alguns aspectos sobre geradores e … · alguns aspectos sobre geradores e radiofÁrmacos de...

7

Click here to load reader

Upload: phamliem

Post on 08-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E … · ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOS DE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE* Fabio Luiz Navarro Marques 1, Miriam Roseli

Radiol Bras 2001;34(4):233–239 233

Marques FLN et al.Artigo de RevisãoArtigo de RevisãoArtigo de RevisãoArtigo de RevisãoArtigo de Revisão

ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOSALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOSALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOSALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOSALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOSDE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE*DE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE*DE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE*DE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE*DE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE*

Fabio Luiz Navarro Marques1, Miriam Roseli Yoshie Okamoto2, Carlos Alberto Buchpiguel3

Radiofármacos marcados com tecnécio-99m são os principais agentes para diagnósticos utilizados nas clí-nicas de medicina nuclear, em função de uma série de características físicas do radionuclídeo e pela praticidadedos radiofármacos serem preparados no local de uso, por meio de uma reação de complexação entre umagente complexante (fármaco) e o tecnécio-99m. Entretanto, durante esta reação podem ser geradas algu-mas impurezas que proporcionam a formação de produtos com baixa qualidade ou com características di-ferentes das desejadas. No presente trabalho serão apresentados alguns dos fatores que podem interferir naqualidade dos radiofármacos e os controles que podem ser utilizados para garantir sua qualidade.Unitermos: Radiofármacos. Geradores. Tecnécio-99m. Controles de qualidade.

Technetium-99m generators and radiopharmaceuticals and quality control tests.Technetium-99m labeled radiopharmaceuticals are currently the main diagnostic agents used in nuclearmedicine. Radiopharmaceuticals are prepared locally through a reaction between a complexant agent (phar-maceutical) and technetium-99m. These reactions may generate impurities resulting into the production ofradiopharmaceuticals with substandard quality or with different characteristics from those considered ideal.In this article we discuss some of the factors that may interfere with the preparation of radiopharmaceuticalsand the quality control tests that can be used to ensure the quality of the agents.Key words: Radiopharmaceuticals. Generators. Technetium-99m. Quality controls.

Resumo

Abstract

* Trabalho realizado no Centro de Medicina Nuclear (LIM-44) do Departamento de Radiologia da Faculdade de Medi-cina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP.

1. Mestre em Ciências, Químico do Centro de MedicinaNuclear do Departamento de Radiologia da FMUSP.

2. Farmacêutica-Bioquímica do Centro de Medicina Nu-clear do Departamento de Radiologia da FMUSP.

3. Professor Livre-Docente, Médico, Diretor do Centrode Medicina Nuclear do Departamento de Radiologia daFMUSP.

Endereço para correspondência: Dr. Fabio Luiz NavarroMarques. Centro de Medicina Nuclear, Departamento deRadiologia, FMUSP. Travessa Dr. Ovídio Pires de Campos,s/nº, Cerqueira César. São Paulo, SP, 05403-010. E-mail:[email protected]

Aceito para publicação em 8/6/2001.

a praticidade da obtenção do radioisóto-po a partir de um sistema gerador de mo-libdênio-99/tecnécio-99m (99Mo/99mTc);a possibilidade do metal atingir vários es-tados de oxidação e de coordenação, dan-do origem a diferentes radiofármacos, apartir da simples reconstituição de con-juntos de reativos liofilizados (“kits”),conforme apresentado na Figura 1. Tam-bém, o baixo índice de reações adversasdesses agentes(3), quando comparado aoutros agentes de contraste, favorecemsua ampla utilização.

No entanto, as reações de complexa-ção do radioisótopo pelo fármaco podemnão ser tão eficientes, em conseqüênciada qualidade do eluato, dos componen-

tes dos “kits” ou dos procedimentos uti-lizados para as marcações. Nesses casos,a ineficiência nos processos pode dar ori-gem a impurezas radioquímicas, como opróprio pertecnetato (99mTcO

4), decorren-

te da sua não-redução; o óxido de tecné-cio (TcO

2), também denominado de tec-

nécio hidrolisado e reduzido (TcHR), de-corrente da redução e não-complexaçãodo metal; e outras espécies reduzidas ecomplexadas com arranjos diferentes dodesejado.

Devido aos possíveis problemas quepodem ocorrer durante a preparação dosradiofármacos marcados com 99mTc, é im-portante que o próprio usuário seja capazde certificar a qualidade do eluato do ge-rador e do produto marcado, ainda quecaiba à indústria produtora a garantia daqualidade dos geradores de 99Mo/99mTc edos “kits” para marcação.

FATORES QUE AFETAMA MARCAÇÃO E ABIODISTRIBUIÇÃODOS RADIOFÁRMACOS

O gerador e o eluato de 99mTcO4

O gerador 99Mo/99mTc é um sistemacomposto por uma coluna cromatográfi-ca empacotada com óxido de alumínio

INTRODUÇÃO

Os radiofármacos de tecnécio-99m(99mTc) tornaram-se, nos últimos 30 anos,importantes ferramentas para o diagnós-tico de várias doenças ou disfunções deórgãos e sistemas que compõem o corpohumano. Atualmente, existem aproxima-damente 30 desses compostos sendo uti-lizados em medicina nuclear(1,2), gerandoum volume de exames correspondente a80% da rotina clínica de um serviço demedicina nuclear.

O elevado índice de utilização dessescompostos é resultado das propriedadesfísicas e químicas ideais do radioisóto-po, tais como: meia-vida física de 6,01horas; decaimento por emissão de radia-ção gama pura, com fótons de 140 keV;

Figura 1.Figura 1.Figura 1.Figura 1.Figura 1. Esquema geral da reação de oxi-re-dução e complexação para obtenção dos ra-diofármacos de tecnécio-99m.

Page 2: ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E … · ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOS DE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE* Fabio Luiz Navarro Marques 1, Miriam Roseli

234 Radiol Bras 2001;34(4):233–239

Alguns aspectos sobre geradores e radiofármacos de tecnécio-99m e seus controles de qualidade

(Al2O

3), onde é depositado o molibdato

(99MoO4

), o qual decai a 99mTcO4, con-

forme se vê na Figura 2.Estas duas espécies apresentam dife-

rentes afinidades pelo Al2O

3, possibili-

tando que o 99mTcO4, juntamente com

seu isômero “não-radioativo” ou carrea-dor (99TcO

4), sejam extraídos do gerador.

