03/12 viseu, 21 de março de 2012 - drap c · a distribuição geográfica conhecida de e....
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MACIEIRA
Pedrado
Embora se verifique um atraso na maturação das
pseudotecas, as chuvas ocorridas estão a
favorecer o seu desenvolvimento. O Instituto de
Meteorologia prevê a ocorrência de tempo
instável a partir do dia 24 de Março. Por isso,
recomendamos a realização de tratamento à
medida que o seu pomar for atingindo o estado
fenológico C3 – D (ver figura 1). Opte por um
produto de acção preventiva.
Fig. 1 - Estado fenológico C3 - abrolhamento
e
D - aparecimento das pontas verdes
Em anexo segue a lista de substâncias activas
homologadas para o pedrado da macieira. Caso
tenha aplicado óleo de Verão recentemente não
deve utilizar, neste tratamento, as seguintes
substâncias activas: captana, dodina e enxofre,
por risco de fitotoxicidade.
PESSEGUEIRO
Lepra do pessegueiro
Devido à instabilidade do tempo continuamos a
recomendar a protecção da cultura, segundo as
indicações da circular anterior.
VI�HA
Traça da uva (Apenas confusão sexual)
Se aplica o método da confusão sexual, para a traça da
uva, está na altura de colocar os difusores. �ão é
necessário efectuar qualquer tratamento
insecticida.
A Equipa Técnica da EADão
03/12 Viseu, 21 de Março de 2012
ATENÇÃO SENHOR VITICULTOR
-----------------------
Período de Candidaturas ao Regime de Apoio à Reconversão e
Reestruturação da Vinha
- Campanha 2012/2013 -
Despacho n.º 1722/2012, de 6 de Fevereiro
A Portaria n.º 1144/2008, de 10 de Outubro, republicada pela Portaria n.º 495 -
A/2010, de 13 de Julho, e alterada pela Portaria n.º 281/2011, de 17 de Outubro,
estabelece, para o continente, as normas complementares de execução do regime
de apoio à reestruturação e reconversão das vinhas.
Nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 11.º e no artigo 12.º, o prazo para
receção das candidaturas para as campanhas seguintes a 2010 -2011 bem como o
prazo de decisão são definidos por despacho do membro do Governo responsável
pelas áreas da agricultura, do desenvolvimento rural e das pescas.
Considerando que esta medida tem tido grande recetividade junto do sector,
justifica -se que os prazos sejam ajustados à realidade, criando condições aos
viticultores para uma melhor execução da medida.
Assim, nos termos do n.º 2 do artigo 11.º e do artigo 12.º da Portaria n.º
1144/2008, de 10 de Outubro, republicada pela Portaria n.º 495 -A/2010, de 13 de
Julho, e alterada pela Portaria n.º 281/2011, de 17 de Outubro, e no uso das
competências que me foram delegadas pela Ministra da Agricultura, do Mar, do
Ambiente e do Ordenamento do Território através do Despacho n.º 12412/2011,
publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 181, de 20 de Setembro de 2011,
determino:
1 — A receção de candidaturas, para a campanha de 2012 -
2013, inicia -se na data de entrada em vigor do presente
despacho e termina a 30 de Abril de 2012.
2 — As candidaturas apresentadas para a campanha de 2012 -
2013 são decididas até 31 de Agosto de 2012.
3 — O presente despacho entra em vigor no dia seguinte ao da sua
publicação (7 de Fevereiro de 2012).
