2 mp que muda status do presidente do bc deve ser votada ... · ciro nogueira suplentes: gonzaga...
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ANO 6 - Número 1277Brasília-DF, Quarta-feira, 18 de agosto de 2004 www.camara.gov.br • jornal@camara.gov.br • Fone: (61) 216-1666 • Fax: (61) 216-1653
OPINIÃO 2
EXPOSIÇÃO
ImpressoEspecial
11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOS
DEPUTADOS
CORREIOS
Osório propõe desburocratização para microempresa
Professor Luizinho Jose Thomaz Nonô
Página 7
A Medida Provisória 207/04, que confere ao presidente do Banco Centralo status de ministro de estado, deve ser votada até o final de setembro, jáque, a partir do dia 1º de outubro, passará a trancar a pauta de votaçõesdo plenário. O líder da minoria, deputado José Thomaz Nonô, ameaçaentrar com ação direta de inconstitucionalidade no STF contra a medida
que, a seu ver, tem o objetivo de poupar Henrique Meirelles. Para ovice-líder do PSDB, deputado Jutahy Junior, a MP também tem claros
objetivos políticos. Já o líder do governo na Câmara, deputado ProfessorLuizinho, nega favorecimento ao atual presidente do Banco Central,
lembrando que o Governo Fernando Henrique também editou uma MPgarantindo status de ministro ao procurador-geral da República. Página 3
MP que muda status do
presidente do BC deve
ser votada em setembro
Seminário
discute combate
à pirataria
Cerca de 10 bilhões de dólares
entram no Brasil, anualmente, na
forma de produtos clandestinos e
falsificados, segundo afirmou on-
tem, no Seminário Nacional de
Propriedade Intelectual, o presi-
dente do Sindicato Nacional dos
Técnicos da Receita Federal, Rey-
naldo Puggi. Para o vice-presiden-
te da CPI da Pirataria, deputado
Julio Lopes, apesar desses núme-
ros, o País tem mostrado avanços
no combate à pirataria. Página 8
Morte de
Thales RamalhoO ex-deputado Thales Ra-
malho, que morreu domingo
passado, foi lembrado ontem no
plenário. Na presidência da ses-
são, Maurício Rabelo qualificou-
o de “grande homem público”.
Luiz Piauhylino destacou o
importante papel desempenha-
do por Thales nos mandatos
que exerceu no Congresso e
em outras atividades políticas.Página 4
A proposta de criação do
Conselho Federal dos Jorna-
listas (CFJ) continua reper-
cutindo na Câmara. Os de-
putados Wasny de Roure e
José Roberto Arruda anali-
saram o projeto encaminha-
do pelo governo e as reações
da mídia às intenções de re-
gulamentar o trabalho jor-
nalístico. Wasny lembra que
quase todos os países possu-
em conselhos semelhantes e
criticou o fato da proposta
estar sofrendo um “lincha-
mento” por parte da grande
imprensa. Já Arruda propôs
um “contra-pacote” da liber-
dade como resposta ao que
chamou de “pacote de agos-
to” do governo, referindo-se
à proposta de criação do CFJ,
ao projeto que cria a Agên-
cia Nacional de Cinema e às
medidas que proíbem servi-
dores envolvidos em inves-
tigações de dar declarações
públicas. Página 6
Wasny e Arruda debatem
Conselho de Jornalismo
Responsabilidades
do poder
A política, com P maiúsculo,implica fortes exigências
éticas e não se resume àmera busca do poder pelo
poder. Citando o pensamentodo alemão Max Weber, o
deputado Pedro Fernandesdestaca, em artigo, que o
primeiro requisito para a açãodo político vocacional é a
paixão, isto é, um ideal que oimpulsione a defender suas
opiniões e propostas nocentro da arena pública. Os
outros dois requisitosweberianos para o político quehonra esse título são o “sensode proporção” e a disposição
adulta de assumir integralresponsabilidade por seus
sucessos e fracassos.
Será aberta hoje aexposição Para que não
se esqueça: o triunfosobre a escravidão,
promovida pela Unesco. Amostra, composta por 32
painéis, foi criada peloCentro Schomburg de
Pesquisa da CulturaNegra, de Nova Iorque,
em conjunto com oprojeto A Rota do
Escravo, como marco daproclamação pela ONU do
Ano Internacional deComemoração das Lutas
contra a Escravidãoe sua Abolição.
A invasão da Faculdade deFilosofia da USP (Prédio Maria
Antonia) em 1968 marcou o iníciodo período mais duro do regime
militar. Exposição intituladaMemoriantonia – a alma dos
edifícios, que será inauguradahoje no Salão Negro do
Congresso Nacional, recupera ahistória do período. A Câmara
também promove hoje, a partirdas 16 horas, no Plenário 2 das
comissões (Anexo II), mesa-redonda sobre os movimentos
políticos de 68.
Instala-se hoje
Comissão do
pacote tributário
A comissão mista que exami-
nará a medida provisória 206/04,
que cria o pacote tributário des-
tinado a incentivar os investi-
mentos e a poupança aplicada a
médio prazo será instalada hoje.
Na primeira reunião prevista
para hoje, às 14h30, na Ala Nilo
Coelho do Senado, serão eleitos
os relatores. A MP reduz o Im-
posto de Renda de todas as apli-
cações de renda fixa com prazos
superiores a 24 meses. Página 3
Exposição sobre movimentos de 68
Brasília, 18 de agosto de 20042
BANESTADO
OP
INIÃ
O
Presidente:João Paulo Cunha
1º Vice-Presidente:Inocêncio Oliveira2º Vice-Presidente:Luiz Piauhylino1º Secretário:Geddel Vieira Lima2º Secretário:Severino Cavalcanti3º Secretário:Nilton Capixaba4º Secretário:Ciro Nogueira
Suplentes:Gonzaga Patriota,Wilson Santos,Confúcio Moura eJoão Caldas
Procuradoria Parlamentar:Luiz Antonio Fleury
Ouvidoria Parlamentar:Luciano Zica
Diretor-Geral:Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida
Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva
SECOMSecretaria deComunicação Social
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Mesa da Câmara dosDeputados
52° Legislatura
Câmara dos DeputadosGeral: (61) 216-0000
Entre os grandes pensadores moder-
nos e contemporâneos, nenhum é capaz
de rivalizar com o alemão Max Weber
(1864-1920) em termos de sensibilidade
para as duras e elusivas realidades da
política – talvez com a única exceção da
figura emblemática do secretário Floren-
tino Nicolau Maquiavel (1469-1527),
fundador da Ciência Política. Não por
acaso, aliás, Weber ficou conhecido
como o Maquiavel de Heidelberg...