No entanto, algumas vezes também sãoextraídos excessos de íons Al3+, 99MoO

4 e

compostos de tecnécio com outros esta-dos de oxidação, que são consideradosimpurezas presentes no eluato e devemser quantificados antes da utilização, pa-ra que sejam respeitados os limites des-critos nas farmacopéias, conforme apre-

2– –

eluato é alcançada em diferentes tempos,em função do 99mTcO

4 remanescente na

coluna(6,7).A determinação do 99Mo, considerado

uma impureza radionuclídica, é impor-tante para prevenir a exposição desneces-sária do paciente à radiação beta, prove-niente do seu decaimento, podendo tam-bém prejudicar a qualidade das imagensem função da emissão de radiação gama,com energia de aproximadamente 740keV. Nos casos de contaminação comíndices acima do permitido, existe a pos-sibilidade, pouco usual, de regenerar oeluato passando-o pela coluna de umgerador recém-eluído e que tenha apre-sentado resultado negativo para 99Mo(8).Do mesmo modo, a determinação de for-mas de 99mTc com outros estados de oxi-dação(9), considerados impurezas radio-químicas, é importante, porque durante oprocesso de marcação dos radiofármacospodem dar origem a compostos com ca-racterísticas biológicas diferentes daque-las desejadas.

A determinação da concentração deíons Al3+, ou pureza química, serve paraprevenir o grande número de problemascom a qualidade dos radiofármacos asso-ciados à presença deste íon. As principaisalterações são: floculação do 99mTc-enxo-fre coloidal, levando à retenção do pro-duto nos capilares pulmonares; aglutina-ção dos 99mTc-eritrócitos(10); formação deradiocolóide pela interação do íon Al3+

com os 99mTc-difosfonatos, permitindo avisibilização da atividade hepática e es-plênica; aumento no tamanho das partí-culas do 99mTc-microagregado de albu-mina, com conseqüente aumento da con-centração do produto nos pulmões(11);dissociação do complexo 99mTc-DTPA,aumentando a concentração de tecnéciolivre e, portanto, subestimando a taxa da

filtração glomerular; e, ainda, a alteraçãoda captação do 99mTcO

4 pela tireóide em

concentrações de Al3+ superiores a 4 µg/ml. Nesses casos, constatada a alta con-centração do íon no eluato, o gerador de-ve ser eluído seguidamente até a obten-ção de solução dentro dos limites aceitá-veis(10). Também, a presença de altas con-centrações do íon Al3+ no organismo, de-correntes de administrações de medica-mentos, pode levar à mudança no com-portamento dos radiofármacos, como jáobservado para o DTPA(12).

Para o pH, embora as farmacopéiasaceitem uma considerável faixa de valo-res, variando de 4,0 a 7,0, o que se obser-va, em geradores de diferentes procedên-cias, é um valor médio de pH de 5,5. Éprovável que eluatos com valor de pH di-ferente deste possam alterar o pH de mar-cação dos “kits” e, por conseguinte, pre-judicar a eficiência de marcação e a bio-distribuição.

Estudos rotineiros com geradores dediferentes procedências(13–17) têm demons-trado aumento na qualidade dos produ-tos, com aprovação de todas as unidadesavaliadas recentemente. Contudo, o nú-mero de amostras é insignificante pertoda demanda mundial de geradores, e osresultados não devem ser utilizados co-mo parâmetro para a não-realização doscontroles de qualidade.

Além dos aspectos mencionados an-teriormente, existe uma característica noeluato de 99mTcO

4 que não faz parte dos

controles de qualidade, mas interfere naqualidade dos radiofármacos. Esta carac-terística é a atividade específica, a qual édefinida como a relação entre a atividadeda espécie radioativa (99mTcO

4) e a mas-

sa total da espécie (99mTcO4 + 99TcO

4).

Para melhor entender a importânciadesta característica, deve-se pensar a ati-vidade e a massa como número de áto-mos. Nessa circunstância, para geradoresnão eluídos há 24, 48 e 72 horas, a con-centração total da espécie radioativa é de28%, 14% e 7%, respectivamente. Assim,no uso de eluatos de geradores não eluí-dos há 72 horas existe grande possibili-dade de ocorrerem marcações com baixapureza radioquímica, por causa das rea-ções concorrentes de oxi-redução e com-plexação com o isômero não-radioativo

TTTTTabela 1abela 1abela 1abela 1abela 1 Limites estabelecidos pela farmacopéia americana (USP-XXIII) e pela farmacopéiaeuropéia (EP) quanto à qualidade do eluato do gerador de 99Mo/99mTc.

Parâmetro USP-XXIII(4)(4)(4)(4)(4) EP(5)

Eficiência de eluição 90% 90–110%

Pureza radionuclídica (99Mo) 0,15 µCi/mCi 1,0 µCi/mCi

Pureza radioquímica 95% 95%

Pureza química (Al3+) 10 ppm 20 ppm

pH 4,0–7,0 4,0–8,0

USP, United States Pharmacopeia; EP, European Pharmacopoeia.

Parâmetro EP(5)(5)(5)(5)(5)

sentado na Tabela 1.Embora a determinação da eficiência

de eluição, ou seja, a razão entre a ativi-dade eluída e a atividade teórica espera-da para um determinado horário não ca-racterize nenhuma das impurezas citadasanteriormente, rendimentos inferiores a90% para geradores de leito seco podemindicar problemas no empacotamento dacoluna, com conseqüente aumento nosíndices de contaminação. Também, a de-terminação deste parâmetro pode ser uti-lizada para indicar o regime de eluição aser seguido, pois a máxima atividade no

Figura 2.Figura 2.Figura 2.Figura 2.Figura 2. Diagrama do decaimento do 99Mo a99mTc.

– –

2–

– –

Page 3: ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E … · ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOS DE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE* Fabio Luiz Navarro Marques 1, Miriam Roseli

Radiol Bras 2001;34(4):233–239 235

Marques FLN et al.

(99TcO4), em detrimento da espécie ra-

dioativa (99mTcO4), já que ambos pos-

suem as mesmas propriedades químicase este último está em uma concentraçãomuito menor.

