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Lei estadual altera regras de expedição de Alvará Sanitário em Minas Gerais Seg 02 janeiro O Estado de Minas Gerais já tem uma nova lei que altera as regras de expedição de alvará sanitário. Sancionada pelo governador Fernando Pimentel no dia 23/12/2016, a Lei 22.447 traz mudanças no tempo de validade e na renovação do alvará sanitário, que agora serão definidos de acordo com o risco da atividade desenvolvida. O objetivo é otimizar o trabalho realizado pela Vigilância Sanitária, seja ele no âmbito estadual ou municipal, que determinará as regras relativas à validade, à renovação e à requisição do alvará. Para o superintendente de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Rilke Novato Públio, a ampliação do prazo do alvará sanitário trará benefícios ao prestador de serviço, ao fornecedor de produtos, aos agentes de vigilância sanitária e à população em geral, uma vez que haverá ganho de tempo, menos burocracia e agilização para os serviços e produtos que já se encontram no mercado. “A rotina da fiscalização será afetada positivamente, na medida em que serão priorizados, para programação de inspeção anual, aqueles serviços que oferecem maior risco à população”, afirma. Rilke ressalta ainda que, em casos de qualquer denúncia ou constatação de irregularidades sanitárias, os estabelecimentos de baixo risco serão inspecionados quantas vezes forem necessárias. Risco sanitário O risco sanitário é a probabilidade que os produtos e serviços de determinado estabelecimento tem de causar efeitos prejudiciais à saúde. Baseado em um estudo nacional, são apontadas a classificação de riscos sanitários para os estabelecimentos da área da saúde ou de interesse da saúde. Essa classificação aponta: estabelecimento com Baixo Risco, estabelecimento com Risco Dependente de Informações e estabelecimento com Alto Risco.

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Lei estadual altera regras de expedição deAlvará Sanitário em Minas GeraisSeg 02 janeiro

O Estado de Minas Gerais já tem uma nova lei que altera as regras de expedição de alvarásanitário. Sancionada pelo governador Fernando Pimentel no dia 23/12/2016, a Lei 22.447 trazmudanças no tempo de validade e na renovação do alvará sanitário, que agora serão definidos deacordo com o risco da atividade desenvolvida.

O objetivo é otimizar o trabalho realizado pela Vigilância Sanitária, seja ele no âmbito estadual oumunicipal, que determinará as regras relativas à validade, à renovação e à requisição do alvará.

Para o superintendente de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais(SES-MG), Rilke Novato Públio, a ampliação do prazo do alvará sanitário trará benefícios aoprestador de serviço, ao fornecedor de produtos, aos agentes de vigilância sanitária e à populaçãoem geral, uma vez que haverá ganho de tempo, menos burocracia e agilização para os serviços eprodutos que já se encontram no mercado.

“A rotina da fiscalização será afetada positivamente, na medida em que serão priorizados, paraprogramação de inspeção anual, aqueles serviços que oferecem maior risco à população”, afirma.Rilke ressalta ainda que, em casos de qualquer denúncia ou constatação de irregularidadessanitárias, os estabelecimentos de baixo risco serão inspecionados quantas vezes foremnecessárias.

Risco sanitário

O risco sanitário é a probabilidade que os produtos e serviços de determinado estabelecimento temde causar efeitos prejudiciais à saúde. Baseado em um estudo nacional, são apontadas aclassificação de riscos sanitários para os estabelecimentos da área da saúde ou de interesse dasaúde. Essa classificação aponta: estabelecimento com Baixo Risco, estabelecimento com RiscoDependente de Informações e estabelecimento com Alto Risco.

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A Vigilância Sanitária avalia o risco sanitário por meio de regulamentação, controle e fiscalizaçãodas relações de produção e consumo de bens e serviços relacionados à saúde, que possuemriscos de natureza variada, pressupondo uma análise permanente do risco em um espaço ondeinteragem os produtores, os prestadores, os profissionais e a população.

“Operando sobre o risco sanitário, além da interação social, o profissional da vigilância sanitárianecessita integrar o conhecimento técnico e o arcabouço legal para controlar um objeto que possuimúltiplas dimensões e propriedades, e que requer diferentes formas de investigação”, avalia RilkeNovato.

O superintendente explica ainda que, com as mudanças da nova lei, os estabelecimentos queapresentam menor risco terão um maior prazo de validade em seus alvarás sanitários. Já aqueles

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de maior risco e de maior complexidade permanecerão com prazo de vencimento anual para oalvará.

A Vigilância Sanitária e o SUS

A vigilância Sanitária, além de fazer parte das competências do SUS, tem caráter prioritário por suanatureza preventiva, tendo como missão eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nosproblemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e daprestação de serviços de interesse da saúde.

Assim, a Vigilância Sanitária atua sobre todos os serviços e estabelecimentos ligados ao setor desaúde como, por exemplo, bares, restaurantes, indústrias de medicamentos, agropecuários,escolas, clínicas odontológicas, consultórios médicos, hospitais de todos os portes ecomplexidades, unidades básicas de saúde, postos de coletas, laboratórios, lares de longapermanência (asilos), farmácias de manipulação, drogarias, salões de beleza, cemitérios, clínicasveterinárias, entre outros.

Um dos trabalhos da área é constatar se esses estabelecimentos oferecem risco sanitário, emníveis diferentes, aos usuários dos serviços e consumidores, podendo ser classificados de acordocom o grau de risco apresentado e de acordo com sua atividade econômica.

O prazo estabelecido na legislação, no caso de Minas Gerais pelo Código Sanitário Estadual (LeiEstadual n.13.317/1999), em seu Art. 85, é de um ano, sendo o mesmo período para todo equalquer estabelecimento, independente do risco sanitário que ele venha a apresentar.

“Essa exigência de um alvará anual para todos tem como referência uma legislação de quasequatro décadas, Lei n. 6437/1977, e aplicava-se em um outro momento, uma outra realidade.Atualmente, com a diversidade de serviços e produtos para a saúde, e frente ao grande número deestabelecimentos que apresentam menor risco sanitário e principalmente devido à necessidade depriorizar as situações e estabelecimentos que apresentam maiores riscos sanitários à população, aproposição de ampliar o prazo de validade e de renovação do alvará sanitário vem ao encontrodessa nova compreensão sobre o que é risco sanitário”, completa Rilke Novato.