01 material d tti comunicação e expressão jul 2010
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Curso
Tcnico em Transaes Imobilirias
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa
Elaborao: Equipe Tcnica da Escola CEAD
Documento de Propriedade do CEAD
Todos os direitos reservados
Nos termos da legislao sobre direitos autorais, proibida a reproduo total
ou parcial deste documento, por qualquer forma ou meio eletrnico ou mecnico,
inclusive por processos xerogrficos de fotocpia e gravao sem a
permisso expressa e por escrito do CEAD Centro de Ensino a Distncia
Copyright 2010 All Rights Reserved. Todos os Direitos Reservados.
Julho de 2010
-
APRESENTAO
O presente material contm informaes bsicas sobre comunicao e expresso em Lngua
Portuguesa, as quais so indispensveis ao exerccio da profisso de Tcnico em Transaes
Imobilirias.
Ele est dividido em quatro captulos organizados em duas partes: terica e prtica, contendo
exerccios de fixao ao trmino de cada captulo.
O primeiro captulo define a linguagem, enquanto o segundo trabalha a diversidade textual,
enfatizando a narrao, a descrio e a dissertao. Textos tcnicos, cujas estruturas servem como
base para a produo de textos de mesma finalidade, so apresentados no terceiro captulo. Por fim,
o quarto captulo apresenta os elementos gramaticais que trazem maiores dificuldades no estudo da
Lngua Portuguesa.
Dessa forma, espera-se que este material estimule o aluno a completar sua formao e o auxilie em
seu cotidiano profissional.
Bons estudos!
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NDICE CAPTULO 1 - LINGUAGEM E COMUNICAO ................................................................................ 1
1.1 LINGUAGEM, LNGUA E FALA DEFINIO E FUNO .................................................... 1
1.2 INSTRUMENTO DE AO ...................................................................................................... 1
1.3 PROCESSO ............................................................................................................................. 2
1.4 DIVERSIDADE ......................................................................................................................... 2
Exerccios ...................................................................................................................................... 4
Respostas ...................................................................................................................................... 6
CAPTULO 2 TEXTO ........................................................................................................................ 7
2.1 INTRODUO ......................................................................................................................... 7
2.1.1 JULGAMENTOS E COMUNICAES OBJETIVAS ............................................................ 7
2.1.2 A ENTREVISTA COMO TCNICA DE COMUNICAO .................................................. 7
2.2 DIVERSIDADE TEXTUAL ........................................................................................................ 7
2.3 ADEQUAO VOCABULAR ................................................................................................... 8
2.4 SEMNTICA ............................................................................................................................ 8
2.4.1 SINOMNIA, ANTONMIA E POLISSEMIA ........................................................................ 8
2.5 RECURSOS DA EXPRESSO ESCRITA ............................................................................. 10
2.5.1 ELIMINAO DO QUESMO .......................................................................................... 10
2.5.2 COERNCIA ................................................................................................................... 11
2.5.3 COESO ......................................................................................................................... 11
2.5.4 HIERARQUIA DE IDEIAS ................................................................................................ 11
2.6 NARRAO ........................................................................................................................... 11
2.6.1 DEFINIO E ELEMENTOS DA NARRATIVA ............................................................... 11
2.6.2 TIPOS DE NARRADOR ................................................................................................... 12
2.6.3 TIPOS DE DISCURSO .................................................................................................... 12
2.7 DESCRIO .......................................................................................................................... 13
2.8 DISSERTAO ..................................................................................................................... 13
2.9 ARGUMENTAO E INTENCIONALIDADE ......................................................................... 13
Exerccios .................................................................................................................................... 14
Respostas .................................................................................................................................... 17
CAPTULO 3 TEXTO TCNICO ..................................................................................................... 18
-
3.1 PARAGRAFAO ................................................................................................................. 18
3.2 DIVERSIDADE E PECULIARIDADES ................................................................................... 19
3.2.1 BILHETES, AVISOS E TELEGRAMAS ............................................................................... 19
3.2.2 FORMULRIOS .................................................................................................................. 20
3.2.3 FORMULRIO DE REQUERIMENTO ................................................................................ 23
3.2.4 AUTORIZAO DE SERVIO ........................................................................................... 24
3.2.5 DECLARAO E RECIBO ................................................................................................. 25
3.2.6 CARTAS COMERCIAIS ...................................................................................................... 27
3.2.7 PLANEJAMENTO ............................................................................................................... 28
3.2.8 RELATRIO ....................................................................................................................... 28
Exerccios .................................................................................................................................... 30
Respostas .................................................................................................................................... 32
CAPTULO 4 ELEMENTOS GRAMATICAIS ................................................................................... 34
4.1 FRASE, ORAO E PERODO ............................................................................................. 34
4.2 ORTOGRAFIA ....................................................................................................................... 35
4.3 NOES DE ACENTUAO GRFICA ............................................................................... 37
4.3.1 NOES PRELIMINARES .............................................................................................. 37
4.3.2 REGRAS DE ACENTUAO .......................................................................................... 37
4.3.3 CRASE ............................................................................................................................ 38
4.4 PONTUAO ........................................................................................................................ 39
4.5 CONCORDNCIA VERBAL .................................................................................................. 40
4.6 CONCORDNCIA NOMINAL ................................................................................................ 41
4.7 REGNCIA ............................................................................................................................ 42
4.8 PRONOMES .......................................................................................................................... 46
Exerccios .................................................................................................................................... 50
Respostas .................................................................................................................................... 54
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................. 55
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -1
CAPTULO 1 - LINGUAGEM E
COMUNICAO
1.1 LINGUAGEM, LNGUA E FALA DEFINIO E FUNO
Desde o incio, o ser
humano sentiu
necessidade de reunir-se
em grupos para se
manter e se perpetuar
sobre a Terra. Nesse
contexto, a comunicao
tornou-se fundamental
para garantir a unio e a sobrevivncia do
grupo.
Para efetuar a comunicao, o ser humano
lanou mo de vrios sinais (signos) atravs
dos quais buscou exteriorizar o que pensava e
sentia dentro de si, criando a linguagem. Por
meios de sons, cores, gestos, desenhos,
palavras (cdigos), o homem consegue
transmitir seus sentimentos e pensamentos em
todas as situaes da vida.
Desse modo, a linguagem pode ser definida
como a faculdade que tem o homem de exprimir
seus estados mentais, por meio de um sistema
organizado de signos, em busca da
comunicao. Uma vez que ela implica a
expresso de novas ideias em momentos
diversos, a linguagem exclusiva do homem,
portanto, o elemento que o distingue dos
demais seres.
1.2 INSTRUMENTO DE AO
Dentre os vrios sistemas de comunicao, o
mais completo e natural, empregado na
comunicao humana a linguagem verbal ou
lngua. a nica modalidade de linguagem que
utiliza palavras (signos verbais) e o principal
cdigo atravs do qual os membros de uma
determinada sociedade se comunicam entre si.
um cdigo de signos convencionais, capaz de
expressar a realidade cultural de uma
comunidade e que aceito por ela e, de certa
maneira, imposto a seus membros como forma
de comunicao.
Sendo uma criao social, a lngua um
produto histrico. Ela evolui, transforma-se no
decorrer do processo de desenvolvimento da
comunidade que a utiliza, embora dificilmente
possam ser sentidas mudanas radicais durante
o perodo de vida de uma pessoa.
Cada comunidade lingustica possui um tipo de
lngua para sua comunicao; por isso, existem
vrias lnguas, como o ingls, o espanhol, o
russo, o portugus, entre tantas outras.
As lnguas apresentam-se sob duas formas com
caractersticas especficas:
Forma oral, que a forma bsica e originria.
Forma escrita, adquirida posteriormente pela
humanidade, mas que tem desempenhado um
papel importantssimo na manuteno e
transmisso das aquisies culturais dos povos.
A lngua , ento, um sistema de comunicao
formado por sons articulados (aqueles que so
produzidos pelo aparelho fonador humano), que
os membros de uma comunidade usam como
forma principal de comunicao.
Por outro lado, quando uma pessoa,
pertencente a uma dada comunidade lingustica,
a do portugus, por exemplo, expressa suas
ideias, utiliza o cdigo verbal estruturado
(lngua) de forma pessoal, individual,
escolhendo dentre vrias possibilidades
(vocabulrio, estrutura da frase etc.) aquelas
que lhe convm no momento, realizando um
enunciado.
A fala, ento, a utilizao individual da lngua
com vistas comunicao. um fenmeno
fontico (composto de sons vocais) e provm de
uma atividade psicofisiolgica do indivduo.
A representao grfica da fala a escrita. No
uma representao fiel, mas equivalente e
que, nas lnguas modernas, tem regras prprias.
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -2
1.3 PROCESSO
A comunicao verbal se refira da seguinte
forma: o emissor envia uma mensagem ao
receptor. Para que possa ser compreendida, a
mensagem requer: um contexto, isto , uma
situao a que ela se refere; um cdigo pelo
menos parcialmente comum entre o emissor e o
receptor e, finalmente, um canal que torne
possvel a comunicao.
