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ESTUDO DO EFEITO DE ÉPOCA E ANO DE NASCIMENTO, SEXO E IDADE
SOBRE O PESO VIVO, AS MEDIDAS E ÍNDICES MORFOMÉTRICOS DE CRIAS
DA RAÇA SANTA INÊS DO NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
ALINE MINEIRO COSTA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO - UENF
CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ
MAIO - 2008
ALINE MINEIRO COSTA
ESTUDO DO EFEITO DE ÉPOCA E ANO DE NASCIMENTO, SEXO E IDADE
SOBRE O PESO VIVO, AS MEDIDAS E ÍNDICES MORFOMÉTRICOS DE CRIAS
DA RAÇA SANTA INÊS DO NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Produção Animal, na Área de Concentração de Melhoramento Animal e Biotecnologia da Reprodução.
ORIENTADOR: Prof ª. Celia Raquel Quirino
Campos dos Goytacazes
2008
ALINE MINEIRO COSTA
ESTUDO DO EFEITO DE ÉPOCA E ANO DE NASCIMENTO, SEXO E IDADE
SOBRE O PESO VIVO, AS MEDIDAS E ÍNDICES MORFOMÉTRICOS DE CRIAS
DA RAÇA SANTA INÊS DO NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Produção Animal, na Área de Concentração de Melhoramento Animal e Biotecnologia da Reprodução.
Aprovada em 15 de Maio de 2008.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Fabio da Costa Henry (Doutor, Medicina Veterinária) – UENF
______________________________________________________________
Prof. Luis Humberto Castillo Estrada (Doutor, Zootecnia) - UENF
_______________________________________________________________
Dr. Ricardo Lopes Dias da Costa (Doutor, Produção Animal) - APTA
_______________________________________________________________
Profª Celia Raquel Quirino (Doutor, Ciência Animal) - UENF
(Orientador)
À
minha querida mãe Joselia Reis Mineiro que abdicou de si mesma para eu ser o
que sou hoje e ao meu pai Cristiano José da Silva Costa que apesar de longe está
sempre do meu lado;
Ao
meu irmão André Mineiro Costa pelo apoio e incentivos para que eu seguisse em
frente e à minha amiga e irmã Edilene Pinheiro de Abreu sem a qual nada disso
seria possível;
À
minha vó Lamia Habib Costa (in memorian) e ao meu avô Manoel Francisco
Mineiro (in memorian) que estão ausentes, porém sinto sua presença, que a minha
saudade os traz de volta, e sei que estejam onde estiverem estão felizes e
orgulhosos por este momento.
DEDICO.
AGRADECIMENTOS
A Deus em primeiro lugar, por estar sempre comigo me encorajando a prosseguir;
Aos meus pais, Cristiano José da Silva Costa e Joselia Reis Mineiro por tudo que
fizeram por mim;
Ao meu irmão, André Mineiro Costa, pelo incentivo e apoio;
À minha amiga e irmã Edilene Pinheiro de Abreu pela compreensão de sempre;
À minha avó e a todos os meus tios e tias simplesmente por acreditarem em mim;
À professora Celia Raquel Quirino, que quando deveria ser simplesmente professora,
foi mestra e amiga, e em sua amizade, compreendeu-me e incentivou-me a seguir o
meu caminho;
Ao Antonio Carlos Aguiar Junior por ter permitido a realização deste estudo e por
demonstrar sempre disposição em colaborar em tudo o que foi preciso;
Aos membros da banca examinadora pela atenção e colaboração;
Aos amigos do Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal pela
convivência agradável e pelo apoio em todos os momentos;
A Jovana, secretária da Pós-graduação, pelo carinho, atenção e eficiência;
A todos os amigos os quais tive a oportunidade de conhecer e conviver na
Universidade Estadual do Norte Fluminense por todas as horas de alegria
proporcionadas;
Aos amigos do trabalho pela compreensão e apoio;
A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro -UENF e ao Centro de
Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), pelo oferecimento desse curso;
Àqueles que, direta ou indiretamente, deram-me apoio, torceram e contribuíram para
a realização desse trabalho.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos de época e ano de
nascimento, sexo e idade sobre o peso vivo, medidas e índices morfométricos e
calcular as correlações entre as diferentes medidas e índices em crias Santa Inês do
nascimento aos 12 meses de idade no norte do Estado do Rio de Janeiro. As
medidas foram obtidas de animais em regime extensivo durante três anos de estudo,
totalizando 2.601 observações. As características estudadas foram: peso vivo (PV),
as medidas de altura de cernelha (AC) e de garupa (AG), perímetro torácico (PT),
comprimento corporal (CC), índice de capacidade corporal (CC1 e CC2), índice
corporal (ICo), corporal lateral (ICoLat), de anamorfose (IAnam), de compacidade
(ICom) e de proporcionalidade (IProp). A análise dos dados demonstrou diferença
significativa (P<0,05) para o efeito de idade em todas as características e índices. O
efeito de sexo não demonstrou diferença (P>0,05) para o índice corporal, o mesmo
acontecendo com efeito de ano (P>0,05) para altura de garupa, sendo, no entanto,
os machos superiores às fêmeas para todas as medidas e peso. As correlações
entre o peso vivo e as medidas morfométricas e as correlações das medidas entre si
foram altas e positivas. Os animais estudados possuem conformação longilínea,
tendendo à brevilínea.
Palavras-chave: peso, medidas e índices morfométricos, correlação, ovino.
ABSTRACT
The objective of this work was to study the effects of time and year of birth,
sex and age on the lively weight, the morphometrics measures and rates and to
calculate the correlations between the different measures and rates in baby animals
Saint Inês of the birth to 12 months of age in the north part of Rio de Janeiro State.
The measures were obtained of animals in extensive regime during three years of
study, totalizing 2.601 observations. The studied characteristics were: lively weight
(PV), the measures of height of cernelha (AC), of rump (AG), of thoracic perimeter
(PT) and of physical length (CC) and the rates of physical capacity (CC1 and CC2),
physical (ICo), physical side (ICoLat), of anamorphous (IAnam), of compactness
(ICom) and of proportionateness (IProp). The analysis of the data demonstrated
significant difference (P <0,05) for the effect of age in all the characteristics and
rates.The effect of sex did not demonstrate difference (P> 0,05) for the physical rate,
the same thing happened with effect of year (P> 0,05) for height of rump, being,
however, the males superior to the females for all the measures and weight. The
correlations between the lively weight and the morphometrics measures and the
correlations of the measures in itself were high and positive. The studied animals
have large resignation, when the short is tending towards.
Keywords: weight, morphometrics measures and rates, correlation, sheep.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Pesos de ovinos Santa Inês em diferentes idades resultantes de trabalhos de pesquisa...................................................... 17
Tabela 2. Médias e respectivos erros padrão de medidas corporais (AC - altura de cernelha; AG - altura de garupa; CC - comprimento corporal; PT - perímetro torácico), em cm, de acordo com a idade dos animais..................................................................................................... 21
Tabela 3. Médias e respectivos erros padrão do peso vivo de ovinos Santa Inês do Norte do Estado do Rio de Janeiro de acordo com o ano de nascimento, sexo e idade................................................................... 44
Tabela 4. Médias e respectivos erros padrão de altura de cernelha (AC), de garupa (AG), comprimento corporal (CC) e perímetro torácico (PT) de ovinos Santa Inês do Norte do Estado do Rio de Janeiro de acordo com o ano de nascimento, sexo e idade..................................... 45
Tabela 5. Médias dos índices corporal, corporal lateral e de capacidade corporal (CC1 e CC2) de ovinos Santa Inês em análise com os dados agrupados por ano, sexo e idade..................................... 48
Tabela 6. Médias e respectivos erros padrão dos Índices de Proporcionalidade, de Anamorfose e de Compacidade de ovinos Santa Inês do Norte do Estado do Rio de Janeiro de acordo com o ano de nascimento, sexo e idade................................................................... 51
Tabela 7. Correlações entre o peso vivo (PV), as alturas de cernelha (AC) e de garupa (AG), o comprimento corporal (CC), o perímetro torácico (PT) e os índices corporal (ICo), corporal lateral (ICoLat), de Anamorfose (IAnam), de compacidade (IComp), de proporcionalidade (IProp) e os de capacidade corporal 1 (CC1) e 2 (CC2)....................................................................................................... 53
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO......................................................................................... 10
2.REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 12
2.1- Peso vivo........................................................................................ 13
2.2- Medidas morfométricas................................................................. 18
2.3- Índices morfométricos................................................................... 24
2.4- Efeitos não genéticos sobre as medidas e índices
morfométricos e o peso vivo................................................................... 29
2.4.1- Época e ano de nascimento..................................................... 29
2.4.2 – Sexo....................................................................................... 31
2.4.3 – Idade....................................................................................... 34
3. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................... 36
3.1- Local de registro dos dados e manejo dos animais.................. 36
3.2- Registro dos dados e animais do experimento......................... 37
3.3- Análise estatística......................................................................... 40
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................. 42
5. CONCLUSÃO......................................................................................... 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 55
10
1. INTRODUÇÃO
A ovinocultura brasileira era considerada uma atividade de categoria inferior
em função de questões socioculturais, porém esta visão preconceituosa está sendo
modificada, segundo MORAIS (2000). Nas últimas décadas, a ovinocultura de corte
brasileira está em ascensão com crescimento da atividade na região Norte e
principalmente nas regiões Sudeste e Centro-oeste, totalizando, conforme dados do
IBGE (2007), 15.588.041 milhões de cabeças no Brasil com 41.468 mil cabeças no
Estado do Rio de Janeiro e 13.644 mil cabeças na região Norte Fluminense.
O Estado do Rio de Janeiro vem apresentando um grande potencial para a
produção de ovinos e na Região Norte Fluminense estão situadas inúmeras
propriedades que se voltaram para esta atividade. No entanto, este crescimento, se
deve mais, ao aumento das áreas exploradas para esta atividade do que,
propriamente, ao aumento da produção (QUIRINO et al, 2004).
Esta ascensão se deve ao fato de que a ovinocultura é uma alternativa ao
pequeno, médio e grande produtor rural, por ser uma espécie que se adapta a tipos
de sistemas de produção diversificados (SIQUEIRA, 1990).
Porém, a produção de carne ovina brasileira não consegue atender a
demanda interna no país, devido à baixa produtividade dos rebanhos. Neste
contexto, MORAIS (2000) afirma que pesquisas que auxiliem o melhoramento das
características de produção dos ovinos, como ganho de peso diário, idade ao abate
e o rendimento de carcaça contribuirão para o desenvolvimento da ovinocultura.
Segundo este mesmo autor, nos últimos anos, houve um incremento do número de
ovinos da raça Santa Inês criados no país.
Contudo, MORAIS (2000) e AZEVEDO et al (2008) relatam que o
melhoramento praticado sobre esta raça ficou restrito à seleção dos animais
baseada principalmente nas suas características morfológicas, ou seja, raciais,
resultando em animais com pobre conformação para a produção da carne, havendo
a necessidade do melhoramento genético desta raça visando a seleção de animais
com base nas suas características produtivas.
O número de trabalhos com o intuito de caracterizar o crescimento de ovinos
vem aumentando nos últimos anos em diversos estados brasileiros, principalmente
no que se refere à raça Santa Inês, sendo, no entanto, ainda escassos no Estado do
11
Rio de Janeiro. AFONSO et al (2007) estudaram o crescimento em fêmeas Santa
Inês nesse Estado e concluíram que o conhecimento das características produtivas
e reprodutivas dos animais são ferramentas importantes a serem utilizadas em
programas de seleção visando a melhoria da produtividade.
Neste sentido, este trabalho teve como objetivo estudar os efeitos de época e
ano de nascimento, sexo e idade de crias da raça Santa Inês sobre as medidas e
índices morfométricos e o peso vivo e calcular as correlações entre as diferentes
medidas e índices.
12
2. REVISÃO DE LITERATURA
Para ARAÚJO et al (1997), CORDEIRO et al (2004) e AZEVEDO et al (2008)
a intensificação da produção da raça Santa Inês se deve ao seu alto valor adaptativo
e reprodutivo, transpondo sua criação do Nordeste para os Estados do Sul e
Sudeste. ARAÚJO et al (1996) acrescentam ainda que esta difusão também é
devida ao seu grande potencial para produção de carne.
Esta raça é caracterizada por apresentar, segundo a Associação Brasileira
dos Criadores de Ovinos Santa Inês – ABSI (2008), dentre outras características, a
região lombar e o peito largos com boa massa muscular; tórax amplo, profundo e
arqueado; ancas musculosas e arredondadas; garupa ampla, comprida e com
inclinação suave; membros fortes, bem posicionados, proporcionais ao corpo e com
boa cobertura muscular nos posteriores; pele escura; pelos curtos com o padrão de
pelagem incluindo o vermelho, preto e branco, inclusive o chitado; e com aptidão
para carne e pele. CORDEIRO et al. (2004) concluem que é um animal rústico que
se destaca, entre as demais raças deslanadas, por apresentar maior velocidade de
crescimento, elevada prolificidade, excelente habilidade materna e precocidade,
devendo-se a isso a sua rápida disseminação nos últimos anos.
Para que se faça o melhoramento desta raça, SOUSA et al (2007)
consideram que a caracterização fenotípica é extremamente importante, desde que
sejam consideradas também as características produtivas como o desempenho, as
medidas morfométricas e os índices zootécnicos de acordo com o sexo e a
categoria. Dessa forma, tem-se a contribuição para o conhecimento da conformação
dos indivíduos de cada grupo genético e o estabelecimento das relações entre
conformação e funcionalidade do animal.
No entanto, a respeito da conformação, se desconhece qual seria o tamanho
corporal adequado a um determinado tipo de ambiente no qual os animais serão
criados, ou seja, um melhor nível de produtividade com o mínimo de alteração no
sistema de produção em função da maior exigência nutricional para a mantença
desses animais, conforme afirmado por COSTA JUNIOR et al (2006).
Existem situações em que são selecionados animais com elevada qualidade
genética; porém esses necessitam de um melhor manejo para expressarem o seu
potencial, e dentre estes alguns são mais sensíveis a diferenças no manejo com
13
fatores ambientais desfavoráveis, afetando mais intensamente a função produtiva do
que a conformação (CAMPELO et al, 2002).
Desta forma, COSTA JUNIOR et al (2006) ao caracterizarem
morfométricamente ovinos Santa Inês no Piauí, concluíram que o desenvolvimento
de raças deslanadas regionais, como a Santa Inês, com o objetivo de melhorar a
eficiência da produção de carne ovina em sistemas de produção locais, ou seja,
adaptados a estruturas produtivas locais, é importante para formar sistemas
realmente sustentáveis através da determinação do tamanho ideal do animal.
Neste sentido, para determinar se o tamanho do animal é o ideal para a
região, CAMPELO et al (2002) afirmam que com a caracterização genética dos
animais, por meio de pesagens e medidas morfométricas, pode-se constatar a
influência do ambiente sobre as medidas lineares dos animais.
Existem vários estudos sobre o crescimento e peso corporal dos ovinos
Santa Inês de diferentes regiões do Brasil (ARAÚJO et al, 1996; ARAÚJO et al,
1997; MC MANUS e MIRANDA, 1997; SILVA e ARAÚJO, 2000; SANTANA et al,
2001; QUESADA et al, 2002; CAMPELO et al, 2002; CORDEIRO et al, 2004;
SANTANA et al, 2004a,b,c; CARNEIRO et al, 2006; FERRAZ et al, 2004; COSTA
JUNIOR et al, 2006; ALVES et al, 2006; MORAIS et al, 2006; SOUSA et al, 2006;
SOUSA et al, 2007; SANTANA e ANDRADE, 2008).
2.1 – Peso vivo
O peso vivo é uma importante medida que pode ser utilizada para avaliar o
desempenho dos animais em diferentes idades e compará-los com seus
contemporâneos (SOUSA et al, 2006).
Para PEREIRA (2004), o crescimento é medido pelos pesos e ganhos de
peso, que resultam das mudanças de forma, composição do organismo e do
aumento da massa corporal, sendo determinado pelo genótipo e ambiente.
Desta forma, devido o peso vivo ter maiores influências temporais e de
ambiente do que as medidas de comprimento corporal, altura de cernelha e de
garupa e perímetro torácico, estas têm sido mais utilizadas para avaliar o
14
desempenho dos animais, e para estabelecer biótipos ao definir a estrutura corporal
(SOUSA et al, 2006).
