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Post on 22-Apr-2015
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Início da profissão: “A partir de fora” (Ocampo) –
encaminhamento para um aplicador de testes
“A partir de dentro” (Ocampo) – tarefa sentida como o cumprimento de uma solicitação. Seguir passos e instrumentos indicados por outro profissional.
Relação com paciente – “objeto parcial” Devolutiva para o profissional solicitante –
prestação de contas. Modelo médico – visando eficiência e
objetividade – maior distância possível do paciente.
Psicólogo: falta de identidade sólida – qual o seu trabalho dentro das ocupações ligadas à saúde mental.
Desejo de aproximação autêntica com paciente – como lidar com sobrecarga afetiva
Psicanálise – modelo de trabalho, buscando modelo de identificação.
Nova crise de identidade – transportar modelo de psicoterapia para psicodiagnóstico.
1. A busca de um conhecimento objetivo Atuação inicial em psicodiagnóstico: possível
chegar-se ao conhecimento objetivo de um fenômeno, utilizando metodologia baseada em observação imparcial e experimentação. – Postura positivista.
1.1. Modelo Médico Início da atuação em diagnóstico psicológico. Transposição do modelo médico para o
modelo psicológico: - ênfase nos aspectos patológicos do sujeito, - uso de medidas de determinadas
características do sujeito.
1.1. Modelo Médico Psicopatologia: tentativas de estabelecer
diferenças entre: - desordens orgânicas, endógenas - desordens funcionais, exógenas - relação entre estas desordens e distúrbios
de comportamento. Comportamentos patológicos descritos
detalhadamente. Objetivo dos testes: fornecer informações
aos médicos como subsídios para determinar os diagnósticos psicopatológicos.
Testes para detectar distúrbios orgânicos. Ênfase nos aspectos psicopatológicos –
limitava o estudo e conhecimento sobre o sujeito.
1.2. Modelo Psicométrico Testes – campo de atuação exclusivo do
psicólogo, garantindo identidade profissional.
Trabalho com crianças – avaliação de: - capacidade intelectual, - aptidões, - dificuldades, - capacidade escolar. Com o tempo deixaram de ser entregues a
outro profissional. Psicólogos utilizavam dados obtidos na
avaliação para: - orientar pais, professores e médicos.
1.2. Modelo Psicométrico Muda enfoque de detectar distúrbios e
classificação psicopatológica, para Estabelecer diferenças individuais e
orientações específicas. Visão de homem: - características de ordem genética e
constitucional – relativamente imutáveis.
Teorias da Psicologia: Tipologia, Psicologia das Faculdades e Psicologia do Traço.
1.3. Modelo Behaviorista Postura positivista – homem pode ser
estudado como qualquer outro fenômeno da natureza.
Psicologia incluída entre as ciências naturais.
Necessidade de um objeto de estudo observável e mensurável – comportamento observável único objeto de estudo da Psicologia.
Comportamento não decorre de características inatas e imutáveis,
Comportamento humano é aprendido, pode ser modificado.
1.3. Modelo behaviorista Estudo do comportamento humano
observável: - Leis que o regem, - variáveis que nele influem, Para: - agir sobre ele, a fim de - mantê-lo, - substituí-lo, - modelá-lo, - modificá-lo. Não utilizam o termo “psicodiagnóstico”, mas
“levantamento de repertório” ou “análises de comportamento”.
2. A importância da subjetividade Filósofos: - contra visão de ciência que considera
possível total separação entre sujeito e objeto de estudo.
– conhecimento é estabelecido pelo homem, não se pode negar participação de sua subjetividade.
- Homem não pode ser estudado como mero objeto – mundo não passa de um objeto intencional para o sujeito que o pensa.
- Métodos das ciências naturais não podem ser transpostos para as ciências humanas.
Esse pensamento marcou a Psicopatologia e a Psicologia.
Origem à Psicologia Fenomenológico-Existencial e Psicologia Humanista.
