alterações posturais de escolares na faixa etária de 7 a...

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* Mestrando em Gestão Educacional da Universidad Autônoma de Asunción - UAA. 1 Alterações Posturais de Escolares na faixa etária de 7 a 14 anos José Nazareno Abraçado Henriques * Resumo O exercício da docência em Educação Física apontou para a necessidade da realização de um diagnóstico que identificasse a causa de recorrentes deformações posturais manifestadas por estudantes do Ensino Básico. Esta pesquisa teve por objetivo diagnosticar a extensão do problema e a causa do mesmo. Assume como orientação teórica Adams (1985); Cárdia (1998); Grandjean – Hunting (1977); Knoplich (1989); Morin (2000); Mangueira (2004). Orientou-se pela metodologia quantitativa e qualitativa utilizando-se de gráficos, tabelas, figuras e fotografias. O trabalho aponta para a necessidade da Escola rever não apenas sua prática de Educação Física, mas sua própria visão de homem. Palavras-chaves: Alterações posturais; Educação Física; Ergonomia; Reeducação; Escolares. Introdução Este artigo constitui-se em uma parte, reescrita da Dissertação de Mestrado intitulada “Alterações Posturais em alunos de Educação Física de 7 a 14 anos de uma Escola Pública do Município de Castanhal, Estado do Pará, defendida na Universidade Autônoma de Assunção – Paraguai. Teve como foco de trabalho as alterações posturais mais recorrentes entre alunos do Ensino Fundamental, matriculados na escola alvo. A investigação desenvolveu-se dentro da proposta quantitativa e qualitativa tendo como informantes e participantes discentes, docentes, administrativos e outros funcionários, desenvolvida no período de 2005 a 2007. Os resultados apontam para a necessidade de uma reformulação tanto no documento da grade curricular quanto na postura dos profissionais da área da Educação.

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* Mestrando em Gestão Educacional da Universidad Autônoma de Asunción - UAA.

1

Alterações Posturais de Escolares na faixa etária d e

7 a 14 anos

José Nazareno Abraçado Henriques *

Resumo

O exercício da docência em Educação Física apontou para a necessidade da realização de um diagnóstico que identificasse a causa de recorrentes deformações posturais manifestadas por estudantes do Ensino Básico. Esta pesquisa teve por objetivo diagnosticar a extensão do problema e a causa do mesmo. Assume como orientação teórica Adams (1985); Cárdia (1998); Grandjean – Hunting (1977); Knoplich (1989); Morin (2000); Mangueira (2004). Orientou-se pela metodologia quantitativa e qualitativa utilizando-se de gráficos, tabelas, figuras e fotografias. O trabalho aponta para a necessidade da Escola rever não apenas sua prática de Educação Física, mas sua própria visão de homem. Palavras-chaves: Alterações posturais; Educação Física; Ergonomia; Reeducação; Escolares.

Introdução

Este artigo constitui-se em uma parte, reescrita da Dissertação de

Mestrado intitulada “Alterações Posturais em alunos de Educação Física de 7 a

14 anos de uma Escola Pública do Município de Castanhal, Estado do Pará,

defendida na Universidade Autônoma de Assunção – Paraguai.

Teve como foco de trabalho as alterações posturais mais recorrentes

entre alunos do Ensino Fundamental, matriculados na escola alvo. A

investigação desenvolveu-se dentro da proposta quantitativa e qualitativa tendo

como informantes e participantes discentes, docentes, administrativos e outros

funcionários, desenvolvida no período de 2005 a 2007.

Os resultados apontam para a necessidade de uma reformulação tanto

no documento da grade curricular quanto na postura dos profissionais da área

da Educação.

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Tecendo Cenários

Conhecer melhor os problemas posturais mais comuns em crianças e

adolescentes, considerando uma visão de homem e de educação que

proporcione melhor consciência no uso do seu corpo no cotidiano, precisa

tornar-se uma prioridade do Ensino Básico, tendo em vista o bem-estar do

aluno, a melhoria em sua aprendizagem e na sua qualidade de vida.