ARAÚJO et al (1996) estudaram um rebanho de ovinos Santa Inês no Ceará,
em regime semi-intensivo até a desmama aos 84 dias de idade e extensivo até os 11
meses de idade, e relataram os seguintes pesos dos cordeiros de 3-5 meses, 6-8
meses e 9-11 meses de idade de 16,30 ± 0,50, 19,61 ± 0,48, 21,26 ± 0,45 kg,
respectivamente em fêmeas, e 17,80 ± 0,95, 22,86 ± 0,80, 35,07 ± 0,94 kg,
respectivamente em machos.
Em outro estudo, as médias de peso ao nascer, aos 3, 6 e 12 meses de idade
em ovinos Santa Inês criados extensivamente no Distrito Federal foram de,
respectivamente, 3,55 ± 0,71; 13,95 ± 3,07; 17,34 ± 5,07 e 27,43 ± 6,88 kg
(MCMANUS e MIRANDA, 1997).
LOBO et al (1997) analisando o peso vivo de ovinos machos da raça Morada
Nova, criados extensivamente no Ceará, aos 112, 210 e 365 dias de idade
observaram as respectivas médias de peso: 9,72 ± 0,77 kg, 13,17 ± 1,00 kg e 19,78
± 0,84 kg.
Em ovinos Bergamácia em sistema extensivo e semi-intensivo de produção
no Distrito Federal, MCMANUS e MIRANDA (2000) reportaram pesos médios de
3,88 ± 0,96 e 3,06 ± 0,89 kg; 17,02 ± 4,96 e 15,98 ± 4,59 kg; 24,25 ± 6,18 e 22,32 ±
5,30 kg; 35,65 ± 10,05 e 31,11 ± 6,00 kg, ao nascer, aos 3, 6 e 12 meses de idade
para machos e fêmeas, respectivamente.
No Ceará, SANTANA et al. (2001) relatam média de peso vivo em ovinos
machos da raça Santa Inês, criados extensivamente, aos 56, 84 e 112 dias de idade
de 10,22 ± 2,20, 14,00 ± 2,69, 18,00 ± 3,27 kg, respectivamente.
Em outro estudo sobre os efeitos de ambiente nas características de
crescimento de cordeiros da raça Morada Nova em sistema extensivo, também no
Estado do Ceará, do nascimento a 1 ano de idade, FERNANDES et al. (2001) citam
as seguintes médias para o peso vivo ao nascimento, ao desmame (112 dias), aos 6
meses e aos 12 meses de idade: 2,21 ± 0,01; 10,93 ± 0,09; 12,80 ± 0,11; e 18,60 ±
0,20 kg, respectivamente.
CAMPELO et al (2002) constataram, em ovinos Santa Inês criados
intensivamente no Piauí, as médias de peso até os 7 meses e entre os 7 e 12 meses
de idade, de 50,58 ± 5,49 kg e 63,33 ± 11,25 kg em machos e 40,06 ± 5,08 kg e
53,04 ± 8,47 kg em fêmeas, respectivamente.
15
Na mesma raça, QUESADA et al. (2002) observaram no Distrito Federal em
criação extensiva as médias de peso ao nascer, 30, 120 e 210 dias de idade, de
3,07 ± 0,02; 8,01 ± 0,14; 20,10 ± 0,35 e 29,84 ± 0,53 kg, respectivamente.
SOUSA (2002) também relata pesos para ovinos da raça Santa Inês criados
extensivamente de 40 a 60 kg para fêmeas adultas e afirma que os machos podem
atingir um peso de aproximadamente 130 kg. Nesse trabalho este autor cita um
estudo realizado pelo Centro Nacional de Pesquisa em Caprinos – EMBRAPA, em
1993, em que foram obtidos para ovinos da raça Santa Inês de pelagem preta as
seguintes médias de 3,53 ± 0,10; 10,52 ± 0,45; 15,31 ± 0,70 e 19,20 ± 0,57 kg, para
peso ao nascer, aos 56, 112, e 196 dias de idade, respectivamente. Nesta mesma
raça, porém de pelagem vermelha, as médias encontradas foram de 3,33 ± 0,08;
11,64 ± 0,19; 16,93 ± 0,26 e 20,50 ± 0,44 kg para peso ao nascer, aos 56, 112, e
196 dias de idade. Este autor concluiu que estas medidas de peso foram muito
baixas devido ao sistema de criação ser basicamente extensivo.
O tipo de manejo exerce grande influência sobre o peso vivo dos animais
como constatado por FERRAZ et al. (2004) analisando ovinos Santa Inês em
Sergipe e na Bahia, sendo observadas as médias de peso de 4,04 ± 0,87 kg ao
nascer; 14,85± 3,73kg aos 60 dias; 32,22 ± 10,92kg aos 180 dias e 36,41 ± 11,61kg
aos 270 dias de idade.
CORDEIRO et al (2004) citam as médias de 3,26 ± 0,07 kg para peso ao
nascer com amplitude de 1,5 a 4,5 kg, em ovinos Santa Inês em sistema semi-
intensivo em Alagoas. Estes autores observaram que ao estudarem o efeito de tipo
de parto, aqueles que nasciam de parto simples eram mais pesados.
O mesmo foi constatado, anteriormente, por COSTA (2003) supondo este
autor que isto se deve em parte à inexistência de competição nutricional entre as
crias de parto simples. E as médias de peso ao nascer observadas foram de 4,40 ±
0,5, 3,47 ± 0,5 e 3,67 ± 0,6kg para animais nascidos de parto simples, duplo e triplo,
respectivamente.
ATTA e EL KHIDIR (2004) relatam para ovinos Nilotic do Sudão, em sistema
intensivo de produção, as médias para peso de 2,5 kg e 2,3 kg ao nascer; 8,9 kg e
8,6 kg aos 2 meses; 13,0 kg e 11,6 kg aos 3 meses; 17,4 kg e 13,9 kg aos 4 meses;
e 27,4 kg e 18,8 kg aos 6 meses de idade, para machos e fêmeas, respectivamente.
Para fêmeas de 8 meses de idade foi observada a média de 22,7 kg.
16
Em um estudo realizado em ovinos Santa Inês na Bahia, em sistema
extensivo de produção, CARNEIRO et al (2006) encontraram as médias de 4,2; 8,8;
11,2; 12,9; 14,2; 15,4 e 17,5 kg para peso ao nascer, peso aos 30, 60, 90, 120, 150
e aos 180 dias de idade, respectivamente. Estes autores concluíram que a taxa de
crescimento no primeiro mês de idade foi satisfatória; porém seguida de redução no
incremento de peso nos meses seguintes, o que provavelmente ocorreu devido à
baixa qualidade nas pastagens durante o período do estudo.
O peso vivo e morfometria corporal em ovinos da raça Santa Inês no Piauí, foi
estudado por COSTA JUNIOR et al (2006) em machos e fêmeas em diferentes
idades. Observaram que o peso vivo mostrou-se mais influenciado pelos efeitos
considerados nas análises (sexo, região e nível de tecnologia) do que as demais
medidas morfométricas (altura na cernelha e na garupa, comprimento corporal e de
garupa, perímetro torácico) e dois índices indicadores de capacidade corporal. Os
autores concluíram que o peso vivo seria o menos recomendado para projetar o
tamanho do animal na região avaliada. Estes autores obtiveram as médias de 41,7 ±
14,1 e 39,0 ± 12,7 kg para machos e fêmeas da classe de idade dente de leite (do
nascimento a 1 ano de idade), respectivamente. Nesta idade a variação de pesos
nos machos foi de 30,4 a 59,9 kg nos níveis de baixa e alta tecnologia de criação,
respectivamente, enquanto que nas fêmeas esta variação foi menor, de 27,4 a 49,4
kg, evidenciando o efeito do manejo e do sexo sobre o peso dos animais.
A Tabela 1 foi adaptada do trabalho de MORAIS, LOBO e SOUZA (2006), a
mesma apresenta uma revisão de trabalhos em relação a pesos a diferentes idades
em ovinos Santa Inês. Pode-se observar que para uma mesma idade, os diferentes
autores acharam diferentes pesos e isto se deveria possivelmente a que os animais
provêm de experimentos realizados em diferentes regiões/estados, com condições
ambientais diferentes, com manejos diversos e também por diferenças nas linhagens
genéticas dos progenitores.
17
Tabela 1 - Pesos de ovinos Santa Inês em diferentes idades resultantes de trabalhos de pesquisa.
Característica Média Fonte
Peso ao nascer (kg)
3,49
3,55
3,22
3,07
3,25
3,40
3,77
SILVA et al. (1995)
MCMANUS e MIRANDA (1997)
GIRÃO et al. (1999)
QUESADA et al. (2002)
SOUSA (2000)
LÚCIO FILHO (2003)
PEDREIRA (1987)
Peso aos 30 dias (kg) 8,01
8,60
QUESADA et al. (2002)
LÚCIO FILHO (2003)
Peso aos 84 dias (kg)
10,57
13,51
14,61
FIGUEIREDO et al. (1991)
BARBIERI et al. (1991)
SILVA et al. (1995)
Peso aos 3 meses (kg) 13,95
17,70
MCMANUS e MIRANDA (1997)
LÚCIO FILHO (2003)
Peso aos 112 dias (kg)
14,36
16,09
14,30 a 20,00
BARBIERI et al. (1991)
SILVA et al. (1995)
SILVA & ARAÚJO (2000)
Peso aos 4 meses (kg)
20,10
26,10
22,80
QUESADA et al. (2002)
LÚCIO FILHO (2003)
PEDREIRA 1987
Peso aos 6 meses (kg) 17,34
31,00
MCMANUS e MIRANDA (1997)
LÚCIO FILHO (2003)
Peso aos 196 dias (kg) 28,50 PEDREIRA 1987
Peso aos 7 meses (kg) 29,84 QUESADA et al. (2002)
Peso aos 8 meses (kg) 34,40 LIMA et al. (1991)
Peso aos 12 meses(kg) 27,43 MCMANUS e MIRANDA (1997)
Adaptado de MORAIS, LOBO e SOUZA (2006)
18
SOUSA et al (2007) ao estudarem ovinos Santa Inês criados intensivamente
na Paraíba observaram a média de 17,63 Kg de peso para os animais com 100 dias
de idade.
Em ovinos mestiços Santa Inês em regime semi-intensivo no Ceará, SILVA e
ARAÚJO (2000) observaram altas herdabilidades e correlações genéticas entre os
pesos ao nascer, aos 56, aos 84 e 112 dias de idade, sugerindo que a seleção em
qualquer uma destas características pode promover mudanças nas demais.
2.2 –Medidas morfométricas
O estudo do tamanho dos animais é um aspecto muito discutido (WINKLER,
1993), quando a sua avaliação se baseia no peso vivo dos animais, o qual sofre
grandes influências do ambiente e variações periódicas conforme o nível nutricional,
sendo, portanto, uma característica contraditória. Por este motivo WINKLER (1993) e
FELIPE et al (2005) concluem que as mensurações de medidas corporais lineares
como por exemplo, perímetro torácico, alturas de cernelha e de garupa e
comprimento corporal, possuem maior precisão e confiabilidade para se determinar
o tamanho dos animais.
CAMPELO et al (2002) e SANTANA et al (2008) afirmam ainda que, estas
mensurações têm sido utilizadas amplamente como indicadoras do peso vivo e de
rendimento de carcaça, podendo ser utilizadas como critérios de seleção a partir do
conhecimento da correlação entre estas e o peso vivo, buscando-se respostas
correlacionadas entre as características.
De modo semelhante, NOLASCO (2005) conclui que a avaliação
morfométrica é indispensável para iniciar um processo de seleção e melhoramento
genético em ovinos. As mensurações corporais, como a altura de cernelha,
comprimento corporal e perímetro torácico possuem alta herdabilidade (PEIXOTO,
1989), o que permite, com eficiência, a utilização destas características no processo
de seleção.
As medidas morfométricas auxiliam a seleção de animais com melhor mérito
genético por apresentar uma determinação mais precisa das relações entre as
19
diferentes partes do corpo, definindo a harmonia do conjunto fenotípico em termos
de musculatura, profundidade, altura, longitude, aprumos, peso entre outros (FELIPE
et al, 2005), podendo, estas medidas, também serem utilizadas para a definição
racial e de biotipos.
Por outro lado, SANTANA et al. (2004a) afirmam ainda que, as medidas
morfométricas podem ser utilizadas para definir o porte e a aptidão de um
determinado grupo genético. Desta forma, SANTANA e ANDRADE (2008)
acrescentam que, estas medidas são importantes para o estabelecimento dos
padrões raciais da Santa Inês, tanto para os animais de elite quanto para os animais
de produção, que necessitam ter um bom rendimento de carcaça e cuja aptidão está
relacionada às medidas corporais.
No entanto, NOLASCO (2005) relata que ao considerar as medidas realizadas
nos animais a campo, estas deveriam compreender poucas características, serem
de fácil obtenção e de baixo custo. Este autor comenta que têm sido utilizadas as
medidas mais relacionadas com a conformação, como a altura de cernelha, a altura
de garupa, o perímetro torácico, além da obtenção da idade e do peso vivo do
animal.
Segundo FELIPE et al. (2005), no processo de crescimento, as diferentes
partes do corpo crescem em velocidades diferentes. A ordem de amadurecimento
dos componentes corporais é: nervos, esqueleto, músculo e gordura. Desta forma,
as mudanças nas condições nutricionais e ambientais afetam principalmente a
gordura e os músculos, nesta ordem. Portanto, em condições de escassez de
alimentos, as medidas morfométricas são mais confiáveis para avaliar esse
crescimento porque estão relacionadas ao desenvolvimento do esqueleto.
Neste sentido, SOUSA et al (2006) ressaltam que as medidas que dependem
da ossatura como, por exemplo, as alturas, são menos sujeitas as variações da
condição corporal dos indivíduos que é influenciada pelo estado nutricional, de
saúde e das condições ambientais.
No estudo realizado por COSTA JUNIOR et al (2006), esta influência se
tornou bem evidente quando foram avaliados o peso corporal e as medidas
morfométricas de ovinos Santa Inês criados extensivamente e intensivamente no
Piauí, sendo possível observar que o peso vivo apresentou maior coeficiente de
variação (21,77%). As medidas morfométricas (altura de cernelha, altura de garupa,
perímetro torácico e comprimento corporal) apresentaram valores do coeficiente de
20
variação inferiores a 9%, concluindo então que, dentre as características avaliadas o
peso vivo apresentou maior influência dos tipos de sistemas de produção avaliados.
Estes autores observaram ainda que havia uma variação proporcional entre as
características morfométricas, concluindo que realmente existe uma correlação entre
essas medidas em ovinos.
Outro fator importante observado por COSTA JUNIOR et al (2006) foi que a
partir de uma determinada idade o crescimento ósseo cessa em função da
maturação esquelética e a medida de comprimento corporal tende a se estabilizar.
Porém, o peso vivo e o perímetro torácico tendem a aumentar simultaneamente por
mais tempo em função da deposição de gordura e músculo.
Conforme foi também constatado por CAMPELO et al (2002) em ovinos Santa
Inês, criados intensivamente no Piauí, que a partir de um ano de idade o peso vivo e
o perímetro torácico mostraram-se mais variáveis que as demais características
avaliadas (comprimento corporal, altura de cernelha e de garupa), atribuindo ao
efeito de manejo nutricional a que foram submetidos os animais, principalmente
naqueles com elevada deposição de gordura.
SANTANA et al (2001) também evidenciaram alto coeficiente de variação
para o peso vivo em ovinos jovens Santa Inês criados extensivamente no Ceará,
mostrando ser a característica mais influenciada pelo ambiente quando comparada
as medidas morfométricas que foram avaliadas (perímetro torácico, comprimento
corporal, altura de cernelha e de garupa).
Ao analisarem o efeito do nível de energia da dieta sobre o escore corporal e
as medidas morfométricas em ovinos Santa Inês na Paraíba, SOUSA et al (2007)
verificaram que o nível de energia acarretou mudanças no escore corporal, mas não
afetou as medidas de altura de cernelha e de garupa, comprimento corporal e
perímetro torácico.
São poucos os trabalhos relatados na literatura nacional apresentando as
médias das medidas morfométricas de ovinos.
