1. introduÇÃo1].pdf · valentin e coelho (2005, p.02) aborda a temática da escolinha de futebol,...
Post on 10-Nov-2018
215 Views
Preview:
TRANSCRIPT
9
1. INTRODUÇÃO
O futebol é, indiscutivelmente, assunto que permeia conversas de
apaixonados por esse esporte, em todas as classes sociais minimizando qualquer
diferença existente e tornando à importância uníssona, brasileiros de condições
diversas.
Toledo (1996) corrobora para essa afirmativa quando diz que o interesse por
futebol é indiferente a cor, classe, idade e grau de instrução.
No desenvolvimento de políticas públicas direcionadas ao segmento esportivo
destacam-se as medidas executadas na esfera federal abrangendo a prática
esportiva visando a perspectiva social , auxílio financeiro aos atletas inseridos na
estrutura dos esporte olímpicos e para-olímpicos , programa de seleção de talentos
esportivos propiciando a criação de um banco de dados , estrutura de atuação das
ciências do esporte , aporte financeiro aos clubes esportivos por intermédio da Lei
de Incentivo ao Esporte , organização de eventos esportivos abrangendo diversos
segmentos e medidas visando expandir a cultura de lazer perante a sociedade por
intermédio de projetos desenvolvidos pelo Ministério do Esporte .
Valentin e Coelho (2007, p. 01) afirmam que “na sociedade capitalista
contemporânea (...) o futebol é amplamente vivenciado pelo brasileiro em seu
cotidiano e ressignificado a partir de sua institucionalização e de sua apropriação
pelos diversos grupos sociais”. Estes autores ainda referem que o futebol
desempenha um papel central na nossa cultura, seja ditado pela competição
racionalizada, imbuído de sentimento lúdico, utilizado pelo Estado ou intermediando
a coesão social.
As estratégias pedagógicas inseridas no meio do futebol no segmento das
categorias de base reproduzem em suas estruturas diversas atividades
10
desenvolvidas no processo de treinamento do esporte de alto nível , com o intuito de
propiciar a otimização do desempenho esportivo . As propostas metodológicas
presente na estrutura do futebol exercem suas ações com base nos métodos de
ensino analítico e global , sendo que em algumas ocasiões deste processo ocorre a
aplicação do método misto que caracteriza a junção dos métodos analítico e global .
A metodologia de treinamento aplicada neste processo está condicionada a cultura
local abrangendo questões sociais e econômicas.
A cultura lúdica inserida na prática esportiva desenvolvida em praças
esportivas propicia o desenvolvimento do repertório motor das crianças e
adolescentes contribuindo para um processo de aquisição de habilidades motoras.
Fala muito apropriadamente Lucena (2001, apud SOUZA, 2007, p. 03)
quando afirma que : “o futebol, considerado um esporte coletivo, teve um processo
de desenvolvimento autônomo, nunca sistematizado de forma acadêmica ou
escolar”. Daí a importância cultural desse fenômeno.
O processo de formação esportiva poderia abordar com maior ênfase o
caráter educativo inserido na atividade. Sobre essa questão, Greco (1997, pág. 18)
afirma: “Treinamento com crianças e adolescentes é treinamento de formação e
orientação , preparação para a vida diária e eventualmente , para o esporte de alto
nível ”.
A filosofia de trabalho presente na estrutura de projetos sócio-esportivos e
academias de futebol direcionam suas ações visando promover a formação humana
das crianças e adolescentes propiciando o desenvolvimento de valores morais com
intuito de prevenir a ocorrência de atitudes intempestivas.
Rezer e Shigunov (2004) ponderam que os meios de comunicação
influenciam a prática pedagógica do futebol, o que denota uma abordagem de
concepção hegemônica e massificada.
11
Valentin e Coelho (2005, p.02) aborda a temática da escolinha de futebol,
fomentando que esta ganha relevância social e espessura cultural a partir do seu
impacto no cotidiano das populações urbanas e sua importância na construção dos
sentidos associados à prática do futebol”.
Os profissionais inseridos na estrutura do treinamento desportivo exercem
uma linha de trabalho visando o aproveitamento de atletas no segmento do esporte
de alto nível , no qual fatores sociais e econômicos reforçam esta ideia , propiciando
aos treinadores e familiares respectivamente , ascensão profissional e social por
intermédio dos ganhos financeiros possibilitados pelo futebol na esfera de alto
rendimento.
Piaget in Bodernave e Pereira (1991) afirma que: a aprendizagem se
processa através de dois movimentos simultâneos e interligados , mas de sentido
contrário : a assimilação e a acomodação .” (p.28).
A assimilação corresponde à exploração do ambiente pelo organismo,
fazendo com que tome parte dele , transformando-o e incorporando-o a si . Na
acomodação existe uma transformação do organismo , para adequar-se à natureza
dos objetos que serão aprendidos.
A aprendizagem motora ocorre por fases, porém na literatura pesquisada não
ocorreu uma divisão coincidente . Vários autores definem estas fases de maneira
diferente , no qual serão citados seis autores com suas respectivas definições das
etapas de aprendizagem.
Ramos e Neves (2008) afirmam que a iniciação esportiva é o período em que
a criança começa a aprender de forma específica a prática esportiva.
Greco e Benda (2001) revelam que a maior parte dos autores por eles
consultados divide em 3 as etapas do processo de treinamento: principiante,
avançado e alto nível.
12
Rezer e Shigunov (2004) elucidam que é preciso ter a clareza de que através
do esporte há a possibilidade de optar por uma prática que sirva ao propósito
implícito e explícito de um projeto neoliberal, abolindo o individualismo e valorizando
coletividade e a formação de valores como responsabilidade e autonomia.
Segundo Oliveira e Paes (2004), em detrimento da competitividade, regras e
regulamentos, os autores da pedagogia do esporte consideram importante os jogos
desportivos coletivos para a educação de crianças e adolescentes de todos os
segmentos da sociedade brasileira, pois sua prática pode suscitar aspectos de
cooperatividade, convivência, participação, inclusão, entre outros.
Almeida (1993) pondera que existe uma grande preocupação que é super
valorização que o esporte competitivo vem adquirindo na sociedade moderna,
devido a noção de sucesso que representa, não só a nível desportivo, como
também, financeiro e social e político, tendo como uma das conseqüência mais
marcante a iniciação precoce ao treinamento desportivo infantil.
Oliveira e Paes (2004) citam que a etapa de iniciação nos jogos desportivos
coletivos começa no momento em que as crianças iniciam-se nos esportes até a
decisão por praticarem uma modalidade, por isso há uma necessidade de respeitar
a fase de desenvolvimento da criança no ensino dos conteúdos.
A especialização precoce é entendida como um processo que acontece quando crianças são introduzidas antes da fase pubertária a um treinamento planejado e organizado em longo prazo, e que se efetiva em um mínimo de três sessões semanais, com o objetivo do gradual aumento do rendimento, além, de participação periódica em competições esportivas (KUNZ, 1994 apud RAMOS; NEVES, 2008, p. 01)
Bracht (1992 apud REZER e SHIGUNOV, 2004) pondera que o esporte deve
cumprir o papel no âmbito da educação de levar o indivíduo a internalizar valores e
13
normas de comportamento que serão necessários na adaptação à atual estrutura
social.
O ensino do esporte tem sido foco de discussão e apreciação por sua
capacidade de permear processos de saúde física, mental, social, entre outras.
A prática esportiva colabora para o desenvolvimento físico, mas também
concebe aspectos subjetivos de valores morais, de convivência, de participação, etc.
A forma como o processo de ensino do esporte é trabalhada, nessa pesquisa
enfatizado o futebol, denota a importância do método pedagógico aplicado e seus
objetivos.
Desta maneira, este estudo pretende analisar o método de trabalho aplicado
na iniciação esportiva do futebol, no projeto sócio esportivo “A base para formação
esportiva”, realizado no interior de Minas Gerais, desenvolvido pelo Araxá Esporte
Clube. Este projeto atende um público de aproximadamente 90 adolescentes, com
idades entre 12 e 15 anos.