No ato de comunicao verbal, podemos dar
mais nfase a um fator do que a outro. Da a
existncia de seis funes da linguagem:
emotiva, conativa, referencial, ftica,
metalingustica e potica. Vejamos a definio
de cada uma delas, exemplificando-as.
A funo emotiva centraliza-se no prprio
emissor, na primeira pessoa do discurso,
procurando expressar sentimentos e emoes.
O uso de interjeies e sinais de pontuao,
como o ponto de exclamao (!) e as reticncias
(...), caracterstica dessa funo da
linguagem.
Ex.: Oh! Meu bem, no me deixe to s...
A funo conativa concentra-se sobre o
receptor, na segunda pessoa (com quem se
est falando), procurando influenci-lo. O uso
do imperativo caracterstico dessa funo da
linguagem. Os anncios publicitrios, na
inteno de convencer o receptor, utilizam em
larga escala a funo conativa.
Ex.: Compre um carro e ganhe uma viagem.
A funo referencial concentra-se sobre o
contexto, no referente, e tem por finalidade a
prpria informao, procurando transmitir dados
da realidade de maneira objetiva. Utiliza,
sobretudo, a denotao.
Ex.: O plano econmico divulgado pelo
Governo relevante, por repor a reforma fiscal
na agenda do dia. Mas no passa de uma
tentativa de pacto entre Unio, Estado e
Municpios contra o contribuinte. FSP,
08/11/92.
A funo ftica centraliza-se no canal e tem por
finalidade estabelecer, prolongar ou interromper
o processo de comunicao. Quando
atendemos ao telefone e dizemos al,
estamos fazendo uso dessa funo da
linguagem.
Ex.: Ol, tudo bem?
Tudo bem, e voc?
A funo metalingustica concentra-se no
prprio cdigo: procura falar do prprio cdigo
ou verificar se ele comum ao emissor e ao
receptor.
Ex.: O que tpico frasal?
Tpico frasal a frase que indica o assunto
sobre o qual falamos no pargrafo.
A funo potica centraliza-se na prpria
mensagem.
Ex.: Minha terra tem
palmeiras
Onde canta o Sabi
As aves que aqui
gorjeiam
No gorjeiam como l.
(Gonalves Dias)
1.4 DIVERSIDADE
Conforme foi dito, anteriormente, a lngua
expressa a realidade cultural de uma
comunidade; dessa forma, podemos considerar
os nveis de linguagem.
Nvel culto / formal A linguagem verbal
utilizada com maior cuidado quanto ao
vocabulrio e s regras gramaticais.
Ex.: Se os governantes quiserem, podero
melhorar as condies de vida da populao.
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -3
Nvel coloquial a linguagem do dia-a-dia,
empregada em situaes informais.
Ex.: Ele precisa de grana.
Nvel tcnico Diferencia-se do nvel culto
porque utiliza a terminologia prpria de cada
cincia ou especializao profissional.
Ex.: ... a cmera de TV registra, friamente, o
que se passa, assim como os microfones
capta o som tal como emitido. Cmeras e
microfones no tm emoes, nem formao
cultural, nem background, nem opinies
logo, poderiam reproduzir, objetivamente, o
que est acontecendo. Ocorre, entretanto,
que, no caso do telejornalismo, a mediao
entre o fato e a verso dele que levada ao
ar multiplicou-se...
(Clovis Rossi. Introduo em O que
jornalismo. 4 ed. So Paulo: tica,1984)
Nvel popular Ligado identidade do
falante, sua escolaridade, sua profisso,
ao seu status social. As pessoas menos
favorecidas, que no tiveram instruo
escolar, usam, geralmente, a linguagem
popular.
Ex.: Nu stiu di Nh Maria tava tudo in rdi.
Nvel literrio o nvel mais elevado de
linguagem e usado pelos poetas,
romancistas, cronistas etc.
Ex.: Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
triste, e triste e fatigado eu vinha
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha.
(Olavo Bilac)
ABC do Serto
(Z Dantas e Luiz Gonzaga)
L no meu serto pros caboclo l
tm que aprender um outro abc
o jota ji, o le l
o sse si, mas o rre
tem nome de r
at o ypsilon l pssilone
o eme m, o ene n
o efe f, o g chama-se gu
Na escola engraado ouvir-se tanto
a, b, c, d
f, gu, l, m
n, p, qu, r
t, v e z.
Note que a letra de ABC do Serto relata o
uso da lngua no serto nordestino, valorizando
o abc materno da regio. No verso tm que
aprender um outro abc ntida a conscincia
dos autores ao afirmarem a existncia de um
ABC culto.
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -4
Exerccios
1. Leia atentamente as frases abaixo e
identifique o nvel de linguagem de
acordo com o cdigo:
a) Culto
b) Tcnico
c) Coloquial
1. ( ) E a, galera, a festa ta legal?
2. ( ) Dar-lhe-ia um carro.
3. ( ) Torno uma mquina-ferramenta
em que, devido ao movimento de
rotao dado s peas a serem
trabalhadas (madeira, marfim, metal),
se faz acabamento delas, dando-lhes
a forma cnica ou cilndrica, polindo-
as, retificando-as, com a ajuda de
ferramentas adequadas.
4. ( ) No saquei qual o lance.
5. ( ) Fi-lo porque quis.
2. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para
as afirmaes abaixo:
a. ( ) A linguagem a faculdade de exprimir sentimentos e/ou pensamentos por meio de signos verbais ou no verbais
b. ( ) A linguagem verbal a nica existente c. ( ) A fala a utilizao individual da
lngua d. ( ) A funo metalingustica centraliza-se
no falante/emissor e. ( ) A funo referencial tem por finalidade a
prpria informao f. ( ) No nvel popular a linguagem utilizada
com maior cuidado quanto aos vocabulrios e s regras gramaticais
3. Identifique a funo de linguagem
utilizada em cada um dos textos a
seguir:
1. Levanto-me, procuro uma vela, que a luz vai
apagar-se. No tenho sono. Deitar-me, rolar
no colcho at a madrugada, uma tortura.
Prefiro ficar sentado, concluindo isto. Amanh
no terei com que me entreter. (Graciliano
Ramos)
____________________________________
2. Por mais que voc se vista na moda, sem
um Technos no pulso, voc vai se sentir meio
despido. Ponha um Technos no pulso. Antes
que seu pulso caia de moda.
____________________________________
3. Mas o que mesmo uma bicicleta?
Bicicleta um veculo de duas rodas, sendo a
traseira acionada por um sistema de pedais
que movimentam uma corrente transmissora.
____________________________________
4. Posso ajud-lo, cavalheiro?
Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...
Pois no?
Um... como mesmo o nome?
Sim?
(Lus Fernando Verssimo)
____________________________________
4. Complete a cruzadinha da prxima
pgina identificando os nveis de
linguagem a seguir:
1. Nis num tava in casa._______________
2. Qual a tua, xar?__________________
3. As vitaminas se dividem em dois grupos:
a) Hidrossolveis encontram-se nos
meios aquosos;
b) Lipossolveis encontradas nos
lipdios.
(Bolsanello e Jos Daniel)
________________________________
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -5
4. De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
(Vincius de Moraes)
__________________________________
5. O homem vive atualmente um momento
especialmente difcil devido inverso de
valores.
(Auto desconhecido)
______________________________________
1- L
4- I
N
5 G
2- U
A
G
3- E
M
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -6
Respostas
I -
1 C 2 A 3 B 4 C 5 A
II -
a-V b-F c-F d-F e-F f-V
III -
1 Funo Emotiva 2 Funo Conativa /
Apelativa 3 Funo Referencial 4 Funo Ftica
IV -
1 Popular 2 Coloquial 3 Tcnico 4 Literrio 5 Culto
1- P O P U L A R
4- L I T E R A R I O
N
5 G
2- C O L O Q U I A L
U A
L G
T 3- T E C N I C O
O M
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -7
CAPTULO 2 TEXTO
2.1 INTRODUO
2.1.1 JULGAMENTOS E COMUNICAES
OBJETIVAS
As palavras so carregadas de diversos
sentidos. Portanto, necessrio cuidado ao
selecion-las, pois elas podem tornar um texto
enviesado, ou seja, pleno de julgamentos.
Julgamento toda forma de expresso que
traduz aprovao ou desaprovao do escritor
em face dos acontecimentos, pessoas e objetos
por ele descritos.
Ex.: No gostei da partida de futebol que acabei
de assistir.
Diferentemente, as comunicaes objetivas
podem ser observadas e verificadas por todos,
uma vez que so constitudas de fatos
geralmente admitidos.
Ex.: O jogo terminou empatado.
Por outro lado, as frases ou enunciados
podem ser objetivos ou parciais. Os enunciados
objetivos comunicam fatos; os enunciados
parciais expressam julgamentos e opinies.
Ex.: Meu vizinho vendeu o carro. (fato)
Parece que Maria saiu. (julgamento / opinio)
Comunicaes enviesadas podem ser evitadas
de diversas formas. Uma dessas , de posse de
um tema, listar argumentos que pretendam
causar uma ideia favorvel ao leitor ou ouvinte e
que pretendam questionar suas opinies
estabelecidas. Isto deve ser empregado, em
especial, na elaborao de redaes.
