20 características do apoio social oferecido a idosos de área rural assistida pelo psf

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    TEMAS

    LIVRES

    FREETHEMES

    Caractersticas do apoio social oferecidoa idosos de rea rural assistida pelo PSF

    Characteristics of social support offeredrural elderly persons assisted by PSF

    1 Secretaria Municipalda Sade de Taquarituba.Rua Quintino Bocaiuva365, Centro, 18740-000,Taquarituba SP.jlpto2003@yahoo.com.br2 Departamento

    de Enfermagem daFaculdade de Medicinade Botucatu, Unesp.

    Jos Leonel Gonalves Pinto 1

    Adriana Carla de Oliveira Garcia 1

    Silvia Cristina Mangini Bocchi 2

    Maria Antonieta B. L. Carvalhaes 2

    Abstract The present study is an epidemiologi-cal work of the transversal type, with the objective

    of describing characteristics of social support and

    identifying associations between sociodemo-

    graphic variables and categories of social support,

    in the rural population of Bairro dos Aleixos, in

    the municipality of Taquarituba So Paulo State

    Brazil. To measure social support, the Medical

    Outcomes Study (MOS) scale was utilized, trans-

    lated to Portuguese and validated in our environ-

    ment. The population was characterized predom-

    inantly by white women between 60 and 69 years

    of age, married and/or living as concubines, of

    low incomes and residing in multigenerational

    domiciles. Elevated mean support scores were

    identified, indicating a favorable situation among

    the elderly persons studied. In average terms, thecategory of support with the worst score was pos-

    itive social interaction. Bivariate analysis demon-

    strated a positive association between the affec-

    tive support score and emotional support with the

    number of persons in the domicile and greater

    frequency of high social-interaction scores (3rd

    tercile) in elderly men and those with a greater

    degree of formal education. The study also showed

    that lower social-support scores were more fre-

    quent in women, illiterates, widowers or single

    men, and elderly persons with income between

    one and two times the minimum salary.Key words Elderly, Social support, Health

    Resumo Trata-se de um trabalho epidemiolgi-co do tipo transversal, com o objetivo de descrever

    as caractersticas do apoio social e identificar as-

    sociaes entre as variveis sociodemogrficas e

    categorias de suporte social, em populao rural

    do Bairro dos Aleixos, no municpio de Taquari-

    tuba SP. Para medir o apoio social, utilizou-se

    da escala Medical Outcomes Study (MOS), tra-

    duzida para o portugus e validada em nosso

    meio. A populao caracterizou-se por mulheres,

    predominantemente da raa branca, entre 60 a

    69 anos, casadas e/ou vivendo em concubinatos,

    de baixa renda e residindo em domiclios multi-

    geracionais. Escores de apoio mdios elevados fo-

    ram identificados, indicando situao favorvel

    entre os idosos estudados. Em termos mdios, a

    categoria de apoio com pior escore foi interaosocial positiva. A anlise bivariada demonstrou

    uma diferena significativa entre escore de apoio

    afetivo e de apoio emocional com nmero de pes-

    soas no domiclio e maior freqncia de escores

    altos de interao social (3o tercil) em idosos do

    sexo masculino e naqueles com maior grau de es-

    colaridade. O estudo apontou ainda que escores

    de apoio social menores foram mais freqentes

    em mulheres, analfabetos, vivos ou solteiros, ido-

    sos com renda entre um e dois salrios mnimos.

    Palavras-chave Idoso, Apoio social, Sade

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    Introduo

    A partir dos anos 80, o envelhecimento popu-

    lacional tornou-se um fenmeno que atingegrande parte do mundo, tanto em pases de-senvolvidos quanto em pases em desenvolvi-mento.

    A populao de 60 anos de idade ou mais,no Brasil, aumentou em quase quatro milhesde pessoas, fruto do crescimento vegetativo edo aumento gradual da esperana mdia de vi-da. Trata-se, certamente, de um conjunto bas-tante elevado de pessoas, com tendncia decrescimento nos prximos anos. O segmentoque, no perodo intercensitrio, mais cresceu

    foi aquele das pessoas de 75 anos ou mais1

    .O prolongamento do tempo de vida das pes-soas tem suscitado inmeros questionamentossobre os condicionantes das condies de sa-de dos idosos na sociedade atual. A impossibi-lidade de explicar integralmente diferenas nadistribuio de enfermidades fsicas e mentaispelos contrastes socioeconmicos e biolgicospresentes na populao tem motivado pesquisa-dores a estudar o papel de fatores psicossociais.