1
Direcção de Serviços de Agricultura e Pescas
Divisão de Protecção e Qualidade da Produção Estação de Avisos do Dão / 2012
FUNGICIDAS HOMOLOGADOS PARA O PEDRADO DA MACIEIRA E PEREIRA
Substância activa
Modo de acção
Protecção Integrada
Intervalo de Segurança
IS (dias) Produtos comerciais
bitertanol 1 Sistémico, com
acção preventiva e curativa
Máximo 4 aplicações
21
BAYCOR S
bitertanol 1 + dodina
Sistémico, com acção preventiva e
curativa
Máximo 2 aplicações
21
BAYCOR PLUS
boscalide + piraclostrobina 3
Sistémico, com acção preventiva e
curativa
Máximo 2 aplicações
7 BELLIS *
captana 2 Contacto, com acção
preventiva Sim
21
MERPAN 80 WG · CAPTANA SELECTIS ·
CAPTANA SAPEC DF · CAPTANA SAPEC 83 ·
CAPTAN · MALVIN 83 WP · MERPAN 480 SC · PERCAPTA
captana + trifloxistrobina 3
Sistémico, com acção preventiva e
curativa
Máximo 2 aplicações
21 FLINT PLUS
ciprodinil 3 Sistémico com acção preventiva e curativa
Máximo 2 aplicações
Aplicar até ao fim
da floração CHORUS 50 WG
cresoxime-metilo 3
Sistémico com acção predominantemente preventiva e também
curativa
Máximo 3 aplicações
28 STROBY WG
difenoconazol 1 Sistémico com acção preventiva e curativa
Máximo 4 aplicações
14 SCORE 250 EC
ditianão Contacto com acção
preventiva e erradicante
Sim 21 DELAN SC · DELAN 70 WG
FADO WG · FADO · PROTECTOR · DICTUM
dodina Contacto com acção preventiva e curativa
Sim 14
DODIVAL (a) · SYLLIT 65 WP · SYLLIT 400 SC
enxofre 4 Contacto, com acção preventiva e curativa
Sim - Vários
fenebuconazol 1 Sistémico com acção preventiva e curativa
Máximo 2 aplicações
28
INDAR 5 EW
fluquincozanol + pirimetanil 1
Sistémico com acção preventiva e curativa
Máximo 2 aplicações
56 VISION
folpete Contacto com acção
preventiva Sim 21
FOLPETIS WG · FOLPAN 80 WDG · BELPRON F-50 ·
FOLPAN 50 WP AZUL · FOLPEC 50 · FOLPEC 50 AZUL ·
FOLPAN 500 SC
mancozebe Contacto com acção
preventiva
Máximo 2 aplicações
consecutivas
28
CAIMAN WP · MANCOZAN · MANFIL 80 WP ·
NUTHANE · PENNCOZEB 80 · DITHANE M-45 · FUNGÉNE
· MANCOZEBE SAPEC · MANCOZEBE SELECTIS ·
MANGAZEB · MANZENE · MANCOZEB 80 VALLÉS ·
NUFOSEBE 80 WP · DITHANE NEOTEC · MANFIL 75 WG ·
PENNCOZEB DG · STEP 75 WG · NUFOSEBE 75 DG ·
FUNGITANE (b) · FUNGITANE AZUL (b)
mancozebe + tebuconazol 1
Sistémico com acção preventiva e curativa
Máximo 2 aplicações
consecutivas
28
FOX MZ · TEBUTOP MZ
metirame Contacto com acção
preventiva
Máximo 2 aplicações
consecutivas
28
POLYRAM DF
2
Direcção de Serviços de Agricultura e Pescas
Divisão de Protecção e Qualidade da Produção Estação de Avisos do Dão / 2012
propinebe Contacto com acção
preventiva
Máximo 2 aplicações
consecutivas
28
ANTRACOL
tebuconazol 1 Sistémico com acção preventiva e curativa
Máximo 4 aplicações
consecutivas
21
FOX WG ADVANCE · LIBERO TOP · MYSTIC 25 WG
· TEBUTOP · ORIUS 20 EW · FRUTOP 25 EW · FEZAN
tetraconazol 1 Sistémico com acção preventiva e curativa
Não 7 DOMARK
tiofanato-metilo 4, 5 Sistémico com acção preventiva e curativa
Máximo 1 aplicação
14 TOCSIN WG
tirame 6 Contacto com acção
preventiva
Máximo 2 aplicações
consecutivas 35
THIANOSAN · FERNIDE WG · FERNIDE WP · POMARSOL
ULTRA D · TM 80 · TIDORA G ·
URAME 80WG
trifloxistrobina 3
Sistémico com acção predominantemente
preventiva mas também curativa
Máximo 3 aplicações
consecutivas 14 CONSIST · FLINT
