alteraÇÕes morfomÉtricas da maxila em pacientes...

82
WALTER PINHEIRO NORONHA ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES EM CRESCIMENTO TRATADOS COM O APARELHO QUADRIHÉLICE CAMPINAS 2008

Upload: others

Post on 24-Mar-2021

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

WALTER PINHEIRO NORONHA

ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES EM CRESCIMENTO TRATADOS COM O APARELHO QUADRIHÉLICE

CAMPINAS 2008

Page 2: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

WALTER PINHEIRO NORONHA

ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES EM CRESCIMENTO TRATADOS COM O APARELHO QUADRIHÉLICE

Dissertação apresentada ao Centro de Pós-Graduação / C.P.O. São Leopoldo Mandic, para obtenção do grau de Mestre em Odontologia.

Área de Concentração: Ortodontia

Orientador: Prof. Dr. Franco Arsati

CAMPINAS 2008

Page 3: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca "São Leopoldo Mandic"

N852a

Noronha, Walter Pinheiro. Alterações morfométricas da maxila em pacientes em crescimento tratados com o aparelho quadrihélice / Walter Pinheiro Noronha. – Campinas: [s.n.], 2008. 80f.: il.

Orientador: Franco Arsati.

Dissertação (Mestrado em Ortodontia) – C.P.O. São Leopoldo Mandic – Centro de Pós-Graduação.

1. Técnica de expansão palatina. 2. Maloclusão. 3. Ortodontia. I. Arsati, Franco. II. C.P.O. São Leopoldo Mandic – Centro de Pós-Graduação. III. Título.

Page 4: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

C.P.O. - CENTRO DE PESQUISAS ODONTOLÓGICAS

SÃO LEOPOLDO MANDIC

Folha de Aprovação A dissertação intitulada: “ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES EM CRESCIMENTO TRATADOS COM O APARELHO QUADRIHÉLICE ” apresentada ao Centro de Pós-Graduação, para obtenção do

grau de Mestre em Odontologia, área de concentração: Ortodontia em __/__/____, à

comissão examinadora abaixo denominada, foi aprovada após liberação pelo

orientador.

___________________________________________________________________ Prof. (a) Dr (a)

Orientador

___________________________________________________________________ Prof. (a) Dr (a)

1º Membro

___________________________________________________________________ Prof. (a) Dr (a)

2º Membro

Page 5: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

DEDICATÓRIA

Minha Esposa e meus filhos.

Pelo amor incondicional, apoio e incentivo constantes.

Page 6: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

AGRADECIMENTOS

A DEUS fonte de luz e vida.

Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira, por compartilhar os segredos

da caminhada rumo ao saber.

Ao Prof. Dr. Thomaz Wassal, por sua dedicação, colaboração e

inestimável apoio.

Ao Prof. Mário Sérgio Duarte, pela boa coordenação e condução do

curso, oportunizando uma valorosa contribuição ao meu aprimoramento científico.

Ao Prof. Dr. Marcelo Cavenaghi Pereira da Silva, pelo auxílio e

orientação neste período.

A todos os professores e funcionários do Centro de Pesquisas

Odontológicas São Leopoldo Mandic pela dedicação e colaboração.

A todos os que contribuíram direta ou indiretamente para a realização

deste trabalho.

Page 7: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

“Mais vale o que se aprende

que o que te ensinam”.

Alex Periscinoto

Page 8: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

RESUMO

A expansão maxilar lenta constitui uma alternativa para a correção da atresia maxilar e caracteriza-se pelo uso de forças leves, o que permite uma adaptação fisiológica à expansão maxilar. O quadrihélice é um dispositivo de expansão lenta utilizado para correção da mordida cruzada decorrente do estreitamento do palato. Este estudo teve por objetivo avaliar a expansão maxilar lenta com o uso do aparelho quadrihélice. Neste estudo foram avaliados 36 pacientes, com idades de 7,5 a 14 anos, portadores de atresia maxilar tratados com o quadrihélice. Para avaliação dos efeitos do aparelho foram utilizados modelos de estudo e radiografias frontais e laterais no início e ao final do tratamento. Para análise estatística foi utilizado o teste t de Student. Os resultados deste estudo indicaram um aumento significativo na distância intermolar inferior (1,3±3,97), largura da cavidade nasal (0,8±1,79), largura facial (2,2 mm±5,54), largura maxilomandibular no lado direito (1,4 mm±2,20) e na altura facial inferior (1,0º±3,13). Houve diminuição significativa da distância do primeiro molar inferior ao plano jugal direito. Pode se concluir que os efeitos ortodônticos e esqueléticos promovidos pelo quadrihélice na correção da atresia maxilar foram satisfatórios.

Palavras-chave: Quadrihélice. Expansão maxilar. Maloclusão. Bioprogressiva.

Page 9: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

ABSTRACT

The slow maxillary expansion constitutes an alternative for correction of the maxillary atresia and it is characterized by the use of light forces, inside of the elastic limits of the periodontal tissue, what it allows a more physiological adaptation to the maxillary expansion. The quad-helix is a device of slow expansion used for correction of the crossbite due to the narrow palate. The objective of this study was evaluated the slow maxillary expansion with quad-helix appliance. In this study was evaluated 36 patients with ages of 7.5 to 14 years, carriers of maxillary atresia treat with the quad-helix. For evaluating the effect of the device were used model of study and frontal and lateral x-rays at the beginning and at the end of the treatment. The Student’s test t was used for statistical analysis. The results from this study indicated a significant increase in the distance to intermolar inferior (1.3 mm±3.97), width of the nasal cavity (0.8 mm±1.79), face width (2.2 mm±5.54), width to maxilomandibular in the right side (1.4 mm±2.20) and in the inferior face height (1.0º±3.13). There was a significant reduction of the distance of the first inferior molar to the right zygomatic plan. It can conclude that the orthodontic and skeletal effects promoted by the quad-helix in the correction of the maxillary atresia were satisfactory.

Keywords: Quad-helix. Maxillary expansion. Maloclusion. Bioprogress.

Page 10: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fotografias denotando as características da deficiência tranversal

da maxila no pré-tratamento.....................................................................49

Figura 2 - Fotografias dos modelos de estudo iniciais...............................................51

Figura 3 - Fotografia do aparelho quadrihélice colocado no modelo. ........................52

Figura 4 - Fotografia do aparelho quadrihélice ativado inicialmente no modelo

(A) e instalação no paciente (B). ..............................................................53

Figura 5 - Fotografia do aparelho quadrihélice ativado intrabucalmente, após

40 dias de tratamento...............................................................................53

Figura 6 - Traçado em norma lateral da altura facial inferior. ....................................54

Figura 7 - Traçado em norma frontal das medidas avaliadas....................................55

Tabela 1 - Valores de média e de desvio padrão, segundo a medida, no

início e no final do tratamento ortodôntico................................................56

Gráfico 1 - Diagrama de caixa para a distância inter 1º MI (mm). .............................57

Gráfico 2 - Diagrama de caixa para a distância J-J (largura maxilar) (mm)...............57

Gráfico 3 - Diagrama de caixa para a largura da cavidade nasal (mm).....................58

Gráfico 4 - Diagrama de caixa para a Distância ZA-AZ (largura facial) (mm)............58

Gráfico 5 - Diagrama de caixa para a distância AG-GA (largura da

mandíbula) (mm). .....................................................................................59

Gráfico 6 - Diagrama de caixa para a distância J-ZR-GA direito (mm)......................59

Gráfico 7 - Diagrama de caixa para a Distância J-ZR-GA esquerdo (mm)................60

Gráfico 8 - Diagrama de caixa: distância do 1º M inf. plano jugal direito (mm)..........60

Page 11: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

Gráfico 9 - Diagrama de caixa: distância do 1º M inf. plano jugal esquerdo

(mm). ........................................................................................................61

Gráfico 10 - Diagrama de caixa: altura facial inferior. ................................................61

Tabela 2 - Diferença das médias, mínimos, máximos e desvios padrões das

diferenças obtidas nas medidas, com o tratamento ortodôntico...............62

Page 12: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANB - Ângulo formado pelas linhas N-A e N-B. Estabelece a relação

ântero-posterior entre maxila e mandíbula através do ponto N

NAP - Ângulo da convexidade facial

NL/ML - Ângulo que estabelece a inclinação da maxila em relação à

mandíbula

SN.Gn - Estabelece a altura do terço inferior da face

SN.GoGn - Ângulo formado pela convergência da linha S-N com o plano

Mandibular (expresso por GoGn)

SNA - Ângulo formado pelas linhas S-N e N-A. Determina a relação

ântero-posterior da maxila em relação à base anterior do crânio

SND - Relaciona a base anterior do crânio com a mandíbula no sentido

ântero-posterior

SNPO - Ângulo formado pela linha Sela-Násio e plano oclusal

Page 13: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12

2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................15

3 PROPOSIÇÃO.......................................................................................................48

4 MATERIAL E MÉTODO.........................................................................................49

4.1 Caracterização do universo e plano de amostragem.....................................49

4.2 Material...............................................................................................................50

4.3 Tratamento.........................................................................................................52

4.4 Análise estatística .............................................................................................55

5 RESULTADOS.......................................................................................................56

6 DISCUSSÃO..........................................................................................................64

7 CONCLUSÃO ........................................................................................................72

REFERÊNCIAS.........................................................................................................73

ANEXO A - APROVAÇÃO DO COMITE DE ÉTICA - CEP ......................................79

ANEXO B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO..................80

Page 14: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

12

1 INTRODUÇÃO

A atresia maxilar caracteriza-se por apresentar constrição do arco dental

superior que provoca alterações nos dentes e ossos, culminando em maloclusões

caracterizadas pela mordida cruzada dento esquelética (Moyers, 1991). Este

distúrbio afeta tanto a função como a estética dentofacial, sendo fundamental a

intervenção ortodôntica ou ortopédica para se obter a normalização de todo o

sistema estomatognático.

A atresia maxilar é indubitavelmente nociva e pode ser desencadeada por

fatores epigenéticos que contribuem para o desenvolvimento e crescimento anormal

da maxila durante a infância (Proffit, Fields, 1995). Nesta fase, se faz necessário a

intervenção terapêutica que evitará seqüelas que estão associadas a problemas

como respiração bucal, mordida cruzada posterior uni ou bilateral, eliminando, assim

a possibilidade de instalação de problemas funcionais de ordem geral (Graber,

Vanarsdall, 1996).

A respiração bucal ocorre devido à obstrução da vias aéreas superiores e

está diretamente relacionada a problemas de oclusão, uma vez que promove

alterações nos músculos, funções, postura e ossos faciais. A Síndrome do

Respirador Bucal é caracterizada por várias deformidades ósseas, como atresia do

maxilar superior, resultando em palato alto, mordidas cruzadas unilaterais ou

bilaterais dentais, apinhamento dental anterior e falta de espaço para erupção dos

dentes permanentes. Um indivíduo portador de respiração bucal pode criar o hábito

postural de boca aberta que pode perdurar mesmo após a desobstrução nasal. A

Page 15: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

13

falta de contato labial determina a hipotonia do lábio superior, com lábios inferiores

aparentemente “espessos”. Além disso, os indivíduos respiradores bucais

apresentam olheiras, sono perturbado, ronco, rinite, asma, vias aéreas superiores e

narinas estreitas, dificultando a passagem de ar, postura corporal desviada e baixo

rendimento nas atividades (Linder-Aronson, 1970; Lusvarghi, 1999).

Os hábitos bucais deletérios deveriam ser motivos de preocupação da

família e também daqueles que lidam cotidianamente com a saúde infanto-juvenil.

Orientações sobre o uso adequado da mamadeira, como a manutenção do bebê em

posição vertical durante o ato, são importantes para o aprendizado da respiração por

vias normais e pode evitar a instalação da respiração bucal. O controle do uso da

chupeta e hábito de sucção digital também pode evitar a deformação do arco dental

superior (Moyers, 1991).

A mordida cruzada é um dos problemas de oclusão associado com a

respiração bucal. Podem ser definidas como sendo aquelas que apresentam o

perímetro do arco dental superior constrito em relação ao arco dental inferior,

podendo ser dental ou esquelética (Cabrera, Cabrera, 1997). É acompanhada

frequentemente pelo deslocamento lateral mandibular e pelo desvio da linha média

inferior por causa da redução na largura do arco dental superior. Apresenta uma

prevalência de 7 a 23% em crianças brancas e em quaisquer das dentições (Araújo,

Prietsh, 1995). O tratamento desta maloclusão inclui a tração e expansão maxilar,

expandindo a dimensão transversal da maxila e do arco dental superior (Podesser et

al., 2007).

A expansão maxilar tem sido uma técnica clinicamente adotada por mais

de 100 anos no tratamento da atresia maxilar. Diferentes dispositivos podem ser

Page 16: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

14

utilizados na expansão maxilar, incluindo aparelhos de expansão rápida, que

promovem maiores efeitos ortopédicos e os de expansão lenta, mais indicados para

expansão ortodôntica (Haas, 1970; Lamparski et al., 2003). A expansão da maxila

promove simultaneamente a abertura da sutura intermaxilar com subseqüentes

alterações esqueléticas no sentido ântero-posterior e vertical. Com o aumento do

assoalho nasal, aumenta também o fluxo de ar, propiciando a normalização da

respiração (Marchioro et al., 1997; Hahn et al., 1999; Garib et al., 2001).

Este estudo tem por objetivo avaliar os efeitos do quadrihélice - expansão

maxilar lenta, verificando se o mesmo cria condições adequadas para o crescimento

normal do esqueleto craniofacial e para a função normal do sistema

estomatognático.

Page 17: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

15

2 REVISÃO DA LITERATURA

Para estudos dos diversos aspectos relacionados à expansão maxilar,

incluindo as diferentes técnicas e aparelhos utilizados, foram consultadas as

bibliografias listadas a seguir.

Os primeiros estudos sobre expansão maxilar remontam à década de 60,

a partir de estudos histológicos, clínicos e radiográficos de Haas (1961). O estudo

envolveu 10 indivíduos com idades entre nove e dezoito anos, com deficiência

maxilar e insuficiência nasal. Foi utilizado um aparelho expansor constituído por uma

estrutura metálica formada por quatro bandas, inclusas em uma porção acrílica com

parafuso expansor, com bandas colocadas nos primeiros molares permanentes e

nos primeiros pré-molares ou nos primeiros molares decíduos, conectados através

de barras linguais estendidas anterior e posteriormente. O parafuso expansor

situado diretamente sobre a linha média do palato, foi calibrado para obter de 0,8

mm a 1,0 mm de expansão a cada volta completa. Após o término da fase ativa o

aparelho permaneceu no local por aproximadamente três meses, atuando como

aparelho de contenção fixa, sendo instalada posteriormente uma placa removível

para contenção durante 12 meses. A expansão maxilar foi obtida facilmente, com

abertura da sutura palatina mediana, sem relato de dor durante o processo.

