algumas palavras - mpsp.mp.br · § 2o se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da...

102
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita Antonio Ozório Leme de Barros ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected] ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ALGUMAS PALAVRAS Setor de Jurisprudência Esta edição do BOLETIM DE JURISPRUDÊNCIA —com periodicidade quinzenal, desde o número anterior— vem com uma novidade em suas seções: a coluna LEGISLAÇÃO, na qual serão publicadas leis relativas a matéria penal e processual penal. Neste número, trazemos aos colegas os textos, recentemente publicados, das Leis nacionais 11.689/08, que modifica normas relativas ao procedimento do júri, e 11.705/08, que altera dispositivos do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97). Já na seção DESTAQUES, iniciada na edição passada, apresentamos dois acórdãos do Superior Tribunal de Justiça, publicados em seu inteiro teor, em vista do maior interesse que, acreditamos, possam suscitar entre os colegas. Lembramos a todos que o acesso ao BOLETIM DE JURISPRUDÊNCIA, cuja distribuição se dará, sempre, pela via eletrônica, poderá ser obtido, também, mediante visita à página da Procuradoria de Justiça Criminal, no portal da nossa Instituição (www.mp.sp.gov.br/portal/page/portal/proc_criminal). Cabe informar, por oportuno, que o inteiro teor dos acórdãos aqui publicados acha-se disponível, na rede mundial de computadores (Internet), dentro das páginas do Supremo Tribunal Federal (www.stf.gov.br), do Superior Tribunal de Justiça (www.stj.gov.br). Finalmente, como de hábito, assinalamos que as críticas e sugestões de todos serão bem-vindas e poderão ser encaminhadas ao Setor de Jurisprudência da Procuradoria de Justiça Criminal, por meio do seu endereço eletrônico ([email protected]). Bom proveito! 1

Upload: vuongthu

Post on 09-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ALGUMAS PALAVRAS

Setor de Jurisprudência

Esta edição do BOLETIM DE JURISPRUDÊNCIA —com periodicidade quinzenal, desde o número anterior— vem com uma novidade em suas seções: a coluna LEGISLAÇÃO, na qual serão publicadas leis relativas a matéria penal e processual penal. Neste número, trazemos aos colegas os textos, recentemente publicados, das Leis nacionais 11.689/08, que modifica normas relativas ao procedimento do júri, e 11.705/08, que altera dispositivos do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97).

Já na seção DESTAQUES, iniciada na edição passada, apresentamos dois acórdãos do Superior Tribunal de Justiça, publicados em seu inteiro teor, em vista do maior interesse que, acreditamos, possam suscitar entre os colegas.

Lembramos a todos que o acesso ao BOLETIM DE JURISPRUDÊNCIA, cuja distribuição se dará, sempre, pela via eletrônica, poderá ser obtido, também, mediante visita à página da Procuradoria de Justiça Criminal, no portal da nossa Instituição (www.mp.sp.gov.br/portal/page/portal/proc_criminal).

Cabe informar, por oportuno, que o inteiro teor dos acórdãos aqui publicados acha-se disponível, na rede mundial de computadores (Internet), dentro das páginas do Supremo Tribunal Federal (www.stf.gov.br), do Superior Tribunal de Justiça (www.stj.gov.br).

Finalmente, como de hábito, assinalamos que as críticas e sugestões de todos serão bem-vindas e poderão ser encaminhadas ao Setor de Jurisprudência da Procuradoria de Justiça Criminal, por meio do seu endereço eletrônico ([email protected]).

Bom proveito!

1

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

LEGISLAÇÃOLei nacional n° 11.689, de 9 de junho de 2008

(publicada na edição de 10 de junho de 2008 do D. O. U.)

Altera dispositivos do Decreto-Lei no 3.689,de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal,

relativos ao Tribunal do Júri, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1° O Capítulo II do Título I do Livro II do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, passa a vigorar com a seguinte redação:

“CAPÍTULO IIDO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS

DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRISeção I

Da Acusação e da Instrução Preliminar‘Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.§ 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital.§ 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa.§ 3o Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.’ (NR) ‘Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.’ (NR)‘Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos.’ (NR)‘Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias.’ (NR)‘Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das diligências requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias.’ (NR)

2

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

‘Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate.§ 1o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento e de deferimento pelo juiz.§ 2o As provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.§ 3o Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o disposto no art. 384 deste Código.§ 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez).§ 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada um deles será individual.§ 6o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.§ 7o Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.§ 8o A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no caput deste artigo.§ 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.’ (NR)‘Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias.’ (NR)

Seção IIDa Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária

‘Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.§ 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.§ 2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória.§ 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código.’ (NR)

3

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

‘Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova.’ (NR)‘Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:I – provada a inexistência do fato;II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;III – o fato não constituir infração penal;IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.’ (NR)‘Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação.’ (NR)‘Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código.’ (NR)‘Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave.’ (NR)‘Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso.’ (NR)‘Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita:I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público;II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na forma do disposto no § 1o do art. 370 deste Código.Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado.’ (NR)‘Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri.§ 1o Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público.§ 2o Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão.’ (NR)

Seção IIIDa Preparação do Processo para Julgamento em Plenário

‘Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão

4

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.’ (NR)‘Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente:I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa;II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri.’ (NR)‘Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal do Júri o preparo para julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos do processo preparado até 5 (cinco) dias antes do sorteio a que se refere o art. 433 deste Código.Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os processos preparados até o encerramento da reunião, para a realização de julgamento.’ (NR)