    Existe uma literatura substancial que apon-ta a relao entre sade dos idosos e relaciona-mentos sociais2, 3. A maioria dos autores ressal-

    ta que relaes sociais satisfatrias parecempromover melhores condies de sade2, masos mecanismos pelos quais este efeito exerci-do ainda no so totalmente conhecidos. Suge-re-se que a ajuda recebida e a ajuda oferecidacontribuem para um senso de controle pessoale isso tem uma influncia positiva no bem-es-tar psicolgico4. O apoio social poderia tantoproteger os indivduos dos efeitos patognicosde eventos estressantes efeito amortecedor5 quanto afetar direta e positivamente a sade daspessoas ao fornecer recursos (ajuda econmi-

    ca, material, informaes), melhor acesso aocuidado de sade e regulao de hbitos comoconsumo de lcool e tabaco.

    Estudos relacionaram altos escores de satis-fao com a vida e melhor estado de sade (se-gundo auto-avaliao) em idosos com maiorfreqncia de contatos com irmos6 e com fa-miliares e amigos7, 8.

    Apoio social um conceito em construoque envolve ao mesmo tempo a estrutura darede de relacionamentos sociais e a adequaode sua funo, especialmente o grau de satisfa-

    o da pessoa com o apoio social de que usufrui.A diferena entre rede social e suporte so-cial que a primeira pode ser definida como

    um conjunto de relacionamentos de um indi-vduo ou de elos entre um conjunto de pessoas,enquanto a segunda enfoca a qualidade das in-

    teraes e como estas so avaliadas pelo indiv-duo receptor9.

    De acordo com Thoits10 e Due et al.11, oapoio social composto de estrutura e funo,com aspectos e fenmenos distintos. A estrutu-ra das relaes sociais refere-se organizaodo vnculo entre pessoas e pode ser descrita sobdiferentes aspectos, tais como: nmero de rela-es ou papis sociais que uma pessoa tem, fre-qncia de contatos com vrios membros deuma rede, entre outros. composta pela redede relaes formais e informais. As relaes

    formais so mantidas devido posio e papisdesempenhados na sociedade, como: mdico,dentista, advogado, professor, entre outras pro-fisses; ao passo que as relaes informais sotidas como de maior importncia pessoal e afe-tiva do que as relaes mais especializadas eformais. So compostas por todos os indivduos(famlia, amigos, vizinhos, colegas de trabalho,comunidade, entre outros) e pela ligao entreindivduos com quem se tem uma relao fa-miliar prxima ou com envolvimento afetivo.Medir a estrutura de rede social permite ava-liar o grau em que um indivduo est social-

    mente conectado com os outros, seu nvel deisolamento ou de integrao social.

    Com vistas a operacionalizar o conceito deapoio social e encontrar instrumentos para suamedida, foram propostas cinco categorias fun-cionais de apoio social12, 13, 14:1) Apoio material: refere-se ao apoio direcio-nado ao auxlio das pessoas em caso de neces-sidade. Reflete o acesso dos indivduos aos ser-vios prticos e recursos materiais, em que es-to includos, por exemplo, a ajuda em dinhei-ro ou emprstimo de utenslios, em caso de ne-

    cessidade emergencial.2) Apoio afetivo: envolve expresses de amore afeio.3) Apoio emocional: refere-se empatia, cari-nho, amor, confiana, estima, afeto, escuta e in-teresse.4) Apoio de informao: refere-se a informa-es que podem ser usadas para lidar com pro-blemas. medido por meio do acesso dos indi-vduos a aconselhamentos, sugestes, orienta-es e informaes.5) Interao social positiva: a disponibilida-

    de de pessoas com quem se divertir e relaxar.Este estudo teve como objetivos: descrevera situao do apoio social a idosos de rea rural

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    assistida pelo Programa Sade da Famlia (PSF);identificar associaes entre fatores socioeco-nmicos e demogrficos e cada categoria de

    apoio social acima apresentada; identificar sub-grupos de idosos mais expostos inadequaodo apoio social.

    Acredita-se que esses dados sero teis parachamar a ateno de equipes do PSF para a im-portncia do apoio social como condicionantede sade, e para a possibilidade de uma atua-o que identifique o perfil do idoso mais vul-nervel a deficincias no apoio social, reforan-do e/ou auxiliando a estruturao de eficientesredes de apoio de idosos em sua rea de atua-o, com provveis reflexos positivos sobre suas

    condies de vida e sade.

    Redes de apoio social em idosos

    A reviso da literatura tem demonstrado quedo mesmo modo como as redes sociais de apoioinfluenciam as condies de sade e mortalida-de da populao em geral, a presena de apoiosocial tem sido fortemente associada com des-fechos positivos, tambm, para os idosos.

    O efeito protetor das relaes sociais sobrea mortalidade tem sido amplamente reconhe-

    cido por meio de estudos epidemiolgicos lon-gitudinais realizados com idosos em vrios con-tinentes e pases, tais como: Estados Unidos15,16, Europa17,18 19, 20, sia21 e a frica22. Redessociais diversificadas associaram-se, significan-temente, a algumas medidas de sade (capaci-dade funcional, incontinncia urinria, auto-avaliao de sade e problemas visuais) paraidosos23.

