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Aprendizagem ao longo da vida: um desafio para comunidades educadoras - uma proposta de atuação

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Aprendizagem ao longo da vida: umdesafioparacomunidadeseducadoras

- uma proposta de atuação

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TítuloAprendizagemaolongodavida:umdesafioparacomunidadeseducadoras-uma proposta de atuação

EdiçãoAgênciaNacionalparaaQualificação,I.P.1.ªedição,fevereiro,2012

AutoriaAna Cláudia ValenteMariaFranciscaSimõesPaulaNanitaRodrigoQueirozeMelo Design gráfico e paginaçãoLuísRodrigoSantos

RevisãoANQ,I.P.

Execução gráficaJCLartesgráficas,lda.

Tiragem800exemplares

ISBN978-972-8743-73-4

Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia.A informação contida nesta publicação vincula exclusiva-menteosautores,nãosendoaComissãoresponsávelpelautilizaçãoquedelapossaserfeita.

Ficha técnica

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Índice

Notadeapresentação

1.Introdução

1I.Umroteiroparaumasociedadedeaprendizagem

III.Aimportânciadasredeslocaisdequalificação

para a aprendizagem ao longo da vida

1.Asustentabilidadeeaprendizagemaolongodavida

-fatorescríticosparaasredeslocaisdequalificação

2.Identificaçãoerecomendaçãode“boaspráticas”

IV.Cartadequalidadedoscentrosdeaprendizagemaolongodavida

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Nota de apresentação

Opresentedocumentoformulaumapropostaàsociedadeportuguesa:adetraçarnovoscaminhosquepermitamassumiraAprendizagemaoLongodaVida(ALV)comoumparadigmaorientadordasustentabilidadeedodesenvolvimentodopaís.

ApropostaaquiapresentadaresultadotrabalhodesenvolvidonoâmbitodoprojetoGoing LLL – um projetocofinanciadopeloProgramadeAprendizagemaoLongodaVida(*),nasequênciadeumaparceriaentreaAgênciaNacionaldeQualificação,I.P.(ANQ)eoCentrodeEstudosdosPovosdeCulturaeExpressãoPortuguesas(CEPCEP)daUniversidadeCatólicaPortuguesa(UCP).

Naelaboraçãodestapropostaasequipasdeprojetotiveramemconsideração:

oestadodaartedaspolíticasepráticasdeaprendizagemaolongodavida,anívelglobal,masemespecialnoespaçoeuropeu;

opercursoportuguêsnodomíniodaspolíticasdeeducaçãoe formaçãode adultosemuitoespecialmenteasprioridadeseosinvestimentospúblicosconcretizadosnesteâmbito,naúltimadécada;

os benchmarksteóricosepráticosnamatériaeoestadodaartedateoriaefilosofiasobretextoscapacitantesdeumaaprendizagemaolongodavida.

Reconhecendoqueénecessárioprosseguiroesforçodequalificaçãodosportugueses,mastambémqueesseéumdesafioquesecoloca,individualecoletivamente,atodos,submete-seàdiscussãoereflexãoalargadas:

umapropostadeitineráriodeevolução,assentenumconceitoabrangentedeAprendiza-gemaoLongodaVida,queimplicacrescentementenovosatores;

aidentificaçãodeumconjuntodefatorescríticos,quevisamalicerçaressaevolução;

uma proposta de Carta de Qualidadeaplicávelàsestruturas-base(aquidenominadasdeCentrosdeAprendizagemaoLongodaVida)desuportedessanovavisãodesociedade,se,dareflexãoconjunta,resultaropropósitocomumdetrilharestecaminho.

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I. Introdução

É reconhecida a nível europeu, desde o ano de 2000(Agenda de Lisboa), a importância estratégica da edu-cação e da formação para o desenvolvimento de umasociedade e economia do conhecimento, encorajando-seosestados-membrosatrabalharemeaaprenderemjuntosnestesdomínios(**).

Cientedosdesafiosquesecolocamnestedomíniopre-cisoetendopresenteosobjetivosdaestratégiaEuro-pa2020,oEuropean Cooperation in Education and Training (ECET)(***)–SuporteparaaCooperaçãoEuropeiaemEducaçãoeFormação–destina-seaapoiarparceriasquefacilitemareflexãoconjuntaeaadoçãodesoluçõesquepermitamaconcretizaçãoplenadeumapolíticaconti-nuadaeconsequentedeaprendizagemaolongodavida,nospaísesapoiados.

O Going LLLéumdosprojetosapoiadospeloECET,pordecisãotomadapelaAgênciaEuropeiaparaaEducaçãoeCulturadaComissãoEuropeia(EACEA),noanode2010,sobre uma candidatura apresentada em julho de 2010pelaANQ,comoapoioeaparceriadaUCP-CEPCEP.

Recorde-seque,noquadrodosobjetivosdaestratégiaEuropa2020,doisdelesexigemdePortugalumintensi-ficadoecontínuoinvestimentonapolíticadeaprendiza-gemaolongodavida,asaber:

pelomenos40%dapopulação,noestratoetá-rio30-34anos,deveestarhabilitadacomensinosuperior;

pelomenos15%dosadultos(grupoetáriodos25aos64anos)deveestarenvolvidoemativida-desdeaprendizagemaolongodavida.

O conceito deAprendizagem ao Longo daVida (ALV)temevoluídonosúltimos90anos,apartirdeumaabor-dageminicialde“educaçãoaolongodavida”,enfatizan-do-se, a partir dos anos 70 do século passado (e sobainfluênciaexercidapelapublicação“Learning to Be”daUNESCO,ocorridaem1972),umamudançadefoco,re-centrando-senaaprendizagem.

AComissãoEuropeiaentendehojeporALV“todas as ati-vidades de aprendizagem ao longo da vida, com o propósito de melhorar conhecimentos, aptidões e competências a nível pessoal, cívico ou profissional”.Estasatividadespressupõemaindaadisponibilidadedeserviçosdeaconselhamentoeorientação,demodoaapoiaremaolongotodaavidaa“viagemdeaprendizagem”individual.

Importa ter presente que a crescente relevância atri-buída àALV se deve a uma multiplicidade de fatores,histórica e sociologicamente, documentados. O enve-lhecimentodemográficodapopulação,aglobalização,odesenvolvimentoaceleradodesociedadedainformaçãoedoconhecimentoedasredessociais,sãoapenastrêsdestesfatores.Citamo-lospelaimportânciadecisivadoseuimpacto:

Comoenvelhecimentodemográfico (muitopresente no continente europeumas com ex-pressãoagudizadaemPortugal),aidadederefor-madosativoséretardada,arazãoentrejovense seniores altera-se radicalmente, tornando-se

1)

“o ensino e a formação têm um papel fundamental a desempenhar na consecução dos objetivos da Es-tratégia Europa 2020 para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, não só dotando os cidadãos das competências e aptidões necessárias para que a economia e a sociedade europeias continuem a ser competitivas e inovadoras, mas também ajudando a promover a coesão e inclusão sociais.”

Conclusões do Conselho da União Europeia, março 2011

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Umquartofatorprende-secomasnovasreflexõessus-citadasemtornodoconceitoepapeldascidadesedu-cadoras.

AALVnumasociedadeéaresultantedainteraçãodemúltiplasdinâmicas.

Nãoéassimumexclusivodaspolíticaspúblicasnem,noâmbitodestas,deumaúnicapolíticapública–educação,formação,emprego,cultura,inovação…

OConselhoEuropeuconvidouosestados-membroseaComissãoa“(…) desenvolverem uma estratégia global ca-paz de melhorar o acesso à aprendizagem ao longo da vida, em particular no que toca aos grupos mais desfavorecidos.”

NoâmbitodaUniãoEuropeiaopapeldapolíticapúblicaparecepoisserreconhecidocomocrucialna“melhoriadoacesso”,emespecialpara“ossegmentos”depopula-çãoemriscooujáemsituaçãodeexclusãosocial.

Portugaltemcontadocomoapoiodocofinanciamen-to comunitário para empreender uma política públicaconsistentenestedomínio,especialmentedesdeoano2000, criandonovas linhasde serviçoeestruturas,di-versificandoemodularizandoformaçõesecertificaçõese assumindoprogramas e iniciativas que guiaram, peladefiniçãodemetas(epelaconsistênciadeapoiosorien-tadosparaaprossecuçãodestas),duranteperíodosde-terminados,oesforçodequalificaçãodosportugueses.AIniciativaNovasOportunidadeséoexemplomaisre-centeeparadigmático,pelaamplitudeeescalaobtidas,daatençãodadaaestamatériaporPortugal,noperíodo2005-2011.

MasaALVnãoseesgotanainiciativapública.Hápráticasdeensinoeaprendizagemquetêmexpressãomúltiplaeconcretanoseiodascomunidadesdepertença,doslocais de trabalho, em suma, em todos os espaços davidadocidadão…semquemuitasdessasexperiênciassemotivemourelacionemdiretaouindiretamentecomapolíticapública.

Cabe, pois, aos profissionais das estruturas de maiorproximidadedoscidadãosqueconstituemos“pontosdeacesso”privilegiadoaoserviçopúblicodeALVumpapelmaior.Compreenderasdiferentesperspetivassetoriaisempresença, atrairosdiferentes setorespara fortale-ceroresultadodessainteração,aproveitarasdinâmicaseparceiros locaisparaqueseexpandacontinuamenteoacessode todos,àaprendizagemeaoseureconhe-

designadamente necessárias políticas de supor-teaoenvelhecimentoativo.Paraalémdeoutrosimportantes impactos na sustentabilidade domodelo social europeu, no casoespecíficodossistemaseducativosépertinentesublinharaper-darelativadeeficáciadeummodelodeinvesti-mento apenas concentrado na formação inicialdejovens.Entreoutrosmotivosporqueasubs-tituição das gerações nomercado de trabalhopassa a operar-se de modo mais lento dado o menornúmerodeefetivosjovens.Destemodo,arenovaçãodasqualificaçõesdosoutrosestratosetáriosdeativospassatambémaconsiderar-seprioritária.Ecomelaopapeleparticipaçãodasentidadesempregadoras.

Aglobalizaçãoimplicouareestruturaçãoeco-nómica,deregiõesepaíses,porforçadamaiorinterdependência, acelerando asmudanças. Sãoexigidasnovasqualificações, acentuam-seasdi-nâmicasdeexclusãodosmenosqualificados,asempresasprecisamdeinovar,adaptareflexibili-zarprodutos,emciclosdetempocadavezmaiscurtos.Estasituaçãoexigeaossistemaseducativoeformativoaintensificaçãodoensinosuperioredaeducaçãoeformaçãoeadultos,bemcomoacapacidadedeformarcontinuamente,commaiorflexibilidadeeinformalidade,demodoasatisfa-zernecessidadesdiversas,queemergemaritmoacelerado.

Asnovastecnologias,ainterneteasredesso-ciaisnãosópotenciaramestageneralizadaace-leração em todas as dimensões da vida, comotambém:mudaram a forma como aprendemos,permitiram-nosrealizarmúltiplastarefasemsi-multâneoetornaramacessíveisnovasfontesdeinformaçãoecontactos.Oacessoeodomíniodestastecnologiasaumentaramasexigênciasdeliteraciadaspopulações,acelerandodinâmicasdeexclusãosocial(senãoobservadosessesrequi-sitosmínimos). Por outro lado surgiram novasoportunidadesdeinclusãoedediversificaçãodemetodologiasdeaprendizagem.NasabordagensdeALV está sempre presente a promoção daautonomiado indivíduoe asnovas tecnologiasproporcionaramorecursoametodologiasquevalorizamepotenciamavertentedaautorregu-laçãodasaprendizagenscomeaolongodavida.