O implacável realismo weberiano
define política como a luta dos indiví-
duos e grupos para participar do poder
ou alterar sua distribuição no contexto
de um Estado, e esse, por sua vez, é
compreendido como a instituição que
detém o monopólio legítimo do uso da
força nos limites do território nacional. E como Weber conceitua
o poder? Nua e cruamente, como a capacidade de fulano impor
sua vontade a beltrano. Isso nos leva a refletir que, assim como
Monsieur Jourdain, personagem da comédia O burguês fidalgo,
de Molieré (1622-1672), discursava em prosa sem o saber, os co-
ronéis da nossa República Velha (ou os mandões das nossas re-
públicas de sempre) aplicavam/aplicam o conceito de Max We-
ber sem jamais terem folheado seu ensaio sobre A política como
vocação, ao encararem o poder político como a prerrogativa de
“contratar, demitir, transferir, prender e soltar”.
Claro está, portanto, que, para o Maquiavel de Heidelberg, a
luta pelo poder, além de uma energia e uma determinação pratica-
mente ilimitadas, exige do político sangue frio e muita sagacidade.
Às vezes, por exemplo, o governante ou chefe partidário julga
que lidera um movimento de dissidência contando beneficiar-se
Estou convicto de que, somente assumindo essas árduas exigências,estaremos exercendo a política para valer. Quem se conforma ematuar abaixo desse padrão nada mais faz que reles politicagem
Responsabilidades do poder*Pedro Fernandes
da debacle da velha ordem para fortalecer
seu prestígio popular, quando está tão-so-
mente servindo como instrumento incons-
ciente das oposições, que não hesitarão em
descartar-se do aliado ocasional uma vez
atingido seu objetivo. Bem dizia o saudoso
escritor e professor João Bosco Lodi, autor
de numerosos livros sobre sucessão nas em-
presas familiares, poder nas organizações e
lobby, “o antônimo de poder não é impotên-
cia, e sim inocência”...
Nada, disso, porém, deve obscurecer o fato
de que, para Max Weber, a política, com P
maiúsculo, implica fortes exigências éticas e
não se resume à mera busca do poder pelo
poder. Ao contrário, Weber lista como requi-
sito primeiro para a ação do político vocacio-
nal a paixão, isto é, um ideal, uma bandeira,
uma ideologia (todo mundo precisa de “uma pra viver”, já advertia
Cazuza), enfim, um compromisso, que o impulsione a defender suas
opiniões e propostas no centro da arena pública. Os outros dois re-
quisitos weberianos para o político que honra esse título são o “sen-
so de proporção” (aquela sensibilidade para os atritos permanentes
entre os seus ideais e as limitações demasiado humanas do mundo
real); e, finalmente, a disposição adulta de assumir integral respon-
sabilidade por seus sucessos e fracassos, erros e acertos, sem cair na
feia tentação de monopolizar méritos e atirar culpas no ventilador.
Que me perdoem aqueles que de mim discordam, mas estou con-
victo de que, somente assumindo essas árduas exigências, estaremos
exercendo a política para valer. Quem se conforma em atuar abaixo
desse padrão nada mais faz que reles politicagem.
*Pedro Fernandes é deputado federal pelo PTB do Maranhão
O relator da CPMI do Ba-
nestado, deputado José Men-
tor (PT-SP), informou que a
comissão poderá reunir-se na
próxima semana para discutir
a retomada das investigações
de evasão de divisas por meio
de contas CC-5. Na semana
passada, o próprio relator sus-
pendeu todas as investigações
e determinou que fossem la-
crados os documentos obtidos
com a quebra de sigilo bancá-
rio de cerca de 1,4 mil pessoas,
cujas informações teriam sido
repassadas para a imprensa e
estariam sendo usadas para ex-
torquir executivos do merca-
do financeiro.
Mentor defende agora a
reabertura dos trabalhos da
CPMI e a apuração das denún-
cias de extorsão. “É um caso
de polícia, então as pessoas
que foram procuradas deveri-
am dar à Polícia Federal e ao
Ministério Público os nomes
das pessoas que tentaram a
extorsão”.
Os partidos de oposição
também defendem a apuração
das denúncias e prometem agir
para impedir o fim dos traba-
lhos da comissão. Segundo o
vice-líder do PSDB, deputado
Antonio Carlos Pannunzio
(SP), o partido vai reunir-se
para traçar uma estratégia nes-
se sentido. “Vamos usar todos
os mecanismos regimentais
para evitar o empastelamento
dessa CPI”, prometeu.
Relator de CPMI admite retomada dos trabalhos
José Mentor
Brasília, 18 de agosto de 2004 3
PINGA-FOGO
PLEN
ÁRIO É uma medida para dar estabilidade a quem ocupa a presidência
do Banco Central. O ocupante do cargo não pode estarsubmetido a acusações irresponsáveis Professor Luizinho
Será instalada hoje a comis-
são mista que examinará a Me-
dida Provisória 206/04, do Exe-
cutivo, que cria o pacote tribu-
tário destinado a incentivar os
investimentos e a poupança
aplicada a médio prazo. A pri-
meira reunião, quando inclusi-
ve serão eleitos os relatores, será
realizada no Senado, às 14h30,
na Ala Senador Nilo Coelho.
A MP reduz de 20% para
15% o Imposto de Renda cobra-
do sobre os ganhos com fundos
de ações negociadas em bolsas
de valores. Ao mesmo tempo, a
medida provisória aumenta de
15 para 30 dias o prazo para re-
colhimento de IPI, a partir de
outubro próximo, exceto para
bebidas, cigarros, automóveis,
tratores e máquinas agrícolas.
A grande novidade da MP,
para aumentar a poupança na-
Comissão do pacote tributário será instalada hoje
cional, é a redução do Imposto
de Renda para todas as aplica-
ções de renda fixa com prazos
superiores a 24 meses, hoje com
percentual único de 20% sobre
os ganhos. Pela proposta, a par-
tir de 1º de janeiro do ano que
vem, quanto menor o prazo da
aplicação, maior o IR. Assim,
aplicações de até 6 meses paga-
rão 22,5%; de até 12 meses,
21%; de até 24 meses, 17,5%; e
aquelas com prazo de resgate
superior a 24 meses, 15%. A
idéia do governo é levar os apli-
cadores a optarem por investi-
mentos com prazos mais eleva-
dos, alongando o perfil da dívi-
da pública da União – essas apli-
cações são lastreadas em títulos
federais.
Para melhorar a capacidade
portuária do País, que já enfren-
ta problemas com o rápido cres-
cimento das exportações (há fi-
las de contêineres nos portos),
a mesma medida provisória cria
o Reporto – Regime Tributário
para Incentivo à Modernização
e à Ampliação da Estrutura Por-
tuária. O maior incentivo é a
suspensão, por cinco anos, da
cobrança de IPI, da Contribui-
ção para o Financiamento da
Seguridade Social (Cofins) e do
PIS/Pasep na venda de máqui-
nas, equipamentos e outros bens
destinados aos serviços de mo-
vimentação de carga nos portos.
Se a máquina não for vendida
para terceiros, após cinco anos,
a suspensão se transforma em
isenção de IPI.
