alys son helton santos bueno

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1 AVALIAÇÃO INTEGRADA DE MECANISMOS DE FALHA POR CORROSÃO EM DUTOS Alysson Helton Santos Bueno TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA METALÚRGICA E DE MATERIAIS. Aprovada por: _____________________________________________ Prof. José Antônio da Cunha Ponciano Gomes, D. Sc. _____________________________________________ Prof. Lucio Sathler, D. Sc. _____________________________________________ Prof. Luiz Roberto Martins de Miranda, D. Sc. _____________________________________________ Prof. Fernando Luiz Bastian, D. Sc. _____________________________________________ Prof. José Maurílio da Silva, D. Sc. _____________________________________________ Prof. José Luiz de França Freire, D. Sc. _____________________________________________ Prof. Ivan Napoleão Bastos, D. Sc. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL AGOSTO DE 2007

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Artigo de Corrosão

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  • 1

    AVALIAO INTEGRADA DE MECANISMOS DE FALHA POR CORROSO EM

    DUTOS

    Alysson Helton Santos Bueno

    TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAO DOS

    PROGRAMAS DE PS-GRADUAO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE

    FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

    NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE DOUTOR EM CINCIAS

    EM ENGENHARIA METALRGICA E DE MATERIAIS.

    Aprovada por:

    _____________________________________________ Prof. Jos Antnio da Cunha Ponciano Gomes, D. Sc.

    _____________________________________________ Prof. Lucio Sathler, D. Sc.

    _____________________________________________ Prof. Luiz Roberto Martins de Miranda, D. Sc.

    _____________________________________________ Prof. Fernando Luiz Bastian, D. Sc.

    _____________________________________________ Prof. Jos Maurlio da Silva, D. Sc.

    _____________________________________________ Prof. Jos Luiz de Frana Freire, D. Sc.

    _____________________________________________ Prof. Ivan Napoleo Bastos, D. Sc.

    RIO DE JANEIRO, RJ BRASIL

    AGOSTO DE 2007

  • 2

    BUENO, ALYSSON HELTON SANTOS

    Avaliao integrada de mecanismos de

    falha por corroso em dutos [Rio de Janeiro]

    2007

    XXIX. 269 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ,

    D.Sc., Engenharia Metalrgica e de

    Materiais, 2007)

    Tese Universidade Federal do Rio de

    Janeiro, COPPE

    1. Avaliao de Integridade estrutural

    2. Dutos e Corroso

    I. COPPE/UFRJ II.Ttulo (Srie)

  • 3

    Sbio aquele que transfere o que sabe e

    aprende o que ensina.

    (Cora Coralina)

    Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, no aprendo nem ensino.

    (Paulo Freire)

  • 4

    A Deus, meus Pais e minha namorada

    que sempre me apoiaram neste

    momento de minha vida.

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente, a Deus, por tornar possvel esta conquista e que sempre me iluminou

    pelos caminhos da vida.

    A meus Pais, pelo apoio, incentivo, carinho e amor. Sem eles este sonho no teria se

    tornado realidade.

    minha querida Maria Anglica, pelo apoio e principalmente por proporcionar muito

    amor e alegrias em meu corao durante todos esses anos juntos.

    A minha Irm, pelo seu amor, pelas suas palavras de otimismo e pela sua orao.

    Ao mestre Jos Antnio da Cunha Ponciano Gomes, pela amizade conquistada, pela

    confiana em nosso trabalho, pelos ensinamentos e pela excelente orientao.

    Ao prof. Lcio Sathler, pelos ensinamentos e orientao na anlise dos resultados.

    Ao prof. Miranda, pelos conhecimentos compartilhados e a quem tenho um inestimvel

    carinho.

    Ao prof. Bianchini, que me mostrou este fascinante mundo da corroso.

    A UFSJ que me proporcionou a base para esta vitria.

    Ao Tcnico e amigo Flvio, pela confeco das clulas para realizao dos ensaios e

    pelos Safris realizados para coleta de material em campo.

    Ao Amigo e tcnico Alecir, pela confeco dos corpos-de-prova e pelas boas conversas

    e risadas acompanhados de uma boa loira gelada.

    Aos tcnicos Antnio, Robson, Larcio, Jlio, Nelson, Jackson, Reinaldo e Roberto pelo

    apoio tcnico nos ensaios.

    Aos Engenheiros e tcnicos responsveis pela manuteno de faixa do gasoduto PQU,

    pelo excelente apoio aos trabalhos de campo.

    Ao Engenheiro Antnio Carlos Ribeiro pela competncia e amizade.

    Aos amigos de laboratrio: Leila, Helga, Daniel, Ladmir, Leila Bucci, Jefferson,

    Cezar, Lasa, Jaqueline, Vitor, Joo Carlos, Jelma, Joo, Eduardo, Fabola, Carol.

    Elisa, Uara, Dayanne, Alfredo e Milena.

    Aos amigos Thales e Jefferson pelo apoio, amizade e boas conversas.

    A Finep, Capes, CNPq, PQU e Coppetec, pelo apoio financeiro.

  • 6

    Resumo da Tese apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessrios

    para a obteno do grau de Doutor em Cincias (D. Sc.).

    AVALIAO INTEGRADA DE MECANISMOS DE FALHA POR CORROSO EM

    DUTOS

    Alysson Helton Santos Bueno

    Agosto/2007

    Orientador: Jos Antnio da Cunha Ponciano Gomes

    Programa: Engenharia Metalrgica e de Materiais

    O controle de corroso em dutos envolve o levantamento e anlise de dados

    originados por diferentes mtodos de inspeo e prticas de rotinas de manuteno e

    reparo. Neste caso, um programa de gerenciamento de integridade de dutos contra

    corroso deve analisar de forma integrada todas as informaes de dados de inspeo

    para manter nveis elevados de confiabilidade e continuidade operacional das

    instalaes.

    Neste trabalho so analisados conceitos relacionados com os processos

    corrosivos possveis de se desenvolver em dutos, bem como proposta uma

    metodologia que avalia de forma integrada os diferentes recursos tecnolgicos

    disponveis para monitoramento e controle de processos de corroso em dutos. A

    metodologia apresenta uma ordem lgica e integrada de anlise de dados, que considera

    anlises para verificao de conformidade dos aos segundo a norma API 5L, avaliao

    de estabilidade de solos ao longo de uma faixa de um duto, avaliao dos dados de

    inspeo por DCVG, avaliao do sistema de proteo catdica, avaliao da

    corrosividade dos solos, avaliao de influncias de correntes de interferncia e

    avaliao dos dados de PIG instrumentados. Esta metodologia agrega resultados de

    avaliaes em laboratrio, direcionadas dentro do objetivo de fornecer informaes

    complementares que ampliem a capacidade de anlise, com ganho em eficincia no

    gerenciamento do processo.

  • 7

    Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

    requirements for the degree of Doctor of Science (D. Sc.)

    INTEGRITY EVALUATION OF PIPELINE CORROSION FAILURE

    MECHANISMS

    Alysson Helton Santos Bueno

    August/2007

    Advisor: Jos Antnio da Cunha Ponciano Gomes

    Department: Materials and Metallurgical Engineering

    The pipeline corrosion control demands the collection and analysis of data

    obtained through some different methods of inspection and maintenance routines.

    Therefore, the pipeline corrosion integrity management programs should identify,

    mitigate and implement actions to prevent corrosion failure and maintain high levels of

    reliability and continuous operation.

    This research aims at analyzing the concepts related to the corrosion processes

    which are likely to happen in a pipeline, as well as, proposing a methodology that

    evaluates, in an integrated way, the different corrosion control resources technologies.

    This methodology presents a logical order of data analysis, taking into consideration

    the analysis to verify the steel conformity in relation to the standard API 5L, soil

    instability evaluation, DCVG inspection data evaluation, cathodic protection evaluation,

    soil corrosivity evaluation, interference currents evaluation and Instruments PIG data

    evaluation. This methodology gathers laboratory results which are focused on the

    objective to supply complementary information that can extend analysis capacity,

    aiming at efficiency gain in process management.

  • 8

    NDICE ANALTICO

    PGINA

    CAPTULO 1

    INTRODUO...............................................................................................................1

    CAPTULO 2 MECANISMOS DE CORROSO EM

    DUTOS.................................................................................................................. 5

    2.1 - CORROSO EXTERNA.........................................................................................7

    2.2 - CORROSO INTERNA........................................................................................ 15

    2.3 CORROSO SOB TENSO - CST......................................................................20

    2.4 - FRAGILIZAO PELO HIDROGNIO - FH..................................................... 24

    2.5 CORROSO BACTERIOLGICA......................................................................26

    2.6 - CORROSIVIDADE DO SOLO..............................................................................27

    2.7 - MOVIMENTAO DE SOLO..............................................................................31

    2.8 SISTEMA DE PROTEO CATDICA INEFICIENTE....................................32

    2.9 CORRENTE DE INTERFERNCIA....................................................................37

    2.10 - FALHAS NO REVESTIMENTO........................................................................ 39

    2.11 - DANOS POR TERCEIROS/VANDALISMO..................................................... 42

    2.12 - NATUREZA RELMPAGO TEMPESTADE................................................ 43

    CAPTULO 3 MTODOS FSICOS DE INSPEO E SISTEMAS DE

    PROTEO CONTRA A CORROSO................................................................... 44

  • 9

    3.1 MTODO PARA DETECO DE DEFEITOS METLICOS - PIGS

    INSTRUMENTADOS.................................................................................................... 44

    3.2 MTODO PARA DETECO DE DEFEITOS NO REVESTIMENTO............ 45

    3.2.1 - TCNICA DE DCVG......................................................................................... 46

    CAPTULO 4: AVALIAO DE INTEGRIDADE DE DUTOS

    CORRODOS................................................................................................................ 52