ARAÚJO et al. (1996) estudaram as medidas corporais de borregos Santa
Inês dos 84 dias, quando ocorreu o desmame, aos 11 meses de idade, em regime
semi-intensivo somente até o desmame, que são apresentadas na Tabela 2.
21
Tabela 2. Médias e respectivos erros padrão de medidas corporais (AC - altura de cernelha; AG -altura de garupa; CC - comprimento corporal; PT - perímetro torácico), em cm, de acordo com a idade dos animais.
Fêmeas Machos
3-5 meses 6-8 meses
9-11
meses 3-5 meses 6-8 meses
9-11
meses
AC 52,15±0,48 55,56±0,46 57,55±0,43 54,62±0,66 58,25±0,55 63,82±0,64
AG 52,97±0,46 55,71±0,45 58,96±0,42 55,23±0,70 58,43±0,59 64,73±0,69
CC 50,38±0,53 53,55±0,50 55,10±0,48 53,27±0,81 56,11±0,68 64,92±0,79
PT 60,70±0,63 66,34±0,61 67,44±0,57 61,13±0,89 69,28±0,57 77,74±0,87
Fonte: ARAÚJO et al. (1996).
Ao analisarem as características de crescimento de ovinos machos da raça
Morada Nova criados extensivamente no Ceará aos 112, 210 e 365 dias de idade,
LOBO et al (1997) encontraram as médias de 9,72 ± 0,77, 13,17 ± 1,00 e 19,78 ±
0,84 cm para perímetro torácico; 43,69 ± 1,65, 50,95 ± 0,99, 56,56 ± 0,65 cm para
comprimento corporal e 46,98 ± 1,66, 53,80 ± 1,09, 59,93 ± 0,64 cm para altura de
cernelha, respectivamente.
Em ovinos machos da raça Santa Inês, no Ceará, em regime extensivo
SANTANA et al. (2001) observaram as médias de 48,92 ± 4,05, 53,37 ± 3,90 e 61,68
± 3,29 cm para perímetro torácico; 48,32 ± 4,34, 53,48 ± 3,82 e 57,98 ± 3,46 cm para
comprimento corporal e 47,53 ± 3,46, 52,22 ± 3,07 e 53,96 ±2,85 cm para altura de
cernelha aos 56, 84 e 112 dias de idade, respectivamente. Para altura de garupa
foram encontradas as médias de 52,61 ± 3,82 e 53,94 ± 2,81 cm aos 84 e 112 dias
de idade.
Na raça Santa Inês em regime intensivo, CAMPELO et al (2002) relataram as
médias, em machos, de 83,63 cm e 95,00 cm para perímetro torácico, 74,77 cm e
80,48 cm para comprimento do corpo, 67,58 cm e 72,48 cm para altura de cernelha
e 68,27 cm e 73,28 cm para altura de garupa nas idades de até 7 meses e de 7 a 12
meses de idade, respectivamente. Nas fêmeas foram encontradas as médias de
81,09 cm e 91,80 cm para perímetro torácico, 68,66 cm e 74,75 cm para
comprimento do corpo, 63,75 cm e 67,80 cm para altura de cernelha e 64,91 cm e
22
69,35 cm para altura de garupa, nas idades de até 7 meses e de 7 a 12 meses de
idade, respectivamente.
No Piauí, em ovinos Santa Inês criados intensivamente e extensivamente as
médias de 70,4 ± 6,5 e 69,4 ± 6,1; 70,3 ± 6,7 e 69,7 ± 6,6; 69,4 ± 6,7 e 69,4 ± 6,3;
80,7 ± 9,12 e 79,4 ± 8,5cm para as medidas de altura de cernelha, altura de garupa,
comprimento corporal e perímetro torácico em machos e fêmeas, respectivamente,
para a classe de idade de dente de leite, foram observadas por COSTA JUNIOR et
al (2006). Quando estes autores analisaram estas medidas, considerando somente o
nível baixo de tecnologia (extensivo), estas médias reduziram para 69,1 ± 4,8 e 65,8
± 4,8; 68,1 ± 4,7 e 65,8 ± 6,1; 67,2 ± 6,0 e 65,3 ± 5,2; 74,5 ± 8,5 e 70,0 ± 8,9cm para
machos e fêmeas, respectivamente.
SOUSA et al (2007) ao estudarem ovinos Santa Inês na Paraíba, a serem
abatidos com peso em torno dos 30 Kg e criados intensivamente, observaram as
médias de 58,83; 61,00; 55,38; e 69,92cm para altura de cernelha; altura de garupa,
comprimento corporal; e perímetro torácico, respectivamente.
Vários trabalhos mencionam que o tamanho dos ovinos pode ser estudado
através de mensurações corporais lineares e que estas medidas apresentam
correlação entre si e com o peso vivo, possibilitando a utilização destas para estimar
o peso dos animais.
Para SANTANA e ANDRADE (2008) o conhecimento da correlação entre as
medidas zootécnicas e o peso vivo são muito importantes para o estabelecimento
dos critérios de seleção e produção.
E segundo LUCHIARI FILHO (2000), as medidas mais utilizadas e que
possuem maior correlação com o peso vivo são o perímetro torácico, comprimento
corporal e altura de garupa.
Conforme observado por ARAÚJO et al (1997) em borregos Santa Inês,
reportando altos coeficientes de correlação do peso vivo e a altura de cernelha, a
altura de garupa, o comprimento corporal e o perímetro torácico de,
respectivamente, 0,89; 0,88; 0,93 e 0,90. Estes pesquisadores verificaram que
dentre as medidas estudadas, o comprimento corporal e o perímetro torácico foram
responsáveis juntamente por 90 % da variação no peso e, quando isoladas,
corresponderam a 87% desta variação. A altura de cernelha e a altura de garupa
responderam a 80% da variação total no peso, isoladamente. Portanto, concluíram
que as medidas morfométricas podem predizer o peso vivo em ovinos Santa Inês e
23
que o comprimento corporal e o perímetro torácico foram as medidas corporais mais
correlacionadas ao peso.
Da mesma forma, SANTANA et al (2001) encontraram para machos ovinos da
raça Santa Inês no Ceará em regime extensivo, altas correlações do peso vivo com
perímetro torácico, comprimento corporal e altura de cernelha, às diferentes idades,
de 0,85, 0,75 e 0,70 aos 56 dias; 0,90, 0,85 e 0,66 aos 84 dias e 0,80, 0,87 e 0,79
aos 112 dias de idade, respectivamente. Para correlação entre peso vivo e altura de
garupa observaram 0,70 e 0,72 aos 84 dias e 112 dias de idade, respectivamente.
As correlações mais altas foram encontradas entre o peso vivo e as medidas de
perímetro torácico e de comprimento corporal, concluindo que estão altamente
correlacionadas.
CAMPELO et al (2002) também constataram, em ovinos Santa Inês criados
intensivamente no Piauí, correlações positivas e significativas das características de
peso vivo e o comprimento corporal, da altura de cernelha, a de garupa e do
perímetro torácico e também entre estas medidas. A maior correlação observada foi
entre a altura de cernelha e a de garupa (0,90), seguido pela do peso vivo e o
perímetro torácico (0,86).
Em outras raças isto também foi evidenciado, como em ovinos machos Nilotic
no Sul do Sudão por ATTA e EL KHIDIR (2004), que observaram uma correlação
altamente significativa entre o peso vivo e o comprimento corporal (0,95). Para o
mesmo foi observado em fêmeas, citando a correlação de 0,96 para o peso vivo e o
comprimento corporal. Estes autores concluíram que o peso vivo poderia ser
estimado em machos e fêmeas a partir da mensuração desta medida.
E também em ovinos Pelibuey maiores de um ano de idade, de ambos os
sexos, no México, por ROMUALDO et al (2004) que verificaram maiores correlações
em machos do que em fêmeas dentre as características estudadas, isto é, 0,83 entre
o peso vivo e perímetro torácico em machos e 0,70 em fêmeas. O coeficiente de
maior correlação encontrado foi entre a altura de cernelha e a altura de garupa, 0,92
em machos e 0,87 em fêmeas.
Assim como, FELIPE et al. (2005) estudando as medidas morfométricas em
ovinos Blackbelly, de 1 a 4 anos de idade, encontraram correlações positivas e
significativas entre as mesmas de 0,77 e 0,82 para a correlação entre peso vivo e
perímetro torácico em machos e fêmeas, respectivamente. Para peso e altura de
cernelha as correlações foram de 0,70 para macho e 0,60 para fêmea.
24
Em ovinos Santa Inês, no Piauí, foram relatadas correlações positivas e
elevadas entre o peso e as medidas morfométricas (altura de cernelha, altura de
garupa, comprimento corporal, comprimento de garupa e perímetro torácico) e entre
estas medidas, indicando a possibilidade de respostas correlacionadas se usadas
em programa de seleção da raça (COSTA JUNIOR et al, 2006).
Correlações altas e significativas entre o peso vivo e perímetro torácico foram
observadas em ovinos machos Santa Inês de 4 a 48 meses de idade, criados em
rebanhos da região Nordeste em sistemas intensivo e semi-intensivo, principalmente
em animais de 6 a 7 meses de idade (SOUSA et al, 2006). No caso das fêmeas,
deste mesmo estudo, somente foi observado correlações significativas entre o peso
vivo e altura de garupa naquelas de 4 a 36 meses de idade.
SANTANA e ANDRADE (2008) relatam para ovinos machos da raça Santa
Inês no Ceará, criados em regime extensivo, uma alta correlação entre o peso vivo e
o perímetro torácico, o comprimento corporal, a altura de cernelha e altura de garupa
às idades de 56 dias (0,87; 0,78; 0,69, respectivamente), 84 dias (0,90; 0,81; 0,74;
0,70, respectivamente), 112 dias (0,80; 0,77; 0,79; 0,72, respectivamente), e 200
dias (0,90; 0,76; 0,58; 0,65, respectivamente). Estes autores concluem que até estas
idades o ganho nas medidas corpóreas estava atrelado ao ganho de peso do animal
e que, a partir desta idade houve uma redução desse coeficiente de correlação entre
todas as medidas. As maiores correlações encontradas foram entre o peso vivo e o
perímetro torácico e o comprimento corporal.
2.3 –Índices morfométricos
A relação entre as medidas morfométricas permite a estimativa de alguns
índices, chamados de índices zoométricos, que são utilizados para avaliar o
desenvolvimento e a aptidão dos animais, além de identificar as características
morfométricas a serem melhoradas e os animais que são geneticamente superiores.
(NOLASCO, 2005 e FELIPE et al, 2005).
A utilização de índices corporais em eqüinos para determinar a aptidão dos
animais é comum, conforme relatado por CAMPELO et al (2002), devendo ser
25
estudados também em ovinos a fim de serem utilizados em programas de
melhoramento.
A capacidade corporal é uma medida que indica a habilidade de se acumular
músculo na carcaça e é importante porque permite estimar ou classificar os animais
quanto ao potencial de desenvolvimento corporal (SOUSA et al, 2007).
COSTA JUNIOR et al (2006) salientam que pelo fato de a conformação
corporal ser definida pelas relações entre a altura e o comprimento e a profundidade
do corpo, a caracterização da melhor conformação de animais da raça Santa Inês
torna importante a identificação de um índice de capacidade corporal que pudesse
ser utilizado como um critério de seleção.
Sendo assim, os animais longilíneos, conhecidos como “pernaltas”, seriam
aqueles altos e compridos e os brevilíneos, ditos “compactos”, os baixos e curtos,
conformação esta predominante e desejada nos animais com aptidão para corte.
Segundo estes mesmos autores e SOUSA et al (2007), a capacidade corporal
pode ser avaliada através de dois indicadores: a capacidade corporal 1 (CC1), que
corresponde ao quociente entre o peso (kg) e o comprimento corporal (cm) do
animal; e a capacidade corporal 2 (CC2), correspondente ao quociente entre o peso
(kg) e o perímetro torácico (cm) do animal. O CC1 avalia o desenvolvimento
corporal, enquanto que o CC2 indica a habilidade de se acumular gordura na
carcaça.
Portanto, COSTA JUNIOR et al (2006) afirmam que valores de CC1
superiores à unidade evidenciam acúmulo de gordura e valores próximos a 0,5
indicam conformação longilínea.
Segundo ALVAREZ et al (2000a,b), PARÉS I CASANOVA E PERE-MIQUEL
(2007) e MERNIES et al (2007), os índices morfométricos podem ser classificados
em índices etnológicos relacionados às características raciais e os índices funcionais
relacionados à aptidão produtiva. Dentre os índices etnológicos está o índice
corporal que corresponde à relação entre o comprimento corporal e o perímetro
torácico multiplicado por 100, e dentre os índices produtivos está o índice corporal
lateral que corresponde à relação entre a altura de cernelha e o comprimento
corporal multiplicado por 100, este último índice indica a aptidão dos animais para
corte.
MCMANUS et al (2001) e CAMPELO et al (2002) também estudaram os
índices corporal e corporal lateral, no entanto com uma diferença no cálculo destes
26
dois índices. Estes autores utilizaram a fórmula em que o numerador não é
multiplicado por 100 e citaram a seguinte classificação para o índice corporal:
quando superior a 0,90, indica animal longilíneo (longo); entre 0,85 e 0,90, animal
mediolíneo (médio) e inferior a 0,85, animal brevilíneo (curto).
Com relação ao índice corporal lateral, CAMPELO et al (2002) consideram
que ao seu menor valor, inferior a unidade, o animal se aproxima a um retângulo, ou
seja, consiste na forma predominante dos animais com maior aptidão para corte e
quando maiores que a unidade indicam que os animais apresentam membros longos
(pernaltas).
PARÉS I CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007) citam outros índices como:
índice de anamorfose, de compacidade e de proporcionalidade corporal. O índice de
anamorfose consiste na relação entre a medida do perímetro torácico ao quadrado
sobre o perímetro torácico. O índice de compacidade (peso relativo) corresponde à
relação entre o peso vivo e a altura de cernelha multiplicado por 100. O índice de
proporcionalidade corporal consiste na relação entre os indices de compacidade e o
corporal multiplicado por 100. Estes mesmos autores relatam que quando os
valores dos índices apresentam diferenças significativas isto se deve a que existem
também diferenças significativas de uma ou duas variáveis que intervém na sua
obtenção.
O índice de compacidade e o de proporcionalidade corporal avaliam o quanto
os animais são compactos e o de anamorfose a habilidade de se acumular gordura
corpórea.
TORRES e JARDIM (1992) afirmam que os índices quando são utilizados
isoladamente não são suficientes para avaliação de um animal, no entanto são
considerados importantes como critérios de seleção.
São poucos os trabalhos na literatura que relatam sobre as médias dos
índices morfométricos em ovinos Santa Inês e que fazem referências sobre a
funcionalidade da classificação dos índices morfométricos estudados.
ALVAREZ et al (2000a) verificaram em ovinos adultos da raça Palmera, em
sistema extensivo de criação nas Ilhas Canárias, as médias de 75,25 ± 75,38 para
índice corporal e 91,86 e 92,63 para índice corporal lateral em machos e fêmeas,
respectivamente. Estes autores concluem que segundo o valor do índice corporal
lateral, o qual determina as proporções corporais, a raça se enquadra no grupo
sublongilíneo.
27
Em um segundo estudo, ALVAREZ et al (2000b) avaliaram ovinos adultos da
raça Canaria, nas Ilhas Canarias criados extensivamente, e observaram as médias
de 79,62 e 76,43 para índice corporal e 89,61 e 91,53 para índice corporal lateral em
machos e fêmeas, respectivamente. Neste caso, os autores enquadraram a raça no
grupo sublongilíneo a longilíneo e concluíram que esta raça por apresentar menor
índice corporal lateral são mais compactos que a raça Palmera.
No cálculo destes índices é importante frisar que estes autores utilizaram a
fórmula em que o numerador foi multiplicado por 100, o que não foi realizado por
CAMPELO et al (2002), que observaram em ovinos Santa Inês criados
intensivamente no Piauí, as médias em machos com menos de 7 meses e de 7 a 12
meses de 0,90 e 0,85 para índice corporal e de 1,11 e 1,12 para índice corporal
lateral, respectivamente. Nas fêmeas as médias foram 0,85 e 0,82 para índice
corporal e 1,08 e 1,11 para índice corporal lateral, respectivamente.
