ambiente sedimentar fluvial e o ribeirão arrudas
TRANSCRIPT
AMBIENTE SEDIMENTAR FLUVIAL E O RIBEIRÃO ARRUDAS
Evenilton Fernandes; Kesia Martins; Liliane de Menezes;
Lucas Redoan; Pedro Mateus; Tamara Souza.
Geraldo Correia (Orientador)
Centro Universitário de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG
[email protected] 3 [email protected];
RESUMO: Este trabalho analisa os elementos que configuram a região de Ribeirão Arrudas e seu entorno como
sendo áreas de depósitos sedimentares e como a dinâmica fluvial participa deste processo.
Abstract: This paper examines the elements that make up the region of Rio Above and its surroundings as being
areas of sedimentary deposits and fluvial dynamics as part of this process.
____________________________________________________________________________
1 INTRODUÇÃO
Ambientes de sedimentação constitui
uma entidade geológica natural onde
ocorre acumulação de sedimentos,
cada ambiente possui suas
características físicas, químicas e
biológicas diferentes e produtos
sedimentares típicos, um dos
ambientes sedimentares mais
importantes é o fluvial, ele transporta
sedimentos para os mares e
percorrem grandes caminhos, os
ambientes fluviais variam um do outro,
tudo depende da área, relevo,
geologia, clima, litologia, e também o
fluxo de água, todos esses fatores
atuam na velocidade e na capacidade
de transporte de sedimentos, este
ambiente é um grande formador de
rochas sedimentares detritas desde
conglomerados, argilitos, arenitos e
siltitos também transporta todos os
tipos de granulometria, da argila ate os
matacões. Ambientes fluviais contêm
muitos tipos de minerais como
quartzo, micas, granadas, olivinas e
feldspatos. E com altas concentrações
de depósitos minerais. (PRESS,
Frank. Et al ParaEntender a terra.
Bookman, 2006).
Este ambiente tem suma importância na
modelação do relevo.
Os rios geralmente são considerados como sistemas abertos em constante troca de energia e matéria com o ambiente. O caráter e o comportamento dos sistemas fluviais em locais específicos refletem a integração de fatores como clima, vegetação, topografia, geologia, uso do solo e níveis de base locais, que juntos, determinam o regime hidrológico e hidrossedimentológico. Esta integração tende a gerar ajustamentos na geometria interna do sistema na busca constante por equilíbrio. (KNIGHTON, 1984,p.218).
Em nosso trabalho vamos focar o Ribeirão
Arrudas, que pertence a bacia do Rio das
Velhas, a Arruda nasce na cidade de
Contagem, percorre grande parte de Belo
Horizonte e desagua no Rio das Velhas em
Sabará, ele abrange uma área de 206 Km².(
Baltazar, O. F. & Silva, S. L., 1996. Projeto
Rio das Velhas. Mapa geológico). O Ribeirão
Arrudas possui inúmeros afluentes. Mas
infelizmente com o crescimento acelerado da
população e das construções civis houve
muita poluição no Ribeirão Arrudas, causado
por esgotos e lixos despejados. Com a
impermeabilização do solo tem causado
constantes alagamentos em épocas de
chuva.
A sistematização temporal da relação entre formas e processos fluviais e investigações paleogeomorfológicas podem contribuir para prognosticar impactos das atividades humanas e do uso de recursos naturais na dinâmica fluvial. (PETTS, FOSTER, 1985,p.274).
2 PROBLEMA DE PESQUISA
Analisar a susceptibilidade a enchentes na
bacia fluvial do Ribeirão Arrudas e seus
afluentes,por meio da análise das ações
antrópicas locais e como isso suprimiram o
verde que havia nas margens do Arrudas,
contribuindo para o aumento das
temperaturas e enchentes cada vez mais
destrutivas em decorrência da
impermeabilização do solo e como tudo isso
acarreta no aumento da quantidade de
sedimentos presentes na água.
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Montar como era o ambiente sedimentar
Fluvial do Ribeirão Arrudas antigamente,
antes do crescimento acelerado de Belo
Horizonte que gerou em torno da bacia
3.2 Objetivos específicos
Apresentar a importância do Ribeirão Arrudas
para as pessoas e tentar conscientiza-las
para poder reduzir a poluição do rio.
Coletar e Interpretar amostras na nascente
do rio e onde ele desagua, analisando
análises geoquímicas e físico-química da
água.
Apresentar as diferenças de cada ponto
visitado no campo, mostrando as
interferências que a população causa no
Ribeirão.
Identificar a litologia, pedologia e mineralogia
da montante e jusante do Ribeirão Arrudas.