Os objetivos desse estudo se conformam em averiguar se o trabalho
executado tem propósito de iniciação esportiva ou é pendente para o processo de
especialização precoce, conhecer o método pedagógico e a percepção do professor
sobre esse método de ensino e sobre o projeto em si.
Este trabalho justifica-se pela importância de analisar o ensino do futebol,
avaliando suas vertentes de iniciação esportiva e especialização precoce,
conformando suas vantagens e desvantagens para a criança que é receptora desse
processo.
14
1.1 A Iniciação Esportiva no contexto do ensino do futebol
O termo iniciação esportiva, segundo Ramos e Neves (2008) é entendido
como um processo cronológico em que o indivíduo entra em contato com novas
experiências regradas sobre uma atividade físico-esportiva.
Santana (2009) refere que o objetivo da iniciação esportiva é dar
continuidade ao desenvolvimento da criança de forma integral, não focando nas
competições.
Almeida (1993) acrescenta que na idade de 7/8 anos, o esporte coletivo
exerce fascínio nas crianças, muito mais pelo prazer da atividade e da coletividade
(estar junto) do que pelo próprio jogo (competição).
Segundo Moreira (2009), o processo de treinamento para crianças e jovens,
pode trazer benefícios, por causa do caráter educativo que o esporte apresenta.
Ramos e Neves (2008) diz que há de se considerar as características
individuais e as vivências anteriores do aluno como ponto de partida para o processo
de ensino e aprendizagem da prática esportiva.
Para Oliveira e Paes (2004), a etapa de iniciação esportiva deve constituir-se
de fases e sua constituição acontece com as experiências dos praticantes. A esse
fator, alia-se um projeto pedagógico onde os conteúdos do ensino das habilidades e
o desenvolvimento das capacidades motoras, ocorram de forma diversificada e
motivadora.
Almeida (2009) defende que a iniciação esportiva deve ser dividida em três
estágios: de 8 a 9 anos; entre 10 e 11 anos; de 12 a 13 anos. A iniciação desportiva
propriamente dita, ocorre entre oito e nove anos e o objetivo do treinamento é a
aquisição de habilidades motoras e destrezas específicas e globais, e o trabalho
15
deve ser baseado em atividades lúdicas e recreativas, na busca de um aprendizado
objetivo, eficiente e pouco monótono. Entre 10 e 11 anos de idade, o objetivo é
introduzir os elementos técnicos fundamentais, táticas gerais e regras através de
jogos educativos e contestes e atividades esportivas com regras. É importante
também, instrumentalizar as crianças com elementos psicossociais que permitam a
socialização e as ações cooperativas através de jogos e brincadeiras (id.).
Ainda este mesmo autor caracteriza a terceira etapa, chamada de introdução
ao treinamento e propõe como objetivo à criança entre 12 e 13 anos, o
aperfeiçoamento das técnicas individuais, dos sistemas táticos, além da aquisição
das qualidades físicas necessárias para a prática do desporto. Para este autor seria
correto, se, começando a aprendizagem na faixa etária dos sete/oito anos,
observando suas particularidades e especificidade, para depois, só após os
doze/treze anos, iniciarmos essas crianças no treinamento desportivo, estaremos
contribuindo para o desenvolvimento dos esporte coletivos.
1.2 O papel do futebol no desenvolvimento infantil
O importante da iniciação esportiva está na amplitude de possibilidades de
estímulos para o desenvolvimento em todos os seus sentidos (CAPITANIO, 2003).
Greco (2002), diz que “no ensaio orientado com o desenvolvimento das
capacidades, partimos do conceito da necessidade de trabalhar os fatores comuns e
básicos para as técnicas esportivas inerentes às capacidades motoras”.
Greco e Benda (2001, p. 161) definem que “o objetivo da aprendizagem
motora é a realização de tarefas motoras, técnicas de movimentos que facilitem ao
indivíduo a obtenção de uma meta determinada”.
16
Santana (2009) afirma que é necessário ponderar na iniciação esportiva as
áreas de conhecimento que evidenciam os estágios de desenvolvimento motor, os
períodos indicados para se desenvolver as diferentes capacidades, a melhor fase
para aprender as habilidades motoras, as implicações maturacionais e fisiológicas.
Greco e Benda (2001) explica que para as crianças da fase pré escolar
devem ser trabalhadas atividades que favoreçam o seu o desenvolvimento motor,
como deslocamento, equilíbrio, acoplamento, esquema corporal, relação espaço
temporal,entre outras. De 6 a 12 anos a criança se encontra na fase de habilidades
básicas de locomoção, manipulação e estabilização em refinamento progressivo.
(GRECO e BENDA, 2001).
Nesse contexto, a pedagogia do futebol não pode ignorar que a criança tem
necessidade de brincar, de se divertir, de ser aceita (ALMEIDA, 2009).
De acordo com Silva (1996, p. 31), “o conhecimento que necessita se ter
domínio refere-se a uma visão abrangente do ser humano nos aspectos afetivo,
cognitivo e motor, uma visão clara sobre os limites e possibilidades”.
Denota bastante importância considerar o que Alves (2004 apud RAMOS e
NEVES, 2008, p. 06) refere, e que está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento,
que “as formas de compreender e relacionar-se com o próprio corpo, com o espaço
e os objetos, com os outros, a presença de deficiências físicas e perceptivas,
configuram um aluno real (...) um indivíduo com características próprias”.
Oliveira e Paes (2004) afirmam que as atividades lúdicas contribuem para o
desenvolvimento de capacidades físicas e habilidades básicas para futuras
especializações.
Para Silva (1996, p.31) o professor deve trabalhar no sentido de proporcionar
ao praticante a “aquisição de um repertório cultural e motor que lhes possibilite
aplicações durante toda sua vida em situações cotidianas de movimento através dos
mais diversos desafios motores, exercícios físicos, jogos, esportes, etc...”
17
Para Almeida (2009) interessa que na fase de iniciação, o importante é
oferecer um grande número de oportunidades para o desenvolvimento das mais
variadas formas de habilidades motoras, pois se proporcionadas a esse aluno,
experiências motoras em corridas, equilíbrio, lançamentos, saltos, etc., estará
instrumentalizando-o com qualidades motoras que poderão ser utilizadas em todos
os desportos coletivos.
1.3 Abordagem aos métodos pedagógicos
Greco e Benda (2001) elucidam que é necessário que o processo de ensino
aprendizagem preceda o treinamento, em detrimento do que a maioria dos autores
definem que processo de treinamento é o processo de formação e
desenvolvimento.
A aprendizagem é um conceito amplo que sintetiza a aquisição, relativamente prolongada, de experiências que permitem ao indivíduo manifestar diferentes opções de comportamento, as quais se manifestam nas suas ações quando ele enfrenta, tanto as exigências da vida cotidiana, como as do esporte (GRECO e BENDA, 2001, p.157).
Bayer (1994 apud OLIVEIRA e PAES, 2004) afirma a existência de duas
correntes pedagógicas de ensino para os jogos desportivos coletivos: uma que por
métodos tradicionais ou de repetição molda a criança ao modelo adulto. E uma
segunda que por métodos ativos determina a aprendizagem pela vivências das
situações que propicia iniciativa, imaginação, reflexão e aquisição de um
conhecimento pela imprevisibilidade.
18
Greco e Benda (2001) sugerem o processo de ensino-aprendizagem-treino
dividido em fases, a saber: fase pré-escolar onde o professor deverá proporcionar
uma diversidade de movimentos, para a construção do plano motor, sem exigir um
padrão; fase universal, dos 6 aos 12 anos, as atividades já se apresentam de forma
sistemática, de acordo com a maturidade da criança, não mais que três vezes por
semana e o praticante já consciente dos erros busca a automatização do
movimento; fase de orientação: até os 14 anos onde o praticante deverá buscar o
aperfeiçoamento do movimento dentro de uma variação técnica que lhe deve ser
apresentada; fase de direção: dos 14 aos 16, frequência de atividades regular de 3
vezes por semana, permitindo que seja iniciado o aperfeiçoamento da técnica; fase
de especialização: vai de 16 a 18 anos, caracterizada pelo aperfeiçoamento e
otimização do potencial técnico e tático.
