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Aliando Inteligência ao Fisiculturismo

Tradução e compilação: André Díspore Cancian

Contato: [email protected]

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Sumário

Prefácio do Tradutor 7

Parte I – Esteróides: Teoria & Prática Introdução ao Planejamento de Ciclos 11Natureza e Funcionamento dos Esteróides 25O Guia Completo para Utilização de Testosterona 31O Mecanismo de Ação dos Esteróides a Nível Celular 45Uso Feminino de Esteróides 48Perfil da Droga: Durateston 56Perfil da Droga: Hemogenin 59Noções & Procedimentos Básicos sobre Injeções 61

Parte II – Perda de Peso & Definição Ciclos de Definição 67 Cetose: Noções Básicas 71Perguntas Freqüentes sobre a Dieta Cetogênica 78Queima de Gordura Localizada: o Mito que Vende 107DNP & Insulina: uma Mistura Perfeita 113DNP 128Fatos Básicos sobre DNP 133

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Prefácio do Tradutor

Este compêndio de artigos foi criado com o intuito de promover a educação sobre o funcionamento e o uso das substâncias vinculadas à prática do fisiculturismo. É claro que, com isso, não se pretende incentivar ou mesmo fazer parecer que é possível tornar a prática isenta de riscos através da educação. Pode-se, é verdade, diminuí-los muito, mas nunca erradica-los totalmente. Riscos, como sabemos, existem em todos os lugares e em todos os tempos. Até o uso indevido de aspirina tem seus riscos. Praticamente tudo que desejamos tem seu preço, temos de correr riscos o tempo todo pela vida inteira.

Já estamos cansados de toda essa demonização dos esteróides que vem sendo feita pela mídia. Esteróides são substâncias projetadas para serem utilizadas com segurança, não são venenos mortais que transformam pessoas em sacos de músculos podres por dentro do dia para a noite. Pegam-se exemplo infelizes de indivíduos sem o menor bom-senso na utilização dessas substâncias, e então tentam fazer parecer que toda e qualquer pessoa que chegar perto delas sofrerá todos os efeitos colaterais que aquele indivíduo teve. Isso é tão absurdo quanto dizer “um amigo meu tomou 50 aspirinas e morreu; então nunca tome aspirina, pois elas são muito perigosas”. Bem utilizados, os esteróides podem ser as substâncias que auxiliarão você a ter o corpo de seus sonhos sem sacrificar sua

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saúde, fazendo de você uma pessoa mais autoconfiante, feliz e satisfeita consigo mesma.

A idéia aqui é simplesmente ajudar àqueles que já se decidiram quanto a isto; isto é, decidiram que este risco vale a pena ser corrido. É claro que esta é a questão pessoal mais importante que deve ser respondida antes de se pensar na utilização de substâncias farmacológicas. “Eu quero isto tanto assim que os riscos valem ser corridos?” Se a resposta for sim, então este livro é para você. Através dele, esperamos, será possível encontrar os modos mais seguros de alcançar seus objetivos, minimizando alguns efeitos colaterais e evitando outros. É claro que sempre se deve contar com auxílio de um profissional da área médica que supervisione e monitore a saúde em seus pormenores.

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Parte I

Esteróides: Teoria & Prática

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Introdução ao Planejamento de Ciclos

Por Bill Roberts

Introdução Estaremos, aqui, apenas discutindo – e não incentivando – o uso de esteróides. Assim, o dilema “usar ou não?” fica por conta de cada um.

Este artigo pretende tratar de questões básicas como, por exemplo, “qual esteróide devo usar? Quais dosagens? Por quanto tempo? Pode-se utilizar mais de um tipo ao mesmo tempo?”. É importante lembrar que não existe nenhuma “fórmula geral” que se aplique a todos.

A primeira coisa a ser levada em conta é “quais são os objetivos?” e talvez a segunda seja “esses objetivos são razoáveis, sensatos?”. Muito freqüentemente me deparo com pessoas que desejam ganhar enormes quantidades de massa muscular ao mesmo tempo em que perdem gordura e ainda por cima utilizando as drogas mais seguras e “brandas” possíveis. O que essas pessoas deveriam fazer é traçar objetivos que não sejam contraditórios. Neste artigo

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nós iremos considerar objetivos – razoáveis, é claro – e discutir modos de alcançá-los.

Todas as considerações feitas aplicar-se-ão apenas a indivíduos do sexo masculino. Mulheres devem usar doses muito mais reduzidas para evitar problemas de virilização; até doses baixas podem causar engrossamento irreversível da voz, aumento piloso (também facial), etc. O uso feminino de esteróides é um caso à parte que não será tratado neste artigo.

Massa muscular Consideremos o primeiro objetivo mencionado: ganho de massa muscular. Os objetivos dependerão em grande parte de quão avançado é o atleta e/ou usuário. Uma pessoa com 20kg de massa muscular além do que conseguiria desenvolver naturalmente, e que deseja acumular ainda mais, simplesmente não conseguirá qualquer resultado utilizando 500mg de testosterona. Na melhor das hipóteses essa dose o ajudará a manter a massa muscular já adquirida (em vez de perdê-la gradativamente). Tal indivíduo provavelmente não conseguirá alcançar seus objetivos usando menos de um grama de esteróides injetáveis por semana em conjunção com pelo menos 50mg/dia de algum oral. Talvez seja necessário ainda mais que isso, pois o indivíduo já superou de longe seu limite natural, e ganhar ainda mais não será fácil.

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E aquela pessoa que, após vários anos de treinamento, chegou ao seu limite genético sob condições naturais? Ela provavelmente conseguiria excelentes resultados com os mesmos 500mg de testosterona (por semana).

E o indivíduo ainda distante de seus limites naturais por ser iniciante ou por ter seguido uma rotina de treinamento incorreta e ineficiente? Tal indivíduo pode alcançar ótimos ganhos sem o uso de esteróides anabolizantes; apesar de que o uso acarretará um aceleramento dos ganhos, diria que fazê-lo não é necessário nem recomendável.

Quem simplesmente deseja possuir um físico atraente e valoriza muito a aparência de sua pele e cabelos seria pouco beneficiado com o uso de testosterona ou Dianabol/Hemogenin (em doses quaisquer). Os benefícios simplesmente não compensariam os prejuízos (pele: oleosidade e acne; cabelos: aceleração da perda). Seria mais sensato utilizar, neste caso, uma droga mais branda, para assim alcançar seus objetivos com um mínimo de risco à saúde e aparência.

Perda de peso E o segundo objetivo, a perda de gordura? Bem, esse objetivo é diametralmente oposto ao ganho de massa muscular. Numa alimentação com ingestão restrita de calorias não se chega nem perto de ganhar quantidades iguais de músculo quanto se ganharia numa

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alimentação hipercalórica que permitisse, digamos, um ganho de 0,5kg gordura/semana. O mais recomendável seria dividir os esforços para ganho muscular e perda de gordura em duas etapas distintas. Para quem não possui uma quantidade de músculo além do limite genético natural, o uso de esteróides não é necessário para se chegar a níveis moderados de gordura corporal (cerca de 8%). Entretanto, esteróides tornam a dieta mais fácil, rápida e eficiente; a dose necessária, neste caso, é bastante reduzida: 250mg/semana de Durateston ou 400mg/semana de Primobolan serão suficientes. Tais doses, entretanto, não serão suficientes para indivíduos que estejam bastante além de seus limites naturais; eles apresentarão um catabolismo muscular muito intenso em doses baixas.

Segurança Os efeitos estrogênicos são uns dos sérios problemas relacionados à utilização de anabolizantes. A maioria dos esteróides converte-se parcialmente em estrógeno, e mesmo os que não o fazem, potencializam o efeito do já presente no organismo. Testosteronas em geral, Dianabol e Hemogenin são substâncias particularmente notórias nesse aspecto, e Deca com certeza também está sujeita a esse tipo de conversão. Primobolan, Trembolona, Oxandrolona, Winstrol e Masteron são esteróides que não se convertem em estrógeno absolutamente, o que corta o problema pela raiz.

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Os problemas manifestados por tal conversão incluem inibição da produção natural de hormônios (que não é controlado apenas pelo receptor estrogênico, assim o problema não é totalmente solucionado apenas bloqueando-se a conversão), possível ginecomastia (desenvolvimento de tecido mamário) e retenção hídrica.

Outro fator relativo à segurança das drogas é a hepatotoxidade dos esteróides orais. Primobolan não tem esse problema, mas comprimidos de 5mg são inúteis a um fisiculturista masculino. Precisaria-se de pelo menos 100mg/dia para um efeito bastante modesto, sem mencionar que o custo é simplesmente proibitivo. Oxandrolona possui uma toxicidade hepática mínima, e é conhecida por induzir grandes ganhos de massa; é uma droga cara. Winstrol possui alguma toxicidade, mas não é particularmente eficiente. Nos restam, agora, Dianabol e Hemogenin. Dianabol é relativamente amena ao fígado, ao menos se não for utilizada por muitas semanas consecutivas. Hemogenin pode causar mal-estar em algumas pessoas bastante rápido. Em minha opinião, se Dianabol conseguir “dar conta do recado”, e na maioria dos casos consegue, será a melhor escolha entre as duas drogas.

Planejando o ciclo Após termos definido a(s) droga(s) e doses a serem utilizadas, precisamos tratar da distribuição e organização do ciclo.

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Novamente, os objetivos contam muito na determinação. Se estivermos falando de um fisiculturista profissional, simplesmente é ridículo considerar a possibilidade de ele intercalar períodos de descanso do uso de esteróides, pois os outros competidores não vão. Ele ficaria para trás se decidisse parar periodicamente de usar drogas por algumas semanas a fim de permitir que seu organismo retornasse ao funcionamento normal. Já que não estamos tratando de tais extremos, será tomado como referencial um indivíduo normal, que não deseja utilizar drogas perpetuamente, mas apenas ganhar e manter quantidades razoáveis de massa muscular.

Se pretendemos reter os ganhos, devemos focar nossa atenção ao fim do ciclo. A perda muscular ocorre se o sistema hormonal natural, que envolve o hipotálamo, a pituitária e os testículos, não estiver produzindo os níveis normais de testosterona quando as drogas anabólicas não estiverem mais circulando em nível significante no organismo.

A inibição de cada uma dessas partes é independente uma da outra, e diferentes fatores pesam nessa inibição, mas isso é outro assunto.

Os fatores que determinam a intensidade da inibição são principalmente a duração do ciclo, as drogas escolhidas, as doses e, no caso dos esteróides orais, o padrão de distribuição.

De modo bem resumido, quanto mais longo o ciclo, mais difícil será a recuperação. No cálculo da duração do ciclo deve-se levar em conta a meia-vida das drogas e o tempo necessário para que

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as doses caiam abaixo dos níveis inibitórios (da produção natural). Cada droga possui sua meia-vida característica. Algumas pessoas falam sobre o ciclo “2 semanas com e 2 semanas sem” utilizando Durateston (e então repete-se o processo quantas vezes for necessário). Elas acreditam que assim estão fazendo ciclos de duas semanas, mas devido à substancial quantidade de Durateston que permanece ativa no organismo durante as duas semanas de “descanso”, não haverá qualquer recuperação dos níveis naturais de hormônio. Por exemplo, se um indivíduo faz quatro desses ciclos consecutivamente, terá utilizado esteróides por 16 semanas, ou seja, terá provavelmente muita dificuldade para recuperar sua produção natural de testosterona.

O mesmo ciclo, entretanto, é bastante eficiente se for utilizado o propionato de testosterona (em conjunção com um antiestrogênico), pois esse éster de testosterona possui uma meia-vida bem mais curta, permitindo que haja efetivamente um período de “descanso” entre os ciclos.

Ciclos curtos, com intervalos de muitas semanas entre si, não são eficientes. Geralmente, os ganhos de força relevantes só se dão a partir da terceira semana, e mesmo que se tenha ganhado massa muscular durante as duas primeiras semanas, é só após a terceira que o corpo está totalmente “adaptado” para funcionar num ritmo de crescimento intenso. Infelizmente, nesses casos, o corpo apenas prepara-se para crescer, pois antes disso o usuário interrompe a utilização das drogas. Assim, não é recomendável fazer ciclos isolados com menos de quatro semanas; o mais sensato seria pelo

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menos cinco ou seis. Ciclos de duas ou três semanas só são uma boa idéia, na minha opinião, se forem feitos em série e com apenas um pequeno intervalo de descanso.

Ciclos isolados e curtos não fazem sentido porque desperdiçam uma fase em que o corpo ganharia massa rapidamente, mas, em contrapartida, ciclos com mais de dez semanas provavelmente causarão uma recuperação difícil. Ademais, após o corpo ter crescido intensamente por várias semanas, estará menos propenso a continuar crescendo. Usar esteróides por longos períodos provavelmente resultará numa dificuldade de recuperação, ou seja, haverá maior perda muscular no fim do ciclo. Seis semanas de uso pesado e duas a quatro de uso leve são, em média, as durações mais eficientes para usuários que pretendem manter os ganhos ao máximo.

Apesar de no começo do ciclo não se notar muito claramente a diferença entre os esteróides, no fim essa diferença torna-se bastante óbvia (devido a fatores que influenciam na inibição da produção natural). Se começarmos com doses altas e diminuirmos gradativamente, no fim, a recuperação (e retenção da massa adquirida) será bem melhor do que seria caso fosse feito o oposto, ou seja, começar com pouco e aumentar.

Primobolan, mesmo não sendo um esteróide excepcionalmente forte por miligrama, parece possuir uma proporção bastante boa entre efeitos anabólicos/inibitórios, o que torna tal droga muito propícia para ser utilizada nas últimas semanas dos ciclos. Não é

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muito nítido se tal mecanismo é algo inerente à Primobolan; talvez isso seja devido ao fato dela não se converter em estrógeno e, se assim for, talvez (especulando) uma dose baixa de trembolona tenha o idêntico efeito nesse aspecto.

É impossível determinar com exatidão a dosagem ideal a ser utilizada para esses fins. Em alguns casos, houve resultados excelentes com um grama de Primobolan/semana. Mas doses dessa magnitude são bastante caras, sem mencionar que não é muito certo se todas pessoas se recuperariam plenamente com elas. Apenas 400mg/semana parecem ser suficientes para saturar os receptores androgênicos e garantir numa boa preservação dos ganhos.

No que diz respeito aos esteróides de administração oral, utilizá-los numa dosagem diária única acarreta uma inibição muito menor que em várias pequenas doses divididas durante o dia. Não se sabe exatamente qual parte do dia é a melhor, mas utilizar a manhã não só funciona perfeitamente, mas também faz sentido, já que isso resulta numa baixa quantidade da droga no organismo exatamente nos horários em que a produção de LH e testosterona natural são mais elevadas (da noite até o começo da manhã). Assim, utilizar os esteróides orais em dose única nas últimas semanas do ciclo é uma boa idéia.

Nosso objetivo como um todo não é, entretanto, apenas tentar minimizar a inibição da produção natural de hormônios. Se esse fosse o caso, a resposta simplesmente seria “não use esteróides, ou então apenas doses muito baixas”.

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Nas fases iniciais do ciclo a inibição deve simplesmente ser aceita como o preço a ser pago para se conseguir ganhos consideráveis. A inibição em si mesma não tem qualquer relação com o ganho de massa; na verdade, ela é apenas mediada pelo receptor androgênico, e assim sendo, altos níveis de andrógenos no corpo causarão necessariamente a inibição. E já que neste caso ela irá ocorrer inevitavelmente, então devemos apenas nos preocupar em ganhar o máximo de massa muscular possível. Não há justificativa para meios-termos aqui. Ou você está em fase de ganho de massa (ignorando os fatores que causam inibição), ou então, após essa fase, está se preocupando em mantê-los (levando em conta tais fatores).

No início do ciclo as propriedades inibitórias dos esteróides têm importância muito mais reduzida que suas propriedades anabólicas.

São dois os anabolizantes que reinam supremos: testosterona e trembolona (que é encontrada na Parabolan ou preparados ilegais de Finaplix). Esses dois esteróides parecem ser mais eficientes no ganho de massa muscular que quaisquer outros injetáveis.

Ambos podem vir a ser usados em conjunto, pois é improvável que alguém consiga financiar ou obter grandes quantidades de parabolan; então parece sensato adicionar testosterona à mistura, e talvez até haja uma sinergia entre essas drogas. A combinação trembolona/Dianabol também gera resultados excelentes. Anabolizantes orais têm benefícios à parte não porque se ligam a receptores diferentes (pois existe apenas um tipo), mas

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provavelmente por terem ação direta no fígado, o que influencia vários fatores de crescimento.

Sobre outros injetáveis Não vejo sentido em usar esteróides fracos como Deca ou Primobolan na fase pesada do ciclo. Provavelmente não vão causar problema algum, pois uma vez ligados ao receptor, vão induzir o mesmo efeito que a testosterona, mas na fase pesada simplesmente já há droga suficiente para saturar todos os receptores. Ou seja, não haverá qualquer benefício relevante em utilizar esteróides fracos; sem mencionar que tais esteróides costumam ter um preço bastante elevado.

Há apenas um mínimo benefício não relacionado aos receptores androgênicos induzido por essas drogas; elas também não amenizam os efeitos colaterais dos esteróides mais pesados. Então não há qualquer sentido em usá-las para tentar potencializar o ganho de massa muscular.

Os efeitos colaterais relacionados ao uso da testosterona são o porquê de muitas pessoas interessarem-se em drogas mais fracas, como Deca. Entretanto, utilizando testosterona em conjunto com um inibidor de aromatização (ex. Cytadren) e um antagonista do receptor estrogênico (ex. Clomid a 50-100mg/dia), ela torna-se comparável à Deca em termos de efeitos colaterais/eficiência.

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Alguns relatam que a utilização de Proscar (Finasterida) minimiza os efeitos da testosterona em relação à pele (oleosidade e acne) e ao cabelo (aceleração da perda).

Argumentar que reduzir a conversão da testosterona em DHT diminui o crescimento muscular pode ter algum fundamento. Isso pode ser verdade devido à perda de DHT influenciar na atividade do tecido nervoso, ou porque prejudica outros fatores (não relacionados ao receptor androgênico) mediados pelo androstanediol, um metabólito do DHT, ou algum outro efeito indireto que acaba influenciando os músculos. O DHT em si mesmo não é muito anabólico ao tecido muscular.

