas que na verdadebuscam reve< ainte<pretaçáo já COflsofKlada na decisão do ",acesso. Diversas são as intenções de VIlf rescindidas decisões ace<ca de Prestações de ContasMunicipais argumentando·se que adecisão não 'analisou bem os documentos trazidos', ora uma vez analisado odocumento tal qual foi apresentado, semnenhum erro de fato, ou seja, adecisão não admitiu fato inexistente nem tampouco oonsidllfou inexistente tato efetivamente ocooido, não há que se falar emrescisão da mesma.
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~"-------------------f. Violar literal disposição de lei. Lei aqui há que er considerada em selllido amplo. Nestefundamento devem ser consideradas duas situações:
I) A primeira diz respeito à decisão pautada em lei declarada incon titucional, Têmentendido a jurisprudência que quando a Suprema Corte declara a inconstitucionalidade da lei aplicada pelo acórdão que pretendem ver rescindido é cabível a rescisória.Portanto. na mesma esteira, caso haja alteração de posicionamento do Tribunal deContas baseada em declaração de inconstitucionalidade de Tribunais Superiores, emforma de controle concentrado, caberá rescisória. Reafinne-se que apenas e tão somente quando a declaração de inconstitucionalidade ocorrer em ação própria onde sediscute a inconstitucionalidade da lei. No caso de decisão denegatória da aplicação delei ou ato normativo. nos moldes do alligo 78 da Lei Orgânica e do artigo 408 doRegimento Interno também cabe rescisória contra a decisão fundada nesta normativa.2) A segunda é quando há alteração de entendimento da matéria no âmbito destaCorte. Considerando que, para a caracterização do presente fundamento, a afrontadeve ser tamanha que contrarie a lei em sua literalidade, portanto qUalldo o texto legalcomportar interpretação controvertida não é possível desconstituir o julgado. onde seaplica a Súmula nO. 343 do STF' .
XII. Efeitos da Rescisória. Asimples propositura do pedido rescisório não possui efeito suspensivo,portanto segue a execução da decisão que se pretende rescindir.XITI. Conforme o Prejulgado nO. 03 desta Corte poderá ser concedida liminar com efeito suspen ivo em pedidos rescisórios desde que cumpridas integralmente as disposições do artigo 407-A doRegimento Interno. Portanto não cabe neste prejulgado rediscutir a matéria.xrv. Natureza do pedido rescisólio. Não se trata de espécie recursal. mas sim novo ação autônomo. Tem natureza constitutiva negativa, cuja finalidade é a eliminação de pronunciamento jurisdicional maculado por vício de extrema gravidade. Não se presta a apreciar justiça ou injustiça dadecisão. a boa ou a má interpretação dos fatos. o reexame da prova produzida.XV. Cabe pedido rescisório contra acórdãos que extinguem o processo com julgamento do mérito,acórdãos proferidos em sede recursal (revista. revisão ou agravo). sendo que aqui o que se quer édesconstituir a decisão proferida no recurso. Também contra decisões monocráticas.XVI. A condicionante da interposição do pedido de rescisão é o decurso do prazo recursal e não oexereício efetivo do direito de recorrer. ou seja. não há necessidade de que todas as instâncias ouvias recursais tenhalll sido esgotadas, porém não pode haver aberto nenhum prazo recursal.XVIJ. A propositura do pedido rescisório está limitada à busca pelo saneamento de dois vícios: i.Vício de juízo - erlVr in illdicondo e ii. Vício de atividade - envr in procedendo.XVW. As hipóteses de fundamentaçâo para o pedido de rescisào são taxativas, portanto a interpretação do artigo 494 do Regimento Interno há que ser restritiva. sob pena de admitir como pedidorescisório argumentação sem qualquer fundamento de direito material ou processual.XIX. Efeitos da rescisória:
a. Em regra o relator do pedido rescisório também é competente para julgamento da açàoque teve sua decisão rescindida. Nos tennos do CPC, o juiz que apreciar o pedido rescisório(jIlS rescindells), uma vez este procedente. ou seja, desconstituída a decisão desta Casa,também apreciará a ação cuja decisão foi rescindida (jus rescissorilllll) no próprio pedidorescisório.b. Todavia, quando a rescisória entender pela nulidade da decisão do Tribunal. mostra-senecessário o retorno dos autos ao Relator do aresto desconstituído para que examine oprocesso a partir da nulidade do mesmo. Isto porque na apreciação do processo anterior
•STF - Súmula 343 . Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposiçáo de lei, quando adecisão rescindenda se tiver baseado em texto legal deInterpretação controvertida nos Tribunais. (O. Proc. Civ.)
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caberá matéria que não foi discutida na rescisória. urna vez que are. cisória pautou-se tãosomente na ausência de contraditório.'
XX. Rescisórias em decisões de registro no Tribunal.a. Uma vez reconhecido o vício na decisão anterior que negou registro ao ato. a mesma érescindida (jlldicill/ll rescilldells) e na mesma decisão é detenninado o registro daquele ato(jlldiciu/II rescissorilllll).b. Quando for editado novo alO e este for alegado na rescisória. Não há que se falar emrescisória. pois não há mácula na decisão anterior do Tribunal. O novo alO segue tramitaçãoprópria para seu registro. pois e trata de ato ainda não analisado pelo Tribunal. Isto posto.porque uma vez negado registro a um alo. não quer dizer que após o mesmo estar de acordocom a legislação, não possa. a pretensão do interesse, ser registrada.
XX1. O juízo preliminar de admissibilidade no pedido resci ório é monocrático que deverá verificar:a. Legitimidade do proponente:b. Prazo de 02 anos do tránsito em julgado da decisão que se pretende rescindir;c. Existência de todos os documentos essenciais à instrução da rescisória. inclusive a comprovação do trânsito em julgado da decisão:d. a admissibilidade não se aprecia o mérito, em regra não há manifestação prévia daunidade lécnica instrutiva. cabendo ao Relator analisar a estrita relação entre o alegado e afundamentação legal apontada no pedido.