Neste último estudo os animais foram classificados como de tamanho médio,
de acordo com o valor do índice corporal, tendendo para padrão longo quando mais
jovens. Isto foi justificado pelo desenvolvimento mais acentuado do perímetro
torácico dos animais em relação ao comprimento do corpo, com o aumento da idade.
Pelo índice corporal lateral estes animais apresentam membros longos,
principalmente nos animais adultos, colocando a raça como pernalta. No entanto,
estes autores concluem que o alto potencial produtivo desta raça não é
comprometido por apresentar pernas longas, devido à boa capacidade torácica
destes animais.
Em ovinos Santa Inês no Piauí em regime extensivo e intensivo, COSTA
JUNIOR et al (2006) observaram as médias de 0,50 ± 0,12 e 0,48 ± 0,09 para CC2 e
0,59 ± 0,12 e 0,55 ± 0,12 para CC1 em machos e fêmeas, respectivamente, em
animais até 1 ano de idade. Ao estudarem o efeito de manejo verificaram que, para
essa classe de idade, à medida que o nível de tecnologia aumentava, os valores
médios de CC1 e CC2 também aumentavam; em nível baixo os valores foram de
0,44 ± 0,13 e 0,40 ± 0,11 para CC1 e CC2 em machos, e 0,42 ± 0,10 e 0,39 ± 0,05
para CC1 e CC2 em fêmeas, respectivamente. Segundo a classificação para CC1
por estes autores estes animais apresentaram uma conformação longilínea. No
entanto, em nível alto de tecnologia estes valores aumentaram para 0,81 ± 0,15 e
0,64 ± 0,09 para CC1 e CC2 em machos, e 0,72 ± 0,14 e 0,39 ± 0,05 para CC1 e
28
CC2 em fêmeas, respectivamente, caracterizando o maior acúmulo de gordura
nestes animais.
MERNIES et al (2007) ao estudarem ovelhas Crioulas no Uruguai, criadas
extensivamente, verificaram que os animais eram do tipo compacto, segundo a
média de 81,64 ± 10,60 para o índice corporal. No entanto, a média de 90,86 ± 12,56
para o índice corporal lateral enquadrou no tipo sublongilíneo.
No estudo de cordeiros Santa Inês na Paraíba em regime intensivo, com
dietas contendo dois tipos de nível de energia, SOUSA et al (2007) observaram os
valores médios de 0,53 e 0,42 em animais submetidos a dieta com alto nível de
energia e 0,52 e 0,41 ao grupo com dieta de baixo nível energético para CC1 e CC2,
respectivamente. Ao analisarem as médias de cada grupo, verifica-se que os
animais que receberam a dieta com maior nível energético na época do abate
(média 30 kg de peso vivo), apresentaram maiores valores médios para CC1 e CC2.
No entanto, esta diferença somente foi significativa para CC2 devido ao maior peso
desses animais, uma vez que a medida de perímetro torácico foi semelhante entre
os animais que receberam dieta de baixo e alto nível de energia. No entanto, ao
analisarem as características relacionadas à morfometria da carcaça observaram
que a medida de perímetro de tórax dos animais que receberam dieta com maior
nível energético apresentaram médias superiores em relação aos demais,
concluindo que houve maior deposição de tecidos neste grupo de animais. PARÉS I CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007) observaram para ovinos
adultos, de ambos os sexos da raça Aranesa, em sistema extensivo, as médias de
89,5 e 87,2 para índice corporal; 92,7 e 94,9 para índice corporal lateral; 94,3 e 87,6
para índice anamorfose; 103,3 e 78,5 para índice compacidade; 130,9 e 87,4 para
índice de proporcionalidade corporal em machos e fêmeas, respectivamente. De
acordo com os índices corporal e corporal lateral estes autores enquadraram esta
raça dentro da proporção longilínea.
As correlações encontradas entre os índices de capacidade corporal, por
COSTA JUNIOR et al (2006) no estudo realizado em ovinos Santa Inês no Piauí
criados em sistemas extensivo e intensivo, foi de 0,95, indicando a similaridade do
peso dos animais longilíneos aos de maior profundidade corporal. Nesta análise
foram encontradas correlações altas entre CC2 e CC1 com o peso, de 0,97 e 0,97,
respectivamente. As correlações de CC2 foram de 0,73 com a altura de cernelha; de
0,78 com a altura de garupa; de 0,65 com o comprimento corporal e de 0,86 com o
29
perímetro torácico; entre CC1 e a altura de cernelha foi de 0,65, com a altura de
garupa de 0,72, com o comprimento corporal de 0,48 e com o perímetro torácico de
0,92.
2.4 - Efeitos não genéticos sobre as medidas e índices morfométricos e o peso
vivo
Segundo PEREIRA (2004), a seleção dos indivíduos é realizada a partir da
avaliação dos seus fenótipos, a qual resulta da constituição genética do indivíduo e
da interação dos seus genes com vários efeitos não genéticos ou de ambiente,
concluindo que é extremamente importante determinar o quanto desta variação
fenotípica se deve ao genótipo dos indivíduos e quanto se deve as diferenças de
ambiente.
Portanto, em programas de seleção e/ou cruzamentos para melhoria da
eficiência na produção requerem o conhecimento do crescimento em ovinos, bem
como a influência dos efeitos genéticos e ambientais que afetam os mesmos
(FERNANDES et al, 2001).
2.4.1 – Época e ano de nascimento
PEREIRA (2004) afirma que os efeitos de ano de nascimento são atribuídos
aos fatores ambientais, como a pluviosidade, temperatura e umidade do ar sobre os
animais e sobre as pastagens, assim como as diferenças genéticas entre os animais
do rebanho e as diferenças do manejo no qual são submetidos.
SILVA e ARAÚJO (2000) e FERNANDES et al. (2001) também consideram
que a influência do ano se deve aos problemas sanitários, práticas de manejo e
disponibilidade e qualidade de forragens em função da ocorrência de chuvas.
A época do nascimento atuando sobre o crescimento dos cordeiros, é outro
fator importante a ser considerado no desenvolvimento dos animais devido a maior
30
ou menor disponibilidade de oferta de matéria seca em função das estações do ano
em sistemas de produção do tipo extensivo (QUESADA et al., 2002),
Na região sudeste do Brasil, estas estações se definem em seca e chuvosa,
onde a seca corresponde aos meses de março a outubro e a chuvosa de novembro
a fevereiro, para PEREIRA (2004). Os efeitos de época e/ou estação de
nascimento, para animais criados em regime exclusivamente a pasto, estão
fortemente relacionados com as condições climáticas, que afetam diretamente o
organismo do animal ou indiretamente alterando a quantidade e a qualidade de
alimentos ou aumentando a incidência de doenças.
Para ALVES et al. (2006), a época seca favorece a saúde dos animais ao
nascimento, devido à ausência de umidade excessiva, diminuindo a incidência de
doenças.
Ao estudarem o efeito de época de nascimento sobre o peso vivo, perímetro
torácico, comprimento corporal e altura de cernelha em ovinos Morada Nova criados
extensivamente no Ceará aos 112, 210 e 365 dias de idade, LOBO et al (1997) não
observaram este efeito, devido a época da estação de monta ter sido concentrada
em alguns meses em função de condições climáticas desfavoráveis.
No entanto, MCMANUS e MIRANDA (2000) relatam o efeito de época e ano
de nascimento altamente significativo sobre o peso ao nascer, aos 3, 6 e 12 meses
de idade em ovinos da raça Bergamácia em regime extensivo e semi- intensivo em
Brasília, em que a influência do ano sobre os pesos ocorreu devido a uma mudança
na prática de manejo na qual os animais passaram a ficar presos à noite,
impossibilitando o pastejo noturno. Com relação ao efeito mês de nascimento, os
pesos eram influenciados pela disponibilidade das pastagens em função da estação
do ano.
O mesmo foi verificado por SILVA e ARAÚJO (2000) ao estudarem o peso de
cordeiros mestiços Santa Inês, em regime semi-intensivo de pastagem nativa no
Ceará, que o ano de nascimento da cria influenciou significativamente o peso e
ganhos diários de peso dos animais. Estes autores alegaram que isto se deu em
função das precipitações pluviais sofrerem variações ao longo dos anos, refletindo
na disponibilidade de forragem em quantidade e qualidade das pastagens.
Em outro estudo realizado sobre os efeitos de ambiente sobre as
características de crescimento de cordeiros da raça Morada Nova, do nascimento a
um ano de idade, em sistema extensivo no Ceará, FERNANDES et al. (2001)
31
verificaram também a influência do efeito de ano de nascimento sobre o peso dos
animais. Assim como, QUESADA et al. (2002) que observaram este efeito sobre o
peso dos cordeiros deslanados criados extensivamente no Distrito Federal. Em
ambos os trabalhos, os autores afirmam que isto se deve a variações de ambiente,
manejo do rebanho e seleção dos animais durante os anos estudados.
Em Sergipe e na Bahia, FERRAZ et al (2004) verificaram o efeito de ano de
nascimento sobre o peso ao nascer, aos 60, 180 e 270 dias de idade em ovinos da
raça Santa Inês. Estes autores não observaram a influência da estação do ano
(seca ou chuvosa) sobre estas medidas.
Ao estudarem o efeito da época de nascimento sobre a puberdade em
cordeiros Santa Inês no Distrito Federal em regime extensivo com suplementação na
época seca, ALVES et al (2006) verificaram que a variação da idade a puberdade
pode resultar de fatores estacionais que proporcionam maior ou menor ganho de
peso do nascimento a puberdade, mostrando que os animais que nasceram no fim
da época seca apresentaram menor idade a puberdade. Segundo HAFEZ (1995), a
puberdade está mais intimamente relacionada ao peso corporal que à raça ou idade.
Desta forma, ALVES et al (2006) verificaram que os animais tiveram pequena
variação nas médias de peso corporal à puberdade.
2.4.2 – Sexo
Segundo FERNANDES et al. (2001), QUESADA et al. (2002) e PEREIRA
(2004), a superioridade no peso vivo de machos é devida ao dimorfismo sexual
comum a todas as espécies mamíferas durante o desenvolvimento e fase adulta.
Conforme relatado em vários estudos como o de MCMANUS e MIRANDA
(1997) em ovinos Santa Inês no Distrito Federal, criados extensivamente, em que os
machos foram mais pesados do que as fêmeas da mesma idade, porém aos 3 e 6
meses a diferença observada não foi significativa.
No entanto, ARAÚJO et al (1997) não observaram a influência do sexo sobre
o peso, comprimento corporal e perímetro torácico nos grupos de machos e fêmeas
de 3 a 5 meses e de 6 a 8 meses de idade em ovinos Santa Inês no Ceará em
32
regime semi-intensivo até o desmame (84 dias de idade), porém após esta idade
constituiu-se fonte de variação sobre as características estudadas.
Em ovinos Bergamácia em Brasília criados extensivamente, MCMANUS e
MIRANDA (2000) observaram os efeitos altamente significativos de sexo sobre o
peso ao nascer, aos 3, 6 e aos 12 meses de idade, apresentando os machos um
crescimento superior ao das fêmeas.
Em cordeiros Santa Inês no Ceará, criados em sistema semi-intensivo, o sexo
da cria não teve efeito significativo sobre os pesos ao nascer, aos 56, 84 e 112 dias
de idade e sobre os ganhos de peso do nascimento aos 56 dias de idade, dos 56
aos 84 dias de idade e do nascimento aos 112 dias de idade (SILVA e ARAÚJO,
2000). O mesmo resultado foi encontrado com relação ao peso ao nascer em ovinos
da raça Santa Inês criados extensivamente com suplementação em Alagoas, por
CORDEIRO et al. (2004), em que o sexo do cordeiro não teve efeito significativo
sobre o peso ao nascer.
O efeito de sexo sobre o peso ao nascer, ao desmame, aos 6 e aos 12 meses
de idade, também foi relatado por FERNANDES et al. (2001) em cordeiros da raça
Morada Nova no Ceará em criação extensiva, encontrando maiores pesos para os
machos. O peso ao nascer, ao desmame, aos 6 e 12 meses de idade para machos e
fêmeas encontrados, respectivamente, foram: 2,26 ± 0,02 e 2,16 ± 0,02 kg; 11,09 ±
0,11 e 10,78 ± 0,11 kg; 13,00 ± 0,13 e 12,60 ± 0,13 kg; 18,95 ± 0,23 e 18,25 ± 0,23
kg.
PEDREIRA (1987) citado por SOUSA (2002) observou em Sergipe para
cordeiros Santa Inês em que o peso ao nascer, aos 112, 196 e 365 dias de idade
variou de 3,3 a 4,0; 20,5 a 26,1; 26,5 a 34,0; e 33,5 a 44,0 kg, respectivamente,
entre sexo e regiões estudadas.
Resultados semelhantes foram encontrados por QUESADA et al (2002) em
ovinos deslanados do Distrito Federal, criados extensivamente, em que os machos
apresentaram os pesos maiores do que as fêmeas ao nascer: 3,12 ± 0,03 e 3,00 ±
0,04 kg ; aos 30 dias: 8,10 ± 0,01 e 7,97 ± 0,01 kg; aos 120 dias os pesos foram de
20,60 ± 0,02 e 19,61 ± 0,02 kg e aos 210 dias os pesos foram de 30,45 ± 0,02 e
29,17 ± 0,02 kg, para machos e fêmeas, respectivamente. No entanto, a diferença foi
significativa para peso ao nascer e aos 120 dias de idade.
Em ovinos Santa Inês criados intensivamente no Piauí, CAMPELO et al
(2002) verificaram o efeito de sexo, em que os machos foram superiores às fêmeas
33
no peso vivo e nas medidas de altura de cernelha e de garupa, perímetro torácico e
comprimento corporal, enquanto que, FERRAZ et al. (2004) observaram a influência
do sexo sobre o peso ao nascer, aos 60, 180 e 270 dias de idade em ovinos dessa
mesma raça, em Sergipe e na Bahia.
SANTANA et al. (2004a) analisaram as medidas morfométricas de machos da
raça Santa Inês de 4 a 6 meses de idade em cinco exposições em Sergipe e na
Bahia e encontraram as médias de 47,16 ± 7,1 kg para peso; 70,84 ± 5,66 cm para
comprimento corporal; 71,86 ± 4,41 cm para altura de garupa; 71,58 ± 4,4 cm para
altura de cernelha e 83,43 ± 5,2 cm para perímetro torácico.
Ao analisarem a categoria de fêmeas de 4 a 6 meses de idade, SANTANA et
al. (2004b) observaram as médias de 39,03 ± 6,19 kg para peso; 66,86 ± 5,82 cm
para comprimento corporal; 67,36 ± 3,24 cm para altura de garupa; 67,54 ± 3,82 cm
para altura de cernelha e 80,8 ± 5,71 cm para perímetro torácico.
FELIPE et al. (2005) relatam uma alta variabilidade na conformação e
tamanho corporal entre sexos em ovinos Blackbelly, no México, de 1 a 4 anos de
idade. Os autores encontraram as médias de 64.0 ±5.2 e 61,9 ± 4.6 cm para altura
da cernelha; 65,5 ± 4,7 e 63,1 ± 4,1 cm para altura de garupa; 73,3 ± 7,9 e 71,1 ± 6,4
cm para perímetro torácico; e 30,1 ± 7,0 e 27,9 ± 6,3 kg para peso vivo, em machos
e fêmeas, respectivamente, de 1 ano de idade. Estes mesmos autores também
verificaram que as fêmeas atingiam o peso maduro mais precocemente do que os
machos.
Ao estudarem o peso do nascimento aos 180 dias de idade de ovinos Santa
Inês na Bahia criados extensivamente, CARNEIRO et al (2006) não verificaram
diferença entre os pesos médios de machos e fêmeas.
COSTA JUNIOR et al (2006), ao caracterizarem fenotipicamente, em termos
de peso e morfometria corporal (altura de cernelha e de garupa, comprimento
corporal e perímetro torácico), a conformação zootécnica de ovinos da raça Santa
Inês no Piauí, em machos e fêmeas de diferentes idades criados intensivamente e
extensivamente, verificaram que o dimorfismo sexual foi ficando mais acentuado à
medida que os animais foram envelhecendo; os machos apresentaram valores
maiores do que as fêmeas, destacando-se a superioridade dos machos devido a
atividade hormonal.
