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AMO III j^BU^P^*^ 81. PUBLI GA-SE ás terças, quintas e sabbados (NAO SENDO DIA SANTO.) PROPRIEDADE DE ANTOMO MAXIMIAKOM0RAKDO, •^<^=— Subscreve-se .—Por 3 mezes, l#800.-,\vnlso, 40 rs.- ÀnnuncfciT ÚO rs. por linha; _ Vende-se e assigna-se na rua cio Ouvidor N. 15(5. ¦ (Q As assiguaturas serão pagas adiantadas, - Aceita-se qualquer artigo gracioso e critico, grátis, não sendo polilico ou offensivo á moral publica ós artigos com urgência, pagarão 40 rs. por liul.a, sendo responsáveis seus autores RIO DE JANElUQy QUINTA FE IRA 29 ÜE JULÍIÕDÍjK "J^IIVISITA DAS rRIMIMIASgillIê O' gentes quem baterá com tanta pressa ? "•-— Sou eu minhas correnlinhas. ²O que tem, que vem tão apressada ? ²Vcnhtí fugindo de um maldito tyiburi que indo pela calçada, privava a geute do passeio, c infundia medo de ser pisada. ²É necessário, priminha que o Sr. Chefe de Po- licia tome serias providencias a respeito do insólito procedimento desses coxeiros dos vihiculosde con- dução ; todos os dias eslão os diários relatando des- graças moivadaspelos lylburis, carros, andorinhas, omnibus, carroças e gondulas; e no entanto elles como que zombando do jornalismo e da policia, vão caminhando, apostando carreiras, atropellando ao pobre povo que é sempre desgraçado ! ! Os ricos vao dentro de suas canoagens quietos, eos pobres são salpicados de lama, e ainda em cima pizados ! ²Isso tudo é verdade, mas priminha, os coxeiros dos lylburis, dos omnibus, e os carroceiros é que precisão ser corrigidos pela ousadia costumada. - Confiemos no Sr. Chefe de Policia. ²Talvez! ²Como talvez? ²Depois da casa arrombada ú que se bota fexa- duras. ²Você hoje não está boa. ²O que quer ? ha dias aziagos. Venho da mis- sa da Igreja de Sanla Anna, e lastimei que um templo dc Deos, estivesse com o chão tão sujo, que era uma vergonha, e além disso íiquei toda mordida de pul- gas. Que qualidade de pulgas priminha ! pois não haverá quem cuide em ter a Casa do Senhor aceiada e limpa? Suja agente o scu vestidinho,que custa lauto dinheiro em casa do Wallestein e do Notre Da- me dc Pari;, e as malditas pulgas que tanto per- seguem. ²Principalmente ao nosso sexo. ²Mi diga sua ingrata, que motivou a sua ausen- cia ; sei que foi á Phileuterpe. ²o' gentes, quem lhe coutou isso ? ²A priminha ilenriquela que veio visitar-me : se você a visse havia de gostar; está tão bonilinha, e iraja com tanto gosto ! depcis que deixou de amar, ate parece que engordou. —- boas, então ella não ama ? nao tem coração ? ora não acredite em tal priminha ? ²Segundo as suas conversas, me ama um bo- cadinho. ²Deixe fallar, priminha, sendo ella tão amável, lao docll, e tão sympathica, hade passar sem amar ? ó impossível. Enlão conversarão muito ? o que estas almiuhas não desc©rrerião, menos de amor, não é assim primiuha, ah, ah, ah. ²(ieules, você vem hoje para zombar comigo, priminha ? ²Deos me livre. Venho contar-lhe algumas cou- sinhas que sei. ²Então por onde andou no sabbado ? ²Ora mi deixe, logo de manhã mandei prevenir o cabelleireiro,e quando jáia passando a hora indica- da, cae aqueila tremenda pancada de chuva, que me contrariou, a ponto de ficar bastante atacada do meu esterico : foi tão forte que nem me deu logar a procurar o atacador do collete, por isso a preta met- leu-lhe a thesoura, e neste estado deitei-me,quando pertendia passar uma noite aprasivel na Phileuterpe. ²Então teve cartão ? ²È verdade que sim, e posto que não fosse, o primo me escreveu, e parece que para mais me zangar; por não ter uançado a segunda contradança que era a nossa; mandou-me o relatório úoSoirce, e eil-o aqui: t Querida Prima do meu coração. Então assim me roeu a corda, pois a chuva pela sua rua fez tão grande enchente que lhe embargou o passo? não teve nem ao menos a lembrança de mandar buscar um desses muitos vehiculos de que abunda esla cidade ? pois sem que se justifique, não vou mais visilal-a, porque não quero acoroçoa-la mais, a fazer-me pir- raças desla ordem ; pois é a segunda que me pre- ga. Para melhor avaliar o que perdeu, contar-lhe-ei o que houve. Não obstante o chover, reunirão-se pa- ra mais de 200 pessoas, e entre estas umas 60 a Sí> damas, e como se juntassem mais tarde os amadores, teve principio a parte Harmônica ás 9 horas que seguio a ordem do programma que incluso lhe envio. O Dr. Adolfo tocou na introducção primorosamente, seguiu-se a cavatina de Nabuco, por um mocinho que esperanças, e as damas e cavalheiros fizerão- lhe coro. Depois cantou uma menina que estava com toilelte branco, e elegantemente penteada, a cavaü-