XXII. Havendo pedido de liminar, o mesmo deve ser apreciado confonne o Prejulgado nO. 03 destaCorte.
a. Análise do ''fiI1lIllS bOlli juris" e do "pericullllll ill /IIora", eguindo o arl. 407-A doRegimento Interno. O relator deverá convencer-se da existência de prova inequívoca dodireito alegado e fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. Analisar se aconcessão da liminar para suspender os efeitos da decisão que se pretende ver re cindidanão trará dano ou ônus irreversível ao interesse público ou a terceiros.b. Convencido do cabimento da liminar. o Relator encaminhará o proces o a unidade instrutiva competente e após, ao MPjTC para manifestação acerca da concessão da liminar a qualposterionnente será levada à Plenário para a concessão ou não da liminar.c. Concedida a liminar o pedido de rescisão tramita para enfrentamento do mérito com aexecução suspensa da decisão.d. Não concedida a liminar e execução da decisão prossegue e o pedido de rescisão tramitaquanto ao mérito - unidade instrutiva - MPjTC - Relator para inclusão em Pauta.
Cabem ainda. algumas considerações acerca de alegações contidas em "Pedidos de Rescisão" que ingressaram nesta Cone desde a edição da Lei Complementar nO. I 13 e que na verdade confonne os parâmelroacima descritos e concluídos em regra não possibilitam uma rescisão da decisão do Tribunal. mas nem por is odeixam de comportar outra ação nesta Cone. Vejamos:
I) Pedido de rescisão em deci ão proferida no recurso e na deci ão originária domesmo. Claro fica a tentativa recursal, uma vez que a decisão. a qual se pretende verrescindida. deve estar maculada por um vício taxativamente previsto no dispositivolegal, e ta a e falar de uma decisão e não em rever posicionamento adorado nojulgamentos.2) Ausência de oponunização de contraditório: cabe a nulidade de ofício no proces ooriginal. Mas também pedido re cisório com base na violação literal à disposição delei:3) Anexação de tenno de cumprimento dos objetivos do convênio, ou convalidaçãoreferente a faros po teriores à decisão de desaprovação da contas, mas antes da
'Esta discussão é imperiosa, no sentido de considerar aalegaçáo de nulidade processual por violaçáo do direito ao contraditório eâ ampla detesa, nasrescisórias. Écerio que as nulidades podem ser reconhecidas de ollcio erevistas aqualquer tempo, mas nem por isso, já que se trata de vicio também porviolação ao dispositivo legal, alastável pelo caminho da açáo rescisória.
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inscrição do débito em dívida ativa: cabe na fase de execução da decisão o reconhecimento da ocorrência de um fato superveniente extintivo da obrigação. uma vez quetais documentos demonstram o de interesse do órgão repassador em ver o valor devolvido. Quem conduz a fase de execução é o relator do processo original. Ficandoclaro que a convalidação do ato deverá ser feita na forma da lei4) Alteração de posicionamento do TC acerca de matéria de interpretação controvertida como já esclarecido acima se trata de Recurso de Revisão e não Pedido Rescisório. Se a interpretação era controvenida à época em que foi proferida a decisão. nãocabe rescisória por ofensa a literal disposição de lei.
Por fim. apenas aJena-se novamente para a necessidade de apreciação restritiva na admissibilidade dosPedidos Re cisórios. seguindo as definições deste Prejulgado. uma vez que a experiência tem nos mostrado queem sua maioria. os Pedidos de Rescisão são na verdade tentativas de rediscussão da matéria já corretamenteapreciada pelo Pleno. depois de findo os prazos recursais. Admitir pedidos rescisórios sem o devido embasamento legal adstrito nas hipóteses taxativas da lei é admitir novo recurso. o que não reflete o propósito daresci ória. Toda a doutrina processual. assim como a jurisprudência dos Tribunais Superiores restringe a admissibilidade das rescisórias aos fundamentos descritos na lei de forma taxativa, haja vista a natureza da re cisóriaque bu.sca retirar do mundo jurídico decisão eivada de vício (prova falsa. erro. violação de lei. parcialidade dojulgador. elemento novo não apreciado) e não reapreciação da matéria.
ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do E tado do Paraná. na conformidade com o votodo Relator e das notas taquigráficas. por unanimidade. determinar as eguinte premi. sas para análise de pedidos de rescisão:
I - Quando a lei estabelece a legitimidade do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas para apropositura do Pedido Rescisório entende-se exclu ivamente o Procurador Geral, não sendo excluída a possibilidade de delegação.
11 - A decisão cujo transcurso do biênio após seu trânsito em julgado ocorreu anteriormente à edição daLei Complementar n°. 113 não será objeto de pedido rescisório.
III - Haverá prevenção do Relator que despachar primeiro no processo quando apresentados mais de umpedido de rescisão da mesma decisão.
IV - Cabe a pane fazer prova do trân ito em julgado da decisão definitiva.V - O autor é responsável pela correta instrução do pedido resci ório contendo todas as peças necessá
rias para a apreciação do pedido. conforme a regulamentação contida no Regimento Interno. sob pena domesmo não ser admitido. Sendo expressamente vedado o desentranhamento de documentos constantes noprocesso que culminou na decisão rescindenda. solicitado por unidades da Casa ou pelo Relator da mesma.
Vl - A causa de pedir deverá estar estritamente fundamentada em um dos incisos do anigo 77 da LeiComplementar n°. 113 reproduzido no artigo 494 do Regimento Interno.
VII - Tendo a decisão rescindenda mais de um fundamento é neces ário que todos sejam atacados.Excetuando-se neste ponto quando pane da decisão atinge terceiro interessado.
VU1 - O embasamento do Pedido Rescisório deve ser claro. ficando facultado ao Relator solicitar aemenda da inicial, no prazo de 15 dias, a fim de esclarecer o ponto em que se funda o Pedido de Resci ão. OCon elheiro ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO votou pela concessão do prazo de 30 dias.
IX - Caso a decisão ubsista independentemente da prova ser falsa ou não. não há que se cogitar apo sibilidade de recebimento do pedido rescisório.
X - Por superveniência de novos elementos de prova capazes de desconstituir os anteriormente produzidos entende-se como um documento desconhecido pelo Tribunal no momento da decisão. mas ex istente à épocados fatos. E também por aquele que deveria ter sido produzido à época e não foi. mas reflete fato anterior.
XI - Convalidação por fato posterior a decisão da prestação de contas não é objeto de rescisória. Podcrávir a ser considerada na fase da execução judicial da dccisão se caracterizado o rcconhecimento da ocorrênciade um fato superveniente extintivo da obrigação.
XLI - A alteração de posicionamento do Plenário não tem o condão de desconstituir elementos de prova
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~""'--------------------anteriormente produzidos.
XITI - Erro de cálculo e erro material tal qual no processo civil deve ser corrigido a qualquer tempo, sendode competência do relator da decisão onde ocorreu o erro.