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O projeto Going LLL teve concretização no períodocompreendidoentremarçode2011efevereirode2012comoduplointuito:

deproporcionaroaprofundamentodaconsci-ênciaeexperiêncianacionaissobreasdinâmicasdeALV,crendoquedasmesmasdecorrecriaçãodevalorparaaeconomiaeasociedadeportu-guesas;

decontribuirativamentenadisseminaçãodeboaspráticasdeALV,noespaçoeuropeu.

Do trabalho desenvolvido torna-se agora pública umapropostadeatuaçãoque,plasmadanopresentedocu-mento,visaapoiaradiscussãoereflexão,criando-seporessaviaumaoportunidadedeaberturadecaminhosdeaprendizagem conjunta e de continuidade, nos quais aqualidadeeoacessoseconjugamesereforçam,comoresultadodeumparadigmaaindamaismobilizadorequenãodispensaninguém.

cimento,satisfazendonecessidadesreais,sãoapenasal-gunsdosdesafios.

Étambémfulcralneste“sistema”deinteraçõesopapeldos poderes e organizações locais.Da articulação emredeedocompromissopolíticoentreparceirospoderesultar uma forte racionalizaçãoe eficácia dos recur-sos necessários (designadamente os públicos). Subs-tituir dinâmicas competitivas por cooperativas a nívellocal, desenharplanosepropósitos comuns centradosnapromoçãodopotencialendógenodascomunidadeslocaisseráoobjetivocentraldessasredeslocais.Algu-masdestasredesjáexistemfrutodadinâmicacriadanoterrenoemtorno(ouporimpulso)dosCentrosNovasOportunidades.Outras poderão vir a iniciar-se sendoelasprópriascriadorasdestasestruturasdeproximida-deeconferindo-lhesnovasmetasesignificados.Metase significadosque farão sentido local e regionalmente,maisdoquenacionalmente.

Trata-sededesafiarcomunidadesaassumirem-secomoCOMUNIDADESEDUCADORASnaqualidadede“nós”eredesdefermentaçãodeCIDADESEDUCADORAS.

NestequadroopapelatéaquiprotagonizadopelosCen-trosNovasOportunidadespodedarlugaraCentrosdeAprendizagemaoLongodaVida,aoserviçodeumcon-ceitodeALVmaisamplo,suportadoemparceiroslocais(ouempresascomimpactonaregião)empenhadosempromoverjuntosodesenvolvimentolocal.

Nãosetratarádeignoraroudesistirdoimportantepa-pel da política pública – hádeficits de qualificaçãodosportuguesesadebelareumenvelhecimentodemográfi-coacentuadoqueareclamamnofuturopróximo.

(*)OProgramadeAprendizagemaoLongodaVida(PALV)foiadotadopordecisãodoParlamentoEuropeuedoConselho,em15denovembrode2006,eabrangeinicialmenteoperíodo2007-2013–Decisãon.º1720/2006/CE,alteradapelaDecisãon.º1375/2008/CE,de16dedezembrode2008.(**)EstaprioridadevemreforçadanoâmbitodaComunicaçãodaComissãode3demarçode2010,“Europa2020:Estratégiaparaumcrescimentointeligente,sustentáveleinclusivo”.(***)European Cooperation in Education and Training(ECET)-éumaáreadaKey Activity1(KA1),estaúltimadedicadaàPolíticadeCooperaçãoeInovação,noâmbitodoPALV,entrepaíseseuropeus.

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II. Um roteiro para uma sociedade de aprendizagem

Desdeadécadade90queaagendapolítica,anívelnacionaleinternacional,temsidomarcadapelopropósitodepromoçãodeumasociedadenaqualaAprendizagemaoLongodaVida(ALV)tenhaopapelcentralcomomotordedesenvolvimento.

SoboimpulsodaOCDEedaUniãoEuropeiaganharamimportâncianestedomínioduastendências:

umamudançadefoconasabordagenseducativas,do“Ensino”eda“Escola”,paraa“Apren-dizagem”ea“Sociedade”–tomando-setodootempodavida(“doberçoàcova”)comootempodeaprendizagem(contínuaecontinuada)decadapessoa;

umamudançadeâmbito–importatodososespaçosnosquaisavidatemlugar:daescolaaoemprego,decasaàcomunidade.

Da associação destas duas tendências, vivenciadas à escala do globo, foi emergindo a noção de“SociedadedeAprendizagem”.Umasociedadenaqualsãoproporcionadasereconhecidasoportu-nidadesdeaprendizagemacadapessoa,ondequerqueestaseencontreequalquerquesejaasuaidade.

Portugalnãopassoualheioaestemovimentointernacional.

“O PRODEP III para o período 2000-2006, constitui um programa propositadamente ambicioso, que procura romper com um atraso de vários séculos e pôr Portugal ao ritmo do desenvolvimento europeu. O essencial, porém, estará na capacidade que tivermos de mobilizar a sociedade portuguesa para os objetivos que propomos. No fundo, tudo estará em ter sempre presente na nossa ação quotidiana que o desenvolvimento humano e que melhor cidadania obrigam a mais educação.”

Guilherme d` Oliveira Martins, Ministro da Educação em 2000

(Preâmbulo do PRODEP III)

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RealizaçõescomooProgramadeDesenvolvimentoEdu-cativoparaPortugal (PRODEP III –2000-2006) (1) e a IniciativaNovasOportunidades(2005-2011)(2)sãotes-temunhosvivosdaadesãoportuguesaaestatendênciainternacional.

Estamos, assim, em facedeumamudança cultural quese traduz designadamente numa mudança de paradig-madosserviçosdeeducaçãoe formação.Pretende-secontrapor à cultura dominante – escolástica, formal etemporalmentedelimitada–umanova cultura–flexí-vel,adaptávelecontínua.Concretizarestavisãoemcadanovadécadaéumnovodesafioqueexigeeenvolvecadavezmaisnovosatoreseprotagonistas,bemcomoimpli-caorepensardopapeldaspolíticaspúblicaseoreen-contrardoseulugarnoquadrodesserepto.

No casoportuguês, a primeira décadadomilénio ficamarcadaporumconjunto,vastoemuitorelevante,depolíticaseinvestimentos(nacionaisecomunitários)pú-blicos,cujosresultadossãojáhojeobjetodereconheci-mentointernacional(3).

Eraevidenteomóbil!Portugaltem,frutodedoisséculosdedesinvestimentorelativoemeducaçãofaceaoscon-génereseuropeus,osníveismaisbaixosdequalificaçãodasuapopulaçãoadultaaníveldaUniãoEuropeia(4).Odebelardesteatrasorelativotornou-separaopaísumaprioridadenacional(atéemnomedasuaafirmaçãocom-petitiva)nummundoglobal.Trata-sedeumprocessore-cuperativoaindanãoconcluído.Contudo,aconstruçãodeumasociedadedeaprendizagemreclamahojenovospúblicos–nãoapenasosadultoscombaixasqualifica-ções–enovossujeitosdaação:empresas,instituiçõesecomunidadeslocais,parceirossociaiseasprópriaspes-soas,quetêmdeseratraídasàparticipaçãoativa.

Nesteprocesso,terádehaveraindaumafortecompo-nentedealocaçãoderecursospúblicosededecisãopo-lítico-administrativa.Muitododetalheoperacionalterádeseroresultadodeprocessosedecisõesqueestãomuitoparaalémdaeconomiadopresentedocumento.Contudo,épossívelproporumroteiroqueapoieestaevolução,procurandogarantiroseusucesso,tendoporbaseosoitopassosparaumprocessodemudançabem-sucedidorecomendadosporJohnKotter(5).

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necessárioqueamudançasejaapadrinhadaporum“pa-trocinador”políticodeprimeiralinha.OenvolvimentodoEstadoaomais altonível éum fatorquepotenciaenormementeoenvolvimentodasociedadecivil.Emse-gundolugar,osdirigentesmáximosdaautoridadepúblicaencarreguesdosprocessoslegislativoseadministrativosnecessáriosàmudança.Emterceirolugar,acoordenaçãodosCentrosNovasOportunidades,futurosCentrosdeAprendizagemaoLongodaVida (CALV), quedeverãojuntarasi(eteroapoio)dosprincipaisstakeholdersco-munitários,queserãoospromotoresaapoiantesdere-deslocaisdequalificação.Entreestesúltimos,destaqueespecial para os parceiros sociais, empresas e institui-çõescomimpactonascomunidadeslocais.

Umaarticulaçãoadequadaentreostrêsníveis(“patroci-nador”político),regulador–nocasoaAgênciaNacionalpara aQualificação, I.P. (6) – e os parceiros das redeslocaisdequalificaçãoquesuportamoCALV,permitiráaconstituiçãodeumacoligaçãopoderosaquesalvaguar-de,noterreno,acontinuidadeesucessodaação(funda-mentalparao7.ºpasso).

3.ºPasso

Desenvolveravisãoeaestratégiadamudança

“Clarifique de que forma o futuro será diferente do passado e de que forma é possível fazer desse futuro uma realidade”.(Kotter,2009)

Aoslíderesdamudançacompetedefiniretornarclaroa importânciaeosbenefíciosdaALVedacriaçãodosCALVparatodososimplicados,partindodaexperiênciaseminaldosCentrosNovasOportunidades(CNO).

Nãobastacriaranoçãodeurgência,énecessárioqueo país perceba quais os resultados que se pretendematingircomoprocessodemudançaecomoéqueosCALVeassuasredesdesuportecontribuemparaessefuturo.

1.ºPasso

Criarumanoçãodeurgência

“Ajude os outros a ver a necessidade de mudança e a impor-tância de agir imediatamente”.(Kotter,2009)

ExisteatualmenteemPortugalumaperceçãodequeosistemadeeducaçãoeformaçãonãoestáacorrespon-deràsnecessidadesdequalificaçãodapopulaçãojovem.QuantoàeducaçãodeadultoseaoconceitodeApren-dizagemaoLongodaVida (ALV),existeumaperceçãomuito difusa da sua existência e qualidade.Apenas osimplicadosnosprocessostêmumaopiniãoclarasobreeste conceito. Contudo, a necessidade de qualificaçãodosativosedemanutençãodetodaapopulaçãonumcontinuumdeALVé fundamentalparaaconstruçãodeumpaísmaisprósperoecoeso.

Nocontextodecriseeconómicaefinanceiraemqueopaísseencontra,existeumaperceçãodequeénecessá-riomudaraformadetrabalharemPortugalerepensarasustentabilidadedoEstadoSocial.Estapodeser,pois,uma oportunidade para criar uma noção da urgência,mantendooesforçodequalificaçãodeativosepromo-vendo a aprendizagem ao longo da vida. É necessárioquetodospercebamqueocapitalhumanoéosubstratodeumaeconomiabaseadanoconhecimentoecapazdecriarvaloracrescentado.

Aproveitaracrisecomooportunidadedereflexãoapro-fundada,estudareperceberoscustossociaiseeconó-micosdahistóricabaixaqualificaçãodosativosna so-ciedadeportuguesa,bemcomoosqueseassociamaodesperdíciodeoportunidadesdeaprendizagem(ouaoreconhecimentodessasmesmas aprendizagens) seráoprimeiropassoparaagiremobilizar.

2.ºPasso

Definiraequipalíder

“Certifique-se de que existe um grupo poderoso a orientar a mudança – com competências de liderança, credibilidade, capacidade de comunicação, autoridade, competências analí-ticas e uma noção de urgência”.(Kotter,2009)

Aequipalíderdamudançadevesercompostaportrêscategoriasdepessoaseinstituições.Emprimeirolugar,é

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i) “Novas Oportunidades” e Aprendizagem ao Longo da Vida

“ALV é um grande chapéu alargado. Remete para a continuidade, para um fluxo, para um percurso contínuo que tem um seguimento e que necessita de se ir alimentando” (EstudodecasoCNOInstitutoPolitécnicodeLeiria)

UmaquestãoinicialqueimportatrataréadefiniçãodequaléafunçãoatualdosCentrosNovasOportunidadesaoníveldaALVequalanovidadequesepropõe.EmquesetraduzestaevoluçãodeCentroNovasOportunidadesparaCALV.

