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Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016 SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção PRODUÇÃO E CONSUMO: ALIMENTO SAUDÁVEL EM REDES LOCAIS SUSTENTÁVEIS Sarita Mercedes Fernandez, Doutoranda em Desenvolvimento Rural pelo Programa de Pós- Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS. E-mail: [email protected] Daniela Garcez Wives, Pós-Doutoranda em Desenvolvimento Rural pelo Programa de Pós- Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS, Profª. Colaboradora (ensino e orientação) do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS. E-mail: [email protected] Lovois Andrade Miguel, Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS. E-mail: [email protected] Grupo 4. Abordagem Sistêmica Aplicada ao Desenvolvimento Rural Sustentável. Resumo As técnicas e os novos hábitos alimentares não têm contribuído em termos da saúde da população mundial, tampouco respeitaram a natureza, reproduzindo a globalização de hábitos e um modelo de agricultura que reproduz devastações. Este é o cenário em que surgiram as Alternative Agrifood Networks (AAFNs), as quais são vertentes que ligam a produção, distribuição e consumo de alimentos, criando novos modelos que abrangem aspectos comunitários, de saúde e justiça social, que se ligam a outros, de segurança alimentar e sustentabilidade ambiental. Tendo em vista o tema apresentado, esse artigo tem o objetivo de discutir a inserção de Grupos de Produção/Consumo Responsável (GPCR), como alternativa localizada, sob a luz da abordagem de sistemas de produção. O trabalho é composto da introdução e, logo após, é apresentada uma caracterização dos grupos de produção/consumo responsável. Em seguida, a terceira parte, discute a inserção dos grupos de consumo responsável, como alternativa local sustentável, sob o aporte da abordagem de sistemas de produção. Ao término desse debate são tecidas algumas considerações finais. Palavras chave: sistemas, agroecologia, desenvolvimento rural, sustentabilidade. Production and Consumption: Healthy Food in Sustainable Local Networks Abstract The techniques and new eating habits have not contributed in terms of the health of the world population, nor respected the nature, reproducing globalization habits and a model of agriculture that plays devastations. This is the scenario that emerged in the Alternative Agrifood Networks (AAFN’s), which are aspects that connect the production, distribution and consumption, creating new models that include community aspects, health and social justice, which bind to other, food security and environmental sustainability. In view of the subject

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Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016

SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção

PRODUÇÃO E CONSUMO: ALIMENTO SAUDÁVEL EM REDES LOCAIS

SUSTENTÁVEIS

Sarita Mercedes Fernandez, Doutoranda em Desenvolvimento Rural pelo Programa de Pós-

Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS. E-mail: [email protected]

Daniela Garcez Wives, Pós-Doutoranda em Desenvolvimento Rural pelo Programa de Pós-

Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS, Profª. Colaboradora (ensino e orientação)

do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS. E-mail:

[email protected]

Lovois Andrade Miguel, Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em

Desenvolvimento Rural da UFRGS. E-mail: [email protected]

Grupo 4. Abordagem Sistêmica Aplicada ao Desenvolvimento Rural Sustentável.

Resumo

As técnicas e os novos hábitos alimentares não têm contribuído em termos da saúde da

população mundial, tampouco respeitaram a natureza, reproduzindo a globalização de hábitos

e um modelo de agricultura que reproduz devastações. Este é o cenário em que surgiram as

Alternative Agrifood Networks (AAFNs), as quais são vertentes que ligam a produção,

distribuição e consumo de alimentos, criando novos modelos que abrangem aspectos

comunitários, de saúde e justiça social, que se ligam a outros, de segurança alimentar e

sustentabilidade ambiental. Tendo em vista o tema apresentado, esse artigo tem o objetivo de

discutir a inserção de Grupos de Produção/Consumo Responsável (GPCR), como alternativa

localizada, sob a luz da abordagem de sistemas de produção. O trabalho é composto da

introdução e, logo após, é apresentada uma caracterização dos grupos de produção/consumo

responsável. Em seguida, a terceira parte, discute a inserção dos grupos de consumo

responsável, como alternativa local sustentável, sob o aporte da abordagem de sistemas de

produção. Ao término desse debate são tecidas algumas considerações finais.

Palavras chave: sistemas, agroecologia, desenvolvimento rural, sustentabilidade.