Se um indivíduo decidir utilizar Proscar para minimizar os riscos de perda capilar, sugiro que seja feito uso tópico (aplicação direta no couro cabeludo). Mas, se usado oralmente, recomenda-se que, ao menos, não se exceda a dose farmacológica.

Recuperação Há um efeito colateral inevitável: se alguém utilizar doses elevadas de testosterona e/ou trembolona por meses, no fim do ciclo ocorrerão perdas musculares devido à dificuldade para retornar ao estado natural. A produção de LH estará muito baixa, e por ter estado assim por algum tempo, normalmente a pituitária leva um tempo considerável até estar apta a funcionar em níveis normais.

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Durante o ciclo também é provável que ocorra atrofia testicular, apesar de que isso pode ser evitado usando HCG.

Devido aos típicos problemas de recuperação, é sensato limitar a fase pesada a 5-8 semanas, e então utilizar algum esteróide leve (ex. Primobolan) para terminar o ciclo. Em média se começa a fase “leve” duas semanas após a última injeção das drogas pesadas, mas isso pode variar em função da meia-vida do éster em questão. Nessa fase, a administração dos esteróides orais deve ser feita em dose única (como explicado acima).

Se ésteres de longa duração estiverem sendo usados – durante a fase de crescimento –, então quantidades significantes ainda existirão no organismo 2 a 3 semanas após a última injeção, e assim não há qualquer sentido em começar a utilizar os esteróides mais fracos antes disso.

Após essas 2-3 semanas, se não houver Primobolan disponível no mercado, pode-se também utilizar esteróides orais no esquema “dose única”, e uma quantidade bastante reduzida de testosterona (100mg/semana) com um antiestrogênico.

Nesses casos, ser “meio-termo” não é uma boa idéia. Há um ponto onde não há anabolizante suficiente para propiciar efeitos anabólicos, mas mesmo assim ainda induz inibição da produção natural. Não se deve permanecer nesse meio-termo, mas ir direto à fase “leve”, onde se utiliza doses muito baixas ou então drogas pouco inibitórias a fim de permitir a reestabilização hormonal do corpo.

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Clomid deve ser utilizado continuamente até que o usuário tenha certeza de que sua produção natural de testosterona voltou ao normal.

Conclusão Infelizmente, não há uma resposta que abarque todos os casos. Diferentes usuários têm diferentes objetivos.

A informação acima serve para apenas para dar uma base a fisiculturistas que desejam possuir e manter ganhos substanciais (e não usar esteróides continuamente). Indivíduos que desejam resultados mais moderados ou extremos precisam ajustar o planejamento de acordo.

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Natureza e Funcionamento dos Esteróides

Por Sanjac

Este artigo tentará explicar o que são e como funcionam os esteróides. A intenção será proporcionar uma noção geral, e não descrições detalhadas.

Tipos de Esteróides Esteróides anabolizantes podem ser grosseiramente classificados em dois tipos: orais e injetáveis. Quando um indivíduo se alimenta ou consome algo por via oral, a grande maioria das substâncias ingeridas passa através do fígado antes de entrar na corrente sanguínea. Por esse motivo, os esteróides injetáveis não podem ser administrados por via oral, pois na primeira vez em que passam pelo fígado são “desativados”. A desativação feita pelo fígado geralmente consiste na adição de um ou mais grupos hidroxila (OH) para aumentar a solubilidade da molécula em água, facilitando o processo de excreção através da urina.

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Esteróides Orais Esteróides orais são uma versão modificada dos injetáveis; essa alteração tem como finalidade tornar mais difícil ao fígado “desativar” tais moléculas. Essa modificação consiste quase sempre na adição de um grupo metila à estrutura molecular do esteróide. O fígado ainda é capaz de “desativar” a molécula, mas não tão facilmente quanto uma não-modificada. Assim, esteróides orais fazem vários ciclos pela corrente sanguínea até serem finalmente excretados, sendo que maioria acaba sendo eliminada mesmo sem sofrer qualquer alteração química.

Esteróides Injetáveis Esteróides injetáveis são totalmente “desativados” numa única passagem pelo fígado. Mas então por que funcionam? A resposta está na palavra “depot” (depósito). Esse “reservatório” é o que permite a liberação gradual do esteróide na corrente sanguínea. Enquanto o esteróide está sendo “desativado” pelo fígado, mais está sendo liberado pelo “reservatório”. Há vários métodos para criar o “efeito reservatório”.

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Suspensão

O primeiro consiste em utilizar testosterona pura (um sólido cristalino) em suspensão aquosa. A testosterona possui um pequeno grau de solubilidade, e assim seus cristais vão dissolvendo-se lentamente no tecido em que foram injetados. A substância dissolvida difunde-se pelo corpo através da corrente sangüínea. No caso da testosterona em suspensão, o “reservatório” é o próprio local da injeção. Os cristais ficam retidos no tecido, e isso costuma causar dor no local da aplicação. A testosterona dissolve-se numa taxa relativamente constate, durando alguns dias no corpo. A suspensão de Winstrol (Stanozol) funciona de maneira bastante semelhante.

Ésteres

Outro modo de conseguir o “efeito depósito” é utilizar ésteres de testosterona (uma versão modificada, tornada insolúvel em água) que possam ser reconvertidos, no corpo, novamente em testosterona que, por sua vez, possui um certo grau de solubilidade. Comumente a testosterona é transformada em um éster através da adição de um ácido orgânico à sua estrutura, tornando-a solúvel em óleo, mas muito pouco em água. Os ácidos orgânicos mais utilizados são o acetato (C2), propionato (C3), enhanato (C7) e decanoato (C10). Quanto maior a cadeia carbônica do ácido, maior a solubilidade do éster em óleo e maior o tempo necessário para que o éster converta-se novamente em testosterona.

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Há uma crença generalizada de que os ésteres de base oleosa ficam retidos no local da aplicação. Isso não é verdade. A noção de reservatório aqui é meramente metafórica (só pode ser utilizada no sentido de a substância liberar lentamente o esteróide contido no éster), pois a substância injetada na verdade dispersa-se pelo corpo após a injeção. O caso é que se a aplicação for feita num ambiente contaminado, o corpo tentará “englobar” o material contaminante, o que causa a formação de um abscesso. Nesses casos tem-se a impressão de que o esteróide permaneceu no local da aplicação, entretanto, num ambiente estéril, a solução oleosa irá dispersar-se. Injetar grandes quantidades e/ou muito freqüentemente num único local não é a verdadeira causa dos abscessos.

Ativação do Receptor Androgênico Uma vez que a molécula de esteróide chega à célula, difunde-se dentro dela (a difusão pode ocorrer com ou sem as globulinas transportadoras). Tendo o esteróide chegado ao interior da célula, liga-se ao receptor androgênico, ativando-o; então o conjunto receptor-esteróide dirige-se ao núcleo. Dois desses conjuntos unem-se para formar o “elemento de resposta androgênica”. O sistema “(esteróide+receptor)+(esteróide+receptor)” interage com o DNA no núcleo da célula, intensificando a transcrição de certos genes. Enquanto o sistema estiver intacto (a perda de qualquer elemento implica sua total desativação), ele acelera a transcrição dos genes. Os esteróides, entretanto, ficam num estado de fluxo permanente,

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conectando-se e desconectando-se dos receptores (e também das globulinas de transporte). Assim, o sistema pode desativar-se simplesmente pela perda de uma das moléculas de esteróide ligadas aos receptores. Isso explica porque um grama/semana de testosterona é mais eficiente que 500mg, apesar de que meio grama parece ser suficiente para saturar todos os receptores do corpo. Quanto maior a concentração de esteróides no sangue, maior a chance de os receptores estarem ocupados, e assim os sistemas estarão ativos mais freqüentemente.

Outras ações A ativação do receptor androgênico é um mecanismo chave na ação dos esteróides, mas esse mecanismo em si não explica as diferenças entre os esteróides (por exemplo, nandrolona (Deca) é mais eficiente que testosterona na ativação dos receptores, mas não é tão boa quanto no ganho de massa).

Outras ações envolvem o sistema nervoso central, como a ativação motora (coordenação muscular) e o temperamento (por exemplo, agressividade). O mecanismo pelo qual os esteróides manifestam tais efeitos não é atualmente conhecido.

No fígado, alguns tipos de esteróide induzem a liberação de certos “Fatores de Crescimento”. As diferentes características dos esteróides explicam por que usar duas drogas diferentes

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freqüentemente gera resultados mais satisfatórios que utilizar apenas uma.

Excreção dos Esteróides O fígado é o principal órgão encarregado de “desativar” os esteróides; muda-se nele a estrutura química do esteróide para torná-lo mais solúvel em água a fim de excretá-lo pelos rins, apesar de que uma boa quantidade do esteróide é excretada sem qualquer alteração. Muitos indivíduos da comunidade médica acreditavam que os esteróides causavam danos ao fígado devido às elevadas quantidades de certas enzimas associadas ao seu uso. Tais enzimas também são encontradas em pacientes com danos hepáticos causados por outros motivos, e então concluíram, a partir disso, que o esteróide era causa danos. Pesquisas recentes, entretanto, mostraram que a enzima causadora de danos permanece inalterada quando alguns tipos de esteróide são usados; a afirmação de que esteróides danificam o fígado tornou-se questionável (esteróides orais alterados quimicamente pela adição de um grupo metila realmente podem vir a causar danos hepáticos, mas são casos raros, e tal dano é totalmente reversível). O mesmo processo foi utilizado para tentar justificar danos aos rins, mas isso também é improvável.

Não se deve utilizar esteróides sem a supervisão de um profissional da área médica!

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O Guia Completo para Utilização de Testosterona

Por Micro

Se fosse feita uma votação entre usuários de esteróides para eleger a melhor das drogas, não há qualquer dúvida: a testosterona reinaria suprema. Ela é, de longe, o composto mais eficiente para se acumular grandes quantidades de músculo em curtos períodos de tempo. O limite “genético” natural torna-se irrisório frente aos enormes ganhos de massa muscular que a testosterona possibilita. Infelizmente, também há sérios efeitos colaterais associados ao uso dessa droga, mas a boa notícia é que todos podem ser prevenidos ou controlados.

Há tantos mitos a serem desmascarados sobre a testosterona que foram necessários dois meses para que tomasse coragem de escrever este artigo. Todas as vezes em que pensava em iniciar a redação, vinha-me a pesada e frustrante consciência de toda a paranóia que a mídia criou em torno do uso de esteróides. Então continuava adiando e adiando a criação deste texto, mas finalmente decidi que o tempo gasto valeria a pena, pois estaria ajudando a

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educar muitas pessoas com a mente aberta. Aos ignorantes, é apenas isto o que tenho a dizer: suas críticas e elogios eu dispenso.

Acredito que os mitos mais daninhos associados aos esteróides são os seguintes:

“O uso de testosterona induz ataques de fúria e agressividade”. Não sei como tal mentira surgiu, mas acredito que talvez esteja relacionada aos jogadores de futebol americano, nos quais foi inculcado que a violência descontrolada é algo positivo. Sabe-se que a testosterona influencia os níveis de endorfina; e todas as pessoas conhecidas minhas que a utilizaram relataram que ela normalmente gera um sentimento de bem-estar. E ainda mais, afirmo, por experiência própria, que isso é verdade. Não existe essa “agressividade” induzida pelos esteróides, isso é mito! Mas obviamente, se há um lado estúpido e violento escondido dentro de alguém, a testosterona pode acabar trazendo-o à tona. Isso não equivale, entretanto, a dizer que eles transformam pessoas normais em psicopatas enfurecidos e descontrolados.

“Esteróides fazem o pênis encolher”. Isso é alguma piada? Eu acharia que sim se não fosse pelas inúmeras pessoas que dizem isso com seriedade. De onde se pode tirar a absurda idéia de que esteróides diminuem o pênis? Acho impossível conceber qualquer mecanismo através do qual possam causar tal efeito. Provavelmente esse mito nasceu de mais um equívoco. O que testosterona causa é a atrofia testicular (com conseqüente redução de seu volume), mas isso pode ser totalmente evitado por qualquer indivíduo que tenha meia

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dúzia de neurônios (funcionado). A prevenção da atrofia testicular será discutida em detalhes mais adiante neste artigo.

Testosterona, se utilizada apropriadamente, pode gerar resultados fascinantes. Um indivíduo, em seu primeiro ciclo (de três meses), ganha em média 15-25kg. Após o término do uso de esteróides, provavelmente perderá 5-7,5kg – que eram essencialmente água retida –, mas manterá toda a massa muscular. Assim, afirmar que “todos os ganhos serão perdidos no fim do ciclo” é uma falsidade. Claro que se um indivíduo permitir a atrofia testicular e cessar o uso de testosterona repentinamente, sem uma diminuição gradual, perderá muito da massa que obteve. Mas a lição a ser tirada disso é a mesma: qualquer indivíduo propriamente educado sobre a utilização de testosterona será capaz de ganhar – e manter – enormes volumes de massa muscular, sofrendo apenas uma quantidade mínima de efeitos colaterais.

Para saber se a testosterona é o esteróide certo para você, faça a pergunta “quais são meus objetivos?”. Se a resposta estiver relacionada à perda de gordura, sem qualquer ligação com ganho muscular, então testosterona não é o que você procura. Essa droga é apenas recomendável para quem deseja obter o máximo possível de força e hipertrofia muscular. (O meio-termo, ou seja, a utilização de testosterona em ciclos de definição, será discutido em outro artigo).

Após ter certeza de que essa droga é a que você procura, o próximo passo é escolher qual a versão mais apropriada para seus fins. Quase nunca se encontra testosterona pura; a maior parte das

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variantes consiste numa molécula de testosterona ligada a um ácido orgânico (tais substâncias são denominadas “ésteres de testosterona”). O intuito dessa alteração química é fazer com que o esteróide seja liberado de forma gradual.

Existem vários tipos de testosterona para se escolher. Propionato de testosterona manifesta seus efeitos no organismo em 2-3 dias. A testosterona em suspensão (pura, em solução aquosa) manifesta-se em apenas um dia. Enhanato de testosterona leva aproximadamente 10 dias. Durateston (uma mistura de quatro ésteres diferentes) permanece ativa no corpo por até quatro semanas. Uma regra geral é “quanto mais rápida a ação do esteróide, mais efeitos colaterais”. Nosso objetivo aqui é encontrar uma testosterona que não entre em funcionamento muito rapidamente, pois isso acarreta altas porcentagens de conversão em estrógeno e DHT. Entretanto, ésteres que permanecem ativos por muito tempo tornam difícil calcular a quantidade da substância no corpo. Pessoalmente, sugiro o enhanato de testosterona.

O próximo passo é decidir quais doses serão utilizadas. Para um iniciante, sugiro 500mg/semana. Abaixo está o exemplo de um bom ciclo.

Semanas 1 a 10: 500mg/semana Semana 11: 300mg/semana Semana 12: 200mg/semana

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Se o ciclo realmente resumir-se a isso, provavelmente haverá efeitos colaterais resultantes dos dois caminhos que a testosterona pode tomar no organismo:

Ser convertida em DHT. Apesar dele possuir efeitos benéficos ao ganho de massa, também é altamente androgênico. DHT é, em grande parte, o causador dos dois piores efeitos colaterais dos esteróides: calvície e aumento da próstata (hiperplasia prostática).

O porquê de querermos evitar a calvície dispensa explicações. O DHT liga-se ao folículo capilar, causando inflamação, o que deixa o cabelo sem oxigênio e, com isso, obviamente, ele morre. O crescimento prostático causado pelo DHT também deve ser evitado. Além de esse aumento causar uma freqüente necessidade de urinar, também eleva dramaticamente as chances de câncer na próstata. Como se evita isso? Usando finasterida (comercialmente vendida sob o nome de Proscar). Tal composto mostrou-se muito eficiente inibindo a conversão de testosterona em DHT. Pesquisas concluíram que a substância é altamente eficaz no tratamento e prevenção da calvície e aumento da próstata. Sugiro que se utilize entre 1 a 1.25mg/dia para cada 500mg de testosterona. O uso prolongado não resulta em efeitos adversos na maioria dos aspectos. (Referencias 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10)

Também recomendo o uso do shampoo Nizoral. Pesquisas concluíram que ele pode prevenir calvície. Recomendo a versão tópica (shampoo) porque ela possui preço bastante reduzido. Não há

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efeitos adversos relacionados à sua utilização, senão um possível ressecamento do cabelo.

Sofrer aromatização, ou seja, converter-se em estrógeno. Essa substância pode vir a causar o desenvolvimento irreversível de tecido mamário, conhecido tecnicamente como ginecomastia. Apesar de não causar nenhum mal e comumente ser bastante pequena, acaba gerando muita angústia no usuário por questões estéticas. O estrógeno também aumenta a retenção hídrica e a taxa de acúmulo de gordura. Felizmente, evitar tais efeitos é muito fácil. Apenas deve-se utilizar um antiaromatizante (substância que impede a conversão de testosterona em estrógeno). Anastrozol (comercialmente encontrado em comprimidos de 1mg sob o nome de Arimidex) é o número um da lista. Sugiro doses entre 0.125 e 0.25mg/dia para cada 500mg de testosterona. Para facilitar o processo de divisão dos comprimidos, também se pode utilizar 0.25 ou 0.5mg a cada dois dias. Inúmeras pesquisas mostraram que anastrozol suprime até 90% da conversão de testosterona em estrógeno. A substância também se comprovou extremamente segura mesmo quando utilizada por longos períodos de tempo. (Referências 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20)

Outro efeito colateral da testosterona é a atrofia testicular. O corpo, após detectar um excesso de testosterona, reage cessando a produção natural. Isso tem como conseqüência o encolhimento dos testículos e a oligospermia (diminuição da quantidade de espermatozóides). A substância chamada Clomifeno (comercialmente encontrada sob o nome Clomid) pode evitar tais

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efeitos indesejáveis estimulando o corpo continuar normalmente sua produção de testosterona. A atrofia, apesar de ser totalmente reversível, deve ser evitada porque a reestabilização da produção natural leva até um mês, e nesse meio tempo seu corpo possuirá quantidades ínfimas de testosterona, o que provavelmente resultará num intenso catabolismo muscular. A dose a ser utilizada é de 25mg/dia para cada 500mg de testosterona. Clomid, segundo inúmeros estudos laboratoriais e médicos, é muito seguro. (Referências 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32)

Testosterona também aumenta a taxa de colesterol, e é por isso que se deve controlar a dieta nesse aspecto. Muitas vezes ouve-se sobre indivíduos que sofreram ataques cardíacos durante ciclos de esteróides porque se recusaram a cortar o colesterol de sua alimentação. É recomendável fazer exames sangüíneos durante o primeiro ciclo para saber qual é a influência da testosterona sobre seus níveis de colesterol. Pessoalmente, o meu subiu de 170 para 200 durante o ciclo (sem qualquer alteração na dieta); ou seja, ela não me afeta muito nesse sentido. Mas cada um é cada um; caso você seja suscetível a tais efeitos da testosterona, simplesmente ajuste sua dieta.