zirame Contacto, com acção
preventiva
Sim Máximo 2 aplicações
28 THIONIC WG · ZICO · ZIDORA AG
Fonte: site oficial da DGADR consultado a 15/02/2012 e actualização de Dezembro de 2011 dos produtos fitofarmacêuticos aconselhados em Protecção Integrada
A CONSULTA DESTA LISTA NÃO DISPENSA A LEITURA DO RÓTULO DAS EMBALAGENS
1) Efectuar no máximo 4 aplicações anuais, no conjunto das doenças visadas, com este produto ou outro do mesmo grupo (DMI);
2) Não utilizar em macieiras das cultivares do grupo ‘Delicious’ nem da ‘Wine sap’ ou outras susceptíveis;
3) Número máximo de 3 tratamentos por cultura e no conjunto das finalidades com este ou outro fungicida com o mesmo modo
de acção;
4) Tratamento destinado ao combate do pedrado e oídio;
5) Máximo 1 aplicação;
6) Não efectuar mais de 4 aplicações após o fim da floração;
* Homologado só para a cultura da pereira
a) Em esgotamento de existências até 30/05/2012
b) Em esgotamento de existências até 31/12/2012
PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS AUTORIZADOS PARA COMBATE DE
BATATA EM AGRICULTURA CONVENCIONAL E EM PROTECÇÃO INTEGRADA.
Substância ativa
Form.
Concentração
(g s.a. / hl) Dia
acetamiprida ℗
(4) (13) SG 3-5
bifentrina ℗
(5) (14) EC 4-5
tiaclopride ℗
(1) (13) SC
150 ml pc/ha (12)
21
℗ Permitido temporariamente. Só são permitidas, por substância ativa e por finalidade, no máximo duas aplicações por ciclo cultural, quando aplicável.
(*) Consultar lista de cancelamento de uso para produtos comerciais disponível no site da DGADR www.dgad
PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS AUTORIZADOS PARA COMBATE DE EM AGRICULTURA CONVENCIONAL E EM PROTECÇÃO INTEGRADA.
INSETICIDAS E ACARICIDAS
IS Dias
Nome comercial
Classif.
Nº de aplicaçõ
es
Epitrix similaris
7 EPIK SG N
Máximo duas
aplicações
(4) Tratar ao aparecimento da praga.
(13) Para os produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos neonicotinóidesduas aplicações, por ciclo cultural e para o total das finalidaaplicável.
7 TALSTAR (*) Xn; N
Máximo uma
aplicações
(5) Efetuar o tratamento aos primeiros sinais de ataque da praga, efetuando no máximo uma aplicação por campanha
(14) Para produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos piretróidesaplicações, por finalidade e por ciclo cultural, quando aplicável
21 CALYPSO Xn; N
Máximo duas
aplicações
(1) Aplicar no início da infestação e repetir se necessário.
(12) oude água, para um volume de calda de 500L/ha.
(13) Para os produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos neonicotinóides, só são permitidas duas aplicações, por ciclo cultural e para o total das finalidaaplicável.
Permitido temporariamente. Só são permitidas, por substância ativa e por finalidade, no máximo duas aplicações por ciclo
Consultar lista de cancelamento de uso para produtos comerciais disponível no site da DGADR www.dgad
PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS AUTORIZADOS PARA COMBATE DE Epitrix EM EM AGRICULTURA CONVENCIONAL E EM PROTECÇÃO INTEGRADA..
Condições de utilização
(4) Tratar ao aparecimento da praga.
(13) Para os produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos neonicotinóides, só são permitidas duas aplicações, por ciclo cultural e para o total das finalidades, quando aplicável.