    4.1 - MTODOS DE GESTO DE INTEGRIDADE ESTRUTURAL........................ 56

    4.1.1 NORMAS API 580 E 581 - INSPEO BASEADA EM RISCO.....................59

    4.1.2 - RVORE DE FALHA........................................................................................ 65

    4.1.3 DOCUMENTO ASME B31.8S 2001.............................................................. 65

    4.1.3.1 INTEGRAO E REVISO DE DADOS.................................................... 67

    4.1.3.2 AVALIAO DE RISCO..............................................................................69

    4.1.3.3 AVALIAO DE INTEGRIDADE............................................................... 71

    4.1.3.4 RESPOSTAS PARA A AVALIAO DE INTEGRIDADE........................ 72

    CAPTULO 5: AVALIAO EXPERIMENTAL DE ALGUNS MECANISMOS

    DE CORROSO - ENSAIOS LABORATORIAIS E IN SITU

    RESULTADOS E DISCUSSO.................................................................................. 73

    5.2.1 AVALIAO DE AOS DA CLASSE API 5L............................................... 73

    5.2.2 AVALIAO DA CORROSIVIDADE DOS SOLOS..................................... 80

  • 10

    5.2.3 ENSAIOS DE POLARIZAO ELETROQUMICA.......................................88

    5.2.3.1 ENSAIOS DE POL. EM EXTRATOS AQUOSOS DE SOLOS.................... 93

    5.2.3.2 SOLUO SINTTICA NS4 + TIOSULFATO.......................................... 100

    5.2.4 ENSAIOS DE PERMEAO DE HIDROGENIO..........................................106

    5.2.5 ENSAIOS DE TRAO SOB BAIXA TAXA DE DEFORMAO.............119

    5.2.5.1 ENSAIOS DE TRAO BTD REALIZADOS EM EXTRATO

    AQUOSO DE SOLO COM pH PRXIMO DO NEUTRO........................................ 123

    5.2.5.1.1 AO API X60............................................................................................ 123

    5.2.5.1.2 AO API X80............................................................................................ 127

    5.2.5.2 ENSAIOS REALIZADOS NA SOLUO NS4......................................... 131

    5.2.5.2.1 AO API X60............................................................................................ 131

    5.2.5.2.2 AO API X80............................................................................................136

    5.2.5.3 DISCUSSO DOS RESULTADOS REFERENTES AOS ENSAIOS

    DE TRAO BTD EM SOLUO NS4 E EXTRATO AQUOSO DE SOLO..........139

    5.2.5.4 ENSAIOS REALIZADOS NA SOLUO NS4 + TIOSULFATO............. 146

    5.2.5.5 ENSAIOS REALIZADOS NA SOLUO NS4 PURA COM

    IMPOSIO DE POTENCIAL ACIMA DA LINHA DE EQUILBRIO H/H+..........157

    5.2.5.6 ENSAIOS REALIZADOS NA SOLUO NS4 COM TAXA DE

    DEFORMAO DE 9 x 10-7 s-1.................................................................................. 164

    5.2.6 ENSAIOS DE TRAO SOB CARGA CONSTANTE................................. 172

    5.2.7 ENSAIOS DE ALCALINIZAO POR IMPOSIO DE

    POTENCIAIS CATDICOS....................................................................................... 186

  • 11

    CAPTULO 6 PLANO DE GERENCIAMENTO DE INTEGRIDADE

    CONTRA CORROSO EM DUTOS....................................................................... 189

    6.1 - CORROSO EXTERNA.................................................................................... 194

    6.2 - CORROSO INTERNA...................................................................................... 198

    6.3 CORRENTE DE INTERFERNCIA................................................................. 201

    6.4 - CORROSO SOB TENSO EXTERNA (CST) ............................................... 201

    6.5 DANO PELO HIDROGNIO..............................................................................206

    6.6-CORROSO BACTERIOLGICA.......................................................................216

    6.7-SISTEMA DE PROTEO CATDICA.............................................................219

    6.8- EVESTIMENTO....................................................................................................230

    6.9 - METODOLOGIA DE ANLISE INTEGRADA DE DADOS

    DE INSPEO.............................................................................................................233

    CAPTULO 7 CONCLUSO................................................................................. 249

    CAPTULO 8 TRABALHOS FUTUROS..............................................................253

    CAPTULO 9 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...........................................254

  • 12

    NDICE DE FIGURAS

    Figura 1.1: Distribuio de dutos no mundo. 1

    Figura 2.1: Fluxograma de avaliao de integridade utilizado por companhias chinesas. 6

    Figura 2.2: Processo de avaliao de integridade da ameaa de corroso externa. 8

    Figura 2.3: Curva de resistncia. 10

    Figura 2.4: Processo de avaliao de integridade referente a corroso interna. 15

    Figura 2.5: Ensaios de permeao pelo hidrognio do ao API X60 em soluo NS4 pura e soluo NS4 com tiosulfato. 27

    Figura 2.6: Ensaios de trao sob baixa taxa de deformao do ao API X60 em soluo NS4 pura e soluo NS4 com tiosulfato. 27

    Figura 2.7: Medidas de Potencial on/off em mineroduto. 34

    Figura 2.8: Medidas de resistividade ao longo do mineroduto. 34

    Figura 2.9: Distribuio das falhas de CST com o tipo de revestimento dos dutos, TransCanad Pipeline. 41x

  • 13

    Figura 3.1: Esquema simplificado do funcionamento da tcnica DCVG. 46

    Figura 4.1: A curva da banheira. 53

    Figura 4.2: Diferentes comportamentos que a curva da banheira pode apresentar para cada equipamento. 55

    Figura 4.3: rea de impacto potencial devido a uma falha no gasoduto. 58

    Figura 4.4: Aplicao da inspeo RBI. 60

    Figura 4.5: Clculo de conseqncia RBI. 61

    Figura 4.6: Matriz de risco. 62

    Figura 4.7: Matriz de risco. 64

    Figura 4.8: Processo contnuo para gerenciamento de um plano de integridade. 67

    Figura 5.1: Metalografia do ao API X46. (A) com ataque de nital 2% (aumento de 100x), (B) sem ataque (aumento de 50x). 74

    Figura 5.2: Metalografia do ao API X60. (A) com ataque de nital 2% (aumento de 100x), (B) sem ataque (aumento de 50x). 75

  • 14

    Figura 5.3: Metalografia do ao API X80. (A) com ataque de nital 2% (aumento de 100x), (B) sem ataque (aumento de 50x). 75

    Figura 5.4: Anlise por EDS de incluses presentes no ao API X60. 76

    Figura 5.5: Anlise por EDS de incluses presentes no ao API X60. 76

    Figura 5.6: Anlise por EDS do metal de base ao API X60. 76

    Figura 5.7: Diagrama E vs pH de equilbrio eletroqumico para o sistema Fe/H2O, a 25 C.

    90

    Figura 5.8: Curvas de polarizao andicas e catdicas do ao API X60 em extrato aquoso naturalmente aerado e desaerado, preparado a partir do solo 1. 93

    Figura 5.9: Curvas de polarizao andicas e catdicas do ao API X60 em extrato aquoso naturalmente aerado e desaerado, preparado a partir do solo 2. 94

    Figura 5.10: Curvas de polarizao andicas e catdicas do ao API X60 em extrato aquoso naturalmente aerado e desaerado, preparado a partir do solo 3. 94

    Figura 5.11: Curvas de polarizao andicas e catdicas do ao API X60 em extrato aquoso naturalmente aerado e desaerado, preparado a partir do solo 4. 95

    Figura 5.12: Curvas de polarizao andicas e catdicas do ao API X60 em extrato aquoso naturalmente aerado e desaerado, preparado a partir do solo 5. 95

    Figura 5.13: Curvas de polarizao andicas e catdicas do ao API X60 nas solues desaeradas de NS4 + tiosulfato e NS4 pura. 101

  • 15

    Figura 5.14: Diagrama E vs pH de equilbrio eletroqumico para o sistema H2S, a 25 C.

    102

    Figura 5.15: Diagrama E vs pH de equilbrio eletroqumico para o sistema H2S, a 25 C, com um zoom.

    102

    Figura 5.16: Variao da corrente andica entre o corpo-de-prova e o eletrodo de platina at alcanar uma corrente residual desprezvel, ir

    108

    Figura 5.17: Permeao de hidrognio ao longo do ensaio. Fases: (1) obteno de corrente residual de passivao (2) curva de permeao (estado transiente), (3) estado estacionrio.

    109

    Figura 5.18: Conjunto de aparelhagem experimental. 109

    Figura 5.19: Curva de permeao pelo hidrognio do ao API X60 em soluo extrato aquoso do solo 1, NS4 e NS4 + tiosulfato, ambiente desaerado.

    110

    Figura 5.20: Curva de permeao pelo hidrognio do ao API X80 em soluo extrato aquoso do solo 1, NS4 e NS4 + tiosulfato, ambiente desaerado.

    111

    Figura 5.21: Curva densidade de corrente de permeao vs potencial aplicado, ao API X60 em soluo NS4 + tiosulfato desaerado. 114

    Figura 5.22: Mquina de trao para ensaios de baixa taxa de deformao - BTD. 120

    Figura 5.23: Desenho do corpo-de-prova de trao do tipo BTD. 121

    Figura 5.24: Desenho esquemtico da preparao da seo longitudinal do corpo-de-prova para anlise metalogrfica 122

  • 16

    Figura 5.25: Ensaio de trao BTD do ao API X60, em extrato aquoso desaerado, realizados ao ar, nos potenciais de 300 e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    124

    Figura 5.26: MEV Corpo-de-prova de ao API X60 ensaiado em extrato aquoso desaerado (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso). (A) Vista lateral com aumento de 20x e (B) Superfcie de fratura com aumento de 30 x.

    125

    Figura 5.27: MEV - (a) Superfcie de fratura do corpo-de-prova de ao API X60 ensaiado em extrato aquoso desaerado (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso) com aumento de 500x e (b) com aumento de 1000x na regio 1.

    126

    Figura 5.28: MO Seo logitudinal do corpo-de-prova de ao API X60 ensaiado em extrato aquoso desaerado (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso), com aumento de 120x e com ataque de nita 2%.

    126

    Figura 5.29: Ensaio de trao BTD do ao API X80, em extrato aquoso desaerado, realizados ao ar, nos potenciais de 300 e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    128

    Figura 5.30: MEV Corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado em extrato aquoso desaerado (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso). (A) Vista lateral com aumento de 20x e (B) Superfcie de fratura com aumento de 30 x.

    129

    Figura 5.31: MEV - (a) Superfcie de fratura do corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado em extrato aquoso desaerado (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso) com aumento de 500x e (b) com aumento de 1000x na regio 1.

    130

    Figura 5.32: MO Seo longitudinal do corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado em extrato aquoso desaerado (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso), com ataque de nital 2% e aumento de 120x.

    130

    Figura 5.33: Ensaio de trao BTD do ao API X60, em soluo NS4 desaerado, realizados ao ar, nos potenciais de 300 e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    132

  • 17

    Figura 5.34: MEV Corpo-de-prova de ao API X60 ensaiado em soluo NS4 desaerada (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso). (A) Vista lateral com aumento de 20x e (B) Superfcie de fratura com aumento de 30 x.

    133

    Figura 5.35: MEV - (a) Superfcie de fratura do corpo-de-prova de ao API X60 ensaiado em soluo NS4 desaerada (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso) com aumento de 500x e (b) com aumento de 1000x na regio 1.

    134

    Figura 5.36: MO Seo logitudinal do corpo-de-prova de ao API X60 ensaiado na soluo NS4 desaerada (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso), com ataque de nital 2% e aumento de 120x.

    134

    Figura 5.37: Ensaio de trao BTD do ao API X80, em soluo NS4 desaerado, realizados ao ar, nos potenciais de 300 e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    136

    Figura 5.38: MEV Corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado em soluo NS4 desaerada (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso). (A) Vista lateral com aumento de 20x e (B) Superfcie de fratura com aumento de 30 x.

    137

    Figura 5.39: MEV - (a) Superfcie de fratura do corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado em soluo NS4 desaerada (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso) com aumento de 500x e (b) com aumento de 1000x na regio 1.

    138

    Figura 5.40: MO Seo logitudinal do corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado na soluo NS4 desaerada (Potencial de 700 mV abaixo do potencial de corroso), com ataque de nital 2% e aumento de 120x.