Neste mesmo estudo, estes autores verificaram também a influência do sexo
na conformação corporal, havendo diferença nos valores de CC1 e CC2 entre os
34
sexos. Os machos apresentaram as médias de 0,59 ± 0,12 e 0,50 ± 0,12, e as
fêmeas 0,55 ± 0,12 e 0,48 ± 0,09 para CC1 e CC2, respectivamente.
ALVAREZ et al (2000a) verificaram em ovinos da raça Palmera adultos em
regime extensivo que os machos apresentam médias de índice corporal e corporal
lateral (75,25 e 91,86) inferiores às fêmeas (75,38 e 92,63).
Em outro estudo com a raça Canária adultos em regime extensivo, ALVAREZ
et al (2000b) verificaram que os machos apresentam médias de índice corporal
superiores (79,62) às fêmeas (76,43) e para o índice corporal lateral médias
inferiores (89,61) às fêmeas (91,53).
CAMPELO et al (2002) também encontraram em ovinos Santa Inês em
sistema intensivo no Piauí médias superiores para índice corporal e corporal lateral
em machos até 7 meses e de 7 a 12 meses de idade.
Em ovinos adultos da raça Aranesa criados extensivamente, PARÉS I
CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007) verificaram diferenças significativas entre os
sexos sobre os índices de anamorfose e de proporcionalidade. Os machos
apresentaram as médias de 94,3 e 130,9 e as fêmeas 87,6 e 87,4 para os índices de
anamorfose e proporcionalidade, respectivamente.
2.4.3 – Idade
O efeito idade em ovinos Santa Inês no Ceará, em regime semi-intensivo até
a desmama (84 dias de idade) e extensivo até os 11 meses, foi observado por
ARAÚJO et al (1996) em que houve o aumento das médias das medidas
morfométricas (altura de cernelha e de garupa, comprimento corporal e perímetro
torácico) e do peso vivo com o avançar da idade.
O peso ao nascer teve influência positiva sobre o peso aos 3 e 6 meses de
idade no estudo de MCMANUS e MIRANDA (2000) em ovinos Bergamácia em
regime extensivo em Brasília.
De modo semelhante, QUESADA et al (2002) verificaram em ovinos
deslanados do Distrito Federal criados extensivamente que o peso ao nascer afetou
os pesos aos 30, 120 e 210 dias de idade. Neste trabalho os animais mais pesados
tenderam a pesos maiores aos 210 dias de idade. Já FERRAZ et al. (2004)
35
observaram em ovinos da raça Santa Inês em Sergipe e na Bahia que o peso dos
animais aos 180 dias de idade foi influenciado pelo peso aos 60 dias.
SANTANA et al. (2004b) analisaram as medidas morfométricas de fêmeas da
raça Santa Inês de 4 a 6 meses de idade em cinco exposições em Sergipe e na
Bahia e encontraram as médias de 39,03 ± 6,19 kg para peso; 66,86 ± 5,82 cm para
comprimento corporal; 67,36 ± 3,24 cm para altura de garupa; 67,54 ± 3,82 cm para
altura de cernelha e 80,8 ± 5,71 cm para perímetro torácico.
Em um outro estudo de SANTANA et al. (2004c), em que foram avaliadas as
mesmas medidas para a categoria de fêmeas de 6 a 8 meses de idade foram
observadas as médias de 44,51 ± 4,55 kg para peso; 69,62 ± 4,94 cm para
comprimento corporal; 70,60 ± 3,36 cm para altura de garupa; 70,49 ± 3,69 cm para
altura de cernelha e 85,2 ± 5,94 cm para perímetro torácico.
Nestes dois estudos SANTANA et al (2004b,c) concluem que os animais que
participam de exposições são provenientes de várias regiões e que recebem
melhores condições de manejo, o que resulta na diversidade dos valores
encontrados para as medidas de peso, comprimento corporal, altura de garupa,
altura de cernelha e perímetro torácico entre animais da mesma idade e nos altos
valores obtidos para estas medidas. Dessa forma, a idade não é um parâmetro ideal
para classificar os animais por categoria devido à despadronização das medidas
corporais encontradas.
Ao estudarem a conformação corporal de ovinos Blackbelly de 1 a 4 anos de
idade, FELIPE et al. (2005) verificaram que existe uma alta variabilidade no tamanho
e na conformação destes animais, inclusive dentro de animais da mesma idade,
significando que a seleção de animais direcionada para o melhoramento genético
poderia ser muito útil. Estes autores também observaram que houve um aumento
considerável das medidas corporais como o perímetro torácico, altura de garupa,
altura de cernelha e peso vivo, de machos e fêmeas depois de 1 ano de idade. Nos
machos a altura de garupa foi a única região corporal em que a análise de variância
não apresentou diferença significativa.
Em ovinos da raça Santa Inês no Piauí em regime intensivo e extensivo,
COSTA JUNIOR et al (2006) observaram que a idade foi o fator individual de maior
causa de variação sobre as características de comprimento corporal, altura de
cernelha, altura de garupa, perímetro torácico e peso vivo. À medida que diminuía a
velocidade de crescimento ósseo em função do aumento da idade, e
36
conseqüentemente das medidas de comprimento corporal, altura de garupa, altura
de cernelha, o peso vivo aumentava, desta forma concluíram que isto ocorreu devido
ao acúmulo de gordura, principalmente no grupo submetido ao alto nível de
tecnologia.
Em um outro trabalho sobre esta raça criada intensivamente no Piauí,
CAMPELO et al (2002) constataram que as médias dos índices corporal, corporal
lateral, do peso vivo e das medidas morfométricas (altura de cernelha e de garupa,
perímetro torácico e comprimento corporal) indicaram linearidade das características
com a idade. No entanto, o índice corporal tendeu a diminuir com a idade e o
corporal lateral a aumentar. Desta forma, os animais passaram a apresentar o
tamanho médio e os membros ficaram mais longos aos 12 meses de idade.
No estudo de COSTA JUNIOR et al (2006) também verificaram que o
aumento nos valores de CC2, à medida que o animal envelhecia,
independentemente do sexo, foi proporcionalmente inferior ao do CC1. Estes
autores justificaram que a partir de uma determinada idade o crescimento ósseo do
animal cessa, mas o perímetro torácico continua a aumentar simultaneamente com o
peso vivo devido à deposição de gordura corpórea. Estes concluíram então que,
quando o animal atinge a maturidade esquelética não ocorre variação considerável
no comprimento corporal. Sendo assim, quando cessa o crescimento ósseo, o
acréscimo no valor do CC1 se deve ao depósito de músculo e gordura, o que ocorre
principalmente em animais adultos, tornando interessante determinar este valor para
caracterizar a idade de abate ideal dos animais.
3. MATERIAL E MÉTODOS:
3.1- Local de registro dos dados e manejo dos animais
Foram registradas e analisadas observações de peso vivo e medidas
morfométricas de crias de ovinos até um ano de idade, de ambos os sexos, da raça
Santa Inês nascidos de parto simples pertencentes a uma propriedade localizada no
37
município de São João da Barra, na região Norte do Estado do Rio de Janeiro a uma
latitude sul de 21o43’06’’ e longitude oeste de 41o03’59’’, a uma altitude de 5 metros
do nível do mar.
O clima tropical é o predominante nesta região com estações bem definidas:
chuvosa no verão e seca no inverno. A precipitação pluviométrica média anual é de
943,83 mm e a temperatura máxima é de 28,57º C e mínima de 19,0º C. O solo é
constituído por areia quartzosa marítima, altamente permeável, o lençol freático é
alto em média a 2 metros da superfície ocorrendo sua elevação em época chuvosa e
baixa retenção de água na época seca.
O sistema de criação é extensivo em área de pastagem nativa (capim-
furachão: Panicum repens), no qual os animais receberam água e sal mineral “ad
libitum”. Somente durante um determinado período do estudo, em que houve
escassez de pastagens, foi realizado a suplementação alimentar com capim elefante
(Pennissetum purpureum) picado e farelo de trigo, somente para as fêmeas paridas
até a época do desmame que foi realizado quando as crias estavam em torno dos
90 dias de idade.
A propriedade possui boas instalações, porém a alimentação é deficiente em
função do tipo de solo arenoso com pastagens nativas e do clima quente na maior
parte do ano. As coberturas são realizadas no campo, com os reprodutores soltos
com as fêmeas durante todo o ano, sem a existência de métodos de seleção no
rebanho. Entretanto, foi introduzido um novo reprodutor superior fenotipicamente em
2005, cujas medidas obtidas foram de: 78,7 kg de peso vivo; 82,3 cm de altura de
cernelha; 83,9 cm de altura de garupa; 91,7 cm de comprimento corporal e 98,2 cm
de perímetro torácico.
3.2- Registro dos dados e animais do experimento
O estudo foi realizado com registros de informações dos anos de 2004, 2005
e de 2006, totalizando 2.601 observações.
Os animais foram identificados, pesados e medidos ao nascimento e os
38
pesos e as medidas morfométricas das crias foram registrados a cada 15 dias até os
12 meses de idade. A coleta dos dados foi realizada por uma equipe fixa formada
por três pessoas.
Com as datas de dia da pesagem e do nascimento do animal foi calculada a
idade do animal do nascimento até os 365 dias, sendo as idades utilizadas para
categorizar a faixa etária dos animais em 0, 15, 30, 60, 90, 120, 150, 180, 210, 240,
270 e 365 dias.
Os dados colhidos para estudo foram das seguintes características: peso vivo
(kg), altura de cernelha (cm), altura de garupa (cm), comprimento corporal (cm) e
perímetro torácico (cm). Para as pesagens dos animais utilizou-se uma balança
mecânica. As medidas de comprimento corporal e perímetro torácico foram obtidas
utilizando-se uma fita métrica e foi usado um hipômetro para as medidas de altura,
sendo tomadas da seguinte forma:
- Altura de Garupa (AG): a medida desde a porção anterior do sacro ao solo;
- Altura de Cernelha (AC): a medida desde a região da cernelha ao solo;
- Perímetro Torácico (PT): a medida da circunferência externa da cavidade
torácica, junto às axilas;
- Comprimento do corpo (CC): a medida desde a parte cranial da tuberosidade
maior do úmero até a parte caudal da tuberosidade isquiática.
As medidas morfométricas estudadas estão ilustradas na Figura 1.
39
Figura 1 – Medidas morfométricas estudadas: (AC) altura de cernelha; (AG) altura de garupa; (CC)
comprimento corporal; (PT) perímetro torácico.
AACC PPTT
AAGG
CCCC
40
Os índices zootécnicos foram calculados por meio do uso das medidas
morfométricas. Os índices calculados, abaixo, foram descritos por:
• COSTA JUNIOR et al (2006) e SOUSA et al (2007):
- Capacidade corporal 1 (CC1):
CC1 = PESO / CC
- Capacidade corporal 2 (CC2):
CC2 = PESO / PT
• PARÉS I CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007) e MERNIES et al
(2007):
- Índice corporal (ICo):
ICo = (CC / PT) x 100
- Índice Corporal Lateral (ICoLat):
ICoLat = (AC / CC) x 100
• PARÉS I CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007):
- Índice de Anamorfose (IAnam):
IAnam = PT² / PT
- Índice de Compacidade ( ICom):
ICom = (PESO / AC) X 100
- Índice de Proporcionalidade Corporal (IProp):
IProp = (ICom / ICo) x 100
3.3 – Análise estatística
Inicialmente, foi realizada a consistência dos dados a fim de eliminar
observações que apresentaram erros identificáveis como de digitação, mensuração
incorreta e/ou informações incorretas.
A análise estatística descritiva foi realizada com a finalidade de conhecer as
médias, desvios padrão, coeficientes de variação com os procedimentos PROC
MEANS e PROC FREQ (SAS,1998).
41
Foi realizada uma análise de variância preliminar (PROC GLM) para verificar
os efeitos de época e ano de nascimento, sexo e idade dos cordeiros e as
interações simples e triplas entre efeitos fixos sobre as medidas e índices
morfométricos e pesos. Como não foram verificadas diferenças devido à época do
ano para a análise final se utilizou o seguinte modelo:
Yijkl = µ + ANi + SXj + IDk + INT(ijk) +eijkl
Onde,
Yijkl= variável dependente (AC, AG, PT, CC, PESO e ÍNDICES);
µ= média geral
ANi= efeito fixo do iésimo ano de nascimento;
SXj= efeito fixo do jésimo sexo do animal;
IDk= efeito fixo da késimo idade do animal;
INT(ijk)= interações simples e triplas entre os efeitos fixos de ano de nascimento, sexo e
idade.
e(ijkl)= erro aleatório associado a cada observação (N~ 0,1).
As médias foram comparadas pelo teste SNK e os coeficientes de correlações
simples entre as características morfométricas, os pesos e os índices morfométricos
foram calculados pelo procedimento PROC CORR (SAS, 1998).
42
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância apresentou diferenças significativas (P<0,05) para
todas as características, inclusive para a interação tripla entre os efeitos de ano de
nascimento, sexo e idade.
Os resultados das médias do peso vivo de acordo com o efeito de ano, sexo e
idade estão apresentados na Tabela 3. Quanto ao efeito de ano não houve diferença
significativa para peso vivo entre os anos estudados, devido, possivelmente, ao
mesmo tipo de manejo aplicado durante todo o período.
QUESADA et al (2002) observaram o efeito de ano sobre o peso vivo dos
ovinos Santa Inês, ao estudar uma criação extensiva no Distrito Federal.
Com relação ao efeito sexo, houve diferença significativa (P<0,05) para o
peso vivo. As médias de peso dos machos foram superiores às fêmeas em todos os
anos e idades estudadas. Estes resultados estão de acordo com os obtidos por
MCMANUS e MIRANDA (1997), CAMPELO et al (2002), QUESADA et al (2002) e
COSTA JUNIOR et al (2006) em ovinos Santa Inês.
Do mesmo modo, SOUSA et al. (1998), trabalhando com ovinos da raça
Santa Inês no estado da Paraíba, relataram que o sexo dos cordeiros exerceu
influência significativa nos pesos ao nascer e aos 196 dias. Efeito também
constatado por VINAGRE et al. (1993) em ovelhas desta mesma raça e neste
mesmo Estado. Porém, estes resultados contrariam os encontrados por SILVA e
ARAUJO (2000), que relataram não terem encontrado diferença significativa para o
efeito sexo em relação ao peso.
SILVA et al. (1995) relataram haver influência do sexo apenas no peso ao
nascer, sendo o peso médio dos machos 6,5% superior ao peso médio das fêmeas.
Esse maior desenvolvimento dos machos, em relação às fêmeas, seria resultante da
diferenciação nos mecanismos de controle hormonal, característico das espécies de
mamíferos.
As médias de peso ao nascer dos machos deste estudo estão de acordo com
as verificadas por MCMANUS e MIRANDA (1997) em ovinos Santa Inês criados
extensivamente no Distrito Federal. No entanto, as médias das fêmeas são inferiores
quando comparadas com os trabalhos de COSTA JUNIOR et al (2006) em criação
43
extensiva e às achadas por CAMPELO et al (2002) em criação intensiva, realizados
no Estado do Piauí.
Com relação ao efeito idade sobre o peso vivo, as diferenças foram
significativas (P<0,05) entre todas as idades. As médias de pesos dos animais deste
estudo foram menores do que as obtidas em outros trabalhos, como o de SANTANA
et al (2001),e SANTANA et al (2004a,b,c) possivelmente em conseqüência de que
os mesmos foram criados extensivamente em pastagens nativas de solo arenoso e
de baixa qualidade que constituíram a única fonte de alimentos para atender as
exigências nutricionais resultando, portanto, em um baixo desenvolvimento dos
animais com menores médias para o peso em ambos os sexos.
44
Tabela 3 - Médias e respectivos erros padrão do peso vivo de ovinos Santa Inês do Norte do Estado do Rio de Janeiro de acordo com o ano de nascimento, sexo e idade.
*Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem (P<0,05) pelo teste de SNK *Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha não diferem (P<0,05) pelo teste SNK
As médias das medidas morfométricas de acordo com o efeito de ano, sexo e
idade estão apresentadas na Tabela 4.