As glândulas sebáceas localizadas na pele também são influenciadas; a principal função delas é produzir óleo. A testosterona aumenta essas glândulas, causando uma produção excessiva, o que resulta no aparecimento de acne (principalmente nas costas e peito). Tal efeito também é facilmente remediado. A primeira medida é passar a tomar dois banhos diariamente. Para

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quem mora no litoral recomenda-se, uma ou duas vezes por semana, um banho de mar. Para os que moram no interior, deve-se tomar, também na mesma freqüência, banhos com sulfato de magnésio (2 copos) e alvejante (entre 0.5/1 copo).

Abaixo está a versão completa (com a adição dos suplementos recomendados) do ciclo para iniciantes mencionado acima.

Semanas 1 a 10: 500mg Testosterona/semana 1.25mg Proscar/dia 0.125mg Arimidex/dia 25mg Clomid/dia 320mg Saw Palmetto (Serenao Repens) Semana 11: 300mg Testosterona/semana 1.25mg Proscar/dia 0.125mg Arimidex/dia 25mg Clomid/dia 320mg Saw Palmetto (Serenao Repens) Semana 12: 200mg Testosterona/semana 1.25mg Proscar/dia 0.125mg Arimidex/dia 50mg Clomid/dia 320mg Saw Palmetto (Serenao Repens)

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Semana 13: 1.25mg Proscar/dia 0.125mg Arimidex/dia 100mg Clomid/dia Semana 14: 1.25mg Proscar/dia 0.83 mg Arimidex/dia (ou 0.25 a cada três dias) 50mg Clomid/dia

A maioria das pessoas não sabe muito bem como deve se alimentar ou treinar durante os ciclos. Para facilitar o ganho de massa, é altamente recomendável um aumento de 2000 calorias na alimentação. A quantidade diária de proteínas deve seguir a proporção de 3/4 gramas/Kg de massa magra. O treinamento deve ser essencialmente o mesmo, talvez adicionando duas séries a mais por músculo. O sono é outro fator importante; deve-se dormir pelo menos 8 horas.

Comendo, treinando e dormindo corretamente, pode-se esperar ganhos entre 10-20kg. Entre eles, 2.5 a 5kg serão água; então não se preocupe quando, no fim do ciclo, ela começar a ser eliminada, pois a massa muscular certamente permanecerá. Em média, apenas um décimo do peso acumulado é água (se arimidex não for utilizado a retenção será muito maior).

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Para finalizar, o tempo de intervalo recomendado entre ciclos equivale à duração dele mesmo; ou seja, após um ciclo de 12 semanas, deve-se esperar outras 12 antes de retomar a utilização de esteróides.

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32) Marshall JC, et al. “Elevation of luteinizing hormone, testosterone and cortisol in men taking clomiphene citrate.” J Endocrinol.

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O Mecanismo de Ação dos Esteróides a

Nível Celular Por Bill Roberts

Imagine uma molécula de algum esteróide anabolizante ligada a uma globulina (proteína que ajuda no transporte) na corrente sangüínea. Um receptor do lado de fora da célula muscular trará o conjunto globulina/esteróide para dentro dela (esse processo aumenta o metabolismo da célula, mas não é o efeito principal dos esteróides). A molécula também pode encontrar-se sozinha na corrente sangüínea, não ligada a nenhuma globulina. Neste caso, também pode vir a difundir-se através da membrana celular, num processo que lembra água passando por um papel.

Dentro da célula, a molécula de EA (esteróide anabolizante) liga-se à ao RA (receptor androgênico) (que está dentro da célula, não em sua membrana). O receptor é uma molécula muito grande, formada por cerca de mil aminoácidos. Ou seja, é muito maior que a molécula de EA. Quando o RA liga-se a uma molécula de EA, ele ativa-se.

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Pense no RA como sendo uma máquina que possui um botão “liga-desliga”. Se o RA possuir uma molécula de EA acoplada a ele, estará “ativado”, sem nenhuma molécula, estará “desativado”. Não há um “meio termo” que faria com que o EA produzisse um efeito brando, não existe uma “meia ativação” (isso não quer dizer que diferentes esteróides não têm efeitos diferentes. Eles têm, mas por outros motivos).

O RA geralmente permanece ativado apenas por algumas horas. Após o esteróide ter deixado o receptor (eles estão conectando e desconectando-se continuamente), este retorna ao seu estado original, pronto para ser novamente “ativado”.

Após a molécula de esteróide ter-se conectado ao receptor, ele agora se dirige ao núcleo da célula e forma um dímero (dupla) com outro receptor ativado. O dímero liga-se a certas partes do DNA, intensificando a transcrição de genes específicos (produzindo RNA-m). Esse é um mecanismo que o corpo usa para ativar genes seletivamente. Neste caso, apenas os genes associados às funções androgênicas são ativados ou têm sua atividade intensificada. O Rna-m carrega a informação de que a célula precisa para produzir proteínas específicas. Actina e miosina são os principais componentes dos músculos, e são exemplos de proteínas; tais proteínas são produzidas, em última instância, como conseqüência da produção de RNA-m (há outros processos intermediários entre o RNA-m e a síntese da proteína, mas não são de grande importância).

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Finalmente, nosso objetivo: proteínas. No final, o papel dos esteróides é apenas induzir um aumento na produção de certas proteínas, ajudando o usuário a ganhar volume.

Cada receptor “ativado” por uma molécula de esteróide corresponde a uma molécula de proteína produzida? Não. Mesmo que o receptor esteja ativado, isso não significa que terá sucesso ligando-se ao DNA. A quantidade de moléculas de RNA-m produzidas é que, geralmente, corresponde à quantidade de proteínas sintetizadas.

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Uso Feminino de Esteróides

Por Growth Factor

Muitas pessoas possuem fortes convicções contra o uso de esteróides por mulheres. O equívoco mais comum envolve a idéia de que eles transformarão a mulher em “um monte de músculo com uma vagina”. Apesar de que em alguns casos isso é verdade, o fato mais significante continua sendo que esteróides podem ser muito benéficos às mulheres.

Certamente, injetando testosterona em uma mulher, ela vai eventualmente manifestar características fortemente masculinas. De fato, provavelmente isso ocorrerá com a maioria dos esteróides. Alguns efeitos colaterais podem incluir o engrossamento da voz, desenvolvimento de pelos faciais e corporais e aumento clitoridiano. Alguns esportes, como o fisiculturismo feminino, encorajam suas participantes a desenvolver quantidades inaturais de músculo e, nesta busca pelo êxito, algumas mulheres fazem o sacrifício derradeiro em detrimento de sua própria feminilidade. Daí provavelmente nasce a maioria dos equívocos.

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Também há o fator moral. É lícito lançar mão de substâncias “estrangeiras” para alcançar um corpo belo e magro? Acredito que seja. Afinal de contas, não são E/C/A(1), suplementos protéicos e afins, substâncias “estrangeiras”? Alguém poderia argumentar que a extensão dos danos causados pelos esteróides é muito maior. Isso é verdade se os esteróides forem usados incorretamente, mas se uma usuária feminina de esteróides é corretamente guiada, não há risco em absoluto. Há muitas outras coisas que me incomodam na reprovação da sociedade em relação ao uso feminino de esteróides. Muitos alegam que ter um bom corpo é um motivo extremamente superficial. Discordo categoricamente. Você preferiria que uma mulher continuasse a viver se sentindo mal e envergonhada em relação ao seu corpo? Possivelmente até ter de terminar com seu parceiro por não se julgar merecedora? Eu acho que não.

Explique-me por que é socialmente aceitável usar pílulas para controle de natalidade que, diga-se de passagem, são feitas de esteróides, para poder fazer sexo frívolo? Por que é aceitável a uma mulher que “se sente como um homem” seguir o procedimento para a mudança de sexo? Digo “procedimento” porque, ao contrário das mudanças do tipo “homem-mulher”, não há mutilação genital envolvida no processo. Quando uma mulher deseja mudar de sexo, simplesmente são prescritas a ela grandes quantidades de testosterona. Sim, você leu corretamente, testosterona, ou seja, esteróide. Então por que está correto usar esteróides para ter relações sexuais frívolas e possuir uma aparência mais masculina, enquanto é errado usá-los numa tentativa de perder peso e ser saudável? Nossa

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sociedade abunda em contradições. Algumas vezes me sinto enojado pela sua hipocrisia.

Estou aqui para prestar esclarecimentos sobre um assunto bastante impertinente: como usar esteróides corretamente. Estou aqui para ensinar como se usa esteróides sem perder qualquer feminilidade. Estou aqui também para dizer que, se usados corretamente, não vão lhe machucar. Se usados corretamente, não vão tornar sua aparência masculina. Se usados corretamente, não representam qualquer risco à saúde.

Primeiramente precisamos definir nossos objetivos. Se ele for ganhar o máximo de músculo possível, sem qualquer consideração quanto à preservação de suas qualidades femininas, faça-me um favor e vá se informar em outro lugar, pois este artigo não é para você. Mas se seu objetivo é perder gordura e talvez enrijecer seu corpo, continuando tão feminina quanto possível, por favor, continue a leitura.

Primariamente vou tratar do assunto da perda de gordura. Não há sentido em desenvolver seus músculos e possuir um corpo rijo se há uma camada de gordura escondendo-os. Logo, provavelmente será mais vantajoso perder a gordura antes de direcionarmo-nos ao ganho muscular.

São três as drogas mais utilizadas atualmente: T3 (hormônio tireóideo), Clenbuterol e DNP. Realmente sugiro evitar o uso de DNP. Não apenas porque é potencialmente letal, mas também pode danificar seus óvulos, destruindo suas possibilidades de gerar bebês

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normais. Devido aos perigos envolvidos no uso de DNP (que são maiores para mulheres), não vou tratar dele neste artigo.

A combinação T3 + Clenbuterol foi responsável pela mudança muitos corpos. T3 é comumente utilizado no campo médico para tratar indivíduos obesos. Wolman SI e cia fez um experimento com pacientes obesos, dando-lhes 20mcg de T3 três vezes ao dia. A pesquisa mostrou um significante aumento na perda de peso sem qualquer efeito colateral aparente.

T3 é altamente eficiente e, se usado corretamente, seguro. Entretanto, doses de 150mcg e acima aumentam significantemente a chance de fechamento (supressão permanente) da tireóide. Logo, recomendo que não se exceda 100mcg/dia e que apenas sejam feitos ciclos de, no máximo, duas semanas.

Clenbuterol é uma droga que se tornou popular recentemente, e isso se deve principalmente às suas propriedades anabólicas e redutoras de gordura subcutânea. Normalmente é prescrito como broncodilatador, mas não foi aprovado para uso neste país. Clenbuterol realmente potencializa a retenção de massa magra e retarda o ganho de gordura. É comercialmente encontrado na forma de comprimidos de 0.02mcg. Muitos atletas usam de 5 a 8 por dia. Mulheres costumam usar de 4 a 6. Assim como T3, Clenbuterol não deve ser usado por mais de 2 semanas e suas doses devem ser divididas durante o dia.

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Usando T3 e Clenbuterol você verá sua gordura “derreter-se”, mas apenas se usar a dieta e rotina de exercícios corretas. Sugiro a Bodyopus(2) e um exercício aeróbico matinal.

O seu ciclo para perda de gordura deverá assemelhar-se a isto:

Dia 1: 2 comprimidos de Clenbuterol e 25mcg de T3 Dia 2: 3 comprimidos de Clenbuterol e 50mcg de T3 Dias 3 a 10: 4 comprimidos de Clenbuterol e 75mcg de T3 Dias 11 e 12: 3 comprimidos de Clenbuterol e 50mcg de T3 Dias 13 e 14: 2 comprimidos de Clenbuterol e 25mcg de T3 Dias 15 ao 28: Descanso

Chegando ao dia 28, pode-se começar novamente e repetir quantas vezes forem necessárias para alcançar seu objetivo. Lembrando sempre que você deve seguir uma boa dieta e fazer muito exercício aeróbico.

Perdida a gordura, será a hora de concentrar-se na musculatura. É neste momento em que os esteróides entram no jogo. Você precisará encontrar um que não possua efeitos virilizantes para que sua feminilidade se mantenha. A escolha da droga correta é parte essencial.

Todos sabemos que testosterona está completamente fora de questão. Em estudos com quatro cantoras que se submeteram a terapias hormonais, foi notada extrema virilização como conseqüência do uso de testosterona e/ou nandrolona. Decanoato de nandrolona (conhecida também como Deca) tem efeitos virilizantes

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elevadíssimos. Em experimentos conduzidos com mulheres, foram administrados 50mg de Deca a cada 3-4 semanas. Mesmo nessas doses inacreditavelmente baixas, 50% das pacientes perceberam sinais de virilização. Em 1980, a Heinonen and company fez uma experiência envolvendo 98 mulheres. Todas entre elas que receberam suplementação de decanoato de nandrolona sofreram os efeitos colaterais da virilização. Assim, recomendo fortemente que se evite tanto testosterona quanto Deca.

Então qual esteróide pode ser usado com segurança? Primobolan depot (enhanato de metenolona(3)) é conhecido como um esteróide extremamente seguro neste sentido. Num experimento com 43 mulheres, 200mg de Primobolan foram administrados semanalmente. Noutro, a quantidade de mulheres foi 66. Em ambos experimentos o esteróide foi bem tolerado. Mas de início recomendo que a doses não ultrapassem 100mg/semana.

Comece com 50mg por duas semanas. Se não houver virilização, sugiro o aumento da dose para 100mg por mais oito semanas. Depois reduza a dose novamente a 50mg por mais duas semanas para ajudar na conservação de seus ganhos. A maioria conseguirá obter cerca de 2,5-5kg de massa muscular durante esse ciclo. Aumento do desejo sexual e orgasmos mais rápidos são os efeitos colaterais mais comuns. Poucas desenvolvem acne e oleosidade cutânea durante o uso de Primobolan depot, mas, de qualquer forma, em caso positivo, técnicas para evitar o aumento da acne já foram discutidas em meu último artigo: O Guia Completo para Utilização de Testosterona.

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Seu ciclo deverá ser algo parecido com isto:

Semanas 1 e 2: 50mg de Primobolan depot + 3-4 comprimidos de Clenbuterol/dia Semanas 3 e 4: 100mg de Primobolan depot Semanas 5 e 6: 100mg de Primobolan depot + 3-4 compr. de Clenbuterol/dia Semanas 7 e 8: 100mg de Primobolan depot Semanas 9 e 10: 100mg de Primobolan depot + 3-4 compr. de Clenbuterol/dia Semanas 11 e 12: 50mg de Primobolan depot

Durante o ciclo a alimentação deve ser equivalente a 110% / 120% do normal. Recomenda-se um descanso de aproximadamente 6-8 semanas antes de recomeçar. Não há, entretanto, problema algum em intercalar ciclos de T3/Clenbuterol aos períodos de descanso dos de Primobolan. Subseqüentemente pode-se experimentar doses mais elevadas, mas mantendo-se sempre atenta a quaisquer sinais de virilização, que devem ser correspondidos com a imediata redução da dose.

Notas 1 – Mistura termogênica de efedrina, cafeína e aspirina na proporção 1/10/15.

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2 – Bodyopus é uma variante da dieta cetogênica. Para se informar mais, leia o artigo Perguntas Freqüentes sobre a Dieta Cetogênica.

3 – Primobolan depot e Primobolan acetato são duas drogas diferentes.

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Perfil da Droga: Durateston

Por Bill Roberts

Substâncias constituintes:

– Propionato de testosterona: 30mg

– Fenilpropionato de testosterona: 60mg

– Isocaproato de testosterona: 60mg

– Decanoato de testosterona: 100mg

Durateston é bastante popular e muito apreciada por seus usuários, pois oferece várias vantagens em relação a outros tipos de esteróide. Ela é uma mistura de quatro tipos de testosterona que, devido a um mecanismo de liberação gradual, possuem efeito sinérgico. Isso têm duas conseqüências positivas ao atleta. Primeira: devido a essa composição especial e balanceada, miligrama por miligrama, Durateston é mais eficiente que enhanato ou cipionato de testosterona sozinhos. Segunda: as diferentes características dos quatro compostos fazem com que ela rapidamente entre em funcionamento no organismo (o propionato leva apenas 1 dia) e permaneça ativa por várias semanas (decanoato – 3-4 semanas).

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Durateston possui fortes efeitos androgênicos e anabólicos, assim, é bastante indicada a atletas que buscam ganho de força e massa muscular. Por possuir menores índices de aromatização que propionato ou cipionato, gera um ganho muscular mais sólido (menos retenção de água).

Outra característica da droga é ser eficiente mesmo quando administrada em baixas doses a atletas avançados. Também é interessante notar que indivíduos utilizando a droga pela segunda vez (e nas mesmas doses) tendem a obter o mesmo resultado do ciclo anterior. As aplicações deve ser feitas semanalmente ou no máximo a cada 10 dias. As dosagens utilizadas, entretanto, variam entre 250mg/14 dias e 1000mg/dia. Felizmente tais doses extremas não são comuns. A média é 250-1000mg/semana, sendo 500mg/semana suficiente para a maioria das pessoas, e normalmente pode ser reduzida a 250mg/semana se usada em conjunto com esteróides orais. A fim de acelerar os ganhos, não é raro que se misture outras drogas como Deca-durabolin, Dianabol e Hemogenin; Parabolan, Winstrol, Oxandrolona e Primobolan são utilizadas para gerar ganhos de maior “qualidade” (uma menor retenção hídrica).