    138

    Figura 5.41: Tempo de ruptura do ao API X60 ensaiado em mquina de trao sob baixa taxa de deformao ao ar, em soluo NS4 desaerada e extrato aquoso desaerado, nas condies de potencial de 300 e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    140

    Figura 5.42: Deformao final do ao API X60 ensaiado em mquina de trao sob baixa taxa de deformao ao ar, em soluo NS4 desaerada e extrato aquoso desaerado, nas condies de potencial de 300 e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    140

  • 18

    Figura 5.43: Reduo de rea do ao API X60 ensaiado em mquina de trao sob baixa taxa de deformao ao ar, em soluo NS4 desaerada e extrato aquoso desaerado, nas condies de potencial de 300 e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    141

    Figura 5.44: Tempo de ruptura do ao API X80 ensaiado em mquina de trao sob baixa taxa de deformao ao ar, em soluo NS4 desaerada e extrato aquoso desaerado, nas condies de potencial de 300 e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    141

    Figura 5.45: Deformao final do ao API X80 ensaiado em mquina de trao sob baixa taxa de deformao ao ar, em soluo NS4 desaerada e extrato aquoso desaerado, nas condies de potencial de 300 e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    142

    Figura 5.46: Reduo de rea do ao API X80 ensaiado em mquina de trao sob baixa taxa de deformao ao ar, em soluo NS4 desaerada e extrato aquoso desaerado, nas condies de potencial de 300 e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    142

    Figura 5.47: Curva de potencial aplicado vs relao de deformao, aos API X60 e X80 em extrato aquoso desaerado. 145

    Figura 5.48: Curva de potencial aplicado vs relao de deformao, aos API X60 e X80 em soluo NS4 desaerada. 145

    Figura 5.49: Ensaio de trao BTD do ao API X80, em soluo NS4 + tiosulfato e NS4 pura, realizado nos potenciais de corroso e de 300 mV abaixo do potencial de corroso.

    147

    Figura 5.50: MEV Corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado na soluo NS4 + tiosulfato desaerada (Potencial de corroso). (A) Vista lateral com aumento de 20x e (B) Superfcie de fratura com aumento de 30 x.

    149

    Figura 5.51: MEV - (a) Superfcie de fratura do corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado na soluo NS4 + tiosulfato desaerada (Potencial de corroso) com aumento de 500x e (b) com aumento de 1000x na regio 1.

    149

  • 19

    Figura 5.52: MO Seo longitudinal do corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado na soluo NS4 + tiosulfato desaerada (Potencial de corroso) com ataque de nital 2% e aumento de 120x.

    150

    Figura 5.53: MEV Corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado na soluo NS4 + tiosulfato desaerada (Potencial de 300 mV abaixo do potencial de corroso). (A) Vista lateral com aumento de 20x e (B) Superfcie de fratura com aumento de 30 x.

    151

    Figura 5.54: MEV - (a) Superfcie de fratura do corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado na soluo NS4 + tiosulfato desaerada (Potencial de 300 mV abaixo do potencial de corroso) com aumento de 500x e (b) com aumento de 1000x na regio 1.

    151

    Figura 5.55: MO Seo logitudinal do corpo-de-prova de ao API X80 ensaiado na soluo NS4 + tiosulfato desaerada (Potencial de 300 mV abaixo do potencial de corroso), com ataque de nital 2% e aumento de 120x.

    152

    Figura 5.56: Tempo de ruptura do ao API X80 ensaiado em mquina de trao sob baixa taxa de deformao ao ar, em soluo NS4 pura e NS4 + tiosulfato, ambas desaeradas e nas condies de potencial de corroso e de 300 mV abaixo do potencial de corroso.

    154

    Figura 5.57: Deformao final do ao API X80 ensaiado em mquina de trao sob baixa taxa de deformao ao ar, em soluo NS4 pura e NS4 + tiosulfato, ambas desaeradas e nas condies de potencial de corroso e de 300 mV abaixo do potencial de corroso.

    154

    Figura 5.58: Reduo de rea do ao API X80 ensaiado em mquina de trao sob baixa taxa de deformao ao ar, em soluo NS4 pura e NS4 + tiosulfato, ambas desaeradas e nas condies de potencial de corroso e de 300 mV abaixo do potencial de corroso.

    155

    Figura 5.59: Ensaio de trao BTD do ao API X60, em soluo NS4 desaerada, realizado nos potenciais 100 mV acima da linha de equilbrio H/H+, potencial de corroso e de 700 mV abaixo do potencial de corroso e ao ar.

    158

  • 20

    Figura 5.60: MEV Corpo-de-prova de ao API X60 ensaiado na soluo NS4 desaerada (Potencial de 100 mV acima da linha H/H+). (A) Vista lateral com aumento de 20x e (B) Superfcie de fratura com aumento de 30 x.

    159

    Figura 5.61: MEV - (a) Superfcie de fratura do corpo-de-prova de ao API X60 ensaiado na soluo NS4 desaerada (Potencial de 100 mV acima da linha H/H+) com aumento de 500x e (b) com aumento de 1000x na regio 1.

    160

    Figura 5.62: MO Seo logitudinal do corpo-de-prova de ao API X60 ensaiado na soluo NS4 desaerada (Potencial de 100 mV acima do potencial de corroso), com ataque de nital 2% e aumento de 120x.

    160

    Figura 5.63: Tempo de ruptura do ao API X60 ensaiado em mquina de trao BTD ao ar, em soluo NS4 desaerada e nas condies de potencial acima da linha de equilbrio H/H+, potencial de corroso e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    162

    Figura 5.64: Deformao final do ao API X60 ensaiado em mquina de trao BTD ao ar, em soluo NS4 desaerada e nas condies de potencial acima da linha de equilbrio H/H+, potencial de corroso e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    163

    Figura 5.65: Reduo de rea do ao API X60 ensaiado em mquina de trao BTD ao ar, em soluo NS4 desaerada e nas condies de potencial acima da linha de equilbrio H/H+, potencial de corroso e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    163

    Figura 5.66: Ensaio de trao BTD do ao API X46, em soluo NS4 desaerada, realizados nos potenciais de corroso e de 300 mV abaixo do potencial de corroso, com taxas de deformao de 9 x 10-7s-1 e 9 x 10-6 s-1.

    165

  • 21

    Figura 5.67: MEV - Vista lateral do corpo-de-prova de ao API X46 ensaiado em extrato aquoso desaerado de solo com pH prximo do neutro(Potencial de corroso e taxa de deformao de 9 x10-7 s-1) com aumento de 20x.

    166

    Figura 5.68: MEV - (a) Superfcie de fratura do corpo-de-prova de ao API X46 ensaiado em extrato aquoso desaerado de solo com pH prximo do neutro (Potencial de corroso e taxa de deformao de 9 x 10-7 s-1) com aumento de 500x e (b) com aumento de 1000x.

    167

    Figura 5.69: Corpo-de-prova de ao API X46 ensaiado no potencial de corroso com taxa de deformao de 9 x 10-7 s-1. Incidncia de fratura dctil e corroso generalizada.

    167

    Figura 5.70: MEV - Vista lateral do corpo-de-prova de ao API X46 ensaiado na soluo NS4 desaerada (Potencial de 300 mV abaixo do potencial de corroso e taxa de deformao de 9 x10-7 s-1) com aumento de 20x.

    168

    Figura 5.71: MEV - (a) Superfcie de fratura do corpo-de-prova de ao API X46 ensaiado na soluo NS4 (Potencial de 300 mV abaixo do potencial de corroso e taxa de deformao de 9 x 10-7 s-1) com aumento de 500x e (b) com aumento de 1000x.

    168

    Figura 5.72: Corpo-de-prova de ao API X46 ensaiado na soluo NS4 com imposio do potencial de 300 mV abaixo do potencial de corroso e taxa de deformao de 9 x 10-7 s-1.

    169

    Figura 5.73: Deformao final do ao API X46 ensaiado em mquina de trao BTD ao ar e na soluo NS4 desaerada. Nas condies de potencial de corroso e a 300 mV abaixo do potencial de corroso, com imposio de taxas de deformao de 9 x 10-6 e 9 x 10-7 s-1.

    170

  • 22

    Figura 5.74: Reduo de rea do ao API X46 ensaiado em mquina de trao BTD ao ar e na soluo NS4 desaerada. Nas condies de potencial de corroso e a 300 mV abaixo do potencial de corroso, com imposio de taxas de deformao de 9 x 10-6 e 9 x 10-7 s-1.

    170

    Figura 5.75: Curva tenso constante imposta vs tempo do ensaio de carga constante para o ao API X60 em soluo NS4, realizado ao ar e nos potenciais de 100 mV acima da linha H/H+ e de 300 mV abaixo do potencial de corroso.

    174

    Figura 5.76: Ensaio de trao BTD do ao API X60 aps ensaio de carga constante em soluo NS4, realizado ao ar e nos potenciais de 100 mV acima da linha H/H+ e de 300 mV abaixo do potencial de corroso.

    174

    Figura 5.77: MEV Corpo-de-prova de ao API X60 ensaiado na soluo NS4 pura desaerada (Potencial de 100 mV acima da linha H/H+). (A) Vista lateral com aumento de 20x e (B) Superfcie de fratura com aumento de 30 x.

    176

    Figura 5.78: MEV - (a) Superfcie de fratura do corpo-de-prova de ao API X60 ensaiado na soluo NS4 desaerada (Potencial de 100 mV acima da linha H/H+) com aumento de 500x e (b) com aumento de 1000x na regio 1.

    176

    Figura 5.79: MO Seo logitudinal do corpo-de-prova de ao API X60 pr ensaiado na soluo NS4 (Potencial de 100 mV acima da linha H/H+), com aumento de 120x e com ataque de nita 2%. Sem ocorrncia de trincamento.

    177

    Figura 5.80: MEV Corpo-de-prova de ao API X60 pr-ensaiado na soluo NS4 desaerada (Potencial de 300 mV abaixo do potencial de corroso). (A) Vista lateral com aumento de 20x e (B) Superfcie de fratura com aumento de 30 x.

    178

    Figura 5.81: MEV Corpo-de-prova de ao API X60 pr-ensaiado na soluo NS4 desaerada (Potencial de 300 mV abaixo do potencial de corroso). Vista lateral com foco na trinca e aumento de (A) 50x, (B) 200x e (C) 500x.

    178

    Figura 5.82: MEV - (a) Superfcie de fratura do corpo-de-prova de ao API X60 pr-ensaiado na soluo NS4 desaerada (Potencial de 300 mV abaixo do potencial de corroso) com aumento de (A) 200x, (B) 500x e (C) 1000x e foco na trinca.

    179

  • 23

    Figura 5.83: MO Seo logitudinal do corpo-de-prova de ao API X60 pr-ensaiado na soluo NS4 (Potencial de 300 mV abaixo do potencial de corroso), com aumento de 120x e com ataque de nital 2%.

    179

    Figura 5.84: Tempo de ruptura do ao API X60 pr-ensaiado em carga constante ao ar, em soluo NS4 desaerada nos potencias de 100 acima da linha H/H+ e de 300 abaixo do potencial de corroso.

    180

    Figura 5.85: Deformao final do ao API X60 pr-ensaiado em carga constante ao ar, em soluo NS4 desaerada nos potencias de 100 acima da linha H/H+ e de 300 abaixo do potencial de corroso.

    181

    Figura 5.86: Reduo de rea do ao API X60 pr ensaiado em carga constante ao ar, em soluo NS4 desaerada nos potencias de 100 acima da linha H/H+ e de 300 abaixo do potencial de corroso.

    181

    Figura 5.87: Clula eletroqumica contendo a chapa de ao sem colorao rosa, que foi ocasionada pela reao de reduo do hidrognio devido o potencial catdico imposto. (A) Potencial de corroso e (B) 300 mV abaixo do potencial de corroso.

    187

    Figura 5.88: Clula eletroqumica contendo a chapa de ao com colorao rosa, que foi ocasionada pela reao de reduo do hidrognio devido o potencial catdico imposto. (A) Potencial de 300 mV abaixo do potencial de corroso e (B) 1000 mV abaixo do potencial de corroso.