(5) Efetuar o tratamento aos primeiros sinais de ataque da praga, efetuando no máximo uma aplicação por campanha
(14) Para produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos
iretróides, só são permitidas duas aplicações, por finalidade e por ciclo cultural, quando aplicável.
Aplicar no início da infestação e repetir se necessário.
(12) ou seja 30 ml de Calypso/100 L de água, para um volume de calda de 500L/ha.
(13) Para os produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos neonicotinóides, só são permitidas duas aplicações, por ciclo cultural e para o total das finalidades, quando aplicável.
Permitido temporariamente. Só são permitidas, por substância ativa e por finalidade, no máximo duas aplicações por ciclo
Consultar lista de cancelamento de uso para produtos comerciais disponível no site da DGADR www.dgadr.pt
Epitrix similaris Gentner, é um pequeno coleóptero crisomelídeo pertencente à sub-
família das álticas, ou “pulguinhas”, cujas larvas causam estragos nos tubérculos de
batateira, roendo galerias superficiais sinuosas com uma aparência muito característica.
É uma espécie exótica de origem norte-americana que foi identificada pela primeira vez
em Portugal em 2008, pensando-se que terá sido introduzida acidentalmente em 2004,
na região do Porto.
Epitrix similaris tem uma morfologia e uma biologia muito semelhantes à de outras
espécies americanas do género Epitrix que atacam a batateira nos EUA e no Canadá,
nomeadamente E. tuberis, E. subcrinita e E. cucumeris. Esta última espécie foi também
identificada em Portugal Continental, em 2008. Contudo, o seu contributo para os
estragos observados em batata no País não foi ainda elucidado.E. similaris sobre folha de batateira
1- Origem e distribuição geográficaEpitrix similaris é uma espécie originária dos EUA, onde foi descrita
em 1944, a partir de material colhido em batateira na região da
Califórnia (EUA).
A distribuição geográfica conhecida de E. similaris resume-se à
Califórnia (EUA), a Portugal Continental (zonas do Porto, Vale do
Mondego, Vale do Tejo, Oeste) e ao sul da Galiza (Espanha).
Contudo, foram referidos estragos típicos de epitrix também no
interior do País (Covilhã e Chaves). A espécie E. cucumeris tem
uma distribuição mais vasta no continente americano, encontrando-
se também estabelecida nos Açores, desde há três décadas, onde
até à data não foi associada a estragos em tubérculos.
2- BiologiaO insecto hiberna no estado adulto, normalmente
em refúgios situados fora da plantação de batata em
que se desenvolveu, nas fendas do solo, sob folhas
ou outros resíduos da cultura, em sebes ou em
margens não cultivadas. No início da Primavera, os
adultos hibernantes saem dos abrigos e retomam a
alimentação nas plantas solanáceas que estiverem
disponíveis, migrando para as batateiras depois da
emergência destas. Após o acasalamento e um
curto período de pré-oviposição, as fêmeas iniciam
a postura dos ovos no solo, junto dos caules da
batateira, de uma forma escalonada no tempo.
Depois da eclosão dos ovos, as larvas deslocam-se
para a zona radicular da batateira, onde completam
o seu desenvolvimento roendo raízes e a superfície
dos tubérculos. Terminada a fase larvar, as larvas
abandonam os tubérculos e transformam-se em
pupas, no solo. Das pupas emergem os adultos de
Verão, que dão início a uma nova geração de
insectos. O ciclo completo dura cerca de 6
semanas.Devido à grande longevidade dos adultos e ao escalonamento das posturas, o período de emergência dos adultos de
Verão pode ser longo e originar uma sobreposição desta geração com a geração hibernante.