Seção IVDo Alistamento dos Jurados

‘Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população.§ 1o Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número de jurados e, ainda, organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna especial, com as cautelas mencionadas na parte final do § 3o do art. 426 deste Código.§ 2o O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos comunitários a indicação de pessoas que reúnam as condições para exercer a função de jurado.’ (NR)‘Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Júri.§ 1o A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva.§ 2o Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.§ 3o Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem verificados na presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Seção local da Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Públicas competentes, permanecerão guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente.§ 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído.§ 5o Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada.’ (NR)

5

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Seção VDo Desaforamento

‘Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.§ 1o O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente.§ 2o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri.§ 3o Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada.§ 4o Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado.’ (NR)‘Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia.§ 1o Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa.§ 2o Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguardando julgamento em quantidade que ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do julgamento.’ (NR)

Seção VIDa Organização da Pauta

‘Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos julgamentos, terão preferência:I – os acusados presos;II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão;III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados.§ 1o Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião periódica, será afixada na porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem prevista no caput deste artigo.§ 2o O juiz presidente reservará datas na mesma reunião periódica para a inclusão de processo que tiver o julgamento adiado.’ (NR)‘Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar.’ (NR)‘Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente mandará intimar as partes, o ofendido, se for possível, as testemunhas e os peritos, quando houver requerimento,

6

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

para a sessão de instrução e julgamento, observando, no que couber, o disposto no art. 420 deste Código.’ (NR)

Seção VIIDo Sorteio e da Convocação dos Jurados

‘Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz presidente determinará a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que atuarão na reunião periódica.’ (NR)‘Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou extraordinária.§ 1o O sorteio será realizado entre o 15o (décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil antecedente à instalação da reunião.§ 2o A audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das partes.§ 3o O jurado não sorteado poderá ter o seu nome novamente incluído para as reuniões futuras.’ (NR)‘Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro meio hábil para comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob as penas da lei.Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.’ (NR)‘Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri a relação dos jurados convocados, os nomes do acusado e dos procuradores das partes, além do dia, hora e local das sessões de instrução e julgamento.’ (NR)

Seção VIIIDa Função do Jurado

‘Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos de notória idoneidade.§ 1o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou grau de instrução.§ 2o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado.’ (NR)‘Art. 437. Estão isentos do serviço do júri:I – o Presidente da República e os Ministros de Estado;II – os Governadores e seus respectivos Secretários;III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais;IV – os Prefeitos Municipais;V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública;VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública;VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública;

7

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

VIII – os militares em serviço ativo;IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa;X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento.’ (NR)‘Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto.§ 1o Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins.§ 2o O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.’ (NR)‘Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante, estabelecerá presunção de idoneidade moral e assegurará prisão especial, em caso de crime comum, até o julgamento definitivo.’ (NR)‘Art. 440. Constitui também direito do jurado, na condição do art. 439 deste Código, preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas e no provimento, mediante concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou remoção voluntária.’ (NR)‘Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou salário do jurado sorteado que comparecer à sessão do júri.’ (NR)‘Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de comparecer no dia marcado para a sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo presidente será aplicada multa de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a sua condição econômica.’ (NR)‘Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em motivo relevante devidamente comprovado e apresentada, ressalvadas as hipóteses de força maior, até o momento da chamada dos jurados.’ (NR)‘Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão motivada do juiz presidente, consignada na ata dos trabalhos.’ (NR)‘Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la, será responsável criminalmente nos mesmos termos em que o são os juízes togados.’ (NR)‘Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão aplicáveis os dispositivos referentes às dispensas, faltas e escusas e à equiparação de responsabilidade penal prevista no art. 445 deste Código.’ (NR)

Seção IXDa Composição do Tribunal do Júri e da Formação do Conselho de Sentença

‘Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.’ (NR)‘Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho:I – marido e mulher;II – ascendente e descendente;III – sogro e genro ou nora;

8

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio;V – tio e sobrinho;VI – padrasto, madrasta ou enteado.§ 1o O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união estável reconhecida como entidade familiar.§ 2o Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades dos juízes togados.’ (NR)‘Art. 449. Não poderá servir o jurado que:I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior;II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado;III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado.’ (NR)‘Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou relação de convivência, servirá o que houver sido sorteado em primeiro lugar.’ (NR)‘Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompatibilidade serão considerados para a constituição do número legal exigível para a realização da sessão.’ (NR)‘Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer de mais de um processo, no mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em que seus integrantes deverão prestar novo compromisso.’ (NR)

Seção XDa reunião e das sessões do Tribunal do Júri

‘Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de instrução e julgamento nos períodos e na forma estabelecida pela lei local de organização judiciária.’ (NR)‘Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da sessão, o juiz presidente decidirá os casos de isenção e dispensa de jurados e o pedido de adiamento de julgamento, mandando consignar em ata as deliberações.’ (NR)‘Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz presidente adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes e as testemunhas.Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato será imediatamente comunicado ao Procurador-Geral de Justiça com a data designada para a nova sessão.’ (NR)‘Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado, e se outro não for por este constituído, o fato será imediatamente comunicado ao presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, com a data designada para a nova sessão.§ 1o Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente uma vez, devendo o acusado ser julgado quando chamado novamente.§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública para o novo julgamento, que será adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de 10 (dez) dias.’ (NR)