A importância da atividade específi-ca na qualidade dos radiofármacos foienfatizada em estudo realizado na Uni-versidade de Iowa(18), entre 1983 e 1985,onde foram realizados controles de qua-lidade em 3.775 marcações, das quais 20(0,5%) foram rejeitadas, sendo que 18referiam-se a agregados de albumina, osquais possuem baixa concentração deestanho e foram marcados com primeiroeluato dos geradores não eluídos a maisde 24 horas, ou então com eluatos quetinham decaído por mais de 12 horas.Em estudos recentes(19,20) utilizando mui-tos dos novos radiofármacos disponí-veis, como o HMPAO, o MAG

3®, anticor-

pos monoclonais, etc., todos com baixaconcentração de estanho, a taxa de rejei-ção no controle de qualidade subiu paraaproximadamente 7% das marcações.

Assim, é recomendável a eluição roti-neira de todos os geradores, mesmo queseus eluatos não sejam utilizados. Estaeluição pode se dar em períodos de 24horas ou em intervalos inferiores a este,em função das necessidades da rotina detrabalho nas clínicas(21).

Os componentes dos “kits”

Com relação aos componentes dos“kits”, a qualidade dos radiofármacos de99mTc está intimamente relacionada aoagente redutor, em especial o íon estano-so (Sn2+), que tem a função de gerar osestados de oxidação reduzidos do 99mTc,com os quais vão ocorrer as ligações comos fármacos. Como a falta ou insuficiên-cia do Sn2+ leva à obtenção de radiofár-macos com baixa pureza radioquímica,durante a produção do “kit” é adiciona-do um excesso do íon, para compensaruma possível deterioração deste nestaetapa, ou durante o armazenamento dos“kits”(22,23), como observado nos “kits”de difosfonatos(24,25), DTPA(26) e ECD(27), etambém para inibir a decomposição doproduto marcado induzida pela radia-ção(28). Contudo, este excesso deve sercuidadosamente adicionado, para permi-tir que a reação ocorra a bom termo, uma

vez que um grande excesso pode levar àformação do TcHR(29) ou de compostoscom estrutura química diferente da dese-jada, como observado nas marcações doDMSA(30), ou, ainda, acelerar a decompo-sição do complexo, como ocorre com o99mTc-HMPAO(31).

Para assegurar a integridade da marca-ção, algumas vezes são utilizados agen-tes estabilizantes, mais especificamenteo ácido ascórbico ou o ácido gentísico,que funcionam como seqüestradores deânions ou radicais livres, espécies queatuam na decomposição do agente redu-tor(32). Entretanto, sua utilização tambémpode alterar a biodistribuição do radio-fármaco, conforme foi verificado quandoda utilização de ácido ascórbico para es-tabilizar “kits” de pirofostafo e glucona-to(33). Em outro estudo, comparando o usode ácido ascórbico e ácido gentísico em“kit” de MDP(34), foi demonstrado que oácido gentísico promove a formação deuma espécie com melhor relação tecidoósseo/partes moles, quando comparadoao uso do ácido ascórbico. Outros agen-tes estabilizantes além do ácido gentísi-co(35), tais como o etanol(36), o cloreto decobalto(37) e o azul de metileno(38), têmsido utilizados para a estabilização doHMPAO por período de seis horas, semalterar sua biodistribuição.

Outro fator importante no processo demarcação é o pH. Funcionando como um“guia” ou uma “chave” para as reações,o pH interfere significativamente na efi-ciência de marcação(39–43), além de poderocasionar a formação de complexo comestrutura química e comportamento bio-lógico diferentes daqueles esperados,como o observado para o HMPAO(44) epara o “kit” de 99mTc-DMSA(45), conformeapresentado na Tabela 2.

Outros fatores que podem alterar aqualidade dos radiofármacos são a pure-za dos reagentes utilizados(46), a tempera-tura de armazenamento(47) e a qualidadedo material de envase(48), como os tam-pões e frascos.

Os procedimentos de marcação

A terceira fonte de problemas na qua-lidade dos radiofármacos está relaciona-da aos procedimentos utilizados para oprocesso de sua marcação. Uma práticaque ocorre com freqüência em váriosserviços de medicina nuclear do Brasil ede outros países(49,50) é o fracionamentode “kits” liofilizados, ou seja, reconsti-tuí-los em solução fisiológica sem a adi-ção do radioisótopo, fracioná-los e guar-dá-los em “freezer” até o momento douso. Esta é uma prática não recomenda-da, uma vez que altera as formulaçõesoriginais dos “kits” e, após o fraciona-mento, dependendo das condições de es-tocagem, pode haver a degradação doagente redutor, diminuindo a eficiênciade marcação(51–57). Contudo, existem algu-mas alternativas que podem ser aplica-das para minimizar os efeitos adversos.Para o fracionamento do Ceretec® em atécinco doses, por exemplo, é recomenda-do o uso de solução fisiológica purgadacom nitrogênio e, antes da marcação, aadição extra de Sn2+ utilizando soluçãode um “kit” de pirofosfato reconstituídosem a adição do radioisótopo(58). Outraalternativa para este radiofármaco fracio-nado é a adição extra de Sn2+, mais umamistura de ácido gentísico e etanol, oque permite utilizar o produto por atésete horas após a marcação(59). Para o “kit”de Neurolite®, cujo frasco contendo oproduto liofilizado é reconstituído utili-zando-se 3 ml de solução fisiológica, dosquais é utilizado apenas 1 ml para o pro-cesso de marcação, os 2 ml restantes po-dem ser fracionados em volumes de 0,5ml e congelados por até quatro sema-nas(60). Novamente, embora esta seja umaprática não recomendada, as exigênciaspara a sua realização são: que o procedi-mento seja executado por pessoal quali-ficado, em área com condições de mantera esterilidade do produto e, após cadapreparação, sejam realizados os controlesde qualidade dos produtos.