A minha experiência de 26 anos como professor de Educação Física,

atuando no Ensino Médio e Ensino Superior, leva-me a perceber a grande

incidência de problemas na estrutura física de estudantes que, na minha

compreensão, poderiam ser evitados ou minimizados com uma Educação

Física consolidada nos fundamentos da educação postural. Esta constatação

despertou-me para o interesse de estudar as causas da má postura e as

conseqüências destas adquiridas pelos educandos, no decorrer do ensino

fundamental, nas aulas de formação pedagógica, de Educação Física e do

ensinamento das Modalidades Desportivas. Na Educação Física do Ensino

Fundamental constatei que não existe um respeito à individualidade biológica,

como também não são oferecidos aos alunos, nas aulas de Educação Física,

opções de atividades de acordo com as suas preferências. Esta constatação

nos levou a buscar uma plataforma de trabalho dentro da Educação Física que

venha proporcionar aos educandos uma educação e uma reeducação postural,

como componente de prevenção e correção da postura, que visa conduzir os

seres humanos a um bem-estar no seu cotidiano e a uma vida mais saudável.

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Adotamos a compreensão de que, desde que nascemos, necessitamos

de uma atenção constante com a postura. O que acontece, no entanto, é que,

devido a uma história de vida e de hábitos inadequados, só quando há

ocorrência de alguma disjunção nos segmentos corporais no cotidiano, é que

são procurados os profissionais, não mais para prevenir, e sim para “corrigir”

problemas que não raras vezes trazem seqüelas para a vida inteira. Grande

parte da responsabilidade pelos problemas posturais está na escola, lugar em

que crianças e adolescentes passam um tempo regular relevante durante anos

e onde há uma ausência quanto à conscientização da necessidade de uma

Educação Postural. Entendemos que esta educação, se devidamente oferecida

nos estabelecimentos de ensino, tem a possibilidade de prevenir as doenças

ocasionadas pelos maus posicionamentos corporais no cotidiano.

Percebe-se que a Educação, ainda hoje permeada pelos ideais da razão

é, em grande parte, responsável pela visão distorcida que temos de nossos

próprios corpos, da realidade em que vivemos e do mundo como um todo, o

que tem estreita relação com a dificuldade de expressão, criatividade e de

autonomia nos movimentos dos envolvidos em trabalhos corporais, sejam eles

educadores ou educandos.

Com relação à Educação Corporal, sabemos que as concepções que a

embasam ainda estão impregnadas pelo paradigma cartesiano-newtoniano em

que o corpo é entendido de maneira desconectada da totalidade do ser

humano. É como se o ser humano fosse, na realidade, dividido em partes

distintas, com processos autônomos. Um exemplo que revela esta concepção

são as propostas de atividades físicas nas quais as pessoas são orientadas a

realizar movimentos estritamente mecânicos, repetitivos e copiados, cuja

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realização não exige um processo reflexivo. A especificidade da atividade física

em relação aos objetivos, é um dos pontos a serem questionados, neste

momento em que a Educação Física está progredindo visivelmente, sendo

objeto dos mais sérios estudos. A desvinculação entre corpo e mente, presente

nas propostas conservadoras de Educação Física, é perversa. A concepção

articulada de homem, ou seja, corpo e mente integrada, ainda está longe de

ser a concepção dominante, pautada pela visão de relação que tenha como

pano de fundo a compreensão da sociedade, dos processos educativos e dos

processos produtivos. Apesar desta situação, muitos profissionais já deram os

primeiros passos na direção de rever concepções até então recorrentes.

Concepções da Formação Integral

Ao considerar o corpo como o canal pelo qual se manifestam os

fenômenos (quais sejam: sociais, culturais e psíquicos), e o canal por onde a

sociedade, por meio da educação e da cultura exerce o seu poder, senti

necessidade de tentar compreender esses fenômenos, para poder chegar mais

próximo dos meus alunos e alunas, e assim, promover oportunidades de

vivências de movimentos cada vez mais amplos e capazes de desenvolver as

potencialidades de cada indivíduo.