9

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

‘Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado.§ 1o Os pedidos de adiamento e as justificações de não comparecimento deverão ser, salvo comprovado motivo de força maior, previamente submetidos à apreciação do juiz presidente do Tribunal do Júri.§ 2o Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor.’ (NR)‘Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de comparecer, o juiz presidente, sem prejuízo da ação penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa prevista no § 2o

do art. 436 deste Código.’ (NR)‘Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do Tribunal do Júri o disposto no art. 441 deste Código.’ (NR)‘Art. 460. Antes de constituído o Conselho de Sentença, as testemunhas serão recolhidas a lugar onde umas não possam ouvir os depoimentos das outras.’ (NR)‘Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o art. 422 deste Código, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização.§ 1o Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente suspenderá os trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando a sua condução.§ 2o O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a testemunha não ser encontrada no local indicado, se assim for certificado por oficial de justiça.’ (NR)‘Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 a 461 deste Código, o juiz presidente verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, mandando que o escrivão proceda à chamada deles.’ (NR)‘Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.§ 1o O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.§ 2o Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição do número legal.’ (NR)‘Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463 deste Código, proceder-se-á ao sorteio de tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a sessão do júri.’ (NR)‘Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados em ata, remetendo-se o expediente de convocação, com observância do disposto nos arts. 434 e 435 deste Código.’ (NR)‘Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades constantes dos arts. 448 e 449 deste Código.§ 1o O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o

10

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa, na forma do § 2o do art. 436 deste Código.§ 2o A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça.’ (NR)‘Art. 467. Verificando que se encontram na urna as cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a formação do Conselho de Sentença.’ (NR)‘Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar a recusa.Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por qualquer das partes será excluído daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a composição do Conselho de Sentença com os jurados remanescentes.’ (NR)‘Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as recusas poderão ser feitas por um só defensor.§ 1o A separação dos julgamentos somente ocorrerá se, em razão das recusas, não for obtido o número mínimo de 7 (sete) jurados para compor o Conselho de Sentença.§ 2o Determinada a separação dos julgamentos, será julgado em primeiro lugar o acusado a quem foi atribuída a autoria do fato ou, em caso de co-autoria, aplicar-se-á o critério de preferência disposto no art. 429 deste Código.’ (NR)‘Art. 470. Desacolhida a argüição de impedimento, de suspeição ou de incompatibilidade contra o juiz presidente do Tribunal do Júri, órgão do Ministério Público, jurado ou qualquer funcionário, o julgamento não será suspenso, devendo, entretanto, constar da ata o seu fundamento e a decisão.’ (NR)‘Art. 471. Se, em conseqüência do impedimento, suspeição, incompatibilidade, dispensa ou recusa, não houver número para a formação do Conselho, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido, após sorteados os suplentes, com observância do disposto no art. 464 deste Código.’ (NR)‘Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação:Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:Assim o prometo.Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.’ (NR)

Seção XIDa Instrução em Plenário

‘Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação.

11

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

§ 1o Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado formulará as perguntas antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem e os critérios estabelecidos neste artigo.§ 2o Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do juiz presidente.§ 3o As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.’ (NR)‘Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na forma estabelecida no Capítulo III do Título VII do Livro I deste Código, com as alterações introduzidas nesta Seção.§ 1o O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão formular, diretamente, perguntas ao acusado.§ 2o Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presidente.§ 3o Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.’ (NR)‘Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, destinada a obter maior fidelidade e celeridade na colheita da prova.Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a degravação, constará dos autos.’ (NR)

Seção XIIDos Debates

‘Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante.§ 1o O assistente falará depois do Ministério Público.§ 2o Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará em primeiro lugar o querelante e, em seguida, o Ministério Público, salvo se este houver retomado a titularidade da ação, na forma do art. 29 deste Código.§ 3o Finda a acusação, terá a palavra a defesa.§ 4o A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de testemunha já ouvida em plenário.’ (NR)‘Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica.§ 1o Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a não exceder o determinado neste artigo.

12

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

§ 2o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no § 1o deste artigo.’ (NR)‘Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências:I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo.’ (NR)‘Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte.Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados.’ (NR)‘Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele alegado.§ 1o Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos.§ 2o Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará esclarecimentos à vista dos autos.§ 3o Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso aos autos e aos instrumentos do crime se solicitarem ao juiz presidente.’ (NR)‘Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias.Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias.’ (NR)

Seção XIIIDo Questionário e sua Votação

‘Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado deve ser absolvido.Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes.’ (NR)‘Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre:

13

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

I – a materialidade do fato;II – a autoria ou participação;III – se o acusado deve ser absolvido;IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa;V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.§ 1o A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado.§ 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação:O jurado absolve o acusado?§ 3o Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser formulados quesitos sobre:I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa;II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.§ 4o Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2o (segundo) ou 3o (terceiro) quesito, conforme o caso.§ 5o Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo quesito.§ 6o Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão formulados em séries distintas.’ (NR)‘Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata.Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados o significado de cada quesito.’ (NR)‘Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação.§ 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo.§ 2o O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qualquer intervenção que possa perturbar a livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar inconvenientemente.’ (NR)‘Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não.’ (NR)

14

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

‘Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas.’ (NR)‘Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o presidente determinará que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado do julgamento.Parágrafo único. Do termo também constará a conferência das cédulas não utilizadas.’ (NR)‘Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de votos.’ (NR)‘Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição com outra ou outras já dadas, o presidente, explicando aos jurados em que consiste a contradição, submeterá novamente à votação os quesitos a que se referirem tais respostas.Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o presidente verificar que ficam prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando por finda a votação.’ (NR)‘Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se refere o art. 488 deste Código assinado pelo presidente, pelos jurados e pelas partes.’ (NR)

Seção XIVDa sentença

‘Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que:I – no caso de condenação:a) fixará a pena-base;b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates;c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri;d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código;e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva;f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação;II – no caso de absolvição:a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso;b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas;c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível.§ 1o Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.§ 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo.’ (NR)‘Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo presidente antes de encerrada a sessão de instrução e julgamento.’ (NR)