    Alm das investigaes relacionando a pre-sena de redes sociais com reduo de mortali-dade, a importncia deste fator em idosos tem

    sido evidenciada principalmente no campo dasade mental. Tais trabalhos mostram que sin-tomas depressivos esto inversamente associa-dos com o tamanho das redes sociais24; mos-tram tambm que existe uma relao direta en-tre grau de incapacidade e sintomas depressi-vos, e que o suporte social alivia o efeito da in-capacidade dos idosos em depresso, quando arede de apoio avaliada positivamente poreles25. Outros estudos relacionam altos escoresde satisfao com a vida, melhor estado de sa-de na auto-avaliao de idosos importantes

    preditores de mortalidade com freqncia decontatos com irmos6 e com freqncia de con-tatos com familiares e amigos7, 8. Tem-se tam-

    bm observado na populao de idosos a asso-ciao positiva entre redes sociais formadas porgrande nmero de amigos e escores de estado

    de nimo26 e auto-estima27.H estudos demonstrando os efeitos da in-

    tegrao social em comportamentos alimenta-res. Autores como Learner & Kivett28 verifica-ram que os idosos que estavam satisfeitos coma freqncia de visitas recebidas por parentes eamigos registraram menos problemas com suasdietas. Ademais, Krondl et al.29 observaramque os idosos mais ativos fsica e emocional-mente tinham dietas alimentares mais diversi-ficadas e adequadas. Finalmente, McIntosh etal.30 constataram que amplas redes de amigos

    tm conseqncias positivas no apetite e na in-gesto adequada de nutrientes e, alm disso, amagnitude dos efeitos negativos do estresse fi-nanceiro sobre o apetite foi reduzida pelo rela-cionamento com amigos, pelo estado conjugale pela presena de companhia.

    A preferncia dos idosos por diferentes ti-pos de apoio tem se tornado o foco da atenode pesquisas gerontolgicas. Pinquart & Sren-sen8 observaram, numa populao americana ecanadense, que os idosos preferem apoio infor-mal e misto (formal/informal) para necessida-des de cuidados em curto prazo e preferem as-

    sistncia mais formal para necessidades de cui-dados de longo prazo. Um estudo realizado naChina, contexto cultural e econmico totalmen-te diferente do estudo anterior, evidencia resul-tados guardando certa semelhana, enquantoos idosos chineses esperam que os programasde penso do Estado resolvam uma boa partedas suas necessidades financeiras, a famlia per-manece preferencialmente como fonte de apoiosocial e emocional, tanto nas reas urbanasquanto rurais31.

    Mtodo

    Trata-se de um estudo epidemiolgico do tipotransversal, realizado no municpio de Taquari-tuba, estado de So Paulo, com a populao ido-sa rural do Bairro dos Aleixos. O municpio pos-sui 21.982 habitantes, dos quais 9,34% so ido-sos. A principal atividade econmica na regio a agropecuria. Na rea de atuao do PSF, ondeeste estudo foi realizado, residiam 60 idosos.Destes foram entrevistados 52, pois oito indiv-

    duos se recusaram a participar da pesquisa.Os dados foram coletados pelos pesquisa-dores, no prprio domiclio do idoso, em hor-

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    rio e local adequados para salvaguardar a pri-vacidade de suas informaes.

    O instrumento de coleta de dados foi com-

    posto por duas partes: parte I, com questesdestinadas identificao da pessoa, bem co-mo a levantar dados socioeconmicos e demo-grficos; parte II, com questes relativas aoapoio material, apoio afetivo, apoio emocional,apoio de informao e interao social positi-va. Utilizou-se o Medical Outcomes Study-MOS14, traduzido para o portugus e validadopor estudo que o aplicou em populao do Riode Janeiro, obtendo bons resultados de consis-tncia interna, estabilidade e validade de cons-tructo32.

    As perguntas referentes a cada dimenso deapoio social foram agrupadas em cinco escoresindependentes. Esses ndices foram padroniza-dos para que variassem entre 20 e 100, inde-pendentemente do nmero de perguntas quecompunham cada dimenso. Tal padronizaofoi realizada por meio da razo entre as somasdos pontos obtidos no conjunto das perguntasde cada dimenso e o valor mximo de pontospossveis de serem obtidos, de acordo com onmero de perguntas de cada dimenso. O re-sultado dessa razo foi multiplicado por 100.Por exemplo, se o idoso respondeu sempre,

    quase sempre e nunca s trs perguntas re-lativas ao apoio afetivo, obteve um total de 10pontos (5+4+1). Este total foi dividido por 15pontos, que representa o mximo que se pode-ria atingir caso o idoso respondesse semprenas trs perguntas (5+5+5). O resultado obti-do foi multiplicado por 10032.

    Para as anlises, os escores foram divididosem tercis. importante salientar que, quantomaior o escore alcanado, maior o nvel deapoio social. Assim, o 1o tercil ficou constitu-do pelos escores mais baixos, o 2o tercil pelos

    nveis intermedirios e o 3o o tercil compostopelos escores mais altos32.

