altura de corte do cafeeiro na poda de recepa

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Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 Varginha, MG CEP: 37026-400 35 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br ALTURA DE CORTE DO CAFEEIRO NA PODA DE RECEPA J.B. Matiello e S.R. Almeida Engs Agrs Mapa e Fundação Procafé A recepa é um tipo de poda drástica do cafeeiro indicada quando as plantas perderam completamente sua ramagem lateral baixa(saia) e, também, para lavouras fechadas, com excesso da hastes e quando se deseja renovar a copa das plantas. A poda de recepa pode ser feita alta ou baixa, dependendo de como se encontram as plantas a serem podadas. Sempre que existirem ramos laterais baixos até cerca de 70-80 cm de altura deve-se aproveitá-los, como ramos pulmões, cortando o tronco acima deles, com isto facilitando a recuperação da brotação pós-poda. Esta é a chamada recepa alta ou com pulmão. A recepa baixa se aplica na condição em que as plantas perderam totalmente os ramos baixos, aí o corte do tronco vai ser feito na altura de 20-30 cm do solo. Anteriormente se recomendava um corte mais alto, a 40-50 cm do solo, com a indicação de conduzir os brotos saídos mais na base das plantas. Mas, verificou-se que, nessa situação, os brotos que acabavam predominando, pelo seu maior tamanho e vigor, eram aqueles que saiam da parte mais alta do tronco, junto à parte cortada. Assim, ao saírem mais altos, seus ramos laterais, produtivos, também vão ficar mais altos, com perda de área produtiva junto ao solo. Com isso, ainda, a planta vai atingir um porte mais alto mais cedo. Alem disso, saindo mais altos, deixam mais área de solo descoberta, facilitando o desenvolvimento de ervas daninhas, concorrentes, de inicio no pós-poda. O aspecto de altura de corte do tronco, na recepa, é mais critico em variedades de porte alto, pois nelas os entre-nós são mais longos e a saia fica, igualmente, mais alta. Com o corte do tronco mais baixo, alem disso, economiza-se no trabalho de desbrota. No cafeeiro conillon, quando indicada a recepa ela deve ser feita ainda mais baixa, a cerca de 10-15 cm do solo, visando eliminar excesso de hastes e, igualmente, diminuir o trabalho de desbrota, já que nesta espécie de cafeeiro a brotação é muito intensa. No quadro aqui incluído são apresentados dados reunidos de 1 trabalho de pesquisa, onde se comparou a produtividade dos 2 tipos de recepa, a alta e a baixa, verificando-se que na recepa alta, com pulmão houve melhor retorno produtivo. Produção inicial de cafeeiros após 2 tipos de recepa (baixa e alta), cafezal Mundo Novo, 15 anos, 4 x 0,8m. Elói Mendes-MG 1994 Tratamentos Safra pós-poda (scs/ha) 1ª safra 2ª safra Média Recepa a 0,4 m 10,2 87,0 48,6 Recepa a 0,8m (com pulmão), 4-5 ramos laterais despontados 21,0 98,0 59,5 Fonte: Ferroni, Matiello e Almeida Anais do 20º CBPC, Mapa/Procafé, 1994, p. 5-6.

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Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400 35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br ALTURA DE CORTE DO CAFEEIRO NA PODA DE RECEPA

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Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400

35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br

ALTURA DE CORTE DO CAFEEIRO NA PODA DE RECEPA J.B. Matiello e S.R. Almeida Engs Agrs Mapa e Fundação Procafé

A recepa é um tipo de poda drástica do cafeeiro indicada quando as plantas perderam

completamente sua ramagem lateral baixa(saia) e, também, para lavouras fechadas, com excesso

da hastes e quando se deseja renovar a copa das plantas.

A poda de recepa pode ser feita alta ou baixa, dependendo de como se encontram as

plantas a serem podadas. Sempre que existirem ramos laterais baixos até cerca de 70-80 cm de

altura deve-se aproveitá-los, como ramos pulmões, cortando o tronco acima deles, com isto

facilitando a recuperação da brotação pós-poda. Esta é a chamada recepa alta ou com pulmão.

A recepa baixa se aplica na condição em que as plantas perderam totalmente os ramos

baixos, aí o corte do tronco vai ser feito na altura de 20-30 cm do solo.

Anteriormente se recomendava um corte mais alto, a 40-50 cm do solo, com a indicação

de conduzir os brotos saídos mais na base das plantas. Mas, verificou-se que, nessa situação, os

brotos que acabavam predominando, pelo seu maior tamanho e vigor, eram aqueles que saiam da

parte mais alta do tronco, junto à parte cortada. Assim, ao saírem mais altos, seus ramos laterais,

produtivos, também vão ficar mais altos, com perda de área produtiva junto ao solo. Com isso,

ainda, a planta vai atingir um porte mais alto mais cedo. Alem disso, saindo mais altos, deixam

mais área de solo descoberta, facilitando o desenvolvimento de ervas daninhas, concorrentes, de

inicio no pós-poda.

O aspecto de altura de corte do tronco, na recepa, é mais critico em variedades de porte

alto, pois nelas os entre-nós são mais longos e a saia fica, igualmente, mais alta.

Com o corte do tronco mais baixo, alem disso, economiza-se no trabalho de desbrota.

No cafeeiro conillon, quando indicada a recepa ela deve ser feita ainda mais baixa, a cerca

de 10-15 cm do solo, visando eliminar excesso de hastes e, igualmente, diminuir o trabalho de

desbrota, já que nesta espécie de cafeeiro a brotação é muito intensa.

No quadro aqui incluído são apresentados dados reunidos de 1 trabalho de pesquisa, onde

se comparou a produtividade dos 2 tipos de recepa, a alta e a baixa, verificando-se que na recepa

alta, com pulmão houve melhor retorno produtivo.

Produção inicial de cafeeiros após 2 tipos de recepa (baixa e alta), cafezal Mundo Novo, 15 anos,

4 x 0,8m. – Elói Mendes-MG – 1994

Tratamentos

Safra pós-poda (scs/ha)

1ª safra 2ª safra Média

Recepa a 0,4 m 10,2 87,0 48,6

Recepa a 0,8m (com pulmão),

4-5 ramos laterais despontados

21,0

98,0

59,5

Fonte: Ferroni, Matiello e Almeida – Anais do 20º CBPC, Mapa/Procafé, 1994, p. 5-6.

Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400

35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br

Na recepa a brotação que predomina é aquela que sai mais alta, junto ao corte do tronco. Assim,

contando mais alto, a saia da planta, igualmente, vai sair mais alta, deixando um espaço livre junto

ao solo, que poderia ser ocupada com ramagem lateral produtiva. E o mato aproveita para sair em

baixo.