Quando me refiro ao corpo, estou utilizando a compreensão globalizada

do ser humano que dá base à construção de processos integrados de

desenvolvimento em que a consciência corporal aconteça por meio da

propriocepção1, conceito que pretende explicar processos através dos quais o

indivíduo utiliza o maior número de possibilidades para comunicar e expressar

sua visão particular, sensível, estética e emocional dos outros, do mundo onde

1 Reabilitação dos movimentos utilizados no dia-a-dia.

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se insere, assim como de si mesmo. Esta compreensão remete para uma

vivência do corpo num outro contexto que não fosse o seu cotidiano ou o

contexto desportivo, e sim num contexto artístico, entendido como o que

desenvolve a sensibilidade, o sentido estético, a criatividade e a comunicação

humana.

Analisando o ensino da disciplina de Educação Física através de uma

perspectiva globalizada, busquei realizar uma intervenção em abordagens

pedagógicas desenvolvidas em escolas de Ensino Fundamental, tendo em foco

discutir as causas das alterações posturais dos alunos de Educação Física, na

faixa etária de 7 a 14 anos, no ensino público no município de Castanhal,

Estado do Pará.

No desenvolvimento desta investigação encontrei fundamentação teórica

em vários autores entre os quais destacamos: Adams (1985) que nos

fundamenta a cerca da reeducação; Cárdia (1998) que nos oferece suporte

para entendermos questões da ergonomia; Grandjean – Hunting (1977) que

dedicaram-se ao estudo do mobiliário escolar; Knoplich (1989) que nos embasa

em procedimentos diagnósticos; Morin (2000) sobre a visão integrada de

homem e o conceito de complexidade na Educação que nos apresentam

conceitos e noções importantes. Foi também de grande importância as

pesquisas realizadas por Jorgiana de Oliveira Mangueira (2004), para quem a

Educação Física é uma prática educativa que deve estar inserida de forma

integrada ao projeto pedagógico a que se vincula, determinando-o e sendo por

ele determinada.

Consideramos ainda na construção desta pesquisa o suporte legal que

ampara e orienta a Educação Física escolar. Deste ponto de vista legal,

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necessário se faz citar a Constituição Republicana de 1988 que no seu artigo

208, traz o entendimento da valorização do exame biométrico como forma de

garantir a prevenção e a assistência do educando.

Na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394,

de 20/12/96, § 3º, do artigo 26, temos: “A Educação Física, integrada à

Proposta Político Pedagógica (PPP) da escola, é componente curricular da

Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população

escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos”. Com esta compreensão, este

dispositivo legal deixa bem claro a importância da Educação Física na

Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio).

Ainda na LDB, no inciso IV, do artigo 27, temos que a promoção do

desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais deverão

seguir estas diretrizes, isto é, os conteúdos curriculares da Educação Básica

deverão ser complementados pela Educação Física.

Caminhos Percorridos e Sujeitos Envolvidos

Na objetivação deste trabalho de investigação elegi como procedimentos

a análise da grade curricular da escola, no sentido de situar a Educação Física

no currículo e planejamento anual da Educação Física com o propósito de uma

pesquisa documental.

Este estudo de caso de natureza descritiva realizado segundo

orientações de TELEÑA (1978), adotou como metodologia uma abordagem

quantitativa e qualitativa utilizando-me de gráficos, de figuras e tabelas

tomando por base os dados coletados equalizados pelo método estatístico,

interpretando os referidos dados selecionados pelos aspectos sócio-econômico

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e culturais específicos do público alvo. O instrumento coletador de dados usado

foi o questionário LABES (1998), aplicado aos gestores, professores de

Educação Física, professores de Educação Geral e aos alunos, buscando as

informações necessárias para identificar a percepção dos mesmos, no ensino

fundamental público, quanto ao tema de estudo. Analisamos os livros didáticos

relacionados à Educação Física e à Educação Escolar e a forma de como os

autores trabalham este tema, na medida em que este material predomina na

Educação Física brasileira e que os conteúdos contribuem para formar

conceitos positivos ou negativos sobre os mais diversos temas. Ainda

utilizamos, como referência metodológica, a pesquisa documental VIANNA

(2003), realizada no momento em que analisamos a proposta curricular da

escola de ensino fundamental público e os planejamentos didáticos da

disciplina de Educação Física, desenvolvidos pelos professores de Educação

Física no ano de 2005. Foram ainda realizadas observações e entrevistas,

SZYMANSKY (2002).