Ainda nesse raciocínio, também, Gallahue e Ozmun (1995 apud OLIVEIRA &
PAES, 2004) apregoam uma abordagem desenvolvimentista, que, ao ensinar as
habilidades motoras (técnicas) para a faixa etária de 7- 10 anos, os conteúdos do
ensino são aplicados pelo professor e praticados pelos alunos, sem interferência e
correções dos gestos motores. Para a faixa etária de 11- 12 anos, o ensino é
parcialmente aberto, isto é, há breves correções na técnica dos movimentos. Na
faixa de 13- 14 anos, o ensino é parcialmente fechado, pois inicia-se o processo de
especificidade dos gestos de cada modalidade na procura da especialização
desportiva, e somente após os 14 anos de idade deve acontecer o ensino totalmente
fechado, específico de cada modalidade coletiva, e também o aperfeiçoamento dos
sistemas táticos que cada modalidade necessita.
O modelo de ensino tradicionalmente adotado no meio esportivo é o analítico-
sintético conforme afirma Resende (2007?). Ainda este autor diz que este modelo se
resume em reproduzir o padrão de movimentos ditado pela técnica onde, a partir da
análise da habilidade de cada praticante, define-se o que deve ser aprendido pelos
19
iniciantes e os movimentos devem ser aprendidos, inicialmente, fora do contexto de
jogo, para, posteriormente, serem aos poucos aplicados às situações reais de jogo.
Corrobora para essa afirmativa, Greco (1998 apud RESENDE, 2007?) quando
pondera que o treinamento se baseia na realização de exercícios pautados na
repetição, no aperfeiçoamento progressivo e na automatização dos movimentos que
vão dar base para que na amplitude do domínio das habilidades técnicas se está
preparado para enfrentar as situações que surgirem no jogo.
Oliveira e Paes (2004) cita a pedagogia do rendimento, a qual se orienta pelo
processo em que as crianças são submetidas a treinamentos e competições
exacerbadas em detrimento das práticas lúdicas de suma importância para a
infância.
Garganta (1998 apud OLIVEIRA e PAES, 2004), nos estudos sobre
pedagogia do esporte, enumera duas abordagens pedagógicas de ensino: a primeira
é mecanicista, centrada na técnica onde os gestos são aprimorados, especializados,
dentro de um jogo pouco criativo.
A segunda abordagem desse mesmo autor é a das combinações de jogo
onde o jogo é decomposto em unidades funcionais sistemáticas de complexidade
crescente, nas quais os princípios do jogo regulam a aprendizagem. As ações
técnicas são baseadas nas ações táticas, de forma orientada.
A abordagem pedagógica chamada de pedagogia das situações, de acordo
com Oliveira e Paes (2004), deve proporcionar ao aprendiz, “as possibilidades de
percepção das situação de jogo, interferindo na tomada de decisão (...) buscando
resolver os problemas que surgem com respostas motoras mais rápidas,
principalmente nas interceptações e antecipações, frente às atividade dos
adversários”.
Resende (2007?, p.01) afirma que “a aplicação dos conhecimentos ao (...)
treinamento esportivo requer a mediação entre necessidades: diversificadas, em
20
função da complexidade do jogo, e diferenciadas, em função da individualidade dos
jogadores”.
De forma breve e importante faz-se referência, para além dos métodos, da
subjetividade que imbui a pedagogia do esporte, sua iniciação e prática.
(...) em contrapartida à pedagogia do rendimento, surge a pedagogia do esporte à luz da complexidade que trata o esporte infantil e a iniciação esportiva como um período relevante para se desenvolver as capacidades motoras, para se aprender as habilidades técnicas e táticas, para se aprender a cooperar, para construir autonomia, para se aprender a gostar de esporte, para se aprender uma cultura de lazer esportivo, para se aprender a competir, a socializar conhecimentos, a dialogar, a sociabilizar-se, a motivar-se, para fomentar a auto-estima, isto é, para equilibrar o que é racional e o que é sensível; é preciso participação em diversas modalidades esportivas antes de optar pela especialização em uma (RAMOS e NEVES, 2008, p.7).
Resende (2007?) afirma que analisando o perfil de cada jogador elabora-se
uma proposta pedagógica eficaz. Segundo este autor, recorrer a diversos métodos
de ensino é a melhor forma de chegar às habilidades desejáveis.
Dentro da temática deste estudo, Costa (2003 apud BALZANO, 2006) dentro
da metodologia de ensino do Futsal, visualiza-se três métodos básicos de ensino: o
método parcial, o método global e o método misto.
O método parcial consiste no ensino do jogo do Futsal por partes, através do
desenvolvimento dos fundamentos, habilidades motoras que compõem o jogo por
etapas, para ao final da aprendizagem, agrupá-los no todo. Para as vantagens e
desvantagens, considera-se:
21
No caso do método parcial temos as seguintes vantagens: possibilita o treino motor correto e profundo de todos os elementos da técnica do jogo; possibilita ao professor aplicar correções imediatas à realização de um gesto técnico errado por parte do aluno; o acompanhamento dos progressos de aprendizagem sob a forma de avaliação de desempenho é facilmente realizável; o método permite ao professor trabalhar dentro dos estágios de aprendizagem, individualizando o ensino das habilidades, respeitando, dessa forma, o ritmo de aprendizagem de cada aluno.No entanto esse método apresenta as seguintes desvantagens: não possibilita o jogo por imediato, por conseqüência, não motiva a sua pratica; cria-se um ambiente que não há criatividade por parte dos alunos; pode proporcionar um ambiente monótono e pouco atraente; por se trabalhar as habilidades motoras, o método parcial não consegue criar situações de exigências próprias do jogo (BALZANO, 2006).
O método global consiste em desenvolver e proporcionar a aprendizagem do
jogo através do próprio jogo, o que permite a vivência com as mais variadas formas
de jogar futsal desde o primeiro contato com o esporte por parte do aprendiz.
Algumas vantagens, segundo Balzano (2006) é que este método possibilita que
desde cedo o aprendiz comece a praticar o jogo; a técnica e a tática estão sempre
juntas; permite a participação de todos os elementos envolvidos, como o movimento,
a reação, percepção, ritmo e outros; aumenta a motivação da pratica. Em
contrapartida, o aluno demora a ver seu progresso técnico, o que pode provocar a
desestimulação; não proporciona uma avaliação eficiente sobre o desempenho do
aluno; a repetição não é uma constante neste método; não permite o atendimento
das limitações individuais.
A junção dos métodos de ensino citados, resulta no que é chamado de
método misto. Este, de acordo com Balzano (2006), possibilita a prática de
exercícios isolados, bem como a iniciação ao jogo através das formas jogadas de
futsal. Baseado neste objetivo e conforme o desempenho da turma, o professor
enfatiza mais os jogos, que são à base do método global, ou aplica mais a execução
isolada dos fundamentos, através de exercícios, que formam o método parcial.
22
Como eixo da proposta pedagógica, Resende (2007?) elucida que deve ser a
construção de um ambiente comprometido com a aprendizagem e o respeito às
características individuais e, ainda fala que, um padrão para avaliar a qualidade da
proposta pedagógica é a sua proximidade com as situações reais de competição.
1.4 Especialização precoce
Nos estudos de Piaget (1980 apud RAMOS e NEVES, 2008), o autor afirma
um ambiente competitivo precoce a criança confunde as regras com objetivos.
Defende ainda, que a influência do esporte coletivo nas crianças é mais pelo prazer
proporcionado pela atividade do que pela competição.
Para Ramos e Neves (2008) a iniciação tem o papel de propiciar estímulos
diversificados ao contrário da especialização precoce que para a criança é
desnecessária.
Greco e Benda (2001) salientam que na especialização precoce a
necessidade foca o resultado a individualidade biológica e os aspectos psicossociais
são desrespeitados pela imposição da relação carga, volume e intensidade dos
treinamentos.