OmodelovigentedeCentrosNovasOportunidadesfoiconceptualizadoeimplementadocomvistaaoprosseguimento,porcadaCentro,daseguintemissão:“assegurar a todos cidadãos maiores de 18 anos uma oportunidade de qualificação e de certificação, de nível básico ou secundário, adequada ao seu perfil e necessidades, no âmbito da área territorial de intervenção de cada Centro Novas Oportunidades”(CartadeQualidadedosCentrosNovasOportunidades).EstamissãoparaosCentrosNovasOportunidadesfoidefinidaconsiderandooobjetivodoeixoadultosdaIniciativaNovasOportunidades(políticapúblicanoâmbitodaqualforamcriadosestescentros):“aIniciativaNovasOportunidadesassentanumabaseclara:oní-velsecundárioéoobjetivodereferênciaparaaqualificaçãodosnossosjovenseadultos”(www.anq.gov.pt).DaquiresultaqueosCentrosNovasOportunidades,nasuafunçãodeALV,foramconcebidosparadarrespostaànecessidadenacionaldeaumentarasqualificaçõesdapopulaçãoadultaparaoníveldeensinosecundário.Numaperspetivadeproduto,trata-va-sedeprocuraratribuiraadultoscombaixasqualificaçõesumacertificaçãodeensinosecundário.

Sejaporviadoprocessodereconhecimento,validaçãoecertificaçãodecompetências,sejaporviadaformação,osCen-trosNovasOportunidadessãoumaportadeentradadoadultoparaumprocessoque,presumivelmente,terminacomaobtençãodeumacertificaçãodenívelsecundário.Oeixo“Adultos”daIniciativaNovasOportunidades“temcomoprin-cipalobjetivoaelevação dos níveis de qualificação de base da população adulta.Asaçõesqueaquiseacolhemdirigem-seapessoascommaisde18anosquenãoconcluíramo9.ºanodeescolaridadeouoensinosecundário,tendoemvistaaumentarassuasqualificaçõesdebase”.(www.anq.gov.pt)

Consequentemente,oconceitodeALVrelevanteparaaatividadedosCentrosNovasOportunidadestemassumidoumafunçãoderecuperaçãodeumpercursoescolarinterrompidoqueterminacomaconclusãodoníveldeensinosecundário.

Oobjetivodopresentedocumentoéauxiliarnoavançodacriaçãodeumapolíticapúblicadapróximageração.Semprejuízodafunçãodefazerretornaradultoscombaixasqualificaçõesapercursosdeformaçãodenívelbásicoe/ousecundário,énecessáriopromovereacompanharumcontínuodeaprendizagemquepodenãosebastarcomoníveldeensinosecundárioequepodeatédecorrerforadospercursoseformatosdeeducaçãoeformaçãoescolarouprofissio-nalformais.AaberturadosCentrosNovasOportunidadesaestasoutrasmodalidadesdeALVimplicaprofundasreor-ganizaçõesconceptuaisedefuncionamentodoscentros.Porumlado,captarnovospúblicosquenãoapenasosadultoscombaixasqualificações.Poroutrolado,háuma“perenização”dasuarelaçãocomcadaadultonamedidaemqueaALVnãotemumpatamardechegada.

Consequentemente,nãosetratadeumapropostadesubstituiçãodasatuaisfunçõesdosCentrosNovasOportunidadespornovasfunçõesdeALVmasdeumaevoluçãodeconceitonamedidaemque,porumlado,afunçãodepromoçãodoensinosecundáriocomonívelmínimosemantéme,poroutro,procurarquenofuturooscentrostambémsejamestru-turasdepromoçãoeacompanhamentodeoutrasmodalidadeseformatosdeALV.PoristosepropõeadesignaçãodeCentrodeAprendizagemaoLongodaVida(CALV)queenglobaambasaspossibilidadesmassinalizaonovofoco–cen-trosquepassamdeportadeentradadeadultoscombaixasqualificaçõesparaosistemadequalificação,doqualsesaiumavezterminadoopercurso,para“íman”decidadãosparaumcontinuumdeALVsemtermo.Nestecontextoháaindaqueatribuirecapacitaroscentrosparaoexercíciodeumafunçãodeaconselhamento(“Guidance”)emALV.

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“Não é coincidência que a evolução do reconhecimento, avaliação e certificação de adquiridos espelhe, a nível mundial, o “movimento de ALV”. Um elemento-chave da Visão implícita na ALV consiste em comprometer “pessoas comuns” numa viagem de aprendizagem ao longo de toda a sua vida e em todas as situações do seu quotidiano. Deste modo têm de ser criados processos de reconhecimento, avaliação e valorização destas aprendizagens.” (Joe Cullen) (7)

Osconceitosemodelosdereconhecimento,validaçãoecertificaçãodecompetências(RVCC)registam,aníveleuropeueglobal,algumadiversidadeetêmevoluídomuitosobretudoapartirdosanos80.

AOCDE(8)recomendavivamente,desde2005,queos“sistemas”deAprendizagemaoLongodaVida,anívelnacional,se-jamobjetodemedidasdedicadasaoapoiodas“jornadasdeaprendizagem”daspessoasquecompõemessassociedades.

Sãocincoosprincípiosgerais(7)quepodemosreconhecercomoboaspráticastransversais,anívelmundial,nestedomí-niodoRVCC(internacionalmenteassociadoaosconceitosdeAPL–Assessment of Prior Learning–eRPL–Recognition of Prior Learning):

1.º princípio:OsobjetivoseavisãodosistemadeRVCCprecisamdeestaralinhadoscomafilosofiaeavisãosubjacen-tesaosistemadeALVnacional.

2.º princípio:OsmecanismoseprogramasdeRVCCsãomaiseficazesquandoestãosuportadosemlegislaçãonacional.

3.º princípio:OssistemasdeRVCCdependemdosuporteefetivodasdiferentespartesinteressadas(stakeholders),demodoapoderemalinhar-seeresponderdiretamenteàssuasdiferentesnecessidades.

4.º princípio:OsprogramasassociadosaoRVCCsãotantomelhorquantomais“amigáveis”sãoparaosseusutiliza-dores(níveisburocráticosmínimoseutilizaçãodetecnologiasdeinformaçãoecomunicaçãoadequadassãomedidasrecomendadas).

5.º princípio:OssistemasdeRVCCestãoorientadosparaestimularníveissuperioresdeautonomia,dosbeneficiáriosmastambémdospromotores,favorecendoacolaboração,asegmentaçãoeacustomização.Eoseusucesso/eficáciadependedestaabordagem.

Nocasoportuguês,oRVCCassumiuexpressãoefetivadesdeoano2000,nomeadamenteatravésdacriaçãodosprimei-rosCentrosdedicados,dapublicaçãodelegislaçãoreguladora,bemcomodesuporteinstitucional(àdataasseguradopelaANEFA–AgênciaNacionaldeEducaçãoeFormaçãodeAdultos).Noperíodo2006-2011foiobjetodefortecrescimentodesignadamenteemescala,comosuporteeoimpulsoinstitucionaldaAgênciaNacionalparaaQualificação,I.P.(ANQ).

Apesardosprogressos–maisde1,4milhõesdeadultosenvolvidos–oseupapeleesforçonãoestãoesgotados,nemseesgotarãoacurtoemédioprazos,nasociedadeportuguesa,peloqueseráimportanteassegurarasuacontinuidadenoâmbitodosfuturosCentrosdeAprendizagemaoLongodaVida(CALV)eéestaabordagemqueestáexpressanaCarta de Qualidade,propostaparaosCALV,nopontoIV,dopresentedocumento.

ii) A questão do reconhecimento, validação e certificação de competências no quadro da Aprendizagem ao Longo da Vida

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5.ºPasso

Daraoutrosopoderparaagir

“Remova tantas barreiras quanto possível, de modo a que aqueles que quiserem fazer da visão uma realidade o pos-sam fazer”.(Kotter,2009)

AarquiteturadeCALVquesepropõe,quernasuaver-tente atomista, quer na vertente sistémica, assenta naautorregulação e na criação de dinâmicas de trabalhoemredesdebasecomunitária.

Assim,osCALVeassuasredessãoosagentescentraisdamudança e devemdeter o poder de a concretizar.Só assimexistemhipóteses de criar umadinâmica deALVsustentadaesustentável.Trata-seaquideumaver-dadeirarevoluçãonanaturezadaspolíticaspúblicasdeeducaçãoeformaçãoemPortugalquetêmsidobasea-daseminiciativasdocentro,impostascommétodosdecomandoecontrolo.

Posteriormente,seránecessárioaoreguladordefinirdeformaclaraoutrosdetalhesoperacionaisdesteproces-sodemudança.NopontoIVdopresentedocumentoéapresentada a proposta de Carta de Qualidade dos CALV,masemrazãodafuturadimensãodaRedeNacionaldeCALV e das redes locais de qualificação em concreto,haveráqueespecificarcomplementarmenteosníveisdeserviçoadequadosaobservar.

4.ºPasso

Comunicarparacompreenderepersuadir

“Certifique-se de que o máximo de pessoas possível compre-ende e aceita a visão e a estratégia”.(Kotter,2009)

Paraultrapassaresteestadodecoisas,criarumadinâmi-cadetransiçãodosCentrosNovasOportunidadesparaCALVeconseguiruma fortemobilizaçãodeparceirosaonívelregional/localedeprocuradeALVpelapopu-lação,énecessárioumafortedinâmicacomunicacional.Existemexemplosdepolíticaspúblicasdesucessones-tepontoquepodemserutilizadoscomobenchmark da ação.A Iniciativa NovasOportunidades constituiu umdessesreconhecidosexemplos.

Acomunicaçãodeve ser focadae criadorade sentidoparaosdestinatários.

TalcomoaatividadedosCALVtemdesersegmentadaem função dos diferentes públicos-alvo, também a co-municaçãodeveseradaptadaaosdiversos stakeholders eagentes.

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Regulaçãocorrespondeaomodocomoalguémcoordenaecontrolaumsistema.Aregulaçãopúblicaéumaregulaçãoexercidaporautoridadespúblicas.Nosistemadeeducaçãoeformaçãoportuguês,aregulaçãopúblicaédetradiçãocen-tralistaeburocrática.Nestecampo,apolíticapúblicaplasmadanaIniciativaNovasOportunidadesassentounummododeregulaçãodiferente.UsouumaregulaçãodeconjuntoqueadvémdainteraçãoentreaautoridadepúblicaeosCentrosNovasOportunidades;entreumaregulaçãodecontroloeumaregulaçãoautónoma.Estaformaderegulaçãopermitiucriarumaunidadeafetivaeracionalapartirdaqualoscentrosprocuraramcumpriramummandatonovo.

Estemodeloarticuladodeheteroeautoregulaçãopermitiudefinireacompanharosobjetivosdapolíticapúblicamas,simultaneamente,fomentaracapacitaçãodoscentrosparacriarconhecimentonovoeaplicá-lo.

Doladodahetero-regulação,estaassentounadefiniçãodemetaseacompanhamentodasuaconcretização,associadaàprestaçãodeapoiotécnicoaoscentrosquandonecessário.Quantoàautorregulação,estaassentouempráticasdeautoavaliaçãoestruturada.Anovidadenestemododeregulação,estáemsubstituiromodotradicionalderegulaçãodecontrolo–criaçãonormativadeprocessosdeação,controlodasuaaplicaçãoesançãodoincumprimento–pelocontro-lodaconformidadeentreasfinalidades/objetivos/metaseosresultadosdaaçãoacompanhadodocontrolodaexistênciademecanismosdeautorregulação.