Afirmações: - consciência, vida intencional
determina e é determinada pelo mundo, é fonte de significação e valor.
Salientam caráter holístico do homem, Capacidade de escolha e
autodeterminação.
2.1. Humanismo Evitar posições reducionistas ao lidar com o
homem Manter visão global do homem e
compreender seu mundo e seu significado Insurgiram-se contra o diagnóstico
psicológico – contra aspecto classificatório, - contra uso do indivíduo através dos testes Procuraram restituir ao ser humano sua
liberdade e condições de desenvolvimento.
2.1. Humanismo Procedimentos diagnósticos – artificiais. Não utilizam diagnósticos e testes. Através do relacionamento estabelecido
com o cliente, durante a psicoterapia ou aconselhamento alcançam compreensão do mesmo.
2.2. Psicologia Fenomenológico-existencial Reformulação da visão de psicodiagnóstico: - dados obtidos em entrevistas e/ou testes
podem ser úteis e trazer informações sobre pessoas – ajuda no caminho do autoconhecimento.
- dados devem ser discutidos diretamente com o cliente – juntamente estabelecer conclusões.
Empregam testes e informações derivadas de diferentes correntes do conhecimento psicológico.
Psicodiagnóstico mais do que estudo ou avaliação – salientam aspecto de intervenção.
2.3. Psicanálise Não considera possível a completa
objetividade, nem a completa subjetividade.
Atribui significação particular a todo comportamento humano.
Revolução na Psicologia: - conceito de inconsciente, - explica diferentes comportamentos
através dos processos intrapsíquicos. Rediscute: - determinação psíquica, - dinâmica da personalidade, - revê comportamentos psicopatológicos,
sua origem e prognóstico.
2.3. Psicanálise Propôs complexo mais completo de
formulações sobre formação, estrutura e funcionamento da personalidade.
No psicodiagnóstico: - acentuou o valor das entrevistas como
instrumento de trabalho, - estudo da personalidade através da
utilização de observações, técnicas projetivas.
- desenvolveu maior consideração da relação do psicólogo e cliente – aspectos transferenciais e contratransferenciais.
3. Procura de integração Nenhuma teoria até agora mostrou-se
suficiente para responder a todas as questões colocadas pela Psicologia.
Procura de integração entre as diversas conquistas realizadas.
Todas as correntes concordam que para se compreender o homem é necessário organizar conhecimentos que digam respeito a:
- sua vida biológica, - intrapsíquica, - social.
3. Procura de integração Psicodiagnóstico: - aspectos biológicos: fatores de
desenvolvimento e maturação, atenção à organização neurológica, refletida no exercício das funções motoras.
Avaliação cognitiva – ligada ao sucesso escolar.
Quando se suspeita de distúrbios físicos – remeter ao médico.
3. Procura de integração - avaliação dos processos intrapsíquicos:
estrutura e dinâmica da personalidade. Relação do cliente com psicólogo, papéis
familiares e sociais, valores e expectativas.
Maior responsabilidade do psicólogo – integração desses dados.
Psicodiagnóstico – refere-se a um momento da vida do indivíduo, constitui hipótese diagnóstica.
Não pode ser considerada corpo de conhecimento acabado, completo e fechado.
Designa uma série de situações que inclui, entre outros aspectos:
- o de encontrar um sentido para o conjunto das informações disponíveis,
- tomar aquilo que é relevante e significativo na personalidade, entrar empaticamente em contato emocional,
- conhecer os motivos profundos da vida emocional de alguém.
Este processo inclui partes de outros modelos já mencionados.
Objetiva:- compreensão psicológica globalizada do
paciente.- conhecimento amplo da personalidade do
paciente ênfase no julgamento clínico - anamnese e exploração clínica da
personalidade são a base.- importância da comunicação direta e
indireta do paciente e relações paciente-psicólogo.