Ao anunciar o pacote tribu-
tário, o ministro da Fazenda,
Antonio Palocci, informou que
o governo deverá perder cerca
de R$ 3 bilhões por ano em ar-
recadação, mas o valor será
compensado pelo aumento de
arrecadação propiciado por al-
terações feitas neste ano na co-
brança da Cofins. Só a mudan-
ça no IR das aplicações em ren-
da fixa reduzirá a arrecadação
em cerca de R$ 400 milhões.
Essa alteração foi criticada no
Senado, porque o governo re-
duziu a alíquota de um imposto
que é dividido com estados e
municípios.
A medida provisória que
confere ao presidente do
Banco Central status de mi-
nistro e que possibilita à au-
toridade da política monetá-
ria do País responder a pro-
cessos apenas no Supremo
Tribunal Federal não deve ser
apreciada durante o esforço
concentrado. A informação é
do líder do governo na Câ-
mara, deputado Professor Lu-
izinho (PT-SP).
Acusações
Para a oposição, a medida
provisória tem o objetivo ex-
clusivo de poupar Henrique
Meirelles das acusações de
evasão de divisas e sonegação
fiscal. É esse o entendimento
do líder da minoria, deputa-
do José Thomaz Nonô (PFL-
AL), que ameaça entrar com
ação direta de inconstitucio-
nalidade contra a MP. “Não
se pode dar status de minis-
tro a um cidadão única e ex-
clusivamente para
subtraí-lo da apre-
ciação de seus atos
na Justiça comum.
A subordinação hi-
erárquica é flagran-
te. Ele é subordina-
do ao ministro da
Fazenda, logo, não
tem status de mi-
nistro”, destacou.
Estabilidade
O deputado
Professor Luizinho
nega que a medida
provisória tenha
sido editada para
favorecer o atual
presidente do BC.
Ele destacou que o
ex-presidente Fer-
nando Henrique também edi-
tou uma MP dando status de
ministro ao procurador-geral
da República. “É uma medida
para dar estabilidade a quem
ocupa a presidência do Banco
Central. O ocupante do cargo
não pode estar submetido a
acusações irresponsáveis”, jus-
tificou o parlamentar.
Mérito
O vice-líder do PSDB, de-
putado Jutahy Junior (BA),
considera que a análise da
medida provisória será mar-
cada pela discussão política
do mérito. “A tramitação será
difícil, porque a MP tem cla-
ros objetivos políticos, prin-
cipalmente neste momento”,
avaliou.
Já o deputado Paulo Ber-
nardo (PT-PR) apelou para
que a discussão não seja mo-
vida pela paixão, mas ocorra
a partir da análise técnica da
medida provisória.
Líderes analisam MP sobre
presidente do Banco Central
Henrique Meirelles, presidente do BC
Proposta abre
precedente, diz
Arnaldo Faria de SáContrário à medida provisóriaque concede status de ministroao presidente do BancoCentral, o deputado ArnaldoFaria de Sá (PTB-SP) disseque essa proposta abreprecedente para quepresidentes de outros órgãos,como a Petrobras, queestiverem com algumproblema, sejam elevados àcondição de ministro, a fim deobterem o foro privilegiado.“Vou apresentar uma emendaa essa medida provisóriarestabelecendo o mandatoparlamentar de HenriqueMeirelles, que foi eleitodeputado federal pelo estadode Goiás e renunciou parapoder assumir a presidência doBanco Central”, afirmou. ParaFaria de Sá, essa proposta nãotem nenhuma relevância ouurgência para ser fruto de umamedida provisória, a não ser asdenúncias contra Meirelles deirregularidades com a ReceitaFederal, descoberta na CPI doBanestado. “O gozado é que ogoverno tinha tanta sede dessaCPI e, no fim, a sede acabouatingindo elementos do própriogoverno, como os presidentesdo BC e do Banco do Brasil”,enfatizou.
Eleições na
VenezuelaNa condição de observadorinternacional do referendorevogatório do presidenteHugo Chávez, da Venezuela,o deputado FranciscoRodrigues (PFL-RR) disse tersido testemunha de umaverdadeira lição dedemocracia dada pelosvenezuelanos, lição esta que,na sua opinião, deve servir deexemplo a todos os paísesque se dizem democráticos.Segundo o parlamentar, o queparecia uma farsa, divulgadapor alguns segmentos daimprensa mundial, foi umgrande espetáculodemocrático, no qual aoposição se manifestou deforma absolutamente livre; ocomportamento do ConselhoNacional Eleitoral foi exemplare a atitude do presidente,corajosa. “Os resultados sãoabsolutamente verdadeiros eoxigenam, encorajam e, acimade tudo, dão umademonstração inequívoca dacapacidade de articulação dopresidente Hugo Chávezsobre, principalmente, ospaíses latino-americanos”,comentou.
Brasília, 18 de agosto de 2004
PINGA FOGO Eleito deputado federal em 1966, Thales Ramalho assumiu, no mandatoseguinte, papel de grande destaque no então Movimento DemocráticoBrasileiro, depois transformado em partido (PMDB)
4
Na presidência da sessão de
ontem, o deputado Maurício
Rabelo (PL-TO) lamentou a
morte de Thales Ramalho
qualificando-o como “gran-
de homem público”. O ex-
parlamentar morreu no do-
mingo, aos 81 anos, em de-
corrência das seqüelas de um
acidente vascular cerebral
que sofreu há três anos.
Luiz Piauhylino (PTB-
PE) também manifestou seu
pesar diante do falecimento
do ex-deputado e ex-ministro
do Tribunal de Contas da
União, Thales Ramalho,
morto em Pernambuco. O
parlamentar destacou o im-
portante papel desempenha-
do por Thales nos mandatos
que exerceu no Congresso e
em outras atividades políticas.
“Ele estava sofrendo, adoen-
tado, mas morreu cercado do
Parlamentares lamentam
morte de Thales Ramalho
Eleito deputado federalem 1966, Thales Ramalho as-sumiu, no mandato seguinte,papel de grande destaque noentão Movimento Democráti-co Brasileiro, depois transfor-mado em partido (PMDB). Nadécada de 70, como secretá-rio-geral do Movimento, tor-nou-se a segunda maior figu-ra de expressão do grupomoderado, liderado por Tan-credo Neves, que fazia a pon-te entre a oposição e o regi-me militar. A divisão internano MDB levou Thales a par-ticipar, junto com TancredoNeves, da criação do Parti-do Popular em 1982, doqual foi primeiro líder na Câma-ra. Em 1985, já sob a NovaRepúb l i ca , que a judou aconstruir, foi nomeado parao cargo de Ministro do Tribu-nal de Contas da União, onde
Thales Ramalho
carinho de sua família, rece-
bendo homenagem de todos
os pernambucanos e brasilei-
ros”, comentou.
Mauro Benevides (PMDB-
CE) se associou às homena-
gens feitas ao ex-deputado, e
fez questão de ressaltar sua
capacidade de articulação e
sua genialidade para assimi-
lar os fatos políticos que se
desenrolaram no País duran-
te seu mandato.