2.1.2 A ENTREVISTA COMO TCNICA
DE COMUNICAO
A entrevista consiste numa srie de perguntas
feitas por uma pessoa diretamente a outra ou a
um grupo. Existem dois tipos de entrevistas:
estruturada e no-estruturada. Chama-se de
estruturada a entrevista em que as perguntas
so planejadas previamente. Por outro lado, a
entrevista no-estruturada aquela em que as
perguntas so elaboradas durante a prpria
entrevista, de acordo com as necessidades.
Antes da entrevista necessrio determinar um
objetivo, escolher um momento adequado e os
meios que podero propici-la. Durante a
entrevista importante deixar o cliente
vontade, explicar a ele o motivo da entrevista e
ouvi-lo com ateno e interesse.
imprescindvel o cuidado com a postura e com
as reaes s colocaes do cliente.
Ora, o xito de uma entrevista depende, em
grande medida, da formulao das perguntas.
As perguntas podem ser usadas para estimular
o pensamento, aumentar a compreenso do
assunto, introduzir novos conceitos, corrigir
causas e efeitos, despertar o interesse, propor a
busca de novas alternativas e solues. Para
despertar ideias criativas, deve-se fazer
perguntas que proponham para a situao:
novos usos, modificao, aumento ou
diminuio, substituio, inverso e
reajustamento.
Seguem-se, abaixo, algumas caractersticas da
pergunta:
conciso: usar apenas as palavras
necessrias para expor as questes.
clareza: utilizar linguagem simples e direta;
uma coisa de cada vez.
objetividade: empregar forma direta e
precisa.
originalidade: despertar o interesse e poder
criador.
desafio: levar a pensar, relacionar, analisar,
avaliar, concluir e aplicar.
2.2 DIVERSIDADE TEXTUAL
Dependendo da inteno de quem escreve e do
objetivo a ser atingido, utilizamos formas e
contedos diferentes ao elaborarmos um texto
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -8
em prosa. Existem trs tipos ou gneros de
textos em prosa: narrao, descrio e
dissertao. Todos estes tipos podem ser
resumidos pela palavra redao.
As principais caractersticas desses trs tipos de
redao podem ser resumidas da seguinte
maneira
Narrao
apresenta fatos em sequncia (aes);
apresenta narrador, personagens, tempo,
espao, conflito, clmax e desfecho;
pode ser verdica ou verossmil.
Descrio
fornece caractersticas de pessoas, animais,
objetos, cenas etc.;
pode ser objetiva ou subjetiva;
baseia-se na apreenso de caractersticas
que podem ser captadas pelos sentidos.
Dissertao
expressa julgamento, avaliao, definio,
contestao, verificao;
divide-se em: introduo, desenvolvimento,
concluso;
apoia-se em fatos reais e argumentos.
2.3 ADEQUAO VOCABULAR
Redigir basicamente dar forma de frases s
ideias, a fim de que os leitores as
compreendam.
Segundo Othon Garcia, as palavras so o
revestimento das ideias; assim, quanto maior
for o nmero de palavras adequadas
expresso do pensamento de modo preciso,
claro e fiel, temos condies melhores de
reflexo e de assimilao de conceitos. No
entanto, somente o conhecimento de palavras
no basta para a expresso do pensamento.
preciso estudar gramtica para saber falar e
escrever adequadamente no captulo
Elementos Gramaticais voc estudar alguns
aspectos gramaticais importantes para a
expresso de ideias.
2.4 SEMNTICA
A palavra semntica, de acordo com o Aurlio,
o estudo das mudanas ou transladaes
sofridas, no tempo e no espao, pela
significao das palavras. A partir dessa
afirmao, podemos tratar de outros conceitos
importantes:
2.4.1 SINOMNIA,
ANTONMIA E
POLISSEMIA
As palavras so essenciais para expresso do
nosso pensamento. Portanto, para compreender
o que ouvimos e lemos indispensvel
conhecer o significado das palavras, ou seja,
seu significado preciso, pois uma mesma
palavra pode ter significados diferentes. O
contexto que delimita o significado de uma
palavra.
Quanto ao significado, as palavras podem ser:
sinnimas, antnimas, homnimas ou
parnimas.
Sinonmia trata das palavras sinnimas. As
palavras so consideradas sinnimas quando
apresentam uma semelhana de sentido e pode
substituir uma a outra no mesmo contexto.
Ex.: Como estava doente, recolheu-se ao
leito.
Podemos trocar a palavra leito por cama, sem
prejudicar o sentido geral da frase.
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -9
Antonmia trata das palavras antnimas. As
palavras so consideradas antnimas quando
expressam sentido contrrio.
Ex.: Pedrinho muito medroso.
Pedrinho muito corajoso.
Polissemia trata das palavras que assumem
vrios sentidos, ou seja, que podem assumir
vrios significados, dependendo do contexto em
que esto inseridas.
Ex.: mangueira tubo de borracha ou rvore;
pena compaixo, pluma ou punio.
Entre elas podemos citar as homnimas e as
parnimas.
Homonmia trata das palavras homnimas.
So homnimas quando so idnticas na
forma ou na pronncia, mas com significados
diferentes.
Ex.: O conserto deste carro ficar muito caro.
Nesta frase, conserto significa reparo.
Voc ir ao concerto de msica clssica no
domingo?
Nesta frase, concerto significa sesso
musical.
Para mame.
Para, mame.
Na primeira frase, a palavra para uma
preposio que significa destina-se mame.
Na segunda frase, a palavra para um verbo
que significa parar de falar.
Outros exemplos:
colher () talher
colher () pegar
manga fruto
manga parte do vesturio
censo de populao recenseamento
falta de senso insensato
seo de perfumaria
sesso de cinema
cesso de propriedade
coser costurar
cozer cozinhar
acentos grficos acentuao
assentos estofados - lugar para sentar
taxa de servios
tacha de sapateiro tachinha
Paronmia trata das palavras parnimas. So
palavras parnimas quando so muito
parecidas na forma.
Exe.:
Edifcio alto
Auto-retrato
Pego em flagrante.
Que flagra! (gria da juventude)
A descrio de uma pessoa.
A discrio demonstra respeito aos outros.
(discreto)
Vultoso volumoso
Vultuoso - com doena que provoca inchao
Trfego de veculos.
Trfico de drogas.
Discriminao de pedra preciosa. (separao)
Discriminao racial. (preconceito)
O emigrante parte para novas terras.
O imigrante chega ao novo pas.
Os ladres chegaram despercebidos. (sem
serem notados)
Mercearia desapercebida. (desabastecida)
Cidado eminente (clebre)
Perigo iminente (prestes a acontecer)
Como fragrante este bolo!
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -10
A fragrncia do perfume.
Pudim de calda.
Cauda do cometa.
O garom veio ao encontro dos fregueses.
(estar de acordo)
O carro bateu de encontro ao poste. (ir contra)
Infligir carto ao jogador. (aplicar)
Infringir a lei. (Violar)
Descriminao do acusado.
Descriminar o outro. (tirar a culpa)
O cavaleiro monta a cavalo.
O cavalheiro tem boas maneiras.
Quando eu vir o mar, ficarei feliz. (verbo ver)
Quando vier cidade, procure-me.
(verbo vir)
2.5 RECURSOS DA EXPRESSO ESCRITA
Algumas maneiras de melhorar a qualidade
comunicativa da redao:
Conciso: dizer o que necessrio para a
compreenso. So os seguintes
procedimentos que garantem a conciso:
eliminao de repeties ou informaes
redundantes; excluso de rodeios verbais
(circunlquios).
Harmonia: tornar a redao harmoniosa
preocupar-se desde a limpeza do trabalho at
a maneira de estruturar as frases de modo
que soem bem juntas. O recurso de harmonia
que vamos estudar a simetria entre as
frases ou suas partes. A simetria em termos
de palavras conhecida como paralelismo.
Paralelismo: recomenda que todos os
termos da frase que tm o mesmo valor
devem ter a mesma forma.
Ex.: No sa de casa por estar gripado e
por estar chovendo.
Os dois motivos esto colocados com a
mesma forma (por estar...).
Uso dos pares correlativos
So expresses que adicionam dois termos
ou oraes equivalendo conjuno e: no
s ... mas tambm; tanto ... quanto; no tanto
... quanto; ou ... ou; seja ... seja; etc.
Ex.: Quer seja dia, quer seja noite, os
hospitais esto a postos.
Uso de expresses explicativas
Indicam que vamos iniciar a explicao de
um termo anterior.
Ex.: Ele agiu com cortesia, ou seja, sendo
muito delicado.
Ele agiu com cortesia, ou seja, procedeu com
muita delicadeza.
Uniformidade no emprego dos verbos
Se empregarmos o verbo de uma orao em
um determinado tempo, pessoa ou voz,
devemos mant-los na mesma forma na frase
seguinte.
Ex.: Quando ficamos cansados de ler,
deve-se repousar por alguns instantes.
Uniformizando os verbos, no exemplo anterior,
temos;
Ex.: Quando ficamos cansados de ler, devemos
repousar por alguns instantes.