XIX - Considera-se que a interpretação do inciso m do artigo 77 da Lei Complementar nO. I 13 e do incisoIn do artigo 494 do Regimento Interno de ta Casa comportam a rescisória embasada no erro de fato, la! qualapresentado pelo processo civil.
XX - São requisito para a caracterização do erro de fato: perceptível no processo anterior independentede nova produção de prova. decorrente da desatenção ou omissão do julgador quanto à prova e não do aceno oudesacerto do julgado em decorrência da apreciação da prova e nexo de causalidade entre o erro de fato e adecisão. Exige-se ainda, que a questão não tenha sido objeto de enfrentamento e discussão na decisão rescindenda.
XXI - Cabe rescisão da decisão onde tenha havido participação direta do Conselheiro impedido oususpeito na discussão e/ou na votação da decisão.
XXII - Admite-se rescisória no caso de haver alteração de pos.icionamento do Tribunal de Contas baseada em declaração de inconstitucionalidade de Tribunais Superiores, em forma de controle concentrado.
XXIII - No caso de decisão denegatória da aplicação de lei ou ato normativo, nos moldes do artigo 78 daLei Complementar nO. 113 e do artigo 408 do Regimento Interno também cabe rescisória.
XXIV - Quando o texto legal comportar interpretação controvertida não é possível desconstituir o julgado, onde se aplica a Súmula nO. 343 do ST? A alteração de posicionamento do TC nestes termos comportaRecurso de Revisão.
XXV - A simples propositura do pedido rescisório não possui efeito suspensivo, portanto segue a execução da decisão que se pretende rescindir.
XXVI - Conforme o Prejulgado n°. 03 desta Corte poderá ser concedida liminar com efeito suspensivoem pedido rescisório desde que cumpridas integralmente as disposições do artigo 4ü7-A do Regimento Interno.
XXVI] - O Pedido Rescisório tem natureza constitutiva negativa. cuja finalidade é a eliminação depronunciamento jurisdicional maculado por vício de extrema gravidade. Não se presta a apreciar justiça ouinjustiça da decisão, a boa ou a má interpretação dos fatos. o reexame da prova produzida.
XXVIll- As hipóteses de fundamentação para o pedido de rescisão são taxativas, portanto a interpretação do artigo 494 do Regimento Interno há que ser restritiva.
XXIX - Em regra o relator do pedido rescisório também é competente para julgamento da ação que levesua decisão rescindida. Nos termos do CPC, o juiz que apreciar o pedido rescisório (jIlS rescindells), uma vezeste procedente. ou seja, desconstituída a decisão desta Casa, também apreciará a ação cuja decisão foi rescindida (jIlS rescissorillm) no próprio pedido rescisório.
XXX - Quando a rescisória entender pela nulidade da deci ão do Tribunal. mostra-se neces ária o retorno dos autos ao Relator do aresto desconstituído para que ex.amine o processo a partir da nulidade do mesmo.
XXXl- Na apreciação dos atos sujeitos ao registro no Tribunal, caso seja editado novo ato não há que sefalar em rescisória. pois não há mácula na decisão anterior do Tribunal. O novo ato segue tramitação própriapara seu registro, pois se trata de ato ainda não analisado pelo Tribunal.
xxxn - Na admissibilidade não se aprecia o mérito, em regra não há manifestação prévia da unidadetécnica instrutiva, cabendo ao Relator analisar a estrita relação entre o alegado e a fundamentação legal apontada no pedido.
XXXIll - Da ausência de oportunização de contraditório cabe a nulidade de ofício no processo original.Mas também pedido rescisório com base na violação literal à disposição de lei.
XXXIV - A admissibilidade da rescisórias restringe-se aos fundamentos descritos na lei de forma laXativa. haja vista a natureza da rescisória que busca retirar do mundo jurídico decisão eivada de vício (prova fal a,erro, violação de lei, parcialidade do julgador, elemento novo não apreciado) e não reapreciação da matéria.
• STF - Súmula 343 •Não cabe ação rescisória por ofensa aI~eral disposição de lei, quando adecisão rescindenda se liver baseado em lexto legal deinterpretação controvertida nos Tribunais. (D. Proc. Civ.)
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Votaram. nos termo acima, os Conselheiros NESTOR BAPTISTA, HENRlQUE NAIGEBOREN.ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO. HEINZ GEORG HERWIG, FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES, CAIO MARCIO NOGUErRA SOARES e HERMAS E RIDES BRANDÃO.
Presente o Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Comas, LAERZIO HIESORl JUIOR.
Curitiba. 15 de março de 2007.
FERNANDO A GUSTO MELLO GUIMARÃESCon. elheiro Relator
NESTOR BAPTISTAPresidente
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SÚMULA N° 01
Enunciado: "Preferência pela utilização da Concessão de Direito RealUso, em substituição a maioria das alienações de terrenos públicos, emrazão de sua vantajosidade, visando fomentar à atividade econômica,observada prévia autorização legislativa e licitação na modalidade concorrência, exceto nos casos previstos no art. I7, inciso I, alínea "r' daLe.i n°. 8.666193. Caso o bem não seja utilizado para os fins consignadosno contrato pelo concessionário, deverá reverter ao patrimônio públi.co."
Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno
Incidente: Súmula
Assunto: Doação de imóveis urbanos à particulares
Autuação do Projeto de Enunciado de Súmula: Protocolo n° 5 I3170/06
Relator: Conselheiro Artagão de Mattos Leão
Decisão: Acórdão nO 1865/06 - Tribunal Pleno
Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária n° 44 de 07/12/06
Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: n081 de 12101/07
ACÓRDÃO N° 1865/06 - Tribunal Pleno
PROCESSO °J TERESSADOASSUNTORELATOR
513170/06TRfBUNAL DE CO TAS DO ESTADO DO PARANÁPROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULACONSELHEIRO ARTAGÃO DE MArrOS LEÃO
RELATÓRIO
Por imernlédio do ofício nO. 2324/2006. da lavra de Sua Excelência o Senhor Presidente do Tribunal deContas do Paraná. Conselheiro Heinz Georg Herwig. foi solicitada à Coordenadoria de Jurisprudência e Biblioteca a elaboração de projeto de enunciado de súmula a respeito da doação de imóveis urbanos à particulares e sobre a ne.gativa de resposta à consulta em caso concreto.