Production and Consumption: Healthy Food in Sustainable Local Networks

Abstract

The techniques and new eating habits have not contributed in terms of the health of the world

population, nor respected the nature, reproducing globalization habits and a model of

agriculture that plays devastations. This is the scenario that emerged in the Alternative

Agrifood Networks (AAFN’s), which are aspects that connect the production, distribution and

consumption, creating new models that include community aspects, health and social justice,

which bind to other, food security and environmental sustainability. In view of the subject

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presented, this essay aims to discuss the inclusion of Production Group / Responsible

Consumption (GPCR), alternatively located, in the light of production systems approach. The

work consists of the introduction and, soon after, presents a characterization of production

groups /responsible consumption. Then the third section discusses the insertion of the

responsible consumer groups such as sustainable alternative location under the contribution of

production systems approach. At the end of this debate are woven some final remarks.

Keywords: systems, agroecology, rural development, sustainability.

Producción y Consumo: Alimento Sano en Redes Locales Sustentables

Resúmen

Las técnicas y los nuevos hábitos alimenticios no han venido acompañados de la salud de la

población mundial, tampoco respetan la naturaleza, que reproduce los hábitos de la

globalización y la agricultura que hace estragos. Este es el scenario en donde surgieron las

redes alternativas agroalimentarias (AAFNs), las cuales son influencias que conectan la

producción, distribución y consumo de los alimientos, creando nuevos modelos que incluyen

aspectos de la comunidad, la salud y la justicia social, que se unen a otras, la seguridad

alimentaria y sostenibilidad del medio ambiente. Dado el tema presentado, este ensayo tiene

como objetivo discutir la inclusión de los Grupos de Producción /Consumo Responsable

(GPCR), que se encuentran como una alternativa localizada, en el marco de la contribuición

de la teoria de los sistemas de producción. El trabajo consiste en la introducción y, poco

después, se presenta una caracterización de los grupos de producción / consumo responsable.

Luego, en la tercera parte, se debaten los grupos de consumo responsable, como alternativas

locales sostenibles, con la contribución del enfoque sistémico. Al final de este debate se tejen

algunas observaciones finales.

Palabras clave: sistemas, agroecología, desarrollo rural, sostenibilidad.

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Produção e Consumo: Alimento Saudável em Redes Locais Sustentáveis

1.Introdução

A gente descobriu uma coisa importante, é que a gente produz muito mais comida

do que podemos comer (...). A questão da fome não é a questão de produção de

alimentos, é questão de distribuição (SANTOS, 2002).

O Geógrafo Milton Santos (1992) descreve as transformações ocorridas na

sociedade/natureza sob a ótica de um mundo globalizado e desigual. O termo que surge é a

desigualdade de acesso aos alimentos. Nessa mesma direção se encaminharam os regimes

alimentares ao redor do mundo, todos em direção a um movimento que reproduz um consumo

em massa, de técnicas padronizadas, cada vez mais voltadas à industrialização, o que imprime

desigualdades. Essas técnicas e novos hábitos alimentares não vieram acompanhados de saúde

e métodos de produção sustentáveis, tendo em vista os efeitos deletérios que a natureza e a

humanidade vêm apresentando. De um lado, dilúvios, maremotos, aquecimento global, de

outro, doenças; diabetes, obesidade, hipertensão e outras.

Esse movimento unidirecional vem impregnado pela visão mecanicista do universo,

com a produção de produtos agrícolas em massa, em movimentos padronizados. Tudo que é

produzido precisa ser rigorosamente confeccionado por técnicas protocolares, resultando no

mesmo gosto, na mesma aparência, reproduzindo uma inversão de tradições e abolindo

métodos artesanais, típicos de determinadas localidades.

O mundo moderno veio carregado por uma visão, em que o objeto de estudo pode ser

conhecido integralmente, desde que sejam conhecidas todas as partes que o integram, tudo é

exato e perfeitamente controlado. Um fenômeno só é verdadeiro, se for comprovado

cientificamente, muitas vezes ignorando as leis físicas e a metafísica, também sepulcrando

conhecimentos de povos tradicionais, considerados não verdadeiros.