2.5.1 ELIMINAO DO QUESMO
Quesmo um vcio de linguagem. o uso
exagerado da partcula que. Na escrita, pode
ser eliminado por recursos estilsticos. Vamos
ver de forma concisa alguns processos que nos
permitem eliminar o quesmo:
Eliminar a conjuno integrante que aps
verbos que expressam ordem, desejo ou
splica.
Ex.: Desejo que voc vena. Desejo sua
vitria.
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -11
Escrever as oraes sob a forma reduzida.
Ex.: Havia muitas pessoas que trabalhavam
na empresa.
Havia muitas pessoas trabalhando na
empresa.
Substituir os pronomes relativos com
antecedentes pelos relativos sem
antecedentes do tipo quem, quanto, onde,
como.
Ex.:
A casa em que moro grande.
A casa onde moro grande.
Nominalizar a orao subordinada
substantiva, isto , torn-la um termo formado
por substantivos e adjuntos.
Ex.:
conveniente que voc esteja
presente.
conveniente sua presena.
2.5.2 COERNCIA
Coerncia o mesmo que ligao lgica entre
as palavras e as ideias, quer dizer, uso de
palavras e ideias que fazem sentido se ficarem
juntas. Para ser coerente, necessrio: no
usar palavras contraditrias; usar as conjunes
que liguem adequadamente as ideias e os fatos;
tomar cuidado para que uma frase no
contradiga as outras.
2.5.3 COESO
Por meio da coeso, feita a unio das partes
que compem o texto. Podemos classific-la
em:
a) Coeso referencial: determina como cada
parte do texto se refere a outras partes do
texto.
Ex.: Como foi dito no 3 pargrafo...
b) Coeso estrutural: direciona e d sentido
s ideias do texto enquanto cria relaes de
oposio, adio, concluso etc, com o
emprego de determinadas conjunes.
Ex.: Embora estivessem cansados, foram
festa.
As relaes textuais visveis que a coeso traz
ao texto reforam a ideia de que a gramtica
ajuda a dar sentido ao texto.
2.5.4 HIERARQUIA DE IDEIAS
Hierarquia de ideias ou gradao um recurso
que se baseia em suas disposies de ideias
em ordem crescente ou decrescente de
importncia. Veja o exemplo abaixo:
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer,
tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.
( Vieira)
2.6 NARRAO
2.6.1 DEFINIO E ELEMENTOS DA
NARRATIVA
Damos o nome de narrao ao texto em que algum o narrador relata uma histria imaginada ou presenciada por ele. Alm disso, o narrador pode contar uma histria da qual tenha participado. Numa narrao, tambm podemos encontrar personagens agindo num certo espao, durante um determinado tempo. O encadeamento dos fatos que ocorrem numa narrativa compe o enredo. Assim, os elementos integrantes de um texto
narrativo so:
narrador: aquele que conta a histria;
personagens: seres que vivem as aes
narradas;
enredo: encadeamento dos fatos numa
narrativa;
tempo: o momento em que as aes
ocorrem;
espao: o lugar onde acontece a histria.
Acrescentemos que o texto abaixo constitui um
exemplo de narrao:
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -12
O socorro
Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profisso coveiro era cavar. Mas, de repente, na distrao do ofcio que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e no conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, no conseguiria sair. Gritou. Ningum atendeu. Gritou mais forte. Ningum veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite, sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, no se ouvia um som humano, embora o cemitrio estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Deitado no fundo da cova, o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabea bria apareceu em cima, perguntou o que havia: O que que h? O coveiro ento gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrvel! Mas, coitado! condoeu-se o bbado Tem toda razo de estar com frio. Algum tirou a terra de cima de voc, meu pobre mortinho! E, pegando a p, encheu-a de terra e ps-se a cobri-lo cuidadosamente.
(Millr Fernandes)
2.6.2 TIPOS DE NARRADOR
O narrador um elemento central de um texto
narrativo, porque com ele a narrao pode ser
feita em terceira pessoa ou em primeira. A
narrao em terceira pessoa apresenta um
narrador que est fora dos acontecimentos
relatados. Muitas vezes esse narrador conhece
os sentimentos e as emoes das personagens.
Nesse caso, o narrador em terceira pessoa
considerado onisciente.
Por outro lado, a narrao em primeira pessoa
traz um narrador que est dentro do
acontecimento relatado.
2.6.3 TIPOS DE DISCURSO
H vrias formas de tratar as falas das
personagens numa narrativa. O narrador pode
utilizar os seguintes expedientes:
discurso direto: o narrador interrompe sua narrao e reproduz as falas das prprias personagens. No discurso direto, a fala da personagem geralmente acompanhada por um verbo de elocuo (dizer, falar, responder etc.) e por sinais de pontuao (dois pontos e travesso). Ex.: Rubens respondeu:
No posso viajar neste final de semana.
discurso indireto: o narrador reproduz com suas palavras aquilo que teriam dito as personagens. Tambm ocorre no discurso indireto algum verbo de elocuo, mas no h sinais de pontuao. Estes so substitudos por conectivos que introduzem oraes subordinadas. Assim, a subordinao uma marca do discurso indireto. Ex.: Rubens respondeu que no podia viajar
naquele final de semana.
discurso indireto livre: combina os dois tipos de discurso anteriores, mesclando as intervenes do narrador e as falas das personagens. Isto significa que no discurso indireto livre a fala da personagem no indicada por verbo de elocuo ou por sinais de pontuao. Trata-se de uma forma de narrar econmica e dinmica, pois permite mostrar e contar os fatos a um s tempo.
Ex.: No se conformou: devia haver engano.
Ele era bruto, sim senhor, via-se
perfeitamente que era bruto, mas a mulher
tinha miolo. Com certeza havia um erro no
papel do branco. No se descobriu o erro, e
Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida
inteira assim no toco, entregando o que era
dele de mo beijada! Estava direito aquilo?
Trabalhar como negro e nunca arranjar uma
carta de alforria. (Graciliano Ramos, Vidas
Secas)
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -13
2.7 DESCRIO
Ao utilizarmos a linguagem verbal para construir
imagens que representam seres, objetos ou
cenas, assumimos uma atitude lingustica que
se chama descrio. Nesta, elaboramos um
retrato da coisa descrita por meio de palavras,
fazendo com que o leitor perceba caractersticas
marcantes do ser descrito, de modo a no
confundi-lo com nenhum outro. Assim,
predominam na descrio adjetivos e verbos de
estado.
A caracterizao de um personagem pode ser
feita por meio de descrio fsica ou psicolgica.
Ex.: Era um homem alto, magro e triste.
2.8 DISSERTAO
Na dissertao, apresentamos um ponto de vista acerca de um tema proposto. A dissertao permite, portanto, a expresso da opinio daquele que produz o texto. Mas esta opinio precisa ser defendida por meio de uma argumentao. Portanto, a argumentao constitui o elemento mais importante da dissertao. A fim de tornar mais clara a exposio da opinio, o contedo de uma dissertao pode ser dividido em trs partes: introduo - definio do tema ou da ideia a
ser abordada;
desenvolvimento ou argumentao -
apresentao dos argumentos, exemplos e
dados necessrios defesa;
concluso: - retomada coerente dos
argumentos expostos no desenvolvimento.
Ex.: Embora o lixo gerado pelo homem ameace
engolf-lo, outras mudanas, menos drsticas,
mas igualmente perigosas ao ambiente, so
provocadas pelos esforos de produo de
alimentos e explorao de recursos naturais. Os
inseticidas e pesticidas j envenenaram muitos
animais, perturbando ainda todo o equilbrio
natural entre a caa e os predadores. A
agricultura mal executada, excesso de gado nas
pastagens, desmatamento descontrolado e a
abertura de minas j arruinaram milhares de
alqueires de solo, permitindo que a eroso
rapidamente transformasse terras frteis em
desertos. Muitas espcies animais
desapareceram, vtimas do progresso. O lado
negativo da atividade do homem, por mais
assustador que parea, no deve levar ao
desespero. antes, um aviso: ter muito cuidado
na caminhada para o futuro.
(In:O Planeta Terra. So Paulo, Ed. Abril, p.1)
2.9 ARGUMENTAO E INTENCIONALIDADE
A argumentao tem como objetivo convencer,
persuadir ou influenciar o leitor ou ouvinte, de
que ns que estamos com a verdade, por
meio da apresentao de razes evidenciadas
por meio de provas concretas (fatos, exemplos,
ilustraes, dados estatsticos, testemunhos
fidedignos) e luz de um raciocnio coerente e
consistente. ao serem colocadas no papel ideias
que indicam um ponto de vista a respeito de um
assunto, preciso saber aonde se quer chegar
com a apresentao de informaes e
afirmaes. a inteno do discurso que
determina qual o rumo da conversa. Assim,
precisamos perguntar: Para que estamos
escrevendo? Qual o objetivo do nosso texto? O
que queremos mostrar com o texto?
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -14
Exerccios
1. (Fuvest) Assinale a alternativa que
preenche corretamente as lacunas:
Estava__________________________ a
_______________da guerra, pois os homens
__________________________ nos erros do
passado.
a)( ) eminente / defraglao / incidiram.
b)( ) iminente / deflagrao / reincidiram.
c)( ) eminente / conflagrao / reincidiram.
d)( ) preste / confraglao / incidiram.
e)( ) prestes / flagrao / recindiram.