4 JUSTIFICATIVA
O ambiente sedimentar fluvial é um dos mais
importantes na formação de rochas, atuando
na formação de relevo e depositando
sedimentos nos mares. Dentre essas
características demos ênfase ao Ribeirão
Arrudas, que é o ambiente sedimentar mais
próximo a nós.
O Ribeirão Arrudas, é o principal rio
que corta Belo Horizonte. É de suma
importância para a população a preservação
desse rio. A melhora de suas condições e a
despoluição do rio refletirá diretamente em
nossas vidas, já que ele vem sofrendo a
longo prazo um processo de degradação que
nos afeta diretamente.
5 METODOLOGIA
Para realização deste artigo optou-se por
dividir em etapas, sendo reunião, campo e
relatório.
-Buscar na literatura informações sobre bacia
fluvial sedimentar do Ribeirão Arrudas.
-Procurar os órgãos competentes autorização
para realizar o trabalho de campo na região
da nascente do Arrudas.
-Analisar os ambientes fluviais da região.
Na primeira etapa, reunimos em grupo,
para resolvermos os meios de estudos a
serem buscado e a realização do trabalho,
serão realizadas consultas em mapa,
demarcação de áreas de interesse,
levantamento de material teórico e
planejamento de campo.
Na segunda etapa, campo, serão
observados e analisados os elementos
levantados no primeiro gabinete,
comprovando ou não os questionamentos
iniciais. Com o auxílio do GPS o trajeto será
gravado para posteriores análises da
diferença de altitudes e de pontos de
interesse. Na terceira etapa, gabinete II, será
discutido e analisado as informações
levantadas em campo para elaboração do
relatório final.
6 DESENVOLVIMENTO
O Ribeirão Arrudas é um rio meandrante,
O Ambiente sedimentar Fluvial do Ribeirão
tinha um fluxo de baixa energia, e conseguia
transportar sedimentos com a maior
facilidade, comparado com hoje em dia,
formava planícies de inundação, ele possuía
minerais como Quartzo e micas, possuíam
também rochas sedimentares como
ortoconglomerados e arenitos, acontecia
muito acumulo de sedimentos ao longo do
leito. Este tipo de rio predominava o
transporte de carga em suspensão. O
meandrate tem a capacidade de migração
lateral dos canais através da erosão
progressiva das margens, mas com a
impermeabilização dos solos esta
característica acaba ficando perdida.
Com o crescimento acelerado de Belo
Horizonte e região metropolitana, algumas
dessas características foram perdidas, em
primeiro momento pela ocupação do leito
maior do mesmo, a partir disso foram criados
meios para solucionar este problema
gerando assim a canalização do rio que
acarretou outros transtornos. Com a
ocorrência de impermeabilizações dessas
áreas de montante, temos como
consequências as grandes inundações.
O Ribeirão Arrudas esta inserido em dois importantes Super grupos:
• Super grupo Minas: Grupo Sabará
• Super Grupo Rio das Velhas: Complexo belo Horizonte
Grupo Sabará: o Grupo Sabará é uma
sequência metavulcanossedimentar,
constituída de mica xisto e clorita xisto com
intercalações de metagrauvaca,
quartzito, quartzito feldspático,
quartzito ferruginoso, formação ferrífera e
metaconglomerado. (Dorr II, J. v. N.; Gair, J.
E.; Pomerene, J. B.; Rynearson, G. A.)
Complexo Belo Horizonte: Está localizado a norte do quadrilátero ferrífero,formou-se durante o Arqueano, embora tenha sido mais afetado pelo Evento Transamazônico, por volta de 2050 ma. Constitui-se de gnaisse-granítico, granito, biotita, gnaisse, biotita-hornblenda gnaisse, e migmatito. (Dorr II, J. v. N.; Gair, J. E.; Pomerene, J. B.; Rynearson, G. A.)
No Brasil, o Evento Transamazônico durou
de 2.200 à 1.800 milhões de anos e afetou
rochas de diversas regiões do país.
Aspectos geológicos-geomorfológicos
O município de Belo Horizonte está inserido
na grande unidade geológica conhecida
como cráton do São Francisco. O termo
refere-se ao extenso núcleo crustal do
centro-leste do país, tectonicamente estável
no final do Paleoproterozóico e margeando
por áreas que sofreram regeneração no
Neoproterozóico.
O território da capital mineira mostra uma
fisiologia diversificada e estreitamente
vinculada às propriedades geológicas de seu
substrato. Predominam as rochas arqueanas
integrantes do Complexo Belo Horizonte e
sequências supracrustais de idade
paleoproterzóico, integrantes do Supergrupo
Mians. Sedimentos cenozóicos recobrem
parcialmente estas unidades.