Apesar de Durateston não possuir altos índices de aromatização quando utilizada em doses razoáveis, muitas pessoas decidem utilizar antiestrogênicos como Nolvadex e/ou Proviron a fim de prevenir os efeitos colaterais relacionados ao estrógeno. Durateston inibe a produção endógena de testosterona, assim, torna-se necessário utilizar HCG ou Clomid no fim do ciclo. Recomenda-

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se às mulheres que não utilizem ésteres de testosterona, pois isso muito provavelmente resultará em virilização irreversível.

Os efeitos colaterais, dependendo da dose e predisposição do usuário, são acne, agressividade, estimulação sexual excessiva, oleosidade cutânea, aceleramento de perde de cabelos, atrofia testicular e oligospermia. A retenção de água e ginecomastia também estão presentes, mas em proporções menores que com enhanato ou cipionato. Danos hepáticos são bastante improváveis durante a utilização de Durateston; entretanto, em dosagens muito altas, pode haver alterações nos níveis enzimáticos, mas que normalmente voltam ao normal após a cessação do uso da droga.

O fígado é um órgão extremamente eficiente no processamento de grandes quantidades de testosterona; isso é confirmado no livro “Doping-verbotene Arzneimittel im Sport” Escrito por Dirk Classing e Manfred Donike. Na página 54 o autor afirma: “O fígado é capaz de metabolizar quantidades praticamente ilimitadas de testosterona (2 gramas do fígado de um rato são capazes de processar 100mg/dia).”

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Perfil da Droga: Hemogenin

Por Bill Roberts

Como a metandrostenolona (Dianabol), a oximetolona não se liga muito fortemente aos receptores androgênicos, assim, a maior parte de seus efeitos anabólicos não é mediada por eles. É um esteróide da Classe II (tais esteróides são sinérgicos aos da Classe I), e possui efeitos similares aos do Dianabol, mas, entretanto, parece ser progestogênica, pois comumente causa ginecomastia mesmo na presença de altas doses de antiestrogênicos, sugerindo fortemente que seu efeito não é estrogênico. Winstrol, por ser anti-progestogênica, mostrou-se eficiente combatendo tais efeitos; oximetolona é muito mais problemática quando usada com esteróides que aromatizam; a mistura Hemogenin + Primobolan é surpreendentemente amena ao corpo; em contraste, quando utilizada com testosterona, é bastante tóxica.

Hemogenin não se converte em estrógeno, assim, drogas como Nolvadex e Proviron não são necessárias. Entretanto, a oximetolona é muito notória por suas características agravantes dos “sintomas estrogênicos” (possivelmente por suas características progestogênicas).

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Essa droga é razoavelmente amena quando não utilizada na presença de andrógenos sujeitos à aromatização. Sua potência é aproximadamente comparável à do Dianabol. Não é incomum que iniciantes obtenham resultados relativamente bons em ciclos feitos apenas com hemogenin; atletas mais avançados, no entanto, geralmente preferem utilizar outras drogas. A dose típica é entre 50-150mg/dia, e deve ser dividida em várias pequenas ao longo do dia.

Oximetolona é tóxica ao fígado, sendo melhor limitar seu uso a, no máximo, seis semanas, preferencialmente quatro (o intervalo de descanso deve equivaler ao período de utilização). A maioria dos usuários julga que essa droga é mais eficiente se utilizada no começo dos ciclos.

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Noções & Procedimentos Básicos

sobre Injeções

Há alguns procedimentos a serem seguidos para se efetuar uma aplicação intramuscular com segurança. Antes de manipular qualquer agulhas ou ampolas é aconselhável um banho. Após certificar-se de que a higiene está em dia, deve-se utilizar uma compressa embebida em álcool para limpar o local a ser injetado e outra para limpar o frasco/ampola de onde o composto será extraído. Retire a seringa de sua embalagem e, se a ampola no caso não for de dose única (frascos de 5/10/50/100ml etc), sugue 2cc de ar com a seringa e aplique dentro do frasco. Isso criará pressão interna, o que ajudará na extração de seu conteúdo. Vire o frasco de ponta-cabeça e retire a quantidade desejada. Caso a ampola seja de dose única, simplesmente segure-a firmemente e, com um movimento rápido e firme, remova sua parte superior. Sugue todo o conteúdo sem maiores cuidados.

Com a substância dentro da seringa, vire-a com a agulha para cima e dê alguns “petelecos” para que as bolhas de ar subam ao topo. Agora pegue uma nova agulha, remova-a de sua embalagem

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esterilizada e substitua a primeira. Usando duas agulhas em cada aplicação há a certeza de que não houve embotamento acidental na agulha a ser utilizada na injeção propriamente dita (o que dificulta a penetração e causa dor).

Mantenha em mente que é de grande importância não tocar a agulha durante o procedimento, e também, caso isso ocorra, não se deve tentar limpá-la com álcool, mas substituí-la por uma nova. Neste ponto, limpe novamente o local a ser injetado com uma compressa embebida em álcool. Então, empurre o êmbulo lentamente (com a agulha virada para cima) até que todo o ar seja expelido. No fim, deixe uma pequena gota escorrer pela agulha para lubrificá-la, o que facilita a aplicação.

Agora segure a seringa firmemente e a imagine como sendo dardo. Use uma mão para esticar a pele, e com a outra simplesmente insira a agulha perpendicularmente à superfície da epiderme (a inserção deve ser feita rapidamente). Após estar totalmente inserida no músculo, puxe o êmbulo (fazendo pressão negativa) e espere alguns segundos para certificar-se de que ela não penetrou em nenhum vaso sangüíneo. Caso a seringa comece a encher-se de sangue, retire-a e recomece o processo de aplicação em um local diferente. Se não houver aparecimento de sangue, lentamente injete o líquido. Após isso, retire rapidamente a seringa e use outra compressa, comprimindo-a firmemente ao local da aplicação, pois isso minimizará o sangramento. Ao mesmo tempo, massageie suavemente o local, pois isso reduzirá um pouco a dor comumente apresentada nos dias subseqüentes. É importante que não se tenha

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pressa para injetar o líquido, pois isso aumenta a dor tanto durante quanto nos dias seguintes à aplicação.

Após todo o procedimento, reúna os dejetos e certifique-se de que serão descartados com propriedade. Para evitar desconforto e abscessos recomenda-se não injetar mais de 2ml por vez. É sensato, também, não fazer mais de 2 aplicações por semana no mesmo músculo, sendo o recomendado apenas uma vez. Preferencialmente faça as aplicações nos dias de descanso ou ao menos evite exercitar o músculo injetado no mesmo dia.

Que Tipo de Seringa Devo Utilizar? É parte essencial escolher a seringa apropriada para administrar esteróides anabolizantes por via intramuscular profunda. As seringas mais aceitáveis para a aplicação são as de 1,5” (número 22) ou 1” (número 23) de comprimento (agulha) com um recipiente de 3ml. O comprimento adequado da agulha garante que a substância atinja as fibras musculares profundas. Agulhas de 5/8” ou 1/2” geralmente são curtas demais para injeções intramusculares e acabam deixando uma porção da substância na região subcutânea, o que cria uma inchação entre a pele e músculo, prejudicando a absorção.

O número da agulha representa seu diâmetro. Quanto menor seu número, maior o diâmetro. As de número 27 são extremamente finas. A número 18 já é bem grande, tendo o apelido de “canhão”.

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As agulhas de número 22 e 23 podem ser consideradas ideais, pois não chegam a ser grandes o suficiente para dificultar a penetração na pele, mas também não finas demais, o que dificulta a passagem do líquido. Usar seringas de insulina para aplicações intramusculares simplesmente não é aceitável. São pequenas demais. Essas seringas são de número 25 ou 27, tendo apenas 1/2” de comprimento e 1ml de volume.

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Parte II

Perda de Peso & Definição

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Ciclos de Definição Por Micro

“Se você quiser ficar definido, tome Winstrol ou Primobolan”. Ouço esse tipo de conselho o tempo todo e, francamente, discordo, pois nenhum esteróide queima gordura.

Não existe, obviamente, apenas um modo de alcançar a definição muscular. Assim sendo, o método que apresentarei aqui é apenas aquele que considero o mais eficiente.

O primeiro fator a ser levado em consideração é a alimentação. Sem uma boa dieta – e uma considerável restrição calórica – não há perda de peso a taxas satisfatórias. A dieta ideal para combater a perda muscular é a cetogênica, ou seja, a “dieta sem carboidratos”. Entretanto, devido à comida ser tão tentadora, a opção mais aconselhável acaba sendo a variante Bodyopus, que consiste em 5 dias sem ingestão de carboidratos e 2 com a alimentação normal. O corte nas calorias deve possuir tal magnitude que o consumo calórico equivalha a 90% do seu Metabolismo Basal. Não se preocupe com o fato dessa quantidade parecer elevada, pois os exercícios aeróbicos(1) consumirão boa parte das calorias. (1) pratique-os em jejum e preferencialmente de manhã.

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O próximo passo é a escolha das drogas corretas. Como afirmado anteriormente, nenhum esteróide causa queima de gordura. Alguns indivíduos afirmam haver perda de gordura durante utilização de Winstrol ou Trembolona, entretanto, devido a essa suposta perda ser pequena a ponto de lançar dúvidas sobre sua própria existência, podemos considera-la como um fator irrelevante aos nossos propósitos. Os fatores que realmente influem na queima de gordura são os exercícios aeróbicos, a restrição calórica e os agentes termogênicos. Isso, porém, não implica que esteróides não possuem qualquer utilidade neste aspecto, pois na verdade são extremamente importantes.

Por que utilizar esteróides? Para manter a massa muscular. Tenha em mente que é esse o único motivo para adicionar esteróides à mistura. Partindo disso, fica difícil entender por que algumas pessoas gastam quantias exorbitantes em drogas como primobolan ou Winstrol. Tais drogas não aceleram a perda de gordura e também não possuem qualquer “vantagem” no que diz respeito à preservação de massa. Pois então, sem dúvida, a testosterona é uma opção válida para ciclos de definição. Contudo, sabemos que a maioria das pessoas não a utiliza com esses propósitos; muito provavelmente porque a retenção de água prejudica a aparência, mas tal efeito indesejável pode ser facilmente resolvido: 20mg de Nolvadex/dia serão suficientes para evitar a retenção, isto é, se houver alguma, pois as doses de testosterona necessárias neste caso são bastante reduzidas, girando em torno de 250-500mg/semana.

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Recapitulando: se o objetivo principal for simplesmente perder gordura e preservar a massa muscular, então a resposta é testosterona.

As drogas termogênicas têm importância vital. As duas mais populares são T3 (comercialmente encontrada sob o nome de Cynomel) e Clenbuterol. Ambas são altamente sinérgicas. Minha opinião se diverge da maioria porque não recomendo a utilização da mistura T3/Clenbuterol, mas apenas T3. Com uma dieta bem planejada, exercícios aeróbicos e T3 há perda de peso numa taxa suficiente para nos permitir prescindir de qualquer outra droga. Clenbuterol também teria sua utilidade, mas ele é mais bem empregado em fins de ciclo devido às suas propriedades anticatabólicas.

A dose correta de T3 é um problema à parte. Pessoalmente, sugiro cerca de 100mcg/dia em ciclos de 4/5 semanas. O famoso problema associado ao uso do Cynomel é o seguinte: utiliza-lo por muito tempo e/ou em doses elevadas acarreta o fechamento permanente da produção natural, ou seja, será necessário utilizar o medicamento pelo resto da vida. Portanto, para evitar problemas, comece e termine os ciclos gradualmente e mantenha sempre as doses moderadas.

Lembre-se, não é necessário comprar uma mistura caríssima de anabolizantes importados e drogas “especiais” para se obter resultados satisfatórios. Seu corpo não se importa com o preço nem

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com a procedência das substâncias. O segredo das dietas reside fundamentalmente em não mentir para você mesmo.

Resumindo:

– Mantenha uma rotina constante de exercícios aeróbicos.

– Siga religiosamente a dieta escolhida (preferencialmente a cetogênica versão Bodyopus).

– Use apenas as drogas necessárias.

Sem dúvida, isso será suficiente.

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Cetose: Noções Básicas Por Beowulf

Você provavelmente já ouviu falar das dietas cetogênicas (sem carboidratos), mas realmente sabe como funcionam? Sabe o que esperar delas? A intenção deste artigo é responder a essas questões. Para quem não se interessa pela ciência das coisas, já adianto: este artigo não é para você. Entretanto, para quem gosta de entender o “porquê” e “como” das coisas, recomendo que continue lendo.

Com uma alimentação normal, seu corpo usa a glicose como combustível padrão. Tudo funciona perfeitamente bem. O cérebro dispõe de glicose suficiente para funcionar a 100%, seus músculos têm generosas reservas de glicogênio e seus rins não estão sendo sobrecarregados com remoção de uréia do sangue. O corpo requer apenas 50 gramas de carboidratos/dia para não entrar em cetose, ou seja, apenas 200 calorias (um grama de carboidrato = 4 calorias). Fato bastante notável levando em consideração que o cérebro sozinho consome 140-150 gramas de carboidratos/dia.

Na ausência de carboidratos – ou com ingestão muito restrita – o corpo “pensa” que o alimento está indisponível. Mesmo numa dieta cetogênica hipercalórica (ingerindo mais calorias do se que gasta) o corpo ainda “pensaria” estar sem alimento. Na realidade, é o

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cérebro que está “com fome”, pois ele leva algum tempo para adaptar-se à utilização de outras fontes de energia.

Você já parou para pensar por que fisiculturistas que usam insulina de modo incorreto morrem? Utilizar insulina sem consumir quantidades adequadas de carboidrato resulta na remoção de toda a glicose da corrente sangüínea (sendo enviada para os músculos e tecidos adiposos). Resultado: o cérebro simplesmente fica sem “combustível” e o indivíduo entra em coma ou morre.

Mesmo na ausência de carboidratos, o corpo ainda possui reservas de glicose para operar, pois o SNC (Sistema Nervoso Central) prefere usar glicose como combustível. Os corpos cetônicos – metabólito resultante da degradação dos lipídios – só serão usados quando sua concentração plasmática for extremamente alta. Isso acontece porque eles não atravessam a barreira sangue/cérebro muito facilmente.

Há apenas duas substâncias com relevância para nossos propósitos que podem ser convertidas em glicose: glicerol e proteína. Lactato também, mas essa substância não tem importância suficiente para ser levada em consideração.

Após uma proteína ser quebrada e reduzida aos seus aminoácidos constituintes, ela entra no ciclo de krebs em diferentes lugares. Algumas dessas moléculas possuem três carbonos e algumas vão eventualmente transformar-se em ácido pirúvico, que também é uma molécula de três carbonos e, assim, possui o “esqueleto” molecular apropriado para, como também o glicerol, fazer

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essencialmente o caminho reverso da glicólise (que é a quebra de uma molécula de glicose em duas de ácido pirúvico), resultando em uma molécula de glicose (que possui seis carbonos).

Glicerol é uma molécula formada por três átomos de carbono, e é exatamente isso que o ciclo de krebs está “procurando”. Mas de onde está vindo o glicerol? Simples: a gordura é formada por três ácidos graxos e um glicerol. Mas já que os ácidos graxos não podem fazer o caminho reverso da glicólise, algo tem de ser feito com eles quando são separados do glicerol. Eles são, então, quimicamente convertidos em acetil-CoA (confie em mim, a complexidade deste processo torna proibitivo tentar explicá-lo neste artigo) e prosseguem pelo ciclo de Krebs, ou ciclo do ácido cítrico. Um bom número destas acetilas são metabolizadas completamente, produzindo ATPs. Entretanto, uma porção considerável não prossegue todo o caminho através do ciclo de krebbs. Há um excesso de acetil-CoA gerado pela oxidação da gordura, pois o ciclo de Krebs não funciona rápido o suficiente. Este acetil-CoA excedente é “empacotado” na forma de corpos cetônicos pelo fígado, que é o único lugar do corpo que os produz.

A função primária dos corpos cetônicos é, obviamente, servir de combustível, fazendo o papel que normalmente cabe à glicose. Entretanto, uma vez que a concentração de corpos cetônicos no sangue ultrapassa um certo limite, o organismo não consegue mais utilizá-los com eficiência (certos tecidos literalmente não conseguem utiliza-los eficientemente em quaisquer circunstâncias). O resultado disso tudo é que acabam sendo removidos da corrente sangüínea e

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posteriormente são excretados na forma de urina, ou seja, literalmente estaremos urinando calorias.

Os experts no ramo da nutrição vão lhe dizer que dietas cetogênicas causam perda muscular. Entretanto, como fisiculturistas, sabemos que dietas desse tipo são notórias exatamente por suas propriedades opostas: a retenção de massa muscular. E então? A meu ver, isso está na verdade relacionado com o treinamento.

Compare um fisiculturista e um maratonista. Ambos vão usar proteína como combustível? Com certeza. Mas ambos vão usar quantidades iguais de proteína? Muito improvável. Um indivíduo sedentário, para reparar os micro-traumas causados por eventos do dia-a-dia, como caminhar e manter-se em pé, nunca vai precisar de tantas proteínas quanto um atleta para recuperar-se dos os micro-traumas catastróficos (por comparação) resultantes de um treinamento intenso. O caso é que fisiculturistas precisam de proteínas para outras coisas além de combustível, mas defendo a idéia de que elas também vão ser usadas pra fazer glicose. O cérebro indubitavelmente precisa dela, e nós deveríamos estar felizes por perder essas proteínas, pois assim evitamos entrar em coma ou morrer. Entretanto, discordo da noção de que quantidades desproporcionais de proteína/gordura serão utilizadas. Primeiro o corpo fará o que tiver de fazer para manter-se vivo, mas, após isso, começarão seus milagrosos processos auto-recuperação.

É importante notar que, para uma proteína ser usada como combustível, é preciso desaminar seus aminoácidos constituintes.

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Isso significa que o grupo amina deve retirado. O problema é que esse grupo contém nitrogênio, o qual converte-se quimicamente amônia, e NH3 dentro das células significa apenas uma coisa para seu corpo: perigo. Essa amônia é convertida em uréia pelo fígado, sendo tóxica também, mas numa proporção menor. A uréia por sua vez é filtrada pelos rins e excretada na forma de urina. É devido ao aumento na produção de resíduos tóxicos que se torna necessário urinar mais freqüentemente. Isso tudo, em combinação com o fato de o glicogênio armazenado nos músculos existir numa proporção de 1/3 com água, e que, após ser utilizado, o músculo perde essa água, da uma idéia das proporções do problema. Beber grandes quantidades de água é imprescindível para evitar desidratação.