    Com interesse em identificar idosos mais ex-postos inadequao do apoio social, foram fei-tas anlises para identificar a associao entre al-guns fatores: gnero, estado civil, renda, nmerode pessoas no domiclio, com tercis de apoio,aplicando-se o teste no-paramtrico de Krus-kal-Wallis (KW) ao nvel de significncia de 5%.

    A anlise dos dados foi realizada por meiodo programa estatstico Epi Info 2002 e organi-zada em forma de tabelas.

    Resultados

    Na tabela 1 so apresentadas as caractersticas

    socioeconmicas e demogrficas da populaoestudada: 57,7% estavam na faixa etria de 60 a69 anos e 7,8% acima de 80 anos; houve um li-geiro predomnio (51,9%) do sexo feminino;de no-alfabetizados (51,9%), de casados e/ou vivendo em concubinato (53,8%) e brancos(78,8%). Quanto renda familiar, mais de doisteros viviam com at dois salrios mnimosmensais. Houve um predomnio de idosos(57,7%) vivendo em domiclios com trs a no-ve indivduos. Caracteriza-se assim uma popu-lao de baixo nvel socioeconmico.

    Na tabela 2, apresentam-se as mdias e res-pectivos desvios padro, as medianas e os valo-res que limitam os tercis dos escores de apoiosocial. Valores mdios prximos de 80 e media-nas em torno de 90 foram obtidos para as v-rias categorias de apoio; apenas para o escorede interao social positiva a mdia foi de 75pontos. Os limites dos tercis dos escores deapoio tambm foram semelhantes para as v-rias categorias de apoio, exceto para o escoreinterao social positiva.

    Na tabela 3, verificou-se que no houve di-ferena significativa com faixa etria, sexo, es-

    colaridade, renda e nmero de pessoas na fa-mlia. Apenas para nmero de pessoas houvetendncia de escores mais baixos em famliascom uma ou duas pessoas em comparao comfamlias mais numerosas.

    Na tabela 4, evidenciou-se que o nmero depessoas residentes no domiclio apresentou di-ferena significativa em relao ao apoio afeti-vo com o p-valor de 0,00. Quanto maior o n-mero de pessoas no domiclio, maior a freqn-cia de idosos no tercil superior de apoio afetivo.

    Observamos tambm que, entre idosos ca-

    sados e com maior renda, houve maior fre-qncia de indivduos no terceiro tercil do es-core de apoio afetivo, mas sem alcanar signifi-cncia estatstica.

    Na tabela 5, entre as variveis sociodemo-grficas pesquisadas, somente o nmero de pes-soas residentes no domiclio apresentou dife-rena significativa com escore de apoio emo-cional atravs do p-valor de 0,03.

    Como pode ser observada na tabela 6, ne-nhuma varivel apresentou diferena significa-tiva com escore de apoio de informao.

    Observando-se a tabela 7, verifica-se quehouve diferena significativa entre sexo e esco-laridade com tercis de interao social positiva,

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    Tabela 1

    Freqncias relativas das variveis sociodemogrficas da populao rural de idosos do Bairrodos Aleixos no municpio de Taquarituba-SP, 2003.

    Variveis N %

    Idade (anos)60 a 69 30 57,770 a 79 18 34,5 80 4 7,8

    SexoFeminino 27 51,9Masculino 25 48,1

    EscolaridadeNo-alfabetizado 27 51,9Somente alfabetizado at a 3a srie do ensino fundamental 17 32,7

    Da 4a a 8a srie do ensino fundamental 8 15,4

    Situao conjugalSolteiro 1 1,9Vivo 23 44,2Casado ou vivendo em concubinato 28 53,8

    RaaBranca 41 78,8Negra 7 13,5Parda 4 7,7

    Renda familiar (em salrios mnimos)1 a 2 19 36,5

    > 2 a 3 19 36,5> 3 14 28,0

    Pessoas residentes no domiclio1 5 9,62 17 32,73 a 9 30 57,7

    Tabela 2

    Mdias, desvios padro, medianas e limites dos tercis dos escores relativos as categorias de apoio social da populaode idosos do Bairro dos Aleixos no municpio de Taquarituba-SP, 2003.

    Dimenses de apoio social NO de itens Mdia Desvio padro Mediana Valores limitantes dos tercis

    Material 4 80,76 22,10 90,00 25 a 70; 75 a 95; 100Afetivo 3 81,79 23,20 86,70 20 a 73,3; 80 a 93,3; 100Emocional 4 81,07 23,50 90,00 25 a 75; 80 a 95; 100Informao 4 80,58 23,44 90,00 20 a 75; 80 a 95; 100Interao social positiva 4 75,19 29,22 90,00 20 a 55; 70 a 95; 100

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    com os respectivos p-valor, 0,03 e 0,04. Entreos homens e entre idosos com mais alta escola-ridade, houve maior freqncia do terceiro tercil.