2. (Fuvest) Indique a alternativa correta:
a)( ) O ladro foi apanhado em flagrante.
b)( ) Ponto a intercesso de duas linhas.
c)( ) As despesas da mudana sero
vultuosas.
d)( ) Assistimos a uma violenta coalizo de
caminhes.
e)( ) O artigo incerto na Revista das Cincias
foi lido por todos ns.
3. (Fuvest) Assinale a alternativa que
preenche corretamente as lacunas
No ltimo __________ da orquestra
sinfnica, houve ____________________
entre os convidados, apesar de ser uma festa
____________________________________
a) ( ) conserto / flagrantes
descriminaes / beneficente.
b) ( ) concerto / fragrantes discriminaes
/ beneficiente.
c) ( ) conserto / flagrantes
descriminaes / beneficente.
d) ( ) concerto / fragrantes discriminaes
/ beneficente.
e) ( ) concerto / flagrantes discriminaes
/ beneficente.
4. Reformule o perodo a seguir eliminando o
quesmo:
O patro ordenou que cheguemos cedo, que
faamos o servio e que deixemos tudo em
ordem.
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
5. Os pares de palavras abaixo so
parnimos exceto:
a)( ) trfego trfico
b)( ) infligir infringir
c)( ) seo sesso
d)( ) flagrante fragrante
6. Identifique o tipo de discurso nos textos a
seguir:
a) Mariana contou para a amiga que havia
comprado a moblia naquela tarde
________________________________
b) A me perguntou ao filho:
Voc quer uma festa de aniversrio ou
uma viagem?
__________________________________
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -15
7. Voc o autor!
Faa uma descrio de voc mesmo (a):
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -16
8. Encontre no quadro abaixo os parnimos das seguintes palavras:
flagrante - infligir - vultuoso - discrio - cavaleiro despercebido
F L A G R A N T E C N N P
D E S C I Z N L I H S
V W O R I E H L A V A C O
X T F R A G R A N T E S N
K U A P R Z U V E M
R B T R I B C H T P D L
I D E S C R I O E E S
G T O O R A J O P A G F
N A E N A N M H I Z O N
I S D I B L E W I U K R
R T P E X E T H L G P V O
F D K D O S O T L U V Y V
N Q T B V J N C T S F L X
I M C S A U R Y M Q Z E L
O D I B E C R E P A S E D
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -17
Respostas
1. B
2. A
3. E
4. O patro ordenou que cheguemos cedo, faamos o servio e deixemos tudo em ordem
5. C
6. A) Indireto
B) direto
F L A G R A N T E C N N P
D E S C I Z N L I H S
V W O R I E H L A V A C O
X T F R A G R A N T E S N
K U A P R Z U V E M
R B T R I B C H T P D L
I D E S C R I O E E S
G T O O R A J O P A G F
N A E N A N M H I Z O N
I S D I B L E W I U K R
R T P E X E T H L G P V O
F D K D O S O T L U V Y V
N Q T B V J N C T S F L X
I M C S A U R Y M Q Z E L
O D I B E C R E P A S E D
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -18
CAPTULO 3 TEXTO TCNICO
A redao tcnica, como qualquer
outra composio, exige clareza,
coerncia, objetividade, coeso etc.
embora apresente estrutura e estilo
com caractersticas prprias.
3.1 PARAGRAFAO
O pargrafo uma unidade do texto que tem
por funo agrupar as frases que tratam do
mesmo assunto. Cada pargrafo contm:
tpico frasal: frase que indica o assunto
sobre o qual falamos no pargrafo.
Geralmente, essa frase a primeira do
pargrafo. O tpico frasal o cerne do
pargrafo e, por isso, todas as frases que o
compem devem estar diretamente
relacionadas com o assunto apresentado
nele.
desenvolvimento: constitudo por frases que
explicam, exemplificam ou justificam o
assunto indicado no tpico frasal.
concluso: expressa a opinio ou
comentrio do autor sobre o assunto do
pargrafo. Os pargrafos em geral no
apresentam a concluso clara, mas, se ela
estiver presente, ser a ltima frase dele e
vir antecedida de conjunes conclusivas:
portanto, ento, logo.
O pargrafo pode ser iniciado de vrias formas.
Podemos inici-lo tambm com uma frase de
natureza interrogativa, com uma aluso a fatos
histricos, lendas etc. ou omitindo os dados
identificadores. A seguir, algumas dessas
formas e respectivos exemplos:
frase de natureza interrogativa: Quais
as providncias que esto sendo
tomadas para se evitar a destruio do
meio ambiente? Mais que simples
palavras, o fato que a humanidade est
consciente do grande problema que
representa a destruio ao ambiente
natural.
aluso a fatos histricos, lendas,
crendices, anedotas ou
acontecimentos: Conta
uma tradio cara ao
povo americano que o
Sino da Liberdade, cujos
sons anunciaram, em
Filadlfia, o nascimento dos Estados
Unidos, inopinadamente se fendeu,
estalando, pelo passamento de Marshall.
Era uma dessas casualidades eloquentes
em que a alma ignota das coisas parece
lembrar misteriosamente aos homens as
grandes verdades esquecidas (...). (Rui
Barbosa).
com omisso de dados identificadores:
Voc vai conhec-la dentro de mais
alguns dias. A sua figura alegre e
simptica, na certa, haver de cativar
todas as pessoas desta casa fria e
solitria. Vai chegar, e todos ns iremos
receb-la na estao. Ela e sempre foi
minha tia mais querida. A querida tia
Zita! (redao de um aluno)
Enfim, assim como h diversas maneiras de
iniciar um pargrafo, h tambm diversas
formas de desenvolv-lo. Essas formas so:
por enumerao ou descrio de detalhes;
por citao de exemplos; por razes e
consequncias; por contraste e comparao.
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -19
3.2 DIVERSIDADE E PECULIARIDADES
3.2.1 BILHETES, AVISOS E TELEGRAMAS
O bilhete, o aviso e o telegrama so formas de
comunicao elaboradas segundo um princpio
comum: a brevidade ou economia de palavras.
Apesar desta caracterstica comum, essas
formas de comunicao tm tambm
diferenas.
O bilhete utilizado para transmitir recados,
informaes ou pedidos a pessoas amigas ou
parentes. Por isso, o bilhete uma
comunicao informal. Os bilhetes devem ser
escritos em linguagem clara e objetiva e conter
somente o que de mais importante precisamos
comunicar.
Exemplo:
12 / maio / 2007
Lus, Peo-lhe o favor de telefonar ao meu
irmo, para transmitir-lhe um recado. Trata-se de frases que anotei de para-choques de caminhes, conforme ele me havia pedido.
Obrigado, Carlos
O aviso caracteriza-se por ser uma
comunicao de servio. Exige, portanto, uma
linguagem mais cuidada e certa formalidade no
trato com as pessoas.
Exemplo:
Amanh, no haver aula para os alunos da 2 srie da Escola Afonso Pereira.
A Diretoria 12 / 05 / 2007
O telegrama um meio de comunicao que
utilizamos para nos dirigir a algum com alguma
urgncia. H formulrios prprios nas agncias
de Correios e Telgrafos para esse tipo de
comunicao.
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -20
DESTINATRIO: Marlia Soares Ramos
Rua 13 de Maio 158 Centro
(Rua, Av., etc.) (Bairro)
CIDADE: Louveira ESTADO: So Paulo
(ou nome da estao mvel, no
radiograma)
(ou nome da estao terrestre, no
radiograma)
Sinceras felicitaes aos noivos
Lusa Ramos e famlia
Lusa Ramos de Almeida 226-9819
NOME DO EXPEDIDOR TELEFONE
S.Q.S. 208 Bloco O apto 105 Braslia DF
Rua Bairro Cidade Estado
3.2.2 FORMULRIOS
Formulrio todo e qualquer modelo impresso, no qual o usurio preenche apenas dados
especficos. Os formulrios podem ser com ou sem quadrculas. No preenchimento de um
formulrio sem quadrculas, completamos os dados especficos em letra cursiva ou de
imprensa. No preenchimento de um formulrio com quadrculas devemos: ler atentamente
o que est sendo pedido; utilizar letra bem legvel; colocar uma letra em cada espao, ou
dgito,deixando um espao entre os nomes.
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -21
Exemplo: sem quadrculas
Exemplo:
RECIBO
Recebi do Sr.(a) ....................................................................a importncia de R$
.............(..........................................) referente a ...........................................................
So Paulo, 12 de maio de 2007.
_______________________________________
Assinatura
DESTINATRIO: Marlia Soares Ramos
Rua 13 de Maio 158 Centro
(Rua, Av., etc.) (Bairro)
CIDA
DE:
Louveira EST
ADO:
So Paulo
(ou nome da estao mvel, no
radiograma)
(ou nome da estao terrestre, no
radiograma)
Sinceras felicitaes aos noivos
Lusa Ramos e famlia
Lusa Ramos de Almeida 226-9819
NOME DO EXPEDIDOR TELEFONE
S.Q.S. 208 Bloco O apto 105 Braslia DF
Rua Bairro Cidade Estado
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -22
Exemplo: com quadrculas
FOTO
3 X 4
FICHA DE INSCRIO ALUNO
NMERO
1 DADOS ESPECFICOS DO CURSISTA
NOME DO CURSISTA
DATA NASC. SEXO ESTADO CIVIL
/ / m ( ) f ( ) casado ( ) solteiro ( ) desq. ( ) vivo ( ) divorc. ( )
NATURALIDADE
NOME DO PAI
NOME DA ME
ESCOLARIDADE 1 GRAU ( ) 2 GRAU ( ) 3 GRAU ( )
2 ENDEREO
LOGRADOURO (Rua, Avenida, Praa etc.)