Num estudo posterior, Haas (1970) efetuou a abertura da sutura maxilar

pela terapia da expansão aplicada em indivíduos abaixo de 16 ou 17 anos e

observou as seguintes modificações ortodônticas e ortopédicas: a) a sutura palatina

mediana mostrou-se paralela, no sentido ântero-posterior e triangular com o vértice

Page 18: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

16

na cavidade nasal no sentido inferior/superior; b) ocorreu abertura de diastema entre

os incisivos centrais durante a fase ativa, com fechamento espontâneo na fase

passiva; c) os processos alveolares inclinaram-se e moveram-se lateralmente,

enquanto os processos palatais oscilaram inferiormente em suas margens livres,

promovendo a expansão do arco dental e o aumento na capacidade intranasal; d) a

maxila se moveu para frente e para baixo no sentido das suturas maxilocraniofaciais,

causando rotação para baixo e para trás da mandíbula com diminuição do

comprimento efetivo da mandíbula e aumento da dimensão vertical da face inferior.

Linder-Aronson (1970) estudou uma amostra de 81 indivíduos

respiradores bucais que necessitavam ser submetidos à adenoidectomia. Analisou

as características da dentição em respiradores bucais e afirmou ter encontrado

atresia do arco maxilar, retroinclinação dos incisivos superiores e inferiores, altura da

abóbada palatina normal, mordidas cruzadas posteriores e tendência de mordida

aberta e relacionamento ântero-posterior normal.

Bell & Lecompte (1981) relataram os efeitos da expansão maxilar

utilizando o quadrihélice em 10 pacientes durante a dentição decídua (cinco

pacientes) e mista (cinco pacientes), com média de idade de 6,7 anos e portadores

de mordida cruzada posterior. Houve aumento significativo nas medidas intermolares

e caninos superiores que mostraram valores médios de +5,3 mm e de +4,1 mm,

respectivamente. A fase ativa do tratamento durou em média 30 dias, sendo

conduzido um período de contenção padrão de seis semanas. Depois de um período

de três meses de pós-contenção a recidiva das dimensões transversais intermolar e

intercanino diminuíram em média -1,5 mm e -1,9 mm, respectivamente. O potencial

de recidiva foi compensado com sucesso por uma sobre expansão de 2 a 3 mm

durante a fase ativa do tratamento. Nenhuma diferença significativa foi observada

Page 19: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

17

entre os pacientes com dentição decídua e mista durante a expansão maxilar com o

dispositivo quadrihélice.

A partir de análise de modelo tridimensional do crânio humano Chaconas

& Caputo (1982) avaliaram os efeitos da expansão maxilar com os aparelhos de

Haas, Minne-expansor, Hyrax, Quadrihélice e uma placa de expansão removível. Os

dispositivos de Haas, Minne-expansor, Hyrax produziram estresses que se

estenderam ao longo das placas perpendiculares do osso do palato até as estruturas

anatômicas mais profundas, tais como o osso lacrimal, nasal e malar, assim como

placa pterigóide e esfenóide. Características similares de estresse foram vistas com

o dispositivo removível. O dispositivo quadrihélice demonstrou menos efeitos

ortopédicos, sendo que, mesmo com mais ativação o dispositivo afetou

primeiramente os dentes posteriores.

Analisando os efeitos da expansão maxilar lenta e rápida na estrutura

periodontal dos primeiros molares superiores, Greenbaum & Zachrisson (1982)

verificaram a partir de uma amostra com 61 pacientes, que não houve diferenças

significativas nas duas técnicas com relação às condições periodontais dos molares

superiores quando comparadas com um grupo controle. Entretanto, os pacientes

tratados com expansão rápida apresentaram maiores alterações na região central

dos primeiros molares se comparado àqueles tratados com o quadrihélice.

Os efeitos da expansão maxilar com quadrihélice a partir de medidas

cefalométricas frontais e laterais em pacientes ortodônticos em crescimento foram

relatados por Frank & Engel (1982). Foram selecionados para estudo 20 pacientes,

sendo nove do gênero feminino e 11 do masculino (idade = 10 anos e três meses),

portadores de mordida cruzada posterior. As mudanças ortodônticas incluíram

Page 20: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

18

aumento médio da largura intermolar superior de 5,88 mm, aumento médio na

relação molar frontal média de 2,95 mm e aumento médio da largura intercaninos

superiores de 2,74 mm. As mudanças ortopédicas evidenciadas foram o aumento

médio na largura da maxila de 0,92 mm e um aumento médio na largura

maxilomandibular de 0,89 mm. Nenhuma mudança significativa na largura intermolar

inferior foi observada. Os autores concluíram que as mudanças na expansão

mostraram pouca recidiva entre final do tratamento e o período de contenção e que

a expansão ortopédica moderada é possível com o quadrihélice, mas somente

mínima expansão ortopédica foi demonstrada consistentemente.

Em terapias que incluem arco lingual, diferentes dispositivos podem ser

utilizados como arcos linguais, ganchos molares, grampos, e botões. De acordo com

Wilson & Wilson (1983), o uso destes acessórios em aparelhos removíveis torna-se

mais fácil e rápido do que com aparelhos fixos. Dois tipos básicos de tubo molar

podem ser utilizados, o vertical e horizontal. O tubo vertical fornece encaixe seguro

para determinadas funções linguais, simplificando o tratamento. Entretanto,

apresenta algumas desvantagens: a) possibilidades de rotação deficiente do molar;

b) movimentos axiais limitados do molar, isto é, inclinação e torque; c) suporte

insuficiente para o quadrihélice e arcos transpalatais. O tubo horizontal, assim como

o tubo vertical, permite a remoção do dispositivo para ajuste e a inserção horizontal

possibilita um bom controle da rotação do molar, e ainda oferece suporte estável

para alguns dispositivos linguais. As desvantagens incluem deficiências nos ajustes

para controle axial do molar, isto é, inclinação e torque e a necessidade de

espaçamento dos incisivos na inserção do dispositivo, impedindo qualquer

possibilidade de intercambialidade requerida para um sistema lingual completo.

Page 21: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

19

Em um estudo clínico e radiográfico Lindner et al. (1986) avaliaram os

efeitos de aparelhos que dissipam forças leves para expansão maxilar. Foram

estudados 29 pacientes em fase de dentição decídua portadores de mordida

cruzada unilateral. Os pacientes foram submetidos à expansão por quatro semanas,

seguida por contenção de quatro semanas e um período de pós-contenção de 12

semanas. Em todas as crianças a mordida cruzada foi corrigida após quatro

semanas de expansão. A expansão maxilar média foi de 3,3 mm no segundo molar

e 1,3 mm na região dos caninos, porém diminui para 1,5 mm e 1,0 mm,

respectivamente, no fim do período pós-contenção, sem recidiva da correção da

maloclusão.

Silva Filho et al. (1986) conduziram um estudo com o intuito de avaliar as

alterações cefalométricas suscitadas pelo expansor fixo tipo quadrihélice aplicado

em pacientes no estágio da dentição mista. A amostra utilizada constituiu de 33

crianças, sendo nove do sexo masculino e 24 do sexo feminino, com idades de cinco

a 11 anos e cinco meses, perfazendo um valor médio de oito anos e três meses com

um desvio padrão de um ano e nove meses. Em todos os casos o expansor fixo tipo

quadrihélice foi empregado padronizadamente para descruzar uma mordida cruzada

posterior. O aparelho tipo quadrihélice, embora tenha corrigido eficientemente a

mordida cruzada posterior em todos os casos tratados, não promoveu alterações

significantes nas grandezas cefalométricas angulares estudadas, quais sejam: NAP,

SNA, ANB, SND, SN.GoGn, SN.Gn, SNPO. Já as alterações significativas ocorridas

nas grandezas lineares apreciadas foram atribuídas ao crescimento normal das

estruturas faciais.

Em um estudo in vitro, Urbaniak et al. (1988) testaram a força liberada

pelo aparelho quadrihélice confeccionado com fio Elgiloy e aço inoxidável com

Page 22: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

20

diâmetro de 0.032”, 0.036” e 0.038” e em quatro diferentes tamanhos. Verificaram

que a força dissipada pelo quadrihélice foi afetada significativamente pelas

mudanças de tamanho e diâmetro do arco, mas não foi influenciada pelo tipo de liga

utilizada.

O objetivo do estudo retrospectivo de Ranta, desenvolvido em 1988, foi

comparar o quadrihélice e a placa removível de expansão quanto ao efeito e ao

custo do tratamento de 50 pacientes com mordida cruzada unilateral na fase de

dentição mista. Os resultados indicaram que o tratamento com quadrihélice foi

executado mais facilmente, sendo também mais eficaz e com o menor custo em

relação à placa removível.

Segundo a técnica proposta por Jouette (1988), o quadrihélice pode ser

construído dobrando-se um fio redondo de diâmetro largo tal como o do Elgiloy 036”,

número 4, ou Remanium 040”. O dispositivo pode ser soldado à superfície lingual da

banda dos primeiros molares superiores ou introduzido nas luvas linguais destas

bandas. Os quatro laços do quadrihélice fornecem grande flexibilidade. O aparelho

foi projetado originalmente para expandir o arco superior ou girar os primeiros

molares superiores para reforço de ancoragem, podendo ser utilizado para

movimentos dentais individuais ou de vários dentes e, ainda, pode auxiliar na

correção de hábito de sucção digital.

O crescimento do complexo nasomaxilar, segundo Moyers (1991), deve

adaptar-se ao da base craniana, que está ligado ao crescimento da mandíbula, com

suas funções na mastigação, fala, expressões faciais, respiração, etc. Os

mecanismos de crescimento ocorrem principalmente nas suturas, mas também no

septo nasal, na superfície periosteal e endosteal e no processo alveolar.

Page 23: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

21

A expansão maxilar lenta com quadrihélice e placa de expansão

removível foram avaliadas por Boysen et al. (1992). A amostra consistiu de 34

crianças com mordida cruzada posterior unilateral simétrica. Foram utilizados para

avaliação modelos de estudo e cefalogramas frontais e laterais, antes do tratamento,

no fim da expansão, após um período de contenção de três meses e após um

período de pós-contenção de três meses. Os resultados mostraram que uma

expansão suficiente dos arcos dentais ocorreu em ambos os grupos. A expansão

obtida na região molar no grupo da quadrihélice foi maior em parte devido à

translação vestibular dos dentes e no grupo do aparelho removível devido à

inclinação vestibular dos dentes. O grupo do quadrihélice mostrou maior expansão

basal do que o grupo do dispositivo removível, embora a expansão basal em ambos

os grupos tenha sido muito pequena. Observou-se uma tendência para um aumento

do ângulo de NL/ML no grupo do dispositivo removível, mas o padrão oposto estava

presente no grupo do quadrihélice.

Costello (1993) destacou que o uso de botão lingual soldado às bandas

do quadrihélice pode fornecer mais estabilidade ao dispositivo. Recomendou o uso

de meio botão lingual, aparando-se a metade gengival do botão convencional, antes

da soldagem na banda. O botão lingual absorve o calor da solda, que reduz o risco

de que o arco do quadrihélice seja recozido. A língua tolerará o meio botão lingual

mais rapidamente do que botões normais devido ao revestimento de solda utilizado

na fixação do botão ao quadrihélice. O autor ressaltou que este dispositivo pode ser

facilmente construído e colocado com custo mínimo no laboratório e no consultório.

Tindlund et al. (1993) estudaram os efeitos sagitais na maxila em 68

pacientes com fissura de lábio e palato que foram submetidos à expansão

transversa com o uso de um aparelho quadrihélice modificado com quatro bandas na

Page 24: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

22

dentição decídua ou mista. As análises de cefalogramas laterais não revelaram

efeitos dentofaciais sagitais com o tratamento envolvendo o movimento para frente

da maxila, mas foi observada a rotação da mandíbula no sentido horário

descendente.

A elevação da oclusão e o uso do quadrihélice para correção da mordida

cruzada lateral foi avaliada por Wedrychowska-Szulc (1995), numa amostra de 49

pacientes. A desoclusão foi realizada em 25 pacientes, sendo que em 13 pacientes

foram cimentadas coroas de metal nos primeiros molares superiores permanentes;

em 12 pacientes a elevação foi efetuada com compósito recobrindo os primeiros

molares inferiores permanentes; e 11 crianças foram tratadas com quadrihélice para

expansão do arco dental superior. Os resultados obtidos mostram que a elevação

estável da oclusão tornou o tratamento mais curto, especialmente em pacientes que

não cooperaram com a terapia. Para os pacientes com maior atresia arco dental

superior indicou-se o levantamento da oclusão com coroas dentais metálicas com

superfícies alargadas e planas. Nos casos de menor atresia seria suficiente levantar

a oclusão com massa tipo compósito. O dispositivo quadrihélice foi considerado o

método o mais eficaz e mais rápido de tratamento da mordida cruzada posterior

lateral em dentição decídua e mista. O autor enfatizou que o tratamento de mordidas

cruzadas laterais, o mais importante deve ser eliminar a desproporção entre a

largura do arco dental superior e inferior (alargando a maxila) e obter mordida

normal.

Araújo & Prietsh (1995) destacaram que a mordida cruzada posterior, que

estaria fortemente relacionada com a respiração bucal e deformação da maxila, está

entre as maloclusões de maior prevalência nas dentições decídua e mista (7-23 %).

Os diversos fatores etiológicos relacionados com esta maloclusão indicam que ela

Page 25: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

23

pode ser de origem dento-alveolar, esquelética ou ainda se manifestar como

adaptações funcionais da mandíbula, devendo, em cada caso, receber uma

determinada forma de tratamento.

As mudanças esqueléticas e dentais promovidas pela expansão maxilar

foram avaliadas por Ladner & Muhl (1995), em 60 modelos dentais do início e final

do tratamento de pacientes tratados com expansão rápida e pelo uso do

quadrihélice. Os resultados indicaram que embora tenha ocorrido quantidade similar

de expansão maxilar dental nos dois grupos, houve maior expansão esquelética com

a expansão rápida. A média de profundidade do palato foi maior no grupo da

expansão rápida o que sugeriu uma maior erupção dental nesse grupo. A expansão

através dos molares inferiores foi maior em média no grupo do quadrihélice e não

houve nenhuma diferença no grau de rotação do molar superior ou na forma final

dos arcos entre os dois grupos.