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Page 1: AMO III U» 81

AMO III

j^BU^P^*^

U» 81.

PUBLI GA-SEás terças, quintas e sabbados

(NAO SENDO DIA SANTO.)

PROPRIEDADE DE ANTOMO MAXIMIAKOM0RAKDO,•^<^=—

Subscreve-se .—Por 3 mezes, l#800.-,\vnlso, 40 rs.- ÀnnuncfciTÚO rs. por linha; _ Vende-se e assigna-se na rua cio Ouvidor N. 15(5. ¦(Q As assiguaturas serão pagas adiantadas, - Aceita-se qualquer artigo

gracioso e critico, grátis, não sendo polilico ou offensivo á moral publica • ósartigos com urgência, pagarão 40 rs. por liul.a, sendo responsáveis seus autores

RIO DE JANElUQy QUINTA FE IRA 29 ÜE JULÍIÕDÍjK"J^IIVISITA

DAS rRIMIMIASgillIêO' gentes quem baterá com tanta pressa ?"•-— Sou eu minhas correnlinhas.

O que tem, que vem tão apressada ?Vcnhtí fugindo de um maldito tyiburi que indopela calçada, privava a geute do passeio, c infundiamedo de ser pisada.É necessário, priminha que o Sr. Chefe de Po-licia tome serias providencias a respeito do insólitoprocedimento desses coxeiros dos vihiculosde con-dução ; todos os dias eslão os diários relatando des-graças moivadaspelos lylburis, carros, andorinhas,omnibus, carroças e gondulas; e no entanto ellescomo que zombando do jornalismo e da policia, lávão caminhando, apostando carreiras, atropellandoao pobre povo que é sempre desgraçado ! ! Os ricosvao dentro de suas canoagens quietos, eos pobressão salpicados de lama, e ainda em cima pizados !Isso tudo é verdade, mas priminha, os coxeirosdos lylburis, dos omnibus, e os carroceiros é queprecisão ser corrigidos pela ousadia costumada.- Confiemos no Sr. Chefe de Policia.Talvez!

Como talvez?Depois da casa arrombada ú que se bota fexa-

duras.Você hoje não está boa.O que quer ? ha dias aziagos. Venho da mis-

sa da Igreja de Sanla Anna, e lastimei que um templodc Deos, estivesse com o chão tão sujo, que era umavergonha, e além disso íiquei toda mordida de pul-gas. Que qualidade de pulgas priminha ! pois nãohaverá quem cuide em ter a Casa do Senhor aceiadae limpa? Suja agente o scu vestidinho,que custalauto dinheiro em casa do Wallestein e do Notre Da-me dc Pari;, e as malditas pulgas que tanto per-seguem.

