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Alice Vieira O LIVRO DA AVo ALICE ,

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Alice Vieira

O LIVRODA AVo ALICE

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© 2010, Alice Vieira

Todos os direitos reservados.

1.ª Edição / Abril de 2011

ISBN: 978-989-23-1250-7

Depósito legal n.º: 323456/11

[uma chancela do grupo LeYa]

Rua Cidade de Córdova, n.° 2

2610-038 Alfragide

Telef.: (+351) 21 427 2200

Fax: (+351) 21 427 2201

[email protected]

http://twitter.com/Luadepapel

www.leya.pt

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Para os meus netos

- e tambem para os meus filhos

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Este livro pertence a:

Foi oferecido por:

cole aqui

as fotografias

dos seus netos

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[1] As Tres R egrasde Ouro das Avos

1.

Da-lhes amor

2.

Da-lhes doces

3.

Manda-os para casa

(Lido pela avó Alice num cartaz de uma loja de Leicester, Novembro de 2003)

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PREFaCIO R APIDINHO, QUE A JOVEM TEM MAIS QUE FAZER . . .

Alice Vieira, minha Avó

Bem, nem pensar em dizer mal dela.

Por várias razões, mas principalmente porque ela

tem uma boa colecção de brincos e de malas e eu não

quero ser deserdada.

Mas também não posso dizer mal dela porque a

verdade é que ela tem mil e uma boas qualidades.

Como passei toda a escola primária fora de

Portugal, não fazia a mínima ideia de que a minha avó

era famosa – até chegar ao 5ºano.

Acho que isto diz alguma coisa sobre a sua

modéstia.

Além disso, é das pessoas mais generosas que eu

conheço, e é assim sem esperar que a estejam sempre a

elogiar.

É muito divertida, ri-se com imensas coisas – e

com as mesmas que eu, o que dá jeito.

Portanto, que mais se pode querer de uma avó que

está sempre pronta para ir às compras connosco, sem

nós termos de fazer nada a não ser bater a pestana?

Yap!

É perfeito.

ADR IANA, 15 anos

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IntroduCAo

Depois das palavras da minha neta mais velha,

facilmente entenderão que não sou uma avó típica.

A Adriana não louva a maravilha dos meus

cozinhados.

A Adriana não elogia a forma como eu lhe conto

histórias.

A Adriana não recorda, emocionada, o meu vulto

à cabeceira da mesa familiar, nem o meu aceno à saída

da escola.

A Adriana não realça a paciência com que a ajudo

nos trabalhos de casa.

Tudo aquilo que uma avó normalmente faz.

Não.

A minha neta elogia os meus brincos, as minhas

carteiras, as minhas gargalhadas, e a minha disponibi-

lidade para ir com ela às compras.

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Não é, seguramente, aquilo de que os manuais

normalmente falam quando falam de avós.

Por isso acho que devo deixar já alguns avisos

muito sérios a quem me vai ler:

a) não vou teorizar sobre coisa nenhuma, não sou

psicóloga nem descobri a pólvora, nem sequer vou escrever

um tratado sobre a arte de ser avó: vou apenas abrir a

porta da minha casa, e deixar entrar os leitores, e esperar

que participem e se divirtam com as nossas brincadeiras.

b) só falo daquilo que conheço e, por isso, as avós

aqui referidas serão sempre avós da burguesia urbana a

que pertenço.

c) isto não é um manual da boa avó. Longe de

mim tal ideia. Isto será – ou eu gostaria muito que fosse

– uma pequena ajuda para tirar remorsos a quem se

julga uma avó má, só porque não está livre para os

netos as 24 horas do dia, e não tem disposição para o

obrigatório ritual do almoço familiar ao domingo.

A ideia de “avó” há muito se transformou num

lugar-comum: avó é a substituta da mãe; avó é a baby-

-sitter mais económica e sempre à mão; avó é a melhor

amiga das crianças, havendo mesmo quem advogue

que, entre o infantário e a casa da avó, é sempre

preferível a casa da avó.

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No entanto – e felizmente! – estamos longe do

tempo em que as avós não tinham vida própria, porque

toda a sua vida se fazia e se pensava em função dos

netos.

Como, anteriormente, já se fazia e pensava em

função dos filhos.

Hoje as avós são cada vez mais novas.

Hoje as avós, tal como as mães, trabalham fora de

casa.

Hoje as avós até têm namorados.

Criaram os filhos: deixem-nas agora descansar

um pouco e gozar em liberdade o tempo que podem – e

querem – dedicar aos netos.

Estar com a avó devia sempre ser uma festa – e

não uma obrigação.

A casa da avó devia ser sempre a gruta dos

mistérios – e não a extensão do ATL.

Aqui há dias, ao dar banho à minha neta mais

pequenina, oiço-a exclamar:

– Avó, o teu champô cheira a morango!

Perguntei-lhe a que cheirava o champô dela, em

casa dos pais.

Muito séria, respondeu:

– Avó, em minha casa, cheira tudo a normal.

A casa da avó deveria ser sempre a “anormalidade”,

no sentido mágico da palavra: o lugar onde há lobos

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por entre os cortinados, onde terríveis piratas se

escondem na chaminé da sala, onde as coisas têm

cheiros estranhos, onde o passado ataca nas páginas

dos velhos álbuns de fotografias, onde há sempre um

ombro disponível para uma crise de choro adolescente.

Infelizmente, em tempos de crise e desemprego, as

coisas nem sempre são o que gostaríamos que fossem

– e às vezes a casa da avó é a creche que não se pode

pagar… Mas isso é outro assunto.

Seja como for, é evidente que as avós são essenciais.

Recordo sempre o professor João dos Santos quando

dizia:

“Uma criança não pode viver sem uma avó e sem

uma aldeia. Se as não tiver, é preciso inventá-las.”

Na minha infância, de poucos afectos, tive de

inventar ambas; felizmente os meus netos são privile-

giados por, em ambos os casos, não precisaram de

inventar o que quer que seja: avós e aldeia encontram-

-se à sua disposição, mesmo à beirinha dos seus olhos.

P.S. – Não foi só a minha neta Adriana a contribuir com o prefácio para o livro;

o Diogo, o Pedro e a Isabel também aqui estão, com os desenhos que encontrarão

ao longo destas páginas.

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UMA QUESTAODE LINGUISTICA

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PEDRO

DIOGO

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AVO ALICE

ADRIANA

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ISABEL

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