De acordo com Proffit & Fields (1995), o crescimento maxilar ocorre pela

aposição e remodelação do osso nas suturas onde a maxila se articula com o crânio

e a base craniana. O crescimento dos tecidos moles adjacentes é responsável pelo

movimento para baixo da maxila, abrindo secundariamente espaço nas suturas

superior e posterior, onde novas camadas ósseas são adicionadas. O crescimento

da base do crânio desloca a maxila para frente, o que representa um terço do

movimento anterior da maxila e o restante é relativo ao crescimento nas suturas que

ocorre anualmente no plano sagital, em média de 1 mm no período infantil, 0,25 mm

no período pré-puberal, aumentando para 1,5 mm durante a puberdade e

terminando em torno de 17 anos.

Page 26: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

24

Um relato de falhas e estimativas de custo do tratamento com

quadrihélice foi efetuado em 1995 por Follin & Milleding, a partir de registros de

pacientes com maloclusão atendidos em serviço dental público. Os autores

verificaram que o custo do tratamento, em 1991, foi de 290 libras (1 libra=4,165

reais, aproximadamente) e que em 59% dos pacientes ocorreu ao menos uma falha

do dispositivo, sendo que 46% dessas falhas foram relacionadas à perda de bandas.

As alterações dentoesqueléticas promovidas pela utilização de dois tipos

de expansores rápidos da maxila foram observadas por Mazzieiro et al. (1996).

Foram efetuadas análises numa amostra de 123 telerradiografias efetuadas antes

das expansões, imediatamente pós-expansões e depois de três meses de

contenção, obtidas a partir da expansão rápida da maxila de 41 indivíduos, de

ambos os sexos, com idade entre 10 anos a 16 anos e dois meses e que

apresentavam mordida cruzada posterior uni ou bilateral. Com base nos resultados

obtidos os autores concluíram que: a) os dois aparelhos expandiram

ortopedicamente a maxila; b) não houve diferença estatisticamente significante entre

os aparelhos, no que diz respeito às alterações esqueléticas propiciadas pelas

expansões; c) não houve recidiva esquelética significativa após três meses de

contenção; d) os aparelhos dentomucossuportados provocaram uma maior abertura

da mordida anterior durante a fase ativa de expansão, porém. Não se observaram

diferenças estatisticamente significativas após o período de contenção; e) não houve

diferenças significativas no comportamento dos molares de ancoragem entre os dois

grupos; f) a distância intermolares inferiores aumentou em ambos os grupos, porém

sem nenhuma correlação.

Diferentes abordagens biomecânicas podem ser introduzidas na terapia

ortodôntica para se obter a expansão maxilar. Graber & Vanarsdall (1996)

Page 27: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

25

destacaram três principais categorias: 1) expansão ortodôntica, promovida a partir

de movimentos laterais dos segmentos vestibulares que são primariamente de

natureza dentoalveolar que tendem a inclinar vestibularmente as coroas dentais é

promovida por aparelhos fixos convencionais ou expansores removíveis com molas

digitais; 2) expansão passiva, que consiste na expansão lateral dos arcos dentais,

quando forças musculares laterais e labiais são eliminadas do contato com a

oclusão, a exemplo do uso de alguns aparelhos funcionais e placa lábio-ativa; 3)

expansão ortopédica, obtida pelos aparelhos de expansão rápida da maxila, pois,

promove mudanças nas estruturas basais esqueléticas com menor movimento dos

dentes no osso alveolar.

A correlação entre a expansão maxilar e mudanças na posição condilar e

nas relações oclusais, foi avaliada por Hesse et al. (1997), a partir de modelos de

estudos de 61 indivíduos com idade entre 4,1 e 12 anos tratados com quadrihélice

ou Haas para a correção de uma mordida cruzada posterior funcional. Os resultados

indicaram que: os côndilos moveram-se posteriormente e superiormente no lado que

não apresentava mordida cruzada antes e após o tratamento; aumento do espaço

superior da articulação no lado com mordida cruzada após o tratamento; relação

molar e canino em Classe II, em ambos os lados, após o tratamento; redução

significante no desvio da linha média antes e após o tratamento; aumento na largura

intermolar inferior simultaneamente à expansão maxilar.

Marchioro et al. (1997) utilizaram a técnica de expansão maxilar para

correção da mordida cruzada posterior. A amostra incluiu um indivíduo do gênero

feminino, com idade inicial de oito anos e nove meses, em fase de dentição mista,

apresentando maloclusão de classe II, 2ª divisão subdivisão direita. O tratamento

para correção da mordida cruzada foi realizado com aparelho fixo tipo Haas

Page 28: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

26

modificado. A avaliação, comparando o aspecto clínico, radiográfico, modelos e

exames das vias aéreas superiores nos mostraram as modificações ocorridas em

função do tratamento efetuado. Com a correção da mordida cruzada posterior

ocorreu melhora significativa na área de seção transversal mínima nasal e na

resistência nasal ao fluxo aéreo. Este caso clínico demonstrou que a expansão

rápida da maxila produz, além de correção ortopédica e ortodôntica, melhora

significativa na função nasal.

A ocorrência de maloclusão, de acordo com Capelozza Filho & Silva Filho

(1997) ocasiona a perda do formato parabólico normal da maxila, ocorrendo uma

mudança de aspecto para a forma triangular, caracterizando, assim, a atresia do

arco dental superior. A largura transpalatina de um indivíduo adulto e um indivíduo

com dentição mista é considerada normal dentro dos parâmetros de 36 mm a 38 mm

e 34 mm a 35 mm, respectivamente. O indivíduo com maxila atrésica apresenta

largura transpalatina consideravelmente menor variando em torno de 29 mm.

Estudando a correção entre respiração bucal na estrutura dentofacial,

Cabrera & Cabrera (1997) ressaltaram que a obstrução das vias aéreas superiores

que ocorre por hipertrofia das adenóides, rinite alérgica, desvios de septos, entre

outros, obriga os indivíduos a respirarem pela boca, buscando suprir a exigência

pulmonar. O respirador bucal geralmente apresenta os lábios entreabertos, o palato

mole se levanta e a língua mantém-se inteiramente apoiada na mandíbula, para

baixo e para frente sem contato com a abóbada palatina. Em decorrência destas

posturas neromusculares e conseqüentes funções inadequadas, ocorrem efeitos

secundários nocivos promovendo a rotação no sentido horário da mandíbula, com

aumento da dimensão vertical.

Page 29: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

27

Analisando radiograficamente, as diferenças entre um expansor

convencional cimentado (Hyrax) e um expansor acrílico colado em 14 indivíduos

tratados com expansão maxilar, Asanza et al. (1997) encontraram as seguintes

alterações: tendência de aumento na dimensão vertical com uso do aparelho

convencional Hyrax, o que poderia ser minimizado ou anulado com o aparelho

colado; não houve diferença significante entre a quantidade de inclinação dental ou

expansão simétrica entre os dois aparelhos.

Avaliando o tratamento incluindo expansão maxilar em 30 indivíduos com

mordidas cruzadas posteriores unilaterais ou bilaterais durante a dentição mista,

Sandikçioglu et al. (1997), observaram cefalometricamente e por meio de modelos

as alterações dentais e esqueléticas com o uso de placa removível para a expansão

maxilar semi-rápida, quadrihélice para a expansão maxilar lenta, e com aparelho

Hyrax fixo convencional para expansão rápida.

Os efeitos da expansão maxilar com aparelho tipo Haas foram avaliados

cefalometricamente por Chang et al. (1997) em uma amostra de 25 indivíduos,

portadores de mordida aberta que se submeteram à expansão maxilar seguida pela

terapia Edgewise convencional. Os resultados foram comparados com um grupo de

25 indivíduos tratados apenas com aparelho edgewise convencional e um grupo

controle com características similares não tratados. Foram encontradas diferenças,

estatisticamente significativas, entre os grupos para apenas duas das 10 variáveis

cefalométricas sensíveis às alterações esqueléticas verticais e ântero-posteriores.

Estas diferenças, entretanto, não foram clinicamente significantes. Os autores

concluíram que a terapia da expansão maxilar com o expansor tipo Haas apresenta

um pequeno efeito em longo prazo (mais do que seis anos após o tratamento) nas

dimensões verticais e ântero-posteriores da face.

Page 30: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

28

Os efeitos da expansão maxilar sobre os dentes anteriores foram

verificados por Silva Filho et al. (1997), que acompanharam longitudinalmente o

comportamento dos incisivos centrais permanentes superiores de 10 indivíduos, no

estágio da dentição mista. Foram utilizadas radiografias periapicais, obtidas antes da

expansão, após a fase ativa da expansão, após a fase de contenção (seis meses

após a expansão) e imediatamente na fase de controle (um ano após a expansão).

Os resultados indicaram mudanças na inclinação axial mesiodistal dos incisivos

durante a expansão, com tendência de retorno à sua posição inicial ao longo do

período de pós-expansão. Não foram constatados indícios de reabsorção radicular

externa conseqüente à movimentação desses dentes.

Com o intuito de comparar os efeitos dentais da expansão maxilar Akkaya

et al. (1998) estudaram 24 pacientes divididos em dois grupos que foram tratados

com expansão rápida (ERM) e lenta (ELM). A média de idade dos indivíduos foi de

11 e 12 anos para o grupo tratado com ERM (Hyrax) e ELM (mola Minne-Expander),

respectivamente. No final do tratamento ativo os aparelhos foram usados com o

objetivo de contenção por mais três meses. Os resultados indicaram aumento na

largura transversal entre os molares superiores, primeiros pré-molares superiores,

caninos superiores e inferiores e no perímetro do arco superior. O aumento na

largura intercanino superior foi significantemente maior no grupo ERM, comparado

ao ELM. A análise de regressão múltipla indicou que o ganho no perímetro do arco

através do tratamento pode ser previsto como 0,65 vezes a quantidade da expansão

posterior para o grupo ERM e 0,60 vezes a quantidade de expansão posterior para o

grupo ELM.

De acordo com Bench (1998), o quadrihélice é um dispositivo integrante

da técnica de bioprogressiva. É usado na maior parte para destravar maloclusões e

Page 31: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

29

estabelecer a função e a forma normal do arco, expandindo os arcos dentais. É

também um coadjuvante útil no tratamento de maloclusões de Classe II e na maior

parte dos casos em que a desrotação molar é requerida como parte do tratamento. A

expansão da crista alveolar deve ser empreendida somente depois da correlação

entre as medidas dos modelos de estudo com aquelas obtidas nos cefalogramas

frontais. O autor ressaltou que o alinhamento dental com o quadrihélice pode ser

obtido, rapidamente, num tempo médio de três a quatro meses.

O efeito biomecânico da expansão maxilar acima de 5 mm em ambos os

lado da maxila foi avaliado tridimensionalmente por Iseri et al. (1998), a partir de uma

tomografia computadorizada do crânio de um indivíduo do gênero masculino com 12

anos de idade. Foram observadas as seguintes alterações: as duas metades da

maxila estavam separadas quase que de forma paralela durante as expansões de 1,

3 mm e 5 mm; houve maior expansão na área dentoalveolar e um decréscimo

gradual nas estruturas superiores; a largura do assoalho da cavidade nasal

aumentou notadamente, entretanto, a parte póstero-superior da cavidade nasal

movimentou-se levemente para medial; não foi observado deslocamento nos ossos

parietal, frontal e occipital; foram observados altos níveis de resistência nas regiões

dos caninos e dos molares superiores, na parede lateral da cavidade nasal inferior,

nos ossos nasais e zigomáticos, com uma concentração de resistência mais elevada

nas lâminas pterigóides do osso esfenóide na região próxima à base craniana.

Um aparelho quadrihélice modificado foi testado em laboratório por Wallis

et al. (1998). O aparelho incluiu um fio passando distal ao molar mais posterior e

incorporando uma extremidade mesial ao tubo do casquete. Os resultados indicaram

que o quadrihélice modificado foi mais flexível do que o quadrihélice padrão no

deslocamento e rotação dos braços do molar. Consumiu menos tempo de colocação

Page 32: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

30

e remoção, sendo concluído que este dispositivo foi capaz de produzir clinicamente

forças úteis e ligação com precisão aumentada.

As possíveis alterações no volume da cavidade nasal decorrentes da

realização da expansão rápida da maxila foram objetos de estudo de Hahn et al.

(1999). Com esta finalidade, foram verificadas as respostas obtidas em uma amostra

constituída por 27 indivíduos, leucodermas, sendo 11 do gênero masculino e 16 do

feminino, em fase de dentição mista, todos apresentando mordida cruzada posterior,

uni ou bilateral, com indicação de expansão rápida da maxila. A expansão rápida da

maxila foi realizada com a utilização do aparelho tipo “Haas modificado”, o qual foi

ativado 4/4 de volta logo após sua fixação e 2/4 de volta nos dias subseqüentes, até

o limite máximo para a correção da mordida cruzada posterior fosse alcançada. Os

valores referentes ao volume da cavidade nasal (de 0 a 4 cm) foram obtidos, por

meio da rinometria acústica, antes e após o uso do descongestionante nasal tópico,

em três tempos: antes da expansão (T1), imediatamente após a expansão (T2) e 90

dias após a expansão (T3). Após a análise dos valores, constatou-se um aumento

no volume da cavidade nasal em 100 por cento dos indivíduos estudados,

imediatamente após (de T1 para T2) e em 88,89 por cento destes, 90 dias após a

ERM, não sendo evidenciada diferença entre os sexos. Estas variações

corresponderam a um aumento no volume da cavidade nasal em 12,15 por cento (de

T1 para T2) e em 10,13 por cento (de T1 para T3), não sendo identificadas

diferenças estatisticamente significativas entre os tempos T2 e T3, imediatamente

após e 90 dias após a expansão maxilar, respectivamente. Estes achados permitem

concluir que, na presente amostra, a expansão maxilar rápida foi capaz de promover

um aumento no volume da cavidade nasal, sendo os efeitos significativos e estáveis

no período de tempo avaliado.

Page 33: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

31

Descrevendo os efeitos básicos da expansão da maxila com o

quadrihélice Vegh (1999), destacaram duas vantagens principais: a) é gerada uma

força leve dentro dos limites elásticos do tecido sutural maxilar e periodontal; b) uma

baixa taxa de separação de 0,4 a 1,1 mm por semana permite adaptação mais

fisiológica que pode resultar em uma correção mais estável com menos recidiva

sutural. Segundo autor, a expansão maxilar lenta com o aparelho quadrihélice é uma

alternativa à expansão maxilar rápida, sendo particularmente benéfica para a

correção de discrepâncias transversais e do comprimento do arco durante a dentição

mista.

Alterações no plano transversal após o uso de um aparelho expansor que

recobriu a superfície oclusal e vestibular dos dentes superiores foram analisadas por

Memikoglu & Iseri (1999). A amostra constituiu-se de 14 indivíduos com média de

idade de 12, 8 anos (11 meninas, três meninos), tratados durante um tempo médio

de três anos. Os efeitos observados foram: as larguras e os ângulos nasais

inferiores e da base da maxila e a largura intermolares superiores aumentaram

significantemente durante o tratamento; as larguras intermolares e intercaninos

superiores também aumentaram significantemente. Exceto pela largura intercaninos

superiores, todas as medidas permaneceram constantes ao final do tratamento

ortodôntico.