Principalmente ao nosso sexo.Mi diga sua ingrata, que motivou a sua ausen-cia ; já sei que foi á Phileuterpe.o' gentes, quem lhe coutou isso ?A priminha ilenriquela que veio visitar-me : sevocê a visse havia de gostar; está tão bonilinha, eiraja com tanto gosto ! depcis que deixou de amar,ate parece que engordou.

—- boas, então ella não ama ? nao tem coração ?ora não acredite em tal priminha ?Segundo as suas conversas, só me ama um bo-cadinho.

Deixe fallar, priminha, sendo ella tão amável,lao docll, e tão sympathica, hade passar sem amar ?ó impossível. Enlão conversarão muito ? o que estasalmiuhas não desc©rrerião, menos de amor, não éassim primiuha, ah, ah, ah.(ieules, você vem hoje para zombar comigo,priminha ?

Deos me livre. Venho contar-lhe algumas cou-sinhas que sei.Então por onde andou no sabbado ?Ora mi deixe, logo de manhã mandei preveniro cabelleireiro,e quando jáia passando a hora indica-

da, cae aqueila tremenda pancada de chuva, queme contrariou, a ponto de ficar bastante atacada domeu esterico : foi tão forte que nem me deu logar aprocurar o atacador do collete, por isso a preta met-leu-lhe a thesoura, e neste estado deitei-me,quandopertendia passar uma noite aprasivel na Phileuterpe.Então teve cartão ?È verdade que sim, e posto que não fosse, oprimo já me escreveu, e parece que para mais mezangar; por não ter uançado a segunda contradançaque era a nossa; mandou-me o relatório úoSoirce,e eil-o aqui:

t Querida Prima do meu coração. — Então assimme roeu a corda, pois a chuva lá pela sua rua fez tãogrande enchente que lhe embargou o passo? não tevenem ao menos a lembrança de mandar buscar umdesses muitos vehiculos de que abunda esla cidade ?pois sem que se justifique, não vou mais visilal-a,porque não quero acoroçoa-la mais, a fazer-me pir-raças desla ordem ; pois é já a segunda que me pre-ga. Para melhor avaliar o que perdeu, contar-lhe-eio que houve. Não obstante o chover, reunirão-se pa-ra mais de 200 pessoas, e entre estas umas 60 a Sí>damas, e como se juntassem mais tarde os amadores,só teve principio a parte Harmônica ás 9 horas queseguio a ordem do programma que incluso lhe envio.O Dr. Adolfo tocou na introducção primorosamente,seguiu-se a cavatina de Nabuco, por um mocinhoque dá esperanças, e as damas e cavalheiros fizerão-lhe coro. Depois cantou uma menina que estava comtoilelte branco, e elegantemente penteada, a cavaü-

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Sccabia. ¦ %«^JMt1Mtw*T

na de Fornarcto, de que muito goslci. Ein suma cau-tuu-sc tudo quanto diz esse papel encarnadinho (oprogramma) os nomes dos execulanles, só lhe direio do Sr. Acliile de Malavasi que extasiou com os me-lodiosos sons de sua argentina nauta ; em cujo ma-nejo é insigne, sendo acompanhado pelo exímio Be-vitacqua ; tocou o Malavasi umas variações sohre osmotivos escolhidos de Lucrecia Borgia da sua com-posição. Não estou para lhe fazer a analyse de tudo,porque me tomaria muito tempo, mas não concluireisem lhe dizer que uma sympathica senhora alia, quetrajava toilette amarello, cantou com muito gosto aária com coros da Favorita, tanto ella como o corode Damas andou muito melhor do que no Theatrose tem cantado, assim como tambem o <òro da in-trodução da Scmiraines. Tudo emfim foi bom mascom especialidade a cavatina — Oh mio Fernando —cantada pela musica que a Stoltz deu ao Salomon.Gostei muito dos duetos de — Maria R. de Ingla-terra— e do —Assedio de Callais — cautou um ama-dor pela primeira vez ali, dous duetos com o nossoGuilheniett. Ouvi dizer a dous professores que atten-tos o escutarão, que se estudasse a maneira de maiscommodamente e com mais vantagem tirar partidode sua linda voz de tenor, seria o primeiro diletanii.Sou, &c., &c.»