“ Thales Ramalho era
uma pessoa sempre ouvida
por suas ponderações e por
indicar os rumos que me-
lhor a justassem o PMDB
àqueles instantes dramáti-
cos que vivenciávamos, na
busca do grande ideal em
que estávamos impregna-
dos: o do retorno à norma-
lidade político - institucio-
nal”, relatou Benevides.
Perfil do ex-parlamentar
permaneceu até 1993.No governo Collor, o po-
lítico pernambucano teveuma breve participação noConselho da República.
Thales era casado há35 anos com Helena Ra-m a l h o , s e u s e g u n d ocasamen to .De i xou umaf i lha, Ana Clara, de seupr imei ro casamento comRosál ia Santos.
Ao comentar a reporta-
gem da revista IstoÉ que
acusa a revista Veja de ter
publicado, propositalmente,
texto errado que colaborou
para o processo de cassação
do ex-presidente da Câma-
ra, Ibsen Pinheiro, o depu-
tado Mauro Benevides
(PMDB-CE) chamou a
atenção para a injustiça que
teria sido cometida contra o
ex-parlamentar. Na sua opi-
nião, Ibsen Pinheiro, candi-
dato a vereador da Câmara
Municipal de Porto Alegre,
foi vítima de “insólita acu-
sação” quando, há 11 anos,
teve seu mandato cassado
sob a acusação de percepção
indevida de recursos em dó-
lares, provenientes de ori-
gem duvidosa. “Ele se sub-
meteu a um longo sofrimen-
to, embora o Supremo Tri-
bunal Federal já houvesse
proclamado sua inocência
Mauro Benevides solidariza-se com Ibsen Pinheiro
diante da absurda versão que
buscava macular irremediavel-
mente sua brilhante vida públi-
ca”, ressaltou.
O parlamentar disse esperar
que a nova versão dos fatos,
agora veiculada pela imprensa,
sirva para reparar o mal causa-
do a Pinheiro e que também
seja extensiva a outros ex-par-
lamentares que também foram
desligados do Legislativo em
meio a “decisões equivocadas”.
“Insinuações despropositadas
não resistirão ao exame mais
detido que a própria mídia vai
se encarregar de promover a
bem da verdade”, previu.
Reforma Política
Benevides ainda cobrou do
presidente da Câmara e dos lí-
deres partidários empenho na
aprovação da Reforma Política,
que, acredita, deveria ser incluí-
da no período de esforço concen-
trado da Casa. “Não teremos
mais condições, durante a cam-
panha eleitoral, de justificar
esse nosso desapreço em rela-
ção a um tema fundamental
para a consolidação do proces-
so eleitoral e partidário brasi-
leiro”, afirmou.
Ao citar os três pontos prin-
cipais da reforma, o parlamen-
tar avaliou como positiva a pro-
posta de financiamento público
de campanha, na sua opinião,
experiência proveitosa que se-
ria transplantada do Direito
uruguaio para o nacional.
Já as coligações partidá-
rias, na opinião do deputado
cearense, garantiriam a sobre-
vivência das minorias demo-
cráticas e dos pequenos parti-
dos. Sobre o ponto mais
controvertido da discussão, as
listas pré-ordenadas, o deputa-
do lembrou a posição adotada
de relator da matéria, deputa-
do Ronaldo Caiado (PFL-GO),
que considera o procedimento
uma alternativa fortalecedora
para os partidos e para o siste-
ma eleitoral brasileiro.
“Se cruzarmos os braços di-
ante da iniciativa da reforma,
invalidaremos o esforço que foi
promovido até hoje pela co-
missão especial que apreciou
a matéria e ultimou a tarefa
em um prazo verdadeiramen-
te razoável para o projeto ser
discutido e votado pelo ple-
nário da Câmara”, concluiu.
Mauro Benevides
Homenagem
póstumaElimar Máximo
Damasceno (Prona-SP)prestou uma
homenagem à cantoralírica brasileira BiduSayão. O deputado
exaltou a vida gloriosa echeia de triunfos que a
levou a se tornar acantora mais famosa do
País. Afirmou queBalduína de Oliveira
Sayão nasceu no dia 11de maio de 1902, no Rio
de Janeiro, e muitocedo, aos dez anos deidade, já demonstravaseus dons e pendores
artísticos, cantando,declamando e tocando
clássicos do piano.Contou que Bidu Sayão
iniciou seus estudosmusicais no Rio de
Janeiro, estreando noTeatro Municipal, e sua
carreira internacionaldeu-se na Romênia,
tendo tambémaperfeiçoado seu canto
em Nice, na França.“Infelizmente, as
gerações conhecempouco da história, da
voz, do canto de cristal evalor extraordinário de
Bidu Sayão”, disse.
Fome de LivroO lançamento do projeto
Fome de Livro, dogoverno federal, foi
elogiado pela deputadaAnn Pontes (PMDB-PA).
A medida visa instalarmais de mil bibliotecas,
em três anos, edesenvolver ações parademocratizar o acessoaos livros, estimular o
hábito da leitura ereduzir o número de
analfabetos funcionais.“Somente com o
investimento maciço emEducação poderemos
amenizar a grandedesigualdade social esonhar com um País
mais justo e compossibilidades reais de
se desenvolver”, avaliou.De acordo com a
parlamentar, outrodesafio do projeto será o
de prover as bibliotecasde livros de literatura
regional, de títulos deautores locais e quetratem de assuntos
ligados à realidade daregião, na opinião da
deputada, um estímulo àpreservação e
conhecimento da culturaregional.
Brasília, 18 de agosto de 2004 5
PINGA-FOGO
PLEN
ÁRIO
Expansão da
economiaCarlos Nader (PL-RJ)considerou positivo o períodopor que passa a economia,conforme matéria publicada,na última segunda-feira (16),na edição eletrônica do jornalFolha de S. Paulo. Segundoa matéria, o mercadofinanceiro projeta umaexpansão maior da economianeste ano, prevendo cerca de4% de crescimento do PIB. “Aestimativa de um crescimentomaior do PIB foi puxada peloaumento da previsão dodesempenho da produçãoindustrial, que foi revista de5,23% para 5,95% na mesmacomparação”, explicou.Pesquisa Focus, feita peloBanco Central, revela que aestimativa de crescimento daeconomia passou de 3,57%para 3,92%. Para Nader, asprojeções para as taxas dejuros, que devem terminar2004 em 16% ao ano, e dodólar, que deverá ficar em R$3,05 em agosto, contribuempara o crescimento do País.