Exige do psicólogo: - experiência clínica, - sólida formação profissional e humanista As grandes linhas de composição do
diagnóstico abrangem: - dinâmicas intrapsíquicas,intrafamiliares e
sócio-culturais
Conjunto de forças em interação, que resultam em desajustamentos individuais.
Inspiração na Psicanálise Winnicottiana
Consultas Terapêuticas
Entrevista Diagnóstica
tem
Caráter Terapêutico
• Não existem instruções técnicas nítidas a serem dadas ao terapeuta uma vez que ele deve ficar livre para adotar qualquer técnica que seja apropriada ao caso, o príncipio básico é o fornecimento de um setting humano, embora o terapeuta fique livre para ser ele próprio, que ele não distorça o curso dos acontecimentos por fazer ou não fazer coisas ou por causa da sua própria ansiedade ou culpa, ou sua própria necessidade de alcançar sucesso. O piquenique é do paciente e, até mesmo o tempo que faz é do paciente.”
• (Winnicott)
possibilidade de comunicação privilegiada entre paciente e terapeuta / O terapeuta no papel do objeto subjetivo.
Setting humano: Torna possível um tipo de comunicação em que o paciente pode surpreender-se com idéias e sentimentos que não estavam antes integrados a personalidade total.
Integração tornada possível “...pelo apoio no relacionamento humano, mas profissional, uma forma de sustentação – holding” (Winnicott,1965)
na clínica: patologias da pós-modernidade entre as quais
-as patologias narcísicas, - as depressões melancólicas; - as crises de pânico; -as enfermidades psicossomáticas; - as adições; ou as patologias do falso self.
• Necessidade de intervenções precoces e, se possível, BREVES
• Campos de aplicação:• - Equipamentos de saúde mental• - Instituições• - Contexto hospitalar• - Clínica particular• - Pesquisa
Os pacientes chegam com necessidades (querem desabafar buscam alívio)
Necessitam de um interlocutor que compreenda naquele momento.
Os primeiros encontros com os pacientes já têm a função de uma intervenção/continência
Objetivo:-Contato inicial com o paciente como
possibilidade de um encontro inter-humano:
-Possível o acolhimento e a sustentação necessária à retomada de seu amadurecimento pessoal, num ambiente humano suficientemente bom, e promotor da valorização do viver.
- Acolhimento do paciente que está sofrendo através de intervenções precoces, levando o terapeuta a uma postura mais ativa.
Brasil tem demanda muito grande por atenção em saúde mental
Apresenta-se como uma forma de atender muito interessante (possível)
Visão ampla da psicologia, que não limita a intervenção psicológica a determinadas situações ou settings.
Exige atitude flexível, inventiva e responsável por parte do psicólogo, que deverá transitar entre a teoria e a prática com certa desenvoltura.
Psicólogo acredita que todo contato seu com um paciente pode ser um momento significativo para ambos – adotar postura mais ativa.
Quando paciente procura psicólogo
Espera ser atendido em suas necessidades, não importa sob que nome este atendimento se efetue.
Ao postergar a intervenção
Empobrece um encontro rico de possibilidades.
• Como Intervir?• Psicólogo partilha suas impressões sobre o
paciente,• Leva-o a participar do processo e a abandonar
a postura passiva de “sujeito” a ser conhecido.• Psicólogo manterá sua escuta voltada para as
possibilidades de intervenção.• Compartilhar com o paciente: • - maneira como ele se apresenta: impressão
que causa ao psicólogo e as reflexões que possibilita.
• - captar o estilo do paciente – como estabelece relações com o mundo.
Congrega ao mesmo tempo investigação e intervenção, incluindo o uso de assinalamentos, holding, handling (o manejo sensível do bebê para as suas funções e necessidades) e interpretações desde a primeira entrevista e durante a aplicação de técnicas projetivas.
fundamental oferecer ao paciente a oportunidade de constituir o profissional como objeto subjetivo, capaz de proporcionar a experiência emocional necessária para a retomada do seu desenvolvimento.
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