12 tratamento bÁsico das intoxicaÇÕes.ppt

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Princípios básicos de tratamento das intoxicações

Teresa Schwalbach

Conceito de intoxicação

A intoxicação ocorre quando uma substância entra em contato com um organismo e provoca uma série de efeitos adversos, afectando a homeostase, rompendo o equilíbrio orgânico.

Tóxicos ou venenos

Substâncias de diferente natureza capazes de danificar os tecidos e alterar as funções orgânicas, originando um quadro normalmente conhecido como intoxicação.

Tipo de substâncias tóxicas

Substâncias naturais: elaborados por certos microorganismos, plantas e animais

Substâncias químicas industriais: insecticidas, detergentes e produtos de limpeza de alto poder corrosivo

Medicamentos: ingeridos em doses superiores às indicadas, podem provocar efeitos nocivos significativos.

Vias de penetração dos tóxicos

Ingestão oral

Inalação

Através da pele

Via intravenosa, im

Outras vias: nasal e sublingual (drogas ilícitas)

Mecanismo de acção

Varia bastante consoante os casos:

Lesões de contaco (substâncias muito ácidas ou muito alcalinas)

Muito delicado e específico, como os cianetos, que actuam como bloqueadores da respiração celular.

Principais agentes responsáveis por intoxicações

Medicamentos Produtos químicos de uso doméstico Prod combate às pragas: raticidas, insecticidas Drogas ilícitas (cocaína, morfina) e lícitas

(álcool) Sementes e cogumelos venenosos Cianetos, petróleo e derivados Decorrentes da deterioração de alimentos

Tipo de intoxicações mais frequentes no SUR/HCM

Alimentares

Organofosforados

Monóxido de carbono (Inverno)

Medicamentosa (cloroquina, DZ, medicamentos tradicionais)

Gravidade da intoxicação depende

Grau de toxicidade do agente

Dose absorvidaVia de penetração

Idade

Peso

Estado físico

Evolução do quadro

Depende do tempo de exposição:

Intoxicação aguda

Intoxicação crónica

Intoxicação aguda

Exposição pontual e breve a tóxico mto nocivo ou não tão prejudicial mas em quant elevadas manifestações imediatas

Intoxicação crónica

Provocada pela exposição persistente a uma substância tóxica

Absorção lenta de doses de tóxico acumulação no organismo, danos acumulados manifestações da intoxicação começam a evidenciar-se e a intensificar-se progressivamente.

Intoxicação aguda - Conduta

Avaliar rapidamente a situação procurando identificar distúrbios que ponham em risco a vida do doente

Se sim, ABC Avaliar de acordo com o tóxico em causa, e se há

indicação de antídoto Fazer a anamnese e exame clínico e colher

informações relativas ao acidente Se possível, efectuar testes laboratoriais rápidos que

confirmem o diagnóstico Colher material disponível (vómitos, urina, sangue) Proceder à diminuição da exposição ao tóxico

Intoxicação aguda (1)

Obter o máximo de informação sobre as possíveis causas de intoxicação:

Tipo de substância Qual a quantidade ingerida/ inalada Modo de exposição: ingestão, inalação ou

contacto com a pele Tempo decorrido desde a exposição Sinais e sintomas História pregressa (uso de drogas,

medicamentos, álcool, distúrbios do comportamento)

Intoxicação aguda (2)

Outras informações:

Tipo de trabalhoHábitos alimentaresTipo de medicamentos usadosPossibilidade de tentativa de suicídio

Intoxicação aguda (3)

Identificar com exactidão o tóxico permite proceder rapidamente ao tratamento correspondente.

O segredo é actuar rapidamente para evitar que o tóxico seja absorvido!

Tratamento na Intoxicação aguda (1)

Em geral não há informação suficiente e fiável sobre o agente tóxico e por isso o primeiro socorro deve ser o suporte básico de vida

Tratamento na Intoxicação aguda (2)

Suporte às funções vitais contacto (medidas gerais de

desintoxicação)Aquecimento da vítimaPrevenção de novos agravos

(convulsões, agitação)

Medidas gerais (1)

Reduzir ou travar a entrada ou disseminação do tóxico ao longo do organismo.