NMERO COMPL. (and., sala, apto etc.) TELEFONE CEP
BAIRRO CIDADE OU MUNICPIO UF
3 DADO COMPLEMENTAR
CDULA DE IDENTIDADE
NMERO RGO EXPEDIDOR UF
4 ASSINATURA E DATA
ASSINATURA DO CURSISTA DATA
/ /
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -23
3.2.3 FORMULRIO DE REQUERIMENTO
Requerimento um documento em que um indivduo solicita a uma autoridade algo, que
pode ou deve lhe ser concedida (o).
CEAD Centro de Ensino a Distncia
Senhora Secretria Escolar:
__________________________ vem requerer dispensa da prtica de Educao Fsica,
de acordo com a Lei n 6.503, de 13 de dezembro de 1977, visto
exercer atividade profissional conforme comprovante (Carteira Profissional).
ter ultrapassado a idade mxima exigida (30 anos completos).
estar prestando Servio Militar inicial, conforme comprovante.
estar obrigado prtica de Educao Fsica na Organizao Militar em que serve,
conforme comprovante.
ser aluno de ps-graduao, conforme comprovante.
ter prole, conforme declarao anexa (alunas do sexo feminino).
estar amparado pela Lei n 1.044, de 21 de outubro de 1969.
SP, 12 de maio de 2007.
Manoel da Silva Carneiro
Matrcula n 0026
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -24
3.2.4 AUTORIZAO DE SERVIO
A autorizao de servio, normalmente, dirigida de um chefe de seo a um empregado,
dando-lhe permisso para realizar alguma tarefa no rotineira, quer dizer, no frequente.
Autorizo para o PROJETO EMERGNCIA
Digitao Reviso
Desenho Reviso
IMPRESSO
Xerox Trabalho:
X Offset 5 cpias do texto B
Fotolito
Data: 12/05/2007.
Assinatura do Responsvel
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -25
3.2.5 DECLARAO E RECIBO
Declarao - tambm chamada de atestado, um documento fornecido a pedido do interessado
por pessoa credenciada, declarando a ocorrncia de um fato ou a existncia de uma situao.
composta pelas seguintes partes: timbre, ttulo, texto, fecho, localidade, data e assinatura.
Exemplo:
GOVERNO DO ESTADO DO CEAR
Secretaria de Educao
Centro de Educao de Jovens e Adultos
03/05
D E C L A R A O
Declaro, a pedido do interessado e para os devidos fins, que ITALMAR ALVES DO
NASCIMENTO, portador da carteira profissional n 005.237, srie 590, foi empregado deste
Centro, onde exerceu o cargo de Auxiliar de Administrao, prestando servios Diviso de
Ensino Supletivo EDURURAL / MEC, no perodo de 04/11/03 a 01/05/04 e nada consta em
nossos arquivos que desabone sua conduta, sendo pessoa idnea e ntegra.
Fortaleza, 12 de maio de 2007.
Maria Antnia Meireles
Diretora
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -26
Recibo - um documento escrito em que uma pessoa fsica ou jurdica declara ter recebido algo
ali especificado. mais comum o recibo que declara recebimento de dinheiro.
No existe tamanho preestabelecido para o papel do recibo, que varia de acordo com o rgo ou
empresa. Exemplo:
BOLSA DE IMVEIS CANTAREIRA
RECIBO N A-340/2005
Aluguel:______________________
Reteno do I.R.:______________
Lquido a receber:_____________
Recebemos da firma HOTEL CRAVEIROS LTDA., estabelecida na Av. Joo Paulo I, 86,
inscrita no CGC sob nmero 52.437.880/0001-35, a quantia de
___________________________________ referente ao aluguel do ms de maio de 2007 do
imvel onde se encontra estabelecida.
Florianpolis, 12 de maio de 2007.
Indalcio Perdigo
Administrador
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -27
3.2.6 CARTAS COMERCIAIS As cartas comerciais so documentos que permitem o relacionamento das empresas com o pblico ou com outras empresas. So comunicaes de servio e, por causa disso, obedecem a uma forma padronizada de linguagem. As partes de uma carta comercial so: timbre, data, endereamento, vocativo, texto, despedida e assinatura. Exemplo:
MVEIS SATLITE S.A. (timbre)
Caixa Postal 839 - SP
So Paulo, 28 de maio de 2007. (data)
Senhores
Gonalves Irmos Ltda. (endereamento)
Rua do Carmo, 20
01039-000 - So Paulo - SP
Prezados Senhores, (vocativo)
Solicitamos de V.Sas. referncias e informaes sobre o conceito comercial de que
merecedora a firma SILVA & Cia, que sabemos ser sua cliente.
Garantimos a mxima reserva a respeito de sua resposta, colocando a salvo qualquer
responsabilidade da parte de V.Sas. (texto)
Atenciosamente, (despedida)
MVEIS SATLITE S.A.
(assinatura)
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -28
3.2.7 PLANEJAMENTO
A realizao de atividades complexas requer
metodizao. assim que surge a necessidade
do planejamento.
Planejamento uma previso metdica de uma
ao a ser desencadeada, de forma a atingir os
fins desejados com eficcia. O planejamento
pode ser aplicado a qualquer atividade humana.
As fases do planejamento so trs: de
preparao, de desenvolvimento e de
avaliao.
A fase de preparao envolve:
conhecimento da realidade: levantamento de
dados (sondagem) e anlise conclusiva
(diagnstico);
formulao de objetivos (para qu?);
seleo e organizao de atividades (como?);
seleo de recursos (atravs de qu?);
seleo de procedimentos de avaliao
(como avaliar?).
A fase de desenvolvimento o plano em
ao.
A fase de avaliao a verificao do
alcance dos objetivos.
3.2.8 RELATRIO
Relatrio uma composio escrita onde so
narrados fatos, ocorrncias, aes executadas
em qualquer ramo de atividade.
Na redao do relatrio importante observar:
clareza e preciso da linguagem;
linguagem correta;
sequncia lgica das ideias;
conciso e objetividade na narrao dos
fatos;
Exemplo:
destaque dos fatos principais.
O relatrio deve conter os seguintes itens:
1 cabealho;
2 ndice;
3 vocativo;
4 texto;
5 despedida;
6 assinatura;
7 data;
8 destinatrio.
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -29
CENTRO COMERCIAL LUA AZUL
(CABEALHO)
RELATRIO
Reunio de gerentes de lojas
Horrio para o perodo pr-natalino (NDICE)
Senhora Administradora Geral (VOCATIVO)
Com o objetivo de definir o horrio de funcionamento para o perodo que antecede as festas
do final do ano, foi realizada ontem, s 9 horas, na administrao do Centro, uma reunio com os
gerentes das lojas.
Na oportunidade, cada gerente apresentou as suas preferncias e as de seus funcionrios,
visando chegar a um consenso. (TEXTO)
Como no foi possvel atender s sugestes de todos, foi finalmente definido um horrio
diversificado, cuja cpia anexada encaminhamos.
Respeitosamente, (DESPEDIDA)
MARIA SILVA SANTOS
(ASSINATURA)
Gerente Comercial
(DATA) Braslia, 12 de dezembro de 2007.
Ilma. Sra.
Teresa Cristina Martins (DESTINATRIO)
Administradora Geral do Centro Comercial Lua Azul
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -30
Exerccios
1. aplicado em qualquer atividade humana,
e suas fases so: preparao,
desenvolvimento e avaliao:
a) ( ) carta comercial
b) ( ) relatrio
c) ( ) planejamento
d) ( ) bilhete
e) ( ) requerimento
2. So formas de comunicao breves:
a) ( ) bilhete, aviso e telegrama.
b) ( ) formulrio, aviso e recibo.
c) ( ) declarao, atestado e
autorizao de servio.
d) ( ) cartas comerciais, bilhetes e
declaraes.
e) ( ) cartas comerciais.
3. Voc o autor!
Desenvolva uma carta comercial com as
seguintes informaes: Santos & Cia.
solicita a Ribeiro & Paes Ltda. o envio,
com a mxima urgncia, de mercadorias,
conforme relao anexa. Agradea o
atendimento.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -31
4. Complete a cruzadinha com os nomes de alguns textos tcnicos que voc aprendeu neste captulo.
T
E
X
T
O
S
*
T
C
N
I
C
O
S
5. Identifique tpico frasal do seguinte pargrafo, sublinhando-o
Estimulado pelo aumento dos preos do acar no mercado internacional e principalmente pela
maior demanda de lcool combustvel, o setor apresentou um crescimento de 7,9% em 2006,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). mais que o dobro da mdia
nacional. Em 2007, de acordo com estimativas dos especialistas, a produo de lcool poder
crescer bem mais que isso.