Um motivo pelo qual a dieta de Atkins tornou-se popular tão rapidamente foi porque na primeira semana perde-se peso muito rapidamente por desidratação. Também se consegue isso com diuréticos. É essencialmente a mesma coisa que acontece nos dois casos.

Sabemos que a cetose é um fator coadjuvante no processo da perda de peso, mas é importante lembrarmo-nos de que a relação consumo/gasto de energia é o verdadeiro determinante. Deixando de comer carboidratos, mas mantendo-se numa dieta hipercalórica, não haverá diferença alguma: você ganhará peso. A cetose não é paraíso da gula, pois ainda está sujeita às leis de conservação de energia.

Novamente, vale lembrar que seu corpo sempre preferirá glicose a corpos cetônicos como combustível. Deste modo, os

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tecidos que não usam corpos cetônicos com eficiência terão sua performance comprometida. Esse é um problema especialmente relevante em nosso caso, pois os dois tipos de tecido que não se dão bem com os corpos cetônicos são exatamente os cerebrais e os esquelético-musculares.

O cérebro vai encontrar um jeito para funcionar, quanto a isso não tenha dúvida, mas não em sua capacidade máxima. Você ficará meio dispersivo. Apesar de um problema em potencial, isso não chega a ser grande empecilho. As reações serão mais lentas com certeza, mas provavelmente não ao ponto comprometer a maioria das situações.

A ineficiência com que os músculos utilizam os corpos cetônicos será notória. Na academia, sua performance será lastimável. Não será possível levantar o mesmo peso de sempre (essas regras serão consideravelmente alteradas se, simultaneamente, houver o uso de esteróides anabolizantes, entretanto, para quem não os utiliza, manter-se num ritmo de treinamento adequado será uma luta).

A beleza das variantes da dieta cetogênica (como a “Bodyopus”, a “The Anabolic Diet” e a “Animalbolics”) é permitirem um período de “recompensa” com carboidratos após um certo tempo em cetose, ou seja, você não se sentirá tão desanimado, pois haverá uma luz – feita de carboidratos – no fim do túnel.

Enquanto alguns efeitos colaterais afligem apenas populações restritas de indivíduos com problemas de fígado ou rins, há um outro

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efeito que pode ser considerado universal. As fibras, normalmente de modo mascarado, sempre estão presentes nos alimentos que contêm carboidratos, e têm como função dar volume ao bolo alimentar, o que induz, por sua vez, a peristalse, que é a contração do seu intestino para “empurrar” a comida. Esse é um modo muito refinado de dizer que você provavelmente vai ficar muito constipado se não usar suplementos com fibras para manter o intestino funcionando normalmente.

Nunca encontrei um indivíduo que não estivesse completamente miserável nesse tipo de dieta, pois o corpo está sendo colocado numa posição muito desconfortável. Haverá uma vontade desesperada de consumir carboidratos. O cheiro de pão parecerá o melhor perfume já inventado. Em suma: será horrível. Entretanto, a recompensa é uma recomposição corpórea mais radical que com qualquer outro tipo de dieta conhecida.

É possível perder peso com a presença de carboidratos? Sem dúvida. Lembre-se: é a equação “energia ingerida menos energia gasta” que define se haverá ganho ou perda de peso. Entretanto, realmente acredito que as dietas cetogênicas são as mais eficientes na perda de gordura quando se pretende, também, manter a massa muscular.

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Perguntas Freqüentes sobre a Dieta Cetogênica

Por Homer Culley e Delfin Ryan Eamer

Parte I

Teoria & planejamento

O que é “CKD”?

CKD significa “Cyclical Ketogenic Diet” (Dieta Cetogênica Cíclica), um termo genérico que designa as dietas que restringem a ingestão de carboidratos para induzir um estado metabólico conhecido como cetose. Essa dieta possui um período de alto consumo de carboidratos a fim de repor as reservas de glicogênio consumidas durante os exercícios. As CKDs foram originalmente desenvolvidas para utilização no âmbito do fisiculturismo profissional. Enquanto o objetivo da maioria das dietas restritas em carboidratos é manter baixos os níveis de insulina, a CKD pretende um controle mais abrangente. Ou seja, utilizar a cetose para facilitar

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a queima de gordura, mas também consumir grandes quantidades de carboidratos durante períodos determinados para beneficiar-se dos efeitos anabólicos da insulina que, junto com a glicose, também transporta aminoácidos e outros nutrientes para dentro as células musculares.

Qual o papel da insulina na dieta cetogênica?

Controlar a secreção de insulina é o objetivo, direto ou indireto, de todas as dietas com baixo teor de carboidratos. A Insulina é um hormônio que o corpo produz em certas circunstâncias, como, por exemplo, após a ingestão de carboidratos. No caso das proteínas e gorduras também, mas em proporções bastante reduzidas. O papel da insulina é transportar a glicose do sangue para as células. Uma alta concentração dessa substância inibe a utilização de gordura como combustível. Na dieta cetogênica, uma vez atingida a cetose, a insulina encontra-se presente numa quantidade muito pequena, maximizando a queima de gordura.

O que significa “índice glicêmico”?

É um índice referente ao tempo que um certo carboidrato leva para entrar na corrente sangüínea em comparação com a glicose. Originalmente foi desenvolvido para ajudar diabéticos no controle de seus níveis de insulina. Carboidratos com baixos índices glicêmicos demoram mais tempo para entrar na corrente sangüínea. O índice

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também é facilmente diminuído quando os carboidratos são consumidos em combinação com proteínas e gorduras. Os carboidratos com baixos índices são utilizados para manter os níveis de insulina reduzidos, os de índice alto são usados em shakes “pós-treino” para estimular sua secreção.

A CKD é o que eu preciso?

Isso depende dos seus objetivos e de sua composição corpórea atual. CKDs foram criadas para fisiculturistas que necessitavam reduzir ao máximo sua gordura corporal perdendo o mínimo possível de massa muscular. Apesar desses objetivos serem desejáveis para a maioria dos indivíduos, muitos dos adeptos da CKD já possuem uma quantidade de massa muscular relativamente grande e são esportistas bastante experientes. A quantidade de exercícios que eles fazem excede a capacidade dos iniciantes. Não é necessário ser um atleta experiente para beneficiar-se dos princípios da CKD, mas deve ser mantido em mente o grau de complexidade dessa dieta quando estiverem sendo discutidos detalhes e rotinas de treinamento.

É preciso estar em cetose para perder peso?

Não, para perder peso deve-se apenas consumir menos calorias do que se gasta. Quando a maioria das pessoas diz que quer perder “peso”, na realidade referem-se a perder gordura. Muitas dietas reduzem o consumo calórico tão drasticamente que uma

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grande quantidade de músculo é perdida junto com a gordura. Isso também reduz a taxa metabólica, o que facilita a volta de toda a gordura. Estar em cetose significa que o combustível primário do corpo é a gordura (na forma de corpos cetônicos ou ácidos graxos). Há evidências de que a cetose é anticatabólica, o que minimiza a perda muscular. Numerosos estudos comparativos demonstraram que as dietas cetogênicas são as mais eficientes na retenção de massa muscular. Ademais, essa dieta tende a acelerar a perda de peso porque quando a gordura é convertida em corpos cetônicos, estes não podem ser reconvertidos em gordura, sendo inevitavelmente excretados.

A cetose é perigosa?

Não é perigosa para indivíduos saudáveis e não-dependentes de insulina. Crianças epiléticas seguiram dietas cetogênicas por anos como um método de tratamento. Esquimós alimentaram-se cetogenicamente por longos períodos de tempo. Virtualmente todas as dietas com baixa ingestão de carboidratos, incluindo a CKD, não mantêm o indivíduo continuamente em cetose. Os efeitos em longo prazo da cetose, entretanto, são desconhecidos.

Como posso saber de estou em cetose?

O principal método são as fitas para medição de cetonúria, as quais podem ser obtidas em farmácias. São comumente utilizadas

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por diabéticos para medir a quantidade corpos cetônicos na urina. Se a fita ficar escura, você está em cetose. Mas a cetose também é evidenciada por um mau hálito e uma urina malcheirosa. Sentir um gosto metálico também é um sintoma comum. Muitos percebem um estado mental diferente quando estão em cetose; alguns ficam mais dispersos, enquanto outros, em oposição, sentem-se mais alertas. Isso varia muito de pessoa para pessoa. Tais fitas não geram medições muito confiáveis, mas são tudo o que temos.

E se minha fita medidora não estiver ficando escura?

Há vários graus de cetonúria. Mesmo que não haja qualquer mudança na coloração, ainda existe a chance de você estar em cetose, talvez apenas não esteja excretando um número de corpos cetônicos suficiente para reagir com a fita. Mas desde que haja pelo menos traços deles, você está em cetose. A correlação entre quão escura a fita medidora ficou e a queima de gordura é incerta, pois a fita apenas aponta quantos corpos cetônicos há na urina, mas se eles tiverem sido usados como energia, as fitas não acusarão nada. Então a fita não serve como “índice” de perda de gordura. Alguns indivíduos alegam que graus mais suaves de cetose são melhores na perda de gordura, entretanto, tal afirmação não é universal.

Quanto tempo leva para entrar em cetose?

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Novamente, isso varia de indivíduo para indivíduo. Alguns levam vários dias, outros, menos de um. De modo geral, quanto mais tempo uma pessoa tem feito essa dieta, mais rápido entra em cetose.

Há algum problema em consumir álcool?

O consumo de álcool não compromete a cetose, pois apenas resulta numa maior produção de corpos cetônicos. Entretanto, não confunda isso com “maior queima de gordura”, pois ocorre o oposto: quanto mais álcool for consumido, menos gordura será perdida. Ele, em vez de ser metabolizado como gordura, transforma-se numa fonte para produção de corpos cetônicos. Em cetose as pessoas embriagam-se muito mais facilmente.

Quanto peso se perde em média?

Na primeira semana há uma grande perda de peso, ao menos até o período de compensação (de carboidratos). Essa perda de peso é basicamente água e glicogênio. Remover os carboidratos da alimentação resulta numa redução substancial de peso. A dieta cetogênica é diurética e os suplementos comumente utilizados em conjunção, como a mistura termogênica ECA, também contribuem a esse efeito. Para a maioria dos indivíduos a perda de peso será algo em torno de 1,5 – 5kg. No fim de semana, durante a compensação, muito do peso perdido reaparecerá, pois o corpo está ávido para recuperar suas reservas de glicogênio e água. Perde-se, em média,

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entre 0,5 – 1kg de gordura por semana. A balança não é um indicador de progresso, pois nessa dieta há muito fluxo de peso não relacionado à perda de gordura. Talvez a balança não indique qualquer perda de peso durante uma certa semana, por isso recomenda-se a utilização de fitas métricas para o acompanhamento do progresso.

Como calculo a quantidade de calorias a serem consumidas?

Sabendo a quantidade de calorias de manutenção (quantidade exata gasta para sobreviver, sem ganho ou perda de peso), comece subtraindo 10% desse número. Caso não saiba qual é essa quantidade, apenas multiplique seu peso por seis, e vá ajustando o número conforme necessário, até encontrar o número ideal de calorias.

Quanta proteína? Quanta gordura?

As necessidades protéicas são calculadas multiplicando sua quantidade de massa magra por 1.8. Esse resultado, se multiplicado por quatro, equivalerá à quantidade de calorias em proteínas. Subtraia essa quantidade de calorias do total (10% a menos que as calorias de manutenção ou 6 vezes seu peso corporal) e o restante deve ser consumido em gordura (divida esse resultado por 9 para obter o número de gramas de gordura). Estudiosos do assunto recomendam que não se deve consumir menos de 150g de

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proteína/dia mesmo que as contas apontem tal resultado; isso previne perdas de nitrogênio. O restante dos indivíduos deve utilizar o múltiplo de 1.8.

Parei de perder peso, o que está errado?

O problema geralmente está na quantidade de calorias. Na maioria dos casos o indivíduo reduziu excessivamente sua quantidade, e, quando isso ocorre, o corpo entra num “estado de famulência”. Esse incômodo estado metabólico é um mecanismo de sobrevivência designado para períodos de escassez de alimentos. Se a restrição calórica for muito radical, o corpo reage tentando conservar ao máximo suas reservas de energia. O metabolismo abaixa para adaptar-se a um regime de baixas calorias. Tal efeito ocorre quando a alimentação está aproximadamente mil ou mais calorias abaixo da quantidade de manutenção. Esse é um erro muito comum, mas, ocasionalmente, o problema é exatamente o oposto: não há restrição suficiente. Em ambos os casos, passe a calcular as calorias consumidas, assim haverá menos margem para erros.

É recomendável medir minha temperatura regularmente?

Tirar sua temperatura logo após acordar é um modo objetivo de monitorar as mudanças na taxa metabólica. A constância nas medições é essencial para que as estatísticas sejam consistentes e confiáveis. Ao acordar, antes de começar a dieta, tire sua

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temperatura para utiliza-la como referencial. Se a temperatura diminuir, isso indica uma queda na taxa metabólica. Medições semanais serão suficientes.

O que faço se minha temperatura começar a cair?

Aumente as calorias consumidas acima da quantidade de manutenção por um período de tempo. Comer mais freqüentemente também ajuda.

Comecei a dieta recentemente e me sinto péssimo. O que está acontecendo?

A transição para a cetose pode ser difícil e incômoda, pois o corpo está sofrendo uma mudança metabólica a fim de utilizar os corpos cetônicos em vez da glicose como combustível primário. Os sintomas comuns são os mesmos da hipoglicemia, mas, uma vez atingida a cetose, os níveis de energia retornam ao normal. Quanto mais vezes se fez essa dieta, mais rápido a transição ocorre.

Quais tipos de alimento posso comer? Quais não?

Proteína e gordura. Isso significa muita carne, frango, ovo, bacon, peixe, maionese, queijo e óleo; nada de vegetais, leite, pão, grãos, massa, frutas, etc. Para manter-se em cetose não coma nada que possua mais que resquícios de carboidratos. Visto que a

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variedade de alimentos fica bastante restrita, é recomendável o consumo de suplementos multivitamínicos.

E os adoçantes artificiais?

A maioria pode ser utilizada sem preocupações. No entanto, algumas pessoas têm dificuldade para entrar em cetose enquanto consomem adoçantes de base sódica ou que contenham ácido cítrico; evite aqueles que contêm sorbitol, pois ele converte-se em frutose no fígado, e isso tira o corpo da cetose.

Devo beber quanta água?

Quanto mais melhor; no mínimo dois litros. As dietas cetogênicas e a maioria dos suplementos termogênicos são diuréticos, por isso é muito importante estar continuamente repondo os líquidos perdidos. Alguns dizem que beber bastante água ajuda a manter baixa a concentração de corpos cetônicos no sangue; a importância disso reside no fato de altas concentrações causarem liberação de insulina.

Onde está a fibra nesta dieta?

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Na maioria dos alimentos “permitidos” não há praticamente nenhuma. É necessário incorporar algum suplemento rico em fibras à dieta.

As fibras contam como carboidratos?

Não. Se um alimento possui 10 gramas de carboidratos, mas indica 8 gramas de fibras, a quantidade de carboidratos na verdade é de apenas 2 gramas. Novamente, a tolerância é algo individual.

Por que preciso da “compensação” no fim de semana?

Após algum tempo chega um ponto onde suas reservas de glicogênio estão tão reduzidas que um treinamento produtivo torna-se impossível. Comer grandes quantidades de carboidratos, entretanto, não causa ganho de gordura, pois serão utilizados apenas para restituir as reservas de glicogênio do corpo. Essa fase também serve para “aliviar” o indivíduo, pois permite que ele coma os alimentos “proibidos” durante a semana. A CKD é bastante específica sobre a quantidade de carboidratos que deve ser ingerida durante essa fase.

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Como faço a “compensação”?

Em geral, recomenda-se que a maioria das pessoas siga o plano básico de sete dias. Monitore seus resultados, mantenha registros precisos, assim será fácil discernir o que funciona do que não. Outro erro comum é mudar muitas variáveis na programação da dieta de uma vez. No final da semana, simplesmente não será possível saber qual mudança foi a responsável pela melhora ou piora dos resultados. É sensato passar algum tempo estudando e refletindo sobre seus planos antes de começar.

Quando devo começar a “compensação”?

Imediatamente após o treino que depleção. (o treino de depleção será explicado em detalhes mais adiante).

Devo comer carboidratos antes do treino de depleção?

Alguns recomendam que se coma uma fruta duas horas antes; outros não comem; há, ainda, os que começam a comer pequenas quantidades de carboidrato até 5 horas antes do treino, e conseguem bons resultados.

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Quanto tempo deve durar a compensação?

Sugere-se, inicialmente, a duração de 48 horas. Alguns se sentem satisfeitos com ela, outros a julgam longa demais, causando ganho de gordura. Muitas foram bem-sucedidas utilizando períodos de 24-32 horas.

Quanto devo comer na compensação?

O livro Bodyopus recomenda 16 gramas de carboidrato por kg de massa magra nas primeiras 24 horas e 9 durante as outras 24. Enquanto tais quantidades podem ser apropriadas para alguns indivíduos, provavelmente são demais para nós. As quantidades revisadas são 10 e 5 gramas.

No primeiro dia as calorias provenientes de carboidratos devem constituir 70% do total, sobrando 30% que devem ser igualmente divididos entre proteínas e gorduras. No segundo dia os carboidratos devem ser 60% e o resto dividido como no dia anterior.

Você pode calcular as quantidades por conta própria ou então utilizar o “método relaxado”: coma normalmente por 24-48 horas, mantendo a quantidade de proteínas a 2g/kg e a ingestão de gorduras abaixo de 88g.

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Posso fazer a compensação com “junkfood” (guloseimas)?

Essa fase não deve ser vista como uma chance para empanturrar-se de comida, mas como um período no qual os depósitos de glicogênio serão restabelecidos para manter o treino constante e assim evitar um excessivo catabolismo muscular. Entretanto, é geralmente aceito que comer algumas guloseimas com certa moderação não causa muitos prejuízos.

É melhor fazer poucas refeições grandes ou várias pequenas?

Pesquisas mostraram que a síntese de glicogênio depende mais do total de carboidratos consumidos que da freqüência ou tamanho da refeição. Isso transforma a distribuição dos alimentos ao longo do dia, antes de tudo, numa questão de preferência pessoal; é você quem decide se faz 2 ou 12 refeições.