Seção XVDa Ata dos Trabalhos

15

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

‘Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará ata, assinada pelo presidente e pelas partes.’ (NR)‘Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as ocorrências, mencionando obrigatoriamente:I – a data e a hora da instalação dos trabalhos;II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados presentes;III – os jurados que deixaram de comparecer, com escusa ou sem ela, e as sanções aplicadas;IV – o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa;V – o sorteio dos jurados suplentes;VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a indicação do motivo;VII – a abertura da sessão e a presença do Ministério Público, do querelante e do assistente, se houver, e a do defensor do acusado;VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não comparecimento;IX – as testemunhas dispensadas de depor;X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde umas não pudessem ouvir o depoimento das outras;XI – a verificação das cédulas pelo juiz presidente;XII – a formação do Conselho de Sentença, com o registro dos nomes dos jurados sorteados e recusas;XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples referência ao termo;XIV – os debates e as alegações das partes com os respectivos fundamentos;XV – os incidentes;XVI – o julgamento da causa; XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das diligências e da sentença.’ (NR)‘Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a sanções administrativa e penal.’ (NR)

Seção XVIDas Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri

‘Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente referidas neste Código:I – regular a polícia das sessões e prender os desobedientes;II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua exclusiva autoridade;III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso de linguagem ou mediante requerimento de uma das partes;IV – resolver as questões incidentes que não dependam de pronunciamento do júri;V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a constituição de novo defensor;VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a realização do julgamento, o qual prosseguirá sem a sua presença;VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à realização das diligências requeridas ou entendidas necessárias, mantida a incomunicabilidade dos jurados;

16

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para proferir sentença e para repouso ou refeição dos jurados;IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, ou a requerimento de qualquer destes, a argüição de extinção de punibilidade;X – resolver as questões de direito suscitadas no curso do julgamento;XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou de qualquer jurado, as diligências destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade;XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última.’ (NR)”

Art. 2° O art. 581 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, passa a vigorar com a seguinte redação:“Art. 581 ...........................................................................................................IV – que pronunciar o réu;.........................................................................................................................VI – (revogado);.................................................................................................................” (NR)

Art. 3° Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação.

Art. 4° Ficam revogados o inciso VI do caput do art. 5811 e o Capítulo IV do Título II do Livro III2, ambos do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal.

Brasília, 9 de junho de 2008; 187o da Independência e 120o da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVATarso Genro__________________________________________________________________fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11689.htmacesso em 23/6/2008

1 Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: (...)VI - que absolver o réu, nos casos do art. 411; (...)2 Do protesto por novo júri.

17

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Lei nacional n° 11.705, de 19 de junho de 2008(publicada na edição de 20 de junho de 2008 do D. O. U.)

Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que ‘institui o Código de Trânsito Brasileiro’, e a Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4o do art. 220 da Constituição Federal, para inibir o consumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Esta Lei altera dispositivos da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, com a finalidade de estabelecer alcoolemia 0 (zero) e de impor penalidades mais severas para o condutor que dirigir sob a influência do álcool, e da Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4o do art. 220 da Constituição Federal, para obrigar os estabelecimentos comerciais em que se vendem ou oferecem bebidas alcoólicas a estampar, no recinto, aviso de que constitui crime dirigir sob a influência de álcool.

Art. 2o São vedados, na faixa de domínio de rodovia federal ou em terrenos contíguos à faixa de domínio com acesso direto à rodovia, a venda varejista ou o oferecimento de bebidas alcoólicas para consumo no local.§ 1o A violação do disposto no caput deste artigo implica multa de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais).§ 2o Em caso de reincidência, dentro do prazo de 12 (doze) meses, a multa será aplicada em dobro, e suspensa a autorização de acesso à rodovia, pelo prazo de até 1 (um) ano.§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo em área urbana, de acordo com a delimitação dada pela legislação de cada município ou do Distrito Federal.

Art. 3o Ressalvado o disposto no § 3o do art. 2o desta Lei, o estabelecimento comercial situado na faixa de domínio de rodovia federal ou em terreno contíguo à faixa de domínio com acesso direto à rodovia, que inclua entre suas atividades a venda varejista ou o fornecimento de bebidas ou alimentos, deverá afixar, em local de ampla visibilidade, aviso da vedação de que trata o art. 2o desta Lei.Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput deste artigo implica multa de R$ 300,00 (trezentos reais).

18

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Art. 4o Competem à Polícia Rodoviária Federal a fiscalização e a aplicação das multas previstas nos arts. 2o e 3o desta Lei.§ 1o A União poderá firmar convênios com Estados, Municípios e com o Distrito Federal, a fim de que estes também possam exercer a fiscalização e aplicar as multas de que tratam os arts. 2o e 3o desta Lei.§ 2o Configurada a reincidência, a Polícia Rodoviária Federal ou ente conveniado comunicará o fato ao Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT ou, quando se tratar de rodovia concedida, à Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, para a aplicação da penalidade de suspensão da autorização de acesso à rodovia.

Art. 5o A Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, passa a vigorar com as seguintes modificações:I - o art. 10 passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XXIII:“Art. 10. ....................................................................................................................................................................XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça....................................................................................” (NR)II - o caput do art. 165 passa a vigorar com a seguinte redação:“Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:Infração - gravíssima;Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação....................................................................................” (NR)III - o art. 276 passa a vigorar com a seguinte redação:“Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165 deste Código.Parágrafo único. Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de tolerância para casos específicos.” (NR)IV - o art. 277 passa a vigorar com as seguintes alterações:“Art. 277. ..................................................................................................................................................................§ 2o A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo agente de trânsito mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor.§ 3o Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo.” (NR)V - o art. 291 passa a vigorar com as seguintes alterações:“Art. 291. .....................................................................

19

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora).§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.” (NR)VI - o art. 296 passa a vigorar com a seguinte redação:“Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis.” (NR)VII - (VETADO)VIII - o art. 306 passa a vigorar com a seguinte alteração:“Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:.............................................................................................Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.” (NR)

Art. 6o Consideram-se bebidas alcoólicas, para efeitos desta Lei, as bebidas potáveis que contenham álcool em sua composição, com grau de concentração igual ou superior a meio grau Gay-Lussac.