As alterações promovidas pelo aparelho tipo Haas e com um expansor

maxilar modificado colado nos dentes posteriores foram comparadas por Faltin

(1999), em uma amostra de 16 indivíduos. Os resultados obtidos demonstraram que:

a) os indivíduos que usaram aparelho de Haas apresentaram aumento da

profundidade maxilar, diminuição do eixo facial, aumento do plano palatino em

relação ao plano de Frankfurt; b) para o grupo de indivíduos que utilizou o disjuntor

Page 34: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

32

modificado, não foram encontradas alterações estatisticamente significativas, o que

evidenciou o sucesso da utilização desse aparelho para indivíduos neutrovertidos e

principalmente para pacientes retrovertidos. Clinicamente, foram observadas

alterações consideráveis devido ao uso de ambos os disjuntores, tanto o de Haas

quanto o disjunto modificado.

Para Lusvarghi (1999), a causa mais comum da respiração bucal, que

estaria associada com a atresia maxilar, seria a obstrução das vias respiratórias

devido á hipertrofia das adenóides, à hipertrofia do tecido conjuntivo que reveste as

conchas nasais, ao desvio do septo nasal, que pode ser provocado por acidentes

domésticos ou parto, ou à hipertrofia das amígdalas. As adenóides sofrem

hipertrofias geralmente causada por problemas alérgicos - rinite, sinusite, bronquite,

que congestionam as vias aéreas superiores dificultando a respiração nasal e

forçando a alteração do padrão respiratório e segundo o autor, a hipertrofia surgiria

como uma defesa do organismo.

Em 1999, Reed et al. compararam os efeitos de um aparelho de expansão

maxilar rápida bandado e outro expansor colado com cobertura acrílica sobre o

palato e cobertura oclusal nos dentes superiores. A análise radiográfica indicou que

o grupo com o aparelho de expansão rápida do palato bandado apresentou mais

alterações verticais do que o grupo com o aparelho colado. No entanto, a maioria

destas alterações foi menor que 1º ou 1 mm, não sendo consideradas clinicamente

relevantes.

Os efeitos da expansão rápida no volume da cavidade nasal foram

investigados por Hahn et al. (1999). Foram analisados 27 indivíduos em fase de

dentição mista, portadores de mordida cruzada posterior uni ou bilateral, tratados

Page 35: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

33

com o aparelho tipo Haas modificado. A análise rinométrica indicou um aumento no

volume da cavidade nasal em todos os pacientes e este efeito permaneceu estável

no período de tempo avaliado.

Os efeitos do quadrihélice e da placa de expansão na correção da

mordida cruzada posterior foram analisados por Erding et al. (1999), a partir de uma

amostra de 27 pacientes, cujos resultados foram comparados com um grupo

controle de pacientes com idade (dentição mista) e tipo similares de maloclusão.

Modelos de estudo e cefalometrias frontais e laterais foram utilizadas para análise do

tratamento. A expansão transversal foi obtida com os dois dispositivos, entretanto, o

período médio do tratamento com a placa foi maior (1,2 anos) do que com o

quadrihélice (0,6 anos). Embora a correção da mordida tenha sido maior com o

quadrihélice, o dispositivo causou inclinação vestibular considerável dos primeiros

molares permanentes superiores.

No ano seguinte Bjerklin (2000) avaliou a estabilidade em longo prazo da

correção da mordida cruzada unilateral posterior com o uso do quadrihélice e placa

de expansão removível. Foram estudados 57 pacientes com média de idade de 8,8 a

15,9 anos. O tempo médio do tratamento foi mais longo no grupo da placa do que no

grupo do quadrihélice, 12,5 meses e 7,7 meses, respectivamente, sendo utilizados

modelos de estudos que foram comparados com um grupo controle. Ao final do

tratamento ativo a correção da mordida foi obtida nos dois grupos tratados,

entretanto, imediatamente depois do tratamento e no último registro, 5,5 anos mais

tarde, a largura do arco dental maxilar foi significativamente maior no grupo de

controle do que no grupo da placa e do quadrihélice, enquanto a largura do arco

dental inferior foi igual em todos os 3 grupos. O autor concluiu que o efeito em longo

prazo do tratamento nas crianças com mordida cruzada posterior, foi melhor quando

Page 36: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

34

tratado com a placa de expansão removível em comparação com o tratamento com

o dispositivo quadrihélice.

Com o objetivo de avaliar a recidiva do tratamento com o quadrihélice

Okamoto et al. (2000) analisaram 46 pacientes com constrição maxilar e incisivos

laterais superiores deslocados bilateralmente. Os indivíduos foram separados em

dois grupos: um grupo com extração de pré-molares (30 casos) e um grupo sem

extração (16 casos). Os resultados revelaram que a recidiva do incisivo lateral

superior no grupo da extração foi significativamente maior (p=0.0002) do que a

recidiva no grupo sem extração. Houve uma correlação positiva entre a recidiva do

incisivo e a distância do movimento do incisivo lateral em ambos os grupos (r=0.539;

p=0.030). A recidiva no grupo sem extração foi correlacionada com as larguras do

arco dental superior, com as variáveis naso-maxilares antes do tratamento e também

com as mudanças nas larguras inter pré-molares e intermolares superiores durante a

contenção.

Em um estudo cefalométrico Cross & Mcdonald (2000), avaliaram as

alterações nas dimensões transversais das estruturas esqueléticas, dentais e nasais

de 25 indivíduos (média de idade de 13 anos e quatro meses) com mordida cruzada

posterior e atresia maxilar, submetidos à expansão rápida da maxila. Os resultados

foram comparados com um grupo controle de 25 indivíduos pareados quanto ao

gênero e idade. A expansão maxilar produziu alterações pequenas, mas

estatisticamente significante na largura maxilar, largura intermolar superior e inferior,

largura interincisivos superiores e na largura intranasal. Os autores concluíram que a

quantidade de expansão maxilar pode variar dependendo da idade e maturidade do

indivíduo.

Page 37: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

35

O estudo de Ciambotti et al. (2000) teve como objetivo comparar a

efetividade de um expansor maxilar de níquel-titânio e um aparelho de expansão

rápida do palato que foram utilizados em 25 indivíduos. A amostra foi dividida em

dois grupos, com 13 indivíduos no grupo do níquel-titânio e 12 indivíduos no grupo

da expansão rápida. Radiograficamente foi observado maior abertura da sutura

palatina mediana no grupo de expansão rápida e maior rotação do molar no grupo

do níquel-titânio. A inclinação alveolar, a alteração da largura palatina e a inclinação

molar foram associadas com alterações na largura intermolar, no grupo de expansão

rápida do palato. As evidências radiográficas da abertura da sutura palatina mediana

foram menos óbvias no grupo de níquel-titânio. Os autores concluíram que tanto o

aparelho de níquel-titânio como o de expansão rápida do palato, promoveram a

expansão dos dentes superiores e do processo alveolar e foram igualmente eficazes

em corrigir mordida cruzada posterior.

A expansão maxilar promovida pelo aparelho de Haas foi avaliada em 42

indivíduos por Baccetti et al (2001), que utilizaram um método de maturação

vertebral cervical. Os resultados foram comparados com um grupo controle de

indivíduos não tratados. Foram analisados cefalogramas póstero-anteriores dos

indivíduos tratados, no T1 (pré-tratamento), T2 (pós-expansão imediata) e T3

(observação em longo prazo) e os controles no T1 e T3. A média de idade

(anos/meses) no T1 foi de 11:10 para os grupos tratados e controle. As médias de

idade no T3 também foram comparáveis (20:6 para o grupo tratado e 17:8 para os

controles). Após a expansão e contenção (2 meses em média), foram colocados

aparelhos fixos Edgewise padrão. O grupo tratado antes do pico puberal mostrou

maior aumento significativo em curto prazo na largura das cavidades nasais. Em

longo prazo, a largura esquelética maxilar, a largura intermolar superior, a largura

Page 38: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

36

lateronasal e a largura látero-orbital foram significativamente maiores no grupo

tratado precocemente. O grupo tratado tardiamente exibiu aumento significante na

largura lateronasal e na largura intermolar superior e inferior. Os autores concluíram

que o tratamento de expansão maxilar rápida antes do pico de crescimento

esquelético pode induzir a alterações craniofaciais esqueléticas transversais mais

acentuadas.

Nos estudos conduzidos por Garib et al. (2001) foram avaliadas

cefalometricamente a influência da utilização de expansores com bandas sobre o

comportamento da face, no plano sagital. A amostra consistiu de 25 indivíduos

apresentando maloclusões de Classe I e II de Angle com mordida cruzada posterior

uni ou bilateral, tratados com o procedimento de expansão rápida da maxila

previamente à mecanoterapia com a técnica edgewise simplificada. Esta amostra foi

comparada a um grupo de 25 indivíduos de Classe I e II que receberam tratamento

corretivo sem expansão prévia e a um grupo controle de 26 jovens, pareados por

sexo e idade com os indivíduos dos demais grupos. Utilizaram-se telerradiografias

em norma lateral, tomadas ao início, término e três anos após o tratamento corretivo

completo. Os resultados mostraram que, em longo prazo, a expansão rápida da

maxila: não apresentou influência sobre a posição ântero-posterior das bases

ósseas apicais: não alterou o padrão de crescimento facial e as dimensões verticais

da face: não influi significantemente no posicionamento vertical dos primeiros

molares, na inclinação vestibulolingual dos incisivos superiores e inferiores e nos

trespasses horizontal e vertical. Concluiu-se que as alterações cefalométricas,

observadas logo após a expansão rápida da maxila, constituem fenômenos

temporários e, portanto, não requerem precauções quando da aplicação deste

procedimento em indivíduos com padrão de crescimento predominante.

Page 39: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

37

A expansão maxilar efetuada antes da cirurgia para correção de fissura

labial e palatal, segundo Yan & Jia (2001), pode melhorar o perfil e a função dental.

Os autores utilizaram o quadrihélice para expansão da maxila e o aparelho

Edgewise para alinhamento dental em 16 pacientes com fissura congênita do palato

e do lábio superior e mordida cruzada severa. Após o tratamento ortodôntico, os

arcos superiores e inferiores foram alinhados e a forma do arco foi normalizada,

sendo obtida a descompensação dental e a harmonia entre os arcos superiores e

inferiores. Os autores concluíram que o tratamento ortodôntico de pré-cirúrgico foi o

ponto chave para assegurar o sucesso da cirurgia e para impedir a recidiva.

Utilizando o quadrihélice em paciente com sete anos de idade

previamente submetido a palatoplastia Lai et al. (2001) observaram os seguintes

efeitos após o um ano de tratamento: a largura entre os primeiros molares

superiores aumentou 9,65 mm e entre os caninos superiores a largura aumentou

5,20 mm. O largura entre os primeiros molares inferiores aumentou também 3,60

mm, porém a largura entre caninos inferiores diminuiu 5,20 mm. Segundo os

autores, o quadrihélice foi um dispositivo ortodôntico bem sucedido para expandir os

arcos maxilares ou mandibulares estreitos.

Os efeitos da expansão maxilar com o aparelho de Haas foram avaliados

por Cameron et al. (2002), no início e após 20 anos do término da terapia. Foram

estudados 42 indivíduos comparados com as mudanças normais do crescimento em

uma amostra de 20 indivíduos. A média de idade dos pacientes foi de 11,10 anos.

Depois de obtida uma expansão maxilar de 10,5 mm e um período de dois meses de

contenção com o próprio expansor, foram colocados dispositivos fixos Edgewise

padrão. Os resultados indicaram que a expansão maxilar seguida da mecânica

Edgewise aumentou em longo prazo a dimensão facial transversal tanto em níveis

Page 40: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

38

esqueléticos como dentoalveolares. A correção das deficiências do pré-tratamento

incluindo a largura maxilar, largura do ápice dos incisivos e dos molares superiores

foi mantida após os 20 anos. A deficiência inicial na largura látero-orbital foi também

eliminada.

A incorporação de braços assimétricos no quadrihélice foi relatada por

Janiszewska-Olszowska (2003), em um estudo com 20 crianças portadoras de

mordida cruzada e arco superior assimétrico. A terapia incluiu a expansão maxilar,

sendo utilizado um arco lingual inferior ativado em 1 mm para manutenção da

largura intermolar inferior. O aumento médio na largura intermolar superior foi de 4,1

mm. A mudança média na largura intermolar inferior foi de -0.1 mm, sendo

estatisticamente significativa. A mordida cruzada posterior foi eliminada em 16

crianças (80%). A largura do palato aumentou em média 3,5 mm. O comprimento do

arco superior aumentou 0,2 mm (p<0.01). O tempo médio do tratamento foi de 17

semanas. O autor recomendou o quadrihélice com braços laterais assimétricos para

o tratamento da mordida cruzada com arco dental superior assimétrico. A aplicação

simultânea de um arco lingual inferior impediu uma expansão intermolar inferior,

diminuindo assim, o tempo de tratamento.

As alterações dentais e esqueléticas da expansão rápida da maxila a

curto e longo prazo foram avaliadas por Mcnamara Junior et al. (2003), a partir de

registros de 112 indivíduos. Foram analisados modelos dentais em três intervalos

diferentes: pré-tratamento (T1), após a expansão e terapia com dispositivo fixo (t2) e

na observação em longo prazo (T3). A duração média do T1-t2 e os períodos T2-t3

para o grupo do TG foi de 3,2 anos e de 6,1 anos, respectivamente. Os resultados

indicaram um aumento de 6 mm no perímetro do arco superior e de 4,5 mm para o

perímetro do arco inferior. A quantidade de correção na largura intermolar superior e

Page 41: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

39

inferior foi de dois terços da discrepância inicial, com eliminação da deficiência inicial

nas larguras intercaninos superiores e inferiores. A quantidade de correção para a

deficiência no perímetro do arco superior foi de aproximadamente 80% e no arco

inferior a correção foi completa. Os autores concluíram que tratamento de expansão

maxilar rápida seguida pelo uso de dispositivos fixos produziu mudanças

significativamente favoráveis em curto e longo prazo em quase todas as medidas

superiores e inferiores.