O presente proce so cinge·se ao tema doação de imóveis urbanos à particulares.A solicitação exarada pela presidência da Casa lastreou-se nos arls. 166. XI e 199. ambos do Regimento
Interno da Corte de Contas do Paraná.De posse do presente processo a Coordenadoria em questão elcncou os precedentes havidos na Casa.
106 Remta do Tribunal de Contas 4 PR InO 160 IFevereIro aMaio de 2007
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adrede a matéria ora em análise, apresentando a seguinte proposta de enunciado:"Possibilidade da Concessão de Direito Real de Uso de imóveis públicos, com a
finalidade de fomento à atividade econômica, desde que haja prévia autorização legal e odevido procedimento Iicitatório. O imóvel reverterá à administração concedente se ocessionário ou seus sucessores não lhe derem o uso prometido ou se desviarem de suafinalidade contratual".
De posse da proposta, o senhor presidente exarou despacho de fls. 79 V., no qual detenninou que oprocesso fosse autuado como Projeto de Enunciado de Súmula. nos precisos termos do art. 200 do ato normativointerno acima já citado.
Encaminhado à Diretoria Jurídica, esta analisou a matéria, lançando o parecer nO. 1536l/06. no qualentendeu que o projeto de súmula apresentado se encontra em consonância com a legislação e, por conseqüência em condições de ser apreciado pelo Tribunal Pleno.
O Ministério Público de Contas exarou o parecer nO. 19617/06, no qual ponderou que o projeto de súmulaapresenta os elementos processuais que lhe concedem fundamento de validade, ou seja, está presente o fundamento legal; inúmeros precedentes da Corte de Contas e motivos de conveniência e oportunidade para suaemissão, em razão da manifestação do conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães, na sessão ordinária denúmero 35. de 14 de setembro de 2006, razão pela qual opinou pela legalidade do procedimento e apreciação doPlenário.
DO VOTO
Da proposta de enunciado de súmula ora apresentada, acredita-se que o seu ponto nuclear prende-se autilização de bens imóveis públicos pelos particulares.
Inicialmente, importante destacar que a natureza funcional do liame mantido entre a Administração Pública e os bens públicos é que baliza sua utilização.
Marçal Justen Filho assevera que "Em princípio, os bens devem ser utilizados de acordo com as suascaracterísticas, em vista da satisfação da necessidades coletivas atribuídas ao Estado". E mais, "A regra é queos bens de uso comum do povo sejam utilizáveis por todos do povo, diversamente do que se passa com os bende uso e pecial. Quanto a esses, a regra é a utilização exclusiva pela Administração Pública. Por fim, os bensdominicais podem ser utilizados pela Administração inclusive para obtenção de resultado econômicos, o quesupõe a possibilidade de sua fruição pelos particulares". (Grifou-se).
Dessarte, com a possibilidade dos bens públicos dominicais serem passíveis de fru.ição por parte departiculare , e con iderando a caudalosa e reiterada manifestação do Tribunal Pleno da Corte de Contas doParaná, juntadas aos autos ora em comento, verifica-se que o instituto jurídico eleito e próprio de direito privadoa ser utilizado in caSII, objetivando a substituição da alienação do bem público é a concessão de direito realde uso.
Cumpre-se destacar que o art. 7° do Decreto-lei n°. 271/67 previu a possibilidade de instituição de "concessão de uso de terrenos públicos ou particulares. remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado.como direito real resolúvel, para fins específicos de urbanização, industrialização, edificação. cultivo da terra, ououtra utilização de interesse social". Por sua vez, o ano 8° autoriza a concessão de uso do espaço aéreo correspondente aos terrenos referidos no dispositivo anterior.
Segundo Marçal Juslen Filho'A peculiaridade reside, então, na configuração de um direito real. subordinado aos princípios do direito civil. O aspecto mais significativo se afigura na impossibilidade de resolução daoutorga em virtude de razões de conveniência administrativa (an. 8°, § 3°) e a possibilidade de sua transferênciaa terceiros (an. 8°, § 4°).
Nesse passo cabe-se trazer a lume o disposto no ano 17, § 2° da Lei n°. 8.666/93 que assim disciplina:"A Administração poderá conceder direito real de uso de bens imóveis. dispensada licitação. quando o uso
se destina a outro órgão ou entidade da Administração Pública".Portanto, a regra para se conceder direito real de uso sobre bem imóvel, é a observãncia de prévio
procedimento licitalório, na modalidade concorrência, excetuando-se o disposto no parágrafo anterior, comotambém nos casos de bens imóveis construídos e destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas
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habitacionais de interesse social, por órgãos ou entidades da Administração Pública especificamente criadospam esse fim, conforme bem determina o ano 17. inciso l. alínea "f' da Lei n°. 8.666193.
Do acima exposto, e considerando o mais que consta dos julgamentos já proferidos por esse Tribunal deContas. apresenta·se a seguinte proposta de enunciado de súmula, em substituição a apre entada peja Coordenadoria de Juri prudência e Biblioteca, a saber:
Preferência pela utilização da Concessão de Direito Real Uso, em substituição amaioria das alienações de terrenos públicos, em razão de sua vantajosidade, visandofomentar à atividade econõmica, observada prévia autorização legislath'a e licitação namodalidade concorrência, exceto nos casos previstos no art. 17, inciso I, alínea "r' daLei n". 8.666193. Caso o bem não seja utilizado para os fins consignados no contrato peloconcessionário, deverá reverter ao patrimônio público.
É a proposta que se submete aos integrantes do Tribunal Pleno.
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de PROJETO DE E,protocolados sob n° 513170/06,
ACORDAM
ClADO DE SÚM LA
OS MEMBROS DO TRffiU AL PLENO, nos termos do voto do Relator. Conselheiro ARTAGÃO DEMATTOS LEÃO. por unanimidade em:
Aprovar a proposta de enunciado de súmula. em sub tituição a apresent,1da pela Coordenadoria de Jurisprudência e Biblioteca. a saber:
"Preferência pela utilização da Concessão de Direito Real Uso, em substituição a maioria dasalienações de terrenos públicos, em razão de sua vantajosidade, visando fomentar à atividade econômica, observada prévia autorização legislativa e licitação na modalidade concorrência, exceto noscasos previstos no art. 17, inciso 1, alínea "f" da Le.i n°. 8.666193. Caso O bem não seja utilizado paraos fins consignados no contrato pelo concessionário, deverá reverter ao patrimônio público."