As estratégias metodológicas adotadas buscaram acompanhar o objeto

de estudo em diferentes vertentes que possam fluir no resultado de nossa

investigação. Com esta compreensão tomamos como informantes e fontes de

informação o professor, o aluno, gestores, funcionários administrativos, o

material didático, o ambiente sócio-econômico cultural e o contexto

educacional.

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental,

localizada no bairro Pirapora, Município de Castanhal, Estado do Pará, Brasil, e

configurou-se como uma intervenção nas práticas pedagógicas que incidem em

Alterações Posturais de alunos de Educação Física na faixa etária de 7 a 14

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anos. Este é um trabalho de investigação pioneiro na rede pública de ensino do

município, que foi realizado em um momento histórico importante que o

município de Castanhal está vivendo, em se considerando que hoje este

município é uma cidade universitária, visto que estão em sua urbe o Campus

Universitário de Castanhal (UFPA); Universidade Estadual Vale do Acaraú

(UVA); Universidade da Amazônia (UNAMA); Universidade Federal Rural do

Pará (UFRA) e Centro de Treinamento Tecnológico (CETEC). Com o auxílio

das comunicações, em especial da informática, várias pessoas em Castanhal

estão com formação educacional dentro do território brasileiro e no exterior, o

que vem contribuindo para mudanças aceleradas no plano sócio-cultural da

região.

Na escola pesquisada, grande parte dos alunos são oriundos da zona

rural do município de Castanhal e de outros municípios do seu entorno. Esta

situação dá ao grupo pesquisado um caráter de especificidade uma vez que

uma das suas características é a convivência de alunos da zona urbana com

os da zona rural, o que aumenta o leque de alcance da intervenção em termos

diversificados de população e território, entendendo que os profissionais e

alunos atingidos passam funcionar como elementos divulgadores da idéia e

multiplicadores de práticas.

O processo de pesquisa criou uma ambientação que possibilitou a

intervenção do pesquisador nas práticas pedagógicas desenvolvidas diante das

necessidades dos alunos, de acordo com as faixas etárias. No que diz respeito

aos dados quantitativos, o cálculo da amostra baseou-se em 10% do universo

pesquisado. As observações e avaliação física postural para identificar as

prevalências das alterações posturais não-estruturais. Foram avaliados 90

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alunos, metade de cada sexo, selecionados pelo professor de Educação Física.

O instrumento de coleta de dados consistiu em um questionário com perguntas

sobre a situação econômica e social, hábitos do cotidiano e posturais,

incidência de dor, mobília escolar e mais um roteiro para avaliação física

postural. A abordagem qualitativa nos possibilitou a compreensão que os

profissionais da escola tem de sua prática, esta manifestada em seu discurso.

Alguns Resultados e Suas Especificidades

Observou-se que, no sexo feminino, a dor incide na região torácica e é

mais freqüente que no sexo masculino. Com relação aos hábitos de vida diária,

a pesquisa revela que as pessoas do sexo feminino dormem, com mais

freqüência, em cama em relação ao sexo masculino. Outros indicadores de

alterações posturais foram: o sofá é a mobília doméstica mais utilizada para

assistir televisão e o tipo de carteira escolar utilizada é inadequada para o uso

dos alunos. A prevalência das alterações posturais, na coluna vertebral, ao

exame físico postural, foram muito mais expressivas, nos casos de hipercifose,

no sexo masculino que no sexo feminino, seguido da escoliose lombar (desvio

lateral) com maior freqüência no sexo feminino, depois a hipercifose (corcunda)

e a hiperlordose cervical (pescoço em arco). Dentre os casos suspeitos de

alterações posturais aparece, mais frequentemente, em ambos os sexos, a

hipercifose.

A seguir apresentamos uma tabela com os indicadores de alterações

posturais dos escolares:

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Alterações posturais em escolares

REGIÃO DO

CORPO

ALTERAÇÃO POSTURAL

FREQ.MASC. PERC.

MASC. FREQ. FEM.

PERC.

FEM.

