amós estudo 01 -

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Prof. Pr. João Ricardo Ferreira de França

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Page 1: Amós   estudo 01 -

Prof. Pr. João Ricardo Ferreira de França

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I – QUESTÕES INTRODUTÓRIASI – QUESTÕES INTRODUTÓRIAS 1 - O Nome do Profeta:  O nome de nosso personagem evoca muito bem a sua

missão profética de forma singular. וֹס ֔מעָ -’amos - o significado de seu nome é “carregador de fardos” os “fardos de julgamento que ele transmitiu contra Israel, o reino do Norte” os “fardos de julgamento que ele transmitiu contra Israel, o reino do Norte”.

Amós nasceu em Tecoa “uma pequena aldeia 8km ao sul de Belém”(Amós 1.1).

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““nem filho de profeta”...nem filho de profeta”...Ele era um criador de gado e colhedor de sicômoros e não era da linhagem profética tradicional (Amós 7.14-15). Isso é assegurado pelo uso da expressão “filho de profeta” [יא ָ ִב֖בֶן־נ ],(ben-nabi’) isto não tem “a ver com a sua filiação” isto era uma forma de “idiomatismo hebraico para designar alguém que fosse membro de uma corporação profética”, e com o uso do advérbio de negação (ֹ֥לא) - lo - indicava que Amós “não pertencia a nenhuma “Ordem dos Profetas”.

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2 - Data do Livro2 - Data do Livro: : Nos parece que as referências existentes “no próprio livro apontam para uma data próxima do final do reinado de Jeroboão II, que ocupou o trono de Samaria como regente ao lado de seu pai, Jeoás, e como governante único durante 41 anos (793-753 a.C)”. Vale salientar que “Jeroboão II e Uzias reinaram simultaneamente de 767 a 752” e que o grande “terremoto de 1.1 foi evidentemente acompanhado de um eclipse solar, conforme está sugerido em 8.8-10”. Isto pra nós é importante porque segundo “os astrônomos, esse eclipse ocorreu em 15 de junho de 763 a.C. A profecia sobre Israel foi proferida dois anos antes em 765.

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3 – O Propósito do Livro3 – O Propósito do Livro::A finalidade desta profecia ou da composição do livro é ser um “exemplo da bondade de Deus para com uma nação indigna. Os israelitas do norte haviam rejeitado o concerto davídico e, portanto, haviam perdido o direito de qualquer reivindicação às promessas de Jeová.” Mas de forma bem lacônica podemos dizer que o propósito do livro também é “soar a trombeta, avisando à liderança e à aristocracia de Israel do eminente julgamento de Deus sobre a nação.” Israel estava deploravelmente idólatra, havia uma crise social terrível, os ricos desprezando os pobres; então, a profecia de Amós vem combater essas práticas de forma perene e incisiva.

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II – O CONTEXTO DA PROFECIA DE II – O CONTEXTO DA PROFECIA DE AMÓS AMÓS Durante o período que engloba essa profecia havia uma grande prosperidade para os dois reinos (Norte e Sul) conforme parece indicar-nos o texto de Amós 6.1-6.E o mais notável que o texto nos apresenta é que “junto com o crescimento” veio um “grande desprezo pelos pobres”.A mensagem que Javé ordenou que fosse transmitida por seu profeta a Israel pode ser resumida nas seguintes palavras: ‘chegou o fim para o meu povo de Israel’ (8.1-2). Tudo o mais não passa de interpretação e explicação deste veredito. Javé comunica esta decisão ao profeta através de cinco visões, que encontramos em 7.1-8; 8.1-2 e 9.1-4. O profeta se torna, pois, co-sabedor daquilo que está por vir

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2.2 – O Contexto Religioso nos tempos 2.2 – O Contexto Religioso nos tempos do Profeta do Profeta Conforme sabemos o Reino do Norte foi estabelecido sob a idolatria. O rei Jeroboão I não querendo perder seus súditos para o Sul (Judá), onde ficava o Templo de Jerusalém “criou dois bezerros de ouro, um em Betel e outro em Dã” (1º Reis 12.26-29) observemos o mapa:

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MAPA DE ISRAEL NO REINO DIVIDIDOMAPA DE ISRAEL NO REINO DIVIDIDO

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A CRISE RELIGIOSA....A CRISE RELIGIOSA....O redator do livro dos Reis declara que esta atitude tornou-se um canal de grande pecado diante de Yahweh; pois, havia um grande esforço do povo para ir adorar o ídolo (1º Reis 12.30). Dentro desse contexto, Jeroboão I, além de estabelecer um culto idólatra também criou novos sacerdotes que não eram da linhagem levítica (1º Reis 12.31), criou festas religiosas (1º Reis 12.32,33).A nação estava mergulhada na idolatria por uns longos 170 anos desde o reinado de Joreoboão I até Jeroboão II. Havia muita religiosidade neste tempo, conforme aprendemos na passagem do capítulo 5.21-23.Era uma religiosidade que não agradava a Deus, pois, ele não recebia esse culto essa adoração corrompida. E o profeta é chamado a se colocar contra essa postura de uma falsa piedade, de uma adoração de lábios não do coração.