TTTTTabela 2abela 2abela 2abela 2abela 2 Efeito do pH na biodistribuição do99mTc-DMSA(45)(45)(45)(45)(45).

pH Órgãos Rins Fígado

2,7 53,9 ± 3,1 3,3 ± 0,9

2,8 50,2 ± 2,7 3,8 ± 1,1

2,9 47,5 ± 2,9 3,1 ± 0,4

3,0 45,8 ± 1,8 4,2 ± 1,3

3,2 41,7 ± 2,3 4,1 ± 0,8

3,9 25,1 ± 1,4 12,9 ± 2,6

FígadopH

Page 4: ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E … · ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOS DE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE* Fabio Luiz Navarro Marques 1, Miriam Roseli

236 Radiol Bras 2001;34(4):233–239

Alguns aspectos sobre geradores e radiofármacos de tecnécio-99m e seus controles de qualidade

Outra prática comum nas clínicas demedicina nuclear é a utilização de ativi-dades superiores àquelas especificadaspelo fabricante. Isto também é um riscoao processo de marcação, uma vez que,aumentando a atividade, aumenta-se tam-bém a quantidade do carreador (99Tc)que irá participar no processo de quela-ção. Um caso bastante comum é a marca-ção do Cardiolite®, para o qual o fabri-cante recomenda a utilização de ativida-de máxima de 5,55 GBq (150 mCi), mastem-se conhecimento do uso de ativida-des de até 16,65 GBq (450 mCi), a partirda qual começa a ocorrer diminuição naeficiência de marcação do produto(61).Isto é facilmente explicado consideran-do-se a estequiometria da reação de oxi-redução, que é de três íons de Sn2+ paracada íon de Tc7+. Nos casos de máxima ede mínima concentrações de íons Sn2+

especificadas pelo fabricante, e conside-rando a quantidade total de tecnécio emfunção da atividade, temos as relaçõesque estão apresentadas na Tabela 3. Ob-serve-se que para a marcação com 18,50GBq (500 mCi), o excesso de íons Sn2+

na situação concentração máxima é me-nor que o seu excesso quando da con-centração mínima para marcações a 5,55GBq (150 mCi), ou seja, pode ocorrer afalta de íons Sn2+ para a redução.

Outros fatores

Uma série de outros fatores, comoefeitos de diluição(63), temperatura(43,64,65),origem da solução fisiológica(66), falha noprocesso de marcação devido a erro hu-mano(67), interações com outros medica-mentos(68), efeito de equipamentos na es-tabilidade da marcação(69), podem levar amarcações inadequadas ou alteração nabiodistribuição do produto.

OS CONTROLESDE QUALIDADE

Para garantir a qualidade do eluato de99mTcO

4, dos radiofármacos e, por conse-

guinte, dos exames de medicina nuclear,deve-se elaborar um programa de contro-le rotineiro das espécies envolvidas(70,71).Para isso, existem vários procedimentosdescritos em literaturas, como as farma-copéias(4,5), as bulas dos medicamentos,ou os livros e revistas especializadas, osquais apresentam técnicas alternativas àsduas primeiras fontes, com maior possi-bilidade de serem utilizadas nas clínicasde medicina nuclear(72).

O controle de qualidade do geradorde tecnécio

Para garantir a adequada realização docontrole de qualidade do eluato do gera-dor, deve-se ter certeza que o calibradorde dose utilizado na determinação da efi-ciência de eluição e da pureza radionu-clídica (99Mo) esteja respondendo ade-quadamente à quantificação dos radio-isótopos(73), uma vez que esta quantifica-ção deve ser absoluta e não relativa, co-mo ocorre na determinação da pureza ra-dioquímica que é feita por medidas com-parativas. A utilização de recursos da in-formática para processamento e registrodos dados dos controles realizados podefacilitar o trabalho diário(74).

Com o calibrador ajustado, a eficiên-cia da eluição pode ser facilmente deter-minada, bastando corrigir adequada-mente a atividade esperada, em função daatividade do 99Mo, dos decaimentos dopar 99Mo/99mTc e do intervalo entre as elui-ções(6). Esse valor é importante para per-mitir calcular o regime de eluição e aquantidade de carreador (99Tc) presenteno eluato(75–77). Do mesmo modo, a pure-

za radionuclídica pode ser facilmente de-terminada, bastando inserir o frasco con-tendo o eluato em uma blindagem dechumbo de 6 mm(78) e determinar a ativi-dade de 99Mo existente, lembrando que ovalor obtido na leitura representa a meta-de do valor total.

Para avaliar a pureza química existemvários métodos para a determinação quan-titativa ou semiquantitativa do teor doíon Al3+, sendo que a maioria faz uso dareação de complexação do íon por agen-tes quelantes específicos, os quais, nofinal, levam à formação de um compostocolorido. Os agentes complexantes maisutilizados são a Eriocromocianina, paraa determinação espectrofotométrica(79), aAlizarina-S(78), para a determinação poranálise de gota em placa, e o Alumi-non(74), para a determinação por análisede gota em papel. A reação com o Alumi-non é bastante simples, bastando aplicaruma gota do eluato no papel impregna-do com o reativo; a reação com a Aliza-rina-S requer a adição de uma série dereagentes para que se observe a reação; epara a utilização da Eriocromocianina énecessário o uso de um espectrofotôme-tro, que é um aparelho caro e pouco co-mum nas clínicas de medicina nuclear,mas que fornece resultados mais precisosque os outros dois métodos.

Os controles de qualidadedos radiofármacos

Simultaneamente ao controle de qua-lidade dos geradores, deve-se garantir aqualidade final dos radiofármacos. A prin-cipal técnica utilizada para esse fim é acromatografia ascendente, em que umaamostra do produto é aplicada sobre umsuporte (fase estacionária) e arrastada porum solvente (fase móvel).

Além dos sistemas apresentados nasfarmacopéias e bulas dos produtos, váriosestudos têm procurado apresentar alter-nativas quanto aos tipos de fases estacio-nária e móvel, de modo a permitir a rea-lização dos testes de forma mais rápida,precisa e barata, como já publicado paraos radiofármacos de primeira geração,dentre eles o 99mTc-MDP, o 99mTc-DTPA,o 99mTc-DMSA, etc.(80–84), assim comopara vários derivados de 99mTc-IDA(85),para compostos baseados em fosfato(86) e

Deve-se também ter cuidado na lim-peza das rolhas dos frascos dos radiofár-macos, não utilizando álcool iodado, jáque o iodo pode ser introduzido no fras-co e, por ser um agente oxidante, podereagir com os íons Sn2+, diminuindo a efi-ciência de marcação do radiofármaco(62).