Ludwig Von Bertalanffy, em meados dos anos 50, veio introduzir um novo paradigma

em relação a esse pensamento, que não anula o progresso do conhecimento oriundo do

positivismo, mas explica que alguns objetos de pesquisa, e mesmo os processos da natureza

precisam ir além dessa visão mecânica. Assim surge o paradigma de uma abordagem

interdisciplinar, holística, a abordagem sistêmica.

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Abordagem sistêmica: Nova disciplina que reúne as abordagens teóricas, práticas e

as metodologias relacionadas ao estudo do que é reconhecido, como demasiado

complexo, para ser tratado de forma reducionista, colocando problemas de

fronteiras, relações internas e externas, estruturas, leis, ou propriedades emergentes,

que caracterizam o sistema como uma observação, representação, modelagem, ou

simulação de um todo complexo (DONNADIEU et al., 2003, p. 2-3).

Capra também escreveu sobre uma visão holística, e vai um pouco além, introduzindo

uma visão ecológica.

Uma visão holística, digamos, de uma bicicleta, significa ver a bicicleta como um

todo funcional e compreender, em conformidade com isso, as interdependências das

suas partes. Uma visão ecológica da bicicleta inclui isso, mas acrescenta-lhe a

percepção de como a bicicleta está encaixada no seu ambiente natural e social - de

onde vêm as matérias-primas que entram nela, como foi fabricada, como seu uso

afeta o meio ambiente natural e a comunidade pela qual ele é usado, e assim por

diante. Essa distinção entre "holístico" e "ecológico" é ainda mais importante

quando se tratam sobre sistemas vivos, para os quais as conexões com o meio

ambiente são muito mais vitais (CAPRA, 1996, p.20).

Essa nova visão também auxilia uma reconexão entre agricultores, que hoje estão

preocupados com os efeitos da produção agrícola sobre o ambiente, e consumidores, que

buscam um alimento saudável, livre de agrotóxicos. Nesse mesmo núcleo observa-se que há

reciprocidade entre os agentes, posto que esses se preocupam com o ambiente, a saúde e a

reprodução social de todas as partes envolvidas, problema a ser enfrentado em meio a uma

crise econômica mundial.

Essa preocupação tem sido convertida em práticas sustentáveis, que procuram aplacar

não somente a fome, mas antes, tentam reproduzir saúde, dignidade, reciprocidade e

igualdade, em um mundo globalizado, como garantia de reprodução social.

Tendo em vista o tema apresentado esse artigo tem o objetivo de discutir a inserção de

Grupos de Produção/Consumo Responsável (GPCR) como alternativa localizada, que ocorre

simultaneamente ao modelo de globalização alimentar, balizando a discussão teórica do

trabalho à luz do conceito da teoria de sistemas de produção. A abordagem sistêmica vem

como um campo de estudo interdisciplinar que permite análises dessas complexas redes

alimentares alternativas, em contextos locais, privilegiando práticas produtivas sustentáveis.

Nesse artigo serão apresentados os grupos de produção/consumo responsável, as quais

se configuram em redes alimentares alternativas que priorizam a localização e participação

social. São organizações de agricultores que praticam agricultura, de base ecológica,

compondo redes, que integram consumidores interessados na aquisição de alimentos

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saudáveis, que proporcionam qualidade de vida, preço justo e confiança. Essas redes podem

propiciar novos arranjos beneficiando, em certa medida, o desenvolvimento rural sustentável,

em nível local, além da garantia de reprodução social dos agricultores envolvidos.

Após essa introdução que expôs alguns problemas relativos ao tema central proposto

pelo XI Congresso da Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção, “Abordagem Sistêmica

e Sustentabilidade: Produção Agropecuária, Consumo e Saúde”, é apresentada uma

caracterização dos grupos de consumo responsável. Em seguida, na terceira parte, se discute a

inserção desses grupos de consumo responsável, como alternativa local sustentável, sob o

aporte da teoria de sistemas de produção. Ao término desse debate são tecidas algumas

considerações finais.

2. Caracterização dos grupos de consumo responsável

Os grupos de produção/consumo responsável (GPCR) surgiram a partir de uma

proposta de compra e venda de produtos agroalimentares, em Cadeias Curtas de

Comercialização (CCC). No Quadro 1 podem ser observadas algumas formas de

comercialização que ocorrem em CCC.

Os conceitos de CCC foram compilados por meio de um estudo realizado em 20 de

abril de 2012, pelo Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente, da Espanha.