—Com eífeito é um relatório e mais alguma cousn;o caso é que elle, não obstante estar apaixonado porvocê, sempre lhe vai contando tudo.

Não tem razão de sc cscandalisar, porque achuva não foi que me impedio, mas itnpedio de vir ocabeleireiro ás horas marcadas, equaudo depois veio,já euestava soífrendo o resultado domeu máo humor.Se não fosse islo, haveria nada que me impedisse deir a uma Sociedade de que lauto gosto... não vè ?!

Foi á festa do Carmo ?Qual Carmo nem meio Carmo ; estou vendoque daqui a pouco, fazem das Ordens, assim como ca-sas de sociedades,onde não entrão sem cartão, aindamesmo sendo sócios; daqui a pouco veremos os ir-mãosprivados de ir assistir ás festas de suas Ordensse não tiverem o privilegio de obter ura cariãosinho.

Isso havia de ser muito bonito ; então por cxp.S. Francisco de Paula, que tem um numero tal de ir-mãos que talvez não caibão no Campo de Santa Annaprecisa mandar fazer uma igreja com essas dimensõesou enlão admitir um numero de irmãos tão somentecorrespondente á capacidade da sua igreja ?—Ora, estou hoje disposta para continuar a fazer-lhe as minhas perguntas do costume.E cu prompta para responder a ellas.-- Polsattenda. Qualquer dizeressaquanüdadcdepedriubas miúdas espalhadas por todas as ruas dacidade ?

Quer dizer — Votos.Votos, não está má essa! explique-se.Nada mais fácil; todo esse alvoroço innnicipale o macadamisamento da cidade, é o

"meio qui osactuaes vereadores acharão para cabaílarem uas cl-leiçoes de setembro.

-Muito bem, já percebo. Agora responda-me,porque uo cemitério do Caju ha lão poucos homenspara pegarem no caixão dos defuntos, a ponto dequando lm concorrências de enterros, são primeiroservidos os enterros das duas primeiras classes (istotí,os ricos) eos das outras (os pobres) ficão á espera?* ™»cJ'nqUC10 Sl'' Josó Cle",e,lle "riusa''c disso,e qua se o soubera, providenciara a tal respeitoHr7Í,P°rqae

Cer,t0 *W»**áÜ? <»<! lã «ão sabe tra-tar bem, a quem desgraçadamente vai fallar-lhe '-Porque talvez se julgue o Urubu' rei dos de-juntos.-Será verdade que os botes da carreira dei.

Christovão para a Prainha, estão fazendo uma faltasensível aos moradores (Faquelle bairro ?

YV verdade ; mas lambem é verdade que todosos moradores não desejão que a ponte seja o mouo-polio de um homem.

A representação que appareceu ao Governo é afavor do empresário da carreira.—Sobre isso não sei responder, porque uma oulra

appareceria, conlra aquella que fosse mister, para oGoverno decidir como é de justiça, não continuar aimperar o privilegio exclusivo e o monopólio.Agora esta pergunta é para alguém dar o cav?.quj.

nho. Porque será, que na rua de S. Franciscoda Prainha , perto do Largo da Imperatriz, certoferreiro Balaustre ou Gatausto, não estou muito certano nome, tem um caixeiro, com nariz de pimentão ,que altravessando , ou pedindo obras aos capitãesde navios, diz sempre — o meu ferro é melhorque o de fulano — as minhas obras são mais bemacabadas,—e com estas e oulras caraminholas,quer tirar freguezes antigos de certas casas ?

Sanlo breve da marca, você atrapalha-me coma sua pergunta. No meu entender acho isso muitomáo , ser atravessador, e seria bom que o caixeirotratasse de embranquecer o nariz ; e o patrão quedeixasse viver quem vive e não tivesse maiores olhosque barriga, o muito trabalho talvez lhe faça al-guina indigestão.