Pé / Tornozelo

Plano 02 alunos 4,4% 07 alunas 15,5%

Cavo 34 alunos 75,6% 27 alunas 60%

Normal 09 alunos 20% 11 alunas 24,4%

Valgo 08 alunos 17,7% 21 alunas 46,6%

Varo 36 alunos 80% 24 alunas 53,3%

Normal 01 aluno 2,2% - -

Pelve

Rotação Horária 15 alunos 33,3% 12 alunas 26,6%

Rotação Anti-Horária 30 alunos 66,6% 27 alunas 60%

Normal - - 06 alunas 13,3%

Direito mais baixo 32 alunos 71,1% 27 alunas 60%

Esquerdo mais baixo 12 alunos 26,6% 17 alunas 37,8%

Normal 01 aluno 2,2% 01 aluna 2,2%

Antevertida 16 alunos 35,5% 13 alunas 28,9%

Retrovertida 04 alunos 8,9% 05 alunas 11,1%

Normal 25 alunos 55,5% 27 alunas 60%

Joelho

Geno Varo 06 alunos 13,3% 02 alunas 4,4%

Geno Valgo 15 alunos 33,3% 17 alunas 37,8%

Normal 24 alunos 53,3% 26 alunas 57,7%

Recurvato 17 alunos 37,8% 30 alunas 66,7%

Geno Flexo 19 alunos 42,2% 12 alunas 26,6%

Normal 09 alunos 20% 03 alunas 6,7%

Tórax Ombro direito baixo 25 alunos 55,5% 15 alunas 33,30%

Ombro esquerdo baixo 19 alunos 42,2% 20 alunas 44,40%

Normal 01 aluno 2,2% 10 alunas 22,2%

Coluna

Escoliose Dorsal 20 alunos 44,4% 14 alunas 31,1%

Escoliose Lombar 18 alunos 40% 27 alunas 60%

Escoliose Dorsolombar 07 alunos 15,5% 04 alunas 8,9%

Hiperlordose Cervical 13 alunos 28,9% 18 alunas 40%

Hiperlordose Lombar 16 alunos 35,5% 13 alunas 28,9%

Hipercifose 36 alunos 80% 20 alunas 44,4%

Costa Plana 04 alunos 8,9% 05 alunas 11,1%

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Por meio do cruzamento das informações obtidas ficou demonstrada a

carência de ações voltadas para a Educação Física Postural na prática

pedagógica da Escola em relação à construção do conhecimento dos alunos

do Ensino Fundamental.

Muito embora as informações obtidas nas falas dos coordenadores

pedagógicos acenem com uma visão integrada de aluno, e o reconhecimento

da contribuição da Educação Física Postural como elemento importante no

Ensino Fundamental, a nossa observação assim como a análise dos dados

revelam um discurso desvinculado de sua prática pedagógica.

Considerações Finais

Espera-se, com os resultados da pesquisa, acenar para a necessidade

da construção de uma metodologia adequada às exigências das faixas etárias

dos alunos, para a possibilidade do desenvolvimento de um trabalho

interdisciplinar entre os professores da escola; para a necessidade do resgate

do exame biométrico como prática imprescindível no início do ano letivo; a

ergonomia das mobílias escolares, a antropometria dos alunos, as avaliações

sistemáticas dos escolares para prevenção e encaminhamento para o setor

competente do sistema de saúde. Procedimentos por meio dos quais se

acredita possível uma melhor atuação da prática da Educação Física nas

escolas que venham incidir na melhoria da aprendizagem dos alunos e na sua

qualidade de vida como um todo.

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DOCUMENTÁRIO FOTOGRÁFICO DA PESQUISA

AVALIAÇÃO FÍSICA POSTURAL MASCULINO

FIGURA 01: QUESTIONÁRIO DE ANAMNESE

FIGURA 02: TESTE DE 1 MINUTO FIGURA 03: AVALIAÇÃO POSTERIOR

FIGURA 04: AVALIAÇÃO DE PERFIL FIGURA 05: AVALIAÇÃO DOS PÉS

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AVALIAÇÃO FÍSICA POSTURAL FEMININA

FIGURA 06 – QUESTIONÁRIO DE ANAMNESE

FIGURA 07: PESO E ALTURA FIGURA 08: TESTE DE 1 MINUTO

FIGURA 09: AVALIAÇÃO POSTERIOR FIGURA 10: AVALIAÇÃO DE PERFIL

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