Peso (kg)
Ano
Idade (dias)
N
Macho N Fêmea
0 58 3,80 ± 0,78Aa 12 2,78 ± 0,55Ba
15 46 6,31 ± 0,55Ab 35 5,66 ± 0,71Bb
30 42 8,54 ± 0,66Ac 32 7,73 ± 0,51Bc
60 41 10,86 ± 0,63Ad 16 10,21 ± 0,33Bd
90 26 13,10 ± 0,55Ae 42 12,20 ± 0,64Be
120 21 14,94 ± 0,46Af 31 13,22 ± 0,42Bf
150 22 16,18 ± 0,24Ag 20 15,10 ± 0,30Bg
180 28 17,33 ± 0,50Ah 38 16,69 ± 0,59Bh
210 49 19,22 ± 0,64Ai 27 18,20 ± 0,43Bi
240 60 21,79 ± 1,15Aj 66 20,90 ± 1,07Bj
270 29 25,35 ± 0,74Ak 34 24,08 ± 0,60Bk
2004
365 14 29,05 ± 1,60Al 32 25,96 ± 0,62Bl
0 76 3,88± 0,67Aa 29 3,00 ± 0,39Ba
15 70 6,53 ± 0,60Ab 97 5,63 ± 0,65Bb
30 44 8,44 ± 0,59Ac 59 7,79 ± 0,55Bc
60 35 10,66 ± 0,67Ad 21 10,37 ± 0,35Bd
90 11 12,67 ± 0,50Ae 26 12,14 ± 0,54Be
120 11 14,89 ± 0,40Af 22 13,90 ± 0,48Bf
150 6 16,32 ± 0,18Ag 10 15,00 ± 0,35Bg
180 5 17,50 ± 0,33Ah 24 16,47 ± 0,65Bh
210 8 18,96 ± 0,86Ai 18 18,33 ± 0,54Bi
240 51 22,11 ± 0,95Aj 79 21,01 ± 1,15Bj
270 18 25,34 ± 0,94Ak 48 24,21 ± 0,60Bk
2005
365 6 29,27 ± 1,42Al 28 25,93 ± 0,61Bl
0 27 3,57 ±0,75Aa 12 2,63 ± 0,54Ba
15 11 6,38 ± 0,60Ab 17 5,56 ± 0,76Bb
30 10 8,45 ± 0,58Ac 12 8,12 ± 0,57Bc
60 11 10,97 ± 0,71Ad 5 10,08 ± 0,30Bd
90 9 13,10 ± 0,46Ae 12 11,84 ± 0,57Be
120 6 14,55 ± 0,33Af 5 13,76 ± 0,41Bf
150 4 16,20 ± 0,35Ag 6 15,12 ± 0,32Bg
180 21 17,37 ± 0,41Ah 9 16,42 ± 0,61Bh
210 25 19,25 ± 0,62Ai 6 18,18 ± 0,38Bi
240 32 22,04 ± 1,14Aj 23 20,77 ± 1,25Bj
270 18 25,29 ± 0,79Ak 7 23,77 ± 0,42Bk
2006
365 11 29,24 ± 1,58Al 5 25,68 ± 0,54Bl
Tabela 4 - Médias e respectivos erros padrão de altura de cernelha (AC), de garupa (AG), comprimento corporal (CC) e perímetro torácico (PT) de ovinos Santa Inês do Norte do Estado do Rio de Janeiro de acordo com o ano de nascimento, sexo e idade.
*Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem (P<0,05) pelo teste de SNK *Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha diferem (P<0,05) pelo teste SNK
AC (cm) AG (cm) CC (cm) PT (cm) Ano
Idade
(dias) N Macho N Fêmea N Macho N Fêmea N Macho N Fêmea N Macho N Fêmea
0
58
39,00 ± 2,56Aa
12
37,52 ± 4,7Ba
58
39,61± 3,09Aa
12
38,89 ± 5,49Ba
51
29,68 ± 2,88Aa
12
31,75 ± 9,13Ba
51
37,14 ± 3,19Aa
12
36,58 ± 6,48Ba
15 46 44,99 ± 2,56Ab 35 42,31 ± 2,51Ba 46 45,16 ± 3,06Ab 35 43,44 ± 3,01Ba 42 34,45 ± 2,14Ab 35 34,37 ± 3,13Ba 42 44,63 ± 2,41Ab 35 43,01 ± 3,49Bª
30 42 48,15 ± 2,47Ac 32 46,10 ± 2,72Bb 42 48,82 ± 2,34Ac 32 47,49 ± 2,97Bb 37 38,81 ± 3,03Ac 32 39,33 ± 3,90Ba 37 48,37 ± 2,57Ac 32 49,05 ± 6,59Bb
60 41 50,60 ± 2,12Ac 16 49,41 ± 3,02Bc 41 51,79 ± 2,11Ad 16 50,74 ± 2,63Bc 39 42,49 ± 2,66Ad 16 42,86 ± 4,11Bb 39 53,18 ± 2,81Ad 16 53,79 ± 4,41Bb
90 26 53,39 ± 1,56Ad 42 51,01 ± 2,24Bc 26 53,81 ± 1,54Ad 42 51,95 ± 2,70Bc 26 45,54 ± 1,94Ae 42 45,35 ± 2,93Bb 26 56,11 ± 3,24Ae 42 55,77 ± 3,36Bc
120 21 55,36 ± 2,54Ae 31 53,57 ± 2,38Bd 21 56,27 ± 2,94Ae 31 54,69 ± 2,03Bd 20 48,72 ± 4,91Af 31 47,10 ± 1,74Bb 20 59,13 ± 3,43Ae 31 58,27 ± 3,52Bc
150 22 56,41 ± 2,38Ae 20 54,59 ± 2,08Bd 22 57,26 ± 2,55Ae 20 55,31 ± 1,95Bd 22 48,88 ± 3,11Af 20 48,36 ± 1,76Bb 22 59,87 ± 2,55Ae 20 59,24 ± 3,00Bd
180 28 57,90 ± 2,82Ae 38 55,69 ± 2,50Bd 28 58,67 ± 2,89Ae 38 56,91± 2,54Bd 26 51,07 ± 2,85Af 38 49,96 ±2,15Bb
26 61,95 ± 3,84Ae 38 60,75 ± 3,66Bd
210 49 58,94 ± 2,84Ae 27 56,44 ± 2,43Bd 49 59,82 ± 2,90Ae 27 57,61 ± 2,43Bd 47 51,59 ± 2,62 Af 27 51,08 ± 3,20Bb 47 62,34 ± 4,01Ae 27 62,02 ± 3,60Bd
240 60 60,54 ± 3,06Ae 66 59,11 ± 3,04Be 60 61,50 ± 3,26Af 66 59,75 ± 3,07Bd 60 53,66 ± 3,00Af 66 53,81 ± 2,53Bb 60 65,38 ± 2,19Ae 66 65,20 ± 4,16Bd
270 29 62,66 ± 1,92Ae 34 60,91 ± 2,60Be 29 63,11 ± 1,71Af 34 62,19 ± 2,58Bd 29 55,04 ± 3,03Af 34 56,13 ± 3,20Bb 29 68,60 ± 2,44Af 34 66,97 ± 2,74Bd
2004
365 14 65,54 ± 4,43Ae 32 62,89 ± 2,50Be 14 66,10 ± 4,17Ag 32 63,92 ± 2,22Bd 14 58,05 ± 2,65Af 32 55,68 ± 2,34Bb 14 71,45 ± 4,46Ag 32 69,80 ± 2,00Be
0 72 40,17 ± 2,92Aa 28 37,66 ± 2,05Ba 72 40,62 ± 3,92Aa 28 38,87 ± 2,25Ba 72 32,22 ± 3,80Aa 28 29,30 ± 1,92Ba 72 38,83 ± 3,52Aa 28 36,67 ± 2,22Ba
15 69 44,24 ± 2,41Ab 91 42,45 ± 1,99Bb 69 45,16 ± 2,59Ab 91 43,60 ± 2,32Bb 69 37,50 ± 3,09Ab 91 35,89 ± 3,04Bb 69 43,89 ± 2,65Ab 91 42,37 ± 2,37Bb
30 44 47,51 ± 2,39Ac 58 45,62 ± 1,77Bc 44 48,51 ± 2,54Ac 58 46,78 ± 2,06Bc 44 40,47 ± 2,65Ab 58 39,56 ± 1,83Bc 44 47,17 ± 2,78Ac 58 46,75 ± 2,11Bc
60 33 50,13 ± 2,00Ad 21 49,04 ± 1,71Bd 33 52,33 ± 2,05Ad 21 50,92 ± 1,87Bd 33 43,19 ± 2,37Ac 21 43,95 ± 2,08Bd 33 51,63 ± 1,75Ad 21 51,27 ± 3,09Bd
90 10 51,62 ± 1,68Ad 25 51,00 ± 3,16Be 10 53,01 ± 3,61Ad 25 52,36 ± 3,39Bd 10 44,58 ± 1,35Ac 25 47,09 ± 2,37Be 10 53,25 ± 1,97Ad 25 52,45 ± 2,05Bd
120 11 54,33 ± 3,53Ae 22 52,05 ± 2,01Be 11 55,92 ± 3,74Ad 22 52,85 ± 2,21Bd 11 49,15 ± 2,48Ad 22 49,18 ± 2,48Be 11 57,77 ± 2,57Ae 22 55,95 ± 4,04Be
150 6 56,53 ± 1,21Ae 10 55,49 ± 2,40Bf 6 56,57 ± 1,58Ad 10 56,81 ± 2,66Be 6 50,53 ± 0,72Ad 10 48,76 ±1,88Be
6 58,37 ± 1,65Ae 10 58,00 ± 1,33Be
180 5 57,92 ± 2,12Ae 24 55,07 ± 2,73Bf 5 58,54 ± 1,80Ae 24 55,96 ± 2,45Be 5 52,12 ± 0,52Ae 24 50,54 ± 2,63Be 5 59,24 ± 2,04Ae 24 59,20 ± 2,94Be
210 7 57,51 ± 1,58Ae 18 56,41 ± 1,49Bf 7 59,10 ± 1,58Ae 18 56,58 ± 2,18Be 7 54,26 ± 1,40Af 18 52,83 ± 1,96Bf 7 61,83 ± 1,84Af 18 62,08 ± 2,33Be
240 51 61,72 ± 1,86Af 77 58,43 ± 2,03Bf 51 62,41 ± 2,15Af 77 59,58 ± 2,77Bf 51 55,10 ± 1,78Af 77 54,63 ± 2,62Bf 51 64,50 ± 2,23Ag 77 64,29 ± 2,57Be
270 18 61,97 ± 2,08Af 48 60,30 ± 2,45Bf 18 62,90 ± 1,79Af 48 61,16 ± 5,54Bf 18 57,05 ± 1,62Ag 48 57,00 ± 2,23Bf 18 67,89 ± 2,44Ah 48 66,08 ±3,28Be
2005
365 6 63,23 ± 0,34AF 28 60,96 ± 2,63Bf 6 64,73 ± 1,50Ag 28 62,65 ± 3,03Bf 6 60,00 ±1,79Ah 28 57,62 ± 2,14Bf 6 68,33 ± 1,37Ah 28 67,83 ± 1,74Be
0 31 46,49 ± 19,04Aa 10 34,15 ± 2,93Ba 31 46,96 ± 18,58Aa 10 35,83 ± 2,99Ba 33 39,22 ±22,82Aa
12 26,38 ± 3,02Ba 33 47,90 ± 26,94Aa 12 33,67 ± 2,68Ba
15 9 44,69 ± 2,81Aa 10 39,06 ± 2,35Bb 9 45,78 ± 2,94Aa 10 40,42 ± 2,71Bb 11 36,44 ± 2,98Aa 17 35,14 ± 4,18Bb 11 44,76 ± 2,79Aa 17 41,93 ± 2,66Bb
30 9 45,83 ± 3,38Aa 12 45,09 ± 2,33Bc 9 47,57 ± 3,93Aa 12 47,27 ± 2,94Bc 10 40,38 ± 3,38Aa 12 42,37 ± 3,56Bc 10 48,36 ± 1,87Aa 12 48,53 ± 1,93Bc
60 11 49,20 ± 2,82Aa 5 47,72 ± 4,75Bd 11 50,67 ± 3,28A a 5 50,06 ± 1,86Bc 11 44,74 ± 4,63Aa 5 43,08 ± 1,98Bc 11 52,86 ± 3,39Aa 5 50,68 ± 1,60Bd
90 9 54,44 ± 4,09Aa 12 50,67 ± 3,15Bd 9 53,70 ± 1,66Aa 12 51,60 ± 3,32Bc 9 47,83 ± 2,42Aa 12 48,27 ± 2,56Bd 9 53,83 ± 2,42Aa 12 54,83 ± 2,01Be
120 6 56,75 ± 4,40Aa 5 51,30 ± 3,93Bd 6 57,17 ± 4,78Aa 5 52,72 ± 2,95Bc 6 52,98 ± 7,38Aa 5 48,80 ± 5,07Bd 6 56,48 ± 4,72Aa 5 56,20 ± 1,92Be
150 4 56,97 ± 4,09Aa 6 52,45 ± 3,18Bd 4 58,82 ± 3,37Aa 6 54,68 ± 3,33Bc 4 51,97 ± 2,16Aa 6 49,18 ± 1,62Bd 4 60,00 ± 3,46Aa 6 56,80 ± 1,26Be
180 21 56,88 ± 3,77Aa 9 53,42 ± 3,49Bd 21 58,24 ± 3,24A a 9 54,92 ± 2,62Bc 21 52,09 ± 3,65Aa 9 51,25 ± 2,86Be 21 62,57 ±7,64Aa
9 58,90 ±2,15Bf
210 25 59,69 ± 3,45Aa 6 55,27 ± 1,56Bd 25 60,27 ± 3,61A a 6 57,23 ± 2,42Bc 25 52,02 ± 2,96Aa 6 52,95 ± 1,60Be 25 62,57 ± 4,11Aa 6 61,57 ± 0,80Bg
240 32 60,85 ± 3,69Aa 23 56,92 ± 3,83Be 32 61,91 ± 3,52A a 23 59,16 ± 3,30Bc 32 54,35 ± 3,67Aa 23 54,24 ± 3,58Be 32 65,64 ± 2,06Aa 23 63,04 ± 4,08Bh
270 18 62,56 ± 3,45Aa 7 59,26 ± 2,22Be 18 62,98 ± 2,43A a 7 61,77 ± 4,18Bc 18 55,03 ± 3,58Aa 7 55,91 ± 2,09Be 18 67,86 ± 2,31Aa 7 68,28 ± 2,87Bi
2006
365 11 65,85 ± 4,90Ab 5 57,64 ± 2,62Be 11 66,73 ± 4,42Ab 5 58,84 ± 3,29Bc 11 57,74 ± 2,66Aa 5 56,20 ± 3,70Be 11 71,25 ± 4,88Aa 5 66,20 ± 3,90Bi
46
Quanto ao efeito de ano, as diferenças foram significativas (P<0,05) para
altura de cernelha, comprimento corporal e perímetro torácico, com diminuição das
médias de perímetro torácico e de altura de cernelha, porém houve aumento de suas
médias nos machos no ano de 2006. As médias de comprimento corporal
aumentaram no decorrer dos anos.
Desta forma, durante o período estudado, observa-se que tanto os machos
quanto as fêmeas se tornaram mais compridos, menos altos, sendo considerados,
portanto, mais compactos. No entanto, os machos se tornaram mais altos do que as
fêmeas e com maior profundidade torácica em 2006. Segundo CAMPELO et al
(2002), o bom desenvolvimento torácico compensa a desvantagem de apresentarem
pernas mais longas.
Esta mudança na conformação dos animais seria devida à introdução de um
novo reprodutor com maior aptidão para corte.
Os machos apresentaram médias superiores às fêmeas para todas as
medidas. Estes resultados também foram observados por CAMPELO et al (2002) e
por COSTA JUNIOR et al (2006) que observaram a influência do sexo sobre as
medidas morfométricas em ovinos Santa Inês.
Verificou-se que os machos se mostraram mais compridos, mais altos e com
maior profundidade torácica do que as fêmeas, demonstrando maior aptidão para
corte.
Com relação à idade, houve diferenças significativas (P<0,05) em todas as
medidas. No ano de 2006 os machos apresentaram a menor diferença significativa
para altura de cernelha e de garupa, e não apresentaram diferenças (P>0,05),
apesar de um aumento nas médias, para o comprimento corporal e perímetro
torácico, ou seja, houve um aumento gradual destas medidas entre todas as idades.
Nos machos as médias de todas as medidas morfométricas estudadas se
elevaram ao longo dos anos, enquanto nas fêmeas estas médias reduziram.
