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ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DE

MATEMÁTICA EM FRANCA

Rodrigo Morais Santos1 (Uni-FACEF) Orientadora: Silvia Regina Viel Rodrigues2 (Uni-FACEF)

INTRODUÇÃO

Sabe-se que a perspectiva histórica, numa análise crítica do

cotidiano escolar é muito importante, já que pode destacar aspectos muitas vezes

esquecidos dentro do panorama atual, mas que deram origens a vários problemas

e dificuldades.

Uma pesquisa histórica de um caso delimitado pode, através de

levantamentos de documentos e relatos, suscitar novas perspectivas de atitudes

para o agora.

É assim que têm surgido inúmeros trabalhos e grandes

possibilidades com a utilização da história da Matemática.

Estar trabalhando com os alunos para mostrar a construção de uma

teoria ou conteúdo, reconstruindo as idéias das descobertas dos grandes

matemáticos e retomando todos os questionamentos e dificuldades que esses

tiveram para chegar à fórmulas e teoremas que são utilizados hoje desperta

geralmente uma certa curiosidade.

Miguel (2004, p.) acrescenta:

“... que o que se perdem tempo energia, ganha-se

em significado, sentido e criatividade. Isso porque no caminho

histórico, estaria o mundo real de idéias, visto em gênese,

desenvolvendo-se e deteriorando-se, mais do que uma imitação

1 Estudante do Uni-FACEF 2 Mestre em educação matemática e docente do Uni-FACEF

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artificial no qual o problema central é removido. Este é o sentido em

que a aprendizagem é ‘mais fácil’: um sentido pessoal no qual o

estudante põe em relevo o trabalho criativo e imita a descoberta

individual dos resultados. (apud. GRATTAN-GUINNESS,1973)

Desde a descoberta do Brasil, vários foram os perfis de nossos

professores, mesmo por que as mudanças na educação também foram grandes,

inclusive é claro, no ensino de Matemática.

No caso particular da cidade de Franca, essa história do ensino de

Matemática ainda precisa ser contada e analisada e passa a ser o objetivo do

trabalho de Santos. (Projeto de Iniciação Cientifica em desenvolvimento junto ao

Centro Universitário de Franca, desde 2008) e será parte deste artigo.

Historia da Cidade de Franca

Franca foi fundada há mais de 150 anos, tendo sua origem num

antigo pouso de tropeiros que demandavam as províncias de Minas Gerais e

Goiás.O arraial foi assentado em uma colina entre dois córregos: Bagres e

Cubatão, em terrenos da Fazenda Santa Bárbara, doadas para este fim em 03 de

dezembro de 1805, por Antônio Antunes de Almeida e seu irmão Vicente Ferreira

Antunes de Almeida e esposa Maria Francisca Barbosa. O novo povoado foi

progredindo rapidamente, tanto assim que em 1804, tendo a sua população

aumentada consideravelmente, foi elevado a distrito de paz com o nome de

“Arraial Bonito do Capim Mimoso”.

Em 1821, por portaria datada de 31 de outubro, foi o arraial elevado

à categoria de Vila, cuja instalação somente se verificou em 1824, como “Vila

Franca do Imperador”.

E foi tal o progresso da vila, que, de 1279 almas que contava em

1809, passou a ter em 1829 a respeitável população de 9247 indivíduos, sendo

5026 do sexo masculino e 4221 do sexo feminino.

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Em 1852, a Assembléia Legislativa houve por bem eleva-la à

categoria de cidade, com todas as prerrogativas, constituídas em Cabeça de

Comarca de primeira entrância.

Em 1901, Franca, ainda de costumes sertanejos, tinha uma

população urbana de 5000 habitantes e era sede de uma comarca de 20 a 25 mil

jurisdicionados sendo os seus destinos jurídicos confiados ao íntegro magistrado

Dr. Manoel Policarpo Moreira de Azevedo Júnior, que foi mais tarde elevado ao

cargo de Desembargador do nosso Tribunal de Justiça.

Por essa época, a instrução pública era confiada inteiramente aos

cuidados da municipalidade e de particulares.

Não existiam escolas públicas primárias mantidas pelo Governo, sob

a regência de professores normalista. Somente na primeira década do século XX

é que foram criadas as primeiras escolas primárias estaduais sendo, em seguida

instalo no “Velho Casarão da Cadeia de Franca” o primeiro Grupo Escolar que

recebeu com muita justiça o nome do prestante cidadão francano “Coronel

Franscisco Martins”.

Mais tarde foi criado o segundo Grupo Escolar, bem como foram

instaladas algumas escolas urbanas no distrito.

Por essa época, já existiam na cidade algumas escolas de grau

secundário, como o Ginásio “Champagnat”, o “Colégio Nossa Senhora de

Lourdes” e a Escola profissional “Dr Júlio Cardoso”, mas faltavam os professores

públicos primários, não havendo nem sequer um professor normalista francano.

Assim começaram então a chegar os primeiros professores

normalistas, vindos de outras cidades paulistas, destacando-se entre eles os

nomes dos senhores Edmundo Dantes, David Carneio Ewbank, Olívio Peixoto,

Eduardo Nunes, Benedito Siqueira Abreu, Walfrido Maciel e outros.

Daí por diante Franca cresce em seu meio educacional surgindo

novas escolas e dentro desse contexto se inicia o ensino de Matemática

Considerações preliminares

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Verificado o passado dos professores francanos notou-se que o

ensino da matemática na cidade passou por várias transformações, tanto no que

tange a parte pedagógica como na relação professor-aluno. Vários foram os

fatores que influenciaram essas mudanças como, por exemplo, a evolução sócio-

politica-economica-tecnologica. O que se observa é que mesmo com o ensino

tradicional, na história recente de Franca os alunos aprendiam muito e que esses

tinham maiores oportunidades de passar para um nível superior de ensino com

maior facilidade.

Notou-se também uma mudança com relação aos pais que antes

eram muito preocupados com a educação dos filhos. Hoje a presença dos pais na

escola é muito menor e o interesse pelo rendimento escolar é apenas com as

notas e não com o conhecimento, a escola passou a assumir a educação geral

das crianças, principalmente com relação aos limites, já que a grande maioria dos

pais trabalham o dia todo e dispõe de pouco tempo de convivência com as

crianças.

Referência Bibliográfica:

BOYER, Carl B. História da matemática. Tradução de Elza F. Gomide. 2. ed. São

Paulo: Edgard Blücher, 1996.

CASTRO, F.M.O. A matemática no Brasil. São Paulo: Unicamp, 1999.

EVES, H. Introdução à história da matemática. São Paulo: Unicamp, 2002.

FIORENTINI, D.; JIMÉNEZ, A. (org.). História das aulas de matemática:

compartilhando saberes profissionais. São Paulo: Graf. FE; CEMPEM, 2003.

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MIGUEL, A.; MIORIM, M.A. História na educação matemática: propostas e

desafios. Belo Horizonte: Autentica, 2004. (Coleção Tendências em Educação

Matemática)

MIORIM, M. A. Introdução da história da educação matemática. São Paulo: Atual,

1998.

SILVA, H; SOUZA, L.A., A história oral na pesquisa em educação matemática. In

Bolema, ano 20, n. 28, p. 139-162, set. 2007.