TTTTTabela 3abela 3abela 3abela 3abela 3 Relação entre o número de molesde íons Sn2+ e Tc total no frasco de Cardiolite® ,em função das concentrações teóricas máxi-ma e mínima do íon Sn2+ indicadas na bula doproduto e da atividade de marcação para umgerador eluído previamente há 72 horas.

Atividade Excesso de Sn2+

GBq (mCi) Máximo Mínimo

5,55 (150) 29,3 9,8

11,1 (300) 14,6 4,9

18,5 (500) 8,8 2,9

25,9 (700) 6,3 2,1

37,0 (1.000) 4,4 1,4

AtividadeGBq (mCi)

Page 5: ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E … · ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOS DE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE* Fabio Luiz Navarro Marques 1, Miriam Roseli

Radiol Bras 2001;34(4):233–239 237

Marques FLN et al.

para a determinação de colóide em ra-diofármacos que formam agregados, aexemplo do 99mTc-enxofre coloidal e dos99mTc-agregados de albumina(87,88). Siste-mas alternativos aos oficiais também fo-ram apresentados para os novos radio-fármacos, como o uso da ITLC-SG(89),papel Whatman 3MM(90) e Whatman1MM(91) para o 99mTc-MIBI; ITLC-SGpara o 99mTc-MAG

3(92); papel Whatman

3MM para o 99mTc-ECD(93); ITLC-SGpara o 99mTc-tetrofosmin(94).

Contudo, alguns cuidados devem sertomados, de modo a se evitar ocorrên-cias de artefatos no desenvolvimento dacromatografia, como os observados quan-do amostras foram aplicadas nas fasesestacionárias, deixadas secar e depoisdesenvolvidas com a fase móvel(95,96).

Uma outra técnica que tem sido bas-tante utilizada é a extração por meio desolvente, em que os radiofármacos lipo-fílicos como o ECD(97), o HMPAO(98) e oMIBI(89) são extraídos da fase aquosa porsolventes lipofílicos, como o acetato deetila ou o clorofórmio. Esta técnica, alémda praticidade e rapidez, permite que adeterminação da atividade nas fases lí-quidas seja realizada em um calibradorde dose.

Outras técnicas de controle de quali-dade utilizadas com menor freqüênciasão a cromatografia de permeação em gele a eletroforese em papel(99). No caso dacromatografia de permeação em gel, atécnica é aplicada no controle de radio-fármacos como os derivados de 99mTc-IDA, 99mTc-DTPA, 99mTc-MDP, entre ou-tros, com a vantagem de a determinaçãoda atividade na coluna poder ser realiza-da utilizando-se uma gama-câmara(100).Contudo, o tipo de solvente e os fatoresde diluição exercem papel fundamentalna apresentação dos resultados, podendonão permitir a separação(101) do 99mTcO

4,

ou, ainda, aumentando a concentraçãoda espécie TcHR(102). O uso da eletrofore-se é um recurso interessante, principal-mente para separar diferentes tipos decomplexos de um mesmo produto, comono caso do 99mTc-DMSA, em que foramdeterminados dois compostos, um neutroe outro aniônico(103), ou para o HMPAO,no qual, em função do pH, podem serformados diferentes compostos(44).

CONCLUSÃO

Apesar da aparente simplicidade comque os radiofármacos de tecnécio são ob-tidos, ou seja, mediante simples adiçãode solução de 99mTcO

4 ao “kit” liofiliza-

do, reações químicas bastante comple-xas ocorrem entre as espécies reativas,existindo inúmeros fatores que podeminterferir no desenvolvimento adequadodessas reações.

Cabe aos profissionais envolvidos coma medicina nuclear conhecer os aspectosrelacionados com a preparação e mani-pulação dos radiofármacos e implantarum programa de controle de qualidade,utilizando as várias técnicas apresenta-das na literatura, para identificar e corri-gir eventuais problemas, ou mesmo evi-tá-los. Também, esses profissionais de-vem ter em mente que o custo opera-cional da remarcação de um exame podeser superior à realização de mais de umacentena de controles de qualidade(18).

REFERÊNCIAS

1. Dewanjee MK. The chemistry of 99mTc-labeledradiopharmaceuticals. Semin Nucl Med 1990;20:5–27.

2. Jurrisson S, Berning D, Jia W, Ma D. Coordina-tion compounds in nuclear medicine. Chem Rev1993;93:1137–56.

3. Hesslewood SR, Keeling DH. Frequency of ad-verse reactions to radiopharmaceuticals in Eu-rope. Eur J Nucl Med 1997;24:1179–82.

4. United States Pharmacopeia. The United StatesPharmacopeia, 23rd rev., and The National For-mulary, 18th ed. Rockville: The United StatesPharmacopeial Convention, 1994.

5. European Pharmacopoeia. 3rd ed. Strasbourg:Council of Europe, 1997. (European Treaty Seriesn. 50).

6. Husák V, Vlcek J. Some remarks on 99Mo-99mTcgenerator kinetics. Eur J Nucl Med 1982;7:331–2.

7. Moore PW. Technetium-99 in generator systems.J Nucl Med 1984;25:499–502.

8. Lo HH, Berke RA, Potsaid MS. A simple methodof correcting 99Mo breakthrough from a 99mTc-99Mo generator. Radiology 1969;93:1198–9.

9. Cífka J. Lower-oxidation-state 99mTc in the gen-erator product – its determination and occurrence.Int J Appl Radiat Isot 1982;33:849–55.

10. Lin MS, MacGregor-Jr RD, Yano Y. Ionic alumi-num (III) in generator eluate as an erythrocyte-agglutinating agent. J Nucl Med 1971;12:297–9.

11. Chia HL, De Schrijver M. Modified in vivo be-haviour of 99mTc-labelled liver-spleen prepara-tions due to 99Mo/99mTc-generator eluate impuri-ties. Eur J Nucl Med 1983;8:450–3.

12. Specht HD, Belsey R, Hanada J. Aluminemicdisturbance of technetium-99m DTPA renal func-tion measurement. J Nucl Med 1987;28:383–6.

13. Webber MM, Cragin MD, Victery WK. Aluminum

content in eluents from commercial technetiumgenerators. J Nucl Med 1971;12:700.

14. Vinberg N, Kristensen K. Fission Mo-99/Tc-99mgenerators – a study of their performance andquality. Eur J Nucl Med 1980;5:435–8.