Ganhei peso durante a fase de compensação. Devo me preocupar com isso?

Isso depende. Se o peso consiste em glicogênio e água, não há problema algum, afinal, esse é o próprio intuito da compensação. Mas se for notado um aumento na quantidade de gordura, então provavelmente as calorias estão altas demais. Reexamine seus cálculos, ajuste o que for necessário, e compare os resultados.

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Parte II

Suplementos

Preciso utilizar suplementos?

Além de um multivitamínico, e talvez cálcio, não. A maioria dos alimentos na dieta cetogênica possui muita proteína, então um suplemento protéico não é realmente necessário. Alguns indivíduos relatam que a suplementação com magnésio e potássio ajuda a combater a fadiga muscular e as cãibras. Muitos usam Whey Protein, mas isso não é necessário; consumir proteínas em pó ou através de alimentos é uma mera questão de preferência pessoal. Muitos utilizam ECA (mistura termogênica) para potencializar a queima de gordura durante a fase cetogênica; além disso, a estimulação do SNC proporcionada pela ECA ajuda a manter a intensidade dos treinos constante.

Qual a diferença entre “suplementos naturais” e drogas?

Há uma enorme quantidade de substâncias que se enquadram na categoria de “suplementos naturais”. A distinção entre produtos “naturais” e drogas se define mais por aspectos legais/políticos que químicos/biológicos. Muitos “suplementos” vendidos aqui são classificados como drogas em outros países. O fato de um certo composto ser encontrado na natureza não implica maior segurança

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ou menos efeitos colaterais. O importante é ter bom senso, prestar atenção às doses, resultados e efeitos colaterais.

O que devo usar durante a fase cetogênica?

ECA é uma mistura termogênica utilizada por muitos. O efeito diurético dessa dieta pode causar a perda de eletrólitos, principalmente sódio (suplementação recomendada: 3-5 gramas), potássio (1 grama) e magnésio (300mg). Recomenda-se também a suplementação com cálcio a 1200mg/dia, principalmente àqueles que não estejam consumindo muitos derivados de leite.

O que são termogênicos?

São substâncias que, quando ingeridas, causam um aumento na taxa metabólica, encorajando o uso de gordura como combustível. ECA, DNP e T3 são termogênicos bastante conhecidos. A mistura ECA, por ser a mais popular, será descrita mais detalhadamente a seguir.

O que é ECA?

ECA é o acrônimo de Efedrina, Cafeína e Aspirina. Tal combinação mostrou-se eficiente na perda de peso estudo após estudo. A efedrina é, tecnicamente falando, um beta-agonista e um

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estimulante do SNC; uma “prima” da adrenalina, que manifesta efeitos similares quando ingerida.

Como ECA funciona?

A efedrina funciona estimulando a glândula adrenal a secretar efinefrina. Esse hormônio liga-se aos receptores alfa e beta das células, e isso, entre outras coisas, causa a liberação da gordura acumulada para utilização como fonte de energia. A cafeína ajuda no efeito termogênico inibindo a liberação de algumas substâncias que amenizam os efeitos da efedrina. Aspirina funciona de modo similar à cafeína, inibindo um mecanismo de feedback. Beta-agonistas, como a efedrina, são sabidamente agentes anticatabólicos, ou seja, ajudam a conservar a massa muscular durante dietas.

Usar ECA não é perigoso? Não é ilegal?

Indivíduos com pressão alta ou quaisquer problemas cardíacos devem consultar um médico antes de usar ECA. Tanto a efedrina quanto a cafeína são estimulantes do SNC e farão com que os batimentos cardíacos sejam acelerados. A maioria das pessoas adapta-se aos efeitos da ECA ao longo do tempo (a estimulação ao SNC diminui, mas seus efeitos termogênicos não). A efedrina foi relacionada com mortes, entretanto, apenas em doses absurdamente elevadas. É um medicamento vendido livremente; sua utilização na medicina é direcionada aos que sofrem de asma.

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Onde posso adquirir ECA?

A efedrina sozinha não é mais vendida, mas é comumente encontrada em conjunto com outras substâncias em remédios para asmáticos (por exemplo, finilasma, franol). Pseudoefedrina não é a mesma substância e não manifestará os efeitos desejados (“pseudo” significa falso). Pílulas de cafeína são livremente comercializadas, sendo as farmácias de manipulação os locais mais práticos para adquiri-las na dose apropriada para seus fins. A aspirina, caso utilizada, não deve ser substituída por qualquer outro analgésico, apenas o ácido acetil-salicílico tem as propriedades desejadas.

E suplementos como “Ripped Fuel”, “Diet Fuel”, etc?

Esses produtos contêm os componentes herbáceos dos quais os princípios ativos da ECA são derivados. A fonte mais comum da efedrina é a Ma Huang, a da cafeína é o guaraná e a da aspirina é a casca de salgueiro. Qualquer produto que contenha os três componentes, ou pelo menos a efedrina e a cafeína, geralmente é denominado como sendo ECA. Se você pretende utilizar a versão herbácea, procure os suplementos “padronizados” (standardized). Isso significa que o fabricante oferece uma garantia quanto à potência e concentração dos extratos (por exemplo, 334mg de Ma Huang no “Ripped Fuel” contêm 20mg de Ephedra, que é outro nome dado à efedrina).

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Quais são as doses recomendadas para a ECA?

Efedrina: 20mg Cafeína: 200mg Aspirina: 50-325mg (uma a três vezes ao dia)

É recomendável que a ingestão de ECA não seja constante. Por exemplo, utilize cinco dias e pare dois, ou apenas a utilize nos dias de treinamento, assim seu corpo terá algum tempo para se restabelecer.

A aspirina é realmente necessária?

A aspirina, teoricamente, aumentaria os efeitos estimulantes da efedrina e da cafeína, mas caso ela acarrete alguma inconveniência, pode-se dispensá-la sem que os efeitos termogênicos sejam muito comprometidos.

O que é ioimbina?

É uma substância extraída da casca da Corynanthe yohimbe, uma árvore africana.

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Para que serve a ioimbina?

Ela tem muitas propriedades, mas as que mais nos interessam são as que favorecem a perda de gordura. Alguns indivíduos dizem que a suplementação com ioimbina em conjunção com exercícios aeróbicos leva a um aceleramento na queima de gordura. Mulheres a utilizaram com êxito a fim de reduzir a gordura na parte inferior do corpo (que é notória por sua resistência a exercícios e dietas). Há casos de homens que a julgaram bastante útil para eliminar os resquícios de gordura na região abdominal. Alguns outros, entretanto, não perceberam qualquer resultado.

Como a ioimbina funciona?

Primeiramente precisamos falar sobre os adrenoreceptores e células gordurosas. Há dois tipos primários (e vários grupos) de receptores: beta e alfa. Os beta-receptores estimulam muitos processos no corpo que encorajam a quebra da gordura, a queima de calorias, e também o aumento dos batimentos cardíacos e pressão sangüínea. Estimular os beta-receptores, em relação aos nossos objetivos, é algo positivo. Os alfa-receptores, em contrapartida, tendem a inibir a queima de gordura e induzir sua armazenagem. Logo, “desativar” os alfa-receptores, para nós, é algo positivo. A ioimbina funciona inibindo os alfa-receptores. Pesquisas mostraram que a gordura “teimosa” (como a dos quadris e coxas das mulheres) chega a possuir nove vezes mais alfa-receptores que beta-receptores. Inibir os alfa-receptores teoricamente permitiria uma perda de

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gordura mais eficiente nessas regiões. Um outro problema é a baixa circulação de sangue nos depósitos de gordura; o método para aumentar essa circulação é o exercício aeróbico. Utilizar a ioimbina oralmente afeta os alfa-receptores do corpo inteiro, e não apenas os que estão nos tecidos adiposos. Indivíduos tentaram solucionar isso utilizando cremes tópicos, ou mesmo injetando ioimbina pura diretamente nos tecidos gordurosos. Ainda não se sabe muito sobre o nível de eficácia dos cremes tópicos e injeções. De modo geral, algumas pessoas alegam que usar ioimbina oralmente em conjunto com exercícios aeróbicos é um método eficiente para reduzir a gordura corporal, especialmente nos locais onde ela é mais “persistente”.

Quais são as doses recomendadas de ioimbina?

A primeira coisa a ser determinada é quantidade da substância ativa presente em seu suplemento (ioimbina HCl). A informação deve constar na embalagem. Muitos utilizam o “Yohimbe Fuel” da Twinlab, que possui 8mg de ioimbina por cápsula. A dose, entretanto, é algo extremamente individual. Uma dose ótima é algo em torno de 0.2mg/kg. Por exemplo, se você pesa 60kg, terá de usar (60 x 0.2) 12mg, ou seja, uma cápsula de meia. Entretanto, não é aconselhável começar já utilizando a dose ótima, pois algumas pessoas manifestam reações adversas, como taquicardia e pressão sangüínea elevada. Logo, é uma boa idéia começar com uma dose modesta (4-8mg/dia) e elevá-la gradualmente. Monitorar os

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batimentos cardíacos também é algo aconselhável. Apesar de que alguns toleram bem a ioimbina, muitos relatam que ela causa um aumento na freqüência cardíaca para uma mesma intensidade de atividade aeróbica. Monitore seus batimentos e ajuste a intensidade de acordo.

Quando devo utilizar a ioimbina?

Deve ser ingerida (com cafeína ou café) de manhã e com o estômago vazio, aproximadamente 30 minutos antes da atividade aeróbica. Administrar a ioimbina em conjunção com alimentos ou logo após uma refeição anula totalmente seus efeitos na queima de gordura. Caso não seja possível fazer o exercício aeróbico de manha, então espere tempo suficiente após sua última refeição para que o seu estômago esteja novamente vazio antes de ingerir a ioimbina, do contrário será dinheiro desperdiçado.

Pode-se combinar ioimbina com ECA?

Novamente, isso varia de indivíduo para indivíduo. Alguns as combinam sem qualquer problema, outros apresentam severas reações adversas. Utilizar ECA e ioimbina tem um efeito tanto beta-estimulante quanto alfa-inibitório, ou seja, resulta numa queima de gordura altamente potencializada. Entretanto, a freqüência cardíaca e a pressão sangüínea também são controladas pelos receptores alfa e beta. Tal combinação pode causar grandes aumentos de pressão e

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batimentos cardíacos em algumas pessoas. Cautela é altamente recomendada. Alguns utilizam a ioimbina de manhã e então esperam 4 horas para usar a ECA. Outros alternam, num dia ioimbina, noutro ECA. Caso haja qualquer dúvida, consulte um medico para esclarecimentos.

A ioimbina é segura? Quais são os efeitos colaterais?

Se você estiver grávida não utilize ioimbina. Ela também pode aumentar o efeito de certos remédios e inibir o de outros. Indivíduos que usam antidepressivos ou drogas que possuam efeitos psicológicos não devem usar iombina. De fato, essa substância não é recomendável para quaisquer indivíduos com problemas psiquiátricos. Também não é recomendável para aqueles que sofrem de úlcera duodenal, de problemas renais ou gástricos. A ioimbina não é aconselhada para indivíduos hipertensivos ou que fazem uso de medicamentos para hipotensão. Os efeitos colaterais mais comuns são taquicardia, tontura, transpiração, tremores, salivação excessiva e rubor cutâneo.

Devo usar carnitina?

L-carnitina é empregada no transporte dos ácidos graxos através da membrana celular para possibilitar sua utilização como combustível. Teoricamente, parece um suplemento ideal para a perda de peso, ajudando no abastecimento das células musculares. Estudos

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sobre sua eficiência, entretanto, ainda são bastante inconclusivos. Poucos indivíduos tiveram resultados positivos com a suplementação de L-carnitina. Essa substância é relativamente cara e de eficiência questionável.

O que é monohidrato de creatina?

Monohidrato de creatina é um dos suplementos mais populares, e existem bons motivos para isso. Há muitos estudos disponíveis sobre creatina, e não vejo qualquer necessidade de reproduzi-los aqui. Resumidamente, o levantamento de pesos envolve esforços breves e muito intensos. A energia é provida ao corpo na forma de ATP (adenosina trifosfato). ATP é constituído em grande parte pela creatina. A suplementação com creatina geralmente permite ao atleta trabalhar seus músculos mais intensamente lhes provendo mais energia.

Aproximadamente 80% dos indivíduos ganharão peso durante a suplementação com creatina. Parece haver um aumento no volume celular durante a ingestão de creatina, causando uma retenção hídrica nos tecidos musculares. Ganhar algo em torno de 3,5 – 5 Kg não é incomum, entretanto, praticamente todo o peso consiste em água.

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Posso utilizar monohidrato de creatina nessa dieta?

Um grande número de estudos demonstrou que o transporte que creatina às células musculares é potencializado na presença de insulina. Durante a fase cetogênica da CKD pouca insulina está presente; apesar dela melhorar o transporte da creatina, a insulina não é um pré-requisito. Para quem esteja planejando usar creatina durante a semana, é recomendável que a ingestão seja feita logo após o treino. O período ideal para a suplementação é durante a fase de compensação, quando o mecanismo de transporte estará otimizado.

O que é glutamina?

Glutamina é um aminoácido essencial que se tornou relativamente popular como suplemento. Ele ajuda na armazenagem de glicogênio, promove a liberação do hormônio do crescimento e é substancialmente benéfico ao sistema imunológico. Entretanto, a suplementação com glutamina não é recomendada durante a CKD, pois ela interfere nos mecanismos que promovem a cetose.

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Parte III

Treinamento

Eu não quero ter grandes músculos como um fisiculturista, não seria melhor usar pesos leves com repetições altas?

A teoria de que fazer muitas repetições com pesos leves induz a definição muscular é totalmente ridícula; sabemos que queima de gordura localizada é um mito.

Apenas levantar pesos não fará de ninguém um fisiculturista; leva anos de treinamento dedicado, de alimentação balanceada e de utilização de esteróides para se chegar ao nível de desenvolvimento muscular de fisiculturistas. O que um treinamento bem programado fará por você é isto: tornar seu corpo mais modelado e aumentar seu índice metabólico.

Isso é mais comumente perguntado pelas mulheres. Foi estimado que apenas 10% delas possuem testosterona suficiente para desenvolver quantidades significantes de massa muscular.

Qual a melhor estrutura de treinamento para a CKD?

Os dois objetivos do levantamento de peso durante a CKD são os seguintes:

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1 – Enviar um sinal ao músculo para que ele “se mantenha”, evitando assim o catabolismo muscular.

2 – Consumir as reservas de glicogênio até o ponto onde a queima de gordura seja otimizada.

A estrutura tradicional dos treinos consiste numa fase “pesada” (segunda e terça) na qual o corpo inteiro é treinado (por exemplo, a metade superior segunda e a inferior terça). E numa fase de depleção, com altas repetições e pouco peso (sexta). A compensação segue-se imediatamente ao treino de sexta-feira.

Como é o treino de depleção mais detalhadamente?

Simplesmente escolha um exercício por músculo e faça um “loop” pelo corpo todo. Por exemplo: pernas, trapézio, peito, costas, ombros, panturrilhas, tríceps, bíceps e abdominal.

Para que haja uma melhor recuperação entre as séries, é bom alternar entre exercícios que atinjam músculos mais distintos possíveis (por ex: biceps e tríceps, costas e ombros).

Faça 10-20 repetições rápidas por série (um segundo subindo e um descendo). Um minuto de descanso entre exercícios e cinco minutos entre os “loops”. As séries não devem ser feitas até a falha muscular, pois o objetivo é apenas esgotar as reservas de glicogênio. Muitos se queixam de náusea durante esse treino, o que geralmente

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se deve ao fato deles não descansarem o suficiente entre as séries. O treino de depleção não deve ser difícil, apenas longo.

Já que a intensidade será menor (grosseiramente, 50-60% do máximo), a depleção do glicogênio também será mais lenta. Ademais, 20 repetições levarão apenas 40 segundos para serem feitas. Admitindo que os níveis iniciais de glicogênio sejam 70mmol/kg, provavelmente serão necessários 4-5 “loops” para esgotar totalmente as reservas.

O que é um “intervalo”?

É uma técnica avançada de treinamento que pode ser usada para potencializar a queima de gordura. Genericamente falando, “intervalos” denominam qualquer atividade que alterna entre períodos de alta e baixa intensidade (por exemplo, correr e andar). Algumas variações consistem em 30s/alta e 60s/baixa intensidade, ou 45s/alta 60s/baixa. Em média são feitos 10 “intervalos”.

Como se utiliza os “intervalos” nesta dieta”?

Simplesmente substitua os exercícios aeróbicos padrão pelos intervalos descritos acima. Devido à diferença de intensidade dessas duas modalidades de exercício, fica impossível quantificar o esforço total tomando o tempo como referencial. Em outras palavras, 12

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minutos de intervalos podem facilmente ser tão eficientes quanto 30 minutos de exercício aeróbico de baixa intensidade.

Os maiores benefícios dos “intervalos” não se dão durante a atividade em si, mas após ela, no chamado “consumo de oxigênio pós-treinamento” (EPOC – Post Exercise Oxigen Consumption). É durante ele que a maior parte das calorias é queimada.

Quanto exercício aeróbico?

O consenso sobre o exercício aeróbico é que ele tem como função criar um déficit calórico. O indivíduo pode criar esse déficit através da restrição calórica, através do exercício, ou de uma combinação dos dois, a diferença em termos de queima de gordura será desprezível. “Calorias consumidas Versus Calorias gastas” continua sendo a fórmula mais importante.

Aeróbicos de alta ou baixa intensidade?

Se você decidir não utilizar os “intervalos” como método para queima de calorias, então exercícios de baixa intensidade e duração moderada serão a melhor opção. Exercícios de alta intensidade que não sejam breves (especialmente níveis de intensidade que causam o acúmulo de ácido lático) resultarão numa quebra de fibras musculares que não será compensará a quantidade de energia gasta. 30-40 minutos, três vezes por semana é um bom ponto de partida.