Ora ahi está o que é responder com acerto.Vamos a outra. A razão porque certa mocada rua Direita , parece que é n'um segundo andar,encobre tanto o rosto com um lenço branco ,quando está no seu derriço, no seu namoro, comcerio moço que eslá a seu lado, íiugindo dar bo-quiuhas e abraços, isto em presença da visinhança,que ás vezes é desfeitiada por elle , quando al-gueni olha para esle descarado derriço , acha istobom priminha?Nunca o acharei, priminha, e tenho dó dessapobre moça, a quem o amor tem vendado os olhos.Não diga que o namorar é crime, oh não ; pelocontrario é um pralinho de bom manjar, que to-das nós multo gostamos. O que acho muito feio.é quando esse namoro é feito com escaudalo ;nem essa pobre moça, talvez bem innocente, sai-ba o que faz. Ila homens, homens!—bravo, priminha , respondeu cathcgoricamen-te, que iniiocenle !...

Não me chame innocente , que dou o cava-co, priminha; já lhe disse que namorar não écrime, eu lambem derriço meu bocadiuho, mas écom certa ordem e.'....

Já sei, pisca só um olho, não é assim, Cau-din ha ?

Mi deixe. Você" hoje está implicante , pri-minha.Não se zangue meucoraçãosiuho. Vou fazer-

lhe mais uma pergunta.Em que ficou aquelle negocio de Seruhy ? Osujeito casou ? como vai a cunhada ?Ora deixe-me, não me falle nesse tratante,fa!/ou á palavra, e nada deu ao pobre moço.Que di?., primiuha ? nem ella ao menos selembrou delle,

Que moléstia. Tão bom e um comooutro, sãoduas rolhas de patente, o que quizerão foi acharem-se servidos. Ouvi dizer que o moço sahio de casa enao voltou lá mais.Fez elle muito bem não querer habitar comgente sem vergonha e sem palavra.Eu lhe contarei o resto, quando me escre-verem de Seruhy.lambem eu hoje não estou para mais conver-.as. Mi cio o uKiulellete c o chapéo.

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5Então já caxorrinha ? deixe beijar sua delicadamãosinha.

Oh ! Feliz do amador ,Que gosar o teu amor 1Entao já vio que priminha esta tão deslnquieta?Adeos, adeos, sonhe comigo, já vio ?Sonho, sonho, tanto vocô sonhasse. ..Adeos.

UM POUCO DE TUDO.Os suores do theatro Provisório.

Oh 1 da policia !.... oh ! da municipalidade!...oh ! da sanitária Acudi com as vossas provi-dencias e remedio !....

O1 vós ones qui írasitis per viam l...uni-vos anos com estrondoso brado para que estasauthoridades abrão os ouvidos ás nossas supplicas!E emquanto o não fizerem, evitai passar junto doíheathro Provisório em noite de espectaculo 1Mas se a paixão da musica vos levar a entrar ali,ou uma necessidade qualquer vos impellir a caminhar'próxima ás paredes delle, ide de tamancos ou calça-do de borracha, se não quizerdes banhos de ácidourico aos pés. .

E lapai as ventas herraeticamente, se vossos órgãosollatorios não aflagão os vapores amoniacaes!E vendai tambem os olhos (ao menos os de vossasesposas e filhas) se o vosso amor ao estudo da chimi-ca animal não chega ao ponto de quererdes observare que ellas observem em toda a parte e a qualquerDora os laboratórios delia em acção.E levai tambem dous batedores na frente para vosdarem aviso dos carros que ao findar o espectaculochegão ás portas do theatro sem ordem, nem regula-ridade, eemdirecções oppostas.Oh ! da policia !.'.. ob ! da municipalidade!...,

oli! da sanitária!... acudi. Amen.[Pacotilha)