15. Holland ME, Deutsch E, Heineman WR. Studieson commercially available 99Mo/99mTc radionu-clide generators-II. Operating characteristics andbehavior of 99Mo/99mTc generators. Appl RadiatIsot 1986;37:173–80.

16. Hammermaier A, Reich E, Bögl W. Chemical,radiochemical, and radionuclide purity of eluatesfrom different commercial fission 99Mo/99mTcgenerators. Eur J Nucl Med 1986;12:41–6.

17. Marengo M, Aprile C, Bagnara C, et al. Qualitycontrol of 99Mo/99Tcm generators: results of a sur-vey of the Radiopharmacy Working Group of theItalian Association of Nuclear Medicine (AIMN).Nucl Med Commun 1999;20:1077–84.

18. Ponto JA, Ponto LL. Cost-effectiveness of routineradiochemical quality assurance testing of techne-tium Tc-99m radiopharmaceuticals. Am J HospPharm 1986;43:1218–22.

19. Decristoforo C, Chen F, Riccabona G. [Qualitycontrol of radiopharmaceuticals from the clinicalaspect – a necessity]? Nuklearmedizin 1993;32:144–8. German.

20. Decristoforo C, Chen F, Stöger A, Riccabona G.Failure of labelling of anti-granulocyte antibody.Eur J Nucl Med 1993;20:565–6.

21. Murphy CA. Generator 99Mo-99mTc. In: MurphyCA, ed. El tecnecio en la medicina nuclear. Mé-xico: Sociedad Mexicana de Medicina Nuclear,1989:277–90.

22. McBride MHD, Shaw SM, Kessler WV. Deterio-ration of stannous ion in radiopharmaceutical kitsduring storage. Am J Hosp Pharm 1979;36:1370–2.

23. Chervu LR, Vallabhajosyula B, Mani J, Chun SB,Blaufox MD. Stannous ion quantitation in 99mTc-radiopharmaceutical kits. Eur J Nucl Med 1982;7:291–3.

24. Yano Y, McRae J, Van Dyke DC, Anger HO.Technetium-99m-labeled stannous ethane-1-hy-droxy-1 1-diphosphonate: a new bone scanningagent. J Nucl Med 1973;14:73–8.

25. Kroesbergen J, Wortelboer MR, Rijnsent A,Gelsema WJ, de Ligny CL. 99mTc bone scanningagents-V. Influence of experimental conditions onthe labeling efficiency and gel chromatography of99mTc (Sn) HMDP. Int J Rad Appl Instrum B1987;14:37–41.

26. Colombetti LG, Barnes WE. Effect of chemicaland radiochemical impurities from eluants on99mTc-labeling efficiency. Nuklearmedizin 1977;16:271–4.

27. Afshan A, Jehangir M, Ashraf M, Waqar A, Chio-tellis E. Formulation of a single-component kitfor the preparation of technetium-99m labelledethyl cysteinate dimer: biological and clinicalevaluation. Eur J Nucl Med 1994;21:991–5.

28. Billinghurst MW, Rempel S, Westendorf BA.Radiation decomposition of technetium-99mradiopharmaceuticals. J Nucl Med 1979;20:138–43.

29. Zimmer AM, Pavel DG. Experimental investiga-tions of the possible cause of liver appearanceduring bone scanning. Radiology 1978;126:813–6.

30. Ikeda I, Inoue O, Kurata K. Preparation of variousTc-99m dimercaptosuccinate complexes and theirevaluation as radiotracers. J Nucl Med 1977;18:1222–9.

Page 6: ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E … · ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOS DE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE* Fabio Luiz Navarro Marques 1, Miriam Roseli

238 Radiol Bras 2001;34(4):233–239

Alguns aspectos sobre geradores e radiofármacos de tecnécio-99m e seus controles de qualidade

31. Hung JC, Corlija M, Volkert WA, Holmes RA.Kinetic analysis of technetium-99m d,l-HM-PAOdecomposition in aqueous media. J Nucl Med1988;29:1568–76.

32. Berger R. Radical scavengers and the stability of99mTc-radiopharmaceuticals. Int J Appl Radiat Isot1982;33:1341–4.

33. Malja S. Characteristics and properties of someAlbanian 99mTc-kits. J Radioanal Nucl Chem,Letters 1996;214:187–97.

34. Handeland A, Lindegaard MW, Heggli D-E.Biodistribution of anionic separated MDP com-plexes from different MDP preparations. Eur JNucl Med 1989;15:609–11.

35. Hung JC, Volkert WA, Holmes RA. Stabilizationof technetium-99m-D, L-hexamethylpropylene-amine oxime (99mTc-D, L-HMPAO) using genti-sic acid. Nucl Med Biol 1989;16:675–80.

36. Billinghurst MW, Abrams DN, Lawson MS.Stabilization of [99mTc] HMPAO-1. Ethanolicpreparation. Int J Rad Appl Instrum [A] 1991;42:607–12.

37. Mang'era KO, Vanbilloen HP, Schiepers CW,Verbruggen AM. Stabilisation of high-activity99mTc-d, l-HMPAO preparations with cobalt chlo-ride and their biological behaviour. Eur J NuclMed 1995;22:1163–72.

38. Barthel H, Kampfer I, Seese A, et al. Improvementof brain SPECT by stabilization of Tc-99m-HMPAO with methylene blue or cobalt chloride.Comparison with Tc-99m-ECD. Nuklearmedizin1999;38:80–4.

39. Billinghurst MW, Abrams DN, Lawson MS.Chemical aspects of labeling sucralfate with99mTcO

4. J Nucl Med 1989;30:523–30.

40. Hirano T, Tomiyoshi K, Zhang YJ, Ishida T, InoueT, Endo K. Preparation and clinical evaluation oftechnetium-99m dimercaptosuccinic acid fortumour scintigraphy. Eur J Nucl Med 1994;21:82–5.

41. Bormans G, Cleynhens B, Adriaens P, VanbilloenH, De Roo M, Verbruggen A. Investigation of thelabelling characteristics of 99mTc-mercaptoace-tyltriglycine. Nucl Med Biol 1995;22:339–49.

