amor-luis vaz camoes

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Page 1: AMOR-LUIS VAZ CAMOES
Page 2: AMOR-LUIS VAZ CAMOES

IntroduçãoIntrodução• Com este trabalho temos o Com este trabalho temos o

desejo de saber mais sobre o desejo de saber mais sobre o Amor que Camões escrevia nas Amor que Camões escrevia nas suas obras: por que tratava suas obras: por que tratava desse tema e a maneira como o desse tema e a maneira como o tratava, entre outros.tratava, entre outros.

• Vamos procurar saber mais Vamos procurar saber mais sobre Camões com uma pequena sobre Camões com uma pequena introdução sobre: “Quem foi introdução sobre: “Quem foi afinal Camões”.afinal Camões”.

Page 3: AMOR-LUIS VAZ CAMOES

Quem foi afinal Camões?Quem foi afinal Camões?Poeta português, um dos vultos maiores da Poeta português, um dos vultos maiores da literatura da Renascença. A sua obra coloca-se literatura da Renascença. A sua obra coloca-se entre as mais importantes da literatura entre as mais importantes da literatura ocidental. È considerado o poeta português ocidental. È considerado o poeta português mais completo da sua época, ou até mesmo de mais completo da sua época, ou até mesmo de toda a literatura de língua portuguesa. É assim toda a literatura de língua portuguesa. É assim considerado não somente por ter feito uso de considerado não somente por ter feito uso de quase todos os géneros poéticos tradicionais, quase todos os géneros poéticos tradicionais, mas também pela amplitude dos temas de que mas também pela amplitude dos temas de que tratou e pelo excepcional domínio da língua. tratou e pelo excepcional domínio da língua. Na obra de Camões, a língua portuguesa Na obra de Camões, a língua portuguesa passou a expressar sentimentos, sensações, passou a expressar sentimentos, sensações, factos e ideias de uma forma que até então não factos e ideias de uma forma que até então não fora alcançada por ninguém. A sua posição de fora alcançada por ninguém. A sua posição de destaque entre os poetas portugueses de seu destaque entre os poetas portugueses de seu tempo é devida também ao facto de na sua tempo é devida também ao facto de na sua obra estarem presentes tanto o humanismo obra estarem presentes tanto o humanismo como a expansão ultramarina, isto é, os dois como a expansão ultramarina, isto é, os dois elementos que caracterizaram o Renascimento elementos que caracterizaram o Renascimento português. Tornou-se célebre não somente por português. Tornou-se célebre não somente por ter escrito Os Lusíadas, longo poema épico que ter escrito Os Lusíadas, longo poema épico que reflecte toda a história e cultura de Portugal reflecte toda a história e cultura de Portugal até à data em que o poema foi composto, mas até à data em que o poema foi composto, mas também pela sua obra lírica, constituída por também pela sua obra lírica, constituída por vários tipos de poemas, entre os quais os mais vários tipos de poemas, entre os quais os mais famosos são certamente os sonetos.famosos são certamente os sonetos.

Page 4: AMOR-LUIS VAZ CAMOES

O AmorO Amor        A lírica amorosa camoniana está ligada a uma A lírica amorosa camoniana está ligada a uma

concepção neoplatónica do amor. Isto quer dizer concepção neoplatónica do amor. Isto quer dizer que, para Camões, o Amor é um ideal superior, que, para Camões, o Amor é um ideal superior, único e perfeito, o Bem supremo pelo qual único e perfeito, o Bem supremo pelo qual ansiamos. Mas, nós, como seres decaídos e ansiamos. Mas, nós, como seres decaídos e imperfeitos, somos incapazes de atingir esse ideal. imperfeitos, somos incapazes de atingir esse ideal. Resta-nos a contingência do amor físico, simples Resta-nos a contingência do amor físico, simples imitação do Amor ideal. A constante tensão entre imitação do Amor ideal. A constante tensão entre esses dois pólos gera toda a angústia e insatisfação esses dois pólos gera toda a angústia e insatisfação da alma humana. da alma humana.

      A mulher, objecto do desejo, também ela um ser A mulher, objecto do desejo, também ela um ser imperfeito, é espiritualizada nas suas poesias, imperfeito, é espiritualizada nas suas poesias, tornando-se a imagem da Mulher ideal. tornando-se a imagem da Mulher ideal.