Esse estudo buscou “conocer las distintas iniciativas de canales cortos de comercialización

(CCC) que están desarrollándose en España, para valorar el alcance real que hasta el

momento se han logrado con estas iniciativas”.

Essas CCC são traduzidas, nesse artigo, como Redes Alimentares Alternativas

(AAFNs), que são vertentes que ligam a produção, distribuição e consumo de alimentos,

criando novos modelos que abrangem aspectos comunitários, de saúde e justiça social, que se

ligam a outros, de segurança alimentar e sustentabilidade ambiental.

As AAFNs surgiram como uma reação ao esgotamento do modelo agrícola

convencional, produtivista, assentado em uma matriz produtiva que utiliza fósseis não

renováveis e que já está no limite da sustentabilidade.

No século XXI têm-se observado a recorrência de epidemias, não só de fome, mas de

obesidade, um tipo de fome oculta produzida pela ingestão de alimentos industrializados,

repletos de aditivos e corantes, gordura, açúcar e sal. Ambientalmente esse modelo tem sido

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avaliado como insustentável, considerando vários motivos, entre eles o fato de que os

alimentos não são meras mercadorias. Ainda nesse sentido são gastos muitos quilômetros

percorridos para o transporte de gêneros alimentícios que não compensam esse gasto de

energia, “Food Miles”; e acima de todas as outras prerrogativas, é um modelo social

excludente, que desconsidera a tradição alimentar e a identidade social dos povos do planeta.

Quadro 1. Canais de Venda em Cadeias Curtas de Comercialização

Canais de Venda Descrição

Mercados de produtores

Espaços públicos onde são adquiridos produtos

produzidos pelos próprios produtores/vendedores, em

postos desmontáveis, organizados coletivamente.

Venda direta na Unidade de Produção

Agrícola

Os produtos são adquiridos pela venda direta dos

produtos aos consumidores, na propriedade dos

agricultores

Venda a domicílio Envio de pedidos, de produtos realizados via correio

eletrônico, ou por telefone, a domicílio.

Estabelecimentos de venda direta

Estabelecimentos onde o consumidor compra os produtos

diretamente do produtor, ou de um único agente que

vende esses produtos.

Grupos de consumo

Organizações ou grupos de consumidores que realizam a

compra direta dos produtos alimentícios dos próprios

produtores.

Fonte: adaptado de España, Ministerio de Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente, p. 5, 2012.

Esse modelo determina ainda o que vai ser consumido e produzido, em cadeias longas.

Os agricultores e consumidores ficam a mercê de grandes empresas, que comandam um

distanciamento, anulando relações de reciprocidade e enfraquecendo a reprodução social de

pequenos produtores.

Em contrapartida, nascem as AAFNs, das quais as CSA's (Community Supported

Agriculture) fazem parte. Esses CSA's permitem o acesso a alimentos frescos, de boa

qualidade, cultivados localmente. Os grupos de Consumo Responsável são um tipo de CSA e

vêm como uma alternativa para agricultores e consumidores de várias localidades.

No Brasil, a organização que está instituindo novos grupos de consumo e debatendo

temas, correlacionados à soberania alimentar, sustentabilidade, comércio justo e agroecologia,

é o Instituto Kairós. Em 2015, o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) juntou-se à

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organização, tendo o objetivo de mapear e disponibilizar informações em todo o Brasil, via

internet, sobre os Grupos de Consumo Responsável e feiras ecológicas (Instituto Kairós;

IDEC, 2015).

Essas comunidades, CSA’s, são relativamente recentes, as primeiras iniciaram suas

atividades no final dos anos 60. Elizabeth Henderson, por meio de um comentário inicial,

durante uma conferência ocorrida em Kobe, em 2010, relata que vários países, ao redor do

mundo, como os Estados Unidos, Japão, França, China e Mali, estão constituindo

comunidades que cultivam e consomem seus alimentos, localmente. Ela também afirma que

existem várias denominações para essas comunidades, como CSA’s (Community Supported

Agriculture, ou Comunidade Sustentada pela Agricultura), TEIKEI, no Japão; AMAP’s

(Associations pour le Maintien d’une Agriculture Paysanne, ou Associação para a

Preservação da Agricultura Camponesa), na França; GAS, na Itália;

Landwirtschaftsgemeinschaftshof, na Alemanha; Andelslandbruk, na Noruega; Recíproco, em

Portugal; Pergola, na Holanda; ARCO e consumo responsable, na Espanha.