O calçamento da rua do Ouvidor.Os trabalhos desta rua marchão lentamente. Oul-zeramos ver n'essa parte da cidade mais actividadeem melhoramentos. Todos sabem que é esta umarua onde á noite passeão innumeras famílias, que ahivao fazer suas compras ou distrahir-se ; portanto nãoseria lá coisa muito fóra de propósito o pedirmos pa-ra ella mais attenção.Passarão carros por essa rua, depois de prompta ?Quizeramos que uão, e comnosco o quer todo ollio de Janeiro. [Diário)

Regallos da vida.Deitar no colo diurna sinhá

E' melhor que o vatapá.Furtar cousa probibidaFaz a vida apetecida.Os Jornaes de manhã ler

Sabe tanlo como o comer.Ouvir a Stoltz cantar

Faz a gente em nada pensar.A conversa das PriminhasFer nos Pobres com vagar.Ao lado d'uma sinháE1 cousinha de apreciar.

Comer melado com farinhaSabe a beijo de snhasinlia.

Pão de 16 no vinho molhadoDá prazer mui sublimado.

Chocolate de manliâa cedo. „, Dá vigor e tira o medo*

Desmazello nas Senhoras.Casa por varrer.Vestido desaboloado.ÇQsdescozidp^:>::;Â^-^Franzido despregado.Lenço torto no pescoço.Espelho embaceado.Pente sujo. - ltí^.Sapato largo,Cabello por pentear.Unhas negras.Dentes amarellosiRoupa suja espalhada.Cama morrinhenta. UCostura fuiicada.

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V..r.V"V. '

[M. Fluminense.)Beliscão na sociedade Recreio

Familiar.Pergunta-se ODirectoria da sociedade - Recreio

domíz d7ilS0«tettciò.n50 m*mm SSSuo mez de julho? Se a quizerem engolir, como iiengol.rao uma, é melhor avisar: «ão llie parece SenhoresdaDlreclorla? V\ V«SL

Isto é que e viver!! IDizem do Itália, que um indivíduo chamadoJoao ClHossItk acaba de .allecerua idade de 17annos, junto a Veneza. Nasceu em Vienna a 25 leSetembro de 1732, e entrou ,ia idade de 7 anno.como p fano no regimento austríaco de StahrenherKoi soldado 110 da sua vida, exemplo uniéo tos a...naes militares. As grandes fadigas, e as privações detoda a espécie que Joao Chlossick deve ter soíTridouas suas numerosas campanhas por mar e terra, emnada lhe alterarão a boa consliluição, conservandoei e sempre um caracter prasenteiro. O pai deste

Si Í07. "' *0S m anmS' * m S6U Ü° PatenlaBòa invenção.

Em Worcester. Estados-Unidos do Norte daAmerica, inventou-se uma machina para extrair daagua o oxigênio, convertendo-o em gaz de illümina-ção. A despeza limita-se á compra da machina, aindaque já se não^recise de outra, senão da agua que sedecompõe com a correnle electrica que comsigo ar-rasta.

Basta um trabalho diário de cinco minutos em cadaduas horas para pôr em movimento a machina, e pro-duzir ate 250 pes cúbicos de gaz. E'tão simples oapparelho, que qualquer homem póde leva-lo de-baixo do braço, custaudo apenas á00 dollars.(Lei)

P©ESIAPaixão de uma Senhora.

GLOSA,Por amor e amisadeDesejo sempre te amar.

MOTTE.Se n'esta desigualdade

Entre nós tem posto a sorteEu soíTro a magoa mais fortePor amor e amisade,Tu podes com liberdadeTeus aflectos dedicarA essa que a meu pesarl? por li sempre adoradaEu mesmo não sendo amadaDesejo sempre te amar.

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1 sa

O vagabundo.Eu durmo e vivo ao sol como um cigano,

Fumando meu cigarro vaporoso,Na noite de verão namoro estrellas,Sou pobre, sou mendigo, e sou ditoso.

Ando roto, sem bolsos, nem dinheiro,Mas tenho na viola uma riqueza ;(lanto á lua de noite cerenatas -1, quem vive de amor não lem pobresa.

Não invejo ninguém ; ninguém ouço a raivaNas cavernas do peito soffocante,Quando á noite, na treva, em mim se encontrãoOs reflexos do baile fascinante.