Page 5: AMOR-LUIS VAZ CAMOES

Um dos poemas de Camões Um dos poemas de Camões sobre: O Amor:sobre: O Amor:

        Busque Amor novas artes, novo engenho Busque Amor novas artes, novo engenho             para matar-me, e novas esquivanças; para matar-me, e novas esquivanças;             que não pode tirar-me as esperanças, que não pode tirar-me as esperanças,             que mal me tirará o que eu não tenho.que mal me tirará o que eu não tenho.             Olhai de que esperanças me mantenho! Olhai de que esperanças me mantenho!             Vede que perigosas seguranças! Vede que perigosas seguranças!             Que não temo contrastes nem mudanças, Que não temo contrastes nem mudanças,             andando em bravo mar, perdido o lenho.andando em bravo mar, perdido o lenho.             Mas, conquanto não pode haver desgosto Mas, conquanto não pode haver desgosto             onde esperança falta, lá me esconde onde esperança falta, lá me esconde             Amor um mal, que mata e não se vê.Amor um mal, que mata e não se vê.             Que dias há que n’alma me tem posto Que dias há que n’alma me tem posto             um não sei quê, que nasce não sei onde, um não sei quê, que nasce não sei onde,             vem não sei como, e dói não sei por quê. vem não sei como, e dói não sei por quê.

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Amor e Neoplatonismo em Amor e Neoplatonismo em CamõesCamões

Verificamos pontos de contacto entre a obra de Camões e as ideias Verificamos pontos de contacto entre a obra de Camões e as ideias platónicas, perpassados pelos novos elementos neoplatónicos platónicas, perpassados pelos novos elementos neoplatónicos quinhentistas. Encontramos nos poemas a ideia fundamental da quinhentistas. Encontramos nos poemas a ideia fundamental da filosofia platónica: o amor conduz, eleva o amante à Beleza Absoluta.filosofia platónica: o amor conduz, eleva o amante à Beleza Absoluta.Para a exegeta camoniana Maria Helena Ribeiro da Cunha, pode-se Para a exegeta camoniana Maria Helena Ribeiro da Cunha, pode-se extrair três ideias acerca do platonismo amoroso nos poemas de extrair três ideias acerca do platonismo amoroso nos poemas de Camões:Camões:- o amor idealizado alça a tal altura o espírito, que o faz contemplar - o amor idealizado alça a tal altura o espírito, que o faz contemplar uma realidade extra-terrena;uma realidade extra-terrena;

- esse amor, chama orientadora do espírito, se dirigido para o Bem, - esse amor, chama orientadora do espírito, se dirigido para o Bem, ilumina a realidade inteligível;ilumina a realidade inteligível; - sublimado na ausência, o amor, ou a contemplação da mulher - sublimado na ausência, o amor, ou a contemplação da mulher amada, reflexo da Beleza Divina, enobrece a alma e nela executa a amada, reflexo da Beleza Divina, enobrece a alma e nela executa a imagem incorporal.imagem incorporal.Um dos temas mais recorrentes nos poemas camonianos é Um dos temas mais recorrentes nos poemas camonianos é justamente o amor. Os seus sonetos mais célebres abordam o justamente o amor. Os seus sonetos mais célebres abordam o delicado tema. Camões experimenta uma simpatia para com todos os delicado tema. Camões experimenta uma simpatia para com todos os que sofrem por amor. Encontramos nos poemas um conflito entre o que sofrem por amor. Encontramos nos poemas um conflito entre o pensamento divino pensamento divino e o e o corpo terreno corpo terreno. Camões entrega-se ao amor do . Camões entrega-se ao amor do corpo, mas reconhece que esse não é o amor que se deve desejar corpo, mas reconhece que esse não é o amor que se deve desejar mas, sim, o amor divinomas, sim, o amor divino..

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A construção dos seus poemas que falam de amor, A construção dos seus poemas que falam de amor, muitas vezes, seguem os preceitos do discurso de muitas vezes, seguem os preceitos do discurso de Sócrates: “o amor dirige-se inicialmente a um belo Sócrates: “o amor dirige-se inicialmente a um belo corpo, gerando belas palavras”; gradualmente, pela corpo, gerando belas palavras”; gradualmente, pela “pedagogia do amor” ele eleva-se, até encontrar a “pedagogia do amor” ele eleva-se, até encontrar a beleza da alma. Nos poemas, o amor natural é elevado beleza da alma. Nos poemas, o amor natural é elevado de vício à virtude, é ele que torna possível ao homem de vício à virtude, é ele que torna possível ao homem alcançar a esfera divina, a Beleza, representada na alcançar a esfera divina, a Beleza, representada na perfeição de Deus. Mas como ocorre essa “pedagogia perfeição de Deus. Mas como ocorre essa “pedagogia amorosa”, essa elevação? Através da intervenção da amorosa”, essa elevação? Através da intervenção da Graça divina, que transforma o amor material em Graça divina, que transforma o amor material em amor espiritual. A doutrina cristã faz-se presente nos amor espiritual. A doutrina cristã faz-se presente nos seus versos, através de uma moral de superação dos seus versos, através de uma moral de superação dos vícios da carne. Como percebemos neste trecho de vícios da carne. Como percebemos neste trecho de “Sôbolos rios que vão...”, em que a Graça transforma “Sôbolos rios que vão...”, em que a Graça transforma o amor:o amor:

(...)Tanto pode o benefício

Da Graça, que dá saúde,

Que ordena que a vida mude;

E o que tomei por vício

Me faz grau pera a virtude.