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UM CULTO AOS NOSSOS DESEJOS...UM CULTO AOS NOSSOS DESEJOS...No serviço litúrgico o povo queria dar a Deus aquilo que estava no coração deles, mas não o que Deu requeria em Sua Palavra. Em Amós 4.5 somos lembrado dessa faceta da adoração quando é corrompida; porque aquilo que “agrada o povo” é odiado por Deus (Amós 5.21). O escritor Bonora declara: “Deus afirma, com desprezo, que esses são os ‘vossos’ sacrifícios e as ‘vossas’ oferendas: ele não quer mais tomar conhecimento deles”

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Essa era trágica situação da religião do povo da aliança, era peso para Yahweh tal prática religiosa:Ainda que os grandes santuários estavam em plena atividade, repletos de adoradores e magnificamente providos, a religião não se conservava em sua pureza. Muitos santuários eram abertamente pagãos, fomentando os cultos de fertilidade e a prostituição sagrada. Outros, a maioria, ainda que se apresentassem como santuários de Yahweh, cumpriam una função totalmente negativa: apaziguar a divindade com ritos e sacrifícios que garantiam a tranqüilidade de consciência e o bem-estar do país.

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Nossa religião...Nossa religião...Podemos perceber que Deus “investe contra uma religião institucionalizada, fechada em sim mesma, segura de si e confiante num culto mágico” , e as vezes somos cada um de nós pensamos que podemos aplacar a ira de Deus cumprindo meros rituais, vamos ao culto como se ele fosse a solução mágica pra todas as adversidades que enfrentamos; e ignoramos completamente que o Culto é a obrigação de um coração que verdadeiramente adora a Yahweh. O profeta Amós expressa bem o que Deus pensava do povo que lhe oferecia este tipo de culto e ritual sem vida quando fala no capítulo 4.4-5.

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Como Deus olhava o culto?Como Deus olhava o culto?Cada culto prestado “na realidade, era um pecado contra Deus”,por isso, Deus se pronunciava de forma imperativa contra tais demandas injustas do povo que era resultado desta idolatria e desprezo para com Deus. [Amós] Dirigiu uma palavra forte às mães e matronas que exigiam o melhor dos alimentos e mobiliário, com sacrifício dos pobres (4.1). De modo semelhante, fala aos pais que levam seus filhos à flagrante idolatria (2.7b), aos fazendeiros (4.7-9, 5.16b,17), aos soldados (5.3), aos juízes (5.7), aos homens de negócios (5.11, 8.4-6), aos adoradores (5.2123), aos líderes de Samaria (6.1-7), a Amazias, o sacerdote em Betel (7,14-17), a homens e mulheres jovens (8.13). A última interpelação direta é a todo o povo de Deus, quando por sua boca Yahwéh diz: "Vós, israelitas, sois para mim o mesmo que os cusitas...os filisteus e os arameus" (9.7 NIV). Amós torna muito claro que a nação inteira está sob julgamento; acentua que cada dimensão de sua vida está corruptamente afetada pelo pecado. Eles, o povo eleito (3.1,2; cf.6.8, 8.7),7 quebraram seu pacto com Yahwéh, seu Redentor, Senhor e Protetor.

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A mensagem de juízo de Amós...A mensagem de juízo de Amós...O escritor Luis Alonso Schökel nos lembra que os

“profetas anteriores a Amós eram ‘reformistas’; conscientes das falhas de seus contemporâneos, pensavam que tais erros podiam se solucionar dentro das estruturas em vigor”

As palavras proféticas de Amós são dirigidas as nações pagãs tais como Gaza (Amós 1.6-8), Tiro (Amós 1.9-10), Edom (Amós 1.11-12), Amom (Amós 1.13-15) e Moabe (Amós 2.1-3). Aqui nitidamente vemos o profeta levantar o oráculo de juízo contra os inimigos políticos de Israel. E certamente é aplaudido pelos seus compatriotas por uma mensagem contra tais nações.

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Entretanto, o problema surge quando a voz do profeta levanta-se contra Judá, o Reino do Sul (Amós 2.4-5), e alguns dos israelitas devem ter gostado de ouvir que o profeta repreendera os habitantes de Judá, era como se povo disse: “Muito bem, Profeta Amós pode lapiar as costas de povo, esse grupo do Reino do Sul merece”. Mas, Amós também se volta para Israel (o Reino do Norte) conforme vemos no capítulo 2.6. E, assim a profecia se ocupa em tratar com Israel.