Segundo Navarro & Almeida (2008 apud POLITO, 2009) as competições são
prejudiciais às crianças quando afetam o seu estado emocional de forma que este
influi negativamente no rendimento, onde há uma grande pressão de pais e
treinadores para alcançarem os melhores resultados e para que sejam os melhores
na equipe.
A especialização precoce apresenta diversos riscos para a criança.
23
(...) estresse de competição: que se caracteriza por um sentimento de medo e insegurança, causado principalmente por conflitos oriundos de uma prática excessivamente competitiva. A criança, neste caso, tem medo de errar, sente-se insegura e com a auto-estima ameaçada; saturação esportiva: que se manifesta quando a criança apresenta sinais de desânimo (enjôo) e desinteresse em continuar a prática do esporte. Sente-se, assim porque o praticou em excesso e quer abandoná-lo, e lesões: que advêm, principalmente, pela prática em excesso e inadequada para a faixa etária (ALMEIDA, 2005 apud RAMOS & NEVES, 2008 p.4)
Kuntz (1994 apud RAMOS e NEVES, 2008) ainda pondera que o
encerramento da carreira esportiva trás consigo uma série de problemas como:
deficiência na formação escolar que com a exigência do êxito fica em segundo
plano, a unilateralização do desenvolvimento, infância pouco vivenciada (atividades,
brincadeiras e jogos) importantes para o desenvolvimento da personalidade na
infância.
24
2. METODOLOGIA
2.1 Tipo de estudo
O estudo caracteriza-se por ter natureza qualitativa, combinando pesquisa
bibliográfica e pesquisa de campo, com ênfase nesta última, considerando esta a
principal etapa, “etapa essencial da pesquisa qualitativa, que a rigor não poderia ser
pensada sem ela” (Minayo, 1998, p.105). Na pesquisa de campo serão utilizados
como instrumentos de coleta de dados o questionário e a análise observatória.
A pesquisa bibliográfica será realizada objetivando identificar o que a
comunidade científica está produzindo sobre o tema ensino do futebol para crianças.
Segundo Marconi; Lakatos (2001), a pesquisa de campo é utilizada para
adquirir informações ou conhecimentos em relação há um problema para o qual se
procura uma resposta que se deseja comprovar ou descobrir novos fenômenos e
relações entre eles.
Segundo Minayo (1994), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de
significados, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um
espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não
podem ser reduzidos à operacionalização das variáveis. Por sua capacidade de
fazer emergir aspectos novos, de ir ao fundo do significado e de estar na perspectiva
25
do sujeito, são aptos para descobrir novos nexos e explicar significados. Ainda
permite desvelar processos sociais pouco elucidados, reconhecer grupos
específicos, inquietações sociais complexas, universos simbólicos do
comportamento humano, permeados por sentimentos, crenças, atitudes, valores,
emoções, percepções e sentidos (MINAYO, 1994).
2.2 Descrição do universo
Esta pesquisa foi desenvolvida no Araxá Esporte Clube, em Araxá (MG), onde
o projeto sócio esportivo “A Base para a Formação Esportiva” proporciona a
aprendizagem para iniciação esportiva no futebol a 90 adolescentes.
O projeto divide-se em 3 categorias. Quanto à faixa etária a categoria pré-
infantil abrange os atletas de doze à quatorze anos , na categoria infantil estão
inseridos os atletas de quinze anos , já a categoria juvenil compreende os atletas de
dezesseis à dezessete anos . Cada categoria possui trinta atletas na composição do
plantel , todos os atletas inseridos no projeto encontram-se num ciclo de treinamento
que abrange cinco meses de preparação desportiva .
O clube esportivo possui uma estrutura de gerenciamento direcionada a
execução do projeto, com o foco das ações no contexto operacional do mesmo . O
planejamento administrativo e financeiro visa propiciar o alicerce relativo as ações
inseridas no processo de desenvolvimento do projeto . A estrutura de logística
exercida pela gestão do projeto abrange a organização da equipe de apoio, sistemas
de transporte e alimentação e agendamento de locais de treinamento .
Na estrutura de recursos humanos do projeto , o mesmo é composto por uma
equipe multidisciplinar , no qual estão presentes preparadores físicos , fisiologistas ,
fisioterapeutas, nutricionistas , pedagogas , dentistas , psicólogas , assistentes
sociais e médicos . A grande maioria dos profissionais inseridos no projeto possuem
26
formação de nível superior, associado ao conhecimento empírico de ex-atletas e
pessoas desprovidas de formação específica no qual exercem funções operacionais.
A estrutura física do clube esportivo compreende a realização de benfeitorias
que abrangem o ginásio de musculação , centro de fisioterapia , centro de fisiologia ,
restaurante e centro de lazer .
2.3 Materiais e métodos
Foi utilizado como técnica de pesquisa um questionário (Anexo 4) aplicado ao
profissional responsável, a fim de identificar os meios de ensino do futebol e sua
percepção quanto ao tema abordado, visando aumentar as possibilidades de
conhecimento do fenômeno estudado. O questionário foi aplicado de acordo com a
disponibilidade do instrutor do Projeto, utilizando como roteiro as questões sobre a
proposta pedagógica concernente ao ensino do futebol. Neste contato foram
esclarecidos os objetivos deste estudo para cada um. A coleta de dados foi realizada
em setembro de 2010.
Para complementar a coleta de dados para este estudo, foi utilizada a análise
observatória, que aconteceu 3 vez na semana , durante o mês de setembro, onde se
fez através de registros, a descrição dos procedimentos adotados pelo professor, as
estratégias de desenvolvimento dos conteúdos específicos e dos temas adjacentes,
determinando assim o caráter implícito nestas questões.
A linha de pesquisa visou identificar a metodologia de treinamento
desenvolvida perante a categoria pré-infantil do Araxá Esporte Clube . Abrangendo
trinta atletas do sexo masculino , na faixa etária de doze à quatorze anos , inseridos
num ciclo de treinamento que compreende cinco meses de preparação desportiva ,
onde foi delineado através dos instrumentos já explicitados, o método de trabalho
aplicado para o ensino desse esporte.
27
2.4 Análise dos dados
Na análise dos dados em pesquisa qualitativa, de acordo com Minayo (1998),
é permitido ao pesquisador propor inferências e realizar interpretações de acordo
com seu referencial teórico e seus objetivos.
O relatório de observação foi disponibilizado no corpo da discussão, sendo
analisado e argumentado com base na literatura. Quanto ao questionário, procedeu-
se à exploração das respostas, leitura exaustiva das mesmas, convergindo os
assuntos semelhantes e apresentando-os, argüindo conforme o referencial
científico.
Assim, a matéria-prima deste trabalho, opiniões, relatos e reflexões sobre as
experiências do ator, foram submetidos à análise e inferências. Ao pesquisador
cabe costurar as lacunas e contradições, na busca de uma inteligibilidade que é
sempre artificial e provisória (GEERTZ, 1989 apud DESLANDES, 2005).
2.5 Aspectos éticos
A proposta da pesquisa foi apresentada à coordenação do projeto sócio
esportivo em questão com o objetivo de solicitar a autorização para sua realização.
Após o consentimento formal este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em
Pesquisa do Uniaraxá, para análise e aprovação do mesmo, atendendo assim à
Resolução nº 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos.
Obteve-se também o consentimento livre e esclarecido do participante,
garantindo-se o direito de voluntariado, o anonimato e utilização dos dados e
divulgação em trabalho científico.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
28
Determinados os aspectos descritos na metodologia, obteve-se então os
seguintes resultados com o relato de observação.
O projeto denominado “A Base Para a Formação Esportiva” desenvolvido pelo
Araxá Esporte Clube por intermédio da Lei de Incentivo ao Esporte recebe o aporte
financeiro de uma empresa da cidade na condição de dedução do Imposto de
Renda, existe uma delimitação de investimentos abrangendo a formação de atletas
associado a perspectiva social . Existe uma prestação de contas relativo aos gastos
financeiros inseridos na estrutura do projeto, o clube esportivo deverá possuir a
certidão negativa de débito perante o Governo Federal, tornando-se apto para
ingressar no projeto desenvolvido pelo Ministério do Esporte.