 

E faz que este naturalAmor, que tanto que se preza,

Suba da sombra ao real,Da particular belezaPera a Beleza geral.

“Sôbolos rios que vão...” (Camões, 1946: 113)

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Os seus feitos valorosos tornam-se eternos, pois o amor “Os seus feitos valorosos tornam-se eternos, pois o amor “sanciona sanciona a coragem e o trabalho”a coragem e o trabalho”, tornando-os virtuosos e felizes durante a , tornando-os virtuosos e felizes durante a vida e após a morte. Mas como se dá a passagem, o caminho para vida e após a morte. Mas como se dá a passagem, o caminho para a divindade, para a imortalidade? Através do amor, ponte entre a divindade, para a imortalidade? Através do amor, ponte entre homens e deuses, que supera a morte e é representado homens e deuses, que supera a morte e é representado poeticamente na figura da mulher (pelo que nela reflecte é capaz poeticamente na figura da mulher (pelo que nela reflecte é capaz de superar a transitoriedade da vida).de superar a transitoriedade da vida).

• Com palavras formais e estipulantesCom palavras formais e estipulantes

• Se prometem eterna companhia,Se prometem eterna companhia,

• Em vida e morte, de honra e alegria.Em vida e morte, de honra e alegria.

• ((Os lusíadasOs lusíadas, canto IX, 84,vv.6-8), canto IX, 84,vv.6-8)Camões também usa a ideia de que o amor torna os amantes inseparáveis, fazendo-os voltar à “antiga condição” de ser uno e perfeito, como proferiu no seu discurso Aristófanes.Transforma-se o amador na coisa amada.

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Amor é um fogo que arde sem se Amor é um fogo que arde sem se ver, ver,

é ferida que dói e não se sente; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer. é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem É um não querer mais que bem querer; querer;

é um andar solitário entre a gente; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se é um cuidar que ganha em se

perder. perder.

É querer estar preso por vontade; É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo se tão contrário a si é o mesmo

Amor? Amor?

Poema muito Poema muito conhecido de conhecido de Luís Vaz Luís Vaz Camões sobre a Camões sobre a temática do temática do

AMORAMOR

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Alguns Sonetos que Camões Alguns Sonetos que Camões editoueditou

• 1595- Amor é fogo que arde sem se ver1595- Amor é fogo que arde sem se ver• 1595- Eu cantarei o amor tão docemente1595- Eu cantarei o amor tão docemente• 1595- Verdes são os campos1595- Verdes são os campos• 1595- Que me quereis, perpétuas saudades?1595- Que me quereis, perpétuas saudades?• 1595- Sôbolos rios que vão1595- Sôbolos rios que vão• 1595- Transforma-se o amador na cousa amada1595- Transforma-se o amador na cousa amada• 1595- Sete anos de pastor Jacob servia1595- Sete anos de pastor Jacob servia• 1595- Alma minha gentil, que te partiste1595- Alma minha gentil, que te partiste• 1595- Mudam-se os tempos, mudam-se as 1595- Mudam-se os tempos, mudam-se as

vontadesvontades• 1595- Quem diz que Amor é falso ou enganoso1595- Quem diz que Amor é falso ou enganoso

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Como por exemplo: Como por exemplo: Alma minha gentil, que te partiste Alma minha gentil, que te partiste tão cedo desta vida descontente, tão cedo desta vida descontente, repousa lá no Céu eternamente repousa lá no Céu eternamente e viva eu cá na terra sempre triste. e viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste, Se lá no assento etéreo, onde subiste, memória desta vida se consente, memória desta vida se consente, não te esqueças daquele amor ardente não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste.que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode merecer-te E se vires que pode merecer-te alguma cousa a dor que me ficou alguma cousa a dor que me ficou da mágoa, sem remédio, de perder-te, da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou, Roga a Deus, que teus anos encurtou, que tão cedo de cá me leve a ver-te, que tão cedo de cá me leve a ver-te, quão cedo de meus olhos te levou. quão cedo de meus olhos te levou.

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Trabalho elaborado por:Trabalho elaborado por: Ana Raquel Pereira Cruzeiro nº3

Marisa Alexandra Tavares Martins nº13

10ºB

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