Medidas gerais (2)

Intoxicação via oral: Medidas terapêuticas destinadas a

reduzir a absorção dos tóxicos ingeridos:Lavagem gástricaAceleração do trânsito intestinalConversão de tóxicos em substâncias

não absorvíveis

Medidas gerais (3)

Intoxicação via inalatória:Retirar do ambiente e colocá-lo num

local mais arejadoRetirar a roupa e se nec lavagam com

água correnteIntoxicação através da peleRealizar lavagem corporal com água

corrente

Conduta após tratamento inicial

Avaliar condição clínica do doenteConsiderar prop tóxicas do agente

causal (tempo de absorção, possibilidade de aparecimento tardio):

Definir possibilidade de alta Manter em observaçãoContinuar tratamento

Tratamento em situações especiais

BDZ

Barbitúricos

Organofosforados

Petróleo

Intoxicações agudas por BDZ

Quadro clínico inespecíficoManifestações neurológicas: sonolência,

disartria, confusão, disfunção intelectualComa profundo, não é frequente (caso

presente, pensar em associação com outros tóxicos/lesão orgânica)

Não foi ainda estabelecida a dose letal

Tratamento da intox por BDZ

Esvaziamento gàstrico por lavagem gástrica tendo em conta o grau de consciência e protecção das VA

Carvão activadoDiurese forçada ineficaz

Tratamento da intox por BDZ

Se nível de consciência e alt função respiratória intubação e ventilação artificial

Administração de antagonista: flumazenil Adultos: 0,3 mg em 30 segundos. Repetir se

mantem inconsciente. Doses subsequentes de 0,5 mg/min até 3 mg (máx 5 mg).

Ausência de resposta com 5 mg, procurar outras causas de depressão da consciência

Flumazenil tem menor semi-vida que BDZ: Infusão de 2 mg/hora (para evitar recaídas)

Efeitos secundários do Flumazenil

Convulsões Bradicardia Arritmias cardíacas Bloqueio AV completo Corrigir previamente hipoxia, TA, arritmais,

respeitar as doses recomendadas. Usar com precaução em doentes com: história

de convulsões, cardiotoxicidade ou ingestão simultânea de ADT (antidepressivos tricíclicos)

Intoxicação por barbitúricos

Quadro clínico:Depressão do SNC (semelhante à

alcoólica)Depressão respiratória TA ( DC)HipotermiaMorte por insuf cardio respiratóriaDose letal: 10 x sup à dose terapêutica

Tratamento da intoxicação com barbitúricos

Suporte cardiovascular Prevenção da absorção: lavagem gástrica Carvão activado: 30 g 6/6 h SNG (total 6

doses) Aumento da eliminação: alcalinização da urina (bicarbonato de sódio-

1-2 mEq/Kg cada 4 a 6h Diurese forçada Hemodiálise

Intoxicação por pesticidas

Os pesticidas organofosforados e os carbamatos são inibidores da colinesterase

Usados como insecticidas

Intoxicação por pesticidas: Quadro clínico

Sintomatolgia muscarínica

• VA: broncoconstrição, secreções, tosse, edema pulmonar, cianose

• Digestivo náuseas, vómitos, cólicas intestinais, diarreia

• CV: TA, FC

• Pupilas: mióticas

• Glândulas sudoríparas: sudação

• Glândulas salivares: hipersalivação

• Glândulas lacrimais: lacrimação

Intoxicação por pesticidas: Quadro clínico sintomatologia nicotínica e a nível do SNC

Músculo estriado: fasciculações, hipotonia

SNC: cefaleias, tremores, depressão, ataxia, coma, respiração de Cheyne Stokes, convulsões, dep centro respiratório e circulatório

Intoxicação por pesticidas: Tratamento

O2, aspiração de secreções, intubação OT, ventilação

Descontaminação: lavagem gástrica, carvão activado

Lavagem corporalAtropina: até bradicardia (80/min) Administração precoce de antídoto e

após atropinização: pralidoxima

Intoxicação pelo petróleo

Manifestações clínicas: Respiratórias : tosse paroxística,

dispneia, taquipneia, cianoseSNC: cefaleias, sonolência, coma,

convulsõesCardíacas: fibrilhação auricular, flutter,

risco de taquicardia ventricular e fibrilhação

Intoxicação pelo petróleo: Tratamento

Medidas gerais de suporte Prevenir a aspiração pulmonar: posição de

declive em decúbito lateral Não induzir o vómito (risco de aspiração

pneumonia química) Lavagem e aspiração gástrica (se menos de 1

hora após a ingestão) se intubado OT Diagnóstico das complicações: pneumonia

química Antibióticos e corticosteróides se indicado.

Conclusões (1)

Perante uma intoxicação aguda:Avaliar situação e identificar existência

de distúrbios que põem em risco a vidaABC, se necessárioAdministrar antídotos (em casos

recomendados)Fazer anamnese e exame físico

detalhado e orientado

Conclusões (2)

Colher material disponível (vómito, urina, sangue)

Diminuir a exposição ao tóxicoTomar medidas que promovam a

excreção do tóxicoNão esquecer as implicações policiais

ou legais (documentar correctamente o atendimento)

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