(Revista poca, 18 de Junho de 2007)
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -32
Respostas
1. C
2. A
3. Santos & Cia Ltda. Caixa Postal 012 SP So Paulo, 15 de Janeiro de 2007 Senhores, Ribeiro & Paes Ltda. Rua Mau, 01 00-01 So Paulo SP Estimados senhores, Solicitamos o envio, com mxima urgncia, de mercadorias, conforme relao anexa. Antecipadamente gratos pelo atendimento. Atenciosamente,
Santos & Cia Ltda.
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -33
4-
T E L E G R A M A
R E Q U E R I M E N T O
X
C A R T A * C O M E R C I A L
F O R M U L A R I O
S
*
R E L A T O R I O
R E C I B O
P L A N E J A M E N T O
B I L H E T E
C
D E C L A R A A O
A V I S O
5. Estimulado pelo aumento dos preos do acar no mercado internacional e principalmente pela
maior demanda de lcool combustvel, o setor apresentou um crescimento de 7,9% em 2006,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). mais que o dobro da mdia
nacional. Em 2007, de acordo com estimativas dos especialista, a produo de lcool poder
crescer bem mais que isso.
(Revista poca, 18 de Junho de 2007)
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -34
CAPTULO 4 ELEMENTOS
GRAMATICAIS
A gramtica constitui o
conjunto de regras que
determinam a norma culta de
uma lngua. O estudo da
gramtica pode ser dividido
em trs partes: fonologia,
que trata dos sons da lngua; morfologia, que
estuda as formas que as palavras podem
assumir isoladamente; sintaxe, que concerne
s relaes entre as palavras na orao ou
entre as oraes no perodo. Neste captulo so
estudados alguns tpicos gramaticais que
costumam causar maiores dificuldades.
4.1 FRASE, ORAO E PERODO
A frase a unidade mnima da comunicao
verbal. Frase todo conjunto ordenado de
palavras suficiente para comunicar informaes,
sentimentos ou emoes, ordens ou conselhos.
Ex.: Socorro!
O carro parou na faixa.
A frase que no apresenta verbo chamada
de frase nominal. J a frase que apresenta
verbo ou locuo verbal chamada de
orao.
Ex.: Silncio! (frase nominal)
Choveu em Santa Catarina. (orao)
Perodo a frase formado por uma ou mais
oraes, e pode ser classificado em:
a) Simples quando formada por uma
nica orao, que chamado de orao
absoluta.
Ex.: Houve uma expanso do nmero de
vagas.
Ana est dormindo.
b) Composto quando formado por mais
de uma orao.
Ex.: preciso que ele volte.
Misture todos os ingredientes, ligue o
forno e coloque a massa para assar.
Em portugus, a ordem das frases pode ser direta ou indireta. A ordem direta no privilegia, no d sentido forte a nenhum dos termos da frase. Na ordem indireta (tambm chamada de inversa), podemos fazer inverses enfatizando um dos termos. Desse modo, as frases significam no s pelas palavras, mas tambm pela ordem em que as apresentamos.
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -35
Com a inverso, enfatizamos o modo do menino segurar o bentinho.
4.2 ORTOGRAFIA
Podemos definir ortografia como a parte da gramtica que determina a
forma correta da escrita definida por lei.
Apresentamos, a seguir, algumas noes de ortografia.
1. Usa-se X:
Depois de ditongo. Ex.: peixe, faixa etc.
Depois da slaba en. Ex.: enxada, enxofre etc.
Excees: encher (ficar cheio); enchumaar (de chumao) encharcar (de charco).
2. Usa-se H:
Em palavras de origem estrangeira que j possuem esta grafia. Ex.: Horcio, herana, humano etc.
No substantivo Bahia, por tradio. No entanto, seus derivados no possuem esse h. Ex.: baiano, laranja-da-baa etc.
Indireta: Com toda devoo, o menino segurava o bentinho.
Com a inverso, enfatizamos o modo do menino segurar o bentinho.
Direta: O menino segurava o bentinho com toda devoo.
sujeito verbo objeto direto circunstncia de modo
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -36
3. Usa-se Z:
Em substantivos abstratos terminados em ez / eza, vindos de um adjetivo.
Ex.: belo beleza; frio frieza; rpido
rapidez etc.
Observao: substantivos abstratos so
aqueles que do nome a qualidades, a
sensaes, a sentimentos, a aes, a
estados que dependem de algo ou de algum
para existir.
Em palavras que no apresentam a letra s na ltima slaba formam verbos com o acrscimo do sufixo izar.
Ex.: canal canalizar; fiscal fiscalizar;
colono colonizar etc.
Excees: batismo batizar; catequese -
catequizar
4. Usa-se S:
Depois de ditongo. Ex.: lousa, causa, coisa etc.
Nos sufixos s / esa, indicando origem, profisso ou ttulo de nobreza.
Ex.: holands, campons, duquesa etc.
Nos sufixos esa / isa quando formam palavras femininas.
Ex.: sacerdotisa, profetisa, inglesa etc.
Com o sufixo oso que significa cheio de. Ex.: delicioso, prazeroso, cheiroso etc.
Nos verbos terminados em isar e seus derivados, vindos de palavras que j apresentam o s na ltima slaba.
Ex.: pesquisa pesquisar; anlise analisar;
friso frisar etc.
Nas formas conjugadas dos verbos querer, pr e seus derivados.
Ex.: quis quiser malquiseram; pus
puseram propuseram etc.
5. Usa-se J:
Em palavras de origem africana, tupi ou popular.
Ex.: jiboia, biju, cafajeste etc.
Exceo: Sergipe.
Em palavras derivadas de outras terminadas em ja.
Ex.: canja canjica; laranja laranjal etc.
Em palavras formadas a partir de verbos terminados em jar.
Ex.: engajar engajado engajamento;
viajar viajem (verbo) viajador;
enferrujar enferrujamento enferrujar.
Observao: Na formao de
substantivos, a partir de alguns verbos
terminados em jar nem sempre o j
permanece.
Ex.: viajar viagem; enferrujar ferrugem
Permanecem o j em palavras que preservam a mesma caracterstica da palavra primitiva.
Ex.: jeito jeitoso.
Observao: ocorre o mesmo com
palavras primitivas que apresentam o g.
Ex.: vertigem vertiginoso; selvagem
selvageria.
6. E ou I:
E empregado na slaba final de verbos terminados em uar e em oar.
Ex.: continuar continue; magoar
magoe etc.
O E tambm empregado com o prefixo ante (antes, anterior).
Ex.: antecipar, antevspera etc.
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Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -37
I utilizado na slaba final de verbos terminados em uir.
Ex.: constituir constitui; contribuir contribui
etc.
O I tambm utilizado com o prefixo anti (contra).
Ex.: anticristo, antialrgico etc.
4.3 NOES DE ACENTUAO GRFICA
A acentuao grfica um conjunto de regras que nos permitem marcar as slabas tnicas (slabas pronunciadas com maior intensidade) das palavras. Antes de apresentar as regras de acentuao, alguns conhecimentos prvios so necessrios.
4.3.1 NOES PRELIMINARES
Hiato o encontro voclico de duas vogais
legtimas que, quando separadas, ficam em
slabas diferentes. Ex.: Alcolica.
Ditongo o encontro voclico de duas vogais
sendo uma legtima e a outra, uma semi-vogal,
ou seja, a ltima agrega-se primeira. Ex.:
respeito.
Tritongo o encontro de trs vogais numa
mesma palavra, sendo sempre a do meio a
legtima. Ex.: Uruguai.
4.3.2 REGRAS DE ACENTUAO
Acentuam-se:
os monosslabos tnicos terminados em a, e,
ou o, seguidos ou no de s. Ex.: j(s), p(s),
p(s).
as palavras oxtonas terminadas em a, e, o,
seguidas ou no de s, ou as que terminam
em em ou ens. Ex.: caj(s), caf(s), cip(s),
refm(ns), contm.
as palavras paroxtonas terminadas em r,
l, n, x, ps, um, uns, , s, o, aos,
ditongos e com finais i ou u, seguidos ou
no de s. Ex.: lpis, cncer, lbum, m,
gua.
o ditongo aberto u, quando em slaba
tnica.
Ex.: ru.
os ditongos tnicos, quando antecedidos
de g ou q. Ex.: averige, apropinque.
todas as palavras proparoxtonas.
Ex.: cndido, timo.
as vogais i e u tnicas e formando hiatos
so acentuadas, desde que constituam
slabas sozinhas ou seguidas de s.
Ex.: pa-s, vi--va.
Observaes
pr (verbo) mantm o circunflexo para que no
seja confundido com a preposio por
pde (o verbo conjugado no passado) tambm
mantm o circunflexo para que no haja
confuso com pode (o mesmo verbo conjugado
no presente)
Observao: j em frma/forma, o acento
facultativo
Coloca-se acento circunflexo na 3 pessoa do
plural do Presente do Indicativo dos verbos que
se originam de TER e VIR (retm e provm) e,
no caso dos derivados, acento agudo nas
formas que possuem mais de uma slaba no
singular (ele detm, ele intervm)
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -38
No se acentuam:
os monosslabos tonos. Ex.: sem (preposio), mas (conjuno), o (artigo).