Ciclo de vida de E. similaris em batateira
Epitrix similaris
Epitrix cucumeris
F. Q
uiri
no
C. B
oavi
da
Distribuição de E. similaris e E. cucumeris em Portugal em 2008
UIPP- BT / 04
BoletimTécnico
Pág. 1
Epitrix em Batateira – Epitrix similaris Gentner
3- MorfologiaOs adultos são uns pequenos coleópteros negros e ovais com um comprimento de
cerca de 2 mm. Observados à lupa binocular, podem revelar uma tonalidade
levemente acastanhada na parte posterior dos élitros. Estes são percorridos
longitudinalmente por fileiras de pêlos brancos muito curtos e fileiras de impressões
punctiformes. As antenas são filiformes, com 11 segmentos e, tal como as patas, são
um pouco mais claras que o resto do corpo. Os fémures das patas posteriores são
dilatados e sobressaem para os lados dos élitros. Os machos são geralmente
menores que as fêmeas. Os ovos são esbranquiçados, lisos e alongados. As larvas,
esbranquiçadas e finas, têm uma pequena cabeça castanha e patas curtas junto à
mesma. Embora no final do desenvolvimento, possam atingir 5 mm de comprimento,
são difíceis de observar por fugirem rapidamente dos tubérculos desenterrados. As
pupas são esbranquiçadas e difíceis de detectar devido ao seu pequeno tamanho e
localização no solo.
É de salientar que dada a grande semelhança morfológica existente entre os adultos
das espécies E. similaris e E. cucumeris, a identificação específica é tarefa de um
especialista, por se basear na observação microscópica de caracteres morfológicos
internos que requerem a dissecção dos insectos adultos.Adulto de E. similaris e detalhe da pontuação e pubescência elitral
4- HospedeirosPara além da batateira, E. similaris foi encontrado em Portugal noutras
plantas da família das solanáceas, tanto cultivadas como Solanum
melongena (beringela) e Solanum jasminoides, como espontâneas,
Solanum nigrum (erva-moira) e Datura stramonium (figueira do inferno).
A emergência dos adultos da geração de
Verão começa em Maio-Junho. Ao longo do
Verão, e possivelmente devido à diminuição
de batateiras para se reproduzirem, uma
proporção crescente dos adultos de E.
similaris refugia-se nos abrigos de
hibernação. Em Portugal foram observados
adultos activos até ao mês de Outubro, em
beringela e figueira-do-inferno, o que
poderá apontar para a existência de mais
do que duas gerações anuais. Os factores
do meio que contribuem para limitar o
desenvolvimento populacional da espécie
ainda são pouco conhecidos. Um factor
importante de mortalidade para os adultos
hibernantes parece ser o encharcamento
invernal do solo. Relativamente aos
inimigos naturais de E. similaris, em
Portugal foram observados adultos presos
em teias de aranha, no final do Verão. Dinâmica populacional de E. similaris em cultura de Primavera
núm
ero
de
adultos
C. B
oavi
da
Ataque de E. similaris em erva-moira
C. B
oavi
da
Epitrix em batateira – Epitrix similaris Gentner
5- Dinâmica populacionalEm Portugal encontram-se adultos activos desde Março. A colonização das batateiras por estes adultos que sobreviveram durante
o Inverno (geração hibernante) começa cedo, logo após a emergência, iniciando-se geralmente por focos localizados nas
bordaduras do campo. Contudo, no caso de uma plantação muito atacada pela praga no ano precedente, podem ocorrer
igualmente focos no interior da mesma, com origem em locais onde os adultos tenham hibernado, nomeadamente resíduos de
batatas “secundeiras” ou de infestantes.
Pág. 2
6- Estragos e importância económicaOs adultos roem numerosos orifícios pequenos e redondos nas
folhas (“crivado”). Estes estragos normalmente não afectam o
desenvolvimento da planta nem a formação dos tubérculos. As
larvas, pelo contrário, podem causar danos importantes, roendo
raízes e a superfície dos tubérculos, que fica marcada por sulcos
estreitos e sinuosos. Nalguns casos, as mordeduras são pontuais,
prolongando-se para o interior do tubérculo numa curta galeria
escura, ou numa cunha, com poucos milímetros de profundidade.