As alterações promovidas pela expansão maxilar rápida sobre os

primeiros molares permanentes superiores, caninos decíduos e segundos molares

que foram usados como ancoragem foram analisadas por Cozzani et al. (2003), em

19 indivíduos com mordida cruzada unilateral ou bilateral. Após um período médio

de ativação de 15 dias houve expansão de 4 a 8 mm e o dispositivo foi estabilizado e

mantido no lugar como contenção por 5 a 10 meses. A largura intermolar superior a

pós a contenção foi de 46,3 +/- 1.8 mm. Os dentes decíduos suportaram as forças

pesadas produzidas pelo dispositivo de expansão. Houve aumento da distância

intermolar superior que foi mantida sem contenção. A média de expansão

espontânea dos molares permanentes superiores foi aproximadamente a metade da

expansão obtida com aparelho de expansão ancorado nos dentes decíduos.

Em 2003, Taspinar et al. avaliaram as mudanças na polpa de pré-molares

submetidos à expansão rápida da maxila. Foram analisados dentes extraídos após

três, seis e 18 meses de expansão. O diâmetro dos vasos, a hemorragia e a

infiltração de células inflamatórias variaram entre grupos, com diferenças entre os

três grupos de dentes tratados, sendo observado diferenças mais significativas nos

dentes extraídos após três e 18 meses da expansão. Os autores concluíram que as

Page 42: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

40

forças ortopédicas exercidas pela expansão maxilar rápida causaram mudanças

vasculares reversíveis no tecido pulpar dos pré-molares superiores.

Matta et al. (2003) avaliaram as alterações dentais e a efetividade da

mecânica de expansão do arco dental superior com o uso do quadrihélice em uma

amostra composta de nove pacientes portadores de mordida cruzada posterior

funcional. O grau de ativação utilizado neste trabalho, metade da distância buco-

palatal dos molares de ancoragem, mostrou-se efetivo em todos os casos clínicos e

o tempo médio de tratamento foi de 56 dias. Foi constatado um aumento médio das

distâncias intercaninos superiores de 3,36 mm e nas distâncias intermolares

superiores de 3,82 mm, enquanto essas mesmas medidas não sofreram alterações

significativas no arco inferior.

Estudando a quantidade necessária de dentes para fixação do expansor

maxilar, Lamparski et al. (2003) analisaram 30 indivíduos selecionados

aleatoriamente, com idade de seis a 16 anos, divididos em dois grupos; em 15

indivíduos foram instalados aparelhos expansores com dois pontos e em outros 15

foram instalados aparelhos expansor com quatro pontos.Os grupos não mostraram

nenhuma diferença estatisticamente significativa na largura das cúspides e largura

gengival dos molares e caninos, não ocorrendo também diferença na largura do

diastema. Houve uma pequena diferença no perímetro do arco e na separação da

sutura médio-palatal. Os autores concluíram o dispositivo de dois pontos produziu

efeitos similares ao dispositivo de quatro pontos, podendo ser utilizado para

promover a expansão esquelética e dental.

Em uma investigação biomecânica com o uso de sensores, Wichelhaus et

al. (2004) avaliaram as características de alguns dispositivos incluindo o arco de

Page 43: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

41

Goshgarian, quadrihélice, expansor de Arndt e arco palatal composto. Eles

verificaram que o quadrihélice foi eficaz para a desrotação unilateral e bilateral assim

como para o movimento transversal do dente. Entretanto, os autores ressaltaram

que as expansões devem ser menores ou iguais a 4 mm e as desrotações menores

que 10º, porque de outra forma, as forças e os momentos não estariam dentro da

escala fisiológica.

Com o objetivo de comparar a expansão maxilar promovida pelo

quadrihélice e um expansor palatal de níquel-titânio, Donohue et al. (2004) avaliaram

uma amostra de 28 pacientes jovens portadores de mordida cruzada posterior e que

foram submetidos à expansão da maxila. Foi medida a média e a taxa de expansão,

além do desconforto do paciente e o custo do tratamento. Os resultados sugeriram

que ambos os aparelhos foram eficazes em promover a expansão maxilar.

Entretanto, a expansão com o quadrihélice demonstrou ser significativamente mais

controlada, apresentando maior previsão da taxa de expansão. O quadrihélice

apresentou média e taxa de expansão do maior do que a placa de expansão quando

medida na região dos primeiros molares se comparada à medida encontrada na

região dos pré-molares. O desconforto foi similar para os dois aparelhos, mas o arco

de expansão apresentou menos desconforto que o quadrihélice durante a segunda

ativação. O quadrihélice foi considerado dispositivo de baixo custo e que pode ser

utilizado juntamente com o arco de expansão de níquel-titânio.

Bramante (2004) avaliou cefalometricamente, após três anos, os efeitos

dentoesqueléticos do aparelho de expansão maxilar convencional e com cobertura

oclusal em acrílico utilizado em 24 pacientes (16 do gênero feminino e oito do

masculino), com média de idade de 12 anos e oito meses e que apresentavam

mordida cruzada posterior uni ou bilateral. Os resultados foram obtidos por meio de

Page 44: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

42

telerradiografias em norma lateral, ao início do tratamento e ao final da terapia fixa,

sendo comparado com um grupo controle. Houve um aumento na altura facial

ântero-superior, deslocamento da espinha nasal anterior para baixo, crescimento

maxilar e mandibular para anterior, aumento na altura facial ântero-inferior e

posterior e deslocamento dos primeiros molares superiores para baixo e para mesial.

Os autores concluíram que o grupo tratado apresentou alterações semelhantes às

do grupo controle, o que sugere que a terapia da expansão maxilar com o aparelho

fixo com cobertura oclusal, em longo prazo, não alterou significativamente o

crescimento facial dos pacientes, na maioria das medidas.

Barreto et al. (2005) avaliaram as alterações transversais e verticais da

maxila com o aparelho Horas. Foram selecionados 20 pacientes de ambos os

gêneros, com idades entre sete e 11 anos, que apresentavam mordida cruzada

posterior uni ou bilateral. Foram realizadas telerradiografias em norma frontal antes e

após a expansão. Os resultados mostraram que a correção da mordida cruzada

posterior com o aparelho Hyrax, que ocorreu em todos os casos, foi em função tanto

da abertura da sutura palatina mediana como também da inclinação dos molares.

Houve aumento da largura maxilar (média de 4,06 mm), aumento da largura da

cavidade nasal (média de 2,81 mm) com diastema interincisivo; aumento da

distância intermolares/coroa (média de 8,77 mm) e intermolares/raiz (média de 4,38

mm).

Numa comparação entre o quadrihélice pré-fabricado e arcos de

expansão maxilar feitos sob medida, instalados em 60 pacientes portadores de

mordida cruzada, Mcnally & Spary (2005) observaram que ambos os aparelhos

foram eficazes em produzir a expansão maxilar. Após 12 semanas, a média de

expansão intermolar e intercanino foi de 4,54 e 5,09 e de 1,41 e 2,12 mm, para o

Page 45: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

43

quadrihélice e arco de expansão, respectivamente. Os pacientes consideram os dois

aparelhos desconfortáveis, sendo verificado que o quadrihélice afetou principalmente

a língua e o arco de expansão, as bochechas. Entretanto, o quadrihélice foi

considerado mais agradável do que o arco de expansão. Os autores destacaram que

o arco de expansão feito sob medida constituiu uma alternativa de menor custo em

relação ao quadrihélice para a expansão da mordida cruzada, porque pode ser feito

e colocado no consultório ortodôntico.

Machado Junior & Crespo (2006) avaliaram as modificações

cefalométricas decorrentes da expansão lenta da maxila em pacientes adultos,

observando as seguintes medidas lineares: largura facial, largura nasal, altura nasal,

largura maxilar, largura mandibular e largura molar-maxilar. A amostra constituiu-se

de 24 telerradiografias frontais, tomadas antes e imediatamente após as expansões,

obtidas de 12 pacientes, ambos os gêneros, com idade entre 18 anos e dois meses

e 37 anos e oito meses. Todos os pacientes foram submetidos à expansão lenta dos

ossos maxilares com o uso do aparelho expansor da técnica denominada

“reabilitação dinâmica e funcional dos maxilares”. Foi utilizado teste estatístico de

Wilcoxon pareado, para amostras relacionadas e nível de significância 5%. Ocorreu

aumento médio de 1,92 mm na largura nasal e altura nasal 2,5 mm. Nas medidas

lineares largura maxilar e largura mandibular, o aumento médio foi de 2,42 mm e

1,92 mm respectivamente. Para largura facial encontrou-se aumento médio de 1,41

mm e largura molar-maxilar 2,0 mm, sendo tais alterações estatisticamente

significativas, obtidas em um tempo médio de 5,3 meses. Baseado nos resultados

obtidos, os autores concluíram que o uso da expansão maxilar induz o aumento das

medidas faciais estudadas em adultos.

Page 46: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

44

De acordo com Duarte (2006), o quadrihélice pode ser construído de

diversas formas e com diferentes ativações que possibilitam a correção de

discrepância transversal e sagital, de maloclusões de Classe II divisão 1,

principalmente nos casos em que a rotação do molar é desejada como parte do

tratamento e ainda de mordida aberta anterior superior. O alinhamento dental pode

ser obtido com o uso do aparelho por quatro a cinco meses.

Martinelli et al. (2006) analisaram a força e a resistência do dos

dispositivos quadrihélice, arco W e o dispositivo de Coffin, fabricados com fio de aço

de 0.032” e 0.036”. Os arcos foram submetidos à compressão mecânica, sendo os

resultados avaliados mediante teste ANOVA. Concluíram que os três dispositivos

seriam capazes de produzir forças apropriadas para a aplicação clínica, porém,

ressaltaram que as propriedades mecânicas dependem da forma do dispositivo, do

diâmetro do fio usado e da quantidade de ativação.

O objetivo do estudo de Cozza et al. (2006) foi verificar os efeitos do

quadrihélice em pacientes com mordida aberta dentoesquelética, a partir de uma

amostra de 23 pacientes com idades de 8,4 a 9,9 anos, sendo os resultados

comparados com um grupo controle com relacionamentos verticais similares e que

não foram tratados. O tempo de tratamento foi de sete meses em média. Os

resultados indicaram um aumento de 3,6 mm na sobremordida durante a terapia

com o quadrihélice que foi compensada pela quantidade de abertura da mordida.

Apenas quatro pacientes não mostraram sobremordida positiva após o tratamento.

Os incisivos superiores e inferiores apresentaram inclinações linguais de 4º

associada à extrusão que foi de 1,4 mm. Os lábios superiores e inferiores sofreram

retração de 2,6 e 2,9 mm, respectivamente, relativa ao ponto E. Os autores

concluíram que o quadrihélice foi efetivo, na correção da mordida aberta dental, em

Page 47: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

45

90% de pacientes em crescimento com hábitos de sucção digital e mordida aberta

dentoesquelética. O tratamento com quadrihélice produziu uma melhoria

clinicamente significativa da relação vertical devido à rotação descendente do plano

palatal.

A força de mordida após a expansão maxilar com o quadrihélice e placa

de expansão foi avaliada por Sonnesen & Bakke (2007), a partir de uma amostra de

19 pacientes de ambos os gêneros com idade de sete a 11 anos, portadores de

mordida cruzada posterior unilateral. Não houve nenhuma diferença significativa na

força de mordida em relação à idade, gênero, tipo de aparelho ou o lado do arco, isto

é, região molar direita ou esquerda. Entretanto, durante o tratamento a força de

mordida foi significativamente menor ipsilateralmente à mordida cruzada do que

contralateralmente. O nível da força de mordida foi reduzido imediatamente depois

do tratamento, mas aumentou novamente após a contenção, ficando próxima ao

nível da força de mordida nas crianças com oclusão neutra. A flutuação no nível da

força de mordida durante o tratamento ortodôntico pode ser devido às mudanças

transientes na sustentação oclusal, em mecanismos periodontais receptores e aos

reflexos do músculo elevador da maxila.

Analisando os efeitos da expansão maxilar com o quadrihélice em uma

amostra de 35 pacientes portadores de mordida cruzada posterior funcional, Kecik et

al. (2007) verificaram que após o tratamento, a morfologia e a posição assimétrica

da mandíbula e dos côndilos foram eliminadas e as funções do sistema

estomatognático foram normalizadas. Os autores concluíram que o tratamento

ortodôntico precoce da mordida cruzada posterior possibilitou o crescimento normal

do esqueleto craniofacial, normalizando também a função do sistema

estomatognático.

Page 48: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

46

O objetivo do estudo de Holberg et al. (2007) foi determinar se um efeito

esquelético transversal suficiente poderia ser conseguido em pacientes com fissura

palatal tratados com o quadrihélice. Para tanto, os autores simularam a expansão

maxilar em três modelos de elemento finito representando o crânio humano, usando

o quadrihélice com forças de 20 g. Os resultados indicaram que os efeitos

esqueléticos nas estruturas anatômicas da face média e da base craniana foram

mais acentuados nos modelos simulados com fissuras se comparados aos modelos

com morfologia normal. A expansão medida na margem supraorbital foi 4.7 strain,

para fissura bilateral, 2,1 strain para fissura unilateral e somente 0,2 strain no estado

morfológico normal. Os autores concluíram que o quadrihélice promoveu expansão

esquelética suficiente, constituindo assim, uma alternativa razoável para o uso de

expansores rápidos convencionais em pacientes com fissura palatal.

Os efeitos de um dispositivo tipo Hyrax foram estudados por Podesser et

al. (2007) que avaliaram nove crianças (seis do gênero masculino e três do feminino,

com média de idade de oito anos e um mês e que foram submetidas ao tratamento

ortodôntico. Foram utilizadas tomografias computadorizadas para análise dos

resultados. Todos os pacientes demonstraram expansão da maxila, porém as

mudanças dentais, alveolares e esqueléticas variaram entre os indivíduos. A

expansão média, medida nas coroas dos molares, foi de 3,6 mm, enquanto que a

abertura real da sutura foi menor que 1,6 mm. Diante da baixa média de expansão

esquelética produzida, os autores recomendaram a condução de outros estudos

para verificar a eficiência dos outros dispositivos de expansão maxilar que são

comumente utilizados.

Utilizando os dentes decíduos como ancoragem, Cozzani et al. (2007)

descreveram os efeitos da expansão maxilar em 31 pacientes na dentição mista,

Page 49: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

47

portadores de mordida cruzada posterior. Os pacientes foram tratados com aparelho

tipo Haas ancorado nos molares e caninos superiores decíduos. Modelos de estudo

foram avaliados antes da expansão, na remoção do dispositivo, e pelo menos um

ano após a remoção do dispositivo. Os resultados demonstraram que a mordida

cruzada foi corrigida e esta correção foi mantida após um ano da remoção do

aparelho em todos os pacientes, sendo obtida uma largura média intermolar superior

de 1,8 mm, após um ano da remoção do dispositivo. Os autores recomendaram o

uso de ancoragem nos dentes decíduos como forma de se evitar efeitos indesejáveis

nos molares permanentes superiores.