Aquestãocentralnestemododeregulaçãoéoprincípiodequeaautorregulaçãoéumpoderosoinstrumentodeaprendizagememelhoria.Masaautorregulaçãoapenasprovocarámelhoriaseosatoresalteraremassuaspráticastor-nando-asmaiseficazese/oumaiseficientes.Énecessárioqueaorganizaçãoautorreguladaseautodesenvolva;umautode-senvolvimentoquesebaseiaemlógicasdeaprendizagemorganizacional.Aaprendizagemorganizacionalcorrespondeaofenómenodeaquisiçãodeconhecimentopelosmembrosdaorganizaçãoassociadoaoimpactoqueesseconhecimentotemnosmodosdepensaroufazerdentrodaorganização.Aqualidadedotrabalhodoscentrosencontra-seassociadaàsuacapacidadedecriarcontextoseinstrumentosquepotenciemaaprendizagemorganizacionalequeatransformemnumaorganizaçãoaprendente.Aautoavaliaçãoorganizacional,quandotemcomoobjetivoamelhoria,éuminstrumentoquepotenciaaaprendizagemorganizacional.Umaorganizaçãoqueseautoavaliadeformasistemáticaéumaorganizaçãoaprendente.

Dentrodofenómenodaaprendizagemorganizacional,Argyris(1978)distingueduasmodalidades:single-loop learning e double-loop learning.Segundoesteautor,“(…)aaprendizagemorganizacionalenvolveadeteçãoecorreçãodoerro.Quandooerrodetetadoecorrigidopermiteàorganizaçãocontinuarcomasuapolíticaeobjetivosatuais,entãooprocessodedeteçãoecorreçãodeerrosésingle loop learning(…)Odouble-loop learningocorrequandooerrodetetadoécorrigidocomrecursoàmodificaçãodasnormas,políticaseobjetivosquesustentamaorganização(..)”(Argyris,1978:2).Comoresultaclaro,odouble-loop learning,bastantemaisprofundoqueosingle-loop,implicaumaalteraçãorelevanteemnormasfundamentaisdateoriaemusodaorganização(Argyris,1978:26).Comotal,estetipodeaprendizagemorganiza-cionalémaisexigente.Énecessárioumexercíciointrospetivopormeiodoqualosagentesquestionemassuascrenças,oqueexigeumaatitudeautocríticaprofunda.

Aautorregulaçãoéuminstrumentoimportantedeaprendizagemdaorganização,podendoprovocarestapassagemdemodelosmaissimplesdeaprendizagemparaoutrosmaiselaboradoseprofundos.Deformaidêntica,asorganizações,especialmenteasorganizaçõesdepessoas,aquelasemqueoprincipalfatordeproduçãosãoasrelaçõeshumanas,passampordiferentesestádiosdedesenvolvimento,sendocapazes,emcadaum,dedesempenhardiferentestarefasoudeasdesempenhardediferentesformas:tarefasmaiselementaresemestádiosmaisprematuros,tarefasmaiscomplexasemestádiosdemaiormaturidade.Amaturidadenãocorrespondeamaioroumenoreficácianaproduçãodosresultadosdaorganização,massimamaioroumenorcapacidadedepromoçãodeaprendizagemorganizacional,amaioroumenorcapacidadedecaminharnosentidodesetornarumsistemaadaptativocomplexo.

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Mododehetero-regulação

Ahetero-regulaçãodosCALVedosistemadeCALVdeveráassentarnadefiniçãodemetasdeprodutodefinidaspelaautoridadereguladoracompetente,emconjuntocomoscentros,quecriemincentivosetensãodosistemaparaocum-primentodemetasnacionais,regionaiselocais.

Adefiniçãodemetasdeveráestarassociadaàatribuiçãoderecursos,permitindo-seepromovendo-seaexistênciadecentrosautossustentadosque,contribuindoparaapolíticanacionaldeALV,possamdedicar-seasegmentosespecíficosdaprocuraedefinirassuasmetasprópriasnoâmbitodaredelocal/regionaldequesãoparte.

Estemododehetero-regulaçãodependeemabsolutodaexistênciadeumrobustosistemadeinformação,àsemelhançadoSistemadeInformaçãoeGestãodaOfertaeducativaeformativa(SIGO),emquesejamincorporadosinstrumentosde business inteligence.IstopermitequeosindicadoresdedesempenhodosCALVeopontodesituaçãoquantoaocum-primentodasmetasestabelecidassejamacessíveis,emtemporeal,querpelohetero-regulador,querporcadaCALV.

Estemecanismodehetero-regulaçãofocatodososatoresnosresultadosecriaincentivosaobomdesempenhoporquepermite benchmarking.Poroutrolado,permitequearegulaçãodosistemasejagarantidaporumaautoridadepequenaeeficiente.

Autorregulação

Aautorregulaçãoorganizacionaldeveráassentaremmodeloseinstrumentosdeautoavaliaçãorobustos,comprovasdadas.

Este(s)modelo(s)terá(ão)deterumafortearticulaçãocomosistemadeinformaçãoreferidosupra.Sóassimsegaranteaarticulaçãoemtodoosistema,oseurigoreutilidadeeapossibilidadedeosatoresdesenvolverempráticasdebench-marking e benchlearning.

Umsistemadeindicadoresrobustos,associadoapráticasdereflexãoestruturadasobreaação,sãoospilaresquesusten-tamaaprendizagemorganizacionaleamelhoriacontínuadasorganizações.

6.ºPasso

Proporcionarvitóriasdecurtoprazo

“Crie alguns sucessos visíveis e inequívocos o mais rapida-mente possível”.(Kotter,2009)

OmodeloderegulaçãodosCALVedosistemadeCALVproposto,baseadonadefiniçãodemetas,umsistemadeindicadores e autoavaliação, permite, pormeio da de-finiçãodemetas intermédias, proporcionar vitórias decurtoprazo,nãosóparacadaCALVmastambémparaosistema.AsvitóriasdeumconjuntoalargadodeCALVsãoumavitóriadosistemaeumpasso importantenoprocessodemudança.

Estemodeloderegulação,alémdevirtuosonasuafun-çãoregulatória,permiteaosistematerinformaçãofiávele transparente em tempo real e com isso a perceçãodosavançosqueopaís, comoumtodo, faznocampodaALV.Avisibilidadedosucessodeumaregião/comu-nidadeconstituiráumestímuloàmobilizaçãodenovosparceiros,àformaçãodenovasredes,àmultiplicaçãodasoportunidadeseaderentes.

Articular a celebraçãodestaspequenas vitórias comaestratégiadecomunicaçãoreferidano4.ºpassoafigura-seessencial.

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7.ºPasso

Nãoabrandar

“Insista de forma mais intensa e rápida após os primeiros sucessos. Seja implacável ao iniciar as sucessivas mudanças até que a visão de torne uma realidade”.(Kotter,2009)

Estepassoexigeopatrocínioclaroeinequívocodamu-dançapelonívelpolíticocomapolíticapúblicadeALVecomasmetaseprogressosdamudança.Competeaodecisorpolíticoa insistêncianoprocessodemudança,o patrocínio das metas e sucessos e a insistência nocumprimentodetodoopercurso,nãoabandonandoapressãoquandosentirqueestávencidaainérciainicialoudesistindoperanteosfracassosquenecessariamenteexistirão.

8.ºPasso

Crieumanovacultura

“Apoie as novas formas de agir e assegure-se de que fun-cionam até que tenham força suficiente para substituir as antigas tradições”.(Kotter,2009)

AmeracriaçãodosCALVesuaoperaçãoduranteal-gunsanosnãosão,porsisó,ofimdoprocessodemu-dança.ParaqueaculturadeALV,assenteemredeslocaisdequalificação,sejaduradoraénecessárioquesetornenumarealidadecentralnosistemadeaprendizagemna-cional.Eistolevatempo;exigequeageraçãoseguinteaencarecomoumdadoadquirido.Casocontrário,aforçadatradiçãoescolareelitistaacabaráporseimpor,redu-zindooumenorizandoonovosistema.

EstanovaculturaestáemgrandemedidadependentedacapacidadedeosCALVsetornaremverdadeirasorgani-zaçõesaprendentes,comcapacidadeparacriarvalordeformaconstante,adaptando-seereinventando-se.Eissosóserápossívelseoseutrabalhoestiverfocadonasa-tisfaçãodasnecessidadesdascomunidadeslocaisqueossuportam,contribuindonessa interaçãoparaqueestascumpramtambémoseupapeldecomunidadeseduca-doraseinclusivas.

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III. A importância das redes locais de qualificação para a aprendizagem ao longo da vida

Apartirdoestudodealgumasredeslocais,geradasemtorno(ouporimpulso)dosCentrosNovasOportuni-dades,pareceficarclaroqueasredespoderãoassumirumpapeldecisivonapromoçãodaALV,anível localeregional.

Estaé,aliás,umaintençãodefuturoexpressapelospar-ceirosdestasredesembrionárias,naexpectativadede-senvolvimentodosresultadosjáalcançados.

Poroutrolado,avisãoexpressanopontoanterior–deguiaraevoluçãodoconceitodeCentroNovasOpor-tunidades para Centros de Aprendizagem ao Longo da Vida,debasecomunitáriaesuportadosporumaRedeLocal/RegionaldeQualificação(RLQ)–fazdependerosucessodomodelodaexistênciadestasredes,dasquaisdependerá (emmuito) a sustentabilidadeeeficáciadosistema.

A questão que se põe é, então, a de comopode estaintençãoserconcretizadapelas redesqueexistem,oupelasquepoderãosurgirno futuro, sendosimultanea-menteapoiadaporestratégiasinstitucionais.

Paraumarespostapossívelaestaquestão,importapri-meiroconsiderarduasdimensõesqueseafiguramparti-cularmentecríticasnodesenvolvimentodeRedesLocaisdeQualificação(RLQ),sobretudonocontextoatual:asustentabilidadedasprópriasredesnofuturopróximo;anecessidadede tornarasua intervençãomaisestru-turantedoqueaté aqui temsido,numaperspetivadepromoçãodaALV.

Naverdade,asalteraçõessignificativasdocontextoatualpodem,nolimite,levar-nosaquestionarseasredesqueexistem hoje terão capacidade intrínseca e condiçõesefetivasparacontinuaremaexistir.Aenvolventedemer-cadoeinstitucionalqueterápropiciadoasuacriaçãoeofocooriginaldasuaintervençãonãosãohojeosmes-mos.Amenordisponibilidadederecursosoperacionaise financeiros e a eventual contração da procura e da

ofertade educaçãoe formaçãode adultos, expectávelnum contexto de profunda recessão, podem efetiva-mente condicionar não apenas a capacidade de inter-vençãodestasredes,comotambémoprópriointeressedotrabalhocolaborativo.Numambienteessencialmentemarcadopelaescassezepelaincertezaénaturalqueoscomportamentoscompetitivoseisoladosdosatoressesobreponhamaoscolaborativosedegrupo.Poroutrolado,numcenáriodedesmobilizaçãoacentuadadosatu-aisCentrosNovasOportunidades, que até agora têmsido importantes“nós”dinamizadoresdo trabalhoemrede, torna-sediscutívelacapacidadedesobrevivênciadasprópriasredes.

É sobretudo neste contexto que importa identificarquaisosfatoresquepoderãosercríticosparaqueestas,oufuturasRedesLocaisdeQualificação(RLQ),tenhamcondiçõesdesustentabilidadeedepromoçãodaALVnoquadrododesenvolvimentolocaleregional.