Votaram, nos termos acima, os Conselheiro ESTaR BAPTISTA. ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO,HE RIQUE AJGEBOREN, FERNA DO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES e CAIO MARCIa NOGUEIRA SOARES e o Auditor JAIME TADEU LECHINSKI.
Pre ente a Procurador.! Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas. ANGELA CASSIACOSTALDELLO.
Sala das Sessões. 7 de dezembro de 2006 - Sessão nO 44.
ARTAGÃO DE MATTOS LEÃOConselheiro Relator
HEINZ GEORG HERWIGPresidente
1Da Revista do Tribunal ae COntas· PA I nO 160 I fevereiro aMaiO de 2007
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SÚMULA N° 02
Enunciado: "A ausência de estorno do creditamento realizado pela alíquota maior do ICMS em operações que envolvam produtos componentes da cesta básica não configura ofensa à Lei Estadual 11.580/1.996,sendo legítimo o aproveitamento do respectivo crédito."
Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno
Incidente: Súmula
Assunto: Legitimidade do creditarnento integral do ICMS pago nas aquisições de produtos da cesta básica,cujas saídas se deram com redução da base de cálculo.
Autuação do Projeto de Enunciado de Súmula: Protocolo nO 563895/06
Relator: Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães
Decisão: Acórdão nO 27/07 - Tribunal Pleno
Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária nO 02 de 18/0 I/07
Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: n083 de 26/0 I/07
ACÓRDÃO n° 27/07 - Pleno
PROCESSO N.oINTERESSADOASSUNTORELATOR
563895/06TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁPROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULACONS. FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES
EMENTA: PROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULA - Aquisiçãode Produtos da Cesta Básica. Benefício Fiscal. Diferença de Alíquota.Creditamento do ICMS. Estorno Proporcional não Obrigatório. existência de decisão em incidente de Uniformização de Jurisprudência aprovação do enunciado.
Vistos, relatados e discutidos estes autos
RELATÓRIO
Versa o presente expediente acerca de projeto de enunciado de súmula. apresentado pela Coordenadoriade Jurisprudência e Biblioteca, com fundamento no artigo 155, § 2°, m, da Constituição Federal, na LeilPR9.870/1.99 I e no Decreto/PR 1.26212.003 e na esteira da decisão proferida no processo de uniformização de
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jurisprudência 30297812.006 (Acórdão 1.31012.006), nos seguintes termos:
"Nos julgamentos de recursos fiscais que se envolverem empresas que comercializem produtos dacesta básica, passam a desconstituir os autos de infraçcio lavrados sobre as operações nas quais ocontribuime deixou de Jazer o estorno proporcional ao crédito'"
A Diretoria de Contas Estaduais (lnfornlação 915/2.006 - folhas 22) "ratifico o el1lendimemo conforme Acórdão 1310/06 - Tribunal Pleno, bem comO O proposta de enuuciado de súmula coustame nasautos" .
A Diretoria Jurídica (parecer 17.27512.006 - folhas 23/25) e o Ministério Público de Contas (Parecer22.4l8/2.oo6 - folhas 26/28) entendem que a redação do enunciado "mostra-se pertineme e retrata o emendimenlO reiterado dado por este Tribunal de Con/(ls".
VOTO E FUNDAME 'TAÇÃO
Com vênia à orientação esposada pelos órgãos instrutivos, entendo que o enunciado alvitrado pela Coordenadoria de Ementário e Jurisprudência, ainda que de acordo com a orientação vigente nesta Corte. reclamamaior detalhamento em alguns aspectos, pelo que se propõe redação sensivelmente diferente:
"A ausência de estorno do credilamento realizado pela alíquota maior do ICMS em operações que envolvam produto componentes da cesta básica não contigura ofensa à Lei Estadual J 1.580/1.996. endo legítimo oaproveitamento do respectivo crédito."
Uma vez que a questão trata de solução adotada reiteradamente por esta Corte, consoante inclusivedecisão em uniformização de jurisprudência, perfazendo o requisito para a emissão de súmula. nos termos acimaexpostos voto pela aprovação do respectivo enunciado.
ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, na conformidade com o votodo Relator e das notas taquigráficas. por unanimidade. aprovar o projeto de enunciado de súmula.
Votaram, nos termos acima, os Con elheiros HENRIQUE NAIGEBOREN, HElNZ GEORG HERW1G,FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES e CAIO MARCIO NOGUEIRA SOARES e os AuditoresIVENS ZSCHOERPER UNHARES e JAIME TADEU LECHJNSKI.
Presente a Procuradora Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ANGELA CASSlACOSTALDELLO.
Curiliba. 18 de janeiro de 2007.
FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃESCon elheiro Relator
NESTOR BAPTISTAPresidente
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SÚMULA N° 03
Enunciado: "As consultas que versarem sobre caso concreto não se·rão admitidas por este Tribunal, salvo se tratarem de assunto de rele·vante interesse público, devidamente motivado, situação em que delasse poderá conhecer, desde que satisfeitos todos os requisitos para asua admissibilidade, constituindo-se a resposta em apreciação de tese,mas não de caso concreto. "
Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno
Incidente: Súmula
Assunto: Admissibilidade de consulta - negativa de conhecimento em caso concreto
Autuação do Projeto de Enunciado de Súmula: Protocolo n° 513162/06
Relator: Auditor Thiago Barbosa Cordeiro
Decisão: Ac6rdão n° 287/07 - Tribunal Pleno
Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária nO 10 de 15103/07
Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: n"94 de 13/04107
ACÓRDÃO N° 287107 - Tribunal Pleno
PROCESSO N °INTERESSADOASSUNTORELATOR
513162106TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁPROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULAAUDITOR THIAGO BARBOSA CORDEIRO
Ementa: Projeto de Enunciado de Súmula. Admissibilidade de consul·tas: negativa de conhecimento em caso concreto, salvo relevante inte·resse público, devidamente motivado, conforme art. 38 da Lei Complementar nO 113/05 e art. 311 do Regimento Interno.
RELATÓRIO
Trata-se de Projeto de Enunciado de Súmula, de iniciativa da Presidência deste Tribunal, referente ànegativa de resposta à consulta em caso concreto,
Atendendo aos ternlOS do ano 199 do Regimento Interno de te Tribunal de Contas, a Coordenadoria deJurisprudência e Biblioteca apresenta, às ns. 03 a 05, ua proposta, nestes termos:
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"As consultas serão respondidas se formuladas em tese, não sendo conhecidas quando versa·rem sobre caso concreto. Excepcionalmente, havendo relevante interesse público, devidamentemotivado, a consulta que versar sobre dúvida quanto à interpretação e aplicação da legislação, emcaso concreto, poderá ser conhecida, mas a resposta oferecida pelo Tribunal de Contas será sempreem lese."