    188

    Figura 6.1: Simbologia da rvore de falha. 191

    Figura 6.2: rvore de falhas geral proposta para anlise de processos de danos em dutos. 192

    Figura 6.3: rvore de falha para o mecanismo de corroso externa em dutos. 194

  • 24

    Figura 6.4: rvore de falha para o mecanismo de corroso interna em oleodutos, minerodutos e gasodutos que transportem gs mido. 199

    Figura 6.5: rvore de falha para o mecanismo de corroso interna em gasodutos que transportem gs seco. 199

    Figura 6.6: rvore de falha para o mecanismo de corroso sob tenso externa em dutos. 202

    Figura 6.7: rvore de falha para o mecanismo de danos pelo hidrognio em dutos. 208

    Figura 6.8: Perfil de proteo catdica em seo do duto (Potencial on) 212

    Figura 6.9: Curva de resistncia de dados de inspeo por PIG instrumentado 218

    Figura 6.10: Medidas de potencial natural do ao carbono ao longo aa faixa de servido de um mineroduto. 227

    Figura 6.11: rvore de falhas para o revestimento em dutos enterrados. 230

    Figura 6.12: Fluxograma da metodologia de avaliao de integridade em relao a processos de corroso em dutos. 235

    Figura 6.13: Fluxograma de anlise de defeitos obtidos pela tcnica DCVG. 236

    Figura 6.14: Fluxograma de otimizao do sistema de proteo catdica em dutos. 239

  • 25

    Figura 6.15: Mtodo de anlise das descontinuidades ou defeitos detectados pela inspeo com o PIG. 245

  • 26

    NDICE DE TABELAS

    Tabela 2.1: Parmetro resistividade utilizado pelo documento ASME B31-8S para avaliar a corrosividade do solo. 13

    Tabela 2.2: Potencial de corrosividade do fluido transportado em funo da perda de massa do cupom instalado. 17

    Tabela 2.3: Parmetros relacionados por Steinrath para se avaliar a corrosividade do solo. 30

    Tabela 2.4: ndice total da agressividade do solo segundo Steinrath. 30

    Tabela 2.5: Parmetro utilizado no ndice de Steinrath modificado, onde o potencial redox substitudo pela BRS. 31

    Tabela 2.6: Inspeo da proteo catdica do duto atravs do Potencial on/off. 33

    Tabela 3.1: Tipos de Pigs instrumentados existentes e suas utilizaes. 45

    Tabela 3.2: Severidade dos defeitos encontrados pela tcnica DCVG. 48

    Tabela 3.3: Estados eletroqumicos em que um defeito no revestimento pode estar. 49

    Tabela 4.1: Descrio das etapas da curva da banheira. 54

    Tabela 4.2: Classificao da densidade populacional para clculo da conseqncia de modos de falhas em gasodutos. 63

    Tabela 5.1: Medidas de dureza dos aos API em estudo. 77

    Tabela 5.2: Propriedades mecnicas dos aos API X46, X60 e X80. 78

    Tabela 5.3: Anlises qumicas dos materiais em estudo. 78

  • 27

    Tabela 5.4: Parmetros fsicos qumicos e bacteriolgicos das amostras de solos coletadas. 82

    Tabela 5.5: Clculo dos ndices de Steinrath e Steinrath modificado. 82

    Tabela 5.6: Classificao da corrosividade dos solos segundo potencial redox, resistividade, ndices de Steinrath e Steinrath modificado. 85

    Tabela 5.7: Composio qumica das solues NS4 e NS4+ tiosulfato 10-2M. 89

    Tabela 5.8: Potenciais de corroso, equilbrio H/H+ e equilbrio Fe/Fe2+ obtidos nas condies aeradas e desaeradas, para o ao API X60 nos solos em estudo.

    96

    Tabela 5.9 Potenciais de corroso medidos em laboratrio e in situ. 98

    Tabela 5.10: Valores de densidade de correntes andicas dos solos obtidas a 100 mV acima do potencial de corroso. 99

    Tabela 5.11: Potenciais de corroso, equilbrio H/H+ e equilbrio Fe/Fe2+ obtidos na condio desaerada, para o ao API X60 na soluo NS4 + tiosulfato.

    103

    Tabela 5.12: Valores de densidade de correntes andicas das solues NS4 e NS4 + tiosulfato obtidas a 100 mV acima do potencial de corroso. 104

    Tabela 5.13: Densidades de correntes dos ensaios de permeao pelo hidrognio nos aos API X60 e X80. 113

    Tabela 5.14: Clculo da sobre-tenso entre o potencial de corroso e o potencial de equilbrio Fe/Fe2+ para os ensaios no ao API X60 e X80, em soluo NS4 + tiosulfato, NS4 e extrato aquoso, todas em ambiente desaerado.

    115

    Tabela 5.15: Clculo da sobre-tenso entre o potencial de corroso e o potencial de equilbrio H/H+ para os ensaios no ao API X60 e X80, em soluo NS4 + tiosulfato, NS4 e extrato aquoso.

    116

  • 28

    Tabela 5.16: Mdia dos resultados obtidos em ensaios de trao BTD realizados no ao API X60 em extrato aquoso desaerado do solo 1, nos potenciais de 300 mV abaixo do potencial de corroso, 700 mV abaixo do potencial de corroso e ao ar.

    125

    Tabela 5.17: Mdia dos resultados obtidos em ensaios de trao BTD realizados no ao API X80 em extrato aquoso desaerado, nos potenciais de 300 mV abaixo do potencial de corroso, 700 mV abaixo do potencial de corroso e ao ar.

    129

    Tabela 5.18: Mdia dos resultados obtidos em ensaios de trao BTD realizados no ao API X60 em soluo NS4 desaerada, nos potenciais de 300 mV abaixo do potencial de corroso, 700 mV abaixo do potencial de corroso e ao ar.

    133

    Tabela 5.19: Mdia dos resultados obtidos em ensaios de trao BTD realizados no ao API X80 em soluo NS4 desaerada, ao ar e nos potenciais de 300 e 700 mV abaixo do potencial de corroso.

    137

    Tabela 5.20: Clculo da sobre-tenso entre o potencial imposto e o potencial de equilbrio H/H+ para os ensaios nos aos API X60 e X80, nas solues NS4 e extrato aquoso de solo com pH prximo do neutro, ambas desaeradas.

    144

    Tabela 5.21: Mdia dos resultados obtidos em ensaios de trao BTD realizados no ao API X80 na soluo NS4 + tiosulfato, nos potenciais de corroso, 300 mV abaixo do potencial de corroso e ao ar.

    148

    Tabela 5.22: Mdia dos resultados obtidos em ensaios de trao BTD realizados no ao API X60 na soluo NS4 desaerada, nos potenciais de 100 mV acima da linha H/H+, potencial de corroso, 700 mV abaixo do potencial de corroso e ao ar.

    159

    Tabela 5.23: Mdia dos resultados obtidos em ensaios de trao BTD realizados no ao API X46 em soluo NS4 desaerada, com taxas de deformao de 9 x 10 6 e 9 x 10-7 s-1, e nos potenciais de corroso e de 300 mV abaixo do potencial de corroso.

    166

  • 29

    Tabela 5.24: Mdia dos resultados obtidos em ensaios de trao BTD ao ar para o ao API X60 dos corpos-de-prova pr-ensaiados em carga constante, na soluo NS4 desaerada, nos potenciais de 100 mV acima da linha H/H+, 300 mV abaixo do potencial de corroso e ao ar.

    175

    Tabela 5.26: Clculo da sobre-tenso entre o potencial imposto e o potencial de equilbrio H/H+ para os ensaios no ao API X60 na soluo NS4 desaerada.

    182

    Tabela 6.1: Confrontao dos critrios de proteo catdica adotados pela norma ISO 15-589-1 e os critrios propostos neste trabalho. 229

    Tabela 6.2: Mtodo de anlise dos defeitos detectados pela tcnica DCVG. 242

  • 30

    LISTA DE SIMBOLOGIA

    A/A: Status eletroqumico andico/andico

    A/C: Status eletroqumico andico/catdico

    API: Americam Petroleum institute

    BRS: Bactrias redutoras de sulfato

    C/C: Status eletroqumico catdico/catdico

    Cp: Corpo-de-prova

    CST: Corroso sob tenso

    Cu/CuSO4: Eletrodo de referncia de cobre/sulfato de cobre

    DC: Direct current Corrente contnua

    DCVG: Direct current Voltage Gradient Gradiente de voltagem de corrente contnua

    E0: Potencial de equilbrio Fe/Fe2+ em funo da atividade dos ons Fe

    E00: Potencial de equilbrio Fe/Fe2+ para atividade unitria dos ons Fe

    ECDA: External corrosion direct assessment - Avaliao direta de corroso externa

    Ecorr: Potencial de corroso

    ECS: Eletrodo de referncia de calomelano saturado

    EIC: Environmentally induced cracking Trincamento induzido pelo meio

    ENH: Eletrodo de referncia de hidrognio

    FH: Fragilizao pelo hidrognio

    GEO: Pig geomtrico

    ICDA: Internal corrosion direct assessment- Avaliao direta de corroso interna

    MFL: Pig Magntico

    N/C: Status eletroqumico neutro/catdico

    NMP/g: Nmero mais provvel por grama

    OL/RE: Over-the-line to remote Earth Amplitude do gradiente de voltagem

    SmYS: Yield strength - Tenso limite de escoamento

    SPC: Sistema de proteo catdica

    SSCDA: Stress corrosion cracking direct assessment - Avaliao direta de corroso sob

    tenso externa

    UT: Pig de Ultyra-som

    %IR: Severidade do defeito no revestimento Tcnica DCVG

  • 31

    CAPTULO 1 INTRODUO

    O primeiro registro na humanidade da utilizao de dutos para transporte de gs

    data de 2000 AC (Antes de cristo). Naquela poca, os chineses utilizaram dutos de

    bambu para transporte de gs natural. Em 1843, foi a primeira vez que os EUA

    utilizaram dutos de ao para transporte de gs, isto reduziu consideravelmente as

    ameaas de fratura dos dutos. Contudo, somente na dcada de 40 que dutos de longa

    distncia foram construdos em larga escala nos EUA, devido demanda da segunda

    guerra mundial. Atualmente, dutos so utilizados em todo o mundo para transporte de

    gs, leos e minrios. A figura 1.1 mostra a distribuio atual de dutos no mundo

    (BOREAS CONSULTANTS LIMITED AND PENSPEN GROUP, 2006).

    Figura 1.1: Distribuio de dutos no mundo (BOREAS CONSULTANTS

    LIMITED AND PENSPEN GROUP, 2006).

    O principal problema relacionado com esta malha de dutos no mundo se deve a

    sua idade. De acordo com a Boreas Consultants Limited, em 1942 j existiam 96.000

    Km de dutos nos EUA. Depois da 2 guerra mundial, grandes linhas dutovirias foram

    construdas devido demanda crescente por energia.

    Nos dias atuais, 50% dos 1.000.000 Km de oleodutos e gasodutos dos EUA tem

    mais de 40 anos de vida. Dados do departamento de transporte dos EUA estimam que

    80.000 Km de dutos devam ser reabilitados nos prximos 10 anos. Em outros pases,

  • 32

    como a Rssia, cerca de 20% dos oleodutos e gasodutos esto prximos do final da vida

    til, sendo que dentro de 15 anos, 50% j chegaro ao final de sua vida til.