Fortalecimento da
democraciaO apoio incondicional e acontestação sistemática aum governo não são bonsindicadores para ofortalecimento dademocracia, da estruturalegal e da justiça social.Este alerta é do deputadoGonzaga Mota (PSDB-CE),ao lamentar que a base deapoio ao Governo Lula estáse tornando um partidoúnico, com 80% dosparlamentares quecompõem a Câmara dosDeputados, “número maisdo que suficiente paraaprovar qualquer emendaconstitucional que exigequórum de 308 deputados.Um verdadeiro rolocompressor”.Para ele, as manobras,mesmo regimentais, nãodeveriam acontecer numLegislativo independente.Por outro lado, disse, aoposição encontradificuldades para adotarposturas positivas. “O Estado enfrentaproblemas políticospreocupantes em face dadesarticulação dos poderesconstituídos e da tentativado Executivo de buscarmétodos autoritários, comoa censura à imprensa, aosservidores públicos, aoMinistério Público e àcultura”, alertou.
Na Comissão de Constituição e Justiça e deCidadania foi aprovado um texto substitutivo dorelator na comissão, deputado Jaime Martins
Em tempos de
Olimpíadas, a Câ-
mara estuda uma
proposta que busca
incentivar a forma-
ção de futuros atle-
tas profissionais. O
Projeto de Lei
4.006/04, apresen-
tado pela deputada
Vanessa Grazziotin
(PCdoB-AM) na
última quarta-fei-
ra (11), abona as
faltas escolares dos alunos dos
níveis fundamental (1ª a 8ª sé-
ries) e médio (antigo 2º grau)
que participarem de competi-
ções esportivas.
Atualmente, a carga horária
mínima anual exigida pelas esco-
las é de 800 horas, distribuídas por
um mínimo de 200 dias letivos.
Desse período total, o aluno tem
que estar presente em 75% do
ano letivo para aprovação.
Calendário flexível
A proposta prevê a reposi-
ção de aulas e a realização de
provas em datas alternativas
O Projeto de
Lei 4.009/04, que
inclui na política
de recursos hu-
manos da Lei Or-
gânica de 1990
(Lei 8080/90) o
plano de carreira,
cargos e salários
dos trabalhadores
do Sistema Único
de Saúde (SUS),
foi apresentado à
Câmara na última
quarta-feira (11). A proposta é
do deputado Geraldo Resende
(PPS-MS).
O objetivo do projeto, de
acordo com o parlamentar, é
estimular o aperfeiçoamento,
a qualificação e a formação
profissional dos funcionários
da área da Saúde, resultando
também na melhoria dos ser-
viços prestados.
Problemas
Resende explica que os
trabalhadores de diversos ní-
veis do governo e de entida-
A pessoa que ficar com a
guarda de criança cuja mãe
morreu nos meses seguintes ao
parto poderá ter direito à li-
cença-maternidade, se o Con-
gresso aprovar o Projeto de Lei
Complementar 59/99, da ex-
deputada Nair Xavier Lobo.
A matéria tramita em re-
gime de urgência na Câma-
ra desde o ano passado e
aguarda sua inclusão na Or-
dem do Dia do plenário (pe-
ríodo destinado às vota-
ções). Se aprovado, o proje-
to será encaminhado à aná-
lise dos senadores.
Câmara avaliará extensão
da licença-maternidade
Amparo à criança
A autora propõe que os di-
reitos da licença-gestante de
120 dias, de salário-maternida-
de e de estabilidade no empre-
go até cinco meses após o par-
to, previstos na Constituição
Federal, sejam estendidos à
pessoa que ficar com a guarda
da criança órfã. A ex-deputa-
da argumentou que a licença-
maternidade não pretende
apenas proteger a saúde da
mãe, mas, também, amparar o
recém-nascido nos primeiros
meses de vida.
Pareceres favoráveis
As comissões de Segurida-
de Social e Família; e de Tra-
balho, de Administração e
Serviço Público já aprovaram
o projeto. Na Comissão de
Constituição e Justiça e de Ci-
dadania, porém, foi aprovado
um texto substitutivo do re-
lator na comissão, deputado
Jaime Martins (PL-MG). Esse
texto assegura apenas o direi-
to à estabilidade no emprego.
O relator explica que os ou-
tros dois direitos (licença-ma-
ternidade e salário-materni-
dade) são disciplinados por lei
ordinária, por isso, não podem
ser estendidos a outros casos
por meio de projeto de lei
complementar.
Jaime Martins
Plano de carreira poderá ser
incluído na Lei da Saúde
Grazziotin quer abono de
faltas para alunos-atletas
quando coincidi-
rem com as datas
das competições.
Vanessa Grazzio-
tin defende a
adoção de um ca-
lendário escolar
mais flexível para
“os jovens talen-
tos desportivos
que despontam
nas escolas”.
De acordo
com a deputada,
a educação e a prática desporti-
va são direitos reconhecidos
pela Constituição Federal. Por
isso, cabe ao poder público via-
bilizar o exercício de ambos. “Os
alunos-atletas devem ter a pos-
sibilidade de freqüentar as au-
las da educação básica, sem que
se defrontem com o dilema de
participar de competições espor-
tivas e perder o ano letivo, ou
abandonar o esporte para cum-
prir as obrigações escolares”, re-
sume a parlamentar.
O projeto aguarda distribuição
para as comissões permanentes.
des prestadoras
de serviços ao
SUS convivem
no mesmo local
de trabalho com
direitos e deve-
res diferencia-
dos, onde é co-
mum a falta de
estímulo profis-
sional, os desvios
de função e a
submissão a for-
mas improvisa-
das de vinculação e gestão.
“Os recursos humanos do se-
tor constituem a base para a
viabilização e implementação
de todas as ações e serviços de
saúde disponíveis para a po-
pulação. Apesar da necessida-
de de profissionais qualifica-
dos, não se remunera nem se
estimula a formação deles”,
argumenta o parlamentar, em
defesa da proposta.
O projeto será distribuído
às comissões permanentes da
Câmara.
Geraldo Resende Vanessa Grazziotin
Brasília, 18 de agosto de 2004
PINGA-FOGO
6
CO
MIS
SÃO
Conselho sofre linchamento
da mídia, diz Wasny
EducaçãoMauro Benevides (PMDB-CE)
declarou-se otimista com asperspectivas da área de
Educação para o próximoano. Segundo o deputado, o
otimismo também écompartilhado pelo ministroda Educação, Tarso Genro,
que, disse Benevides,anunciou um aumento de
mais de R$ 1 bilhão nasdotações orçamentárias de
sua pasta. Para o parlamentarcearense, este valor poderá
significar uma autênticarevolução educacional.
Benevides espera que, dentreos projetos do ministério, seja
contemplada a idéia dainteriorização do ensino
universitário, com a criação denovas unidades de ensino
superior em várias áreas doPaís. “No Ceará, por exemplo,
há expectativa de que venhaa ser concretizada a
Universidade Federal doSertão Central, absorvendoestrutura pioneira que ali jáexiste, em Quixeramobim e
em outras comunas daquelaprogressista região”, sugeriu o
parlamentar, acrescentandoque há grande expectativa
das cidades do sertão centralem relação à instalação da
universidade.