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Queima de Gordura Localizada:

o Mito que Vende Pela equipe NFPT Personal Fitness

Alegações feitas pelos especialistas Existe uma falta de dados fisiológicos para respaldar as afirmações daqueles que vendem aparelhos para trabalhar músculos específicos alegando que eles induzirão uma queima de gordura localizada. Fazer abdominais usando quaisquer aparelhos que “isolam” a musculatura dessa região ajuda pouco ou nada para eliminar a gordura da cintura, apesar de freqüentemente ouvirmos o contrário. O valor de tais aparelhos reside no condicionamento muscular que proporcionam; sua contribuição à queima de gordura é extremamente modesta.

É compreensível que devido aos indivíduos obesos e fora de forma estarem sequiosos por reverter seu quadro atual, torna-se difícil desencorajá-los a comprar aparelhos que fazem propagandas falsas, pois estas lhe dizem exatamente o que querem ouvir. E com todos os comerciais e propagandas que usam testemunhos para se

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sustentar, realmente torna-se um desafio tentar convencer do contrário pessoas cegadas pelo desespero para emagrecer.

Bom senso Versus Queima localizada A queima localizada de gordura extramuscular simplesmente não existe, não importa quão bem projetado seja o aparelho ou quantas pessoas digam o contrário. Os indivíduos precisam de alguma educação no âmbito do esporte para poder identificar tais engodos. O estudo conduz ao entendimento, e este conduz a resultados mais previsíveis e satisfatórios.

Qualquer indivíduo instruído na área esportiva sabe que exercícios específicos feitos por um músculo ou grupo muscular não resultarão na queima da gordura armazenada perto ou ao redor da área sendo trabalhada. Pegue, por exemplo, um iniciante em musculação que não possua qualquer instrução, e então o faça acreditar que fazer apenas exercícios localizados para o bíceps será útil para definir seus braços. Após vários meses na academia, supondo que tenha feito apenas exercícios para o bíceps, estará ele com um incrível braço escultural, mas com o resto do corpo flácido? Claro que não. Se correr, que é uma das atividades mais estudadas nesse aspecto, resulta em perda localizada de gordura, então por que indivíduos obesos não preservam a parte superior de seus corpos inalterada ao mesmo tempo em que exibem pernas definidas e bem condicionadas? Afinal, apenas as extremidades inferiores são exercitadas nesse tipo de atividade. Pensem nos jogadores de tênis

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que usam um braço muito mais freqüentemente que o outro. Não há diferença alguma entre essas considerações ridículas e as alegações feitas pelos anunciantes de aparelhos para perda de gordura na região abdominal. A queima de gordura simplesmente não funciona assim e ponto final.

A fisiologia da queima de gordura Todo o processo da queima de gordura é iniciado por um mecanismo de feedback, que é disparado por vários stimuli como resultado de uma necessidade de energia. Após a estimulação, hormônios e enzimas são sintetizados e/ou secretados na corrente sangüínea, e são um precursor indispensável à mobilização da gordura. Dentro dos poucos segundos necessários à sua síntese e/ou secreção, esses vários hormônios e enzimas estarão uniformemente dispersos na corrente sangüínea, e isso inclui a circulação colateral (os menores capilares). É a circulação colateral que irriga o tecido adiposo. Em suma, quando essas substâncias chegam até a circulação colateral já estão plenamente diluídas e igualmente distribuídas por toda a corrente sangüínea. Na circulação colateral elas geralmente sofrem perfusão e são distribuídas igualmente para e ao redor das células gordurosas do corpo todo, salvo poucas exceções. Deste modo, todos os tecidos adiposos são estimulados simultaneamente para “liberar” a gordura armazenada na forma triglicérides, ácidos graxos e glicerol. Esta distribuição e provisão equilibradas de hormônios e enzimas lipolíticas resultam na

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liberação de energia por todo o corpo, o que refuta o mito da queima localizada de gordura.

A distribuição da gordura corporal Os indivíduos que possuem grandes acúmulos de gordura em diferentes regiões do corpo são provavelmente vítimas de seu gênero sexual e de sua predisposição genética. Por exemplo, a maioria das mulheres obesas possui maiores depósitos de gordura em seus glúteos e coxas, enquanto homens tipicamente possuem suas reservas na região abdominal. No que concerne a obesidade por predisposição genética (metabolismo baixo, estrutura grande), é comumente tomado como certo que isso resultará, em diferentes graus, numa guerra vitalícia contra o acúmulo de gordura e controle da alimentação.

Quando uma grande quantidade de gordura é armazenada numa região específica, tal região será a última a queimar e a primeira a acumular gordura (hipótese considerada devido à pobre circulação colateral e à reduzida proliferação de agentes lipolíticos em tais regiões).

A progressão na perda de gordura Já que a gordura é queimada de modo proporcional, as áreas que possuem menos gordura serão as primeiras a apresentar

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resultados visíveis. No começo, os anéis e relógios ficam frouxos, a vascularização das extremidades torna-se mais pronunciada, o rosto e o pescoço tornam-se visivelmente mais magros, etc. Isso não significa que essas áreas estejam perdendo gordura mais rápido que o resto do corpo, mas simplesmente que são regiões onde a perda de gordura é mais evidente. Na verdade, como mencionado acima, a queima de gordura está ocorrendo generalizadamente no corpo todo. Por exemplo, remover meio centímetro de tecido adiposo do corpo inteiro indistintamente com certeza resultaria numa desproporção estética, pois as áreas de menor circunferência perderiam uma maior porcentagem em relação às outras.

Ademais, é interessante notar que existe um ponto durante a perda de gordura – sendo este algo próprio de cada indivíduo e região do corpo – após o qual há uma diminuição dramática na velocidade da queima de gordura. As predisposições discutidas acima em relação à proporção e distribuição da gordura corporal não são confirmadas e/ou percebidas até que se atinja esse ponto de “desaceleramento”. Em outras palavras, por exemplo, uma mulher com 100kg que passou sua vida inteira pensando ser geneticamente condenada a possuir um corpo flácido e obeso e, exatamente por isso, não fez qualquer tentativa séria de perder gordura, talvez tenha estado enganada o tempo todo; sem alcançar o ponto onde ocorre o “retardamento” da queima é impossível saber se há predisposições à obesidade; após uma dieta bem planejada, talvez ela volte a ser magra. Tenha em mente que, entretanto, tais casos representam exceções à regra.

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Conclusão Concentrar os esforços numa musculatura atualmente “mascarada” pelo tecido adiposo com a intenção de “queimar” a gordura do local em específico para expor os músculos não difere da tentativa de se livrar da gordura da cintura fazendo abdominais. Os exercícios certamente beneficiarão a musculatura envolvida, mas até que toda a gordura seja perdida através de uma dieta bem planejada, eles não serão nada além de “músculos mascarados”.

Emagrecer às vezes requer muito esforço. Digamos que é uma proposição bastante audaz, especialmente àqueles que possuem quantidades desproporcionais de gordura, um metabolismo lento e/ou predisposição genética à obesidade. Perder gordura continua sendo um desafio, contudo, ao menos agora estamos conscientes de que, salvo através liposucção, a “perda de gordura localizada” é impossível, fisiologicamente impossível.

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DNP & Insulina: uma Mistura Perfeita

Por Jason Mueller

Parte I Todos sabemos do uso de insulina entre fisiculturistas e, sem dúvida, isso constitui o maior avanço no esporte desde o advento do GH, no começo dos anos 80. Os esportistas dos últimos cinco anos têm desenvolvido físicos proporcionalmente muito maiores que seus antecessores exatamente devido ao uso consciente e disciplinado de insulina. Contudo, convém deixar isto claro: a insulina é potencialmente letal.

A maioria de nós também já ouviu falar da droga termogênica chamada DNP. Para quem não a conhece, DNP é o acrônimo de 2,4 dinitrofenol, um inibidor da respiração celular inacreditavelmente eficiente na queima de gordura. Se alguma vez você se questionou como um fisiculturista profissional passa de, digamos, 130 para 100kg em um curto período de tempo, provavelmente a resposta é DNP em conjunção com outras drogas como T3 e clenbuterol. Esse indivíduo pode vir a apresentar problemas na tireóide, fazendo com que ganhe ou perca peso descontroladamente, resultando numa

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aparência horrível. Ainda bem que não falo de uma pessoa real. DNP é droga mais poderosa para queima de gordura e, ao mesmo passo, também a mais mortal.

Antes de continuar, vamos colocar os pés nos chão por um instante. Não use DNP ou insulina sem saber exatamente o que isso significa. Não é brincadeira que eles podem lhe matar e, de fato, a embalagem do frasco de DNP que tenho em mãos está listando as horríveis conseqüências de apenas tocar a substância. Tenha em mente que você está colocando sua vida em jogo ao utilizar DNP ou insulina. DNP é classificado como substância venenosa, sendo usado até em sprays inseticidas! Bem, agora que tirei esse peso das costas, deixando tudo às claras, posso continuar com o assunto.

Não vou começar com aquelas explicações chatas e complicadas sobre os mecanismos de funcionamento do DNP e da insulina, mas é necessário saber alguns fatos essenciais antes de prosseguir. Muitos artigos dizem que DNP bloqueia a ação da insulina, mas isso não é totalmente verdade. A insulina é secretada pelas células pancreáticas em resposta a elevadas proporções de ATP em relação a ADP. Quando a quantidade de açúcar no sangue aumenta, aumenta também a proporção de ATP para ADP, e isso induz, em última instância, a liberação da insulina pelo pâncreas. O essencial disso tudo é que a insulina não será liberada a não ser que os níveis de ATP dentro das células aumentem. DNP bloqueia o mecanismo que possibilita a síntese de ATP a partir de ADP + P (fosforilação oxidativa), e assim, obviamente, os níveis de ATP

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dentro da célula nunca se elevarão. De fato, você literalmente se torna um “diabético” quando sob o efeito da droga.

A ação primária da insulina no corpo é levar a glicose às células musculares e hepáticas, onde serão armazenadas na forma de glicogênio, que é uma fonte de ATP. Já que DNP reduz de modo significativo a produção de ATP, isso novamente interfere com a insulina, evitando que uma relevante quantidade de glicose seja absorvida pelas células e utilizada como fonte de energia. Então para onde está indo toda a energia que normalmente seria utilizada para “reconstruir” o ATP? Está sendo eliminada na forma de calor. Ou seja, a quantidade de calor eliminada por esse mecanismo está numa relação diretamente proporcional à quantidade de DNP consumida. Doses excessivas de DNP vão literalmente cozinhar o indivíduo. Realmente isso não parece um dos modos mais agradáveis de morrer. DNP não segue a lei do “quanto mais melhor”. Doses moderadas farão seu papel. Doses grandes vão lhe transformar em um defunto defumado.

Agora já compreendemos como o DNP interfere no mecanismo da insulina. Outra função da insulina é promover o transporte de aminoácidos da corrente sangüínea aos músculos e outras células. A insulina também aumenta a síntese de proteínas. Apesar de o DNP impedir a secreção de insulina e a síntese de ATP, não tem ação alguma sobre seus efeitos anabólicos, ou seja, DNP e insulina devem ser utilizados conjuntamente, pois suas propriedades são sinérgicas. A insulina “artificial” fará seu papel anabólico enquanto o DNP estará queimando gordura a taxas elevadíssimas.

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Muitos experts do fisiculturismo vêm recomendando a incorporação de DNP como um componente de qualquer ciclo (de esteróides) para assegurar que todo o peso ganho seja apenas em músculo. Teoricamente isso parece ótimo, mas na prática as coisas não são bem assim. Sou um convicto defensor desta idéia: para crescer, não há outro modo senão um treinamento pesado e uma alimentação reforçada. Qualquer pessoa que encontrar um fisiculturista em época de descanso (não de esteróides, mas dos campeonatos de fisiculturismo), verá que aquela lenda do “arroz e frango” foi por água abaixo e que quem manda é a comida hipercalórica, a “junk-food”. A quantidade de drogas que utilizam atinge tal magnitude que simplesmente não há como suprir suas necessidades calóricas comendo apenas alimentos “diet”. Você já tentou comer 5000 calorias em alimentos desse tipo? Boa sorte. O certo é que eles estão crescendo a níveis espetaculares, mas também possuem tendência a engordar um pouco. Bem, aqui vai um pequeno segredo: os fisiculturistas apenas são definidos daquele jeito nas apresentações e campeonatos. A maioria das pessoas imagina que são definidos o ano todo, pois nunca viram fotos deles em dias comuns. E essas fotos não existem por ótimos motivos. A maioria dos fisiculturistas parece um balão com uma noz em cada bochecha fora da época dos campeonatos. Esses indivíduos tendem a ficar gordos e inchados devido à sua alimentação e ao pesado uso de drogas. O DNP entra aqui para manter os fisiculturistas definidos mesmo durante seus ciclos. O problema é que DNP também os deixa fracos, letárgicos e indispostos. Obviamente, o uso dessa droga não é uma boa idéia durante, mas entre os ciclos de esteróides.

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Acho que intercalar ciclos de DNP + insulina entre os de esteróides é a melhor escolha. Proponho o uso de esteróides anabolizantes por 10 semanas (sistema defendido também por Paul Borreson) seguido por um período de descanso. Esse período de descanso, entretanto, é apenas para os esteróides, pois é nele que entra o uso de DNP, insulina e T3 no intuito de queimar toda a gordura acumulada, mas preservando a massa muscular adquirida. Um ciclo hipotético de 24 dias seria o seguinte:

Dia 0: último dia em que os esteróides anabolizantes são utilizados. Dias 1-8: DNP, insulina e T3. Dias 9-16: DNP não é utilizado; a insulina continua; T3 é utilizado até o 12. Dias 17-24: DNP, insulina e T3. Dia 25: retome o uso dos esteróides anabolizantes.

Psicologicamente, esse não é o sistema mais cômodo. Muitos dos usuários de esteróides nunca querem interromper o ciclo porque não conseguem lidar com a angústia de não se sentirem “bombados”. Estar “bombado” faz parecer que se você estivesse a 200km/h, sofresse um acidente, e seu carro capotasse 20 vezes e pegasse fogo, isso não importaria nada, porque você é feito de ferro. É esse o sentimento ao qual me refiro, “sou forte”, “sou invencível”, “sou o dono do mundo”. Entretanto, você usa anabolizantes devido ao falso sentimento de segurança que proporcionam ou por que quer um corpo excepcionalmente bem-estruturado? Já analisei pessoas que intercalam períodos de descanso entre os ciclos (pelo menos 3

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semanas), e elas são maiores, mais saudáveis e têm um corpo esteticamente superior aos “usuários contínuos”.

Manter-se definido mesmo fora das épocas de campeonato significa ter menos gordura para perder. Em outros termos: menos gordura significa menos dieta, que por sua vez significa menos catabolismo muscular. No futuro imagino que fisiculturistas manter-se-ão muito mais definidos durante a fase de crescimento usando um sistema igual ou análogo ao descrito acima. Chegarão, assim, a níveis muito superiores de constituição física.

Parte II Na primeira parte conceituamos o uso de DNP e insulina intercalado a ciclos de anabolizantes no intuito de conservar a massa muscular enquanto se perde gordura. Esta segunda parte se concentra na utilização propriamente dita dessas drogas.

A pergunta mais freqüentemente feita após a leitura da primeira parte é “onde consigo DNP?”. Quando a maioria das pessoas faz essa pergunta espera por um endereço ou número de telefone para encomendar DNP como se fosse pizza. Mas as coisas não funcionam assim com DNP, pois se trata de um composto químico parcamente utilizado, e as poucas indústrias que o usam são altamente especializadas. Por exemplo, DNP é usado em sprays inseticidas e no tratamento de madeiras. Não são muitas as companhias que vendem DNP, pois ele é considerado um material

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perigoso; são necessárias autorizações e procedimentos especiais para que se possa transportá-lo. Ou seja, em última análise, estamos nesta situação: há pouco DNP, e este, ainda por cima, se encontra concentrado em companhias muito específicas. Tenha em mente que, ao ligar para essas companhias, provavelmente estará a falar com alguém formado em química, que não irá ceder tão facilmente à idéia de vender uma substância perigosa a uma pessoa desconhecida. Entretanto, isso não significa que seja impossível compra-lo.

A beleza de o DNP ser uma substância difícil de se adquirir reside no fato de isso funcionar como uma “peneira” contra pessoas estúpidas. Quem for suficientemente inteligente para encontrar DNP, também, eu suponho, será capaz de utilizá-lo com segurança. Nunca compre o DNP pré-encapsulado por terceiros. Vamos usar o senso crítico por um instante. A dose eficaz de DNP não é significantemente diferente da que mata. Saiba o que você está consumindo, pois estamos lidando com quantidades muito pequenas de material, ou seja, é imprescindível que haja grande precisão em sua pesagem. Pessoalmente acho que minha vida vale o suficiente para não confiá-la à capacidade de pesagem de indivíduos que mal conheço, a não ser que se trate de um farmacêutico credenciado.

Supondo que já se tenha conseguido adquirir o DNP, vamos à próxima etapa. DNP é produzido com 25% de umidade (em peso) por ser considerado uma substância volátil (água aumenta sua estabilidade). Antes de encapsulá-lo é necessário remover o máximo possível de umidade. O método mais eficiente para isso é

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simplesmente deixá-lo a céu aberto num dia de sol. Também pode ser utilizada uma lâmpada incandescente se o dia estiver nublado.

Para que a pesagem seja precisa é necessário obter uma balança bastante sensível. A minha possui tolerância de 0.1g, o que considero razoável. Escalas mais precisas existem comercialmente, mas são extremamente caras e tal nível de precisão não chega a ser realmente necessário. A dose ótima de DNP é 4/5mg/Kg de peso corporal. Doses levemente maiores são mais eficientes na queima de gordura, mas o grande desconforto geralmente é um preço alto demais para a maioria das pessoas. Sabendo que 2.2 libras equivalem 1Kg, um fisiculturista de 220 libras pesa 100kg, ou seja, deve consumir aproximadamente 400-500mg de DNP/dia. Idealmente, a dose diária deve ser dividida em duas, uma por volta das 5 da tarde e a outra antes de dormir. Levando em conta que a maioria das pessoas estará usando escalas similares à minha, torna-se impossível medir o DNP com precisão absoluta. Na verdade, o conteúdo das cápsulas vai oscilar entre 150-300mg, entretanto, essa variação é tolerável aos nossos propósitos.