    Estes dutos antigos geram para as empresas altos custos de manuteno e reparo.

    Vrios fatores devem ser levados em considerao com relao a dutos velhos. Tal

    como:

    Aos antigos: Estes dutos foram construdos com aos que geralmente apresentam baixo limite de escoamento e grande quantidade de defeitos.

    Procedimentos antigos de produo, gerando soldas de baixa qualidade, concentradores de tenso, etc.

    Pontos do revestimento provavelmente deteriorados, o que pode conduzir a ocorrncia de corroso externa.

    Diferentes produtos j podem ter sido transportados por estes dutos, induzindo corroso interna.

    Provavelmente estes dutos j sofreram modificaes e reparos que no foram registrados.

    O duto pode ter sido operado com proteo catdica ineficiente por vrios anos.

    Muitos grupos de gerenciamento j devem ter operados estes dutos, o que pode causar modificaes no processo de gerenciamento de

    integridade.

    Estes so apenas alguns dos possveis problemas relacionados com dutos

    envelhecidos. Existem vrios outros fatores a serem considerados em um processo

    global de gerenciamento de integridade do duto.

    Para o caso especfico de problemas com corroso, tornou-se necessria a

    implementao de tcnicas de inspeo, manuteno e controle da corroso, resultando

    assim em um plano de avaliao de integridade que garanta que tais linhas de transporte

    possam operar sem riscos de que algum modo de falha venha a ocorrer, causando danos

  • 33

    materiais, econmicos, poluio ambiental, e principalmente, perdas de vidas. Neste

    trabalho ser dada nfase, dentro de um plano de gerenciamento de integridade, aos

    fatores que se relacionam com a incidncia de processos corrosivos.

    Com relao ao cenrio nacional, a necessidade de se desenvolver um programa

    de gerenciamento de integridade contra corroso em dutos decorre da crescente

    demanda industrial e necessidade de desenvolvimento do setor de leo e gs do pas, o

    que est proporcionando o desenvolvimento de diversos campos da engenharia

    petrolfera. No caso do setor de abastecimento e transporte de fluidos, estima-se que

    existam mais de 30.000 Km de dutos enterrados em todo o territrio nacional, sendo

    compostos por oleodutos, minerodutos e gasodutos, isto sem considerar os projetos j

    existentes de ampliao das linhas de transmisso e de distribuio de leo, gs e

    minrios no pas. (BUENO, 2003)

    Um programa de gerenciamento de integridade de dutos deve, de forma

    abrangente, identificar, mitigar e implementar aes corretivas e preventivas dos

    diferentes mecanismos de falhas provenientes de processos corrosivos e passveis de

    ocorrer em linhas dutovirias. Com isto se tem a possibilidade de reduzir o risco de

    falhas estruturais causadas por corroso.

    Este programa deve apresentar uma metodologia eficiente para uma anlise

    integrada de dados de inspeo e manuteno. Neste caso, considerando os fatores

    especficos de deteriorao possvel detectar os pontos ao longo do duto suscetveis a

    cada mecanismos de falha tais como corroso interna, corroso externa, corroso sob

    tenso, danos pelo hidrognio, danos no revestimento e situaes de instabilidade de

    solo. Sendo assim, o controle de corroso em dutos envolve o levantamento e anlise de

    dados originados por diferentes mtodos de inspeo e prticas de rotinas de

    manuteno e reparo. Uma anlise integrada de todas as informaes essencial para

    que se mantenha nveis elevados de confiabilidade e continuidade operacional das

    instalaes.

  • 34

    Neste trabalho so propostos conceitos com relao aos processos corrosivos

    possveis de se desenvolver em dutos. Bem como, proposta uma metodologia de

    avaliao de integridade de dados de inspeo para preveno de corroso em dutos.

    Neste caso, o objetivo subsidiar o desenvolvimento de um plano de gerenciamento de

    integridade, com nfase em processos corrosivos, contribuindo para a garantia de

    integridade do duto. Com base nestes dados ser possvel direcionar atividades de

    inspeo e de manuteno para os locais de maior potencial de falha. Desta forma, o

    operador do duto poder trabalhar com uma manuteno preditiva e no corretiva, como

    ocorre na maioria das vezes.

    A metodologia proposta apresenta uma ordem lgica e integrada de anlise de

    dados, onde so considerados resultados de ensaios laboratoriais para as descries e

    definio dos mecanismos de corroso, dados de caracterizao dos aos para verificar

    conformidade segunda a norma API 5L, avaliao da estabilidade do solo ao longo da

    faixa de servido do duto, avaliao dos dados de inspeo do revestimento, avaliao

    do sistema de proteo catdica, avaliao da corrosividade dos solos ao longo do duto,

    avaliao de possveis influncias de correntes de interferncia e avaliao de perda de

    espessura atravs de dados de PIGs instrumentados. Com base nas diversas rvores de

    falhas propostas, pretende-se definir as bases de uma metodologia que permita

    evidenciar os impactos positivos da adoo de programas dedicados de monitorao e

    controle de corroso. Estas rvores auxiliaro o operador do gasoduto a ter um melhor

    gerenciamento da integridade do duto, bem como um melhor direcionamento dos planos

    de inspeo, de acordo as caractersticas e histrico que o duto apresentar.

    O estudo realizado permitiu a proposio de um procedimento que analisa, de

    forma integrada, os diferentes recursos tecnolgicos disponveis para monitoramento e

    controle de processos de corroso em dutos. Permitiu tambm agregar resultados de

    avaliaes em laboratrio, direcionadas dentro do objetivo de fornecer informaes

    complementares que ampliem a capacidade de anlise, com ganho em eficincia no

    gerenciamento de integridade.

  • 35

    CAPTULO 2 MECANISMOS DE CORROSO EM DUTOS

    O primeiro passo de um plano de gerenciamento de integridade de um

    equipamento ou estrutura detectar e entender todos os fatores que afetam a

    integridade. Neste caso, para o caso da incidncia de corroso em dutos, necessrio

    especificar e entender todos os processos corrosivos possveis de ocorrer em linhas

    dutovirias.

    Um requisito bsico em um programa de gerenciamento de integridade a

    integrao de todas as informaes pertinentes, para se alcanar uma avaliao de risco.

    Deste modo, necessrio que a avaliao de um determinado mecanismo de falha seja

    feita levando em considerao que esta falha possa ter originado a partir de dois

    mecanismo de falha especfico.

    A partir de 2002, foi exigido que todas as linhas de transmisso de gs e lquidos

    dos Estados Unidos e Canad tivessem um programa de integridade de dutos (BERGER

    E ZERELLA, 2003). Com isto, os autores apresentaram um plano de integridade de

    dutos para companhias de distribuio local de gs e de lquidos. Estas companhias

    apresentaram dutos que percorriam a maior parte de sua extenso em locais de alta

    conseqncia, ou seja, as falhas podiam causar grandes desastres. Os autores

    consideraram as ameaas descritas no documento ASME B31.8S (ASME B31.8S,

    2001) como possveis de ocorrer no gasoduto. Foram classificadas como ameaas

    crticas os danos mecnicos e corroso, sendo que a corroso externa a principal

    ameaa considerada pelos autores.

    Contudo, outros autores (KANE et.al, 2003) relatam que a corroso interna o

    principal motivo de falhas e vazamentos em dutos. Estimativas recentes indicam que em

    torno de 50% das falhas verificadas em oleodutos ocorrem devido corroso interna,

    contra 15% devidas corroso externa, 10 % devidas a vandalismo e 25% devidas a

    outras causas. Para gasodutos, cerca de 30 % das falhas so devidas corroso interna

    ou externa, que predominantemente se desenvolvem de 75 a 90 % na forma de corroso

    localizada.

  • 36

    Minxu et al. (MINXU et al. 2003) relatam que a avaliao de segurana e

    integridade em oleodutos chineses geralmente considerada sob 3 aspectos:

    1. Avaliao de segurana de desastres geolgicos;

    2. Avaliao de integridade de dutos que contm defeitos;

    3. Avaliao da eficcia de proteo do revestimento.

    Os autores (MINXU et al. 2003) relatam ainda que a avaliao de integridade de

    dutos que contm defeitos pode ser dividida em duas etapas subseqentes:

    1. Avaliao da resistncia residual;

    2. Avaliao da vida remanescente do duto.

    A figura 2.1 apresenta um fluxograma com a metodologia descrita.

    Avaliao de segurana do duto

    Segurana em desastres

    geolgicos

    Avaliao de integridade de

    dutos com defeitos

    Anlise da vida efetiva do

    revestimento

    Avaliao da vida remanescente do

    duto

    Avaliao da resistncia residual

    do duto

    Figura 2.1: Fluxograma de avaliao de integridade utilizado por companhias chinesas

    (MINXU et al. 2003).

    Os autores (MINXU et al. 2003) consideraram somente o aspecto de avaliao

    de integridade de dutos que contm defeitos. Neste caso, correlacionam o tipo de defeito

    observado com o provvel mecanismo de formao desse defeito verificado no duto.

    O conhecimento de como os mecanismos de degradao que agem no metal

    de extrema importncia, uma vez que se verifica em geral na literatura que diversos

  • 37

    autores (LEWANDOWSKI, 2002, DEY, 2001, DEY, 2004) apresentam clculos de

    probabilidade de falha e anlise de vida remanescente que consideram todos os

    processos corrosivos oriundos de um mesmo mecanismo, que o de corroso

    generalizada. Alguns autores (MINXU et. al, 2003) chegam a descrever outros

    mecanismos de corroso, como por exemplo, corroso sob tenso e fragilizao pelo

    hidrognio mas as anlises so incompletas porque no avaliam de forma integrada os

    parmetros que determinam a ocorrncia do mesmo.

    O cdigo ASME B31.G (ASME B31.G, 1991) avalia a integridade estrutural e

    vida remanescente de um duto com base na forma e dimenses da rea afetada pela

    corroso. Apesar de o cdigo descrever somente alguns mecanismos de corroso em

    dutos, na anlise final desconsidera fatores importantes que levaram ocorrncia deste

    processo corrosivo, apoiando a anlise unicamente em uma curva de resistncia, que

    considera somente o tamanho, profundidade e formato da rea corroda, no

    considerando o mecanismo que causou a corroso. A anlise fica restrita a deteco dos

    defeitos de maior periculosidade, desconsiderando as causas que conduziram sua

    ocorrncia, desconsiderando ainda outros defeitos possveis, como trincamento, que

    ocorrem em condies especficas.

    2.1 - CORROSO EXTERNA

    Alguns autores (BERGER e ZERELLA, 2003) relatam que atravs da

    implementao de programas de gerenciamento de integridade em companhias de

    distribuio de leo e gs, ficou constatado que a incidncia de corroso externa foi o

    principal mecanismo de falha em dutos, no que se refere a mecanismos de falha

    provenientes de processos corrosivos.

    A corroso externa se inicia a partir de falhas no revestimento, fazendo com que

    o solo (eletrlito) entre em contato com a superfcie nua do metal. Entretanto a corroso

    s ter inicio se o sistema de proteo catdica estiver ineficiente. O processo corrosivo

    ser agravado pela corrosividade do solo e poder se desenvolver na forma de pites ou

    corroso generalizada. A norma ISO 15 589-1 (ISO 15 589-1, 2003) relata que um duto

  • 38

    s estar protegido contra corroso se o potencial catdico imposto for mais negativo

    que 850 mV (Cu/CuSO4). No captulo 6 so discutidos e propostos critrios para

    ajuste de um sistema de proteo catdica (SPC) em dutos enterrados.