SaúdeAo avaliar a visita do ministro
da Saúde, Humberto Costa, aDourados (MS), onde
inaugurou 54 dos 165 leitosdo hospital universitário,
Geraldo Resende (PPS-MS)alertou para a necessidade de
a sociedade continuarfiscalizando o ministério para
evitar a manipulação dedados pelo órgão. O
parlamentar constatouequívocos no discurso do
ministro, como a omissão doíndice de mortalidade materna
na cidade, que, segundoResende, é um dos
maiores do País, com 11mortes somente nos
primeiros 6 meses de 2004.“Outra informação distorcidafoi a de que houve redução
da mortalidade infantil emDourados, principalmente nareserva indígena, a partir de
ações da prefeitura. Naverdade, as ações que
causaram essa reduçãopartiram da Fundação
Nacional de Saúde, queterceiriza os trabalhos para a
Missão Evangélica Caiuás,que faz a contratação dos
trabalhadores daquela área”,revelou o deputado.
Para o deputado, a imprensa muitas vezes se coloca nafunção de Ministério Público, de juiz ou de Polícia Federal,extrapolando seu papel institucional
O deputado Wasny de Rou-
re (PT-DF) afirmou que a pro-
posta de criação do Conselho
Federal dos Jornalistas que a
Federação Nacional dos Jorna-
listas enviou ao Executivo – e
esse, por sua vez, encaminhou
ao Congresso Nacional – é coe-
rente com muitos outros conse-
lhos que foram criados no intui-
to de apoiar as profissões em
curso no País. “Essa proposta
vem sofrendo quase que um lin-
chamento por parte da mídia
mais estruturada, principalmen-
te pelos meios de comunicação
escrita”, criticou o parlamentar,
que também discorda de alguns
pontos do Projeto de Lei 3.985/
04, sobretudo da interferência
no conteúdo das matérias.
De acordo com o parlamen-
tar petista, a imprensa muitas
vezes se coloca na função de
Ministério Público, de juiz ou
de Polícia Federal, em uma con-
dição que extrapola o papel que
cabe ao jornalista e à própria
instituição Imprensa. Para
Wasny de Roure, o jornalista
gosta de criticar, mas não gosta
de ver suas matérias serem ques-
tionadas, e rejeita qualquer for-
matação, qualquer respaldo de
legitimação pública, de crítica à
própria matéria ou à edição fei-
ta pelo jornal. “Não podemos
achar que a sociedade democrá-
tica só age em uma via, que não
há uma segunda via. A socieda-
de brasileira hoje está amadure-
cida”, avaliou o deputado, acres-
centando que quase todos os
países possuem conselhos seme-
lhantes para que tenham um
mínimo de razão crítica sobre o
que a imprensa constrói com seu
próprio poder.
Wasny de Roure explicou
que o projeto – que foi apensa-
do ao PL 6.817/02, do deputa-
do Celso Russomanno (PP-SP),
que trata de assunto semelhante
– visa criar um conselho fede-
ral, acompanhado dos respecti-
vos conselhos regionais, para,
entre outras iniciativas, acompa-
nhar os cursos de Comunicação
Social responsáveis pela forma-
ção dos jornalistas. Segundo ele,
a Constituição Federal prevê que
o chamado Conselho de Comu-
nicação Social seja autônomo e
composto por jornalistas. “Que-
remos levantar esse debate. Se-
gundo alguns, é inconstitucional,
porque alegam que fere o direito
de liberdade de imprensa. Outros
alegam que há um vício de inici-
ativas”, concluiu Wasny.
O deputado José Roberto
Arruda (PFL-DF) propôs que
o legislativo promova um “con-
tra-pacote” da liberdade. Para
Arruda, o que caracteriza o
chamado “pacote de agosto”
são iniciativas como a propos-
ta de criação do Conselho Fe-
deral de Jornalismo (CFJ), o
projeto que cria a Agência Na-
cional de Cinema e Audiovi-
sual e as medidas que proíbem
servidores envolvidos em in-
vestigações de dar declarações
públicas – apelidadas de “mor-
daça”. O deputado sugeriu que
a Presidência da Casa coloque
em votação, na próxima sema-
na, o Projeto de Lei 3.985/04,
que trata do CFJ. “Não se
pode pegar um projeto como
este e engavetá-lo. É preciso
levá-lo ao plenário, debatê-lo,
votá-lo e derrotá-lo, para ini-
bir este e outros governos de
tentativas de censurar a im-
prensa”, afirmou.
Arruda também defendeu
que o Congresso Nacional vote
imediatamente o fim do voto se-
creto nas duas casas legislativas
e a proposta que impede a vigên-
cia de medidas provisórias cujos
critérios de relevância e urgên-
cia não tenham sido avaliados
por uma comissão provisória.
“Contra o pacote da censura,
propomos o pacote da liberdade
e da transparência”, declarou.
Após citar dois políticos que
foram vítimas dos excessos da
imprensa, o ex-ministro Alceni
Guerra e o ex-presidente da Câ-
mara Ibsen Pinheiro, o deputa-
do lembrou o seu envolvimento
no episódio da violação do pai-
nel eletrônico do Senado Fede-
ral. “Sofri as dores do exagero
para um erro que efetivamente
cometi. Mas o exagero dói. Só na
fé pude reencontrar forças para
recomeçar”, revelou. Na sua opi-
nião, o reconhecimento do erro
por parte do jornalista Luís Cos-
ta Pinto, que contribuiu para a
cassação de Ibsen Pinheiro –
matéria de capa da revista IstoÉ
–, só veio à tona porque há li-
berdade de imprensa. “Os erros
acontecem, mas devem ser cor-
rigidos às claras. Se tivéssemos
uma imprensa amordaçada,
como propõe o governo, seus
erros nunca viriam à tona,
como ocorreu com esta retra-
tação”, acrescentou.
Arruda citou ainda artigos de
jornalistas que criticam a cria-
ção do Conselho Federal de Jor-
nalismo, como o de Miriam Lei-
tão, intitulado Adeus Lenin e
publicado em O Globo, no qual
a colunista afirma que o melhor
destino para a proposta é o lixo.
Ao concluir, o deputado lamen-
tou que, ao chegar ao poder, o
PT – que, em sua visão, contri-
buiu para a restauração da de-
mocracia – tente cercear a liber-
dade dos meios de comunicação,
dos servidores públicos e da pro-
dução cultural brasileira.
Arruda acusa governo de promover censura
Wasny de Roure
José Roberto Arruda
Brasília, 18 de agosto de 2004 7
Segundo o deputado, milhares de empregos seriamsalvos, caso o presidente Lula não tivesse se fixadona criação de 10 milhões de novos empregos
PINGA-FOGO
PLEN
ÁRIO
O governo federal deve to-
mar medidas concretas para
garantir o desenvolvimento
econômico sustentável, pla-
nejado a longo prazo, e parar
de alimentar expectativas fu-
turas vazias, na avaliação do
deputado Osório Adriano
(PFL-DF). Segundo ele, mi-
lhares de empregos seriam sal-
vos, caso o presidente Lula
não tivesse se fixado na cria-
ção de 10 milhões de novos
empregos e tivesse se empe-
nhado em apoiar e manter
viva parte das empresas que
morrem anualmente. “Sem
empresas fortes, equilibradas
e progressistas, não há desen-
volvimento”, afirmou.