As médias de todas as medidas morfométricas foram inferiores às observadas
por CAMPELO et al (2002) no Estado do Piauí, SANTANA et al (2004a,b,c) e
AGUIAR et al (2008) nos Estados de Sergipe e na Bahia em ovinos Santa Inês
criados intensivamente e participantes de exposições agropecuárias submetidos a
um alto nível de tecnologia com uma boa suplementação alimentar. Desse modo, a
diferença encontrada se deve ao fato dos dados deste estudo terem sidos colhidos
47
de animais mantidos em sistema extensivo, ou seja, sem nenhum tipo de
suplementação e sendo mantidos, apenas, em pastagem nativa.
Analisando as médias (Tabela 4) observa-se que inicialmente, a evolução de
todas as medidas foi maior, porém a diferença entre as medidas diminui com o
aumento da idade para as medidas de altura, comprimento corporal e perímetro
torácico, mas tende a se manter para o peso. Como foi constatado por COSTA
JUNIOR et al (2006), os incrementos nas medidas de altura de garupa, de cernelha
e de comprimento corporal à medida que aumenta a idade do animal indicam a
diferença na velocidade do crescimento ósseo em relação aos aumentos de peso
vivo, pelo acúmulo de músculo e gordura, ou seja, as medidas de peso tendem a
aumentar por mais tempo devido a essa deposição ser maior com o avanço da
idade.
Os resultados das médias dos índices de capacidade corporal 1 (CC1) e
capacidade corporal 2 (CC2) e os índices corporal e corporal lateral de acordo com o
efeito de ano, sexo e idade estão apresentados na Tabela 5.
Quando analisado o efeito de ano foi encontrada diferença significativa
(P<0,05) para CC1 entre os anos. Observou-se uma diminuição das médias, devido
às diferenças do comprimento corporal dos animais que aumentaram, já que o peso
não apresentou diferença durante o período estudado.
Em relação a CC2, também houve diferença significativa (P<0,05) devida aos
anos, com o aumento destas médias. Isto pode ser explicado devido à diminuição
das médias de perímetro torácico dos animais ocorrida durante o período de estudo,
como demonstrado na tabela 4. Porém, em 2006 os valores de CC2 nos machos
diminuíram ou se mantiveram, em conseqüência do aumento das médias de
perímetro torácico encontradas neste ano.
Considerando o índice corporal (ICo) e corporal lateral (ICoLat) houve
diferenças significativas (P<0,05) devidas ao ano. De acordo com os valores das
médias do índice corporal em 2004 (Tabela 5), os animais se enquadram na
conformação brevilínea, e em 2005 seriam mediolíneos. Em 2006, os machos
apresentaram conformação brevilínea e as fêmeas mediolíneas, segundo a
classificação de MCMANUS et al (2001) e CAMPELO et al (2002), o que significaria
que os machos são mais voltados para corte do que as fêmeas. Esta diferença na
conformação seria devido à introdução de reprodutor com maior aptidão para corte.
Tabela 5 - Médias dos índices corporal, corporal lateral e de capacidade corporal (CC1 e CC2) de ovinos Santa Inês em análise com os dados agrupados por ano, sexo e idade.
Ind. Corporal Ind. Corporal Lateral CC1 CC2
Ano
Idade
(dias) N
Macho N Fêmea N Macho N Fêmea N Macho N Fêmea N Macho N Fêmea
0
51
80,71 ± 6,26Aa 12
88,92 ± 32,80Aa
51
131,50 ± 10,18Aa
12
124,56 ± 26,85Ba
51
0,13 ± 0,03Aa
12
0,09 ± 0,03Ba
51
0,10 ± 0,02Aa
12
0,08 ±0,02Ba
15 42 79,66 ± 6,25Aa 35 80,10 ± 6,54Aa 42 127,34 ± 9,11Aa 35 123,63 ± 4,62Ba 42 0,18 ± 0,02Ab 35 0,16 ± 0,02Bb 42 0,14 ± 0,01Ab 35 0,13 ± 0,01Bb
30 37 80,29 ± 5,64Aa 32 81,20 ± 11,41Aa 37 124,80 ± 10,45Aa 32 117,80 ± 8,51Ba 37 0,22 ± 0,01Ac 32 0,20 ± 0,01Bc 37 0,18 ± 0,01Ac 32 0,16 ± 0,01Bc
60 39 80,17 ± 7,13Aa 16 79,88 ± 7,07Aa 39 119,59 ± 8,55Aa 16 115,91 ± 8,92Ba 39 0,26 ± 0,02Ad 16 0,24 ± 0,02Bd 39 0,20 ± 0,01Ad
16 0,19 ± 0,02Bd
90 26 81,45 ± 6,29Aa 42 81,58 ± 7,18Aa 26 117,43 ± 5,49Aa 42 112,89 ± 8,10Ba 26 0,29 ± 0,02Ae 42 0,27 ± 0,02Be 26 0,23 ± 0,01Ae 42 0,22 ± 0,01Be
120 20 82,93 ± 12,77Aa 31 81,03 ± 4,36Aa 20 114,44 ± 8,93Aa 31 113,85 ± 6,13Ba 20 0,31 ± 0,03Af 31 0,29 ± 0,01Bf 20 0,25 ± 0,01Af 31 0,24 ± 0,01Bf
150 22 81,68 ± 4,64Aa 20 81,83 ± 4,98Aa 22 115,69 ± 6,35Aa 20 113,05 ± 6,30Ba 22 0,33 ± 0,02Ag 20 0,31 ± 0,01Bg 22 0,27 ± 0,01Ag 20 0,25 ± 0,01Bg
180 26 82,73 ± 6,64Aa 38 82,49 ± 5,52Aa
26 114,13 ± 6,75Aa 38 111,61 ± 5,80Ba 26 0,34 ± 0,02Ah 38 0,33 ± 0,01Bh 26 0,28 ± 0,02Ah 38 0,27 ± 0,02Bh
210 47 83,07 ± 6,43Aa 27 82,48 ± 5,24Aa 47 114,64 ± 6,11Aa 27 110,81 ± 6,36Ba 47 0,37 ± 0,02Ai 27 0,36 ± 0,03Bi 47 0,31 ± 0,02Ai 27 0,29 ± 0,02Bi
240 60 82,13 ± 4,62Aa 66 82,78 ± 5,43Aa 60 113,09 ± 7,40Aa 66 110,02 ± 6,74Ba 60 0,41 ± 0,02Aj 66 0,39 ± 0,02Bj 60 0,33 ± 0,02Aj 66 0,32 ± 0,02Bj
270 29 80,31 ± 4,89Aa 34 83,91 ± 5,22Aa 29 114,13 ± 6,34Aa 34 108,91 ± 8,58Ba 29 0,46 ± 0,02Ak 34 0,43 ± 0,03Bk 29 0,37 ± 0,01Ak 34 0,36 ± 0,02Bk
2004
365 14 81,48 ± 5,39Aa 32 79,85 ± 4,10Aa 14 112,90 ± 5,42Aa 32 113,10 ± 5,91Ba 14 0,50 ± 0,03Al 32 0,47 ± 0,02Bl 14 0,41 ± 0,03Al 32 0,37 ± 0,01Bl
0 72 83,06 ± 7,59Aa 28 79,99 ± 3,33Aa 72 125,63 ± 10,48Aa 28 128,74 ± 5,51Bb 72 0,12 ± 0,02Aa 28 0,10 ± 0,01Ba 72 0,10 ± 0,01Aa 28 0,08 ± 0,01Bª
15 69 85,47 ± 5,55Aa 91 84,74 ± 5,90Ab 69 118,49 ± 8,22Aª 91 118,85 ± 7,84Ba 69 0,17 ± 0,01Ab 91 0,16 ± 0,01Bb 69 0,15 ±0,01Ab 91 0,13 ± 0,01Bb
30 44 85,97 ± 5,86Aa 58 84,75 ± 4,92Ab 44 117,98 ± 11,57Aa 58 115,52 ± 6,26Ba 44 0,21 ± 0,02Ac 58 0,20 ± 0,01Bc 44 0,18 ± 0,01Ac 58 0,17 ± 0,01Bc
60 33 83,69 ± 4,50Aa 21 85,95 ± 5,39Ab 33 116,32 ± 6,23Aa 21 111,71 ± 4,27Ba 33 0,25 ± 0,02Ad 21 0,24 ± 0,01Bd 33 0,21 ± 0,01Ad 21 0,20 ± 0,01Bd
90 10 83,76 ± 2,06Aa 25 89,86 ± 4,92Ab 10 115,83 ± 3,52Aa 25 108,42 ± 6,17Ba 10 0,28 ± 0,01Ae 25 0,26 ± 0,01Be 10 0,24 ± 0,01Ae 25 0,23 ± 0,01Be
120 11 85,23 ± 5,64Aa 22 88,18 ± 5,88Ab 11 110,70 ± 7,74Aa 22 106,06 ± 6,02Ba 11 0,30 ± 0,02Af 22 0,28 ± 0,01Bf 11 0,26 ±0,01Af 22 0,25 ± 0,01Bf
150 6 86,63 ± 2,57Aa 10 84,13 ± 4,32Ab 6 111,90 ± 3,34Aa 10 113,84 ± 3,99Ba 6 0,32 ± 0,01Ag 10 0,30 ± 0,01Bg 6 0,28 ± 0,00Ag 10 0,26 ± 0,01Bg
180 5 88,07 ± 3,53Aa 24 85,49 ± 4,98Ab 5 111,13 ± 3,93Aa 24 109,17 ± 6,49Ba 5 0,33 ± 0,01Ah 24 0,33 ± 0,02Bh 5 0,29 ± 0,00Ah 24 0,28 ± 0,01Bh
210 7 87,84 ± 4,13Aa 18 85,20 ± 4,17Ab 7 106,06 ± 3,94Aa 18 106,97 ± 6,20Ba 7 0,35 ± 0,01Ai 18 0,35 ± 0,02Bi 7 0,30 ± 0,01Ai 18 0,29 ± 0,01Bi
240 51 85,51 ± 3,77Aa 77 85,06 ± 4,65Ab 51 112,13 ± 4,77Aa 77 107,17 ± 5,70Ba 51 0,40 ± 0,02Aj 77 0,38 ± 0,02Bj 51 0,34 ± 0,01Aj 77 0,33 ± 0,02Bj
270 18 84,19 ± 4,72Aa 48 86,47 ± 5,42Ab 18 108,72 ± 5,04Aa 48 106,91 ± 6,33Ba 18 0,44 ± 0,01Ak 48 0,42 ± 0,02 Bk 18 0,37 ± 0,02Ak 48 0,37 ± 0,02Bk
2005
365 6 87,86 ± 3,94Aa 28 85,02 ± 4,18Ab 6 105,48 ± 3,60Aa 28 105,97 ± 6,71Ba 6 0,49 ± 0,01Al 28 0,45 ± 0,02Bl 6 0,43 ± 0,02Al 28 0,38 ± 0,01Bl
0 33 81,64 ± 7,92Aa 12 78,64 ± 9,51Aa 31 124,91 ± 17,08Aa 10 131,56 ± 13,99Bb 27 0,12 ±0,02Aa 12 0,10 ± 0,02Ba 27 0,10 ± 0,01Aa 12 0,08 ± 0,01Ba
15 11 81,52 ± 6,18Aa 17 83,83 ±8,87Aa
9 120,48 ± 9,70Aa 10 112,82 ± 13,35Ba 11 0,17 ± 0,01Ab 17 0,16 ± 0,02Bb 11 0,14 ± 0,01Ab 17 0,13 ± 0,01Bb
30 10 83,57 ± 7,11Aa 12 87,30 ± 6,25Aa 9 113,57 ± 13,37Aa 12 106,94 ± 8,48Ba 10 0,21 ± 0,02Ac 12 0,19 ± 0,01Bc 10 0,17 ± 0,01Ac 12 0,17 ± 0,01Bc
60 11 84,84 ± 7,85Aa 5 85,15 ± 6,34Aa 11 110,48 ± 7,95Aa 5 110,70 ± 9,04Ba 11 0,25 ± 0,03Ad 5 0,23 ± 0,01Bd 11 0,21 ± 0,02Ad 5 0,20 ± 0,01Bd
90 9 88,91 ± 3,78Aa 12 88,06 ±4,04Aa 9 114,22 ± 12,09Aa 12 105,37 ± 10,22Ba 9 0,27 ± 0,01Ae 12 0,24 ±0,01Be 9 0,24 ± 0,01Ae 12 0,22 ± 0,01B e
120 6 94,69 ± 18,73Ab 5 86,88 ± 8,94Aa 6 108,49 ± 14,23Aa 5 106,33 ± 16,04Ba 6 0,28 ± 0,03Af 5 0,28 ± 0,03Bf 6 0,26 ± 0,02Af 5 0,24 ± 0,01Bf
150 4 86,74 ± 3,89Aa 6 86,65 ± 4,16Aa 4 109,73 ± 8,41Aa 6 106,74 ± 7,26Ba 4 0,31 ± 0,02Ag 6 0,30 ± 0,01Bg 4 0,27 ± 0,01Ag 6 0,27 ± 0,00Bg
180 21 84,07 ± 9,20Aa 9 87,08 ± 4,87Aa 21 109,61 ± 9,12Aa 9 104,65 ± 10,28Ba 21 0,33 ± 0,02Ah 9 0,32 ± 0,02Bh 21 0,28 ± 0,02Ah 9 0,28 ± 0,01Bh
210 25 83,36 ± 5,72Aa 6 86,01 ± 2,85Aa 25 114,88 ± 5,75Aa 6 104,47 ± 4,82Ba 25 0,37 ± 0,02Ai 6 0,34 ± 0,01B i 25 0,31 ± 0,02Ai 6 0,29 ± 0,01Bi
240 32 82,83 ± 5,55Aa 23 86,27 ± 6,57Aa 32 112,50 ± 10,44Aa 23 105,24 ± 7,71Ba 32 0,41 ± 0,03Aj 23 0,38 ± 0,02Bj 32 0,33 ± 0,02Aj 23 0,33 ± 0,02Bj
270 18 81,10 ± 4,56Aa 7 81,95 ±3,37Aa 18 113,91 ± 6,73Aa 7 106,11 ± 5,69Ba 18 0,46 ± 0,03Ak 7 0,42 ± 0,01Bk 18 0,37 ± 0,02Ak 7 0,35 ± 0,01Bk
2006
365 11 81,30 ± 5,38Aa 5 85,37 ± 10,37Aa 11 114,00 ± 5,58Aa 5 103,00 ± 9,41Ba 11 0,51 ± 0,04Al 5 0,46 ± 0,03Bl 11 0,41 ± 0,03Al 5 0,39 ± 0,02Bl
*Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem (P<0,05) pelo teste de SNK *Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha não diferem (P<0,05) pelo teste SNK
49
A conformação corporal definida pelo ICo e ICoLat consistem nas relações
entre a altura e o comprimento e perímetro torácico. Sendo assim, os animais
longilíneos, conhecidos como “pernaltas”, seriam aqueles altos e compridos e os
brevilíneos, ditos “compactos”, os baixos e curtos, conformação esta predominante e
desejada dos animais com aptidão para corte.
De acordo com a classificação de ALVAREZ et al (2000a,b), CAMPELO et al
(2002), PARES I CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007) e MERNIES et al (2007) para
o índice corporal lateral, os animais do presente estudo seriam enquadrados na
conformação longilínea, ou seja, altos e compridos não se aproximando da forma
ideal para serem criados para corte.
No entanto, houve uma diminuição dos valores desse índice em função do
aumento das médias de comprimento corporal e da diminuição das médias de altura
de cernelha ao longo dos anos, tendendo a tornarem-se mais compridos e baixos.
Esta tendência pode ser explicada pela entrada de um novo reprodutor no rebanho.
Porém nos machos em 2006, houve um aumento das médias do ICoLat
devido também ao aumento das médias de altura de cernelha neste ano.
Considerando o efeito de sexo, os machos também evidenciaram maiores
médias para CC1 e CC2, mostrando-se mais pesados, compridos e com maior
profundidade torácica, fato também observado por COSTA JUNIOR et al (2006). De
acordo com a classificação destes autores para CC1, os machos e as fêmeas do
presente estudo teriam conformação longilínea.