Quanto ao material esportivo, são fornecidos aos atletas calçados esportivos
com sistema de amortecimento visando resguardar a integridade das articulações,
ligamentos, músculos, tendões e estrutura óssea dos mesmos, principalmente neste
processo de maturação no qual se encontram .
No aspecto referente ao segmento das ciências do esporte o projeto exerce
perante os atletas o controle do percentual de gordura, controle do peso corporal,
planejamento nutricional visando propiciar aos atletas as demandas energéticas
exigidas na execução da atividade esportiva, treinamento resistido visando o
desenvolvimento da massa muscular dos atletas, suplementos hipercalóricos
visando o desenvolvimento físico e aminoácidos visando a recuperação muscular
muscular pós-exercício, avaliação física periódica, atendimento fisioterápico,
reidratação dos atletas. Estão inseridos no contexto das ciências do esporte as
atividades regenerativas propiciando a recuperação muscular, treinamento
cardiovascular , exercícios proprioceptivos com o intuito de prevenir a ocorrência de
lesões desportivas , treinamento intervalado visando o condicionamento físico dos
29
atletas . Pode-se incluir neste segmento o trabalho de observação técnica visando a
seleção de talentos esportivos.
A estrutura do projeto abrange a formação humana dos atletas, e exerce o
acompanhamento do desempenho escolar dos mesmos. Noções de disciplina e
higiene compõem os princípios da estrutura desenvolvida no projeto , visando a
perspectiva social . O clube esportivo por intermédio do projeto disponibiliza aos
atletas inseridos no programa esportivo auxílio financeiro visando propiciar o
desenvolvimento sócio-econômico dos mesmos.
Neste sentido, Greco (2000 apud ANTUNES, 2005, s/p) defende que o
esporte como direcionador da vida esportiva do indivíduo, onde se objetiva a
orientação pelos processos, os caminhos a serem seguidos para denotar uma
delimitação, conformação da personalidade e busca de um ícone da cultura de
movimento.
A participação em competições desportivas abrange a liga local, torneios
regionais, almejando a disputa do campeonato estadual da categoria. Para Antunes
(2005) “reconhecer que a competição é um processo de comparação social requer
estruturas cognitivas complexas, ou seja, prontidão social e psicológica”. Esse
aspecto, portanto deve ser incorporado ao trabalho do projeto, visando preparar os
atletas para vivenciarem esse processo.
O desenvolvimento de projetos visam a construção de um centro de
excelência com o intuito de otimizar a preparação física , técnica e tática dos atletas.
A construção do centro de excelência será possível a partir do terceiro ano de
existência do projeto, obedecendo uma norma administrativa pré-estabelecida pelo
Ministério do Esporte.
A estratégia pedagógica desenvolvida pelos profissionais inseridos na equipe
técnica, como se pode observar, exerce os métodos de ensino analítico e global
durante o processo de treinamento, sendo que em algumas ocasiões deste processo
30
ocorre a aplicação do método misto que caracteriza a junção dos métodos analítico
e global.
Situando essas concepções, temos a seguinte referência.
Hoje, na prática do futebol, o método analítico se caracteriza pela realização de exercícios técnicos, com repetição sistemática de gestos, que são fragmentados e retirados do contexto circunstancial-situacional de jogo. O método global por sua vez, se caracteriza pela repetição sistemática das ações (balizada pela aleatoriedade e imprevisibilidade do jogo) em contexto de jogo, integrando ao desenvolvimento técnico, o desenvolvimento tático individual e coletivo, bem como o desenvolvimento físico (enfim, o desenvolvimento do jogar) (LEITÃO, 2010, s/p).
Respalda-nos Garganta (1995, apud ANDRADE e SARDINHA, 2010) quando
descreve que “os métodos de ensino devem proporcionar ao praticante, o desenvolvimento
harmônico, (...) onde as capacidades de aprendizagem deverá constituir em unidade estrutural
responsável pela condução e regulação de todo o processo de ensino aprendizagem”.
Os profissionais apresentam consciência do processo de maturação dos
adolescentes, demonstrando equilíbrio nas ações referentes a carga de treinamento
principalmente nas atividades resistidas e trabalho de finalizações , no qual estas
atividades exercem um forte impacto na estrutura óssea e muscular dos
adolescentes.
Greco (1997 apud Drubscky, 200?) ponderam que no processo de ensino é
necessário aprofundar o saber sobre a evolução psicomotriz da criança e do
adolescente e também sobre as características dos processos de adaptação
biológica em cada faixa etária.
Antunes (2005) fomenta essa discussão quando diz que deve-se considerar o
conceito de prontidão tal como o tempo ótimo de aprendizagem, onde o potencial do
aluno pode ser melhor explorado.
31
No processo de aprendizagem motora algumas ações ministradas não
exercem os princípios científicos pré-estabelecidos, no processo de aquisição de
uma habilidade motora o indivíduo deve encontrar-se na plenitude de suas
condições físicas, durante este processo constatou-se que em algumas situações os
adolescentes executaram gestos esportivos visando a aquisição de habilidades
motoras em um estado avançado de cansaço físico, o que implica no processo de
aprendizagem motora.
Constatou-se que os adolescentes não recebem a oportunidade de
exercerem o feedback em suas ações, algo que poderia contribuir de forma
extraordinária para o desenvolvimento da autonomia e percepção dos adolescentes
em relação aos jogos desportivos .
Estão inseridas no contexto de atividades propostas direcionadas ao processo
de treinamento estratégias pedagógicas que abrangem o treinamento específico por
setores, desenvolvimento de mini-jogos, trabalho de fundamentos técnicos, ênfase
em bolas paradas e jogadas ensaiadas.
Antunes (2005, s/p) argumenta nesse propósito que “o processo de formação
esportiva, principalmente o treinamento com crianças e adolescentes, não deve visar
apenas o alto rendimento, mas um processo de ensino-aprendizagem, ou seja, um
processo pedagógico”.
A proposta pedagógica aplicada desenvolve ações com ênfase no método
global. A proposta metodológica recomendada pela literatura científica reforça a
importância de propiciar aos adolescentes uma atividade motora diversificada com
ênfase no caráter lúdico durante o processo de formação esportiva com o intuito de
desenvolver a capacidade cognitiva dos atletas, algo inerente na estrutura dos jogos
esportivos coletivos.
Com base no período de observação pôde-se constatar que a proposta
metodológica aplicada possui forte tendência para a especialização precoce, no qual
32
as atividades propostas associadas à linha de pensamento inserida na estrutura do
projeto e o nível elevado de cobrança por resultados efetivos reforçam esta análise.
O desenvolvimento das ações metodológicas inseridas no processo de formação
esportiva possui como foco o esporte de alto nível. Scaglia (1996) refuta essa idéia
afirmando que o aprendizado técnico do futebol não deve ter um fim em si mesmo,
pois, ele deve contemplar todas as outras dimensões abrangidas pelo esporte.
Quanto ao questionário aplicado, segue a análise das respostas.
Foi perguntado ao professor do projeto sobre o método utilizado no ensino do
futebol com a seguinte resposta:
“A estratégia pedagógica utilizada no processo de treinamento é a proposta
metodológica que aplica os métodos de ensino analítico e global, com ênfase nos
fundamentos técnicos associado à prática de mini- jogos”.
Segundo Reis (1994, apud ANDRADE e SARDINHA, 2010, p.05), o método
global parte do movimento total e caracteriza-se pelo aprender jogando; parte-se dos jogos
pré–desportivos, menos complexos e as regras vão sendo introduzidas aos poucos, até chegar
ao jogo formal.O método analítico – sintético se caracteriza por aprender por partes, onde as
aulas são pautadas em repetições de fundamentos, análise de movimentos ditados pela
técnica, após o domínio dos fundamentos que o jogo é desenvolvido (DIETRICH,
DURRWACHTER e SCHALLER, 1984, apud ANDRADE e SARDINHA, 2010, p. 05).
Estes mesmos autores entendem que o método analítico desenvolve as habilidades motoras
especifica da modalidade, caracteriza-se por aulas pautadas pela seqüência de exercícios
dirigidos, dificultando o desenvolvimento da moral e da criatividade por parte dos alunos.