Embora os nomes sejam diferentes, a essência das iniciativas é semelhante.

Agricultores e consumidores partilham os riscos da produção local de alimentos,

privilegiando a reciprocidade e a agricultura ecológica. As garantias que resultam desses

processos envolvem confiança, saúde e viabilidade econômica (HENDERSON, 2010).

O conceito de CSA, no Brasil, utilizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do

Consumidor (IDEC), em 2015, expõe o seguinte:

A CSA (Community Supported Agriculture) é uma nova relação entre consumidores

e produtores. Os consumidores (comunidade) financiam produtores e, em troca,

recebem o que é colhido e produzido. Essa forma de arranjo permite uma

sustentabilidade aos produtores que têm garantia da venda de sua produção e uma

aproximação da comunidade, nos processos produtivos (IDEC, 2015).

O Instituto Kairós (2012) conceitua o consumo responsável, um dos tipos de CSA,

como um conjunto de hábitos e práticas que incentivam um desenvolvimento baseado na

igualdade social. OCAMPO et al. (2014) estudaram a evolução do conceito de consumo

responsável, de 1960 a 2012, construindo um quadro que ilustra a linha do tempo do

“Consumo Socialmente Responsável”, ver Figura 1.

Essa responsabilidade ao consumir tem o objetivo de “melhorar as relações de

produção, distribuição e aquisição de produtos e serviços, de acordo com os princípios da

economia solidária, soberania alimentar, agroecologia e o comércio justo e solidário”. Dessa

forma existe a valorização e a prática de atitudes éticas que visam um desenvolvimento que

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leva em conta o ambiente e o respeito à sociedade, com produção e consumo responsável

(KAIRÓS, 2012).

3. Grupos de produção/consumo responsável: uma alternativa local sustentável, sob o

enfoque da abordagem de sistemas

O consumo responsável é uma via de mão dupla, implica em uma associação íntima

entre os dois polos de interesse, agricultores e consumidores, unidos em prol do bem comum,

o produto final, que deve ter qualidade e preço justo, acompanhado de respeito ao ambiente.

O consumo é responsável, mas deve vir acompanhado de uma produção igualmente

responsável, que inclui reciprocidade, atitudes de respeito mútuo, aprendizagem conjunta e

solidariedade.

Roberts (1993, p. 140) definiu o consumidor responsável como "aquele que adquire

produtos e serviços com uma influência positiva (ou menos negativa) sobre o ambiente, ou

que patrocina as empresas que tentam efetuar uma mudança social positiva". Esse consumo e

produção responsável vêm, muitas vezes, aliados à Agroecologia.

A Agroecologia, como campo de estudo tem como base princípios que buscam

promover a saúde, fomentar cidadania, autonomia e participação comunitária dos atores,

qualidade de vida e sustentabilidade ambiental, social e econômica. Desta forma pode-se

observar a estreita conexão entre a abordagem sistêmica, já que a agroecologia parte de um

objeto complexo e que se torna real somente considerando as interações, as emergências.

Assim, a visão sistêmica, assumiu um papel importante nas discussões acadêmicas, nos

Estados Unidos, desde meados do ano 2000, de acordo com Fernández et al. (2013) apud

Gliessman e Rosemeyer (2010).

Os autores revisaram as conexões atuais entre a Agroecologia e os movimentos

agroalimentares alternativos. Eles chamam a atenção dos leitores alertando que algumas

organizações utilizam a Agroecologia, como um tema chave para alcançarem seus objetivos,

incluindo a Via Campesina, o Movimento dos Trabalhadores sem Terra do Brasil, e o

movimento de “Campesino a Campesino”, de Cuba. Escrevem, ainda, que nos Estados

Unidos existem diferentes graus de interação das organizações com a Agroecologia.

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Figura 1. Evolução do conceito de Consumo Responsável

Fonte: adaptado de OCAMPO et al., 2014, p. 298.

Altieri e Toledo (2011) alegam que “the key idea of agroecology is to go beyond

alternative farming practices and to develop agroecosystems with minimal dependence on

high agrochemical and energy inputs. Os autores complementam a ideia dizendo que

“Agroecology is both a science and a set of practices” (ALTIERI e TOLEDO, 2011, p. 588).