Verificou-se a superioridade do índice corporal lateral dos machos,
discordando dos resultados observados por ALVAREZ et al (2000a,b) e PARES I
CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007), devido a que nesses estudos a conformação
dos machos era mais compacta do que as fêmeas, resultando em menores médias
para o ICoLat. Neste trabalho, os machos são mais compridos, porém mais altos
também.
Quanto ao efeito idade observa-se que à medida que aumenta a idade, os
valores de CC1 e CC2 também aumentam simultaneamente ao aumento das
medidas relacionadas a estes índices.
Analisando o fator idade isoladamente, verifica-se o mesmo observado por
COSTA JUNIOR et al (2006). O aumento dos valores de CC2 foi menor do que o
observado para CC1, ou seja, o peso e o perímetro torácico tendem a um aumento
simultâneo de suas médias, o que não ocorre com o comprimento corporal, que
50
tende a diminuir com o aumento da idade. Os valores de CC1 e CC2 não
apresentaram proporcionalidade, ou seja, houve variação quanto à velocidade de
crescimento ósseo e a deposição de músculo e gordura corporal dos animais deste
estudo.
Do nascimento aos 90 dias e a partir dos 210 dias de idade, observa-se que
houve maior variação dos valores de CC1 e CC2, principalmente de CC1,
provavelmente devido a que, na idade inicial, a velocidade de crescimento ósseo e
de ganho de peso é maior e a partir dos 210 dias de idade os animais podem ter
atingido a maturação esquelética em que o aumento de peso foi superior ao
aumento das medidas de comprimento corporal e de perímetro torácico, conforme
afirmado por BOAS (1990).
À medida que aumenta a idade o índice corporal lateral diminui, de forma
linear conforme também observado por CAMPELO et al (2002), devido à diminuição
do crescimento em altura e em comprimento dos animais.
As médias dos índices de proporcionalidade, de anamorfose e de
compacidade de acordo com o efeito de ano, sexo e idade são apresentadas na
Tabela 6.
Com relação ao índice de compacidade (IComp) houve diferença significativa
(P<0,05) entre os anos. Observou-se aumento das médias devido a que através dos
anos as médias de peso se mantiveram e a altura de cernelha diminuiu, tornando os
animais mais compactos.
Da mesma forma, o índice de proporcionalidade (IProp) apresentou
diferenças significativas quanto ao efeito de ano (P<0,05). Verificaram-se, através
dos anos, maiores valores dos índices de compacidade e corporal, porém com
aumento de maior magnitude para o índice corporal.
O índice de proporcionalidade por ter como variáveis o índice corporal e o de
compacidade, refere-se à conformação dos animais, ou seja, o quanto que os
animais são brevilíneos ou longilíneos. Neste estudo de acordo com as médias do
índice corporal e o de compacidade verifica-se também que os animais evoluíram
para uma conformação mais compacta.
Tabela 6: Médias e respectivos erros padrão dos Índices de Proporcionalidade, de Anamorfose e de Compacidade de ovinos Santa Inês do Norte do Estado do Rio de Janeiro de acordo com o ano de nascimento, sexo e idade.
*Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem (P<0,05) pelo teste de SNK *Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha não diferem (P<0,05) pelo teste SNK
Ind. Proporcionalidade Ind. Anamorfose Ind. Compacidade
Ano
Idade
(dias) N
Macho N Fêmea N Macho N Fêmea N Macho N Fêmea
0
51
12,08 ± 2,69Aa
12
9,00 ± 2,69Ba
51
37,14 ± 3,19Aa
12
36,58 ± 6,48Ba
58
9,71 ± 1,78Aa
12
7,53 ± 1,83Ba
15 42 17,69 ± 1,83Ab 35 16,81 ± 2,37Bb 42 44,63 ± 2,41Ab 35 43,01 ± 3,49Bª 46 14,04 ± 1,13Ab 35 13,38 ± 1,51Bb
30 37 22,20 ± 1,90Ac 32 21,13 ± 3,74Bc 37 48,37 ± 2,57Ac 32 49,05 ± 6,59Bb 42 17,76 ± 1,30Ac 32 16,80 ± 1,03Bc
60 39 27,00 ± 2,63Ad 16 26,18 ± 3,07Bd 39 53,18 ± 2,81Ad 16 53,79 ± 4,41Bb 41 21,47 ± 1,19Ad 16 20,74 ± 1,47Bd
90 26 30,34 ± 3,18Ae 42 29,53 ± 2,61Be 26 56,11 ± 3,24Ae 42 55,77 ± 3,36Bc 26 24,54 ± 0,94Ae 42 23,94 ± 1,19Be
120 20 33,22 ± 4,45Ae 31 32,20 ± 2,36Bf 20 59,13 ± 3,43Ae 31 58,27 ± 3,52Bc 21 27,03 ± 1,46Af 31 26,02 ± 1,30Bf
150 22 35,29 ± 2,60Ae 20 33,92 ± 2,03Bf 22 59,87 ± 2,55Ae 20 59,24 ± 3,00Bd 22 28,73 ± 1,21Ag 20 27,68 ± 0,97Bg
180 26 36,47 ± 3,67Ae 38 36,54 ± 3,09Bg 26 61,95 ± 3,84Ae 38 60,75 ± 3,66Bd 28 30,00 ± 1,42Ah 38 30,00 ± 1,43Bh
210 47 39,53 ± 3,72Ae 27 39,32 ± 3,32Bg 47 62,34 ± 4,01Ae 27 62,02 ± 3,60Bd 49 32,66 ± 1,66Ai 27 32,29 ± 1,60Bi
240 60 44,02 ± 3,52Af 66 42,91 ± 3,21Bh 60 65,38 ± 2,19Ae 66 65,20 ± 4,16Bd 60 36,06 ± 2,28Aj 66 35,40 ± 1,76Bj
270 29 50,61 ± 3,86Ag 34 47,35 ±3,67 Bi 29 68,60 ± 2,44Af 34 66,97 ± 2,74Bd 29 40,49 ± 1,68Ak 34 39,60 ± 2,08Bk
2004
365 14 54,94 ± 6,88Ah 32 51,90 ± 3,60Bj 14 71,45 ± 4,46Ag 32 69,80 ± 2,00Be 14 44,49 ± 3,60Al 32 41,32 ± 1,62Bk
0 72 11,67 ± 2,00Aa 28 9,98 ± 1,52Ba 72 38,83 ± 3,52Aa 28 36,67 ± 2,22Ba 72 9,62 ± 1,42Aa 28 7,95 ± 1,09Ba
15 69 17,31 ± 1,55Ab 91 15,67 ± 1,79Bb 69 43,89 ± 2,65Ab 91 42,37 ± 2,37Bb 69 14,74 ± 1,10Ab 91 13,21 ± 1,27Bb
30 44 20,77 ± 2,02Ac 58 20,24 ± 1,76Bc 44 47,17 ± 2,78Ac 58 46,75 ± 2,11Bc 44 17,77 ± 1,02Ac 58 17,10 ± 1,30Bc
60 33 25,59 ± 2,50Ad 21 24,72 ± 2,05Bd 33 51,63 ± 1,75Ad 21 51,27 ± 3,09Bd 33 21,35 ± 1,57Ad 21 21,15 ± 0,79Bd
90 10 29,31 ± 1,46Ae 25 26,65 ± 2,35Bd 10 53,25 ± 1,97Ad 25 52,45 ± 2,05Bd 10 24,54 ± 1,11Ae 25 23,87 ± 1,51Be
120 11 32,41 ± 3,27Af 22 30,44 ± 2,31Be 11 57,77 ± 2,57Ae 22 55,95 ± 4,04Be 11 27,49 ± 1,69Af 22 26,74 ± 1,13Bf
150 6 33,36 ± 1,46Af 10 32,29 ± 2,93Be 6 58,37 ± 1,65Ae 10 58,00 ± 1,33Be 6 28,87 ± 0,68Af 10 27,06 ± 1,42Bf
180 5 34,40 ± 2,36Af 24 35,13 ± 2,47Be 5 59,24 ± 2,04Ae 24 59,20 ± 2,94Be 5 30,24 ± 1,00Ag 24 29,95 ± 1,56Bg
210 7 37,41 ± 1,55Ag 18 38,21 ± 1,77Bf 7 61,83 ± 1,84Af 18 62,08 ± 2,33Be 7 32,83 ± 1,10Ah 18 32,50 ± 1,05Bh
240 51 42,03 ± 3,26Ah 77 42,36 ± 2,82Bg 51 64,50 ± 2,23Ag 77 64,29 ± 2,57Be 51 35,86 ± 2,04Ai 77 35,95 ± 1,91Bi
270 18 48,74 ± 3,18Ai 48 46,66 ±3,08Bh 18 67,89 ± 2,44Ah 48 66,08 ±3,28Be 18 40,96 ± 2,57Aj 48 40,22 ± 1,67Bj
2005
365 6 52,71 ± 2,29Aj 28 50,19 ± 2,73Bi 6 68,33 ± 1,37Ah 28 67,83 ± 1,74Be 6 46,29 ± 2,50Ak 28 42,62 ± 2,16Bk
0 25 11,90 ± 2,58Aa 10 10,06 ± 3,09Ba 33 47,90 ± 26,94Aa 12 33,67 ± 2,68Ba 25 9,55 ± 1,64Aa 10 7,58 ± 1,69Ba
15 9 17,30 ± 1,46Ab 10 15,82 ± 2,22Bb 11 44,76 ± 2,79Aa 17 41,93 ± 2,66Bb 9 14,37 ± 1,23Ab 10 13,45 ± 1,24Bb
30 9 22,60 ± 2,84Ac 12 20,72 ± 1,69Bc 10 48,36 ± 1,87Aa 12 48,53 ± 1,93Bc 9 18,70 ± 1,37Ac 12 18,07 ± 1,06Bc
60 11 26,67 ± 4,18Ad 5 25,23 ± 4,15Bd 11 52,86 ± 3,39Aa 5 50,68 ± 1,60Bd 11 22,39 ± 2,33Ad 5 21,29 ± 2,23Bd
90 9 27,23 ± 2,37Ad 12 26,67 ± 2,37Bd 9 53,83 ± 2,42Aa 12 54,83 ± 2,01Be 9 24,17 ± 1,84Ad 12 23,46 ± 1,98Bd
120 6 27,84 ± 4,38Ad 5 31,13 ± 2,28Be 6 56,48 ± 4,72Aa 5 56,20 ± 1,92Be 6 25,75 ± 1,79Ad 5 26,96 ± 2,36Be
150 4 32,89 ± 1,64Ae 6 33,48 ± 3,35Be 4 60,00 ± 3,46Aa 6 56,80 ± 1,26Be 4 28,52 ± 1,63Ae 6 28,93 ± 2,15Be
180 21 37,11 ± 6,87Af 9 35,52 ± 3,04Be 21 62,57 ±7,64Aa 9 58,90 ±2,15Bf 21 30,65 ± 2,03Af 9 30,83 ± 1,81Be
210 25 38,94 ± 3,17Af 6 38,31 ± 1,89Be 25 62,57 ± 4,11Aa 6 61,57 ± 0,80Bg 25 32,34 ± 1,74Af 6 32,93 ± 1,26Bf
240 32 43,98 ± 3,32Ag 23 42,51 ± 3,03Bf 32 65,64 ± 2,06Aa 23 63,04 ± 4,08Bh 32 36,33 ± 2,65Ag 23 36,59 ± 2,87Bg
270 18 50,18 ± 4,67Ah 7 49,04 ± 2,00Bg 18 67,86 ± 2,31Aa 7 68,28 ± 2,87Bi 18 40,57 ± 2,93Ah 7 40,17 ± 1,79Bh
2006
365 11 55,26 ± 7,54Ai 5 52,88 ± 6,68Bh 11 71,25 ± 4,88Aa 5 66,20 ± 3,90Bi 11 44,63 ± 4,04Ai 5 44,66 ± 3,03Bi
52
Com relação ao efeito de sexo, houve diferença (P<0,05) para os índices de
compacidade, de proporcionalidade e de anamorfose. Os machos apresentaram
maiores médias para estes índices, o que está de acordo com o observado por
PARES I CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007).
Com relação à idade, verificou-se que à medida que ocorre o aumento da
idade, os animais se tornam menos altos e mais compactos devido à maior
deposição de músculo e gordura e ao menor crescimento ósseo. No entanto, pelo
índice de proporcionalidade, os animais desse estudo ainda podem ser classificados
como longilíneos, conforme demonstrado também pelo índice corporal lateral.
O índice de anamorfose (IAnam), por considerar as médias de perímetro
torácico no seu cálculo apresentou as mesmas médias e as mesmas influências dos
efeitos de ano, sexo e idade desta medida, como também foi observado por PARES
I CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007), que relataram médias para este índice
superiores às do presente trabalho, entretanto, estes autores trabalharam com
animais adultos de ambos os sexos.
As correlações entre o peso, as medidas e os índices morfométricos são
apresentadas na Tabela 7.
As correlações entre o peso e as medidas morfométricas e as correlações das
medidas entre si foram altas e positivas (r=0,91 a 0,97), sendo que esses resultados
estão de acordo com vários trabalhos.
As maiores correlações encontradas foram entre a altura de cernelha e a
altura de garupa (r=0,97), concordando com o achado por CAMPELO et al (2002),
seguido pelo peso vivo e o perímetro torácico (r=0,94).
A alta correlação positiva entre CC1 e CC2 (r=0,98) e as medidas
morfométricas (r=0,88 a 0,94) e o peso (r=0,98) são decorrentes da alta correlação
também positiva entre todas as medidas e entre estas e o peso, os quais são
utilizados no cálculo de ambos os índices.
Tabela 7 – Correlações entre o peso vivo (PV), as alturas de cernelha (AC) e de garupa (AG), o comprimento corporal (CC), o perímetro torácico (PT) e os índices corporal (ICo), corporal lateral (ICoLat), de Anamorfose (IAnam), de compacidade (IComp), de proporcionalidade (IProp) e os de capacidade corporal 1 (CC1) e 2 (CC2).
PV
AC
AG
CC
PT
ICo
ICoLat
IAnam
ICom
IProp
CC1
CC2
PV --------
AC 0,93 --------
AG 0,92 0,97 --------
CC 0,93 0,91 0,91 --------
PT 0,94 0,93 0,93 0,92 --------
ICo 0,05 0,04 0,37 0,30 -0,07 --------
ICoLat -0,50 -0,39 -0,42 -0,71 -0,50 -0,61 --------
IAnam 0,94 0,93 0,93 0,92 1,00 -0,08 -0,50 --------
ICom 0,99 0,89 0,90 0,93 0,93 0,07 -0,56 0,93 --------
IProp 0,98 0,89 0,89 0,87 0,95 -0,09 -0,46 0,93 0,98 --------
CC1 0,98 0,92 0,91 0,88 0,94 -0,04 -0,42 0,94 0,98 0,99 --------
CC2 0,98 0,92 0,91 0,93 0,91 0,13 -0,52 0,91 0,99 0,96 0,98 --------
54
5. CONCLUSÃO
Em condições de campo, não é necessária a utilização de muitas medidas
morfométricas para avaliar os animais e predizer o peso vivo, já que existem altas
correlações positivas entre as medidas estudadas. Além do que, estas medidas são
úteis para se obter índices a fim de se avaliar a conformação e serem aplicados em
programas de seleção. No entanto, as variações devido aos efeitos observados
neste estudo deverão ser consideradas, mesmo em criações submetidas ao mesmo
tipo de manejo.
O manejo nutricional exclusivamente a pasto provavelmente influenciou o
crescimento dos animais e a introdução do reprodutor com maior aptidão para corte
pode também ter influenciado a conformação, tornando-os mais compridos e curtos.
Portanto, os valores das médias do CC1 e ICoLat demonstram que os
animais deste estudo podem ser considerados longilíneos. No entanto, ao longo dos
anos estudados estes animais se tornaram mais baixos e compridos, conforme
demonstrado pelos índices ICo, ICoLat, IComp e IProp.
Os machos se mostraram mais pesados, altos e compridos e com maior
profundidade torácica do que as fêmeas.
Mais estudos deverão ser realizados para determinar quais seriam os
melhores índices a serem utilizados como critérios de seleção, a fim de aumentar a
eficiência dos sistemas de produção animal e facilitar a coleta de dados diretamente
no campo. Este trabalho sugere que os índices CC1 e ICo seriam suficientes para se
avaliar a conformação dos animais visando a obtenção do menor número de
medidas a serem tomadas a campo necessárias para o seu cálculo.
55
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