Quanto às razões de conveniência e oportunidade exigidas pelo § 2° do art. 199 para a edição da Súmula.aduz a referida Coordenadoria que "obse'Talllos. através de nosso Trabalho de orga,lizaçtio da jurispfll'dê"cia no âmbito desta Corte de Contas. O grande número de processos que tramitam e têm como resu/tado final IltiO serem cOllhecidos por Tratarem de caso concreto",
Como precedentes, aquela Unidade cita e anexa os textos de 23 julgamentos exarados em 2006. às fls. 09a 66.
A Diretoria Jurídica, por meio do Parecer n° 15425/06, fls. 71 a 73. de autoria da As essora JurídicaDaniele Carriel Stradiono. faz análise detalhada das formalidades e pré·requisitos do projeto. manife tando- epela conformidade do mesmo à legislação de regência. opinando pela sua submissão à deliberação do TribunalPleno. apó o prévio encaminhamento de cópias ao Conselheiro e Auditores para conhecimento prévio damatéria, confomle previsto no Regimento lntemo.
Já o Ministério Público de Contas. por meio do Parecer nO 19611/06. fls. 74 a 75. da lavra da i. Procura·dora·Geral Angela Cassia CostaldeUo, afirma que o projeto de Súmula em exame apresenta os elementosprocessuais que lhe dão suporte de validade: fundamento legal. inúmeros precedentes desla Corte e expo içãodos motivos de conveniência e oportunidade para sua emi ão.
Pondera que a negativa de resposta à consulta em caso concreto é "Iema ainda recorrente !lOS
procedimell1os que Iramitam nesta Casa e que sobre ele, hâ mui/o, e incomáveis vezes, lem decidido esteTribunal". Opina que, não obstante tal fato, "a lIecessidade de sUlIlulaç<io do assunlo é de imp0r/linciainqueSTionável e. portamo. louvável o Trabalho deflagrado pela Coordenadoria de Jurisprudência eBibliOTeca que, a par de cumprir sua compeTência legal (arTigo 166. inciso XI, do RI), agilizará sobremaneira as fUllções dos demais Setores e norTeará a busca de orielltação pelos órgiios e elites fiscalizadospelo Tribunal de Comas do Estado do Paraná".
Finalmente. entende que a redaÇ<10 do enunciado ;, ser submetido ao Plenário mostra-se pertineme eretrata o emendimemo reiterado dado por este Tribunal de Contas à matéria.
Desta forma. opina pela legalidade do procedimento e apreciação do Plenário. uma vez pre emes ospressupostos fomlais e materiais do procedimento, alertando para o devido cumprimento do ano 20 I.
Dando atendimemo à previsão regimental do art. 191 deste Tribunal. foram enviadas por este Relatorcópias do projeto de súmula a todo os Conselheiros e Auditores deste Tribunal. para conhecimento da matéria.assim como para a Procuradora-Geral do Ministério Público de Contas, DI" Angela Cassia CoswldeJlo. a qual foia única a encaminhar uma sugestão para pequena alteração no texto,
PROPOSTA E FUNDAMENTAÇÃO
Conforme atestam a Diretoria JurídiC<1 e o Mini tério Público de Contas. foram satisfatoriamente cumpri·dos os requisitos legais e regimemais que di põem sobre a iniciativa. justificativa e tramitação de projetos desúmula por este Tribunal de Contas. tendo o procedimemo prévio à otação sido ultimado com 11 encaminhamento do projeto de súmula aos julgadores.
Quanto ao enunciado pretendido. entende-se que sua utilidade erá limitada. uma vez que. em tennos deconteúdo. pouco pode ser acrescentado aos requisitos de admissibilidade previstos na Lei Complementar n° I 1312005 (an. 38) e no Regimemo lmemo (an. 311).
De fato, não se trata de estabelecer diretriz ou elencar exaustivamente situaçõe capazes de suprir apriori o juízo - exercido monocrática e provisoriamente pelo relator - sobre a necessária abstração temática daconsulta e sobre a incidência eventual de "relevante imeresse público" que justificam seu conhecimento quandoalinente a caso concret'o.
Cuida·se, no caso, de transmitir c1arameme aos órgãos e entes fiscalizados o posicionamemo reiterado
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~--------------------:de te Tribunal no trato da matéria. de modo a induzir que as futuras indagações e dúvidas sejam fonnuladas emtennos abstratos. para que sejam conhecidas e respondidas. proporcionando ganhos para todas as parte' envolvidas no processo. em especial para esta Casa. pela diminuição do manejo de protocolados inde idos.
Em relação ao texto, com a honrosa colabomção da Procuradora-Geral do Ministério Público de Contas. DI" Angela Cassia Costaldello, propomos pequena modificação na estrutura do Projeto de Súmula apresentado, na tentativa de tomar mais direto seu entendimento e apreensão, a fim de evitar eventuais equívocos deinterpretação:
"As consultas que versarem sobre caso concreto não serão admitidas por este Tribunal, salvose tratarem de assunto de relevante interesse público, devidamente motivado, situação em quedelas se poderá conhecer, desde que satisfeitos todos os requisitos para a sua admissibílídade, constituindo-se a resposta em apreciação de tese, mas não de caso concreto. "
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de PROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULAprotocolados sob nO 513162/06,
ACORDAM
OS MEMBROS DO TRIBUNAL PLENO. nos tennos do voto do Relator. Auditor THIAGO BARBOSA CORDEIRO por delegação do Conselheiro FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES, por unanimidade em:
Aprovar o Projeto de Enunciado de Súmula. e propor pequena modificação na estrutura do Projeto apresentado, na temativa de tomar mais direto seu entendimemo e apreensão. a fim de evitar eventuais equívocos deinterpretação:
"As consultas que versarem sobre ca o concreto não serão admitidas por este Tribunal, salvo se trataremde assumo de relevame imeresse público. devidamente motivado. situação em que delas se poderá conhecer.desde que satisfeitos todos os requi ilos para a sua admissibilidade. con tituindo-se a resposta em apreciação detese. mas não de caso concreto...