Page 50: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

48

3 PROPOSIÇÃO

O presente estudo cefalométrico teve como propósito avaliar em

indivíduos em crescimento, as alterações cefalométricas induzidas pelo tratamento

com utilização de expansão maxilar lenta, com o aparelho quadrihélice.

Page 51: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

49

4 MATERIAL E MÉTODO

4.1 Caracterização do universo e plano de amostragem

O presente estudo foi conduzido de acordo com as normas do Comitê de

Ética e Pesquisa em Seres Humanos do Centro de Pesquisas Odontológicas São

Leopoldo Mandic de acordo com a Resolução nº. 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde do Ministério de Saúde, publicada em 16 de outubro de 1996, sob protocolo

nº. 036285 (Anexo A).

Foram selecionados para este estudo 36 pacientes compreendidos na

faixa etária de 7,5 a 14 anos de ambos os gêneros, portadores de deficiências

transversais da maxila (figura 1).

Figura 1 - Fotografias denotando as características da deficiência tranversal da maxila no pré-tratamento. A) vista fontal; B) vista lateral esquerda; C) vista lateal direita; D) vista oclusal superior; E) vista oclusal inferior.

A B C

D

E

Page 52: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

50

A coleta de dados foi oriunda da OTOCENTER, localizada no Centro de

Saúde Prof. José Augusto Barreto - Sergipe. Todos os pacientes arrolados neste

trabalho consentiram a utilização dos seus dados atavés da assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B).

Os critérios de exclusão estabelecidos foram a ausência de tratamento

ortodôntico ou ortopédico anterior para qualquer tipo de maloclusão, presença de

malformações congênitas ou adquiridas ou ausência de elementos dentais com

exceção do terceiro molar.

4.2 Material

Todos os pacientes foram moldados e modelados pelo pequisador. Foram

utilizados modelos de estudo e radiografias em norma frontal e lateral. Cada modelo

de estudo foi confeccionado, em resina acrílica cor 66 na escala Trubyt na região

correspondente aos dentes e na cor rosa nas regiões da gengiva, palato e base dos

modelos (figura 2).

Page 53: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

51

Figura 2 - Fotografias dos modelos de estudo iniciais.

Para tomada das radiografias foi utilizado um aparelho marca Soredex-

Orion Corporation®, modelo X-mind Tomeceph®. As tomadas radiográficas foram

feitas no Centro de Imagem em Odontologia de Sergipe.

Para as telerradiografias e radiografias em norma frontal e lateral foram

elaborados traçados cefalométricos computadorizados individualizados (Ricketts,

1960) usando para isto, o Programa Ortoview 2.5 da Cirros Informática, numa mesa

digitalizadora Genius Modelo New Skent 1212. As medidas nos traçados foram feitas

com o uso de um paquímetro digital eletrônico, marca DIGITAL CALIPER, com

capacidade de mensuração de 0-150 mm e competência de leitura de 0,01 mm e

exatidão de ±0,02 mm.

Page 54: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

52

4.3 Tratamento

No tratamento foi utilizado o aparelho quadrihélice, caracterizado por

apresentar quatro helicóides; sendo dois anteriores e dois posteriores; segmentos

palatinos direito e esquerdo; segmento anterior e braços externos direito e esquerdo

(figura 3).

Figura 3 - Fotografia do aparelho quadrihélice colocado no modelo.

Os aparelhos quadrihélices foram confeccionados pelo pesquisador, com

fio DENTAURUM 9 mm e soldados em bandas MORELLI®. A cimentação foi feita

usando-se Vidrion C da SS WHITE (pó e líquido). Foram efetuadas duas ativações:

inicialmente extrabucal (figura 4), obedecendo ao critério de abertura do aparelho até

que a banda de cada lado ultrapassasse meio dente e a segunda, após cimentação,

intrabucal usando-se o alicate Tridente da Vision® após 40 dias (figura 5).

Page 55: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

53

Figura 4 - Fotografia do aparelho quadrihélice ativado inicialmente no modelo (A)

e instalação no paciente (B).

Figura 5 - Fotografia do aparelho quadrihélice ativado intrabucalmente, após 40 dias de tratamento.

Aos 80 e 120 dias os indivíduos retornaram à clínica para controle e

manutenção do tratamento. Aos 150 dias, todos os aparelhos foram retirados e os

indivíduos foram novamente submetidos aos mesmos exames (modelos de estudo

confeccionados, telerradiografias laterais e traçados cefalométricos e radiografia

frontal com traçado cefalométrico, obedecendo a mesma metodologia para posterior

comparação).

A

B

Page 56: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

54

A medida observada nos modelos de estudo foi a distância intermolar. Na

telerradiografia em norma lateral foi avaliada a altura facial inferior (figura 6). Nas

radiografias frontais foram avaliadas as medidas (figura 7):

a) distância J-J (largura maxilar);

b) largura da cavidade nasal;

c) distância ZA-AZ (largura facial);

d) distância AG-GA (largura mandibular);

e) distância J ZR- GA (largura maxilo-Mandibular);

f) distância do 1º molar inferior ao Plano Jugal (direito e esquerdo);

g) ZL-ZR distância da Espinha Nasal Anterior e o Plano Orbitário.

Figura 6 - Traçado em norma lateral da altura facial inferior.

Page 57: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

55

Figura 7 - Traçado em norma frontal das medidas avaliadas.

4.4 Análise estatística

Os dados observados foram reunidos e apresentados em tabelas e

gráficos. Na análise estatística foi aplicado o teste t pareado com nível de

significância de 5%.

Page 58: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

56

5 RESULTADOS

Tabela 1 - Valores de média e de desvio padrão, segundo a medida, no início e no final do tratamento ortodôntico.

Medidas Ocasião Média Desvio padrão Mínimo Máximo p-valor

Inicial 58,4 3,91 45,7 65,2 Distância inter 1º MI

Final 59,8 3,97 45,2 68,7

0,0092*

Inicial 67,4 6,48 42,2 83,6 Distância J-J

Final 67,8 3,65 61,3 75,1

0,7008

Inicial 27,5 1,96 24,2 31,2 Largura da cavidade nasal Final 28,3 1,79 24,5 31,9

0,0101*

Inicial 126,2 4,62 116 135,9 Distância ZA-AZ

Final 128,3 5,54 115,4 142,1

0,0040*

Inicial 83,0 5,44 71,1 91,9 Distância AG-GA

Final 83,5 6,01 67 93,2

0,3535

Inicial 8,8 2,60 0 12,6 Distância J-ZR-GA direito Final 10,2 2,20 4 14,5

0,0030*

Inicial 8,5 2,76 1,3 14,1 Distância J-ZR-GA esquerdo Final 9,2 2,32 4,7 15,5

0,0816

Inicial 9,6 2,67 5 16,3 Distância do 1ºM inf. plano jugal direito Final 8,8 2,61 4,1 14,8

0,0380*

Inicial 9,1 2,42 5,1 13,9 Distância do 1ºM inf. plano jugal esquerdo Final 8,7 2,75 2,9 15,3

0,1877

Inicial 48,4 2,93 42 56,1 Altura facial inferior

Final 49,4 3,13 44,4 57,9

0,0012*

*p<0,05.

Page 59: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

57

Gráfico 1 - Diagrama de caixa para a distância inter 1º MI (mm).

Gráfico 2 - Diagrama de caixa para a distância J-J (largura maxilar) (mm).

±2 desvios padrões±1 desvio padrãoMédia

48

52

56

60

64

68

72

Início Final

p = 0, 0092

72 mm

68 mm

64 mm

56 mm

54 mm

48 mm

±2 desvios padrões±1 desvio padrãoMédia52

58

64

70

76

82

Início Final

p = 0, 7008

82 mm 76 mm 70 mm 64 mm 58 mm 52 mm

Page 60: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

58

Gráfico 3 - Diagrama de caixa para a largura da cavidade nasal (mm).

Gráfico 4 - Diagrama de caixa para a Distância ZA-AZ (largura facial) (mm).

± 2 desvios padrões±1 desvio padrãoMédia

23

25

27

29

31

33

Início Final

p = 0, 010

33 mm

31 mm

29 mm

27 mm

25 mm

23 mm

± 2 desvios padrões±1 desvio padrãoMédia70

74

78

82

86

90

94

98

Início Final

98 mm 94 mm 90 mm 86 mm 82 mm 78 mm 74 mm 70 mm

p= 0, 0040

Page 61: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

59

Gráfico 5 - Diagrama de caixa para a distância AG-GA (largura da mandíbula) (mm).

Gráfico 6 - Diagrama de caixa para a distância J-ZR-GA direito (mm).

±2 desvios padrões±1desvio padrãoMédia

2

4

6

8

10

12

14

16

Início Final

p= 0, 0030

16 mm 14 mm 12 mm 10 mm 8 mm 6 mm 2 mm

± 2 desvios padrões±1 desvio padrãoMédia

70

74

78

82

86

90

94

98

Início Final

p= 0, 3535

98 mm

94 mm

90 mm

86 mm

82 mm

78 mm

74 mm

70 mm

Page 62: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

60

Gráfico 7 - Diagrama de caixa para a Distância J-ZR-GA esquerdo (mm).

Gráfico 8 - Diagrama de caixa: distância do 1º M inf. plano jugal direito (mm).

±2 desvios padrões±1 desvio padrãoMédia

2

4

6

8

10

12

14

16

Início Final

p=0, 0816

16 mm

14 mm

12 mm

10 mm

8 mm

6 mm

2 mm

± 2 desvios padrões±1 desvio padrãoMédia

2

4

6

8

10

12

14

16

Início Final

16 mm

14 mm

12 mm

10 mm

8 mm

6 mm

2 mm

p=0, 0380

Page 63: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

61

Gráfico 9 - Diagrama de caixa: distância do 1º M inf. plano jugal esquerdo (mm).

Gráfico 10 - Diagrama de caixa: altura facial inferior.

±2 desvios padrões± 1 desvio padrãoMédia

2

4

6

8

10

12

14

16

Início Final

p=0, 7877

± 2 desvios padrões±1 desvio padrãoMédia

40

42

44

46

48

50

52

54

56

58

Início Final

p=0, 0012

58º

56º

54º

52º

50º

48º

46º

44º

42º

40º

16 mm

14 mm

12 mm

10 mm

8 mm

6 mm

2 mm

Page 64: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

62

Tabela 2 - Diferença das médias, mínimos, máximos e desvios padrões das diferenças obtidas nas medidas, com o tratamento ortodôntico.

Medidas Diferença

das Médias

Desvio padrão

Mínimo Máximo p-valor

Distância inter 1º MI 1,3 2,93 -2,6 14,6 0,0092*

Distância J-J 0,4 6,88 -15,9 32,3 0,7008

Largura da cavidade

nasal 0,8 1,79 -2,9 4,1 0,0101*

Distância ZA-AZ 2,2 4,21 -6,5 13,0 0,0040*

Distância AG-GA 0,5 3,28 -9,4 8,4 0,3535

Distância J-ZR-GA

direito 1,4 2,63 -5,2 9,4 0,0030*

Distância J-ZR-GA

esquerdo 0,7 2,37 -3,0 6,6 0,0816

Distância do 1º M inf.

plano jugal direito -0,8 2,14 -5,4 3,0 0,0380*

Distância do 1º M inf.

plano jugal esquerdo -0,5 2,02 -3,8 4,9 0,1877

Altura facial inferior 1,0 1,71 -2,2 5,0 0,0012*

Nota: O asterisco indica significância ao nível de 5%.

Os resultados apresentados nas tabelas 1 e 2 mostram que houve um

aumento médio estatisticamente significativo de 0,8 mm na largura da cavidade

nasal. A distância ZA-AZ aumentou 2,2 mm em média, denotando um aumento da

largura facial. A distância J-ZR-GA apresentou um aumento estatisticamente

significativo de 1,4 mm no lado direito, compatível com aumento da largura

maxilomandibular neste lado, porém, no lado esquerdo, o aumento de 0,7 mm não

Page 65: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

63

foi considerado estatisticamente relevante. Não foi considerado relevante

estatisticamente também o aumento de 0,5 mm na medida da distância AG-GA,

sugerindo ausência de mudanças efetivas na largura da mandíbula. Na medida

intermolar inferior houve um aumento significativo de 1,3 mm e na altura facial

inferior houve um aumento médio de 1,0º, também considerado significativo

estatisticamente. A distância do 1º M inf. plano jugal direito, diminuiu

significativamente chegando a valores médios de -0,8 mm, porém, o mesmo não

ocorreu no lado esquerdo com uma diminuição de -0,5 mm. A largura maxilar

aumento 0,4 mm, valor que não foi considerado estatisticamente significativo.

Page 66: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

64

6 DISCUSSÃO

O objetivo central da Ortodontia é possibilitar a normalização da função

dental e obter estética dentofacial aceitável com estabilidade razoável. Para tanto é

fundamental a escolha adequada da terapêutica que deve ser norteada pelas

características morfológicas do arco dental e do mecanismo de ação do aparelho.

Os dispositivos expansores da maxila têm sido utilizados rotineiramente para

correção de casos de atresia do palato que freqüentemente está associada com o

desenvolvimento da mordida cruzada posterior (Moyers, 1991; Graber, Vanarsdall,

1996).

A atresia maxilar caracteriza o estreitamento do palato que passa de um

formato parabólico para uma forma triangular. Em indivíduos com maxila atrésica

pode ocorrer uma diminuição em torno de 9 mm na largura transpalatina, se

comparado com indivíduos adultos que apresentam dimensões transversais normais

da maxila (Capelozza Filho, Silva Filho, 1997). Ressalta-se que o retorno à

dimensão normal da maxila não ocorre espontaneamente, sendo necessária a

intervenção com terapia de expansão rápida ou lenta do palato (Araújo, Prietsh,

1995; Hesse et al., 1997; Baccetti et al., 2001; Kecik et al., 2007). Neste estudo

foram avaliados os efeitos da expansão lenta com o uso do quadrihélice na correção

da atresia do arco superior.

Na expansão maxilar rápida são utilizadas forças intensas que exercem

efeitos ortopédicos para desarticular os ossos do palato (Haas, 1970). Seu objetivo

inicial é maximizar o movimento ortopédico e minimizar movimentos ortodônticos dos

Page 67: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

65

dentes. Na expansão lenta é gerada uma força mais leve, dentro dos limites

elásticos do tecido periodontal e sutural maxilar. Ocorre uma baixa taxa de

separação dos ossos, permitindo uma adaptação mais fisiológica à expansão que

pode resultar em uma correção mais estável com menos recidiva sutural (Frank,

Engel, 1982; Lindner et al., 1986; Vegh et al., 1999; Donohue et al., 2004).