    Thomas et. al (THOMAS et. al., 2002) relatam que a incidncia de corroso

    externa pode ser proveniente de processos de corroso atmosfrica, corroso devido

    interferncia de correntes de fuga e falhas no revestimento. A proteo contra a corroso

    externa sempre baseada no revestimento externo e na proteo catdica que previnem

    o incio de processos corrosivos nas falhas do revestimento. Os autores apresentam uma

    rvore de falha para avaliao de integridade para esta ameaa, que est representada na

    figura 2.2.

    Modelo de corroso externa

    Condies dolocal

    Examinar potenciais do

    SPC

    Inspeo por PIG

    instrumentado.

    Taxa de corroso externa estabelecida

    Avaliao revestimento e SPC

    Anlise da taxa de corroso externa por PIG instrumentado

    Manuteno do Sistema de PC

    Integridade OKSIM NO

    Figura 2.2: Processo de avaliao de integridade da ameaa de corroso externa

    (THOMAS et. al., 2002).

    As tcnicas atuais, utilizadas pelas equipes de manuteno e inspeo, para

    deteco de corroso externa so passagem de pig inteligentes para medio da perda de

  • 39

    massa do metal, utilizao da tcnicas DCVG de inspeo do revestimento e adequao

    do SPC. As medidas de mitigao a serem tomadas so a troca do revestimento

    defeituoso e, se necessrio, a troca do trecho do duto onde a perda de massa

    expressiva. O documento ASME B31-G (ASME B31.G, 1991) apresenta os critrios

    para seleo dos defeitos a serem reparados, sendo eles:

    Todos os pontos com reduo de espessura maior que 80% devem ser reparados ou substitudos imediatamente.

    Pontos com perda de espessura variando entre 10 e 80% devem ser avaliados segundo a curva de resistncia do cdigo ASME B31.G. A

    metodologia de gesto destes defeitos est apresentada na figura 4.10

    do captulo 4.

    Pontos com perda de espessura menor que 10% podem ser desconsiderados.

    Os pontos com perda de espessura entre 10 e 80 % devem ser avaliados

    segundo a curva de resistncia (ASME B31.G, 1991). Neste caso, todos os pontos que

    ficarem fora da regio de aceitao devero ser reparados. Esta curva de referncia,

    representada na figura 2.3, avalia se a perda de massa observada aceitvel para se

    manter o nvel de segurana exigido em um plano de gerenciamento de integridade.

  • 40

    Prof

    undi

    dade

    mx

    ima

    de c

    orro

    so

    / esp

    essu

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    d/t

    Comprimento corroso/(raio do duto * espessura)*1/2,

    Figura 2.3: Curva de resistncia (ASME B31.G 2001).

    O documento ASME B31-8S (ASME B31.8S 2001) inclui como corroso

    externa as corroses galvnicas e corroso microbiolgica. Os dados mnimos que o

    documento ASME exige para avaliao de risco de corroso externa em uma seo de

    duto so:

    Tempo de instalao Tipo de revestimento Condies do revestimento Anos de proteo catdica instalada corretamente Anos de proteo catdica instalada ineficientemente Anos sem proteo catdica Caractersticas do solo Dados de inspeo por pig e DCVG Corroso microbiolgica detectada ou no Histrico de falhas Dimetro do gasoduto Espessura do gasoduto

  • 41

    Percentual da tenso de operao (% Tenso limite de escoamento) Informaes de testes hidrostticos

    A partir da avaliao destes dados sero ento priorizadas as atividades de

    mitigao e avaliao de integridade residual do duto. A reavaliao de integridade no

    intervalo entre a construo do duto e a primeira avaliao deve ser feita de acordo com

    a solicitao a que o duto estar submetido, ou seja:

    10 anos Para tenses impostas acima de 60% limite de escoamento. 13 anos Para tenses impostas entre 50% a 60% do limite de

    escoamento.

    15 anos Para tenses impostas entre 30 a 50% do limite de escoamento. 20 anos - Para tenses impostas entre 20 a 30% do limite de escoamento.

    O documento BS 31-8S (ASME B31.8S 2001) apresenta trs mtodos de

    avaliao de integridade com relao corroso externa. So eles inspeo in line,

    avaliao direta e teste de presso. Aps a avaliao de integridade ser feita, as

    respostas obtidas e correes implementadas devem ser documentadas a fim de verificar

    a efetividade do programa e para confirmao dos intervalos de reavaliao. Os dados a

    serem documentados so:

    Nmero de falhas em testes hidrostticos causados por corroso externa; Nmero de reparos resultantes da inspeo in line; Nmero de reparos resultantes de avaliao direta; Nmero de vazamentos por corroso externa.

    Os mtodos de avaliao direta descritos pelo documento ASME B31-8S

    (ASME B31.8S 2001) e pela norma NACE RP0502 (NACE 0502-2002) apresentam

    um processo de anlise que dividido em quatro etapas, chamado de ECDA (external

    corrosion direct assessment). Este processo formaliza o uso de mtodos de inspeo

    acima do solo (na superfcie) e integra os dados de inspeo de campo e testes com

    caractersticas fsicas do duto. importante ressaltar que ameaas como danos

  • 42

    mecnicos e corroso sob tenso podem ser detectados pelo ECDA. Este mtodo exige

    o uso de pelo menos duas tcnicas de inspeo, como por exemplo, inspeo do

    revestimento e perda de massa do duto. necessrio que sejam executadas escavaes,

    sendo que os locais das escavaes devem ser determinados por avaliao indireta para

    apontar os locais de corroso e danos nos revestimentos.

    As 4 etapas sero descritas a seguir:

    1) Pr-avaliao

    A pr-avaliao utiliza um mtodo de avaliao indireta para definir os locais no

    duto onde ser executada o ECDA. Este mtodo de avaliao indireta inclui histrico do

    duto e histricos de operao e inspeo, determinando os locais onde a ameaa de

    corroso externa tem maior probabilidade de ocorrer.

    Aps definidas as regies onde ser executado o ECDA, so selecionados ao

    menos dois mtodos de inspeo, primrio e secundrio. Deste modo a primeira tcnica

    de inspeo determina o defeito e a segunda tcnica valida a primeira e determina

    possveis defeitos no detectados pela primeira tcnica.

    2. Avaliao indireta

    A avaliao indireta usada para detectar defeitos no revestimento, outras

    anomalias e locais onde a corroso externa pode estar ocorrendo. As falhas devem ser

    caracterizadas e priorizadas com base na severidade da corroso esperada, ou seja, os

    locais que tem histricos de corroso severa devem ser considerados de maior

    prioridade na hora de se avaliar a corroso e falhas no revestimento.

    3. Avaliao direta

    Nesta etapa so realizadas as escavaes e anlises da superfcie do duto nos

    locais onde a avaliao indireta detectou falhas no revestimento e corroso. Os dados da

  • 43

    avaliao direta so combinados com os dados da avaliao indireta da etapa anterior, e

    assim so estimadas as evolues do processo corrosivo e definidas as morfologias de

    corroso. O objetivo das escavaes caracterizar os defeitos de corroso que podem

    estar presentes no segmento do duto. Em cada escavao deve-se realizar anlises

    fsico-qumicos do solo, cujos os dados sero utilizados para estimar a taxa de corroso.

    O documento ASME BS31-8S (ASME B31.8S 2001) considera somente a

    resistividade do solo como parmetro para estimar a taxa mdia de corroso, como

    mostra a tabela 2.1.

    Tabela 2.1: Parmetro resistividade utilizado pelo documento ASME B31-8S

    para avaliar a corrosividade do solo (ASME B31.8S 2001).

    Taxa de corroso

    (mm/ano) Resistividade do solo (ohm - cm)

    3 > 15000 - no corrosivo

    6 1000 - 15000 - corrosivo

    12 < 1000 altamente corrosivo

    Adicionalmente, as aes de reparo e mitigao das falhas de corroso e

    revestimento devem ser executadas nesta etapa do trabalho. A severidade de todos os

    defeitos de corroso observados nas reas de escavao, onde havia falhas no

    revestimento, devem ser determinadas segundo o documento ASME B31.G (ASME

    B31.G, 1991).

    4) Ps-avaliao

    Esta etapa abrange as anlises dos dados coletados nos trs passos anteriores,

    estimando-se a efetividade do processo ECDA e determinando-se o intervalo de

    reavaliao. Nesta etapa realizada uma anlise de todo o processo de avaliao direta,

    onde ser verificado o intervalo de re-inspeo que funo das atividades de

    validao, reparos e mitigao. Portanto, se todos os defeitos encontrados pela avaliao

    direta e indireta forem reparados, o intervalo de re-inspeo ser de 10 anos. Mas, se

  • 44

    somente parte dos defeitos encontrados forem reparados, o intervalo de re-inspeo ser

    de 5 anos. Outro caso se o duto trabalhar com 30% da tenso limite de escoamento, o

    intervalo de re-inspeo ser de 20 anos se todos os defeitos forem reparados e 10 anos

    se apenas parte deles forem reparados.

    McQueen et al. (MCQUEEN et al., 2003) aplicaram a tcnica ECDA para

    avaliao de integridade de dutos, juntamente com uma tcnica probabilstica,

    denominada Structural Reliability Analysis (SRA). Esta tcnica quantifica as

    informaes obtidas pelo processo ECDA e determina o nvel requerido para uma ou

    mais aes, com o intuito de definir um nvel aceitvel de confiabilidade e segurana do

    duto. Os autores relatam que existem situaes onde os dados de ECDA, quando

    processados por SRA, indicam uma probabilidade de falha inaceitvel. Neste caso

    outros dados so coletados e a probabilidade de falha calculada usando o teorema de

    Bayes. Atravs de um processo iterativo a probabilidade de falha calculada utilizando

    dados atuais e tcnicas de mitigao at se atingir um nvel aceitvel.

    Chaney e Eastman (CHANEY E EASTMAN, 2003) utilizaram a tcnica ECDA

    para melhor integrar a prtica recomendada e a implementao efetiva do ECDA com as

    necessidades do operador e do regulador. Eles obtiveram bons resultados e relatam que,

    apesar do grande nmero de documentos requeridos, um bom procedimento estruturado

    essencial para que um projeto ECDA seja executado eficientemente.

    Leewis (LEEWIS, 2003) relata que o ECDA mantm a integridade do duto

    somente se a ltima verso for sempre revista periodicamente. Este procedimento de

    avaliao da integridade por ECDA exige que sua reviso seja realizada dentro do

    tempo estimado para garantir o melhoramento contnuo da integridade do duto.

    Os e Mastrigt (OS E MASTRIGT, 2006) relatam que 6% das falhas em um

    gasoduto ocorreram por corroso externa e 71% ocorreram por danos por terceiro. Com

    a aplicao da metodologia ECDA a probabilidade de falha por corroso externa se

    reduziu consideravelmente.

  • 45

    2.2 - CORROSO INTERNA

    A intensidade da corroso interna em dutos definida por diferentes fatores que

    dependem do tipo de fluido transportado (gs ou lquido). Em gasodutos a ocorrncia

    preferencialmente em locais com possibilidade de acmulo de gua (locais mais

    rebaixados do duto), enquanto que em oleodutos pode ocorrer em qualquer local,

    principalmente nos locais onde existem incluses no metal. O processo corrosivo pode

    ocorrer por pite ou corroso generalizada.