Para fomentar essa discussão, Andrade e Sardinha (2010) concluíram em seu estudo
sobre o melhor método para ensinar futebol que o método global é mais motivador e há o
33
desenvolvimento dos aspectos cognitivos, motores e afetivos, por meio de jogos lúdicos e o
processo de aprendizagem é facilitado pois atende o desejo de jogar em detrimento de se
trabalhar fundamentos isolados. Reforça essa idéia Greco (1998) quando afirma que aprender
jogando estimula a melhoria do desempenho dos alunos.
Nesse contexto, Reverdito (2005, apud REVERDITO, 2008, s/p) orienta que o ensino
do futebol deve ser baseado em diferentes propostas capazes de atender as necessidades dos
praticantes, partindo de três princípios: os propósitos, as circunstâncias e a maneira. Assim
não há uma abordagem metodológica exclusiva, mas o objetivo de ensinar o futebol é
cumprido em sua ampla gama de possibilidades de desenvolvimento.
Considerando a importância dos dois métodos aqui expostos, entende-se que a
combinação desses pode ser vantajosa por se complementarem, propondo um método mais
completo em que todos os âmbitos de potencial desenvolvimento estarão sendo contemplados.
Foi questionado sobre a forma como os conceitos inseridos na aprendizagem
motora são aplicados no meio do futebol. A resposta obtida é que depende da faixa
etária e da experiência dos praticantes. Para essa questão orientamo-nos na citação
abaixo.
O desenvolvimento motor da criança deve ocorrer de forma lúdica, despertando auto-expressão, sendo prazerosa e promovendo emoções positivas. Deve haver relação entre o nível de complexidade dos movimentos e o estado de desenvolvimento motor da criança (RAMOS e NEVES, 2008, apud GAMA e SILVA, 2010).
É importante considerar que é potencial o período de até 12 anos, onde de
acordo com vários autores, a criança está numa fase ótima para a aquisição e
combinação de novas formas de movimento, aprendizagem de habilidades motoras,
formação do acervo motor e construção de idéias e valores.
34
Dentro dessa abordagem, Gama e Silva (2010) ponderam que para ter
sucesso no rendimento esportivo a criança deve cumprir atividades motoras
orientadas.
Paim (2001, p. 77) complementa dizendo “ para a maioria das destrezas
motoras e sob certas condições, a aprendizagem progride com um número
crescente de tentativas de prática. Prática, via de regra, é um pré-requisito
necessário para a aprendizagem de destrezas motoras”.
Entende-se para tal argumento que as habilidades motoras dependem da
prontidão para o aprendizado de tais práticas e estão diretamente relacionadas com
a fase do desenvolvimento e o refinamento (especialização).
Seleção de talentos esportivos são os meios que se lançam mão para
identificar os indivíduos que têm condições de ingressarem em níveis mais altos de
treinamento a longo prazo, objetivando assim um desempenho esportivo de alto
nível (KISS et al., 2004). Perguntado sobre como é feita essa busca o instrutor respondeu:
“São analisados o nível de eficiência na execução dos gestos esportivos associado
ao biótipo (estatura, massa muscular), e posteriormente é realizado um
acompanhamento psicológico com o intuito de organizar um perfil do atleta”.
Justificam essa fala Martin et al. (1999 apud KISS et al., 2004, p. 91) quando
definem operacionalmente talento como sendo “... o resultado individual de um
processo dependente das relações temporais existentes entre as disposições
genéticas, a idade relacionada com a fase do seu desenvolvimento, as exigências
de desempenho esportivo no treinamento, assim como de qualidades psicológicas”.
Ainda nesse contexto, Boheme (2007) reforça que “na área do esporte de
rendimento, utiliza-se o termo “talento esportivo” para designar aquelas pessoas que
35
possuam um potencial, uma aptidão especial, ou uma grande aptidão para o
desempenho esportivo.
Acredita-se que desenvolver talentos não pode ser simplificado às habilidades
físicas, mas é importante também desenvolver todas as qualidades da
personalidade dos jovens alunos.
Questionado quanto à estrutura física e à organização administrativa, o
instrutor revelou que estes aspectos se tornam necessários na medida em que
propicia aos atletas as condições para desempenharem suas funções, bem como
fortalece a estrutura de atuação da equipe técnica no tocante à execução de uma
linha de trabalho com foco no conhecimento científico visando a excelência
esportiva.
Corrobora esse parecer Correia et al., (2002, p. 458) quando afirma que “o
que possibilita a satisfação do atleta no trabalho e a tranqüilidade para que ele se
preocupe unicamente com o jogo é o suporte social oferecido pelo clube, pela
família e pelo próprio grupo de jogadores”.
Para a questão sobre a importância da equipe multidisciplinar, descreveu-se
que:
“A existência de uma equipe multidisciplinar propicia a junção de conhecimentos
visando otimizar o desempenho esportivo , o trabalho multidisciplinar é o alicerce na
aplicação dos conceitos inseridos nas ciências do esporte” .
Mesquita (2009) faz uma abordagem do conhecimento interdisciplinar com
sendo um processo de interação de campos de estudos diferentes, propiciando um
processo contínuo de estudo, aplicação e revisão. A multidisciplinaridade do ensino
aporta um conhecimento mais completo e valida uma intervenção mais direcionada,
36
haja vista a gama de aspectos a serem considerados no processo de
desenvolvimento da habilidade para o aprendizado do futebol.
Inserido em uma perspectiva social, de acordo com o professor, o projeto visa
a formação humana dos adolescentes exercendo o acompanhamento do
desempenho escolar dos mesmos. Na estrutura do projeto são trabalhados aspectos
morais e de disciplina com o intuito de aprimorar a formação do caráter do indivíduo.
De acordo com Machado (1997, apud PAIM, 2001, p.78) há uma valorização
social do homem e é bastante significante as experiências que o ser humano pode
viver com o próprio corpo. Paim (2001) inferiu em seu estudo sobre fatores
motivacionais para o esporte, que os adolescentes praticantes de futebol buscam
pela competência desportiva, ajuste de sua auto imagem e melhores oportunidades
de vida através do esporte.
Nesse contexto, confirma-se a relevância social do aprendizado do futebol,
quando este proporciona não só o desenvolvimento físico, mas abrange também os
aspectos psicossociais do desenvolvimento do aluno.
Perguntado sobre a importância dos aspectos lúdicos no processo de
formação esportiva, afirmou-se que:
“A aplicação de atividades motoras diversificadas com base em aspectos recreativos
propicia aos adolescentes um processo de aprendizagem rico em possibilidades
estimulando o desenvolvimento da capacidade cognitiva e feedback dos mesmos”.
Quanto a esse aspecto, Reverdito (2008) aponta que a partir dos
jogos/brincadeiras da cultura infantil, orientado pelos princípios dinâmicos e
funcionais do jogo de futebol, privilegia-se a manipulação dos elementos estruturais
formais do jogo, como: espaço, elemento bola, gol, participantes e as regras.
37
Scaglia (1996) pondera que devem ser consideradas as atividades
prazerosas, lúdicas, que se baseiam muitas vezes em jogos de ruas, da própria
cultura infantil, para ensinar o futebol e seus fundamentos, pois essa é uma
referência concreta do aluno que deve ser relacionada com a atividade simbólica
proposta.
Os aspectos lúdicos, dessa forma, ajudam na construção do conhecimento e
absorção dos processos de aprendizagem oferecidos, proporcionando um
desenvolvimento mais integral.
Sobre a influência do nível elevado de cobrança por resultados efetivos,
argüiu-se que:
“A busca por resultados efetivos e títulos colocam em segundo plano o objetivo das
categorias de base que visam a formação esportiva dos atletas. Obviamente que a
conquista de títulos compõem o processo de formação, porém outros fatores são
imprescindíveis neste período como a ênfase em fundamentos técnicos, associado
com a formação humana do atleta”.
No intuito de esclarecer essa questão, respalda-nos com muita propriedade
os autores abaixo referidos.