    Discusso

    Este estudo apontou que a populao de idososda rea rural do Bairro dos Aleixos, em Taqua-rituba-SP, atendida pelo PSF, em termos m-dios apresenta apoio social adequado, em suasdiferentes dimenses. De certa forma, estes fo-

    ram resultados diferentes do esperado, consi-derando as precrias condies de vida vigen-tes na populao estudada. Chamou a ateno

    o fato de que os resultados foram semelhantespara as diversas dimenses de apoio avaliadas,reforando a constatao de adequao do apoiodisponvel.

    Apenas para o escore de interao socialpositiva, a mdia foi menor. Assim, podemosafirmar que a populao de idosos do Bairro dosAleixos percebe, entre as dimenses de apoiosocial, que a sua dificuldade maior participarde atividades sociais de entretenimento, capa-zes de proporcionar momentos de diverso edescontrao. Demonstrou-se haver diferenas

    significantes entre os tercis dessa dimenso deapoio e as variveis sexo e escolaridade. Assim,os homens e os indivduos com maior escolari-

    Tabela 3

    Valor e p-valor do teste Kruskal-Wallis para as associaes entre as caractersticas sociodemogrficasda populao rural de idosos e os valores limitantes dos tercis de apoio material dos mesmos

    no municpio de Taquarituba-SP, 2003.

    Variveis Tercis de apoio material Total Teste KW

    sociodemogrficas T1 T2 T3 N=52 p-valorn % n % n % n %

    Faixa etria

    60 a 69 12 40,0 7 23,3 11 36,7 30 100,0 1,5670 a 79 4 22,2 6 33,3 8 44,4 18 100,0 0,45 80 1 25,0 1 25,0 2 50,0 4 100,0 (n.s)

    Sexo

    Feminino 7 25,9 8 29,6 12 44,4 27 100,0 1,15Masculino 10 40,0 6 24,0 9 36,0 25 100,0 0,56

    (n.s)Situao conjugal

    Solteiro 0 0,0 0 0,0 1 100,0 1 100,0 1,37Vivo 6 26,1 7 30,4 10 43,5 23 100,0 0,50Casado ou concubinato 11 39,3 7 25,0 10 35,7 28 100,0 (n.s.)

    Escolaridade

    No-alfabetizado 8 29,6 9 33,3 10 37,0 27 100,0 1,05Somente alfabetizado 8 47,1 3 17,6 6 35,3 17 100,0 0,59at a 3a srie do ensinofundamentalDa 4a a 8a srie do 1 12,5 2 25,0 5 62,5 8 100,0 (n.s)ensino fundamental

    Renda familiar

    1 a 2 8 42,1 5 26,3 6 31,6 19 100,0 1,74> 2 a 3 6 31,6 5 26,3 8 42,1 19 100,0 0,41> 3 3 21,4 4 28,6 7 50,0 14 100,0 (n.s)

    Pessoas residentes

    no domiclio

    1 2 40,0 2 40,0 1 20,0 5 100,0 4,92 8 47,1 5 29,4 4 23,5 17 100,0 0,086 a 9 7 23,3 7 23,3 16 53,3 30 100,0 (n.s)

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    tibilidade da mulher idosa ao isolamento so-cial, em termos principalmente de interaesligadas diverso e ao lazer, parece ser reflexoda diviso sexual do trabalho, produto do mo-delo de famlia nuclear considerado hegemni-co em referencial e em ideal de ordenao davida domstica para a grande maioria da po-pulao. Nesse tipo de organizao familiar, asatividades da mulher esto circunscritas ao do-miclio, vinculadas sua organizao e pre-servao da sade e da educao dos filhos, oque a torna mais reclusa em relao ao contato

    social quando comparada ao homem. So fatosculturais que podem contribuir para a adoode uma postura de isolamento social no est-

    dade desfrutavam de melhor interao social.Estes resultados apontam, por um lado, a maiorvulnerabilidade das mulheres no que se refere aesta importante dimenso do apoio social. Poroutro lado, os idosos com menor escolaridade,e possivelmente menor nvel socioeconmico,tm menos acesso a interaes destinadas di-verso e ao lazer.

    Dados brasileiros apontam que os homensidosos so, proporcionalmente, mais alfabeti-zados do que as mulheres nesta mesma idade,favorecidos pelas caractersticas da sociedade e

    das polticas de educao prevalentes nas dca-das de 1930 e 1940, quando o acesso de mulhe-res escola era muito restrito1. A maior susce-

    Tabela 4

    Valor e p-valor do teste Kruskal-Wallis para as associaes entre as caractersticas sociodemogrficasda populao rural de idosos e os valores limitantes dos tercis de apoio afetivo dos mesmos

    no municpio de Taquarituba-SP, 2003.