O aumento na largura intermolares superiores é um consenso entre os

pesquisadores que utilizaram a terapia de expansão maxilar rápida (Silva Filho et

al.,1995; Memikoglu, Iseri,1999; Cross, Mcdonald, 2000; Baccetti et al., 2001;

Cozanni et al., 2003; McNamara Junior et al., 2003; Barreto et al., 2005; Cozzanni et

al., 2007). Este efeito também foi observado neste estudo, o que está em

concordância com outros estudos envolvendo expansão maxilar lenta (Bell,

Lecompte 1981; Frank, Engel, 1982; Greenbaum, Zachrisson, 1982; Janiszewska-

Olszowska, 2003; Matta et al., 2003; McNally, Spary, 2005).

A largura maxilar neste estudo apresentou um aumento discreto e não

estatisticamente significativo. O aumento médio foi de 0,4 mm, que foi mais próximo

do valor encontrado por Frank & Engel (1982), que observaram um aumento médio

de 0,92 mm, porém, distanciou-se muito do valor médio encontrado por

Janiszewska-Olszowska (2003) que foi de 3,5 mm na largura do palato, com o uso

do quadrihélice. Esta diferença de valores poderia ser atribuída à incorporação de

braços assimétricos no quadrihélice no estudo anterior. Embora seja relatado que o

quadrihélice promove expansão transversal suficiente para corrigir a mordida

cruzada, como visto nos estudos de Erdinc et al. (1999) e Holberg et al. (2007), o

resultado encontrado neste estudo parece confirmar os menores efeitos esqueléticos

quando comparado à expansão rápida que apresenta marcantes efeitos na largura

Page 68: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

66

da maxila (Chaconas, Caputo, 1982; Frank, Engel, 1982; Silva Filho et al., 1995;

Ciambotti et al., 2000; Cross, McDonald, 2000; Cameron et al., 2002).

A redução da resistência nasal é um efeito da expansão maxilar

comprovado em diversos estudos (Marchioro et al., 1997; Hahn et al., 1999; Garib et

al., 2001). Com o aumento do assoalho nasal, aumenta também o fluxo de ar,

propiciando a normalização da respiração, o que contribui para a correção de

mordida cruzada. O aumento na largura da cavidade nasal tem sido relatado em

diversos estudos envolvendo expansão maxilar rápida (Haa, 1970; Capelozza Filho,

Silva Filho, 1997; Iseri et al., 1998; Hahn et al., 1999; Cross, Mcdonald, 2000;

Baccetti et al., 2001). Neste estudo, houve um aumento médio estatisticamente

significativo de 0,8 mm na largura da cavidade nasal, o que corrobora os achados de

Chaconas & Caputo (1982), que também verificaram estes efeitos com o uso do

quadrihélice. Comparando com a expansão rápida, o valor encontrado neste estudo

ficou aquém daquele observado por Barreto et al. (2005), que foi de 2,81 mm e por

Silva Filho et al. (1995), que foi de 2,07 mm, confirmando o efeito significativo da

expansão lenta na cavidade nasal.

O aumento transversal da face média, relatado na literatura, confirma o

efeito ortopédico da terapia de expansão maxilar rápida (Haas, 1961; Haas, 1970;

Cameron et al., 2002). Entretanto, os resultados encontrados por Tindlund et al.

(1993), Yan & Jia (2001) e Holberg et al. (2007) confirmaram os efeitos esqueléticos

nas estruturas anatômicas da face média de pacientes fissurados tratados com

quadrihélice. No presente estudo ocorreu um aumento médio de 2,2 mm na largura

facial que foi maior se comparado com o resultado obtido por Machado Junior &

Crespo (2006), que observaram um aumento de 1,41 mm, na expansão lenta,

porém, com uma amostra composta por adultos.

Page 69: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

67

A mordida cruzada posterior é o problema mais freqüentemente

associado com a atresia maxilar e caracteriza-se por apresentar assimetrias nas

dimensões ântero-posterior e transversal (Moyers, 1991; Proffit, Fileds, 1995). Este

distúrbio tem sido freqüentemente corrigido com a expansão maxilar, propiciando a

harmonização das relações maxilomandibulares e o subseqüente equilíbrio da

musculatura neuro-facial (Haas, 1961; Haas, 1970; Cabrera, Cabrera, 1997). Neste

estudo, a largura maxilomandibular apresentou um aumento estatisticamente

significativo no lado direito de 1,4 mm e de 0,7 mm no lado esquerdo, que não

apresentou significância relevante estatisticamente. Estes valores foram foram

próximos aos encontrados por Frank & Engel (1982), que foi de 0,89 mm. O

melhoramento da relação maxilomandibular no lado direito, encontrado neste

estudo, pode ser explicado pelos resultados observados por Kecik et al. (2007), que

verificaram efeitos benéficos do quadrihélice no reposicionamento simétrico da

mandíbula e dos côndilos, o que possibilitou a normalização da relação entre maxila

e mandíbula.

A análise dos valores encontrados para o arco inferior neste estudo

indicou um aumento estatisticamente significativo na medida intermolar inferior.

Embora Frank & Engel (1982) e Matta et al. (2003), não tenham observaram

nenhuma mudança significativa nesta medida, Ladner & Muhl (1995), Hesse et al.

(1997) e Lai et al. (2001) confirmaram aumento da largura intermolar inferior com o

uso do quadrihélice. Comparando com o estudo de Lai et al. (2001), que observaram

um aumento de 3,60 mm, o resultado encontrado este estudo, de 1,3 mm, foi

consideravelmente menor. Esta diferença pode ser atribuída às características da

amostra utilizada no estudo anterior que foi submetida à palatoplastia e apresentava

menor faixa etária do que o presente estudo. Por outro lado, Janiszewska-

Page 70: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

68

Olszowska (2003) verificaram uma diminuição desta medida que pode ser explicada

pelo uso de um arco lingual inferior ativado em 1 mm para manutenção da largura

intermolar inferior. Houve também uma redução da distância do primeiro molar

inferior em relação ao plano jugal, com os valores de 0,8 mm no lado direito e de -

0,5 no lado esquerdo, sendo que apenas no lado direito houve diminuição

estatisticamente significativa desta medida. Este efeito ocorreu simultaneamente à

expansão do arco superior.

A largura da mandíbula neste estudo apresentou um aumento de 0,5 mm

que não foi considerado estatisticamente significativo. Este resultado está de acordo

com Capelozza Filho & Silva Filho (1997), que ressaltaram que a expansão maxilar

seria incapaz de produzir mudanças na largura mandibular. Por outro lado, o

aumento da largura intermolar inferior corrobora com as argumentações de Haas

(1961), de que o aumento permanente da base apical maxilar decorrente da

expansão maxilar promoveria também um aumento espontâneo, permanente e

significativo na largura do arco inferior. Os resultados do presente estudo parecem

confirmar um efeito significativo da expansão maxilar lenta no arco inferior como os

relatados na literatura para a expansão rápida (Haas, 1961; Haas, 1970; Mazzieiro et

al., 1996; Hesse et al., 1997; Baccetti et al., 2001).

O aumento da dimensão vertical, mordida aberta, extrusão, inclinação

dental constituem efeitos adversos da expansão maxilar que têm sido destacados

em vários estudos (Haas, 1961, Haas, 1970; Proffit, Fields, 1995; Asanza et al.,

1997; Capelozza Filho, Silva Filho, 1997). O controle da dimensão vertical é um

ponto importante em pacientes submetidos à expansão maxilar, uma vez que o

aumento desta medida pode não coincidir com os objetivos do tratamento (Asanza et

al., 1997). O aumento da dimensão vertical seria desejável em pacientes portadores

Page 71: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

69

de mordida profunda e altura facial inferior diminuída e, contra-indicada para

pacientes com mordida cruzada posterior já que estes apresentam um padrão de

crescimento vertical, que pode agravar a discrepância ântero-posterior pré-existente

(Capelozza Filho, Silva Filho, 1997; Chang et al., 1997).

Neste estudo, houve um aumento médio significativo de 1,0º na altura

facial inferior, corroborando estudos de Haas (1970), Asanza et al. (1997) e

Bramante (2004), que também verificaram aumento desta medida com o uso da

expansão maxilar rápida. O uso de mentoneira de tração alta ou cervical pode

auxiliar no controle da dimensão vertical na região posterior (Haas, 1970). A

aplicação de uma força intrusiva nas cúspides linguais dos dentes posteriores

superiores durante e imediatamente após a expansão maxilar oferece controle dos

efeitos colaterais extrusivos e de inclinação vestibular. A força deve ser aplicada

durante a expansão e por sete a 10 semanas após a terapia, enquanto ocorre o

remodelamento das outras suturas maxilares (Haas, 1970). Desta forma, a expansão

maxilar favorece o estabelecimento da proporcionalidade entre a largura e altura da

face, com equilíbrio entre os terços médios e inferior, contribuindo, para a

normalização dental e estética facial de indivíduos com maxila atrésica (Graber,

Vanarsall, 1996).

É consenso entre os pesquisadores que a expansão maxilar deve ser

induzida o mais precocemente possível, uma vez que há maior dificuldade em se

obter efeito ortopédico expressivo em pacientes adultos, fora da fase de crescimento

(Lindner et al., 1986; Araújo, Prietsh, 1995; Capelozza Filho, Silva Filho, 1997;

Cross, McDonald, 2000; Baccetti et al., 2001; Kecik et al., 2007). Isto porque após a

maturação esquelética ocorre uma maior rigidez do esqueleto facial que dificulta a

ação das forças na expansão dos ossos da maxila (Moyers, 1991; Proffit, Fields,

Page 72: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

70

1995; Graber, Varnasdall, 1996). Entretanto, Machado Junior & Crespo (2006)

verificaram efeitos positivos da expansão lenta em adultos observando aumento das

medidas faciais o que amplia a extensão da mecanoterapia na normalização das

relações maxilomandibulares.

Os resultados deste estudo corroboram pesquisas anteriores que

afirmaram que o tratamento precoce com o quadrihélice pode ser utilizado para

destravar maloclusões e estabelecer a função normal e a forma adequada do arco

dental superior, permitindo a correção da mordida cruzada (Frank, Engel, 1982;

Lindner et al., 1986; Ranta, 1988; Boysen et al., 1992; Wedrychowska-Szulc, 1995;

Sandikçioglu et al., 1997; Erdinc et al., 1999; Vegh, 1999; Bjerklin, 2000; Lai et al.,

2001; Janiszewska-Olszowska, 2003; Wichelhaus et al., 2004; Martinelli et al., 2006;

Holberg et al., 2007). O dispositivo também pode ser utilizado como um coadjuvante

útil no tratamento de maloclusões de Classe II e na maior parte, naqueles casos em

que a rotação molar é requerida como parte do tratamento (Bench, 1998; Ciambotti

et al., 2000; Duarte, 2006).

O direcionamento de forças leves e contínuas característico do uso do

quadrihélice pode propiciar maior estabilidade da correção da mordida cruzada

posterior. O baixo custo, a eficácia e o curto tempo de tratamento também

constituem vantagens do uso do quadrihélice na prática clínica (Ranta, 1988; Boysen

et al., 1992; Follin, Milleding, 1995; Wedrychowska-Szulc, 1995; Bench, 1998; Erding

et al., 1999; Bjerklin, 2000; Janiszewska-Olszowska, 2003; Donohue et al., 2004;

McNally, Spary, 2005). Desta forma, a expansão lenta com o uso do quadrihélice

pode criar boas condições para o crescimento normal do esqueleto craniofacial e

para a função normal do sistema estomatognático em pacientes jovens na fase de

Page 73: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

71

crescimento (Silva Filho et al., 1986; Araújo, Prietsch, 1995; Cabrera, Cabrera, 1997;

Kecik et al., 2007).

Page 74: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

72

7 CONCLUSÃO

Com base neste estudo clínico, pode-se concluir que:

a) a expansão maxilar lenta como no uso do quadrihélice é eficaz na

correção da atresia maxilar e da maloclusão de mordida cruzada

posterior;

b) o quadrihélice promove diminuição significativa da distância do

primeiro molar inferior em relação ao plano jugal direito e aumento nas

seguintes medidas: Distância inter primeiros molares inferiores, largura

da cavidade nasal, Largura facial, Largura maxilomandibular no lado

direito e Altura facial inferior.

Page 75: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

73

REFERÊNCIAS1

Akkaya S, Lorenzon S, Üçem TT. Comparison of dental arch and arch perimeter changes between bonded rapid and slow maxillary expansion procedures Eur J Orthod. 1998;20(3):255-6.

Araújo FF, Prietsch JR. Mordida cruzada posterior: importância do diagnóstico e tratamento precoce. Rev Fac Odontol Porto Alegre. 1995 dez;36(2):29-33.

Asanza S, Cisneros GJ, Nieberg LG. Comparison of hyrax and bonded expansion appliances. Angle Orthod. 1997;67(1):15-22.

Baccetti T, Franchi L, Cameron CG, McNamara Junior JA. Treatment timing for rapid maxillary expansion. Angle Orthod. 2001;71(5):343-50.

Barreto GM, Gandini LG, Raveli DB, Oliveira CA. Avaliação transversal e vertical da maxila, após expansão rápida, utilizando um método de padronização das radiografias póstero-anteriores. Rev Dent Press Ortodon Ortopedi Facial. 2005 nov-dez;10(6):91-102.

Bell RA, LeCompte EJ. The effects of maxillary expansion using a quad-helix appliance during the deciduous and mixed dentitions. Am J Orthod. 1981 Feb;79(2):152-61.

Bench RW. The quad helix appliance. Semin Orthod. 1998 Dec;4(4):231-7.

Bjerklin K. Follow-up control of patients with unilateral posterior cross-bite treated with expansion plates or the quad-helix appliance. J Orofac Orthop. 2000;1(2):112-24.

Boysen B, La Cour K, Athanasiou AE, Gjessing PE. Three-dimensional evaluation of dentoskeletal changes after posterior cross-bite correction by quad-helix or removable appliances. Br J Orthod. 1992 May;19(2):97-107.

Bramante FS. Avaliação das alterações dentoesqueléticas produzidas pelo expansor maxilar com cobertura oclusal seguido do aparelho fixo [tese] Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru, USP; 2004.

Cabrera CA, Cabrera MC. Ortodontia clínica. Curitiba: Interativa; 1997.

1 De acordo com o Manual de Normalização para Dissertações e Teses do Centro de Pós-Graduação CPO São Leopoldo Mandic, baseado no estilo Vancouver de 2007, e abreviatura dos títulos de periódicos em conformidade com o Index Medicus.

Page 76: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

74

Cameron CG, Franchi L, Baccetti T, McNamara Junior JA. Long-term effects of rapid maxillary expansion: a posteroanterior cephalometric evaluation. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2002 Feb;121(2):129-35.