Com efeito, sabe-se que a especialização esportiva precoce encontra respaldo significativo em professores, pais e dirigentes esportivos que, observando um grande potencial na criança, preocupam-se em demasia com a elevação do seu rendimento e incentivam a obtenção de títulos e recordes com o objetivo explícito de adquirir resultados em curto prazo na modalidade. Assim, pode-se dizer que o esporte na infância é um fenômeno muito complexo, que não pode ser reduzido a um pensamento simplista, como a tradicional seleção esportiva e a tradicional eleição de um modelo ideal de atleta (RAMOS e NEVES, 2008 apud GAMA e SILVA, 2010).
38
Entende-se que a despeito da busca desordenada por resultados, a formação
completa do atleta é mais relevante que a valorização exacerbada da conquista. A
integralidade da formação do jogador nos remete ao fato do preparo de
enfrentamento para as mais diversas situações da vida e não apenas para a
competição.
Questionado sobre a relação do esporte de alto nível com a metodologia
desenvolvida nas categorias de base, foi referido o seguinte:
“A linha de trabalho inserida nas categorias de base reproduzem em suas
estruturas diversas atividades desenvolvidas no processo de treinamento do esporte
de alto nível, com o intuito de promover a excelência esportiva perante os atletas
inseridos no processo de formação”.
Para esclarecimento, a metodologia corresponde aos princípios ou
pressupostos para a sistematização do ensino, constituído de métodos e técnicas
que irão orientar o professor em sua intervenção no processo de aprendizagem do
educando, capaz de realizar os objetivos educacionais propostos, de conhecimento
de todos os envolvidos na prática educativa (REVERDITO 2008).
Segundo Kiss et al. (2004) o desempenho esportivo tem caráter multifatorial,
e interpretações ou determinantes distintos em razão das diversas áreas de estudo
da Ciência do Esporte.
Sobre a questão da influência da especialização precoce no processo de
formação esportiva, o entrevistado respondeu:
“No contexto de aprendizagem motora e pedagógica do esporte recomenda-se todo
um ciclo de treinamento almejando o desenvolvimento gradativo, inserido na
39
estrutura do futebol e a competitividade que o mesmo exige, a especialização
precoce mostra-se necessária”.
Para o professor, “esta linha de trabalho visa promover a excelência na
execução dos gestos esportivos, aprimoramento das movimentações e
posicionamento, desenvolver a percepção, reproduzindo ações que serão
vivenciadas segmento de esporte de alto nível”.
Greco (2002) explica que a especialização precoce, propicia desarmonias no
desenvolvimento, acompanhadas de um abandono precoce do esporte, antes de se
ter chegado ao alto nível de rendimento.
Essa discussão, segundo alguns autores, passa pela idéia de que a
pedagogia do rendimento orienta-se pelo processo em que as crianças são
submetidas a treinamentos e competições exacerbadas antes da idade adequada
para tal, assim despreza-se a riqueza das práticas lúdicas em nome da preparação
de futuros atletas, pois a especialização esportiva implica em competições regulares,
desenvolvimento de capacidades físicas, habilidades técnicas e táticas, onde o
objetivo é a performance (GAMA e SILVA, 2010).
Depreende-se então, que o ensino do futebol deve embasar-se na inovação
da proposta de aprendizado, pois conforme Scaglia e Souza (2004, p. 128) “a
prática inovadora cria e estimula um ambiente de criatividade e diversidade,
inexistindo à seletividade, e abre-se uma gama infinita de diferentes níveis de
experiências (motoras, sociais, culturais, afetivas, cognitivas, etc.)”. Esses mesmos
autores porpõem que o resultado desse processo permite ao indivíduo o
desenvolvimento de sua autonomia e a construção de significados e a
ressignificação de sua prática.
40
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa pesquisa apresentou subsídios para a análise do desenvolvimento do
projeto “ A Base da Formação Esportiva”. O projeto apresenta uma boa estrutura, e
teoricamente incide em propostas de formação objetivas. Mas pela inferência deste
pesquisador, com base no questionário e no período de observação, o método de
ensino é focado na especialização precoce e no esporte de alto nível. Esta
conclusão enfatiza o desacordo com os argumentos científicos aqui expostos que
denotam a importância do trabalho para o desenvolvimento dos aspectos subjetivos
que propõem o ensino do futebol.
Scaglia (1996) considera que o esporte deve proporcionar à criança iniciante
a aquisição de uma boa cultura motora e o objetivo do esporte deve ser transmitir
mais que gestos técnicos esportivos, mas também valores éticos, sociais e morais.
Conforme refere a maioria da literatura estudada, é fator preocupante entre os
dois processos formadores aqui referidos ( Mét. Global e analítico), que o indivíduo
com relação `a estrutura de ensino, não fique perdido quando é inserido no esporte
de alto nível.
Concluiu-se que o processo de formação esportiva poderia trabalhar com
mais ênfase o caráter educativo que é proporcionado pela aprendizagem do futebol.
41
É importante que o aprendizado da modalidade esportiva em questão,
ultrapasse o limiar técnico, e que não tenha um fim em si mesmo, mas explore o
contexto vivenciado pelo aluno buscando resultados multidimensionais alcançando a
integralidade na formação da criança.
Assim, o ponto central do esporte deve ser o praticante, suas representações,
considerado no todo, inserido num contexto múltiplo de educação e
desenvolvimento. A ação motora e a busca por resultados tem sua importância, mas
não ultrapassa a necessária consideração como a integralidade da formação do
indivíduo.
O futebol enquanto objeto educativo viabiliza o desenvolvimento de
habilidades e capacidades específicas, porém, como fator cultural, deve permear
através do aprendizado, chegar ao ápice da potencialidade do aluno como ser total.
5. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, L. T. P. Iniciação Esportiva na escola – a aprendizagem dos esportes coletivos. Disponível em: http://www.efmuzambinho.org.br/. Acesso em: 25 out. 2009.
ANTUNES, A. C. Formação esportiva: privilégio de alguns ou oportunidades para todos. Revista Digital. Buenos Aires. Ano 10, nº 83, 2005. Disponível em: http://111.efdeportes.com/. Acesso em: 30/10/2010.
42
ANDRADE, A. F. S.; SARDINHA, C. Análise comparativa entre o método de ensino global funcional e o método analítico sintético no processo de ensino do futsal na Educação Física Escolar. Portal da Educação Física. Disponível em:http://www.educacaofisica.com.br/biblioteca_mostra.asp?id=2745. Acesso em:25/10/2010.
BALZANO, O. N. Metodologia do jogo condicionado para o desporto futsal. Futsal Brasil – on line, 2006. Disponível em: http://www.futsalbrasil.com.br/artigos/artigo.php?cd_artigo=135. Acesso em: 29/08/2009.
BÖHME, M. T. S. O tema talento esportivo na ciência do esporte. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. 2007; 15(1): 119-126. http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/738/741. Acesso em: 01/11/2010.
CAPITANIO, Ana Maria. Educação através da prática esportiva: missão possível? Revista Digital, Buenos Aires, ano 8, n. 58, março/2003. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd58/esport.htm. Acesso em: 25/10/2009.
CORREA, D. K. A. et al . Excelência na produtividade: a performance dos jogadores de futebol profissional. Psicologia e Reflexão Critica, Porto Alegre, v. 15, n. 2, 2002 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid. Acesso em: 02 Nov. 2010.
DESLANDES, S. F; AYRES, J. R. C. M. Humanização e cuidado em saúde. Ciênc. saúde coletiva. Rio de Janeiro, vol.10, n. 3, jul./set. 2005.
43
DRUBSCKY, R. O universo Tático do Futebol. Editora Health. 1ª edição. 2004.
GRECO, P. J.; BENDA, R. N. Iniciação esportiva universal.Da aprendizagem motora ao treino técnico. Belo Horizonte. Ed.UFMG., 1998. 232 p. 2 v.
GRECO, P. J. Escola da bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos. São Paulo, 2002, 1ª ed., 208 p.
KISS, M. A. P. D. et al. Desempenho e Talento Esportivos. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.18, p.89-100, ago. 2004. Disponível em:http://www.cds.ufsc.br/~rosane/artigos/ced/a8/talentos.pdf . Acesso em: 01/01/2010.