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1. A sustentabilidade e aprendizagem ao longo da vida - fatores críticos para as redes locais de qualificação

Nestaperspetiva,aidentificaçãodosfatorescríticosparaodesenvolvimentodeRLQpartedetrêspressupostosfundamentais:

oprimeiroéque,numcontextodemaiordifi-culdade,acapacitaçãointernadasredesterádeserreforçada,oquedependeráessencialmentedas capacidades e dinâmicas internas dos seusatores;

osegundoéque,numcontextodestanature-za,aestratégiainstitucionaladotada,nãoapenasdopontode vistada regulaçãodo sectormastambém do reconhecimento e da indução dasparceriaslocais,poderáserdeterminante;

oterceiroéqueestapoderásertambémumaoportunidadeparaqueasprópriasRLQserein-ventemeseprojetemparaofuturo,abarcandoosdesafiosquehojesepõemàimplementaçãodaALVnascomunidadeslocais;esteserácerta-menteumcaminhomaisexigentedoqueaqueleque foipercorridoaté aqui, quealgumas redesterãocondiçõesdeofazereoutrasnão;contu-do,pareceserumdesafioincontornável.

Nestesentido,osfatoresqueserevelamparticularmen-tecríticossão:

ReforçaracapacitaçãointernadasRLQ tiran-dopartidodaexperiênciadecooperaçãopréviaacumulada,comganhosamplamentereconheci-dospelosparceiros,masevoluindoparamodelosdeautorregulaçãomaisformalizados;

Abrir a intervenção das RLQ a um desígnio mais estruturante do desenvolvimento econó-micoesocial,transformandoasRLQemplata-formas de orientação e promoção daALV nasregiões;

Reconhecer e induzir institucionalmente, fa-zendodasRLQumparceiroestratégiconaim-plementaçãodeumapolíticanacionaldeALV.

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QUADRO 1. Sustentabilidade e ALV - fatores críticos para as RLQ

Dimensões críticas Fatores críticos

Capacitação interna

Reequacionando a visão. Redescobrindo ou reposicionando os “nós” de dinamização da rede.Evoluindo para modelos de organização mais formais.Definindo e negociando planos de ação locais/regionais para ALV.Demonstrando e divulgando resultados/ganhos.Explorando novos mecanismos de (pluri e auto) financiamento.

••••••

Abertura

Envolvendo outros agentes locais/regionais.Incluindo outras problemáticas associadas à educação/formação.Abrindo a outras formas de ALV e atraindo novos públicos de ALV.Reforçando a intervenção no matching e na orientação para a ALV.

••••

Institucional

Definindo prioridades e metas para a ALV ao nível da região, mobilizadoras de parcerias locais.Reconhecendo as RLQ como parceiros estratégicos para a implementação da ALV, a nível local e regional.Reforçando a confiança entre os atores e a transparência de práticas no setor.Definindo padrões e indicadores de qualidade para as intervenções em ALV.Implementando sistemas de monitorização da participação em ALV.Tornando possíveis mecanismos de (pluri) financiamento para ALV.

••••••

Paraumamaiorconcretizaçãodestesfatores,destacaríamososreferidosnoquadroseguinte(quadro1).

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2. Identificação e recomendação de “boas práticas”

Tendopresenteopropósitodestedocumentoedadaaimportânciaestratégicaqueasredesassumemnacon-cretizaçãodavisão importaalinharaindaumconjuntode“boaspráticas”,emparteconstatadasnasexperiên-cias reaisobjetodeestudoprévioouemequaçãonoquadrodaentidadereguladora.

Aidentificaçãoerecomendaçãoemsíntesedasmesmasacompanhaatriplaperspetivadedimensõesjáequacio-nadaparaaenunciaçãodosfatorescríticos.

2.1. ReforçaracapacitaçãointernadasRLQ

Amobilizaçãoparaoestabelecimentodeparceriaseoreforço da capacitação interna das redes constituídasserãonaturalmente facilitadosporumadiversidadedecondições externas, em boa parte específicas ao teci-dosocialeeconómicodecadaregião,mastambémporumconjuntodedinâmicasinternas,inerentesàprópriaorganizaçãoefuncionamentodarede.Dequalquerdasformas,épossível identificar aquelasquenosparecemassumirumpapelfundamentalnaconstituiçãoedinami-zaçãodeRLQ,nomeadamente:

i)Condiçõesdenaturezarelacional

proximidadegeográfica;

proximidaderelacionalentreindivíduos/agentes;

experiênciadecooperaçãoprévia;

níveldeconfiançaelevadoentreorganizaçõeseprofissionais;

transparência nas práticas organizacionais eprofissionais.

ii)Motivaçãoemobilizaçãoparaotrabalhocolaborativo

existênciadeproblemáticas/necessidades co-munsecomplexasequeexijamsoluçõesdein-terdependênciaedecomplementaridade;

sentidodepertençaauma“comunidadepro-fissional”/“comunidadedepráticas”.

iii)Funcionamentodarede

informalidadeeintensidadedasrelaçõesinter-pessoaiseinter-organizacionais;

capacidadedeautorregulação,comnecessida-deprogressivadeevoluirparamodelosmaisfor-malizados(comeventualconstituiçãodeorgani-zaçõescompersonalidadejurídica)àmedidaqueasRLQsetornammaismadurasecomplexas;

mecanismos próprios de liderança, mais oumenos formais, reconhecidos pelos parceiros,comcapacidadededinamizaçãodaredeedein-terlocuçãoinstitucional;

complementaridadefuncionalederecursos;

canaisefluxosdecomunicaçãocoletivosere-gulares;

reconhecimentoeenvolvimentoinstitucional.

iv)Resultadosereconhecimentoexternodarede

definiçãodeobjetivos/planosdeaçãoanívellocal/regional;

monitorização, avaliação e demonstração deresultados/ganhosdotrabalhoemrede;

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divulgaçãoemarketing da rede e dos resulta-dosalcançados.

2.2.RedesLocaisdeQualificaçãocomoplataformasdeorientaçãoepromoçãodeALV

UmaintervençãomaisestruturantedasRLQnapromo-ção daALV ao nível das regiões exigirá certamente oenvolvimentodeumaampladiversidadedeatoreslocaise um reforço adicional da capacidade técnica acumu-lada,emparticular,naatraçãode“novasprocuras”,nomatchingdassoluçõesdeeducaçãoeformaçãodisponí-veisenosmecanismosdeorientaçãoparaaALV.Nestesentido,destacaríamoscomopráticasmaisrelevantes,asseguintes:

i)ApostanaorientaçãoparaaALV

reforçandoaposiçãodoscentros,noseiodasRLQ,como“nós”deorientaçãoparaaALV;

tirandopartidodaexperiênciaedoconheci-mento dosCentrosNovasOportunidades emprocessos emetodologias deRVCCe fazendodos processos de RVCC um instrumento pri-mordialdeorientaçãoparaaALV;

melhorandoepondoempráticaferramentasparaaorientação;

explorandoeimplementandopráticasdemen-toring e coachingparaaALV;

reforçandoasequipastécnico-pedagógicasnodomíniodaorientação;

aplicandoemelhorandopadrõese indicado-resdequalidadedasintervençõesdeALV;

explorandoemelhorandosistemasdemoni-torizaçãodaparticipaçãoemALV.

ii)Atraçãode“novasprocuras”paraaALVediversifi-caçãodasofertas

atraindo mais e novos aprendentes ao longo davida,nãonecessariamenteapenasosadultosdebaixaqualificação;

dispondode sistemasde informação simpleseacessíveisquepermitamajustareanteciparas

necessidadesdaprocuraeassoluçõesformati-vasdisponíveis,aoníveldaregião;

diversificando e flexibilizando os percursoseducativosdisponíveisevalorizandoadiversida-dedosresultadosdeaprendizagemobtidos(qua-lificaçãoescolar, qualificaçãoprofissional, litera-cias,competênciasemTIC,aprenderaaprender,cidadania,participaçãocultural,etc.)paraefeitosde emprego, inclusão social e desenvolvimentopessoal;

abrindoasRLQàintervençãodeoutrosato-res locais com interesses e valências comple-mentares na ALV (empregadores, serviços deemprego,universidadeseinstituiçõesdeinvesti-gação,associaçõesparaodesenvolvimentolocal,instituiçõesdesolidariedade,sectorculturaledelazer,etc.);

explorandomecanismosde (pluri e auto) fi-nanciamentodaatividadedaRLQ,inclusivamen-tenoseiodaprópriarede.

2.3.InduçãoinstitucionaldeRLQ

Desde2007queaAgênciaNacionalparaaQualificação(ANQ) tem vindo a assumir um papel importante napromoçãodotrabalhoemredeanível local,envolven-doarededeCentrosNovasOportunidadeseoutrosagenteslocaiseregionaiscomintervençãoemeducação,empregoedesenvolvimentolocal.Destetrabalho,desta-cam-seasseguintesações:

inclusão, na Carta de Qualidade dos Centros Novas Oportunidades, de indicadores e padrõesdereferênciaparaaqualidadediretamenterela-cionadoscomotrabalhoemrede(indicadoresem questão: número de protocolos estabeleci-doscomentidadesparceirasparaacaptaçãodepúblicoeorganizaçãodeencontros/seminários/conferênciasanuais inter-CentrosNovasOpor-tunidades);

valorização da importância do trabalho emparcerianocontextodasdiversasaçõesdefor-maçãopromovidaspelaANQ;

valorização da importância da constituiçãoderedesdeparcerianoâmbitodosencontrosnacionaisdeCentrosNovasOportunidades,di-

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retamente promovidos anualmente pelaANQ,através da inclusão de painéis alusivos a essetema, com apresentação de boas práticas porpartedealgumasredesjáconstituídas;

participaçãodetécnicosdaANQemsessõesdetrabalhodiversas,porsolicitaçãodeCentrosNovasOportunidadese/oudeoutrosparceiros,ou mesmo por iniciativa daANQ, para apoiotécnico específico necessário à articulaçãodosparceiroseaotrabalhoemrede;

participação de representantes daANQ emencontros e seminários promovidos por Cen-trosNovasOportunidadese/ououtrosparcei-ros, subordinados ao tema da constituição deparcerias;

definiçãodeummodelodeacompanhamento,implementadoem2011,queestimulaatrocadeexperiências e a resolução de constrangimen-tos atravésda articulação inter-CentrosNovasOportunidades. Nesse sentido, cada visita deacompanhamento inclui vários centros, em si-multâneo,deformaapotenciaraprocuradeso-luçõesconjuntasparaconstrangimentosvividosporcadaum;

acompanhamentodeumprojetodeimplemen-tação,porpartedoCEPCEP–daUniversidadeCatólica Portuguesa –, de dispositivos de auto-avaliação dos Centros Novas Oportunidades(atravésdametodologiaCommon Assessment Fra-mework–CAf),implementadosterritorialmente,procurando capitalizar a reflexão conjunta dosCentrossobreassuasprópriaspráticas, fragili-dadesepontosfortes.

Apesardaestratégiadeinterlocuçãoeinduçãoinstitu-cional adotada pelaANQnos últimos anos ter propi-ciadoosurgimentodeinúmerasiniciativasdetrabalhocolaborativo, em várias regiões do país, no contextoatualestaintervençãopodevirasermaisnecessáriaesobretudodeterminanteparaofuturodeRLQcomumpapelestruturantenapromoçãodaALVaosníveis:localeregional.

Assim,destacaríamosoquenosparecemserelementosoupráticasdeinduçãoinstitucional,fundamentaisnestaperspetiva,designadamente:

reforçando a confiança entreos agentes e atransparênciadaspráticas,atravésdaregulaçãodosector;

envolvendoasinstituiçõesreguladorasdeedu-caçãoeformaçãoanívelregional;

reconhecendoasRLQcomoparceirasestra-tégicasparaaimplementaçãodaALV,anívelre-gionalelocal;

definindoprioridadesemetasaoníveldaALVao nível das regiões (e não apenas para cadaCNO),mobilizadorasdeparceriaslocais;

reforçandoaposiçãodosCNOcomo“plata-formas de orientação” para aALV, no contextodasRLQ;

disponibilizandoferramentasparaaorientação;

estimulando a implementaçãode práticas dementoring e coachingparaaALV;

reforçandoasequipastécnico-pedagógicasnodomíniodaorientação;

definindopadrõeseindicadoresdequalidadedasintervençõesdeALV;

implementandosistemasdemonitorizaçãodaparticipaçãoemALV;

tornandopossíveismecanismosde (pluri) fi-nanciamento,acessíveisàsRLQ;

definindoaALVcomoumadasprioridadesdapoliticadeeducaçãoeformaçãonacional.