Embora estes estragos sejam geralmente removíveis pelo descasque
da batata, podem ser mais profundos, aumentando os desperdícios
de polpa, dificultando o processamento industrial dos tubérculos,
provocando a rejeição por parte do consumidor e causando prejuízos
económicos aos produtores. Não há registo de queixas de alterações
ao nível do sabor dos tubérculos. No Canadá considera-se o nível de
5% de tubérculos atacados por uma espécie próxima desta (E.
tuberis) como aceitável, sem incorrer na desvalorização da produção.
As colheitas temporãs são normalmente menos afectadas por
escaparem à multiplicação populacional que ocorre ao longo da
safra.
7- Meios de controloA estratégia mais indicada para controlar as populações de E. similaris é preventiva e assenta na utilização de medidas
culturais, que diminuem as populações do insecto de ano para ano.
Com os procedimentos culturais, designadamente a rotação da batateira com culturas não solanáceas, a eliminação
das “batatas-filhas” e a remoção dos resíduos da batateira e das infestantes no final da cultura, criam-se condições
desfavoráveis à sobrevivência e multiplicação dos insectos na parcela cultivada e nas zonas adjacentes. Foi demonstrado
no Canadá que as populações da espécie E. tuberis são significativamente maiores nos campos de batata que se
sucedem a culturas de batata, do que nos campos em que as culturas de batateira são espaçadas entre si no tempo, em
rotação com culturas não solanáceas. Foi igualmente observado que pequenas populações da mesma espécie podem
manter-se activas numa parcela depois da colheita, quando são deixadas batatas esquecidas e pilhas de resíduos da
cultura, que vão germinar e fornecer alimento ao insecto, para além de abrigos para hibernação. Quando viável, o cultivo
de variedades temporãs de batata pode ser utilizado como um recurso para minimizar estragos, por permitir adiantar a
colheita e, deste modo, fugir à exposição dos tubérculos às populações mais densas do insecto.
Quando as medidas culturais se revelem insuficientes, ou não sejam possíveis de realizar, e perante a presença de
grandes populações, o recurso a tratamentos com produtos insecticidas, repelentes ou fago-inibidores pode ter que ser
considerado.
O tratamento visa os adultos da geração hibernante e respectivas posturas. Para ser mais eficaz, deverá ser realizado no
início da colonização das batateiras pelos insectos. Numa parcela com rotação de culturas adequada será, na maior parte
das vezes, suficiente tratar apenas as primeiras linhas de uma ou mais bordaduras. Os produtos com base em
substâncias activas piretróides e neonicotinóides são eficazes. Os produtos organofosforados, apesar de também serem
eficazes, têm uma persistência de acção menor que os produtos anteriores e são ecotóxicos. Em agricultura biológica
podem usar-se insecticidas com base em azadiractina que também têm acção fago-inibidora.
Exemplo de utilização de plantação-armadilha
Locais de
hibernação
Cultura da
batateira
Batateiras-armadilha
Outra hipótese de controlo possível consiste
em plantar numa faixa exterior da parcela uma
segunda variedade de batata, mais temporã
que, emergindo mais cedo do que a cultura,
funcionará como uma armadilha, atraindo os
adultos ao saírem dos refúgios de hibernação.
Aí poderão ser facilmente eliminados com um
tratamento localizado, reduzindo-se assim o
ataque na cultura propriamente dita e a
necessidade de tratar áreas mais extensas da
parcela.
José Júlio Correia
C. Boavida
Epitrix em batateira – Epitrix similaris Gentner
Pág. 3
Estragos na parte subterrânea e na parte aérea da planta
Nos EUA, a espécie E. tuberis revelou ser uma praga com tendência para desenvolver resistência a insecticidas. Para reduzir a
pressão de selecção e contrariar o aparecimento de resistência deve aplicar-se insecticida apenas com base na presença da praga
ou num historial conhecido de pressão da praga num local. No caso de ser necessário realizar mais do que um tratamento durante
o período cultural, é imperativo alternar insecticidas com diferentes modos de acção e nunca tratar a mesma geração do insecto
mais do que uma vez com produtos dotados do mesmo modo de acção.