MESQUITA, Uma Proposta de Subsídios Pedagógicos Para o Futsal na Infância. 2009. Disponível em: http://www.mesquitaonline.com.br/. Acesso em:02/11/2010.
MOREIRA, F. Especialização na iniciação esportiva. Universidade do Futebol – on line. Disponível em: www.cidadedofutebol.com.br/ .Acesso em:29/08/2009.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de A . Ciência e conhecimento científico. In: Fundamentos da Metodologia Cientifica.SP: Atlas, 2001.
LEITÃO, R. A. O método global integrado e o método analítico no futebol. Universidade do Futebol. 2010. Disponível em: http://www.universidadedofutebol.com.br/2010/10/3,11296,O+METODO+GLOBAL+INTEGRADO+E+O+METODO+ANALITICO+NO+FUTEBOL.aspx. Acesso em:
44
MINAYO, M. C. S. et al. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 7ºed. Rio de Janeiro: Vozes, 1994.
OLIVEIRA, V.; PAES, R. R. A pedagogia da iniciação esportiva: um estudo sobre o ensino dos jogos desportivos coletivos. Revista Digital - Buenos Aires - Ano 10 - N° 71 - Abril de 2004.
PAIM, M. C. M. Fatores motivacionais e desempenho no futebol. Revista da Educação Física/UEM Maringá, v. 12, n. 2, p. 73-79, 2. sem. 2001.
POLITO, L. F. A psicologia do esporte na iniciação esportiva. Universidade do Futebol – on line. Disponível em: http://www.cidadedofutebol.com.br/2009/08/1. Acesso em: 29/08/2009.
RAMOS, A. M.; NEVES, R. L. R. A iniciação esportiva e a especialização precoce à luz da teoria da complexidade – notas introdutórias. Pensar a prática, v.11, n.1, p. 1-8, jan./jul. 2008.
RESENDE, A. L. G. Avaliação crítica dos modelos pedagógicos de ensino das habilidades táticas no futebol. Brasília (2007). Disponível em: http://www.cbce.org.br/cd/resumos/323.pdf. Acesso em:14/07/2009.
45
RESENDE, A. L. G. Ensino e avaliação do futebol. Brasília (2007) Disponível em: http://www.imve.org.br/concoce/trabalhos/seminarios/ensino_e_avaliacao_do_futebol.pdf. Acesso em:14/07/2009.
REVERDITO, R. S. A abordagem metodológica multidimensional no ensino do futebol. Universidade Aberta do Futebol Brasileiro. 2005. Disponível em:http://www.cidadedofutebol.com.br/ConteudoCapacitacao/Artigos/Detalhe.aspx?id=1
562&p= Acesso em:28/10/2010.
REZER, R.; SHIGUNOV, V. Reflexões acerca da prática pedagógica em escolinhas de futebol e futsal a partir da leitura e compreensão de contextos específicos. Revista da Educação Física/UEM. Maringá, v. 15, n. 1, p. 43-51, 1. sem. 2004.
SANTANA, W. C. Iniciação esportiva e algumas evidências de complexidade. Pedadogia do futsal – on line. Disponível em: http://www.pedagogiadofutsal.com.br/artigo_002.asp. Acesso em: 14/07/2009.
SCAGLIA, A. J. Escolinha de futebol: uma questão pedagógica. MOTRIZ - Volume 2, Número 1, Junho/1996. Disponível em: http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/02n1/V2n1_REL07.pdf Acesso em: 03/11/2010
SILVA, S. A. P. S. A Pesquisa Qualitativa em Educação Física. Disponível em: <http://www.efmuzambinho. org.br>. Acesso em 25 out. 2009.
46
SILVA, B. O.; GAMA, E. F. Especialização esportiva precoce no futsal: análise da incidência de lesões osteomioarticulares. Revista Digital. Buenos Aires. Ano 15, nº 144, Maio de 2010.Disponível em: http://www.efdeportes.com/. Acesso em: 24/10/2010.
SILVA, S. A. P. S Educação física no 1o. grau: conhecimento e especificidade Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, supl.2, p.29-35, 1996. Disponível em: www.usp.br/eef/rpef/supl2/supln2p29.pdf. Acesso em:31/10/2009.
SOUZA, L. R. M. O futebol na escola: uma abordagem cultural. ANAIS do II Encontro de Educação Física e Áreas Afins. Coordenação de Pós Graduação / Departamento de Educação Física / UFPI. 2007.
TOLEDO, Luiz H. Torcidas organizadas de futebol. Campinas: Autores Associados, 1996. Disponível em:http://books.google.com.br/books?id=kJdwp597SWwC&dq=TOLEDO. Acesso em: 24/10/2009
VALENTIN, R. B.; COELHO, M. Os sentidos das escolinhas de futebol. IX Simpósio da Formação profissional em Educação Física e a Institucionalização Pedagógica do Processo Civilizador. Paraná. 2005.
47
ANEXO 1
48
Termo de Autorização para coleta de Dados
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o
sr._______________________________________________________________,
RG nº___________________________, responsável pelo Projeto sócio esportivo do
Araxá Esporte Clube, autoriza a coleta de dados, para o projeto de monografia
intitulado: “O método de trabalho aplicado no processo de ensino do futebol”.
Este declara estar ciente que a coleta de dados não afeta o bem estar dos
indivíduos com os quais se dará a pesquisa, que a participação dos mesmos é
voluntária, anônima e sem custos para a instituição.
Fica aqui expressa a permissão para que os resultados sejam divulgados em
publicações científicas.
Araxá, _________________________ de 2010.
49
ANEXO 2
Esclarecimento aos Sujeitos da Pesquisa
Venho por meio deste, prestar esclarecimentos a respeito da pesquisa que estou realizando. Trata-se de um estudo sobre inicialização no futebol e especialização precoce.
Caso você aceite participar, será submetido (a) a um questionário para análise da suas representações sobre o processo acima descrito.
Os resultados serão utilizados apenas para fins científicos.Sua identidade será totalmente preservada e você poderá retirar seu
consentimento a qualquer momento.
Antecipadamente agradeço.
____________________________Anderson Mateus Viriato
Pesquisador
_________________________________________________________________
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, _____________________________________________, portador do RG nº _____________________, abaixo assinado, autorizo a divulgação dos dados coletados pelo acadêmico de Educação Física, Anderson Mateus Viriato, para fins de realização de sua monografia.
50
Também estou ciente que minha participação neste estudo não me trará nenhum tipo de custo nem dano.
Concordo também, que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meu nome e nada que me identifique sejam mencionados.
Endereço (opcional): __________________________________________________
Araxá, _______ de ___________ de 2010.
_________________________________________Assinatura
ANEXO 3
CARTA DE ACEITE
Eu, Célio Hely Cury Junior, venho através desta declarar que aceito orientar o
acadêmico do curso de Educação Física, Anderson Mateus Viriato, em seu
trabalho de conclusão de curso intitulado “O método de trabalho aplicado no
processo de ensino do futebol ”.
51
______________________________________
Célio Hely Cury Júnior
Orientador
ANEXO 4
QUESTIONÁRIO
1) Qual a estratégia pedagógica predomina no processo de treinamento ?
52
2) De que forma os conceitos inseridos na aprendizagem motora são aplicados no
meio do futebol ?
3) Quais critérios são analisados no processo de seleção de talentos ?
4) Qual a influência da organização administrativa no processo de execução do
projeto ?
5) Qual a importância da equipe multidisciplinar inserida na estrutura do projeto ?
6) Qual a importância da estrutura física do clube esportivo no processo de formação
de atletas ?
7) Qual a função social do projeto ?
8) Qual a importância dos aspectos lúdicos no processo de formação esportiva ?
9) Qual a influência do nível elevado de cobrança por resultados efetivos nas
categorias de base ?
10) Qual a relação do esporte de alto nível com a metodologia desenvolvida nas
categorias de base ?
11) Visando a perspectiva do esporte de alto nível , a aplicação da especialização
precoce exerce qual influência neste processo de formação esportiva ?
top related