Capelozza Filho L, Silva Filho O. Expansão rápida da maxila: considerações gerais e aplicação clínica: parte II. Rev Dent Press Ortodon Ortop Maxilar. 1997;2(4):86-108.

Chaconas SJ, Caputo AA. Observation of orthopedic force distribution produced by maxillary orthodontic appliances. Am J Orthod. 1982 Dec;82(6):492-501.

Chang JY, McNamara Junior JA, Herberger TA. A longitudinal study of skeletal side effects induced by rapid maxillary expansion. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1997 Sep;112(3):330-7.

Ciambotti C, Ngan P, Durkee M, Kohli K, Kim H. A comparison of dental and dentoalveolar changes between rapid palatal expansion and nickel-titanium palatina expansion appliances. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2000;19(1):11-20.

Costello MJ. Simplified Quad Helix construction. J Clin Orthod. 1993 Sept;27(9):485-6.

Cozza P, Baccetti T, Franchi L, McNamara Junior JA. Treatment effects of a modified quad-helix in patients with dentoskeletal open bites. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 June;129(6):734-9.

Cozzani M, Guiducci A, Mirenghi S, Mutinelli S, Siciliani G. Arch width changes with a rapid maxillary expansion appliance anchored to the primary teeth. Angle Orthod. 2007 Mar;77(2):296-302.

Cozzani M, Rosa M, Cozzani P, Siciliani G. Deciduous dentition-anchored rapid maxillary expansion in crossbite and non-crossbite mixed dentition patients: reaction of the permanent first molar. Prog Orthod. 2003;4:15-22.

Cross DL, McDonald JP. Effect of rapid maxillary expansion on skeletal, dental and nasal structures: a postero-anterior cephalometric study. Eur J Orthod. 2000;22(5): 519.

Donohue VE, Marshman LA, Winchester LJ. A clinical comparison of the quadhelix appliance and the nickel titanium (tandem loop) palatal expander: a preliminary, prospective investigation. Eur J Orthod. 2004 Aug;26(4):411-20.

Duarte MS. O aparelho quadrihélice (Quad-helix) e suas variações. Rev Dent Press Ortodon Ortopedi Facial. 2006;11(2):128-56.

Erdinc AE, Ugur T, Erbay E. A comparison of different treatment techniques for posterior crossbite in the mixed dentition. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1999 Sept;116(3):287-300.

Page 77: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

75

Faltin A, Moscatiello VAM, Barros EC. Disjuntor palatino Faltin: alterações dentofaciais decorrentes da disjunção da sutura palatina mediana. Rev Dent Press Ortod Ortopedi Facial. 1999 jul-ago;4(4):5-13.

Follin ME, Milleding A. Quad-helix treatment in general practice. A retrospective study of failures of appliance and estimation of costs. Swed Dent J. 1994;18(1-2):43-8.

Frank SW, Engel GA. The effects of maxillary quad-helix appliance expansion on cephalometric measurements in growing orthodontic patients. Am J Orthod. 1982 May;81(5):378-89.

Garib DG, Henriques JFC, Janson GRP. Avaliação cefalométrica longitudinal das alterações produzidas pela expansão rápida da maxila. Rev Dent Press Ortodon Ortopedi Facial. 2001 set-out;6(5):17-30.

Graber T, Vanarsdall R. Ortodontia: princípios e técnicas atuais. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1996.

Greenbaum KR, Zachrisson BU. The effect of palatal expansion therapy on the periodontal supporting tissues. Am J Orthod. 1982 Jan;81(1):12-21.

Haas A. Palatal expansion: just the beginning of dentofacial orthopedics. Am J Orthod. 1970 Mar;51(3):219-255.

Haas A. Rapid expansion of the maxillary dental arch and nasal cavity by opening the midpalatal suture. Angle Orthod. 1961;31(2):73-90.

Hahn L, Marchioro EM, Rizzatto SD, Roithmmann R, Costa NP. Avaliação do volume da cavidade nasal antes e após a expansão rápida da maxila por meio da rinometria acústica. Ortodon Gaúch. 1999 dez;3(2):85-96.

Hesse KL, Artun J, Joondeph DR, Kennedy DB. Changes in condylar position and occlusion associated with maxillary expansion for correction of functional unilateral posterior crossbite. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1997;111(4):410-8.

Holberg C, Holberg N, Schwenzer K, Wichelhaus A, Rudzki-Janson I. Biomechanical Analysis of Maxillary Expansion in CLP Patients. Angle Orthod. 2007;77(2):280-7.

Iseri H, Tekkaya AE, Oztan O, Bilgic S. Biomechanical effects of rapid maxillary expansion on the craniofacial skeleton, studied by the finite element method. Eur J Orthod. 1998;20(4):347-56.

Janiszewska-Olszowska J. Treatment of crossbite with the quadhelix appliance and lower lingual arch to maintain constant lower intermolar width. Ann Acad Med Stetin. 2003;49:291-302.

Page 78: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

76

Jouette JP. In-office manufacturing of quad helix appliances. J Clin Orthod. 1988 Apr;22(4):239.

Kecik D, Kocadereli I, Saatci I. Evaluation of the treatment changes of functional posterior crossbite in the mixed dentition. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007 Feb;131(2):202-15.

Ladner PT, Muhl ZF. Changes concurrent with orthodontic treatment when maxillary expansion is a primary goal. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1995 Aug;108(2):184-93.

Lai W, Yamazoe K, Ochi K, Hanada K. The clinical application and modification of the quad Helix appliance. Hua Xi Kou Qiang Yi Xue Za Zhi. 2001 Apr;19(2):95-8.

Lamparski DG, Rinchuse DJ, Close JM, Sciote JJ. Comparison of skeletal and dental changes between 2-point and 4-point rapid palatal expanders. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Mar;123(3):321-8.

Linder-Aronson S. Adenoids: their effect on mode of breathing and nasal airflow and their relationship to characteristics of the facial skeleton and the dentition. Acta Otolaryngol Suppl.1970;265:1-132.

Lindner A, Henrikson CO, Odenrick L, Modeer T. Maxillary expansion of unilateral cross-bite in preschool children. Scand J Dent Res. 1986 Oct;94(5):411-8.

Lusvarghi L. Identificando o respirador bucal. Rev Assoc Paul Cir Dent 1999;53(4):265-64.

Machado Junior AJ, Crespo AN. Estudo cefalométrico de alterações induzidas por expansão lenta da maxila em adultos Rev Bras Otorrinolaringol. 2006 mar-abr;72(2):166-72.

Marchioro EM, Martins JCR, Roithmann R, Rizzatto S, Hahn L. Efeito da expansão rápida da maxila na cavidade nasal avaliado por rinometria acústica. Rev Dent Press Ortodon Ortopedi Facial. 2001 jan-fev;6(1):31-8.

Martinelli FL, Couto PS, Ruellas AC. Tree palatal arches used to correct posterior dental cross bites. Angle Orthod. 2006 Nov;76(6):1047-51.

Matta ENR, Machado RBL, Silva PA. Quadrihélice: aspectos dentários da sua utilizaçäo em mordida cruzada posterior funcional. Rev Dent Press Ortodon Ortop Maxilar. 2003 jan-fev;8(1):45-50.

Mazzieiro ET, Henriques JFC, Freitas MR. Estudo cefalométrico, em norma frontal, das alterações dento-esqueléticas após a expansão rápida da maxila. Ortodontia. 1996;29(1):31-42.

Page 79: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

77

McNally MR, Spary DJ, Rock WP. A randomized controlled trial comparing the quadhelix and the expansion arch for the correction of crossbite. J Orthod. 2005 Mar;32(1):29-35.

McNamara Junior JA, Baccetti T, Franchi L, Herberger TA. Rapid maxillary expansion followed by fixed appliances: a long-term evaluation of changes in arch dimensions. Angle Orthod. 2003 Aug;73(4):344-53.

Memikoglu TUT, Iseri H. Effects of a bonded rapid maxillary expansion appliance during orthodontic treatment. Angle Orthod. 1999;69(3):251-6.

Moyers RE. Ortodontia. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1991. p.49-52.

Okamoto M, Takada K, Yasuda Y, Bishara S. Palatally displaced upper lateral incisors: relapse after orthodontic treatment and its correlation with dentoskeletal morphology. Clin Orthod Res. 2000 Nov;3(4):173-81.

Podesser B, Williams S, Crismani AG, Bantleon HP. Evaluation of the effects of rapid maxillary expansion in growing children using computer tomography scanning: a pilot study. Eur J Orthod. 2007 Feb;29(1):37-44.

Proffit WR, Fields HW. Ordotondia comtemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1995. p.83.

Ranta R. Treatment of unilateral posterior crossbite: comparison of the quad-helix and removable plate. ASDC J Dent Child. 1988 Mar-Apr;55(2):102-4.

Reed N, Ghosh J, Nanda RS. Comparison of treatment outcomes with banded and bonded rpe appliances. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1999;116(1):31.

Ricketts RM. Cephalometric synthesis. Am J Orthod. 1960 Sept;46(9):647-73.

Sandikçioglu M, Hazar S, Turkey I. Skeletal and dental changes after maxillary expansion in the mixed dentition. Am J Orthod Dentofac Orthop. 1997;111(3):321-7.

Silva Filho OG, Alves, RM, Capelozza Filho L. Alterações cefalométricas ocorridas na dentadura mista após o uso de um expansor fixo tipo quadrihélice. Ortodontia. 1986;19(1/2):22-3.

Silva Filho OG, Montes LAP, Torelly LF. Rapid maxillary expansion in the deciduous and mixed dentitions evaluated through posteroanterior cephalometric analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1995 Mar;107(3):268-275.

Silva Filho OG, Pinheiro Junior JM, Cavassan AO. Comportamento dos incisivos centrais superiores após a expansão rápida da maxila na dentadura mista: um estudo piloto longitudinal radiográfico. Rev Dent Press Ortodon Ortop Maxilar. 1997;2(1):68-85.

Page 80: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

78

Sonnesen L, Bakke M. Bite force in children with unilateral crossbite before and after orthodontic treatment. A prospective longitudinal study. Eur J Orthod. 2007Feb;29(3):310-3.

Taspinar F, Akgül N, Simşek G, Ozdabak N, Gündogdu C. The histopathological investigation of pulpal tissue following heavy orthopaedic forces produced by rapid maxillary expansion. J Int Med Res. 2003 May-June;31(3):197-201.

Tindlund RS, Rygh P, Boe OE. Intercanine widening and sagittal effect of maxillary transverse expansion in patients with cleft lip and palate during the deciduous and mixed dentitions. Cleft Palate Craniofac J. 1993 Mar;30(2):195-207.

Urbaniak JA, Brantley WA, Pruhs RJ, Zussman RL, Post AC. Effects of appliance size, arch wire diameter, and alloy composition on the in vitro force delivery of the quad-helix appliance. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1988 Oct;94(4):311-6.

Vegh A, Denes Z, Razouk G, Denes J. The development and action-mechanism of the quadhelix in orthodontic treatment. Fogorv Sz. 1999 May;92(5):143-50.

Wallis C, Vasir NS, Waters NE. A simplified method of attachment for the quadhelix and transpalatal arch. Br J Orthod. 1998 Nov;25(4):263-7.

Wedrychowska-Szulc B. Treatment of lateral cross-bite with active plates in conditions of raised dental occlusion and by the quad-helix method. Ann Acad Med Stetin. 1995;41:233-43.

Wichelhaus A, Sander C. Development and biomechanical investigation of a new compound palatal arch. J Roofed Orthop. 2004 Mar;65(2):104-22.

Wilson WL, Wilson RC. CD. Modular 3D lingual appliances. Part 1. Quad helix. J Clin Orthod. 1983 Nov;17(11):761-6.

Yan Y, Jia Y. Clinical study of preoperative orthodontic treatment for patients with cleft lip and palate. Zhonghua Kou Qiang Yi Xue Za Zhi. 2001 Jan;36(1):70-2.

Page 81: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

79

ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITE DE ÉTICA - CEP

São Leopoldo Mandic

Faculdade de Odontologia Centro de Pesquisas Odontológicas

Certificado de Cumprimento de Princípios Éticos 2ª via

C E R T I F I C O que, após analisar o projeto de pesquisa

Título: Alteração Morfométricas em pacientes jovens pós uso do Quadrihélice.

Pesquisador principal: Walter Pinheiro Noronha

Orientador: Marcelo Cavenaghi Pereira da Silva

Data Avaliação: 21/8/2008 Nº Protocolo: 2008/0006

O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade de Odontologia e Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic considerou que o projeto está de acordo com as diretrizes para a proteção do sujeito de pesquisa, estabelecidas pela Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde.

Campinas, SP, Brazil, segunda-feira, 30 de março de 2009

- - - - - - - - - - - - - - - -

CERTIFICATION OF COMPLIANCE WITH ETHICAL PRINCIPLES

I hereby, certify that upon analysis of the Research Project,

Title: Morfometrics alterations in yong patients post Quad-Helix appliance.

Main Researcher(Author): Walter Pinheiro Noronha

Advisor: Marcelo Cavenaghi Pereira da Silva

The Committee of Ethics for Research of São Leopoldo Mandic School of Dentistry and Research Center, has considered the mentioned project to be in accordance to the guidelines of protection to the subject of the research, established by the Regulation number 196/96, from the National Health Council of the Brazilian Health Ministry.

Profa. Dra. Sônia Vieira

Presidente do Comitê de Ética e Pesquisa

Page 82: ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS DA MAXILA EM PACIENTES …livros01.livrosgratis.com.br/cp134486.pdfAGRADECIMENTOS A DEUS fonte de luz e vida. Ao Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira,

80

ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Eu, ____________________________, responsável pelo menor

________________________________________ autorizo a sua participação na

pesquisa que será realizada pelo mestrando WALTER PINHEIRO NORONHA, que

avaliará as alterações do aparelho quadrihélice na maxila, não representando risco à

minha integridade física e moral, além disso, favorecendo a minha saúde. Sei que os

dados colhidos serão utilizados única e tão somente nesta pesquisa. A minha

identidade e privacidade serão mantidas sob sigilo quando da utilização das

informações obtidas. É de meu conhecimento que estou participando como

voluntário, sem receber nenhum ganho financeiro. Fui informado ainda que tenho

total liberdade de recusar a participar ou retirar meu consentimento em qualquer fase

da pesquisa, sem penalização ou prejuízo. Declaro que foi lido e explicado todos os

termos acima expostos e aceito participar deste estudo.

Contato do Pesquisador – Horário 09:00h - 19:00h

Telefones:

Fico desde já, agradecido pela sua colaboração. Atenciosamente,

WALTER PINHEIRO NORONHA – CRO/ 303 –SE

________________________ _________________________

Assinatura do menor Responsável legal

____________,_____ de ________________________ de 2008.