42. Reyes-Herrera L, Ferro-Flores G, Lezama-Car-rasco J, Gonzales-Zavala MA, Ureña-Nuñez F,Avila-Ramirez E. An alkaline kit formulation toobtain [99mTc] MAG3 in high radiochemicalyields. J Radioanal Nucl Chem, Letters 1995;199:507–16.

43. Hnatowich DJ, Chang F, Lei K, Qu T, Ruscko-wski M. The influence of temperature and alka-line pH on the labeling of free and conjugatedMAG3 with technetium-99m. Appl Radiat Isot1997;48:587–94.

44. Lo J-M, Lin K-S. Chemical characteristics of99mTc-labeled amine oximes. Appl Radiat Isot1993;44:1139–46.

45. Jovanovic V. Standardization of quality controlmethods for 99mTc radiopharmaceuticals. J Ra-dioanal Nucl Chem, Letters 1987;117:23–34.

46. Sharp PF, Smith FW, Gemmell HG, et al. Tech-netium-99m HM-PAO stereoisomers as potentialagents for imaging regional cerebral blood flow:human volunteer studies. J Nucl Med 1986;27:171–7.

47. Moretti JL, Rapin JR, Saccavini JC, Lageron A,Poncin ML, Bardy A. 2,3-Dimercaptosuccinic-acid chelates – 1. Structure and pharmacokineticstudies. Int J Nucl Med Biol 1984;11:270–4.

48. Petry NA, Shaw SM, Kessler WV, Born GS,Belcastro PF. Effect of rubber closures on thestability of stannous ion in reagent kits for

radiopharmaceuticals. J Parenter Drug Assoc1979;33:283–6.

49. Lazarus C, Palmer AM, Hesslewood SR. Radio-pharmaceutical kit modification. Nucl MedCommun 1998;19:613–4.

50. Millar AM. Radiopharmaceutical kit modifica-tion. Nucl Med Commun 1999;20:105–6.

51. Piera C, Pavia A, Bassa P, Garcia J. Preparationof [99mTc]-HM-PAO. J Nucl Med 1990;31:127–8.

52. Ballinger J. Preparation of technetium-99m-HMPAO. J Nucl Med 1990;31:1892.

53. Lerthirunwong C, Cheng KT, Hladik-III WB. Astudy of the concept of non-radioactive unit-dosedreagent kits [cold unit doses (CUDs)] as an effi-cient and cost-saving method for 99mTc radiophar-maceutical preparation. Int J Rad Appl Instrum B1992;19:727–35.

54. Fleming WK, Jay M, Ryo UY. Reconstitution andfractionation of radiopharmaceutical kits. J NuclMed 1992;33:1915.

55. Cheng KT, Spicer KM, Deshpande RV. Prepara-tion and storage of single-dose portions of exa-metazime: effects on radiochemical purity afterlabeling. Am J Hosp Pharm 1992;49:1950–4.

56. Decristoforo C, Riccabona G. Problems with frac-tionated cold kits. J Nucl Med 1996;37:1912–3.

57. Kumar V. Fractionated cold-kits: address the criti-cal issues to obviate problems. J Nucl Med 1997;38:1664.

58. Baker RJ. Preparation and properties of 99Tcm-exametazime using stannous ion augmentation offractionated cold kits. Nucl Med Commun 1999;20:287–93.

59. Solanki C, Wraight EP, Barber RW, Sampson CB.Seven-hour stabilization of 99Tcm-exametazime(HMPAO) for cerebral perfusion. Nucl MedCommun 1998;19:567–72.

60. Verbeke K, Boonen C, Verbruggen A. Usefulnessof residual fractions of L,L-ethylcysteinate dimer(Neurolite®) for the preparation of 99Tcm-L,L-ethylcysteinate dimer. Nucl Med Commun 1997;18:535–9.

61. Hung JC, Herold TJ, Gibbons RJ. Optimal con-ditions of 99mTc eluate for the radiolabeling of99mTc-sestamibi. Nucl Med Biol 1996;23:599–603.

62. Hung JC, Ponto JA, Hammes RJ. Radiophar-maceutical-related pitfalls and artifacts. SeminNucl Med 1996;26:208–55.

63. Hung JC. Comparison of technetium-99m MAG3kit formulations in Europe and the USA. Eur JNucl Med 1992;19:990–2.

64. Sachdev SS, Ramamoorthy N, Nayak UN, et al.Preparation and evaluation of 99mTc-t-butyliso-nitrile (99mTc-TBI) for myocardial imaging: a kitfor hospital radiopharmacy. Int J Rad Appl InstrumB 1990;17:543–52.

65. Hung JC, Chowdhury S, Redfern MG, MahoneyDW. Rapid preparation method for technetium-99m bicisate. Eur J Nucl Med 1997;24:655–9.

66. Millar AM, O'Brien LM. Preparation of 99Tcm-MAG3: no confirmation that sodium chlorideinjections from plastic containers affect radio-chemical purity. Nucl Med Commun 1998;19:475–7.

67. Lecklitner ML, Benedetto AR, Straw JD. Failureof quality control to detect errors in the prepara-tion of technetium-99m disofenin (DISIDA). ClinNucl Med 1985;10:468–74.

68. Hesslewood S, Leung E. Drug interactions withradiopharmaceuticals. Eur J Nucl Med 1994;21:348–56.

69. Waldman DL, Weber DA, Oberdorster G, et al.

Chemical breakdown of technetium-99m DTPAduring nebulization. J Nucl Med 1987;28:378–82.

70. Kawada TK, Tubis M, Ebenkamp T, Wolf W.Review of nuclear pharmacy practice in hospitals.Am J Hosp Pharm 1982;39:266–74.

71. Ramírez de Arellano I, Piera C, Pavia J, SetoainJ. Experiences in setting up the first centralizedradiopharmacy in Spain. Nucl Med Commun1999;20:279–85.

72. Hung JC, Budde PA, Wilson ME. Testing theradiochemical purity of technetium Tc-99m-la-beled radiopharmaceuticals. Am J Health SystPharm 1995;52:310–3.

73. Williams CC, Kereiakes JG, Grossman LW. Theaccuracy of 99Molybdenum assays in 99mTech-netium solutions. Radiology 1981;138:445–8.

74. Hoory S, Bandyopadhyay D, Vaugeois J-C, LevyLM. Impurities in generator eluates and radio-pharmaceuticals: a computerized quality assur-ance approach. Health Phys 1986;50:843–8.