Namoro e sou feliz nos meus namoros,Sou garbosoe rapaz.... uma criadaAbrasada de amor por um sonetoJá um beijo me deu subindo a escada.

Oito dias lá vão, que ando scismandoNa donzella que ali defronte mora,Ella ao ver-me sorri tão docementeDesconfio que a moça me namora !

Tenho por meu palácio as longas ruas,Passeio a gosto, e durmo sem temores,Quando bebo, sou rei como um poeta !E o vinho faz sonhar com os amores!

O degráo das Igrejas e meu throno,Alinha pátria é o vento que respiro,Minha mãi é a lua macilentaE a preguiça, a mulher por quem suspiro.

Escrevo ua parede as minhas rimas,De painéis a carvão adorno a rua ;Como as aves do céo e as flores purasAbro meu peito ao sol, e durmo á lua!

Sinto-me um coração de LazzaroniSou lilho do calor, odeio o frio,Não creio no diabo nem nos santos,Ileso a Nossa Senhora, e sou vadio !

Ora se por ahi alguma bella,liem dourada e amante da preguiça,Quizer a nivea mão unir á minha,ilade acharme na Sé, domingo á missa.

M. A, A. de Azevedo.

charadasEsta é dedicada ao bello sexo

Fluminense.Posto quMnda joven , sou gigante,No livro das nações assignalado ;As (VEuropa Nações inveja façoPelo áureo Sollo de que fui dotado.— 2

A primeira tirai aquelle nomeD'uina estrella que malisa nosso estado,E assim um terreno chamareisQue com agrícola mão é cultivado. — 2

O meu lodo pluralisaGentis entes — graciosos,E cada uma possueEncantos maravilhosos.Em graça e bellesa primão,

Qual a mesma mãi dos amores;Em dotes meigos e bellosSão ás graças superiores.

Seus olhos possuem brilhoDe dous brilhantes luzeiros;Jí por excellencia se chamãoOs olhos mais feiliceiros.

Oífcrecida por um cavalheiro â Redacção.

OUTRA*

Fui grande sábioMeu produeto inda ensinaA compor medicamentosNa arte da medicina. -- 1

Esta honra só se dáA quem é merecedor,Que pela bondade mereceEsta honra a seu favor. — 2

E' nome próprioE bon i linh oEm seu todoE' galantinho. Lt. J* ò.

Se me juntares — io — 1Côr de purpura achareis — 1Procura-me no senado,Que por força me vereis. — 1Ainda que não sou viventeDe cego me alcunhareis. — 1

He um appelidoQue em poucos vereis,Mas lede os PobresJá o couheceis.

Por ser authorDe muitas charadas,E de logogriphosObras aceiadas.

OíTerecida por seu amigo Felisberto de BarrosNascentes.

/*• Não é lá, nem ali, nem acolá —Não é aqui, nem ali, nem acolá — 1Nas sete irmãas me encontrarás — 1

Nem a um, nem a outroQuero dar minha rasão,He bom usar deste systemaAté na escolha do melão. F. G.

A decifrarão das charadas do N. 79, são • —1!° Fama. — 2." Mariola.

ERRATA.Tendo sahido o numero passado com alguns erros

por não se lerem certos arligos, advertimos que na— Carta do Salafraio — na terceira quinlilha, ondediz: Para ser bem eslrumcnladadeve lôr-se — Para ser bem ijistrumcnlada —

ANNUNCIOS.CHAE VIDROS.

RUA DAS VIOLAS N. 39.O annunciante tendo removido as lintas drogas e

ferragens, para a sua nova loja n. 89, defronte deSanta Rita, ficou com o chá e vidros na antiga lojan. 39, onde espera a concurrencia dc seus amigose freguezes, do bom chá, tanlo nacional como ilaChina : aliançando-lhes a superioridade do mesh»o.

Também se deitão, e se vendem vidros cm caixasde qualquer modo que queirão.

Typ. dos Pokçs. rua do Ouvidor N. 158.