Art. 7o A Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 4o-A:“Art. 4o-A. Na parte interna dos locais em que se vende bebida alcoólica, deverá ser afixado advertência escrita de forma legível e ostensiva de que é crime dirigir sob a influência de álcool, punível com detenção.”

Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 9o Fica revogado o inciso V do parágrafo único do art. 302 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997.

Brasília, 16 de junho de 2008; 187o da Independência e 120o da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Tarso Genro

20

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Alfredo NascimentoFernando HaddadJosé Gomes TemporãoMarcio Fortes de AlmeidaJorge Armando Felix

MENSAGEM Nº 404, DE 19 DE JUNHO DE 2008publicada na edição de 20 de junho de 2008 do D. O. U.

Senhor Presidente do Senado Federal,

Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1o do art. 66 da Constituição, decidi vetar parcialmente, por contrariedade ao interesse público, o Projeto de Lei de Conversão no 13, de 2008 (MP no 415/08), que “Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que ‘institui o Código de Trânsito Brasileiro’, e a Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4o do art. 220 da Constituição Federal, para inibir o consumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor, e dá outras providências”.Ouvido, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e o Ministério da Justiça manifestaram-se pelo veto ao seguinte dispositivo:Art. 301 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, alterado pelo inciso VII do art. 5° do Projeto e Lei de Conversão:“Art. 301. ...............................................................................Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput deste artigo se o agente:I - conduzia veículo automotor, na via pública, sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;II - participava, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística ou, ainda, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;III - conduzia veículo automotor em acostamento ou na contramão ou, ainda, em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora).” (NR)

Razões do veto

“Embora objetivando aumentar o rigor do tratamento dispensado àqueles que atuam de forma irresponsável no trânsito, a proposta pode ensejar efeito colateral contrário ao interesse público. Uma vez produzido o resultado danoso pelo crime de trânsito, o melhor a se fazer é tentar minorar suas conseqüências e preservar o bem jurídico maior, a vida. Nesse sentido, tendo em vista o pronto atendimento à vítima, a legislação estabelece que não será preso em flagrante aquele que socorrer a vítima.

21

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Entende-se que não há razão para se excepcionar tal regra, porquanto que direcionada para a preservação da vida. Observe-se que já se trata de exceção à regra do flagrante: somente se o socorro for imediato e se o agente fizer tudo que seja possível diante das circunstâncias é que haverá o afastamento do flagrante. Cabe, por fim, ressaltar que tal exceção não se confunde com impunidade: o autor do crime deverá responder por seus atos perante a Justiça e poderá, inclusive, ter a sua prisão decretada futuramente.”Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar o dispositivo acima mencionado do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional.__________________________________________________________________fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11705.htmacesso em 25/6/2008

ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ

22

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

DESTAQUESAgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 983.291 - RS (2007⁄0216563-0)

DJ: 16/06/2008EMENTA

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. TENTATIVA DE FURTO. OBJETOS EM INTERIOR DE VEICULO. QUEBRA DA JANELA. DESTRUIÇÃO OU ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. QUALIFICADORA CARACTERIZADA. CONCURSO DE PESSOAS. APLICAÇÃO DA CAUSA DE AUMENTO DE PENA PREVISTA PARA O ROUBO. IMPOSSIBILIDADE. 1. A destruição ou avaria de automóvel para a subtração de objeto que se encontra no seu interior caracteriza a qualificadora prevista no inciso I do § 4º do artigo 155 do Código Penal. 2. Havendo regra específica a ser aplicada nos crimes de furto qualificado pelo concurso de pessoas (artigo 155, § 4º, IV, do CP), é inaceitável sua substituição pela do artigo 157, § 2º, do mesmo diploma, sob a alegação de ofensa ao princípio da proporcionalidade. 3. Agravo regimental desprovido.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Sexta Turma do

Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.

As Sras. Ministras Maria Thereza de Assis Moura e Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ⁄MG) e os Srs. Ministros Nilson Naves e Hamilton Carvalhido votaram com o Sr. Ministro Relator.

Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.Brasília (DF), 27 de maio de 2008. (data do julgamento)

MINISTRO PAULO GALLOTTI, Relator

RELATÓRIOO SENHOR MINISTRO PAULO GALLOTTI: A hipótese é de agravo regimental tirado contra decisão assim ementada:"PENAL. TENTATIVA DE FURTO. OBJETOS EM INTERIOR DE VEICULO. QUEBRA DA JANELA. DESTRUIÇÃO OU ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. QUALIFICADORA CARACTERIZADA. CONCURSO DE PESSOAS. APLICAÇÃO DA CAUSA DE AUMENTO DE PENA PREVISTA PARA O ROUBO. IMPOSSIBILIDADE. DOSIMETRIA DA PENA.1. A destruição ou avaria de automóvel para a subtração de objeto que se encontra no seu interior caracteriza a qualificadora prevista no inciso I do § 4º do artigo 155 do Código Penal. 2. O acórdão recorrido, ao aplicar analogicamente ao delito de furto o aumento de pena previsto para o crime de roubo praticado em concurso de pessoas, invocando os princípios da proporcionalidade e da isonomia, violou o contido no art. 155, § 4º, do Código Penal, pois no furto a participação de duas ou mais pessoas qualifica o crime, enquanto no roubo, agrava a pena.3. Recurso provido."

23

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Sustenta o agravante que o arrombamento de veículo, para a subtração de objetos do seu interior, não pode ser considerado como qualificadora do furto, sob pena de se considerar essa conduta como mais grave do que a subtração do próprio veículo.Alega, ainda, que "se o furto configura delito mais leve do que o roubo, por não violar mais de um bem jurídico, não pode sofrer uma pena mais severa do que este, quando praticado em concurso de agentes, se ambos foram praticados na mesma circunstância." (fl. 226)É o relatório.