Dessa forma, a integração sociedade/natureza é possível e desejável. Sevilla Guzmán

(2002) parte do princípio da natureza social da agroecologia, ele afirma que essa visão se

apoia na ação social coletiva de determinados setores da sociedade civil, vinculados ao

manejo dos recursos naturais, razão pela qual é também sociológica (SEVILLA GUZMÁN,

2002, p. 19).

Então, os GPCR vêm impregnados de ciências, como a Agroecologia, e da prática

agroecológica, de uma produção sustentável, partilhada no seio desses sistemas

socioprodutivos. Qual é a dinâmica desses novos modelos de interação sociedade/natureza? A

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teoria dos sistemas pode ajudar a compreender essa dinâmica, que parece pretender romper

com o modelo socioprodutivo globalizado?

O paradigma da complexidade, da Teoria dos Sistemas, pode auxiliar a compreender

processos de interação social, produtiva e ambiental, que ocorrem no elo das relações

sociedade/natureza. A análise de processos de desenvolvimento é complexa e, por essa razão,

requer métodos e teorias capazes de compreender as redes de relações e as trocas existentes

em sistemas socioprodutivos.

Na medida em que a sociedade evoluiu, também evoluíram os paradigmas que tentam

interpretar as realidades urbano/rurais. Deslocamentos importantes estão ocorrendo a todo o

momento. Hoje, as inquietações da academia, na área de Desenvolvimento Rural, não estão

centradas tão somente na questão agrária, mas na questão alimentar e ambiental. O mercado

precisa ser abastecido por alimentos, mas eles devem ter características fundamentais:

qualidade, preço justo e confiabilidade.

Esses atributos vêm acompanhados por uma produção que não deve agredir o

ambiente, como forma de proteção do patrimônio produtivo. Esse patrimônio inclui terra,

água, fauna e flora, que precisam ser respeitadas a fim de preservar a continuidade do

abastecimento da sociedade e a própria vida no planeta.

De acordo com os atributos apresentados, as disciplinas não são capazes, elas mesmas,

de fornecerem as explicações dos fenômenos complexos. Os conhecimentos das várias áreas

se unificaram para tentarem interpretar o elo sociedade/natureza. Não mais a matemática, a

química, a física, a biologia, mas sim, todos os campos disciplinares, agregando a sociologia,

a economia, a antropologia, e muitas outras, a fim de tentarem fornecer explicações e

interpretações dos fenômenos estudados.

Surge um novo modelo de sociedade, ou serão muitos novos modelos diferentes?

Podem surgir padrões?

O consumo aliado a uma reflexão, que inclui um poder de crítica dos aspectos

localizados da sociedade: economia, política, e das instituições envolvidas, de cada país,

região e localidade, podem ter traçados semelhantes, mas certamente existirão aspectos

microlocais diferenciados, que não permitem generalizações de conduta da sociedade.

Canclini (1995), em seu livro sobre a alimentação no contexto contemporâneo, aponta

que a vida privada torna-se o local de um novo tipo de ação política em que o aspecto

politizador se constitui no fato de que o universo pessoal interage com o universo dos

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problemas globais. Viver em um mundo globalizado pode significar um consumo reflexivo,

em que o modelo neoliberal não é o único possível.

A teoria dos sistemas pode ser um importante instrumental teórico, e também

metodológico, de caracterização dessas redes dos sistemas sociais. Há uma dinâmica contínua

nesses sistemas, com trocas internas e externas, inputs e outputs, que podem explicar a

reprodução dessa sociedade complexa.

Canclini (1995) acrescenta que:

... el consumo es comprendido, ante todo, por su racionalidad económica. Estudios

de diversas corrientes consideran el consumo como un momento del ciclo de

producción y reproducción social: es el lugar en el que se completa el proceso

iniciado al generar productos, donde se realiza la expansión del capital y se

reproduce la fuerza de trabajo. Desde tal enfoque, no son las necesidades o los

gustos individuales los que determinan qué, cómo y quiénes consumen. Depende de

las grandes estructuras de administración del capital el modo en que se planifica la

distribución de los bienes. Al organizarse para proveer comida, vivienda, traslado y

diversión a los miembros de una sociedad, el sistema económico "piensa" cómo

reproducir la fuerza de trabajo y aumentar las ganancias de los productos

(CANCLINI, 2005, p. 43).