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IV. Carta de qualidade dos centros de aprendizagem ao longo da vida

AtendendoàclarezaconceptualeàimportânciapráticaqueaCarta da Qualidade assumiu na rede de Centros NovasOportunidades como instrumentodedefiniçãoestruturaleregulaçãodaação,optou-seporapresentaro frameworkdafunçãoALVdeumCALVrecorrendoaumaestruturasemelhante.Estaopçãotemavantagemdepermitirpercebercomfacilidadeondehácoincidên-ciascomaestruturaatualeondeserianecessáriopro-cederaarticulações/alterações.

Duasnotassãonecessárias.UmasobreaautoriadaCar-ta da Qualidade dos Centros de Aprendizagem ao Longo da VidaeoutrasobreasuaarticulaçãocomaCarta da Qua-lidade dos Centros Novas Oportunidades.

A proposta de Carta da Qualidade dos Centros de Apren-dizagem ao Longo da VidaqueseapresentafoielaboradatendocomobaseaCarta da Qualidade dos Centros Novas OportunidadesdaautoriadeMariadoCarmoGomeseMaria Francisca Simões. Muitas passagens deste textosão reprodução daquele. Considerou-se que, sendo oobjetodopresenteprojetoapropostadeummodelode transiçãodosCentrosNovasOportunidades, seriamaisadequadoqueosdocumentosfundadoresfossemiguaisondepossível.Emnomedaclarezadodocumen-tofinal,ecomaconcordânciadasreferidasautoras,foidecididonãoassinalar aspassagensquepertencemaodocumentooriginal.Contudo,édevidaestamençãoeoreconhecimentodaautoria.

OsCALVcorrespondemaumapropostadeevoluçãodosCentrosNovasOportunidades.ComosedescrevenapresentepropostaosCALV,alémdasatuaisfunçõesde um Centro Novas Oportunidades, devem adquirirumnovoenfoqueefinalidadesmascontinuamaterumafunçãomuitoimportantenoreconhecimentoecertifica-çãodeadquiridos.Consequentemente,todaadescriçãodoprocessodeRVCCconstantedaCarta da Qualidade dos Centros Novas Oportunidades deve manter-se em vi-gorparaosCALV.

Missão do CALV

Asseguraratodoscidadãosapoioeaconselhamentonoseu percurso de aprendizagem ao longo da vida e va-lorizar,promoverereconhecer, localesocialmente,osprocessos de aquisição e desenvolvimento de saber ecompetências.

Promoveraprocuraeodesenvolvimentodenovospro-cessosdeaprendizagem,deformaçãoedecertificaçãoporpartedosadultoscombaixosníveisdequalificaçãoescolareprofissional. Promoveramanutençãono sis-temadeaprendizagemdosadultosqualificados.Apoiare orientar os jovens nos seus percursos educativos eformativos.

Criaredesenvolverrecursosedinâmicaslocaisintegra-dasdeaprendizagemaolongodavida.

Princípios orientadores do CALV

Aberturaeflexibilidade

Enquanto“íman”paratodososqueprocuramoportu-nidades de aprendizagem ao longoda vida, a equipa eos responsáveis do CALV devem organizar-se para res-ponderaumpúblicodiversificado,respeitandoevalori-zandooperfil,asmotivaçõeseasexpectativasdecadaindivíduo.

Confidencialidade

A informação prestada pelos indivíduos resultante doprocessodesenvolvidonoCALVéconfidencial.AequipaeosresponsáveisdoCALVdevemvelarporestaconfi-dencialidade,garantindoacessoàinformaçãoapenasàspessoasquetenhamintervençãonoprocessoename-didadasuanecessidadefuncional.

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Orientaçãopararesultados

AatividadedoCALVorienta-separaaefetivaconcre-tização, em tempo útil, das respostas às necessidadesdeapoio,aconselhamento,aprendizagem,qualificaçãoecertificaçãodopúblico.Umafunçãofundamentalnaob-tençãoderesultadoséafunçãodeaconselhamentoemALV(guidance).

Rigoreeficiência

TodososprocessosquedecorremnoCALV,bemcomoasuagestão,devempautar-sepelorigor,exigênciaeefi-ciência.

Responsabilidadeeautonomia

AaçãodoCALVédesenvolvidacomlargamargemdeautonomiaestratégicaetécnicamasnumquadroderes-ponsabilizaçãopelaqualidadedosprocessosedosresul-tados. Esta autonomia e responsabilidade estendem-seàsredeseparceriasemqueoCALVparticipaedevemnortearasuacooperaçãocomasestruturasdaadminis-traçãocentraleregionaleoutrasinstituiçõesparceiras,cumprindoosprocedimentosdefinidosparaasuages-tão.

Segmentaçãodaofertaedaprocura

Nasuaação,oCALVterádeseguirumaestratégiadesegmentação quer apresentando-se de forma distinti-vapara cada segmentodaprocura, quer adequandooprocessoaosdiversossegmentosdeprocuraaosquaisofereceserviços.

Basecomunitáriaetrabalhoemrede

OCALVexistenumcontextolocalecomunitáriodequeéumnófundamental.Todaasuaaçãodeveserpensadaparaeapoiadanacomunidade,competindo-lheprocurarepromoverumarede localdeaprendizagemao longoda vida. Este princípio tem como objetivo não só ro-busteceraatividadedoCALVmastambémpromoveredesenvolverosrecursoslocais.

Requisitos de estruturação do trabalho

Equipatécnica

CadaCALVdeveráterumaequipatécnicacomforma-çãoadequadaàs funções,estável,quepartilha informa-çãoeresponsabilidades,realizandoreuniõesperiódicasde trabalho e definindo canais claros de comunicaçãointerna.EstaequipateráumoumaisprofissionaiscompreparaçãoespecíficaemaconselhamentoparaALV.

Instalações

CadaCentro deverá ocupar instalações adequadas aofuncionamentodeumCALV, respeitandoasdiferentesetapas/dimensõesdeintervençãoeassegurandoespaçosdetrabalhoadequadosparaessesdiferentesfins.

Horário

CadaCALVdeverádefinirumhoráriodefuncionamentoadequadoàscaracterísticasdosdiferentespúblicos-alvo,respeitandoasindicaçõesdeobrigatoriedadedefuncio-namentoemitidaspelatutela.

Registodainformação

CadaCALVdeverárealizaroregistoeorganizaçãodainformação de forma sistemática, utilizando o SistemaIntegradodeInformaçãoeGestãodaOfertaEducativaeFormativa(SIGO),comoinstrumentocentraldeges-tão emonitorização da procura, dos processos e dosresultados.

Avaliação

CadaCALVdeveráavaliarperiodicamenteosprocessos,resultadoseimpactos,partilhandoainformaçãoregular-mentecomosparceiroslocaiseasestruturasadminis-trativascompetentes,numalógicademelhoriacontínuaedetransparêncianosprocessosdeprestaçãodecon-tas.

Integraçãoemredeslocais

CadaCALVdeveráconstituire/ouintegrarumarededeparceria local,estabelecendocontactospresenciaiseadistânciaquemobilizem instituiçõesdeeducaçãoe/oude formação locais, instituições de apoio comunitário,entidadespúblicaslocais,entidadesempregadoraseou-trosrecursoshumanoseinstitucionaisdacomunidade,

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articulandoaofertaeaprocuralocaisepromovendoodesenvolvimentodecompetênciascomunitárias.

Cada CALV deverá ainda articular-se com a restanterededeCALV,baseadanadisponibilizaçãode informa-çõeseorganizaçãodeencontros,demodoaasseguraratrocadeexperiências,metodologiaseinstrumentoseadisseminaçãodeboaspráticas, garantir a gestãodosprocessosdetransferênciadeindivíduoseevitarsobre-posiçõesdeatuaçãonosterritórioslocais/regionais.

Etapas/Dimensões de intervenção

AatividadedeumCALVorganiza-senumconjuntodecincodimensões de intervenção comdiferentes níveisdeserviçoaassegurar.

A. Acolhimento

OacolhimentoconsistenoatendimentoeinscriçãodosadultosoujovensnoCALV,bemcomonoesclarecimen-tosobreamissãodeste,asdiferentesfasesdoprocessodetrabalhoarealizar,apossibilidadedeencaminhamen-toparaofertaseducativaseformativasouparaproces-sodeRVCCeacalendarizaçãoprevisívelparaoefeito.DeveserdadainformaçãosobreoCALVeasofertasdequalificação existentes no território, através da entre-gademateriaisdedivulgação,comofolhetos,brochuras,etc.

O adulto/jovem preenche uma ficha de inscrição, de-vendoosdadosserimediatamenteregistadosnoSIGO.Mediante as perguntas que lhe são colocadas, o adul-to/jovemforneceinformaçõesadicionaisquepodemserrelevantesparaotrabalhonasetapasseguintes.Oaco-lhimentoculminacomamarcaçãodedataparaopróxi-mocontactocomotécnicodocentroquedaráinícioàfasedediagnósticoeencaminhamento.

É nestemomento formalizada a inscrição noCALV edeve ser entregue a cada adulto/jovemumCartão deInscrito,segundomodelonormalizado.

Independentementedepoderser individualouorgani-zar-seemsessõesdepequenosgrupos,oatendimentode cada adulto/jovem deve ser sempre personalizado,tendoemconsideraçãoassuascaracterísticas,experiên-cia,motivaçõeseexpectativas.

Semprequepossível,deveseranalisadacomoadulto/jo-vemadocumentaçãorelativaaoCALVeànaturezadasintervençõesqueneletêmlugar,bemcomoàsofertasdeeducaçãoe formaçãoda rede territorial emqueocentroseinsere.

B.Diagnóstico

Odiagnósticopermitedesenvolvereaprofundaraaná-lisedoperfildoadulto/jovem,combasenoselementosanteriormenterecolhidosequesãocompletados,nestaetapa,comasinformaçõesobtidasatravésdarealizaçãode uma entrevista individual ou coletiva (em pequenogrupo),acargodeumtécnico.Prevê-seque,nomínimo,serealizem,porindivíduo,duassessõesdediagnóstico.

Sendoumaetapapréviaaoencaminhamento,odiagnós-ticopermiteclarificarasnecessidades, interesseseex-pectativas do adulto/jovem, informação essa que é degranderelevânciaparaadefiniçãoda(s)melhor(es)“so-luções”,noconjuntodasofertasdequalificaçãodisponí-veisnocentroeanívellocal/regional.

Paraasseguraraconsequênciadestaetapadediagnósti-codeveminimizar-seotempoquemedeiaentreestaeoencaminhamentoparaumarespostadeformaçãoouqualificação.

Operíododetempoentreestasduasetapasnãodeveexcederummês.

C.Encaminhamento

Oencaminhamentodirecionaoadulto/jovemparaares-postaformativaoueducativaquesejamaisadequada,emfunçãodoperfil identificadonaetapadediagnósticoedasofertasdeaprendizagemequalificaçãodisponíveisanívellocal/regional.

Asváriashipótesesdeencaminhamentosãodiscutidascomo adulto/joveme a escolhaquedaí advémresul-tadeumprocessodenegociaçãoentreasduaspartes–adulto/jovemeequipatécnico-pedagógicadocentro.Têmdeserrealizadaspelomenosduassessõescomes-tesobjetivos:umaparaapresentaçãodaspossibilidadesdequalificaçãoeoutraparadecisãonegociada.Esteéumtrabalhodeequipa,articuladoentreocoordenadordocentroeoprofissionalqueapoiaoadulto/jovem.