    Thomas et. al. (THOMAS et. al, 2002) relatam que existem diversos fatores

    necessrios para a avaliao de integridade com relao ameaa de corroso interna.

    Os autores tambm apresentam na figura 2.4 uma rvore de falhas para avaliar a

    integridade do duto com relao este tipo de ameaa.

    Modelo de corroso interna

    Condies dolocal

    Monitoramentoda corroso

    por PIG

    Inspeo por PIG

    instrumentado.

    Taxa de corroso interna estabelecida

    Avaliao de PIG e tratamento qumico

    Anlise da taxa de corroso interna por PIG instrumentado

    Execuo de PIG e tratamento qumico

    Integridade OKSIM NO

    Figura 2.4: Processo de avaliao de integridade referente corroso interna

    (THOMAS et al.2002).

  • 46

    A tcnica de deteco da incidncia de corroso interna inspeo com pig

    instrumentado, que detecta locais com perda de massa devido ao processo corrosivo.

    O documento ASME B31-8S (ASME B31.8S 2001) apresenta os dados

    mnimos requeridos para avaliao da ameaa de corroso interna. Sendo elas:

    Anos de instalao do gasoduto; Dados de inspeo anteriores; Histrico de vazamento; Espessura da parede; Dimetro do gasoduto; Informaes sobre testes hidrostticos; Anlises do gs, lquido ou slido (sulfeto de hidrognio, dixido de

    carbono, oxignio, gua livre e cloreto);

    Resultado de testes de cultura de bactrias; Dispositivos de deteco de corroso; Parmetros de operao (presso e velocidade do fluido); Intensidade de tenso operante (% limite de escoamento);

    Estes dados sero utilizados preliminarmente para priorizar a avaliao de

    integridade e aes de correo.

    A norma NACE RP0775 (NACE RP0775, 1999) apresenta uma metodologia de

    avaliao do potencial de corrosividade do fluido transportando. O mtodo utiliza

    cupons que permitem medir a perda de massa anual. A tabela 2.2 apresenta a

    classificao do potencial de corrosividade do fluido em funo da perda de massa.

    Tabela 2.2: Corrosividade do fluido transportado em funo da perda de massa

    do cupom instalado (NACE RP0775, 1999).

  • 47

    Corrosividade Taxa uniforme

    (cupom) (mm/ano)

    Taxa de pites (cupom)(mm/ano)

    Severo maior que 0,125 maior que 0,201 Moderado 0,025 a 0,125 0,127 a 0,201

    Baixo menor que 0,025 menor que 0,127

    Se a corrosividade do fluido for classificado como severo, ou seja, maior que

    0,125 mm/ano, os cupons tero que ser trocados em um prazo mximo de 45 dias.

    A severidade da corroso interna pode tambm ser classificada pelo histrico de

    falhas apresentado, ou seja:

    Severa - se o duto apresentar histricos de corroso interna nos ltimos 5 anos sem eliminao das causas da corroso.

    Moderada - se o duto apresentar histrico de corroso nos ltimos 10 anos, porm com as causas do processo corrosivo sanadas.

    Baixa - se o duto no apresenta histricos de corroso interna.

    Pezzi et al. (PEZZI et. al., 2004), em seu trabalho de desenvolvimento do

    sistema de avaliao de risco em dutos de gs e leo, relatam que as variveis

    relacionadas com a corroso interna so teores de CO2 e H2S, tipo de fluido, presena de

    gua livre, pH, quantidade de enxofre, velocidade do fluido e presena de bactrias.

    Tambm relatam que as possveis formas de corroso interna que podem ocorrer so

    corroso induzida por bactrias, por pites e uniforme.

    O documento ASME B31-8S (ASME B31.8S 2001) apresenta uma

    metodologia de avaliao direta da ameaa de corroso interna, denominada ICDA

    (internal corrosion direct assessment). Este mtodo segue o mtodo ECDA, para

    corroso externa, como descrito no item anterior.

    Moghissi et al. (MOGHISSI et. al., 2003) apresentam em seu trabalho a

    aplicao da metodologia ICDA para gasodutos que transportam gs seco, mas que

  • 48

    podem sofrer ao por curto tempo de gs molhado ou gua. Neste caso, possvel que

    ocorra corroso interna nos locais onde h acmulo de gua. Os autores relatam que,

    pelo mtodo ICDA, estes pontos de acmulo de gua so avaliados. Atravs das

    anlises destes pontos, geram-se informaes sobre o restante do duto, ou seja, uma vez

    no havendo corroso interna nos locais onde ocorre acmulo de gua, provavelmente a

    corroso no ocorrer em outros locais onde no ocorre acmulo de gua,. Os passos

    executados so os mesmos seguidos pelo ECDA, porm com algumas diferenas nos

    mtodos aplicados, que sero descritos a seguir.

    Na etapa 1, de pr-avaliao, os dados coletados so histrico de operao,

    histrico de dados atuais para avaliar a viabilidade da aplicao do ICDA, dados de

    construo, manuteno e inspeo e mapas com locais provveis de acmulo de gua.

    Nesta etapa a gua acumulada em regies especificas do gasoduto considerada como

    eletrlito primrio para a corroso, o glicol e gs molhado so considerados

    secundrios. O efeito de lquidos hidrocarbonetos, incluindo hidrocarbono condensado,

    leo hidrulico e lubrificantes tambm devem ser considerados. Variaes de presso e

    temperatura tambm devem ser consideradas, por causa do efeito de condensao.

    Na etapa 2, avaliao indireta, no se utiliza inspeo acima do solo como ocorre

    no ECDA. Neste caso, os resultados de modelamento de fluxo so avaliados para prever

    locais de acmulo de gua.

    A etapa 3, de avaliao direta, no poderia ser utilizada porque a superfcie

    interna do duto no acessvel. So ento adotadas tcnicas preditivas da incidncia de

    corroso, monitoramento da corroso interna e inspeo. A avaliao de ngulos crticos

    e locais com inclinao pode ser til para selecionar locais de incidncia de corroso

    interna, pois o acmulo de gua poder ocorrer se a inclinao do duto for maior que o

    ngulo critico de condensao do gs.

    Na etapa 4, de ps-avaliao, os dados obtidos nas etapas anteriores so

    examinados para avaliar a efetividade do processo ICDA e determinar o intervalo de re-

    inspeo.

  • 49

    Os autores MOGHISSI et. al. (2003) relatam ainda que esta metodologia no se

    aplica a linhas de gs molhado, pois provvel que nos locais com inclinao maior que

    o ngulo critico de condensao do gs, o acmulo de gua seja mximo. Neste caso

    uma inspeo local seria representativa de todo o duto.

    Moghissi et al. (MOGHISSI et. al., 2002) apresentam em seu trabalho um

    mtodo para calcular o ngulo crtico de condensao do gs, a partir do dimetro do

    duto, condies de operao que incluem temperatura, presso e velocidade do fluxo.

    Mckay et al (MCKAY et al., 2003) relatam que um dos grandes desafios na

    implementao do ICDA a determinao das mudanas de inclinao ao longo da

    linha do duto. Schmidt e John (Schmidt e John, 2003) relatam que com a aplicao do

    mtodo ICDA, o operador do duto pode obter muitos benefcios, tais como aumento na

    segurana, otimizao dos custos de manuteno e aumento na integridade.

    Abels e Bich (ABELS e BICH, 2006) constataram que atravs da metodologia

    ICDA foi possvel avaliar a corroso interna em locais onde a ILI (Inspeo in line) no

    poderia ser utilizada. Os autores determinaram o ngulo crtico de condensao do gs e

    avaliaram a influncia de cada contaminante presente no gs com relao perda de

    massa no metal.

    Carter e Kenny (CARTER e KENNY, 2002) relatam que a corroso interna em

    dutos pode ser ocasionada por CO2, H2S, microorganismos, O2 e cidos orgnicos, que

    ocasionam perda de espessura e vazamento. Berger e Zerella (BERGER e ZERELLA,

    2003) relatam que necessrio monitorar os lquidos presentes na linha, ou seja, dada

    uma ateno especial composio do gs, pois estes fatores podem aumentar a

    probabilidade de corroso interna e eroso.

    Campbell (CAMPBELL, 2002) considera que a corroso interna deve ser

    considerada em qualquer plano de gerenciamento de integridade de dutos de leo e gs.

    A sua incidncia est associada presena de gua, leo condensado, sulfetos, xidos,

    sais, slidos, e na fase gasosa a oxignio e dixido de carbono. A determinao de

    locais possveis de incidncia de corroso interna pode ser feita pelo monitoramento dos

  • 50

    lquidos e slidos presentes, juntamente com as condies de operao. Quando forem

    detectados lquidos e slidos realiza-se sua retirada e tambm a adio de inibidores de

    corroso no sistema.

    2.3 CORROSO SOB TENSO - CST

    O mecanismo de corroso sob tenso enquadra-se dentro da categoria

    Environmentally induced cracking (ASM Metals Handbook, 2003). A CST externa

    resultado de interaes de fatores fsicos e qumicos e pode ocorrer quando o duto

    submetido a condies especficas de tensionamento de suas paredes. Estas tenses

    podem ser originadas por tenses de operao, residuais e aplicadas provocadas

    principalmente por movimentaes do solo. Este tensionamento pode provocar uma

    deformao plstica no metal causando freqentemente a quebra do revestimento. Com

    isto, o ao entraria em contato com o solo, que pode ser um eletrlito altamente

    corrosivo. Se o sistema de proteo catdica estiver ineficiente, ou seja, com um

    potencial catdico mais negativo que 850 mV (Cu/CuSO4) (ISO 15 589-1, 2003) e se o

    solo for corrosivo, este contato da superfcie do material com o solo pode provocar

    reaes qumicas e eletroqumicas que resultaro no aparecimento de micro-trincas,

    provenientes de corroso localizada (pite ou frestas). Aps a formao das micro-

    trincas, estas tendero a se coalescer e propagar at a ruptura final do duto.

    Vrios trabalhos (NATIONAL ENERGY BOARD, 1996, SOUZA e

    OLIVIER, 2002, ASM METALS HANDBOOK, 2003, PIPELINE RISK

    MANAGEMENT MANUAL, 2004) relatam que a ocorrncia de CST em dutos est

    associada deformao plstica no metal, onde o fator principal de tensionamento seria

    a movimentao de solo. Contudo, o pesquisador GABETA (2001) descreve que a

    tenso flutuante na ponta de uma trinca, juntamente com o efeito de fragilizao pelo

    hidrognio, so os causadores do trincamento no metal, mesmo dentro do regime

    elstico.

    Filho (FILHO, 2003) relata que uma estrutura enterrada pode estar submetida a

    uma tenso de origem externa relacionada com a instabilidade do solo, em funo das

  • 51

    caractersticas geolgicas e geotcnicas do solo no local. Esta movimentao de solo

    sendo excessiva poder gerar deformaes no metal e danos no revestimento externo.

    As tenses externas podem ser causadas por:

    Processos erosivos nas imediaes do duto. Escoamento de detritos prximos faixa do duto. Escorregamento de encostas e aterros. Depsito de madeiras de granulometria fina e mdia. Recalques diferenciais junto faixa do duto. Eroso dos suportes de travessias areas.

