alguns aspectos notáveis do caminho novo

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  • 7/28/2019 Alguns aspectos notveis do Caminho Novo

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    Relatos do IV Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo Congonhas, MG

    Nilza Cantoni e Joana Capella

    Alguns aspectos notveis do Caminho Novo

    Professor Mrio Celso Rios, pesquisador, professor e membro da Academia

    Barbacenense de Letras.

    O professor Mrio Celso iniciou sua fala agradecendo a todas as pessoas que se dedicam a

    guardar papis velhos que se transformam em fontes para a produo de histria. Ressaltou a

    necessidade de se consultarem as fontes para escrever a histria, mas sem cair na armadilha de s

    consultar as escritas. Em seguida, passou a discorrer sobre o Caminho Novo, declarando ser a trilha

    principal de um marcante episdio da Histria do Brasil - enquanto Colnia de Portugal - que foi a

    descoberta de minerais preciosos e o que isso representou para a formao da nacionalidade. Nesta

    exposio, temas peculiares so trazidos como motivadores para debates e estudos.

    Explicou ter realizado levantamentos bibliogrficos, impressos e virtuais e prosseguiu: O

    Caminho Novo norteou um momento-chave do domnio da metrpole. No obstante tal cultura de

    explorao e espoliao, nova conscincia ia sendo moldada. Assim, surgiam pousos, alguns em

    pontos estratgicos e aglomerados humanos insipientes. Tambm povoados e vilas iam sendo

    edificados o que resultou na ocupao de forma decisiva do Sudeste do territrio brasileiro e em tal

    cenrio, homens e mulheres de etnias variadas colaboraram decisivamente nessa transformao que

    resultou em base para o desenvolvimento scio-poltico do pas.

    Chamou a ateno para o fato de que Caminho Novo foi expresso que surgiu para designar

    uma via alternativa em oposio ao denominado Caminho velho e que seria a mais importante a

    partir do sculo XVIII. O fato histrico que motivou seu traado e concretizao foi o descobrimento

    de ouro em Minas Gerais. Passou a ser fiscalizado com muito rigor pela Coroa Portuguesa para se

    evitar o descaminho, ou seja, o contrabando. Da, a origem do nome Estrada Real da Corte. Na

    verdade, O Caminho Novo era um conjunto de trilhas construdas por povos autctones e conhecidas

    por peabirus, desde tempos imemoriaiseo trabalho dos bandeirantes foi adequ-las aos objetivos

    de Portugal que era o escoamento de bens. Ento, foi feito meticuloso trabalho de engenharia para

    que tal empreitada obtivesse xito.

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    Relatos do IV Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo Congonhas, MG

    Nilza Cantoni e Joana Capella

    A seguir apresentou uma Linha do Tempo destacando os seguintes fatos:

    1500 Chegada dos portugueses ao Brasil: interesse pela arabut-orabut ou ibirapitanga

    ibirapiranga, a rvore vermelha - pau-brasil;

    1531 Primeira Expedio a tocar a mata das Gerais ;

    1600 Notcia sobre os Sertes Gerais dos Cataguases;

    1664 Primeiras notcias sobre ouro nas Minas dos Cataguases;

    1688 Garcia Rodrigues Pais, filho de Ferno Dias, se dispe a abrir uma estrada que

    encurtasse a viagem da Capital do Sul, que era o Rio de Janeiro, at as Regies das Minas em

    1688;

    1703 Tratado de Methuen e outros entre Portugal e Inglaterra;

    1708-1709 Guerra dos Emboabas;1720 Revolta de Felipe dos Santos;

    1729 Descoberta de diamantes;

    1730-1814 Aleijadinho (Antnio Francisco Lisboa, elabora os 12 profetas de Congonhas

    1800-1805);

    1758 Expulso dos Jesutas;

    1768 Publicao de Obras Poticas de Cludio Manuel da Costa;

    1789 Inconfidncia Mineira;

    1792 Morte de Tiradentes; e, Publicao de Marlia de Dirceu de Toms Antnio Gonzaga;

    1775-1800 Decadncia da Minerao;

    1852 Mariano Procpio Ferreira Lage recebe a concesso governamental para iniciar a

    Rodovia Unio & Indstria;

    1854 Irineu Evangelista de Souza inaugura a Estrada de Ferro Mau, com 14,5 km do Porto

    da Estrela Raiz da Serra da Estrela;

    1953 Ceclia Meireles publica Romanceiro da Inconfidncia;

    1972 Lanamento do filme Os inconfidentes, direo de Joaquim Pedro de Andrade,

    argumento baseado em trechos de Romanceiro da Inconfidncia.

    Neste momento o professor Mrio Celso informou no ter o propsito de falar sobre

    Aleijadinho, Tiradentes e assuntos j sobejamente estudados. Sendo assim, optou por resgatar

    termos que podem constituir um vocabulrio comumente utilizado ao se falar do Caminho Novo.

    Foram relacionados os seguintes nomes de origem indgena:

    Tejuco ou Tijuco terras deamantinas (sic) o nome original de Diamantina. Naregio foram criados termos como finquete, fiminho, catatau, buzio, bisborna,

    lambreado e outros para se referir ao peso e forma dos diamantes;

    Beta de ouro No Brasil escavao profunda em rochas para se retirar ouro;

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    Caet - mato genuno; Capivari - rio das capivaras; Carand - palmeira de carnaba; Caranda - idem anterior, variante; Catagus - Mato, rvore, vale; tribo indgena; Ibitipoca - montanha ou casa onde mora o vento; Ibirit madeira excelente; Ibertioga Etimologicamente, segundo o Padre Anchieta, Bertioga a evoluo do

    termo beriguioca que quer dizer lugar ou paradeiro dos Biriguis ou maruins, mosca

    pequena.