    Variveis Tercis de apoio afetivo Total Teste KW

    sociodemogrficas T1 T2 T3 N=51 p-valorn % n % n % n %

    Faixa etria

    60 a 69 10 33,3 11 36,7 9 30,0 30 100,0 2,9170 a 79 2 11,8 6 35,3 9 52,9 17 100,0 0,23 80 1 25,0 1 25,0 2 50,0 4 100,0 (n.s.)

    Sexo

    Feminino 6 23,1 9 34,6 11 42,3 26 100,0 0,25Masculino 7 28,0 9 36,0 9 36,0 25 100,0 0,88

    (n.s.)Situao conjugal

    Solteiro 0 0,0 1 100,0 0 0,0 1 100,0 3,38Vivo 8 36,4 8 36,4 6 27,3 22 100,0 0,18Casado ou concubinato 5 17,9 9 32,1 14 50,0 28 100,0 (n.s.)

    Escolaridade

    No-alfabetizado 6 23,1 11 42,3 9 34,6 26 100,0 1,40Somente alfabetizado 6 35,3 5 29,4 6 35,3 17 100,0 0,49at a 3a srie do ensinofundamentalDa 4a a 8a srie do 1 12,5 2 25,0 5 62,5 8 100,0 (n.s.)ensino fundamental

    Renda familiar

    2 7 36,8 7 36,8 5 26,3 19 100,0 3,86> 2 a 3 5 27,8 5 27,8 8 44,4 18 100,0 0,14> 3 1 7,1 6 42,9 7 50,0 14 100,0 (n.s.)

    Pessoas residentes

    no domiclio

    1 4 80,0 1 20,0 0 0,0 5 100,0 11,092 6 35,3 6 35,3 5 29,4 17 100,0 0,003 a 9 3 10,3 11 37,9 15 51,7 29 100,0 (s.)

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    gio tardio da vida e afetar negativamente a sa-de, principalmente a sade mental.

    H estudos mostrando que sintomas de-pressivos esto inversamente associados ao ta-manho das redes sociais24, que altos escores desatisfao com a vida ocorrem em idosos commais contatos com amigos e familiares7. A lite-ratura enfatiza ainda haver associao entrecontato social, apoio e longevidade, ou seja, amaioria dos idosos que visita seus amigos e fa-miliares provavelmente viver mais tempo doque aqueles que raramente tm contatos33.

    Quanto ao apoio material, cujo escore re-flete o acesso dos indivduos a servios prticose a recursos materiais como, por exemplo, aju-

    da em dinheiro ou emprstimo de utensliosem caso de necessidade emergncia12, 13, 14, eraesperado que idosos vivendo em famlias commaior renda obtivessem melhores escores. Noentanto, no foi encontrada esta associao. possvel que a pequena diversidade socioeco-nmica presente na populao estudada to-dos eram indivduos de baixa renda, de rearural e assistidos pelo PSF tenha impedidoessa identificao. Entretanto, observaram-setendncias (no estaticamente significativas)de que quanto maior o nmero de pessoas que

    residiam no domiclio, maior o escore de apoiomaterial, sinalizando que residncias multige-racionais, em reas rurais, possam ser uma es-

    Tabela 5

    Valor e p-valor do teste Kruskal-Wallis para as associaes entre as caractersticas sociodemogrficasda populao rural de idosos e os valores limitantes dos tercis de apoio emocional dos mesmos

    no municpio de Taquarituba-SP, 2003.

    Variveis Tercis de apoio emocional Total Teste KW

    sociodemogrficas T1 T2 T3 N=51 p-valorn % n % n % n %

    Faixa etria

    60 a 69 9 30,0 8 26,7 13 43,3 30 100,0 0,2870 a 79 5 29,4 5 29,4 7 41,2 17 100,0 0,87 80 2 50,0 0 0,0 2 50,0 4 100,0 (n.s.)

    Sexo

    Feminino 8 30,8 7 26,9 11 42,3 26 100,0 0,05Masculino 8 32,0 6 24,0 11 44,0 25 100,0 0,97

    (n.s.)Situao conjugal

    Solteiro 0 0,0 0 0,0 1 100,0 1 100,0 0,17Vivo 8 36,4 6 27,3 8 36,4 22 100,0 0,92Casado ou concubinato 8 28,6 7 25,0 13 46,4 28 100,0 (n.s.)

    Escolaridade

    No-alfabetizado 7 26,9 8 30,8 11 42,3 26 100,0 0,53Somente alfabetizado 7 41,2 3 17,6 7 41,2 17 100,0 0,77at a 3a srie do ensinofundamentalDa 4a a 8a srie do 2 25,0 2 25,0 4 50,0 8 100,0 (n.s.)ensino fundamental

    Renda familiar

    2 7 36,8 4 21,1 8 42,1 19 100,0 2,60> 2 a 3 8 44,4 4 22,2 6 33,3 18 100,0 0,27> 3 1 7,1 5 35,7 8 57,1 14 100,0 (n.s.)