    Fessler e Rapp (FESSLER e RAPP, 2006) relatam que o tamanho da trinca por

    CST afeta a integridade do duto. Contudo, o autor estuda a suscetibilidade do duto

    CST somente pela rea e tamanho da trinca e testes hidrostticos. No so considerados

    nesta anlise dados importantes como condies de estabilidade de solo, nvel de

    proteo catdica, condies de revestimento e corrosividade de solo. O tempo para re-

    inspeo calculado somente pelos testes hidrostticos prvios, no se considerando os

    fatores descritos acima.

    Katz et al.(KATZ et al., 2006) calcularam a taxa de crescimento das trincas

    atravs da anlise de duas inspees por Pig instrumentados, realizadas em 2001 e 2005.

    Os autores calcularam a taxa de propagao da trinca e utilizaram este dado para

    gerenciar a integridade do duto com relao ameaa de CST. Contudo, s considerado

    o tamanho da trinca e no os fatores que causaram seu aumento.

    importante notar que a tenso operante em um local particular de um duto

    pode ser diferente da tenso em um outro ponto, sendo essa uma condio que

    determina o crescimento das trincas nucleadas por CST. Parkins (PARKINS, 1994)

    relata que este crescimento envolve, juntamente com o processo corrosivo (dissoluo

    andica) a possibilidade de ingresso de hidrognio atmico no metal, o que reduziria

    sua ductilidade. Sendo assim, a agncia de petrleo canadense relata (NATIONAL

    ENERGY BOARD, 1996) que a combinao de um eletrlito em contato com a

  • 52

    superfcie do ao, de tenses elevadas impostas ao duto, de proteo catdica ineficiente

    e o ingresso de hidrognio atmico na rede cristalina do metal poderia conduzir

    formao de pequenas colnias longitudinais de trincas na superfcie do metal, que

    podem se unir formando uma trinca principal que conduziria falha da estrutura. Este

    conceito atualmente aceito por vrios pesquisadores.

    Atualmente so estudados dois tipos de mecanismos de CST externa em dutos,

    relacionados diretamente com o pH do solo. A CST poderia ocorrer segundo os

    mecanismos propostos para solo de pH prximo do neutro e em solos de pH elevado

    (PARKINS, 1994, NATIONAL ENERGY BOARD, 1996, GONZALZ e

    BENTOLILA, 2000, CHEN, 2003).

    O documento ASME B31-8S (ASME B31.8S 2001) descreve os dados

    mnimos a serem requeridos com relao incidncia da ameaa de CST, sendo eles:

    Idade do duto. Presso de operao. Temperatura de operao. Distncia do segmento avaliado em relao estao do

    compressor.

    Tipo de revestimento. Informaes de testes hidrostticos.

    O documento relata ainda que se caso uma condio de CST for detectada

    necessrio que um plano de inspeo e avaliao seja preparado. necessrio tambm

    que sejam executados testes hidrostticos nas sees onde a incidncia de CST foi

    detectada. O documento no relaciona a incidncia deste mecanismo com os locais de

    instabilidade de solo.

    A maior incidncia de falhas em dutos provocadas por corroso sob tenso

    (CST) externa em contato com o solo foi documentada em um relatrio da National

    Energy Board do Canad (NATIONAL ENERGY BOARD, 1996), descrevendo

    diversos casos de falhas de materiais por corroso sob tenso externa em dutos. Desde

  • 53

    1977, 22 casos de falhas de dutos foram causadas por CST, incluindo 12 rupturas e 10

    vazamentos em sistemas de dutos transportadores de gs e lquidos.

    No cenrio brasileiro, Souza e Olivier (SOUZA e OLIVIER, 2002) relatam a

    ocorrncia de uma falha ocasionada por corroso sob tenso em um duto fabricado com

    ao API X46. Segundo as avaliaes tcnicas apresentadas, a falha ocorreu por colapso

    plstico em uma estrutura contendo trincas por corroso sob tenso nucleadas em

    condio de solo instvel.

    Berger e Zarella (BERGER e ZERELLA, 2003) relatam que necessrio

    monitorar a presso de operao, pois presses cclicas poderiam contribuir para a

    fadiga e para a suscetibilidade a CST. necessrio monitorar a temperatura de operao

    pois esta tambm tem influencia na CST.

    O documento utilizado para avaliar a integridade do duto com relao ameaa

    de falha CST a norma NACE RP0204 (NACE RP0204, 2004), denominada SCCDA

    Stress corrosion cracking direct assessment. Esta metodologia avalia a incidncia de

    CST em pH prximo do neutro e pH alcalino. Kariyawasam et. al. (KARIYAWASAM

    et. al., 2006) avaliaram a eficincia de trs tcnicas de inspeo e deteco de CST,

    sendo elas: testes hidrostticos, ILI (In line inspections) e SCCDA. O autor relata que a

    metodologia SCCDA muito complexa para se utilizar na prtica. Isto ocorre porque a

    capacidade de deteco da metodologia SCCDA altamente dependente de um extenso

    nmero de dados e modelos preditivos.

    Barker (BAKER, 2005) relata que a complexidade para a aplicao da

    metodologia SCCDA se deve ao grande nmero de variveis que afetam a ocorrncia de

    CST e a falta de correlao entre estas variveis. Em muitos casos, a deteco de trincas

    por SCCDA for menor que 50% de todas as falhas detectadas pela inspeo por pig

    instrumentado.

  • 54

    2.4 - FRAGILIZAO PELO HIDROGNIO - FH

    As ameaas relacionadas incidncia de fragilizao pelo hidrognio podem

    ocorrer tanto na superfcie interna quanto externa do duto. Este mecanismo tambm

    enquadrado dentro da categoria Environmentally induced cracking (ASM METALS

    HANDBOOK, 2003).

    Cheng (CHENG, 2006) apresenta um modelo termodinmico de interao entre

    o hidrognio, tenso e dissoluo andica na ponta de uma trinca em soluo de pH

    prximo do neutro. O autor mostra que o sinergismo entre o hidrognio e tenso pode

    promover o crescimento de trinca devido a mudana na energia livre do metal, sendo

    que se o metal estiver tensionado esta concentrao de hidrognio afetar mais ainda a

    taxa de crescimento da trinca.

    Bueno et al. (BUENO et. al., 2004) relatam a incidncia de corroso sob tenso

    e fragilizao pelo hidrognio em aos API com a imposio de 300 mV abaixo do

    potencial de corroso em ensaios de trao sob taxa de deformao. Os aos API

    apresentaram fraturas frgeis com grande incidncia de trincas secundrias. Os autores

    relatam que estas trincas so provenientes do efeito fragilizante do hidrognio uma vez

    que o metal se encontrava dentro do domnio de imunidade, segundo Pourbaix

    (POURBAIX, 1963).

    As ocorrncias de fragilizao pelo hidrognio na parte interna do duto esto

    relacionadas com fluidos que contm altos teores de H2S. Guedes (GUEDES, 1997)

    relata que o H2S funciona como um agente catalisador, favorecendo a fragilizao pelo

    hidrognio. Quando o H2S presente na soluo se dissocia, o nion HS- age como um

    envenenador cataltico da reao de recombinao dos tomos de hidrognio. Deste

    modo o hidrognio atmico no sofre recombinao e conseqentemente no se forma o

    gs hidrognio (H2), favorecendo assim o aumento da concentrao de hidrognio

    atmico que se difunde para o interior do metal.

    Rankin (RANKIN, 2004) relata como ameaas integridade do duto os

    mecanismos de corroso sob tenso externa e fragilizao pelo hidrognio. Minxu et

  • 55

    al.(MINXU et al. 2003) relatam que a incidncia de fragilizao pelo hidrognio ocorre

    preferencialmente em defeitos planares no duto. Contudo, vrios documentos e normas

    (ASME B31.8S 2001, ASME B31.G, 1991, ISO 15589-1, 2003, API 5L, 2000) no

    incluem como ameaa de falha a dutos enterrados o mecanismo de fragilizao pelo

    hidrognio.

    Muitos autores (PARKINS, 1994, NATIONAL ENERGY BOARD, 1996,

    NACE 0502-2002, CHOOG e BEETS, 2006, SMITH e BARRETT, 2006, MAIER et.

    al., 2006) no separam o mecanismo de CST do mecanismo de FH. De fato, consideram

    que o efeito de FH age juntamente com o mecanismo de CST em pH prximo do

    neutro. Contudo, no captulo 5 so apresentados vrios ensaios onde comprovado que

    a perda das propriedades mecnicas dos aos API muito maior sob os efeitos da FH do

    que CST. Neste caso, os mecanismos devem ser avaliados separadamente. No captulo 6

    so discutidos conceitos relativos aos mecanismos de CST e FH.

    2.5 CORROSO BACTERIOLGICA

    A corroso bacteriolgica ocorre principalmente na superfcie externa do duto

    em locais onde existem falhas no revestimento. Este tipo de corroso est relacionado

    com as bactrias presentes no solo e reportado (VIEIRA, 1975, SERRA, 1979,

    SERRA, 1981, TILLER, 1985, GRI, 1990 E SERRA, 2006) como resultado da ao de

    microorganismos dos ciclos do ferro e enxofre. Estes microorganismos podem atuar em

    consrcio, dependendo das condies favorveis que os solos apresentem. Nestes

    grupos, merecem destaques as bactrias redutoras de sulfato (BRS), que sob condies

    anaerbicas atuam reduzindo o sulfato a H2S, o que propicia a fragilizao pelo

    hidrognio e formao do produto de corroso caracterstico FeS (sulfeto de ferro).

    Outras bactrias que merecem ateno so as bactrias oxidantes de enxofre e ferro, que

    oxidam compostos reduzidos de enxofre a cido sulfrico, e abaixam o pH do solo.

    O mtodo para deteco dessa forma de corroso baseado em anlises

    bacteriolgicas dos solos existentes na interface com o duto. Em meios anaerbicos com

    bactrias redutoras de sulfato, deve-se impor um sistema de proteo catdica igual ou

  • 56

    mais negativo que um potencial catdico de 0.950 mV (Cu/CuSO4), segundo a norma

    ISO 15589-1 (ISO 15589-1, 2003).

    Siqueira et al. (SIQUEIRA et al, 2005) simularam os efeitos do H2S gerado por

    bactrias redutoras de sulfato (BRS). Os autores utilizaram uma soluo sinttica de

    solo, denominada NS4 (Parkins, 1994). Para simular o efeito do H2S gerado pelas BRS

    foi utilizado tiosulfato de sdio em diferentes concentraes. Os autores relatam que

    com a adio de tiosulfato na soluo NS4 levou a maior densidade de corrente de

    permeao de hidrognio, em relao a ensaios de permeao na soluo sem tiosulfato

    (figura2.5). Nos ensaios de trao BTD o material apresentou maior perda de

    ductilidade e fratura frgil na soluo NS4 com tiosulfato (figura 2.6). Estes resultados

    comprovam que o H2S gerado pelas bactrias redutoras de sulfato pode causar efeitos

    mais severos de trincamento por fragilizao pelo hidrognio no material.

    Figura 2.5: Ensaios de permeao pelo hidrognio do ao API X60 em soluo NS4

    pura e sol. NS4 com tiosulfato (SIQUEIRA et al, 2005).

  • 57

    Figura 2.6: Ensaios de trao sob baixa taxa de deformao do ao API X60 em soluo

    NS4 pura e sol. NS4 com tiosulfato (SIQUEIRA et al, 200