Votaram. nos tennos acima. os Conselheiros ESTOR BAPTISTA, HENRIQUE AlGEBORE .ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO, HEINZ GEORG HERWIG. FERNANDO AUG STO MELLO GUIMARÃES. CAIO MARCIO NOGUEIRA SOARES e HERMAS EURIDES BRA DÃO.
Presente o Procurador do Ministério Público jumo ao Tribunal de Contas. LAERZIO CHIESORI JUNIOR.
Sala das Ses 'ões, 15 de março de 2007 - Sessão nO JO.
THIAGO BARBOSA CORDEIRORelalor
NESTOR BAPTISTAPresidente
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SÚMULA N° 04
Enunciado: "A comprovação da regularidade fIScal da empresa, na fasede babilitação em processo licitatório, não elide a necessidade de apresentação da Certidão Negativa de Débito específica da obra, emitidapelo INSS, para aprovação das contas em processos pendentes de julgamento, contratados a partir de 10 de janeiro de 2005. Os demais processos, anteriores à 10 de janeiro de 2005, em trâmite neste Tribunal,poderão ser aprovados com ressalva".
Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno
Incidente: Súmula
Assunto: Certidão Negativa de Débito Específica de Obra, fornecida pelo INSS para aprovação da prestaçãode contas em processos pendentes de julgamento, contratados a partir de 10 de janeiro de 2005.
Autuação do Projeto de Enunciado de Súmula: Protocolo nO 588367/06
Relator: Conselheiro Artagão de Mattos Leão
Decisão: Acórdão n° 337/07 - Tribunal Pleno
Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária n° 12 de 29/03/07
Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: n"95 de 20/04/07
ACÓRDÃO N° 337/07 - Tribunal Pleno
PROCESSO N °lNTERESSADOASSUNTORELATOR
588367/06TRmUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁPROJETO DE ENU ClADO DE SÚMULACONSELHEIRO ARTAGÃO DE MAITOS LEÃO
Ementa: Projeto de Enunciado de Súmula. Objeto: Certidão Negativa de Débito Específica de Obra,fornecida pelo lNSS para aprovação da prestação de contas em processos pendentes de julgamentO, contratados a partir de I° de janeiro de 2005. Legalidade procedimental. Aprovação do Enunciado de SÚmuJa.
RELATÓRIO
Versa o presente expediente sobre Projeto de Enunciado de Súmula apresentado pela Coordenadoriade Jurisprudência e Biblioteca do Tribunal de Contas do Paraná, em decorrência do contido no Acórdão n°.1365/06 do Tribunal Pleno, no qual fui relator, que posicionou-se a respeito de Incidente de Uniformização deJurisprudência, tendo por suposto matéria con'elata, considerando que a Súmula decorre da Unifonnização.
114 Revista do Tribunal de Contas - PA In-l60 IFevereíro 3 Maio de 2001
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~""------------------Com efeito, a matéria tratada na referida Uniformização de Jurisprudência teve a seguinte ementa: Ne
cessidade de apresentação da certidão negativa de débilO específica da obra pública emitida pelo INSS, comodocumento indispensável para a aprovação das contas. Fixando-se no acórdão retromencionado que os processos anteriores a I° de janeiro de 2005. em trâmite na Corte de Contas, poderão ser aprovados com ressalva, casonão po suam a referida cel1idão.
Pois bem! A matéria seguiu as demarches procedimentais de estilo sofrendo, inicialmente, o crivo daDiretoria Jurídica que exarou o parecer n°. 316/07, no qual propôs pequena alteração a redação apresentadapara o Enunciado, qual seja:
"A certidão negativa de débilO específica para obra pública emitida pelo INSS é documento indispensávelpara a aprovação das contas nos processos pendentes de julgamento, contratados a partir de I° de janeiro de2005".
Em seqüência opinou que o projeto encontra-se em conformidade com a legislação adrede a matéria e,portanto. podendo ser submetida ao exame do Tribunal Pleno.
o Ministério Público de Contas analisou a matéria lançando o parecer n°. 801/07, no qual ponderou que amelhor redação para o Enunciado de Súmula, tendo em vista o discutido no Incidente de Uniformização deJurisprudência é a seguinte:
"A comprovação da regularidade fiscal da empresa, na fase de habilitação em processo licitatório, nãoelide a necessidade de apresentação da Certidão Negativa de Débito específica da obra, emitida pelo INSS,para aprovação das contas em processos pendente.s de julgamento, contratados a partir de I° de janeiro de 2005.Os demais processos, anteriores à I° de janeiro de 2005, em trâmite neste Tribunal, poderão ser aprovados comressalva".
Sendo assim, entendendo presentes os pressupostos formais e materiais deste procedimento opinou pelasua legalidade e apreciação do Plenârio.
VOTO
De todo o exposto claro se afigura que a proposta de redação de Enunciado de Súmula apresentadopela ilustre Procuradora-Geral é o que realmente se adequa ao discutido na sessão do Tribunal Pleno queoriginou na edição do Acórdão nO. 1365/06, uniformizando a jurisprudência a respeilO da matéria, ou seja,uma coisa é a Administração Pública licitante exigir dos proponentes para a sua habilitação prova deregularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS, demon trando situação regular no cumprimento dos encargos sociai instituídos por lei (art. 29, IV da Lei n°.8.666/93) e outra coisa é a necessidade de apresentação da Certidão Negativa de Débito específica daobra, emitida pelo INSS, para aprovação da contas em processos pendentes de julgamento, contratados apartir de 1° de janeiro de 2005.
Dessarte, encampa-se a proposta e Enunciado de Súmula apresentado pelo Ministério Público de Contas,razão pela qual VOTO pela sua aprovação.
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de PROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULAprotocolados sob nO 588367/06,
ACORDAM
OS MEMBROS DO TRIBUNAL PLENO, nos termos do voto do Relator, Conselheiro ARTAGÃO DEMATTOS LEÃO, por unanimidade em:
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Aprovar a proposta e Enunciado de Súmula apresentado pelo Mini tério Público juOlo a eSle Tribunal.Votaram, nos termos acima. os Conselheiros NESTOR BAPTISTA, HENRIQUE NAIGEBOREN,
ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO, HEINZ GEORG HERW1G, CAlO MARCIO OGUEIRA SOARES eHERMAS EURIDES BRANDÃO e o Auditor THIAGO BARBOSA CORDEl.RO.
Presente a Procur.1dora Geral do Ministério Público juOlo ao Tribunal de Contas, ANGELA CASSIACOSTALDELLO.
Sala das Sessões, 29 de março de 2007 - Ses ão nO 12.