Esse modelo neoliberal de consumo, que prima pelo individualismo e incrementa

desigualdades pode ser contestado. Nestor García Canclini (1995, p. 18) acrescenta, em tom

de pergunta se esse “estilo neoliberal” de globalizar “é único? É o mais satisfatório para

imprimir reestruturações transnacionais da sociedade mundial?”

Para além desse estilo neoliberal globalizado, existe agora um novo papel para a

comida na sociedade, que se relaciona ao conhecimento dos riscos alimentares, do que está

por trás da veiculação de propagandas, exaltando produtos alimentícios. Cabe perguntar qual

seria o teor político, que vai além do conhecimento das substâncias que compõe alimentos,

transformados em mercadorias neoliberais. Portilho, Castañeda e Castro (2011, p. 103)

acrescentam que “o comer torna-se também um ato político e ideológico”. Os autores

continuam argumentando que:

Se o que é considerado perigoso na comida escapa aos sentidos, a confiança em

relação à comida passa a ser abstrata, envolvendo “políticas discursivas” e formas de

construir e organizar o debate público, publicizando, ou silenciando sobre os riscos

(PORTILHO, CASTAÑEDA e CASTRO, 2011, p. 103).

Dessa forma; Portilho, Castañeda e Castro (2011), informam que os riscos de

determinados alimentos podem não estar expostos à população claramente, afinal os aditivos e

corantes alimentares, por exemplo, não são expostos em letras que permitem uma rápida

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visualização pelos consumidores. Além disso, mesmo conhecendo o nome desses

ingredientes, muitas vezes, os consumidores não sabem dos seus riscos.

Os movimentos alimentares alternativos surgiram em torno de uma proposta que visa

divulgar um consumo consciente, que inclui o conhecimento dos riscos alimentares. No outro

extremo encontram-se os agricultores que passaram a repensar a forma convencional de

produção. Quais são os resíduos que os produtos agropecuários apresentam, após o período de

carência? Esses agrotóxicos são utilizados adequadamente por esses agricultores?

A conscientização do poder letal, engarrafado em doses controladas, vem também

provocando a reflexão dos agricultores, alguns deles estão migrando para cultivos de base

ecológica, após o conhecimento dos riscos da utilização de agrotóxicos da Agricultura

convencional.

A principal reflexão que surge desse debate: esse risco é sistêmico! Cada agricultor

que produz em sua unidade de produção agrícola é uma célula daquele sistema de produção,

basta que uma dessas células utilize agrotóxicos para haver dúvidas sobre cultivos

agroecológicos, afinal, a água do lençol freático pode sofrer contaminação, além da dispersão

dos venenos pelo ar, solo, etc., figura 2.

Figura 2: Dois sistemas de produção agrícola e unidades de produção agrícola, permeáveis, com trocas

constantes dentro e fora dos sistemas.

Fonte: elaborado pelos autores, 2016.

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A produção e consumo reflexivos podem contribuir para novas formas de

globalização, em novas propostas, para além do modelo globalizado de consumo. Modelos

localizados, por meio do conhecimento aprofundado das condições de adaptação climática das

culturas, agroecológicos, podem contribuir para o fortalecimento de propostas de

desenvolvimento sustentáveis. Uma nova economia que inclui solidariedade, reciprocidade,

soberania alimentar, respeito ao planeta e reprodução social, com igualdade.

A teoria dos sistemas, que estuda sistemas complexos, revela-se como uma teoria e

metodologia, ao mesmo tempo, capaz de interpretar a complexidade das redes alimentares

alternativas, verificando as relações sociais, institucionais, econômicas e ambientais

envolvidas. Morin (2000), em seu livro, “Os sete saberes necessários à educação do futuro”,

interpreta o que seria a complexidade, em palavras que podem ser adequadas a vários campos

do conhecimento.

Complexus significa o que foi tecido junto; de fato, há complexidade quando

elementos diferentes são inseparáveis constitutivos do todo (como o econômico, o

político, o sociológico, o psicológico, o afetivo, o mitológico), e há um tecido

interdependente, interativo e inter-retroativo entre o objeto de conhecimento e seu

contexto, as partes e o todo, o todo e as partes, as partes entre si. Por isso, a

complexidade é a união entre a unidade e a multiplicidade (MORIN, 2000, p. 38).