VOTOO SENHOR MINISTRO PAULO GALLOTTI (RELATOR): A decisão recorrida deve ser mantida pelo que nela se contém, tendo em conta que o agravante não logrou desconstituir quaisquer dos fundamentos então adotados, que ora submeto ao Colegiado para serem confirmados:"Cuida-se de recurso especial interposto pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, fundamentado nas alíneas "a" e "c" do permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal de Justiça.Noticiam os autos que o recorrido foi condenado, como incurso no art. 155, § 4º, I e IV, c⁄c o art. 14, II, ambos do Código Penal, a 9 meses de reclusão, em regime aberto, e ao pagamento de 15 dias-multa, substituída a reprimenda corporal por medida restritiva de direitos.Inconformado, apelou, tendo o Tribunal de origem, por unanimidade de votos, dado parcial provimento ao recurso para fixar a pena-base no mínimo legal para o furto simples, afastar a qualificadora do rompimento de obstáculo e aplicar a causa especial de aumento prevista para o roubo em concurso de pessoas, diminuída a sanção de dois terços pela tentativa, estabelecida definitivamente em 5 meses de reclusão, mantida, no mais, a sentença.Daí o especial, no qual se alega, além de dissídio jurisprudencial, violação do art. 155, § 4º, I e IV, do Código Penal, sustentando que a quebra de janela do veículo para a subtração de objetos que se encontram em seu interior caracteriza a qualificadora do rompimento ou destruição de obstáculo, assim também que não se aplica ao crime de furto qualificado a causa especial de aumento de pena prevista para o roubo praticado em concurso de pessoas.A Subprocuradoria-Geral da República opina pelo provimento do apelo.Merece acolhimento a irresignação.A destruição ou rompimento de obstáculo externo ao objeto do furto caracteriza a circunstância qualificadora, o que não ocorre quando a violência é empregada contra a própria coisa furtada.No caso, extrai-se dos autos que o recorrido, juntamente com outras duas pessoas, quebrou a janela de veículo que estava estacionado em área pública e tentou subtrair objetos que estavam no interior do automóvel. A destruição ou avaria de automóvel para a subtração de objeto que se encontra no seu interior faz presente a qualificadora prevista no inciso I do § 4º do artigo 155 do Código Penal. Confiram-se os precedentes:A - "CRIMINAL. RECURSO ESPECIAL. FURTO QUALIFICADO. TENTATIVA DE APROPRIAÇÃO DE BATERIA E OUTROS EQUIPAMENTOS MECÂNICOS DE INTERIOR DE CAMINHÃO. ROMPIMENTO DE VIDRO DO VEÍCULO, EXTERNO AO OBJETO DO FURTO. QUALIFICADORA CARACTERIZADA. RECURSO PROVIDO.I. Dirigindo-se o furto à apropriação de bateria e equipamentos mecânicos localizados dentro de caminhão, e não do veículo em si, considera-se este como obstáculo exterior àquele.II. O rompimento de obstáculo externo ao objeto do furto caracteriza a circunstância qualificadora.III. Irresignação que merece acolhida, para que o Tribunal a quo reconheça a incidência da qualificadora de rompimento de obstáculo. Remessa dos autos à origem, para a readequação da pena.IV. Recurso provido, nos termos do voto do relator." (REsp nº 875.918⁄RS, Relator o Ministro GILSON DIPP, DJU 5⁄2⁄2007)