    Pessoas residentes

    no domiclio

    1 3 60,0 0 0,0 2 40,0 5 100,0 6,482 8 47,1 4 23,5 5 29,4 17 100,0 0,033 a 9 5 17,2 9 31,0 15 51,7 29 100,0 (s.)

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    tratgia eficiente de obteno de apoio mate-rial. Em futuros estudos, com amostra maior,esta hiptese dever ser investigada.

    Entretanto, h um estudo que levanta a hi-ptese de que os domiclios multigeracionais,antes de serem uma opo cultural ou humani-tria, podem ser um arranjo de sobrevivnciacapaz de colocar o idoso numa situao de iso-lamento e dependncia maior do que se ele esti-vesse morando s, principalmente quando pas-sar a necessitar de freqentes cuidados mdicose assistenciais34. Como j apontado, os dados do

    presente estudo no apontam nesta direo.Outro resultado que indica os domicliosmultigeracionais como mais capazes de prover

    apoio ao idoso diz respeito aos resultados dasanlises sobre apoio emocional. Os manifestosde empatia, carinho, amor, confiana, estima,afeto, escuta e interesse, percebidos pelas pessoas,so os aspectos includos na categoria apoioemocional12, 13, 14. Este estudo demonstrou di-ferena significativa entre as variveis nmerode pessoas residentes no domiclio e escore deapoio emocional. Este foi maior em idosos vi-vendo em domiclios onde residiam de trs anove pessoas, quando comparados com aque-les vivendo sozinhos ou apenas com mais uma

    pessoa.Os dados por ns obtidos tambm suge-rem, mas sem alcanar significncia estatstica,

    Tabela 6

    Valor e p-valor do teste Kruskal-Wallis para as associaes entre as caractersticas sociodemogrficasda populao rural de idosos e os valores limitantes dos tercis de apoio de informao dos mesmos

    no municpio de Taquarituba-SP, 2003.

    Variveis Tercis de apoio de informao Total Teste KW

    sociodemogrficas T1 T2 T3 N=51 p-valorn % n % n % n %

    Faixa etria

    60 a 69 8 26,7 10 33,3 12 40,0 30 100,0 1,270 a 79 6 35,3 5 29,4 6 35,3 17 100,0 0,53 80 2 50,0 0 0,0 2 50,0 4 100,0 (n.s.)

    Sexo

    Feminino 10 38,5 8 30,8 8 30,8 26 100,0 1,81Masculino 6 24,0 7 28,0 12 48,0 25 100,0 0,40

    (n.s.)Situao conjugal

    Solteiro 0 0,0 0 0,0 1 100,0 1 100,0 0,20Vivo 8 36,4 7 31,8 7 31,8 22 100,0 0,90Casado ou concubinato 8 28,6 8 28,6 12 42,9 28 100,0 (n.s.)

    Escolaridade

    No-alfabetizado 11 42,3 6 23,1 9 34,6 26 100,0 3,24Somente alfabetizado 4 23,5 6 35,3 7 41,2 17 100,0 0,20at a 3a srie do ensinofundamentalDa 4a a 8a srie do 1 12,5 3 37,5 4 50,0 8 100,0 (n.s.)ensino fundamental

    Renda familiar

    1 a 2 7 36,8 7 36,8 5 26,3 19 100,0 3,19> 2 a 3 7 38,9 4 22,2 7 38,9 18 100,0 0,20> 3 2 14,3 4 28,6 8 57,1 14 100,0 (n.s.)

    Pessoas residentes

    no domiclio

    1 2 40,0 1 20,0 2 40,0 5 100,0 2,372 7 41,2 7 41,2 3 17,6 17 100,0 0,183 a 9 7 24,1 7 24,1 15 51,7 29 100,0 (n.s.)

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    Tabela 7

    Valor e p-valor do teste Kruskal-Wallis para as associaes entre as caractersticas sociodemogrficasda populao rural de idosos e os valores limitantes dos tercis de interao social positiva dos mesmos

    no municpio de Taquarituba-SP, 2003.

    Variveis Tercis de interao social positiva Total Teste KW

    sociodemogrficas T1 T2 T3 N=51 p-valorn % n % n % n %

    Faixa etria

    60 a 69 8 26,7 10 33,3 12 40,0 30 100,0 3,0670 a 79 7 41,2 3 17,6 7 41,2 17 100,0 0,21 80 2 11,8 50,0 0,0 2 50,0 4 100,0 (n.s.)

    Sexo

    Feminino 12 46,2 3 11,5 11 42,3 26 100,0 6,55Masculino 5 20,0 10 40,0 10 40,0 25 100,0 0,03

    (s.)Situao conjugal

    Solteiro 0 0,0 1 100,0 0 0,0 1 100,0 1,13Vivo 8 36,4 6 27,3 8 36,4 22 100,0 0,56Casado ou concubinato 9 32,1 6 21,4 13 46,4 28 100,0 (n.s.)