Morin (2000), continua o pensamento dizendo que o conhecimento especializado pode

“extrair um objeto de seu contexto e de seu conjunto,” rejeitando “os laços e as

intercomunicações com seu meio” e conclui que esse modelo “introduz o objeto (de estudo)

em um setor conceitual abstrato que é o da disciplina compartimentada”, dessa forma “as

fronteiras fragmentam arbitrariamente a sistemicidade, relação da parte com o todo, e a

multidimensionalidade dos fenômenos” (MORIN, 2000, p. 41).

Logo, é necessária uma apreciação sistêmica das redes alimentares alternativas, do

ponto de vista da interdisciplinaridade, promovendo assim análises de contexto mais

completas, que privilegiem o entendimento das redes de relações locais do desenvolvimento.

Morin (2000) complementa, com primazia, que não se trata de abandonar o conhecimento

das partes pelo conhecimento das totalidades, nem da análise pela síntese; é preciso conjugá-

las (MORIN, 2000, p.46).

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4. Considerações Finais

O tema do consumo de alimentos saudáveis, aliado ao desenvolvimento rural

sustentável, e da saúde, vem ao encontro de uma discussão que vários pesquisadores da

academia vêm construindo. A comida que vai à mesa das populações, os métodos de

produção dos alimentos, os efeitos e riscos de uma alimentação, baseada em cultivos

convencionais, com vasta aplicação de agrotóxicos, são alguns dos temas que merecem

destaque.

Nesse trabalho discutiu-se a inserção de grupos de produção e consumo responsáveis,

em redes alimentares alternativas, como novos modelos de escolha, que vêm impregnados de

reflexões sobre o que se come e dos efeitos dessa alimentação na saúde da população

mundial.

O objetivo central foi discutir a inserção de GPCR como alternativa localizada, que

ocorre simultaneamente ao modelo de globalização alimentar, à luz do conceito da abordagem

de sistemas de produção. Observou-se que os GPCR podem ser alternativas, ao modelo global

neoliberalista vigente, oferecendo novas formas de consumir e produzir, além daquelas com

um foco em alimentos, commodities, que visam lucro. Concentrando um olhar sobre a saúde e

o Desenvolvimento Rural sustentável, economia solidária, e soberania alimentar dos povos do

planeta. E, algumas premissas indicam que essas afirmações podem constituir-se como

verdadeiras.

Em primeiro lugar, a localização presente nesses mercados alternativos, de cadeias

curtas, pode facilitar a preservação da tradição alimentar e propiciar o acesso a alimentos

frescos, livres de agrotóxicos, em sistemas agrícolas, eminentemente agroecológicos.

Segundo, a saúde dos consumidores e agricultores e a reprodução social, de ambos, podem ter

resultados otimizados, principalmente em relação à diminuição das desigualdades sociais,

encontradas a todo o momento, em qualquer parte do planeta. Terceiro, modelos globalizados,

que primam por especialização de culturas, alta concentração de agrotóxicos e altos gastos de

energia, de fontes não renováveis, estão esgotando os meios que podem permitir a

continuidade do abastecimento alimentar mundial então, alternativas a esse condicionamento

mercadológico, são bem vindas. Em quarto lugar, a aproximação entre agricultores e

consumidores é facilitada, promovendo os meios para a prática da solidariedade e

reciprocidade, além de facilitar as relações de produção/consumo, com responsabilidade

compartilhada.

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Logo, pode-se estar diante de uma ruptura desse sistema global padronizado, onde as

pessoas reinventam novas formas para se reproduzirem socialmente.

Finalmente, quanto a metodologias e teorias, capazes de elucidar as relações entre os

atores e as características dessas redes estudadas no artigo, constata-se que análises

alicerçadas pela teoria de sistemas podem ser aplicadas. O caráter holístico do sistemismo

garante a interpretação de estudos de cadeias curtas de comercialização, como o caso dos

GPCR.

Então, a continuidade de estudos de cadeias curtas de comercialização, sob o aporte da

teoria dos sistemas, pode ser um bom caminho para enriquecer as pesquisas no campo do

Desenvolvimento Rural.

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