O domínio do complexo Belo Horizonte
integra a unidade geomorfológica
denominada Depressão de Belo Horizonte.
Este representa cerca de 70% do território de
Belo Horizonte e tem sua área de maior
expressão a norte da calha do ribeirão
Arrudas. Neste, predominam as rochas
gnáissico-migmáticas em diferentes estágios
de alteração. Seu relevo é tipificado por
espigões, colinas de topo plano a arqueado e
encostas policonvexas de declividades
variadas, nos flancos dessas feições e nas
transições. Entre elas ocorrem com
frequência anfiteatros de encostas côncavas
e drenagem convergente e nichos resultantes
da estabilização de antigas voçorocas.
O domínio das Sequências
Metassedimentares tem sua área de
ocorrência a sul da calha do ribeirão Arrudas,
constituindo cerca de 30% do território de
Belo Horizonte. O contato com o domínio do
complexo Belo Horizonte é marcado por uma
zona irregular em forma, mas de direção
geral nordeste-sudoeste (NE-SW).
O uso e ocupação do solo das bacias do
Ribeirão Arrudas e da Onça é
predominantemente urbano, existindo poucas
áreas não ocupadas, representadas
principalmente por áreas verdes, sendo
muitas delas parques e lotes vagos. Desse
modo, esta é uma área que se apresenta
profundamente alterada, com grande
impermeabilização do solo e modificações no
comportamento hidrológico natural. A área
das bacias referente ao município de Belo
Horizonte é onde se encontra maior
alteração. As áreas menos modificadas se
encontram em sua porção sudeste, que
coincide com a Serra do Curral; noroeste,
referente ao município de Contagem; e a
ponta leste, representada pelo município de
Sabará.
Campo:
Ponto 1- córrego barreiro
Localização: UTM 604.250 EW, 7.785.940
Ponto observado encontra-se cerca de 1km
da nascente.Largura do córrego: 2 metros
aproximadamente. Apresenta baixa energia a
jusante e a montante. Neste ponto observa-
se a água cristalina com acúmulo de
sedimentos pobremente selecionada areia
grossa, cascalho com clastos angulosos.
Fig. 1. Nascente arrudas. Fonte própria.
Fig. 2 Clastos encontrado no leito do rio. Fonte própria.
Ponto 2- Barragem de captação de água
(parque das águas) Capão de Posse ou
Barreiro.
Localização:UTM 19º59’57.4S 43º59’55.4W.
Ponto observado encontra-se no parque das
águas, apresenta 2 metros de largura a
jusante com baixa energia. Observa-se uma
queda d’água devido a construção da
barragem. Clastos angulosos e presença de
matacões de diversos tamanhos. Em alguns
pontos são possível observar também areia
media a grossa, a água neste ponto ainda
encontra-se cristalina.
Fig.3 Queda d’agua do Parque das Águas. Fonte própria.
Fig. 4 Ao leito do arrudas pouca energia. Fonte própria.
7 CONCLUSÃO
Para melhor entendimento das
características morfológicas e hidrológicas do
ribeirão arrudas foi necessário a realização
de um campo na área, na qual possui um
difícil acesso já que sua nascente se
encontra em uma área de reserva natural no
Parque do Serra do Rola Moça. O cenário ao
longo do curso do rio muda drasticamente já
que ele atravessa a cidade de Contagem e
Belo Horizonte e desagua no rio das Velhas
em Sabará.
8 REFERENCIAS BIBIOGRAFICAS
Baltazar, O. F. & Silva, S. L., 1996. Projeto
Rio das Velhas. Mapa geológico integrado do
Supergrupo Rio das Velhas, em escala
1:100.000. DNPM/CPRM, Brasília.
Dorr II, J. v. N.; Gair, J. E.; Pomerene, J. B.;
Rynearson, G. A., 1957. Revisão da
estratigrafia précambriana do Quadrilátero
Ferrífero. Rio de Janeiro
DNPM/DFPM. Avulso 81. 31 p.
PRESS, Frank. Et al Para Entender a terra. 4
ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
PETTS, G. E. & FOSTER, D. L. Rivers and
Landscape. ED. Edward Arnold, 1985. 274 p
SANTOS, Gisele Barbosa d. Geomorfologia
Fluvial no Alto Vale do Rio das Velhas,
Quadrilátero Ferrífero - MG: Paleoníveis
Deposicionais e a Dinâmica Atual.
2008. 143 f. Análise Ambiental –
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2008.
TEIXEIRA, Wilson etal Decifrando a Terra. 2
ed. São Paulo: Companhaia Editora
Nacional, 2006.