Ao manipular DNP seja extremamente cuidadoso ou provavelmente acabará arruinando a decoração de sua casa. Essa substância mancha permanentemente qualquer coisa com a qual entre em contato. Seus vapores (lembre-se, DNP é uma substância volátil) mancharão os objetos de modo idêntico. Para armazenar DNP seco é necessário certificar-se de que o recipiente em que está contido seja selado. Por exemplo, na primeira vez que usei DNP, guardei-o no canto da cozinha dentro de duas sacolas plásticas.

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Depois de algum tempo o canto inteiro havia sido manchado de amarelo pelos seus vapores. DNP deve ser armazenado em recipientes hermeticamente selados para impossibilitar que seus vapores se dispersem pelo ambiente. Ao manipular a substância, cubra tudo que você pretende conversar com a cor original, use luvas e jogue-as fora após sua utilização. A negligência no manuseio do DNP provavelmente fará com que sua casa adquira uma nova e linda coloração amarelo-urina.

DNP: efeitos colaterais Traspiração

Após ingerir DNP prepare-se para transpirar muito. No segundo dia provavelmente já haverá transpiração passiva. No terceiro você pensará estar num forno, transpirando continuamente. É de suma importância beber grandes quantidades de água para evitar a desidratação causada pela transpiração. Procure também se manter refrigerado, pois temperaturas corpóreas muito elevadas podem ser perigosas. Use um ar condicionado ou ventilador, especialmente durante o sono.

Impregnação colorífica dos fluidos corpóreos

Todos manifestam efeitos colaterais relativos a esse aspecto em um nível ou outro. A urina adquire uma coloração amarelo-

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escuro, o suor mancha roupas claras de amarelo e a cor do sêmen também é afetada. Apesar desse tingimento dos fluidos corpóreos parecer bizarro, não é prejudicial em si mesmo, mas indiretamente: com isso arruinei muitas roupas brancas. Vista apenas roupas escuras para evitar as mesmas conseqüências, pois uma vez manchadas, não há mais solução.

Falta de energia/letargia

Obviamente, se a substância dificulta a produção de ATP, isso causa extrema letargia. A partir do terceiro dia torna-se difícil manter o ritmo normal de atividade. Muitos acham impossível continuar seus programas usuais de treinamento devido à letargia causada pelo DNP. Esse é um dos motivos para que o ciclo de DNP seja curto.

DNP: o ciclo A duração dos ciclos de DNP é determinada pelo benefício versus desconforto. Ciclos de oito dias permitem uma queima de gordura significante e, ao mesmo tempo, não são muito traumáticos para o usuário. A maioria das pessoas vai estar no fundo do poço nesse oitavo dia, literalmente vão começar a questionar se perder peso vale a pena. Ciclos mais longos podem resultar em catabolismo muscular como resultado das reduzidas quantidades de ATP no

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interior das células musculares e da incapacidade que o indivíduo apresenta de manter-se firme em sua rotina de exercícios.

Insulina A utilização de insulina é crucial para se chegar aos níveis de desenvolvimento muscular dos fisiculturistas atuais, entretanto, deve haver uma cautela extrema no sentido de evitar a queda dos níveis de açúcar no sangue. O problema reside no fato ser necessária uma grande quantidade de insulina para promover o efeito desejado. Durante meus estudos encontrei poucos artigos que realmente delineavam precisamente as quantidades de insulina a serem usadas para induzir o anabolismo. A maioria parece estar fazendo piada, sugerindo 1 a 3ui algumas vezes ao dia. A insulina só é eficiente em doses de 30-40ui/dia, e existem fisiculturistas que chegam a usar até três vezes mais.

Deve haver consumo de carboidratos simultaneamente a todas aplicações de insulina. Uma boa regra geral é utilizar 10 gramas de carboidratos para cada ui. Quanto ao tipo dos carboidratos, devem ser uma mistura de açucares simples e complexos. Um exemplo prático seria comer banana e arroz ou suco de frutas e batata. Além disso, é vital que haja alguma fonte de carboidratos simples à mão em caso de emergência, como, por exemplo, como uma barra de chocolate. É uma boa idéia avisar as pessoas mais íntimas sobre sua utilização de insulina, pois assim saberão o que fazer caso notem algo estranho em seu comportamento. Para usar em último caso, leve

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com você um comprimido de glucagon. Essa droga possui o efeito oposto ao da insulina, causando uma liberação massiva de glicogênio do fígado e das células musculares.

A insulina certamente induz anabolismo, mas ao mesmo tempo também cria uma tendência ao acúmulo de gordura. Usando a insulina em conjunção com DNP haverá perda de gordura ao mesmo tempo em que a massa magra é preservada pelos efeitos anabólicos da insulina.

Suplementos Durante o uso de DNP e insulina algumas “drogas-acessório” são necessárias para garantir a segurança e a eficiência. Abaixo serão listadas algumas substâncias recomendadas e uma breve explicação sobre suas características.

Antioxidantes

Os antioxidantes são particularmente importantes em relação ao DNP. No início do século XX, quando DNP era normalmente utilizado como uma droga para queima de gordura, uma porcentagem muito pequena de mulheres desenvolveu catarata. Usar antioxidantes como vitamina C e E é de grande importância para diminuir esse risco e também reduzir o dano causado pelos radicais livres que estarão sendo produzidos em maior escala. A vitamina C

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também é útil por suas propriedades supressoras de cortisol (quando utilizadas em grandes quantidades); consuma por volta de 10 gramas/dia em doses divididas. A vitamina E deve ser utilizada a 1000 iu/dia.

Glicerol

Em estudos o glicerol demonstrou ser um agente coadjuvante na hidratação muscular, e já que a desidratação é sempre algo preocupante durante a utilização de DNP (vale mencionar que até desidratações leves induzem catabolismo muscular), recomenda-se o consumo de três colheres de sopa de glicerol em doses divididas durante o dia.

Carboidratos

Como dito anteriormente, usuários de insulina estão sempre sujeitos à hipoglicemia severa. Shakes mistos de carboidratos simples e complexos são um modo prático de evitar a queda dos níveis de açúcar no sangue.

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T3

DNP causa uma significante queda na produção dos hormônios tireóideos, pois o corpo reage, na tentativa de evitar o superaquecimento, abaixando o metabolismo. Assim sendo, a suplementação com T3 torna-se crucial para maximizar a eficiência do DNP. T3 é comercialmente encontrado sob o nome de Cynomel. A dose recomendada para nossos propósitos é de 25 a 50 mcg/dia.

Conclusão DNP e insulina são extremamente sinérgicos. Indivíduos considerando a utilização dessas substâncias devem manter-se atentos aos efeitos colaterais associados às drogas em questão. Lembre-se: leia tudo que puder sobre as drogas se pretende de utilizá-las. O conhecimento diminui grandemente os riscos e possibilita resultados ainda mais satisfatórios.

Apêndice: inibidores de respiração celular

Por J. L. Soares

A liberação de energia pelos elétrons durante sua passagem pela cadeia respiratória decorre de oxidações dos citocromos. Essa energia é aproveitada para a conversão de moléculas de ADP em

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moléculas de ATP. Portanto, a fosforilação do ADP é um processo “acoplado” com a oxidação dos citocromos. Algumas substâncias impedem a fosforilação oxidadtiva (formação do ATP), sem contudo interferir no transporte de elétrons. São os chamados desacopladores de fosforilação oxidativa. Constituem exemplos o 2,4-dinitrofenol (DNP), as azidas, o pentaclorofenol e os íons cálcio, que competem com os íons magnésio na fosforilação.

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DNP Por Mack Diesel

DNP é a mais recente “estrela” do mundo das drogas utilizadas na queima de gordura. O “viagra” da perda de peso.

DNP é perigoso? Sim, é perigoso como qualquer outra droga, mas seguro e altamente eficiente se tomado nas doses corretas e usado com um mínimo de bom senso. Todos os problemas cardíacos causados pela obesidade apenas neste ano superam de longe todos os casos de problemas médicos relacionados ao DNP.

Poupando o tempo, vou evitar discursos sobre a história desta droga e ir direto ao assunto. Nada, realmente nada, incluindo clenbuterol (bom), Cynomel (melhor), E/C/A (vale a pena ser experimentada, especialmente em combinação com ioimbina), e até winstrol (cujas propriedades alegadas sobre perda de gordura ainda são questionáveis), é mais eficiente que o DNP. NADA! Corpos podem ser radicalmente transformados em poucas semanas com esta droga. Os “boatos” que se ouve de pessoas perdendo até 0,5 Kg de gordura por dia com DNP podem ser verdade, mas acredito que 0,5 Kg / dia é um pouco de exagero. Na verdade, normalmente a perda gira em torno de 1 a 3 kg/Semana. Esses números são para o uso de DNP sozinho e com um mínimo esforço ativo, sem dietas ou

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treinamentos especiais. Se combinado com o treinamento adequado, os resultados podem ser fascinantes.

A dose segura de DNP é entre 3 e 5mg/Kg. Preste atenção nesses detalhes, porque essa droga é perigosa, um único deslize, uma overdose de DNP, e você provavelmente vai passar a servir de alimento para as margaridas e capim do cemitério mais próximo. Por exemplo, para um atleta de exatamente 100Kg, a dose seria entre 300 e 500mg/Dia, o que não é uma muito, mas nesse caso mais nem sempre é melhor.

O lado bom, o Ruim e o Bizarro Você provavelmente está pensando “isso é ótimo, vou ficar definido rapidamente sem nenhum esforço!”, o que pode ser verdade, mas ainda há algumas coisas a serem ditas. DNP vai lhe transformar num ser miserável; você vai suar o tempo todo, suar excessivamente, e muito provavelmente também vai perder o seu “sono tranqüilo”. A primeira vez em que usei DNP, estava tomando as cápsulas antes de dormir, e muitas noites acordei numa poça gigante de suor. Passei, então, a toma-las de manha, o que pareceu ajudar um pouco, mas não muito. O certo é que suando nessas proporções, você precisa beber muita água. Manter-se atento à desidratação é de importância vital na utilização dessa droga. Também é necessário eliminar ou monitorar cuidadosamente a utilização de outras drogas como cafeína e efedrina, pois são

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diuréticas. DNP pode ser infernalmente incômodo, mas é eficiente em iguais proporções.

As teorias sobre o período de tempo em que esta droga deve ser utilizada variam grandemente, mas muito provavelmente seu ciclo será moldado por suas condições financeiras e acesso a outras drogas termogênicas. Se você tem dinheiro para comprar drogas como Clenbuterol e Cynomel, seria sensato alternar entre as três, utilizando-as individualmente. Pessoalmente começaria o ciclo com Cynomel, mas este artigo não é sobre esta droga, então ela terá de esperar por sua vez.

Observações Pessoais Conheço pessoas que utilizaram DNP e suas críticas foram todas positivas com exceção das queixas muito comuns sobre a transpiração excessiva. Dessas pessoas, 50% desistiram por não suportarem o “calor” excessivo e a transpiração intensa.

Utilizei doses de até 800mg por três dias consecutivos (com um peso corpóreo de aproximadamente 105kg) e não tive efeitos colaterais extremos, a não ser que estava transpirando continuamente, quente, miserável e exausto a maior parte do tempo devido à grande quantidade de calorias sendo utilizadas dia e noite no processo de queima de gordura. O calor é diretamente proporcional à dose administrada, sendo 3 mg / kg relativamente tolerável. Meu conselho: compre um ventilador para o seu escritório

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ou local de trabalho; mantenha um estoque de antiperspirante sempre à mão e providencie um espelho de corpo inteiro para poder se olhar o tempo todo. Esse artigo é para quem, após ouvir tudo isso, ao ser perguntado “todo esse desconforto vale a pena?”, responderá “sem dúvida alguma!”.

Notas sobre DNP – 2,4 Dinitrofenol – DNP, apesar de ser um fenol, distintamente da maioria dos compostos dessa classe, NÃO é carcinógeno.

– DNP, se injetado, pode elevar o metabolismo em até 30% dentro de apenas um minuto (altamente perigoso).

– Antioxidantes (especialmente vitaminas A e E) devem ser utilizados em conjunção com DNP.

– Deve-se evitar o uso de DNP com diuréticos e drogas termogênicas e/ou estimulantes.

– Apesar de a dose segura ser entre 3 e 5 mg/Kg, se por uma pequena confusão a utilizar-se 15 mg/Kg (apenas 3 a 5 vezes maior), provavelmente ocorrerá uma overdose e conseqüente morte.

– DNP não deve ser encapsulado sem aparelhos de medição precisa.

– A suplementação com DNP pode aumentar o metabolismo entre 15 a 30%, permanecendo ativo no corpo por até 36 horas.

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Possíveis Efeitos colaterais

– Transpiração excessiva – Desidratação – Respiração ofegante – Taquicardia – Aumento da pressão sangüínea – Elevação das taxas metabólicas – Insônia – Náusea

Considerações Finais Utilizar DNP em excesso pode levar à morte (atualmente não há antídoto para DNP).

DNP pode causar catarata se utilizado a longo prazo sem antioxidantes (como Vitamina C). * Todos os casos restringem-se às mulheres.

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Fatos Básicos sobre DNP

2,4 dinitrofenol parece ser outro maravilhoso composto deixado de lado pelos profissionais e estudiosos da comunidade médica. Na verdade, isso aconteceu porque consideraram-no “perigoso” à população. Abandonaram, assim, mais um composto ultra-eficiente. Tenho de admitir, entretanto, que até certo ponto eles estão corretos.

Imagine se DNP fosse o remédio do momento. Uma típica mulher obesa, após ver numerosos comerciais no jornal, rádio e TV, normalmente ignoraria as advertências técnicas escritas em letras pequenas e ficaria compenetrada apenas em constatar os maravilhosos resultados que as pessoas na TV tiveram.

Afirmações do tipo “emagreci 2,5Kg em um mês” seriam substituídas por “emagreci 15kg em dois meses sem virtualmente perder massa muscular alguma”. A senhora obesa “leria atentamente” o livro sobre o assunto em 5 minutos, e agora que tinha se tornado uma “expert” do assunto, poderia ir até a farmácia local e comprar uma caixa de DNP, mas antes passaria na sorveteria para tomar aquele banana-split de costume.

Ela provavelmente começaria com 400mg/dia como recomendado pelo livro, mas acabaria ficando impaciente. Apesar de

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estar perdendo gordura sem esforço algum, ela pensaria “talvez se tomar mais, perderei mais rápido”, e então aumenta a dose para 1000mg. Neste momento estaria perdendo peso rapidamente, mas para dar só mais uma “aceleradinha”, adiciona outros 400mg, pois afinal ela precisa apenas perder aqueles humildes 150kg para ir à praia semana que vem. Então acontece o que tanto procurou: ela morre, desidratada como um cacto.

Talvez esteja exagerando um pouco, mas as propriedades desta droga não devem ser negligenciadas ou as conseqüências acima serão as reais. A ingestão de DNP se torna proibitiva acima de certas doses devido à quantidade intolerável de calor que é capaz de fazer seu corpo gerar, e há margem muito pequena para erros. Apenas seja cuidadoso. Com um pouco de bom-senso, DNP pode ser a droga que você esteve esperando para finalmente perder esses quilinhos a mais.

Dosagem Como no caso de todas as drogas, este aspecto é o mais difícil de ser definido com precisão. Alguns usuários experientes recomendam 4mg/kg. Outros igualmente experientes defendem que os efeitos plenos se dão com doses de 6mg/kg. Apenas alguns poucos defendem o uso de doses menores que 400mg/dia. A maioria das sugestões gira em torno de 600mg/dia.

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O consenso entre todos, no entanto, é que há um aumento da eficiência da droga, não importando qual dose seja administrada, se ela for dividida em duas porções iguais ao longo do dia (preferencialmente de manhã e tarde). A concentração plasmática de DNP atinge seu auge de 3 a 4 horas após sua ingestão, ou seja, dividir a mesma dose em porções separadas permite uma maior duração dos efeitos termogênicos. Eu pessoalmente comecei com 600mg/dia e considerei essa dose tolerável. Dividia as doses em 300mg de manhã e 300mg depois do trabalho.

Efeitos Agora chegamos à parte interessante: descrever o inferno em que o DNP transforma sua vida. Com a mesma eficiência que o DNP queima gordura, também torna sua vida inacreditavelmente miserável.

Após a ingestão inicial de DNP, não espere sentir muitos efeitos além de um leve aquecimento, pois leva um ou dois dias para que seus efeitos se manifestem totalmente. Me lembro do primeiro dia em que tomei DNP e fiquei esperando por evidências de que estava funcionando... como isso hoje me parece tolo. Hoje meros traços do composto já são suficientes para me alterar psicologicamente. Dizendo de modo totalmente especulativo, parece que a tolerância ao DNP funciona de modo inverso: quanto se utiliza essa droga, mais eficientemente ela parece funcionar. Demora algum

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tempo para que isso ocorra mas, hoje em dia, com apenas 200mg, seus efeitos se manifestam plenamente.

No segundo dia você perceberá alterações na respiração. No meu último ciclo meus pais estavam querendo me mandar para o hospital porque estava ofegando ao assistir televisão! Também ficará obvio que algo está interferindo com as quantidades normais de energia. Para fazer qualquer coisa serão necessários esforços maiores. Mas a diversão está apenas começando...

Após três ou quatro dias, você provavelmente começará a perguntar-se se emagrecer realmente vale a pena. Torna-se exaustivo subir escadas, a transpiração é intensa e contínua, e noites de sono tranqüilo não passarão de memória.

No primeiro ciclo provavelmente não haverá muitos problemas para dormir ou surtos de fome. Entretanto, no meu terceiro ciclo, comia desesperadamente qualquer carboidrato que encontrava pela frente e tinha um sono péssimo.

Pare o ciclo após uma semana, é impossível para qualquer pessoa sã suportar mais. Suas quantidades de T3 provavelmente estão baixas e será preciso uma semana para recuperar-se. Outra pessoas, entretanto, intercalam clenbuterol e T3 entre os ciclos de DNP; isso soa insano para mim. Eu sinto necessidade de descanso total após uma semana de DNP, e com certeza após seu ciclo você vai concordar comigo. Em todo caso, a não ser que você esteja se preparando para algum campeonato, não é preciso bombardear-se

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com todo tipo de droga termogênica que encontrar pela frente, pois DNP sozinho já é extremamente eficiente.

No fim do ciclo você vai perceber que está, na verdade, um pouco maior do que quando começou. Não há problema, é apenas água. A melhor parte são os dias subseqüentes, nos quais a água é eliminada, deixando à mostra o magnífico resultado do DNP.

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