75. Bauer R, Pabst H-W. Tc-generators – yield of99mTc and ratio to “inactive” 99Tc. Eur J Nucl Med1982;7:35–6.

76. Bonnyman J. Effect of milking efficiency on 99Tccontent of 99mTc derived from 99mTc generators.Int J Appl Radiat Isot 1983;34:901–6.

77. Moore PW. Technetium-99 in generator systems.J Nucl Med 1984;25:499–502.

78. Mitta AEA, Robles AM. Generador de 99Mo-99mTc.In: Mitta AEA, Robles AM, eds. Manual de con-trol de calidad de radiofarmacos. Montevideo:ALASBIMN, 1986:17–30.

79. Van der Walt TN, Fourie PJ. Rapid and sensitivemethod for the determination of aluminium in99Mo-99mTc generators eluates. Appl Radiat Isot1987;38:74–6.

80. Zimmer AM, Pavel DG. Rapid miniaturized chro-matographic quality-control procedures for Tc-99m radiopharmaceuticals. J Nucl Med 1977;18:1230–3.

81. Van Gansbeke B, Jeghers O, Ermans AM. Com-parative study of quality control procedures for99mTc radiopharmaceuticals. J Radioanal NuclChem, Articles 1985;92:323–32.

82. Sanada S, Ando A, Ando I, Hiraki T, Hisada K. Asingle-strip mini-paper chromatographic methodfor rapid purity-control of 99mTc-labeled radio-pharmaceuticals. Eur J Nucl Med 1986;12:390–3.

83. Zucchini GL, Marinelli M, Pozzato R, Garuti P.Comparison of different chromatographic quality-control procedures to determine the radiochemicalpurity of common 99mTc-diagnostic agents. Int JRad Appl Instrum [A] 1987;38:283–8.

84. Mallol J, Bonino C. Comparison of radiochemi-cal purity control methods for 99Tcm radiopharma-ceuticals used in hospital radiopharmacies. NuclMed Commun 1997;18:419–22.

85. Zimmer AM, Majewski W, Spies SM. Rapidminiaturized chromatography for Tc-99m IDAagents: comparison with gel chromatography. EurJ Nucl Med 1982;7:88–91.

86. Owunwanne A, Weber DA, O'Mara RE. Factorsinfluencing paper chromatographic analysis oftechnetium-99m phosphorus compounds: concisecommunication. J Nucl Med 1978;19:534–7.

87. Belkas EP, Archimandritis S. Quality control ofcolloid and particulate 99mTc-labeled radiophar-maceuticals. Eur J Nucl Med 1979;4:375–7.

88. Ercan MT. Rapid determination of hydrolyzed-reduced technetium-99m in particulate radio-pharmaceuticals. Appl Radiat Isot 1992;43:1175–7.

Page 7: ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E … · ALGUNS ASPECTOS SOBRE GERADORES E RADIOFÁRMACOS DE TECNÉCIO-99m E SEUS CONTROLES DE QUALIDADE* Fabio Luiz Navarro Marques 1, Miriam Roseli

Radiol Bras 2001;34(4):233–239 239

Marques FLN et al.

89. Proulx A, Ballinger JR, Gulenchyn KY. Routinedetermination of radiochemical purity of 99mTc-MIBI. Int J Rad Appl Instrum [A] 1989;40:95–7.

90. Patel M, Sadek S, Jahan S, Owunwanne A. Aminiaturized rapid paper chromatographic pro-cedure for quality control of technetium-99msestamibi. Eur J Nucl Med 1995;22:1416–9.

91. Pandey PM, Sachdev SS, Ramamoorthy N, et al.Formulation and evaluation of a two-componentslyophilized kit for Tc-sestamibi: transchelationpreparation of Tc-99m-sestamibi. Nucl Med Biol1997;24:697–700.

92. Chen F, Decristoforo C, Rohrbacher B, Ricca-bona G. A simple two-strip method to determinethe radiochemical purity of technetium-99mmercaptoacetyltriglycine. Eur J Nucl Med 1993;20:334–8.

93. Amin KC, Saha GB, Go RT. A rapid chromato-graphic method for quality control of techne-tium-99m-bicisate. J Nucl Med Technol 1997;

25:49–51.94. Gomez JL, Vega F, Penafiel A, et al. Un método

alternativo para determinar la pureza radioquímicade las preparaciones de 99mTc-tetrofosmina. RevEsp Med Nucl 1999;18:94–8.

95. Mallot J. Analytical artifacts in quality controlof 99mTc-radiopharmaceutical. Nucl Med Biol1990;6:609–11.

96. Graham D, Millar AM. Artifacts in the thin-layerchromatographic analysis of 99Tcm-tetrofosmininjections. Nucl Med Commun 1999;20:439–44.

97. Mitta AEA, Suarez AHF, Troparevsky MLP. Tc-99m.L.L-ECD. In: Mitta AEA, Suarez AHF,Troparevsky MLP. Anexo del manual de controlde calidad de radiofarmacos. Buenos Aires:ALASBIMN, 1992:4.

98. Ballinger JR, Reid RH, Gulenchyn KY. Radio-chemical purity of [99mTc] HM-PAO. J Nucl Med1988;29:572–3.

99. Pauwels EKJ, Feitsma RIJ. Radiochemical qual-

ity control of 99mTc-labeled radiopharmaceuti-cals. Some daily practice guidelines. Eur J NuclMed 1977;2:97–103.

100. Darte L, Persson BRR. Quality control of 99mTc-radiopharmaceuticals. Evaluation of GCS mini-columns in routine clinical work with scintilla-tion cameras. Eur J Nucl Med 1980;5:521–7.

101. Jovanovic V, Maksin T, Rastovac M, Bzenic J.Comparative quality control of 99mTc-pyrophos-phate and 99mTc-diphosphonate radiopharma-ceuticals. Eur J Nucl Med 1983;8:179–82.

102. Vucina JL. Comparative quality control of somebone-seeking 99mTc radiopharmaceuticals by gelchromatography. J Radioanal Nucl Chem, Letters1995;200:291–8.

103. Jovanovic V, Maksin T, Konstantinovska D,Zmbova B, Cvoric J. Radiochemical quality con-trol of 99mTc-labelled radiopharmaceuticals. JRadioanal Chem 1980;59:239–43.