    Escolaridade

    No-alfabetizado 10 38,5 9 34,6 7 26,9 26 100,0 6,26Somente alfabetizado 5 29,4 4 23,5 8 47,1 17 100,0 0,04at a 3a srie do ensinofundamentalDa 4a a 8a srie do 2 25,0 0 0,0 6 75,0 8 100,0 (s.)ensino fundamental

    Renda familiar

    2 8 42,1 5 26,3 6 31,6 19 100,0 1,27> 2 a 3 5 27,8 5 27,8 8 44,4 18 100,0 0,53> 3 4 28,6 3 21,4 7 50,0 14 100,0 (n.s.)

    Pessoas residentes

    no domiclio

    1 2 40,0 1 20,0 2 40,0 5 100,0 5,112 9 52,9 5 29,4 3 17,6 17 100,0 0,083 a 9 6 20,7 7 24,1 16 55,2 29 100,0 (n.s.)

    que os idosos com maior escolaridade e rendafamiliar, bem como os casados/concubinos, dis-punham de apoio afetivo mais satisfatrio quan-do comparados aos solteiros e/ou vivos e aosde nveis de escolaridade e renda familiar me-nores.

    Em estudo realizado por Ramos et al.34, osuporte emocional foi a necessidade substan-cial menos alcanada pelos idosos no-casadose pelos idosos sem filhos, representando, se-gundo os autores, uma ameaa para a qualida-de de vida dos mesmos.

    Outro estudo, realizado na cidade Guadala-jara, Mxico, evidenciou que as redes sociais dosidosos eram compostas de 7,5 integrantes em

    mdia, principalmente mulheres. Eram redesmultigeracionais, proporcionando, em sua maio-ria, apoio emocional. As autoras acrescentamque as mulheres e os casados e vivos tinhamredes maiores e recebiam mais apoio de natu-reza emocional que os homens e os solteiros35.

    A dimenso do apoio social relativa ao aces-so informao, que pode ser necessria e uti-lizada para se lidar com problemas, tambmapresentou escore mdio elevado na populaoestudada. Este escore foi medido por meio deperguntas sobre o acesso dos indivduos a acon-

    selhamentos, a sugestes, a orientaes e a in-formaes12, 13, 14 e, tratando-se de populaopobre e rural, tambm eram esperados resulta-

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    dos menos favorveis. Apesar de no ter ocor-rido diferena significativa entre as variveissociodemogrficas e os tercis de apoio de infor-

    mao, os dados sugerem que o apoio de infor-mao pode tambm ser maior entre os idososdo sexo masculino e para aqueles com nveis deescolaridade e renda familiar maiores.

    Finalizando, os resultados obtidos permiti-ram identificar, entre a populao rural do Bair-ro dos Aleixos, municpio de Taquarituba, operfil do idoso com mais chance de inadequa-o do suporte social: mulheres, analfabetos,vivos/solteiros, idosos com rendimento entreum e dois salrios mnimos e idosos vivendocom menor nmero de pessoas.

    As caractersticas do apoio social, sem d-vida, devem ser consideradas por aqueles queorganizam e prestam assistncia sade deidosos, particularmente equipes do PSF. Na reaonde este estudo foi realizado, este no pareceser um aspecto muito adverso.

    Concluses

    O processo investigatrio, norteado pelos obje-

    tivos, permitiu-nos chegar s seguintes conclu-ses: os idosos avaliados apresentaram escoresmdios de apoio social elevados e satisfatrios;entre as dimenses de apoio social, a interaosocial positiva foi a que obteve menor mdia;houve diferena significativa entre nmero depessoas no domiclio e maior escore de apoioafetivo; o escore de apoio emocional foi maiornos domiclios onde residem mais de trs pes-soas; escores mais altos de interao socialocorreram em idosos do sexo masculino e na-queles com maior grau de escolaridade.

    Com relao ao perfil do idoso com maiorprobabilidade de apresentar alguma inadequa-o de apoio social, predominam: mulheres,analfabetos, vivos ou solteiros, idosos comrenda entre um e dois salrios mnimos.

    Colaboradores

    JLG Gonalves, ACO Garcia, SCM Bocchi e MABL Car-valhaes participaram igualmente de todas as etapas deelaborao do artigo.

    Agradecimento

    Aos idosos participantes deste estudo, bem como ao Mi-nistrio da Sade, em parceria com a Faculdade de Medici-na de Botucatu-Unesp, por meio do Projeto Reforsus/BID, nossos agradecimentos por nos terem concedido aoportunidade de realizar esta pesquisa, como requisitode concluso do curso de Especializao em Sade da Fa-mlia.

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    Artigo apresentado em 1o/04/2005Aprovado em 3/05/2005Verso final apresentada em 20/07/2005

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