ARTAGÃO DE MATTOS LEÃOConselheiro Relator
NESTOR BAPTISTAPre idenle
116 Revista do Tribunal de Conlas - PR InO 160 Ifevereiro aMaio oe 2007
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SÚMULA N° 05
Enunciado: 'São legais para fins de re.gistro as admissões de pessoal,estaduais e municipais, anteriores ao ano de 2.000, inclusive as relativas ao artigo 70 da Lci Estadual nO 10.219/92, em decorrência dos princípios da segurança jurídica e da boa fé."
Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno
Incidente: Súmula
Assunto: Legalidade das admissões de pessoal relativa ao ano 70, da Lei 10.219/92 e das admissões depessoal. estaduais e municipais. anteriore a 2000.
Autuação do Projeto de Enunciado de Súmula: Prolocolo nO 563909/06
Relator: Conselheiro Caio Márcio Nogueira Soares
Decisão: Acórdão n° 359/07 - Tribunal Pleno
Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária n° 12 de 29/03/07
Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: n"95 de 20/04/07
ACÓRDÃO ° 359/07 - Tribunal Pleno
PROCESSO N °ORJGEMINTERESSADOASS NTORELATOR
563909/06TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARA ÁTRJBU AL DE CO TAS DO ESTADO DO PARA ÁPROJETO DE ENU CIAOO DE SÚMULACO SELHEIRO CAIO MARCia OGUElRA SOARES
Projeto de enunciado de súmula. Processo de uniformização de juris·prudência n° 36352-7/06-TC, Acórdão n° 1411/06-Pleno. Questões relacionadas a ausência de regislro de admissões de pessoal. Aprovaçãodo Projeto.
RELATÓRIO
Tratam os presente auto, de "Projeto de Enunciado de Súmula", elaborado pela Coordenadoria deJurisprudência e Biblioteca - CJB -, referente ao processo de Uniformização de Jurisprudência n° 36552-7/06TC, aprovado pelo Acórdão n° 1411/06-Pleno, relativo a questões relacionadas a ausência de registro de admissões de pessoa I.
A Coordenadoria apresentou a eguime proposta de enunciado:Admissões de pessoal relati"as ao art. 70. da Lei 10,2/9192. são "álidas e legais.
Rel/fsta do Tnbtmal de Contas· PR I nO 160 I Fevereiro aMaio de 2007 117
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~I.....-_--------------Admissões de pessoal realizadas pela Administração Pública Estadual ou Municipal ( direta ou
indireta) ameriores ao ano de 2()()(), são "álidas e legais. para fins de registro, com fulcro nos princípiosda segurança jurídica e da boa fé.
A DirelOria Jurídica após hislOriar que os autos obedeceram o trâmite regimental e con iderar sobre oquontm especial para decisão da matéria, no que se refere a Proposta formulada, entende como pertinente asua complementação, que deverá constar da mesma que se tratam daquelas admissõe não registradas nestaCorte de Contas, mencionando que a análise se dará por ocasião do exame da aposentadoria ou pensão. Assim,O Enunciado teria a seguinte redação:
"Aposentadorias e Pensões de servidores cujas admissões de pessoal. realizadas pela Administração PLÍblica Estadual ou Municipal (direta ou indireta). anteriores ao ano de 2000. nào foram registradas nesta Corte de Comas. são válidas e legais para .fins de registro, com fulcro nos princípios dasegurança jurídica e da boa fé. .,
Destaca, finalmente. a Diretoria, que as admissões de pes oal cujo registro foi negado por e ·te Tribunal nãoestão contempladas no aludido di positivo, até por questão de coerência, uma vez que se o Tribunal entendeu pornegar registro a admi são não faria sentido avalizar po 'teriormente procedimento que entendeu incorreto.
O Ministério Público junto a e te Tribunal. como única ob ervação a ser feita. considera que a redação doenunciado apresenta-se demasiado longa e. portanto. inadequada a constituir ementa. Assim. propugna por umaterceira redação. no seguintes termos:
Sào legais para fins de registro as admissões de pessoal. estaduais e Illlmicipais. ameriores ao anode 2.000. inclusive as relativas ao artigo 70 da Lei Estadual n° /0.2/9192. em decorrência dos princípios da segurança jurídica e da boa fé,
Ao final. opina pela legalidade do procedimento e apreciação do Plenário.
VOTO
Diante do exposto. obedecida todas as fom13lidades legais e regimentais na tramitação dos presentesautos. voto pela aprovação do presente projeto de enunciado de súmula. com a redação apre entada pela nobreProcuradora Geral do Ministério Público de Contas. por explicar. de modo abreviado e apropriado, o conteúdo daUniformização de Jurisprudência em questão.
VISTOS, relamdos e discutidos estes autos de PROJETO DE Eprotocolados sob nO 563909/06,
ACORDAM
ClADO DE SÚMULA
OS MEMBROS DO TRJBU AL PLENO. nos tennos do voto do Relator, Conselheiro CAIO MARCIO NOGUEIRA SOARES. por unanimidade em:
Aprovar o presente Projeto de Enunciado de Súmula. com a redação apresentada pela nobre Procuradora Geral do Ministério Público junto a este Tribunal. por explicar. de modo abreviado e apropriado. o conteúdo daUnifonnização de Jurisprudência em questão.
Votaram. nos termos acima. os Conselheiros NESTOR BAPTISTA, HENRIQUE NAIGEBORE ,ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO. HEINZ GEORG HERWIG, CAIO MARCIO OGUEIRA SOARES eHERMAS EURJDES BRANDÃO e o Auditor THIAGO BARBOSA CORDEIRO.
Presente a Procuradora Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas. A GELA CASSIACOSTALDELLO.
SaI.a das Sessões. 29 de março de 2007 - Sessão n° 12.
CAIO MARCIO NOGUEIRA SOARESConselheiro Relator
NESTOR BAPTISTAPresidente
118 Revista do Tribunal de Contas - PR I no 160 IFevereiro aMaio de 2007
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íNDICE
Súmulas e Prejulgados do Tribunal de Contas do Estado do Paraná
Prejulgado nO OI 86
Prejulgado nO 02 89
Prejulgado n° 03 93
Prejulgado nO 04 95
Súmula nOOI 106
Súmula ,,°02 109
Súmula n003 III
Súmula nO 04 114
Súmula ,,0 05 117
120 ReVIsta do Tribunal de Contas - PR I n" 160 I fevereiro a Ma}O de 2007
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