O parlamentar citou pes-
quisa do Sebrae, segundo a qual
772 mil empresas fecharam
entre 2000 e 2002, período
Sudam e SudeneÁtila Lins (PPS-AM)comemorou a aprovação doprojeto de lei complementarque recria a Superintendênciado Desenvolvimento daAmazônia (Sudam) e aSuperintendência doDesenvolvimento do Nordeste(Sudene). Como presidenteda comissão especial quediscutiu o projeto, eleagradeceu o apoio daslideranças partidárias, dopresidente João Paulo Cunha,dos governadores, de todosos parlamentares da RegiãoNorte e, em especial, dorelator, deputado PauloRocha (PT-PA), que“costurou” a aprovação daproposta. O parlamentarespera que o Senado Federaldelibere sobre o assunto, omais rápido possível, para queo presidente da Repúblicasancione a matéria ainda em2004. “É preciso que em2005 tenhamos um órgãonovo criado, com novamodelagem e estrutura, quepermita o desenvolvimento eos investimentos na RegiãoAmazônica”, concluiu.
FronteiraPerpétua Almeida (PCdoB-AC) registrou a visita que fezàs áreas de fronteira do Acre,com o ministro da SegurançaInstitucional, Jorge Félix, ogovernador do Acre, JorgeViana, e o comandante militarda Amazônia. A parlamentarse disse preocupada com adesproteção das fronteiras emrelação ao tráfico de drogas eà retirada ilegal de madeira.“Foi grande a alegria quandoo Comando Militar daAmazônia nos garantiu que,ainda neste ano, serãoinstalados os pelotões defloresta e fronteira, nossamaior preocupação, pois elesimpedirão a entrada ilegal deestrangeiros em territóriobrasileiro”, ressaltou. Elainformou que haverá umpelotão do Exército nomunicípio de MarechalThaumaturgo e nos povoadosde Foz do Breu e Pé daSerra, a chamada Serra doDivisor. Segundo PerpétuaAlmeida, além de beneficiadascom o aumento dasegurança, as populaçõespoderão trabalhar nospelotões e nos aeroportosque devem ser criados.“Estamos felizes, porque essaera uma das nossasreivindicações tão logochegamos a esta Casa”,comemorou.
O deputado Wilson San-
tiago (PMDB-PB) propôs ao
governo federal, especial-
mente aos ministros da área
econômica, que reveja sua
política de condução da dí-
vida externa, sob pena de
não conseguir solucionar os
problemas sociais que afetam
a população. “Em particular,
sugerimos um grande enten-
dimento com vistas à redu-
ção dos juros incidentes e/ou
o alongamento dos prazos
pactuados”, ressaltou.
Ele lembrou que já é con-
senso que investimentos em
educação, saúde e habitação
são medidas fundamentais
para a formação do que se
costuma denominar de “ca-
pital humano”, da mesma
Osório Adriano defende
desenvolvimento sustentável
Osório Adriano
durante o qual foram abertas
1,4 milhão de novas empresas.
Essas empresas precocemente
mortas seriam responsáveis
por 2,4 milhões de empregos,
assegurou o deputado. “Caso
tivesse evitado o fechamento
de pelo menos metade dessas
empresas, pouparia 1,2 mi-
lhão de empregos”, explicou.
Microempresas
Osório Adriano relatou
que, ainda de acordo com a
pesquisa, 62% das 772 mil
empresas fechadas eram mi-
croempresas, 50% faturavam
menos de R$ 60 mil/ano,
51% se dedicavam ao comér-
cio, 46% à prestação de ser-
viços e 3% à indústria. Tam-
bém desse grupo, 79% foram
erguidas com recursos pró-
prios e 11% com emprésti-
mos. O deputado ressaltou
que a maior parte dessas
empresas é aberta por ex-tra-
balhadores ou servidores pú-
blicos que ali investem suas
verbas rescisórias. Porém,
advertiu, apenas 16% desses
empresários voltam a abrir
um novo empreendimento,
engrossando a fila de novos
desempregados.
Segundo o parlamentar,
uma questão a ser enfrentada
– e sobre a qual já está apre-
sentando um projeto de lei – é
a de que 68% daquelas micro-
empresas não conseguiram dar
baixa na Junta Comercial.
Após lembrar que é extrema-
mente difícil abrir uma empre-
sa e igualmente árduo fechá-
la, Osório Adriano explicou
que seu projeto atinge a Lei
8.934/94 e, em particular, tó-
picos que acredita serem dis-
torções impostas pela burocra-
cia oficial. Ele destacou que a
lei limita o número de certi-
dões negativas necessárias
para abrir ou encerrar uma
empresa, mas a burocracia es-
tende essa lista.
Santiago quer nova política para dívida externa
Wilson Santiago
forma que investimentos em
pesquisa e em infra-estrutura
são cruciais para garantir a ple-
na eficácia da expansão do ca-
pital físico. “Lamentavelmen-
te, no entanto, pouco se tem
feito para se passar das inten-
ções à prática”, criticou.
Carga tributária
Segundo Santiago, o con-
tribuinte brasileiro suporta
uma carga tributária de quase
40% do Produto Interno Bru-
to, e, enquanto o País detém
um vasto território, com todas
as condições para atingir um
patamar de igualdade com as
nações mais desenvolvidas, os
diversos governos que se suce-
dem não têm conseguido cum-
prir suas obrigações sociais. “É
certo que um país não pode as-
pirar ao ingresso no seleto clu-
be das nações ditas desenvol-
vidas sem a permanente atua-
ção do Estado na formulação
e aplicação de políticas volta-
das para o bem-estar de sua
população e o aproveita-
mento de suas vocações”,
salientou o deputado.
Para o parlamentar parai-
bano, o endividamento exter-
no é um dos principais moti-
vos do estrangulamento da
capacidade de investimento
público, já que, no final do
ano passado, a dívida exter-
na atingiu o expressivo mon-
tante de 214,9 bilhões de dó-
lares, e o Brasil pagou 22 bi-
lhões de dólares só de juros.
“As condições vigentes para o
pagamento da dívida externa,
tantas vezes repudiadas por
nossos governantes, são in-
questionavelmente um ele-
mento que dificulta sobrema-
neira o resgate da nossa dívi-
da social,”, concluiu.
Brasília, 18 de agosto de 2004
PINGA-FOGO À medida que se crie a cultura de que a pirataria é roubo, é crime eatenta contra a cidadania, a própria sociedade vai encontrar novasformas, novos meios de inibir essa prática Julio Lopes
8
O mercado informal de tra-
balho está altamente contami-
nado pela pirataria, que atinge
55% dos trabalhadores brasilei-
ros e 40% do PIB. Esses dados
foram divulgados ontem pelo
presidente da Associação Bra-
sileira de Propriedade Intelec-
tual (ABPI), Gustavo Leonar-
dos, participante do 24° Semi-
nário Nacional de Propriedade In-
telectual, que termina hoje.