No se usa mais o acento dos ditongos abertos, i, oi, das palavras paroxtonas (palavras que tem acento Tonico na penltima silaba.)
4.3.3 CRASE
Crase a fuso da preposio a com o artigo
definido a(s) ou com o a inicial dos pronomes
demonstrativos: a(s), aquele(s), aquela(s),
aquilo, aqueloutro, aqueloutra. A crase
marcada na escrita pelo acento grave (`). Ex.:
(s), quele(s), quilo, queloutro, queloutra.
Casos de ocorrncia de crase
antes de substantivos femininos, se
empregados com o artigo a, as. Ex.:
dedicao carreira.
antes de substantivos femininos
subentendidos. Ex.: Escreve Cames ( =
maneira de).
nas locues prepositivas formadas de
palavras femininas. Ex.: quanto matria.
nas locues adverbiais formadas de
palavras femininas. Ex.: tardinha, noite.
nas indicaes de horas. Ex.: s 3 horas.
nas locues conjuntivas formadas de
palavras femininas. Ex.: medida que,
proporo que.
antes dos pronomes demonstrativos iniciados
por a. Ex.: Falei quele rapaz.
Casos, em que no se acentuam o a
antes de palavras masculinas. Ex.: Sujeito a
estudo.
em expresses adverbiais formadas de
palavras repetidas. Ex.: Boca a boca.
com a palavra casa, no sentido da casa da
prpria pessoa. Ex.: Voltou a casa.
Mas quando determinada, em referncia
casa de outros, h crase. Ex.: Voltou casa
do amigo.
com a palavra terra em oposio a bordo, no
sentido de terra firme. Ex.: Marinheiros
voltam a terra.
Mas em sentido de local, cidade natal, h
crase. Ex.: Vou terra goiana.
com a palavra distncia, sem determinao
da medida. Ex.: Ensino a distncia, a grande
distncia.
antes de palavras que no admitem artigo
definido:
pronomes de tratamento, exceto o pronome
Senhora, Senhorita e Dona. Ex.: Fiz
referncia a voc.
pronomes pessoais. Ex.: Dei a ela o recado.
verbos. Ex.: Encontrei-o a rezar.
pronomes indefinidos. Ex.: Falou a todos.
pronomes demonstrativos que no se iniciam
por a. Ex.: Assisti a essa cena.
palavras femininas empregadas em sentido
genrico. Ex.: Referncia a dvidas.
palavras femininas que no estejam
antecedidas da preposio a. Ex.: Falei com
(preposio) as crianas.
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -39
Casos facultativos
diante de pronomes possessivos. Ex.: Dei
presentes (ou a) minha amiga.
diante de nomes prprios femininos. Ex.:
Dirijo-me a ou Darci.
em expresses adverbiais ou adjetivas que
designam tipo ou modo. Ex.: Escrever a ou
mo; compra a ou vista.
Dica:
Na prtica, para saber se o a craseado,
pode-se aplicar uma regrinha. Se este a for
substituvel pela preposio para a, leva crase.
Ex.: Fui praia nas frias.
Fui para a praia nas frias.
4.4 PONTUAO
Os sinais de pontuao equivalem a sinais de
trnsito. Eles indicam onde se deve parar,
porque o sentido est completo; onde esto os
desvios de ideias, e assim por diante. Os sinais
de pontuao do ordem e clareza s ideias.
A seguir, consideramos apenas aqueles sinais
de pontuao que comumente trazem
dificuldades.
Vrgula - indica uma pausa:
para separar termos de uma enumerao,
isto , palavras ou expresses que tenham
o mesmo valor na frase e que no sejam
ligadas pela conjuno e.
Ex.: Perdeu dinheiro, famlia, posio,
conceito. S o respeito prprio o salvou.
para isolar expresses ou oraes
intercaladas ou deslocadas. Ex.: Ela,
quase sempre, pe muito acar no caf. /
Os jovens, que envelhecem, no deveriam
desprezar a velhice.
para separar aposto. Ex.: Joo, meu
vizinho, ganhou na loteria.
para separar oraes em um perodo
composto. Ex.: Quando chover, comprarei
uma sombrinha.
para separar vocativo. Ex.: Meus amigos, a
ordem resultado do progresso.
para indicar a omisso de palavra na frase.
Ex.: Jos saiu de carro e Maria, (saiu) de
bicicleta
Ponto final marca a pausa mxima da voz,
indicando, fundamentalmente, o trmino de uma
frase.
Aspas podem ser usadas no incio e no fim de
uma citao de outro autor, para distingui-la do
resto do texto; para destacar, ironicamente ou
no, uma palavra ou uma expresso. Ex.: O
povo sbio quando adverte: Nem tudo que
reluz ouro. / Suas palavras so mais
confortadoras que podem ficar vontade do
Profeta.
Parnteses devem ser empregados para
intercalar qualquer informao, correo de
pensamento, esclarecimento, comentrio, que
corta a sequncia da frase. Ex.: L, no fazem
nada. Apenas falam (quando falam).
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -40
Dois Pontos podem ser usados para:
destacar uma enumerao, palavra ou
expresso que esclarece ou desenvolve uma
ideia anterior.
Ex.: O nosso lema : vencer
Mariana quer que compremos: pes, frutas,
temperos, ch, leite e queijo.
Anunciar quem vai falar em um dilogo ou
fazer uma referncia a algo.
Ex.: Era o senhor da casa vizinha:
- Bom dia, Pedro!
Um pargrafo da carta diz: Ah! Se eu
pudesse voltar no tempo.
Ponto e vrgula servem para:
Separar itens de um enunciado enumerativo
em decretos, leis, peties etc.
Ex.: Considerando:
a) o desemprego no pas;
b) a inflao;
c) a recesso econmica,
solicitamos vossa especial ateno ao
nosso pedido.
Marcar uma pausa maior que a vrgula e
serve para separar oraes que tm relao
de sentido, deixando-as num mesmo perodo.
Ex.: Nenhum daqueles meninos tinha visto
ainda o mar: todos queriam provar a gua.
(Gilberto Amado)
4.5 CONCORDNCIA VERBAL
A concordncia verbal definida como o
mecanismo pelo qual o verbo sofre variaes
para se adequar a seu sujeito. A seguir, so
apresentadas algumas regras de concordncia
verbal.
O verbo concorda geralmente com o sujeito em pessoa e nmero. Ex.: Paulo e eu no fomos ao cinema.
Ele e Joo no entregaram o exerccio.
Quando o sujeito tem mais de um ncleo, a concordncia se faz pela prioridade das
pessoas: 1 pessoa + outros ns; 2
pessoa + outros vs. Ex.: Eu, Maria e Joo fizemos uma
festa. ns
Tu e teus amigos comprastes a bebida?
vs
Quando o sujeito composto est colocado antes do verbo, o verbo vai para o plural. Ex.: Muitas descobertas e invenes acontecem por acaso.
Quando o sujeito composto est colocado aps o verbo, o verbo vai para o plural ou concorda com o ncleo mais prximo.
Ex.: Faltaram gua e luz.
Faltou gua e luz.
O verbo fica sempre no singular quando o sujeito for formado pela expresso a gente. Ex.: A gente no sabe quando ele voltar.
O verbo fica no singular quando o sujeito for
uma palavra que indica grupo de pessoas ou animais, coletivo, ou coleo de objetos. Ex.: O povo votou no dia das eleies.
Quando o sujeito composto for resumido por uma palavra-sntese (tudo, nada, ningum etc.), o verbo permanece no singular. Se a palavra-sntese estiver no plural (todos, alguns) o verbo vai tambm para o plural. Ex.: Os montes, os campos, os vales, tudo estava florido com a chegada da primavera.
-
Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -41
Se o sujeito for constitudo de pronome interrogativo no singular (qual de ns, qual dentre ns), o verbo ficar na 3 pessoa do singular; quando o pronome estiver no plural (quantos de ns ou de vs, quais de vs etc.), o verbo ir para a 3 pessoa do plural ou concordar com o pronome ns ou vs. Ex.: Qual de ns ser incumbido da tarefa? Quais de ns seremos recompensados?
Sempre que o sujeito composto for unido por
com, nem ou pelas expresses correlativas (tanto... como, assim... como, no s... mas tambm etc.), o verbo deve ir para o plural, a no ser que algum sinal de pontuao os isole.
Ex.: A criana com os pais passeavam pela
praia.
A criana, com os pais, passeava pela praia.
Nem o barco nem a loja estavam abertos.
Quando o sujeito for uma expresso como cerca de ..., perto de ..., mais de ... etc., seguida de um numeral, o verbo concorda com esse numeral. Ex.: Cerca de dez pessoas organizaram a excurso.
Em expresses que indicam horas ou dias, os verbos ser, dar, bater e soar concordam com o nmero indicado na frase.
Ex.: meio-dia.
Deu uma hora no meu relgio.
Bateram duas horas.
Hoje dia dezesseis de julho
Deram quatro horas.
Soaram doze horas.
So empregados sempre no singular os verbos impessoais que indica
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