    Foram tambm citados alguns termos peculiares, tais como:

    Cachaceiros Vendedores de cachaa e, muitas vezes, cmplices dos garimpeiros,pois ao levarem cachaa para os arraiais praticavam contrabando;

    Garimpeiros Nome com que se apelidavam os mineradores furtivos nas terrasdiamantinas;

    Tropeiros comitiva composta por lotes de sete animais, muares ou cavalos,controlados por guias atravs de assovios e gritos, podendo transportar at 120kg e

    percorrer longas distncias. Mantiqueira a serra predominante na regio do Caminho Novo. Segundo Antonil

    a Amantiquira o lugar onde fica dependurada ou sepultada a conscincia. J para

    Burton Mantiquira contm a ideia de ardil e trapaa. Da, terra de salteadores.

    Pouso Mero terreno para acampar, a cu aberto, onde o proprietrio permite quese d gua s mulas; rancho construo rstica e simples, mas coberta com telhas;

    Venda lugar onde se vende velas, doces, aguardente, livros, h um balco e sobreele uma balana rstica; estalagem, hospedaria e hotel.

    O professor barbacenense no se esqueceu das mulheres do Caminho Novo, as quais

    representou lembrando os nomes de Brbara Eliodora (ou Heliodora), Maria Dorotia Joaquina de

    Seixas Brando, a Marlia de Dirceu para Toms Antnio Gonzaga; Chica da Silva; e Hiplita Jacinta

    Teixeira de Melo. Alm destas, informou que Dona Beja e Dona Joaquina do Pompeu no estiveram

    diretamente ligadas ao Caminho Novo, mas sem ele talvez no tivessem passado histria.

    Voltando a mencionar o alfres Joaquim Jos da Silva Xavier, Mrio Rios manifestou-se

    bastante insatisfeito com certas correntes de pensamento, segundo as quais Tiradentes no teria

    existido. Tambm em relao a Aleijadinho e a Santos Dumont informou que tm sido publicadas

    informaes absurdas que poderiam ser facilmente corrigidas se houvesse mais leitura e estudo.

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    Nilza Cantoni e Joana Capella

    Neste momento outro mineiro mereceu destaque pelo orador. Trata-se de Agripa

    Vasconcelos, a respeito de quem Mrio Celso apresentou a smula biogrfica a seguir:

    Agripa Vasconcelos (Matozinhos, 12 de abril de 1896 Belo Horizonte, 20 de janeiro

    de 1969) formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, tendo defendidotese, aprovada com distino, para obter o ttulo de Doutor. Filho de Ulisses Gabrielde Castro Vasconcelos, neto paterno de Francisco Gabriel da Cunha e Castro, bisnetode Maria do Carmo Pereira de Vasconcelos, esta, irm do grande estadista BernardoPereira de Vasconcelos. O enredo de cada livro o prprio enredo da histria e, porser rigorosamente histrico, todo o seu contedo interessa a todos que desejamconhecer a verdadeira significao das Minas Gerais na histria do Brasil. Sete obrascompem as Sagas: Fome em Cana, que relata o ciclo do latifndio; Gongo Soco, ociclo do ouro; A vida em flor de Dona Beja, o ciclo do povoamento; Sinh Braba, ociclo da agropecuria; Chica Que Manda, o ciclo do diamante; Chico Rei, o ciclo daescravido; Ouro verde e Gado Negro, o ciclo do caf e da abolio do cativeiro das

    Gerais.Foram lembrados, ainda, os nomes de Antnio Francisco Lisboa em arquitetura e estaturia e

    imaginria; Manuel da Costa Atade em pintura; Baslio da Gama; Alvarenga Peixoto; e, Santa Rita

    Duro em literatura.

    Para o professor Mrio Celso, as ideias iluministas chegaram a Minas Gerais por causa da

    opulncia. Alm disso, no se pode esquecer a ao de homens e mulheres de diversas etnias que,

    nos mais variados papeis, deixaram rastros. O papel exercido pelos escravos e indgenas

    fundamental para se entender nossa cultura, principalmente nos nomes de lugares e nos remdios

    caseiros, por exemplo. Herana maior, disse o professor, so os registrosfamiliares ou de ofcios, que

    sem pretenses acabam por preservar e compor o mosaico a que se d o nome de Caminho Novo.

    Para concluir, o orador destacou a frase de Srgio Paulo Rounet em As Razes do Iluminismo:

    O antiautoritarismo significa o repdio a um sistema social de dominao em grande parte fundado

    na ignorncia dos dominados, mas no o repdio autoridade do saber.

    Com o objetivo de contribuir com outros pesquisadores do Caminho Novo, foi apresentada a

    seguinte lista contendo as fontes utilizadas no trabalho e uma extensa bibliografia sobre a regio

    cortada pelo Caminho Novo.

    ALENCAR, Gilberto de. Tal dia o batizado. (O Romance de Tiradentes). Ed. Itatiaia INL . BH, 1972.

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    Nilza Cantoni e Joana Capella

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