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C.1Adultoscombaixasqualificações

Oadultocombaixasqualificaçõespodeserencaminha-do para um processo de reconhecimento, validação ecertificaçãodecompetências,ouparaumpercursodeformaçãoalternativoquelhepermitaadquirirasqualifi-caçõesquenãodetém.

Umpercursode formaçãoalternativo aoprocessodeRVCCtemsempreemconsideraçãoaofertaexterioraocentrodisponíveleosrespetivoscritériosdeacesso.Sãoexemplosdestasofertas:oscursosdeeducaçãoeformaçãodeadultos,asformaçõesmodularescertifica-das,aformaçãoemCompetênciasBásicas.

Nestes casos, o encaminhamento é feito mediante adefiniçãodeumPlanoPessoaldeQualificação(PPQ),adisponibilizarnoSIGO,noqualseindicaqualopercursoformativoe/ouquaisasUnidadesdeCompetênciaquedevem ser adquiridas por essa via.O PPQ pressupõesempre uma articulação com a entidade organizadorada resposta de formação escolhida. Esta articulação éefetuadapelocoordenadordocentroe/ouporumad-ministrativo,atravésdecontactopessoale/outelefónico,viafaxoue-mail.

Para além da rapidez na resposta encontrada, a quali-dadedoencaminhamentoé tambémdeterminadapelaadequação do percurso formativo e do PPQ definido,às características, necessidades e expectativas de cadaadulto.

Aefetivaçãodoencaminhamentodecadaadulto,atravésda confirmação da sua inscrição na entidade/percursoqueconstadoPPQ,devesermonitorizadapelocentro.

C.2Adultoscomqualificaçõesinferioresaoníveldoensinosecundário

Oadultocomqualificaçõesinferioresaoníveldoensinosecundáriopodeserencaminhadoparaumprocessodereconhecimento,validaçãoecertificaçãodecompetên-ciasouparaumpercursodeformaçãoalternativoquelhepermitaobternovasqualificações,nomeadamenteasviasdeconclusãodoensino secundário (ao abrigododecreto-lein.º357/07,de29deoutubro),oscursosdeEducaçãoeFormaçãodeAdultos–denívelsecundário,asformaçõesmodulares,afrequênciadecursosdees-pecializaçãotecnológicaouparaprocessosdeaprendi-zagemquenãotenhamcomofinalidadeacertificação.

Umpercursode formaçãoalternativo aoprocessodeRVCCouumpercursodeaprendizagemquenãoviseaobtençãodecertificaçãoéexterioraocentro,tendoemcontaaofertaterritorialmenteimplementada,aredelocaldequalificaçãoeoscritériosdeacesso.

Oencaminhamentoé,nestes casos, também feitome-dianteadefiniçãodeumPlanoPessoaldeQualificação(PPQ),adisponibilizarnoSIGO,noqualseindicaqualoplanodeALVdoadulto.OPPQpressupõesempreumavisãoprospetivaearticuladacomaofertadeaprendiza-gemeformaçãoexistenteaonívellocal/regional.

Paraalémdarapideznaprimeirarespostaencontrada,aqualidade do encaminhamento é tambémdeterminadapelaadequaçãodaestratégiadeALVedoPPQàscarac-terísticas,necessidadeseexpectativasdecadaadulto.

Aefetivaçãodasaçõespeloadultodevesermonitoriza-dapelocentroeregistadanoPPQpelaentidadecompe-tente(variaemfunçãodasaçõesescolhidas).

C.3Jovens

Osjovenssãoencaminhadosparapercursosdeforma-çãonosistemaeducativo,preferencialmentedenaturezavocacionalouprofissional(nomeadamente,oscursosdeeducaçãoeformaçãodejovens,oscursosprofissionais,ouoscursoscientifico-humanísticos).

OencaminhamentoéfeitomedianteadefiniçãodeumPlanoPessoaldeQualificação(PPQ),adisponibilizarnoSIGO,noqual se indicaqualopercurso formativodojovem.OPPQpressupõesempreumaarticulaçãocomaentidadeorganizadoradarespostadeformaçãoesco-lhida.Estaarticulaçãoéefetuadapelocoordenadordocentroe/ouporumadministrativo,atravésdecontactopessoale/outelefónico,viafaxoue-mail.

Paraalémdarapideznarespostaencontrada,aqualidadedo encaminhamento é tambémdeterminada pela ade-quaçãodopercursoformativoedoPPQàscaracterísti-cas,necessidadeseexpectativasdecadajovem.

Aefetivaçãodoencaminhamentodecadajovem,atravésda confirmação da sua inscrição na entidade/percursoqueconstadoPPQ,devesermonitorizadapelocentro.

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D.Processodereconhecimento,validaçãoecertifica-çãodecompetências

Um processo de RVCC baseia-se num conjunto depressupostosmetodológicos(porexemplo,balançodecompetências,abordagem(auto)biográfica)quepermi-temaevidenciaçãodecompetênciaspreviamentead-quiridaspelosadultosaolongodavida,emcontextosformais,informaisenão-formais,enoqualsedesenvol-veaconstruçãodeumPortefólioReflexivodeApren-dizagens orientado segundo um Referencial de Compe-tências-Chave.

Estesprocessosorganizam-seemtrêseixosestruturan-tes:reconhecimento,validaçãoecertificação.

Destesprocessospode resultarumacertificação totalouumacertificaçãoparcial.

D1.Reconhecimentodecompetências

Naetapadereconhecimento,oadultoidentificaascom-petênciasadquiridasaolongodavidaatravésdorecursoàmetodologiadebalançodecompetências.

Estaetapainicia-secomaapresentação:

do processo de reconhecimento e validaçãodecompetências–RVC–(introduçãoaoscon-ceitos utilizados, explicação dametodologia debalanço de competências, definição das condi-çõesparaacertificaçãototaleparcial,distinçãoentreoRVCCepercursosdeescolarização/for-mação);

dosintervenientes;

dasmetodologiasdetrabalhopossíveis;

daduraçãoprevisíveldoprocesso;

edotrabalhoqueseesperaqueoadultode-senvolvadeformaautónoma.

Estainformaçãodeenquadramentodevesertransmiti-da,peloprofissionaldeRVC,deformaclara,favorecendoatransparênciadoprocessoparaoadultoereforçando,nomesmo, atitudes de autonomia e responsabilidade/compromissocomoprocesso.

Aseguiraestaapresentação,dá-seinícioàdescodifica-çãodoReferencial de Competências-Chave.Estetrabalho

édesenvolvidopeloprofissionaldeRVCepelosforma-doresque,paraoefeito,organizamsessõesdetrabalhoindividuais,empequenosgrupose/ouemgruposalarga-dosdeadultos.

Deseguida,oprofissionaldeRVC iniciaassessõesdebalançodecompetênciascomoscandidatos,deformaindividualouempequenosgrupos.Assessõesbaseiam-senamobilizaçãodeumconjuntodeinstrumentos,quedevemseradaptados,casoacaso,emfunçãodasexperi-ênciassignificativasedosinteressesespecíficosdecadaadulto.

Toda a atividade desenvolvida na etapa de reconheci-mentoresultanaconstrução/reconstruçãodoPortefó-lioReflexivodeAprendizagens(PRA)deformamaisoumenosapoiadapelaequipatécnico-pedagógica,consoan-teaautonomiaquecadaadultorevele.Aequipatécnico-pedagógica deve assegurar que o PRA de cada adultoobedeceaummesmopadrãodeexigênciarelativamenteàtipologiadecomprovativosaíconstantes,semdeixar,contudo,deespelharaespecificidadequeresultadoper-cursoedaexperiênciaindividualdecadaum,refletindonecessariamenteasdimensõesreflexivaeprospetiva.

OsconteúdosdoPRAdevemserumreflexodiretodascompetênciasqueoadultodetémedevemespelhardeforma inequívoca a correspondência entre as aprendi-zagens adquiridas ao longo da vida e o Referencial de Competências-Chave. Se necessário, o PRA deve incluirregistosdaequipatécnico-pedagógicaqueexplicitamaforma como determinados comprovativos aí incluídospermitem evidenciar as competências constantes nosReferenciais.

Noâmbitodoreconhecimentodecompetênciaspodehaverlugaraodesenvolvimentodeformações,dedura-ção limitada. Estas formações correspondem a forma-ções complementares–desenvolvidasnoCentro, cujaduraçãonãoultrapassaas50horasporadulto–ouàfrequênciadeUnidadesdeFormaçãodeCurtaDuração–desenvolvidasnumaentidadeformadora.

Aevoluçãodoprocessodereconhecimentoe,empar-ticular,asconclusõesqueaequipavai tirandorelativa-menteàscompetênciasquepodemounãoservalida-dasdevemsercomunicadasaocandidato,ao longodoprocesso,emmomentosespecíficosparaoefeitoounodecorrerdobalançodecompetências,sendoqueoba-lançofinaldotrabalhodesenvolvidodeveacontecernaetapadevalidação.

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D2.Validaçãodecompetências

Aetapadevalidaçãodecompetênciascentra-senareali-zaçãodeumasessão,naqualoadultoeaequipatécnico-pedagógicaanalisameavaliamoPRA,faceaoReferencial de Competências-Chave, identificando as competênciasvalidadase,comotal,propostasacertificação.

Dadoconstituirummomentodebalançofinaldotraba-lhodesenvolvido,asessãodevalidaçãosódeverealizar-sequandoseconsiderequeoprocessodereconheci-mento foiexaustivo, istoé,quandoestiveremreunidasasseguintescondições:

existir um consenso entre a equipa técnico-pedagógicarelativamenteàscompetênciasavali-darouadesenvolver;

oreferencialdecompetências-chave/referencialdeRVCCprofissionaltiversidotodopercorrido,independentementedonúmerodecompetênciasquevenhamaservalidadasecertificadas;

oPRArefletirdeformavisívelecoerenteascompetênciasdetidaspeloadultoeasualigaçãocomoReferencial de Competências-Chave.

Se, ainda assim, verificar-se que algumas competênciastêmdesermelhorevidenciadas,podehaverlugaraumretomardaetapadereconhecimento.

A etapa de validação, e em particular o seu resultado(apóssessãodevalidaçãofinal),deveserentendidacomoo ponto de partida para a articulação entre a equipatécnico-pedagógicaeoavaliadorexterno,namedidaemqueaanáliseeavaliaçãoqueesteúltimofarádoPRAdecadaadultoéorientadapeloconjuntodecompetênciasvalidadaspelaequipatécnico-pedagógica.

Após a validação, o adulto deve apresentar-se peranteumjúridecertificação.

Antesdasessãodejúridecertificaçãoaequipatécnico-pedagógicadevereunircomoadultoeprepararareferidasessão,enfatizandoaimportânciade,nasuaapresentaçãopública,oadultorefletirsobreoprocessodesenvolvidoeexplicitaraligaçãoexistenteentreasuahistóriadevida/aprendizagenseascompetênciasadquiridasàluzdorefe-rencialfaceaoqualfoiavaliado.

D3.Certificaçãodecompetências

EstaetapacorrespondeaofinaldoprocessodeRVCCecentra-sefundamentalmentenarealizaçãodeumases-sãodejúridecertificação,daqualresultaacertificaçãooficialdecadacandidato.

Asessãodejúridecertificaçãoassumeváriasfunções,designadamenteadeavaliaçãofinaldoscandidatos,deencerramentooficialepúblicodoprocessodesenvolvi-doederespetivalegitimaçãosocial.Comotal,asessãodeveserdivulgada,sendomesmodesejávelqueaelaas-sistamdiversosatores-chavedascomunidadeslocais.

Ojúridecertificaçãoénomeadopelodiretordocentrosendo constituído pelos elementos da equipa técnico-pedagógicaqueacompanharamocandidatoepeloava-liadorexterno.