Comparação do efeito da época de tratamento na dinâmica populacional de E. similaris em cultura de Primavera
8- MonitorizaçãoA monitorização da parcela para detectar a presença de adultos permite fundamentar a necessidade de tratar, ou não. O primeiro
sinal da presença dos adultos de E. similaris é o aparecimento de um crivado miudinho nas folhas das batateiras e das infestantes
das bordaduras. A observação atenta da folhagem revela a presença dos coleópteros, que podem fugir rapidamente, quando
incomodados, dando um salto vigoroso. Como a colonização pelos adultos da geração hibernante tem início nas bordaduras, a
monitorização deverá começar nestas, a partir da emergência da batateira, para detectar perfurações e adultos. Semanalmente,
observa-se cuidadosamente a folhagem das batateiras das primeiras filas e cabeceiras das bordaduras, em 4-5 locais por
bordadura, e mais tarde, quando as plantas atingem cerca de 30 cm de altura também em 4 locais suplementares no centro da
parcela. Em cada um destes locais, observam-se 10 plantas seguidas numa linha, durante cerca de 5 segundos cada. No Canadá,
quando as batateiras atingem cerca de 30 cm de altura, a monitorização passa a ser feita com um saco de batimento. O nível
económico de ataque não foi ainda estabelecido em Portugal, pelo que se recomenda tratar ao aparecimento do insecto, mas
apenas as bordaduras atacadas. De facto, no Canadá, em campos com rotações e limpeza bem executadas, a monitorização é
feita só nas linhas das bordaduras, numa faixa de 15-20 metros de largura. Se o nível económico de ataque (n.e.a.) for atingido o
tratamento é então realizado, exclusivamente nesta faixa.
Autor: Conceição Boavida - INRB,IP Março / 2010.
Agradecimentos: a José Júlio Correia (Cooperativa Agrícola de Coimbra) e a Rita Teixeira (INRB.I.P.), pela cedência de fotografias.
Bibliografia: Ambrosino, M. (2008). Flea Beetle Pest Management for Organic Potatoes. EM 8947 – January, Extension Service, Oregon State
University. :: Boavida C. e Germain J.-F. (2009. Identification and pest status of two exotic flea beetle species newly introduced in Portugal: Epitrix
similaris Gentner and Epitrix cucumeris (Harris). Bulletin OEPP/EPPO Bulletin 39: 501-508. :: Cranshaw, W.S. (2008). Flea Beetles. Quick facts…
Colorado State University Extension. on-line em http://www.ext.colostate.edu/pubs/insect/05592.html, em 12/11/2008 :: Cusson, M., Vernon, R. S.
e Roitberg, B. D. (1990). A Sequential Sampling Plan for Adult Tuber Flea Beetles (Epitrix tuberis Gentner): Dealing with “Edge Effects”. Can. Ent.
122: 537-546. :: Gentner L. G. (1944). The black flea beetles of the genus Epitrix commonly identified as cucumeris (Harris) (Coleoptera:
Chrysomelidae). Reprinted from Proceedings of the Entomological Society of Washington 46 (6): 137-149. :: Kabaluk, J. T. e Vernon, R. S. (2000)
Effect of Crop Rotation on Populations of Epitrix tuberis (Coleoptera: Chrysomelidae) in Potato. J. Econ. Entomol. 93 (2): 315-322.
Epitrix em batateira – Epitrix similaris Gentner
Pág. 4
Inicio da colonização por E. similarisPlantas com mais de 30 cm de altura
Exemplo do procedimento para realizar a monitorização ( grupos de 10 plantas)
Dinâmica da população não tratadaDinâmica da população tratada n
úm
ero
de a
dultos
núm
ero
de a
dultos
tempotempo
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