O evento reúne cerca de 600
pessoas em Brasília, que estão
debatendo temas como a pira-
taria e a falsificação, o direito
autoral, registros de marcas e
patentes, inclusão digital e a lei
de inovação tecnológica. Parti-
cipam do evento o presidente e
o vice-presidente da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI)
da Pirataria, deputados Medei-
ros (PL-SP) e Julio Lopes (PP-
RJ), respectivamente, além dos
deputados Bernardo Ariston
(PMDB-RJ) e Dr. Benedito Dias
(PP-AP). Entre os palestrantes
do seminário, estão especialis-
tas internacionais e represen-
Seminário de propriedade
intelectual discute piratariatantes da Organiza-
ção Mundial do
Comércio (OMC)
e de diversas em-
presas nacionais
públicas e privadas.
Legislação
ineficiente
Para o presidente da ABPI,
um dos problemas que envol-
vem a propriedade intelectual é
a falta de incentivos para pes-
quisa e desenvolvimento. Po-
rém, em sua ava-
liação, a pirataria
ainda é um dos
mais prejudiciais.
Leonardos diz que,
atualmente, a le-
gislação é ineficien-
te, pois nenhum criminoso foi
preso por burlar exclusivamen-
te direitos de propriedade intelec-
tual. “Além do crime de violação
aos direitos autorais, freqüente-
mente outros crimes são cometi-
dos. Vimos recentemente várias
hipóteses durante os trabalhos da
CPI da Pirataria, como a atuação
do crime organizado. A lei real-
mente é ineficiente, daí o merca-
do informal estar altamente con-
taminado pela pirataria.”
Gustavo Leonardos afirmou
que a proposta da CPI da Pira-
taria de agravamento das penas
que envolvem a violação da pro-
priedade intelectual está colabo-
rando com a repressão ao crime.
De acordo com o deputa-do Julio Lopes, além danecessária atuação daCâmara, a sociedade tam-bém poderá colaborarcom a repressão à pirata-ria, em um processo deconscientização. “À medi-da que se crie a cultura deque a pirataria é roubo, écrime e atenta contra a ci-dadania, a própria socie-dade vai encontrar novasformas, novos meios deinibir essa prática. Nós
Colaboração da sociedade
não somos muito formais, obrasileiro tem toda uma práticamenos formal que as socieda-des mais antigas. A própria fal-ta de iniciativa do governo degerar empregos e meios deatenção ao cidadão faz comque ele tente, improvisandomeios e métodos, criar as suaspróprias perspectivas sociais”,explicou.Julio Lopes acrescentou quecinco projetos de lei foram pro-postos pela CPI, e que o apa-relho legal precisa ser aperfei-
çoado. Os projetos apre-sentados tratam de agra-vamento de pena, porexemplo, para quem re-produz programa decomputador ilegalmentee para quem compraesse produto com a fina-lidade de comercializá-lo.Também foi sugerido oaumento de pena paracrimes previstos no Códi-go de Propriedade Indus-trial e na lei que trata dapropriedade intelectual.
O relatório de 90
páginas com o Diag-
nóstico do Poder Judi-
ciário, apresentado na
última segunda-feira
pelo Ministério da
Justiça, não influen-
ciará a conclusão da
Reforma do Judiciá-
rio que tramita no
Congresso Nacional.
A avaliação é da re-
latora da matéria na
Câmara, deputada
Zulaiê Cobra (PSDB-
SP). Para a parlamen-
tar, o relatório, que
aponta a morosidade
e ineficiência do Po-
Zulaiê considera relatório
sobre Judiciário inoportuno
Zulaiê Cobra
der Judiciário, não traz ne-
nhuma novidade com relação
ao que vem sendo discutido
nos últimos 20 anos.
Segundo Zulaiê, a divulga-
ção do relatório é inoportuna,
porque, além de não contri-
buir para a reforma, ainda di-
ficulta o diálogo entre os po-
deres Executivo e Judiciário.
“Esse documento não vem
numa boa hora. Ele agride o
Poder Judiciário, até porque
mostra que há uma crítica do
Executivo àquele poder. Já es-
tamos negociando e caminhan-
do com essa reforma. O próprio
ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, sabe que já ti-
vemos uma vitória no Senado,
quando chegamos a aprovar o
controle externo, que é a pos-
sibilidade de criação do Con-
selho Nacional da
Magistratura e do
Conselho Nacional
do Ministério Públi-
co”, destacou.
O texto da refor-
ma foi aprovado há
dois anos pela Câ-
mara e está em fase
de conclusão no Se-
nado. Zulaiê Cobra
afirmou que o texto
que saiu da Câmara
foi muito alterado
no Senado, em fun-
ção da forma dife-
rente de abordagem
do tema adotada pe-
las duas Casas.
Ampliação
do FiesOsvaldo Biolchi (PMDB-RS)
apelou ao presidente LuizInácio Lula da Silva e ao
ministro da Educação, TarsoGenro, para que ampliem o
número de estudantes aserem beneficiados pelo
Financiamento Estudantil(Fies), no segundo semestre
de 2004. O parlamentarlembrou que até o dia 10 desetembro estarão abertas as
inscrições para ofinanciamento, quando serãoselecionados somente 50 mil
novos alunos em 2004,portanto, o menor
atendimento dos últimosanos, embora haja recursos
para atenderaproximadamente 140 mil.
“Cabe ressaltar que nãoestamos considerando os
recursos ociosos de 2003 eque chegam a R$ 40
milhões. Portanto, não é porfalta de dinheiro que o MEC
está autorizando somente50 mil novas vagas.
Tranqüilamente, seriapossível atender 100 mil
estudantes”, enfatizou Biolchi,ao insistir no pedido de
reconsideração.
Estatuto para
defesa dos negrosReginaldo Germano (PP-BA)
afirmou ser um engano acriação, pelo governo, de
uma secretaria paraimplementar o estatuto que
atenda aos direitos dosnegros no Brasil, já sugerido
pela comissão especial daCâmara dos Deputados que
tratou do tema. Segundo oparlamentar, o Executivo não
considerou boa a propostada Câmara e elaborou outro
projeto. “Entretanto, noestatuto criado pelo governo,exclui-se a cota para negros
nas universidades”,denunciou o deputado,
afirmando que os brancoscontinuarão com 98% das
vagas nas universidadesfederais e estaduais e os
negros, com 2%. Segundo oparlamentar, o estatuto dogoverno não representa odesejo dos 80 milhões de
negros do País e isso podeatrapalhar a reeleição do
presidente Luiz Inácio Lulada Silva. “Não podemos abrir
mão do sistema de cotaspara o ensino nas
universidades. Não vamosaceitar isso. O governo nãotem uma política de salário,nem uma política capaz de
nos conduzir ao ensinosuperior”, criticou.
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