DasessãodeJúridecertificaçãoresultaumatomadadedecisão,baseadanaavaliaçãodascompetênciasdetidaspeloadultofaceaoReferencial de Competências-Chave,equepode traduzir-se numa certificação total ounumacertificaçãoparcial.Osresultadosdasessãodecertifica-çãosãoobrigatoriamenteregistadosemata.

Certificaçãototal

Ocandidatoobtémumacertificaçãototalsemprequecertifica asunidadesdecompetência consideradasne-cessáriasparaaobtençãodeumníveldeescolaridadecompleto,sejaestecorrespondenteao1.ºciclodoen-sinobásico,ao2.ºciclodoensinobásico,ao3.ºciclodoensinobásico,ouaoensinosecundário.

Acertificaçãototaldecompetênciasdáorigemàemis-são de um certificado de qualificações, como registodasunidadesde competência certificadas eonível deescolaridadeobtido.

Nocasoespecíficodo3.ºciclodeensinobásicoedoensinosecundário,acertificaçãototaldecompetênciasdaráaindaorigemàemissãodeumdiploma.

OcertificadodequalificaçõeseodiplomasãoemitidospeloCentroondeoadultoconcluioprocessoeposte-riormente homologados.Apenas osCentros promovi-dos por estabelecimentos de ensino público ou parti-cularecooperativocomautonomiapedagógica,escolasprofissionaisoucentrosdeformaçãoprofissional,detêmcapacidadedehomologação.

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Os centros que não têm capacidade de homologaçãodevemestabelecerprotocoloscomentidadesquepos-suemcompetênciacertificadora.Devemaindagarantiraconformidadedosdocumentosrelativosacadaadulto,enviadosàentidadecomcompetênciacertificadora,poisdessefactodependeamaiorceleridadenoprocessodecertificação.

Aobtençãodeumacertificação totaldáorigemaumprocessodeapoioeaconselhamentoaolongodavida,quecorrespondeàetapaEdeintervençãonoCentro.

Certificaçãoparcial

Ocandidatoobtémumacertificaçãoparcialsemprequeas unidades de competência certificadas não são sufi-cientesparaaobtençãodoníveldeescolaridadeaquesepropôs.

Acertificaçãoparcialdecompetênciasdáorigemàemis-sãodeumcertificadodequalificaçõescomoregistodasunidadesdecompetênciacertificadas.

Em caso de obtenção de uma certificação parcial, ocandidatodeveserencaminhadoparaumpercursodeeducação-formaçãoexternoaocentro,deformaacom-pletarasuaqualificação.Oencaminhamentoéfeitome-dianteadefiniçãodeumPlanoPessoaldeQualificação(PPQ),negociadoeacordadocomoadulto–contendoapropostadopercursoarealizarparaodesenvolvimentodascompetênciasemfaltaeobtençãodorespetivoníveldeescolaridadeaquesepropõe.

O certificado de qualificações é emitido pelo Centroondeoadultoconcluioprocessoeposteriormenteho-mologado.ApenasosCentrospromovidosporestabe-lecimentosdeensinopúblicoouparticularecooperati-vocomautonomiapedagógica,escolasprofissionaisoucentrosdeformaçãoprofissional,detêmcapacidadedehomologação.

OsCentrosquenão têmcapacidadedehomologaçãodevemestabelecer protocolos comentidade que pos-suemcompetência certificadora.Devemainda garantiraconformidadedosdocumentosrelativosacadaadulto,enviadosàentidadecomcompetênciacertificadora,poisdessefactodependeamaiorceleridadenoprocessodecertificação.

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FluxogramadasetapasiniciaisdeintervençãodosCentros

C. Encaminhamento

OfertaseducativaseformativasexternasaosCentros(p.e.,CursosEFA,

FormaçõesModularesCertificadas,CEF,CET,FormaçãoemCompetênciasBásicas,

CursosProfissionais,ViasAlternativasdeconclusãodosecundário)

D.ProcessodeReconhecimento,ValidaçãoeCertificaçãodeCompetênciasescolares:B1,B2,B3ounívelsecundário

A. Acolhimento

B. Diagnóstico

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D1. Reconhecimento de competências(sessõesdebalançodecompetênciaseconfrontocomoReferencialdeCompetências-ChavecomoprofissionaldeRVC;

construçãodoPortefólioReflexivodeAprendizagens-PRA)

FluxogramadoseixosestruturantesdeumprocessodeRVCC

D2. Validação de competências(organizaçãodesessãodeValidaçãocomaequipaparaconfrontaroPRAcomoReferencialdeCompetências-Chavee

decidirascompetências/unidadesdecompetênciaavalidar)

D3. Certificação de competências

Certificação parcial(certificado

dequalificações)

Certificação total(certificadodequalificações

ediploma)

EmissãodeumPlanodeQualificaçãoPessoal

Encaminhamentoparaoferta

deeducação-formaçãoparacompletaropercursodequalificaçãoedecertificação E. Apoio e

aconselhamento (definiçãodeumPlanoPessoaldeQualificação)

Volume de trabalho associado aos Processos

de RVCC Escolar

Nívelbásico:200ha600h

NívelSecundário:530ha1060h

Nota: inclui o volume detrabalhoautónomodoscandidatosparaconstruçãodoPRA

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E. Processodeapoioeaconselhamentoaolongodavida

EstafaseconsistenumacompanhamentodapessoanoseupercursodeALV,peloquecorrespondeaumainter-vençãotendencialmentecontinuadanotempo.

Cadaadulto/jovemficaadstritoaumtécnicoqueoauxi-liaránagestãocontinuadadoseuPPQ.Aotécnicocom-peteproporaparticipaçãoemnovasaçõesdeaprendi-zagem,ouformação,ouarevisãodoPPQ.

Cadacentrodeverácriarregraseestratégiasdeproce-dimentoparagarantirqueosadultos/jovenssemantêmemprocessosdeALV,disponibilizandoapoioeaconse-lhamentorelevante,atempadoeregularacadaadulto/jovem.Paraapoioaoprocesso,ocentrodeverádispo-nibilizar informaçãoadequada,fidedignaeacessível so-bre aofertaeoportunidadesde aprendizagem local eregional.

OapoioeaconselhamentoencontramnoPPQumins-trumentoderegistoegestãodaALV.Aquandodaelabo-raçãodoPPQ,o centro facultará a cada adulto/jovemformaçãoemCompetênciasdeGestãodeCarreira(9).

Este plano, articulado entre a equipa pedagógica e oadultoemsessõesindividuais,tomaformanadefiniçãodoprojetopessoaleprofissionaldoadulto,comaiden-tificaçãodepossibilidadesdeprosseguimentodasapren-dizagens,deapoioaodesenvolvimentodeiniciativasdecriaçãodeautoempregoe/oudeapoioàprogressão/re-conversãoprofissional.

Nalgunscasos,adefiniçãodoPPQedascondiçõesparaasuaconcretizaçãopodeimplicarcontactoscomenti-dadesformadoras,empregadorasoudeapoioaoempre-endedorismo.

E.1PlanoPessoaldeQualificação–adultoscertificadospelocentro

Nocasodosadultoscertificadospelocentro,adefiniçãodoPlanoPessoaldeQualificação(PPQ)érealizadoapósa certificaçãodoadultopelocentro, tendoemvista acontinuaçãodoseupercursodequalificação/aprendiza-gemaolongodavidaapósoprocessodeRVCC.

E.2PlanoPessoaldeQualificação–adultos comqualificações

Nocasodeadultoscompréviasqualificações,oPPQéelaboradonafasedeencaminhamento.

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(1)OPRODEPIIIfoio3.ºProgramadeDesenvolvimen-to Educativo para Portugal que, no período de 2000-2006, correspondente ao III Quadro Comunitário deApoio,orientoueassegurouoinvestimentoestratégicono desenvolvimento do sistema educativo português,comoapoiodoFundoSocialEuropeuedoFEDER.EntreosquatroobjetivosestratégicosdoProgramaconta-secomoterceiro:“PromoveraAprendizagemaoLongodaVidaemelhoraraempregabilidadedapopulaçãoativa”.Ainstituição“deumSistemadeAcreditaçãodeConhe-cimentos e Competências adquiridos fora do sistemaescolar”eaeleiçãodedoisgrupos-alvoprioritáriosdeativos(1,9milhões,àdata,comidadeentreos18eos42anosequalificaçãoigualouinferiorao9.ºano;e500milpessoas,entreos43eos52anos,comqualificaçãoao nível do 1.º ciclo do ensino básico) foram as duasmedidascentraistomadasvisandoaprossecuçãodiretadaqueleobjetivo.

OProgramaincluiuaindaumterceiroeixosobotítulo“SociedadedeAprendizagem”dedicadoàprossecuçãodoquartoobjetivoestratégicoequevisavaacapacitaçãodosistemaeducativoparaaplenautilizaçãodopotencialdasnovastecnologiasdeinformaçãoecomunicação.

Videparaoefeito:MinistériodaEducação(2000a).Qua-dro Comunitário de Apoio III: PRODEP III Programa Opera-cional da Educação 2000-2006.Lisboa:Direção-GeraldoDesenvolvimentoRegional.

(2) Videparaoefeito:MTSSeME(2005).Iniciativa Novas Oportunidades: Aprender Compensa(6.ªed.),eaindaInicia-tiva Novas Oportunidades,http://anq.gov.pt/ehttp:/www.novasoportunidades.gov.pt,acessívelem5/1/2012.

(3) Vide:Carneiro,Robertoeoutros(2011).Accreditation of prior learning as a lever for lifelong leraning: lessons learnt from the New opportunities Initiative, Portugal!.

(4)No âmbito do PNDES havia-se tomado consciên-cia,sobreprojeçõesefetuadasnoperíodo1998-2000,deque“em termos de habilitações, em 2005 – e se nada fosse feito – apenas 35% da população portuguesa com idades compreendidas entre 20 e 64 anos teria como habilitação mínima o ensino secundário; essa percentagem, já de si tão

reduzida, esconderia no entanto duas realidades distintas, em termos de estratos etários: atingiria 54% no caso do estrato dos 20-34 anos mas ficar-se-ia por apenas 18% no estra-to 50-64 anos; tal situação a verificar-se, representaria uma restrição séria a uma mudança estrutural rápida e generali-zada”.MEPAT(1998).Portugal. Plano Nacional de Desenvol-vimento Económico e Social 2000-2006. Uma Visão Estraté-gica para Vencer o Século XXI. Lisboa:MEPAT,VI-7-8

(5)J.Kotter(2009).O nosso iceberg está a derreter.Porto:PortoEditora.

(6)AANQpassaa serdesignada,em2012,por forçadoDecreto-Lein.º125/2011,de29/12,AgênciaNacionalpara aQualificaçãoeoEnsinoProfissional, IP. AMis-sãodaANQEP, IP(deacordocomodefinidonon.º1doart.21.º) integraa responsabilidadede“assegurar o desenvolvimento e a gestão do sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências”.Eentreassuasatribuições–videalíneae),n.º2doart.21.ºdomesmodiplomaconta-seo“Fomentar, em cooperação com outros atores, o desenvolvimento de uma aprendizagem de qualida-de ao longo da vida”.

(7)Cullen, Joe (ArcolaResearchLLP;Tavistock Institi-tute);“Going Lifelong Learning: critical factors for the deve-lopment of Lifelong Learning Centres”.Trabalhoproduzidopara o Going LLL,dezembro,2011 (disponívelnossiteswww.anq.gov.pt e www.ucp.pt no ponto referente aoprojetoGoing LLL.

(8)OECD(2008)“Teaching, Learning and Assessment for Adults: Improving Foundation Skills”,CERI.

(9)“Career management skills refer to a whole range of competences which provide structured ways for individuals and groups to gather, analyse, synthesise and organise self, educational and occupational information as well as the skills to make and implement decisions and transitions”(Accesstosuccess.CEDEFOP,2010).

Notas