24

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

B - "PENAL. HABEAS CORPUS. FURTO. MOMENTO DA CONSUMAÇÃO DO DELITO. SUBTRAÇÃO DE OBJETOS EM INTERIOR DE VEÍCULO. ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO CARACTERIZADO. ORDEM DENEGADA.1. A orientação jurisprudencial é no sentido de que se considera consumado o crime de furto, assim como o de roubo, no momento em que, cessada a clandestinidade ou a violência, o agente se torna possuidor da res furtiva, ainda que por curto espaço de tempo, sendo desnecessário que o bem saia da esfera de vigilância da vítima, incluindo-se, portanto, as hipóteses em que é possível a retomada do bem por meio de perseguição imediata.2. Por outro lado, pacífico é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a subtração de objetos situados no interior de veículo, mediante rompimento de obstáculo, no caso vertente o quebra-vento, qualifica o delito de furto.3. Ordem denegada." (HC nº 42.658⁄MG, Relator o Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, DJU 22⁄8⁄2005) De outra parte, o acórdão recorrido, ao aplicar analogicamente ao delito de furto o aumento de pena previsto para o crime de roubo praticado em concurso de pessoas, invocando os princípios da proporcionalidade e da isonomia, violou o contido no art. 155, § 4º, do Código Penal, pois, no furto, a participação de duas ou mais pessoas qualifica o crime, enquanto no roubo, agrava a pena.Nesse sentido:A - "CRIMINAL. FURTO QUALIFICADO. REINCIDÊNCIA. CARACTERIZAÇÃO. MAJORANTE DO CRIME DE ROUBO. CONCURSO DE PESSOAS. APLICAÇÃO AO FURTO QUALIFICADO PELA MESMA CIRCUNSTÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA. FIXAÇÃO DA PENA ABAIXO DO MÍNIMO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 231⁄STJ. RECURSO PROVIDO.I - O Código Penal, ao definir que as circunstâncias enumeradas em seu art. 59 devem ser consideradas pelo Julgador no momento da fixação da pena, o fez como garantia do próprio réu, como meio para que o Magistrado, através da análise daqueles critérios, possa ter melhor condição de proferir uma decisão justa – tratando os iguais igualmente e os desiguais desigualmente.II - Hipótese em que o acórdão a quo afastou a aplicação da reincidência, sob o fundamento de sua inconstitucionalidade.III - Como as agravantes têm incidência obrigatória, na hipótese de uma circunstância judicial do art. 59 do Código Penal constituir também uma agravante, fica prejudicada a aplicação daquele dispositivo, desconsiderando-se a circunstância na fixação da pena-base para que a mesma figure apenas como agravante.IV - Se o Juiz aponta elementos diversos para a caracterização dos antecedentes dos réus e para caracterizar a reincidência, não resta evidenciada a dupla valoração das mesmas circunstâncias para efeito de antecedentes e circunstância agravante.V - Viola o princípio da legalidade a aplicação da majorante do crime de roubo, resultante do concurso de pessoas, ao crime de furto qualificado pela mesma circunstância.VI - Tendo o Tribunal a quo, apesar de reconhecer a presença da circunstância qualificadora do crime de furto, recorrido aos princípios da proporcionalidade e da isonomia para aplicar dispositivo legal estranho ao fato, assume papel reservado pela Constituição Federal ao parlamento.VII - Como não existe paralelismo entre os incisos I, II e III do § 4º do art. 155 do Código Penal com os demais incisos do § 2º do art. 157 do Estatuto Repressivo, a fórmula aplicada resultaria numa reprimenda diferenciada para indivíduos que cometem furto qualificado naquelas circunstâncias, o que é inconcebível.VIII - Não se admite a redução da pena abaixo do mínimo legal, ainda que havendo incidência de atenuantes relativas à menoridade do agente e à confissão espontânea. Incidência da Súmula nº 231⁄STJ.IX - Recurso conhecido e provido, nos termos do voto do Relator." (REsp nº 702.844⁄RS, Relator o Ministro GILSON DIPP, DJU de 13⁄6⁄2005)B - "RECURSO ESPECIAL. PENAL. FURTO QUALIFICADO. CONCURSO DE AGENTES. APLICAÇÃO DA CAUSA DE AUMENTO DE PENA PREVISTA NO ARTIGO 157, PARÁGRAFO 2º, DO CÓDIGO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. PROVIMENTO.1. A lei ela mesma estabelece, no parágrafo 4º do artigo 155 do Código Penal, por força de agravantes qualificadoras, o aumento dos limites máximo e mínimo de pena in abstracto do delito de furto simples, incabendo, de forma evidente, converter a forma qualificada do delito patrimonial em exame em causa de

25

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

aumento de pena, sob o pretexto, injustificável por todos os títulos, de aplicação isonômica e proporcional do parágrafo 2º do artigo 157 do Código Penal. Precedentes.2. Recurso especial provido." (REsp nº 554.676⁄RS, Relator o Ministro HAMILTON CARVALHIDO, DJU de 2⁄8⁄2004)Ante o exposto, dou provimento ao recurso especial para restabelecer a sentença de primeiro grau." (fls. 210⁄214)Não há que se falar em ilegalidade no reconhecimento da qualificadora prevista no art. 155, § 4º, I, do Código Penal, pois, segundo reiteradas decisões do Superior Tribunal de Justiça, a quebra do vidro da janela do automóvel, para a subtração de objeto localizado no seu interior, constituiu rompimento de obstáculo, a agravar o furto.Sobre o tema, ensina Fernando Capez:"É importante notar que a qualificadora não se configura quando há a destruição da própria res furtiva, como no caso do agente que, para subtrair um veículo, força o quebra-vento deste ou rompe os fios elétricos do sistema de ignição, pois estes constituem obstáculos inerentes à res. O mesmo não ocorre se o agente, para subtrair objetos que se encontrem no interior do veículo, quebra-lhe o vidro, pois este constitui obstáculo exterior à res furtiva" (Curso de Direito Penal: parte especial, 6ª ed., Volume 2, Saraiva, 2006, p. 392).No que diz respeito à possibilidade de se aplicar analogicamente ao crime de furto qualificado pelo concurso de pessoas (CP art. 155, § 4º, IV) a norma do art. 157, § 2º, II, que trata da causa de aumento da pena do crime de roubo em razão do concurso de pessoas, vale citar, em reforço, o seguinte precedente:"DIREITO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. FURTO. PENA: CONCURSO DE AGENTES. ISONOMIA COM A MAJORANTE DO ROUBO. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO COM PROVIMENTO NEGADO.1. A aplicação analógica da majorante do roubo na hipótese de furto não se justifica nos princípios da proporcionalidade e da isonomia.A questão de direito ora analisada se encontra no âmbito da legalidade, particularmente na aplicação da regra exegética de que, diante da existência de regra que regula especificamente um fato, não há porque interpretar e aplicar outra norma, cujo objetivo é regular outra situação, objeto de valoração diferente por parte do legislador. A aplicação analógica pretendida pelo acórdão a quo implica considerações de política criminal que estão além da atividade judicante. O aplicador do direito está, em realidade, criando uma terceira norma, diferente das duas que passaram pelo processo legislativo.2. Agravo ao qual se nega provimento." (AgRg no REsp nº 987.172⁄RS, Relator a Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ⁄MG), DJU 24⁄3⁄2008) Nego provimento ao agravo regimental.É como voto.

26

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

HABEAS CORPUS Nº 73.986 - SP (2007⁄0002330-0)DJ: 23/06/2008

EMENTAPROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE. LIBERDADE PROVISÓRIA. CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA.1. O inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal estabelece que os crimes hediondos são inafiançáveis. Não sendo possível a concessão de liberdade provisória com fiança, com maior razão será a não-concessão de liberdade provisória sem fiança.2. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que a vedação imposta pelo art. 2º, II, da Lei 8.072⁄90 é fundamento suficiente para o indeferimento da liberdade provisória (HC 76.779⁄MT, Rel. Min. FELIX FISCHER, DJ 4⁄4⁄08).3. A Lei 11.343⁄06, expressamente, fez constar que o delito de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade provisória.4. Ordem denegada.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam

os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, denegar a ordem.

Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi, Felix Fischer e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 20 de maio de 2008(Data do Julgamento)MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA

Relator

RELATÓRIOMINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA: Trata-se de habeas corpus substitutivo do recurso ordinário, com pedido de liminar, impetrado em favor de ALCIR DOS SANTOS, "preso em flagrante delito aos 7 de julho de 2006 e denunciado nos autos da Ação Penal nº 220⁄06, oriunda da Vara Única de Itariri da Comarca de Itanhaém, como incurso no art. 12, caput, c.c. o art. 14, ambos da Lei 6.368⁄76, c.c. o art. 8º da Lei 8.072⁄90, na forma do art. 69 do Código Penal" (fl. 103).Insurge-se o impetrante contra acórdão proferido pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que denegou a ordem ali impetrada (HC 1.004.992.3⁄8-00).Sustenta a ausência de fundamentação idônea para a manutenção da custódia provisória do paciente, ao entendimento de ser admissível a concessão do benefício de liberdade provisória na hipótese.Aduz, ainda, que o paciente tem residência fixa, desempenha ocupações lícitas, é primário e de bons antecedentes.Requer, assim, a concessão de liminar e, no mérito, a sua confirmação para que o paciente possa aguardar o julgamento do processo em liberdade.O pedido formulado em sede de cognição sumária foi indeferido pela Presidência deste Superior Tribunal, no curso das férias forenses (fl. 98). Naquela oportunidade, solicitadas informações à autoridade apontada como coatora, foram elas devidamente prestadas (fls. 103⁄178), e vieram com cópia da denúncia, da decisão de primeira instância e do acórdão atacado, entre outros.O Ministério Público Federal, em parecer exarado pelo Subprocurador-Geral da República EDINALDO DE HOLANDA BORGES, opinou pela denegação da ordem, ressaltando (fl. 182):

27

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

... havendo o paciente sido preso em flagrante na prática de tráfico ilícito de entorpecentes, não há falar em constrangimento ilegal na manutenção de sua prisão processual, uma vez que a liberdade, nessa hipótese, é expressamente vedada.Às fls. 187⁄193, o Tribunal de origem informou que, em 25⁄4⁄07, o paciente foi condenado à pena de 12 anos de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática do delito previsto no art. 12, caput, c⁄c o art. 18, III, ambos da Lei 6.368⁄76.É o relatório.

EMENTAPROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE. LIBERDADE PROVISÓRIA. CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA.1. O inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal estabelece que os crimes hediondos são inafiançáveis. Não sendo possível a concessão de liberdade provisória com fiança, com maior razão será a não-concessão de liberdade provisória sem fiança.2. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que a vedação imposta pelo art. 2º, II, da Lei 8.072⁄90 é fundamento suficiente para o indeferimento da liberdade provisória (HC 76.779⁄MT, Rel. Min. FELIX FISCHER, DJ 4⁄4⁄08).3. A Lei 11.343⁄06, expressamente, fez constar que o delito de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade provisória.4. Ordem denegada.

VOTOMINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA (Relator): Como relatado, pretende o impetrante a concessão da ordem para que o paciente possa aguardar o julgamento do processo em liberdade, ante a alegada ausência de fundamentação idônea para a manutenção de sua custódia provisória, ao entendimento de ser admissível a concessão do benefício de liberdade provisória, e por ter o paciente residência fixa, desempenhar ocupações lícitas, ser primário e de bons antecedentes.A ordem deve ser denegada.Quanto ao preenchimento dos requisitos para a concessão de liberdade provisória, cumpre salientar, de pronto, que, na hipótese dos autos, o paciente está preso em face de flagrante delito.Nesse passo, o inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal estabelece que o tráfico ilícito de entorpecentes constitui crime inafiançável, razão por que, não sendo possível a concessão de liberdade provisória com fiança, com maior razão será a não-concessão de liberdade provisória sem fiança.Assim, observa-se que a Terceira Seção desta Corte, na assentada de 27⁄6⁄07, por ocasião do julgamento do HC 76.779⁄MT, Rel. Min. FELIX FISCHER, DJ 4⁄4⁄08, consolidou o entendimento de que a vedação imposta pelo art. 2º, II, da Lei 8.072⁄90 é, por si só, fundamento idôneo para a não-concessão da liberdade provisória nos casos de flagrante de crimes hediondos ou a ele equiparados, dispensando, dessa forma, o exame dos pressupostos de que trata o art. 312 do CPP.Prevaleceu, portanto, quanto a essa matéria, a posição que já vinha sendo adotada pela Quinta Turma. Confira-se:TRÁFICO. ENTORPECENTE. PRISÃO. FLAGRANTE. LIBERDADE PROVISÓRIA. PROIBIÇÃO. TEXTO LEGAL.A Turma, por unanimidade, entendeu que a proibição de concessão do benefício de liberdade provisória para crimes hediondos e assemelhados, que está prevista no art. 2º, II, da Lei n. 8.072⁄1990, é, por si, fundamento suficiente, por se tratar de norma especial especificamente em relação ao parágrafo único do art. 310 do CPP. Além do mais, o art. 5º, XLIII, da CF⁄1988 proibiu a concessão de fiança para alguns crimes, evidenciando que a liberdade provisória pretendida não poderia ser concedida. Precedentes citados

28

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

do STF: AgRg no HC 85.711-ES, DJ 17⁄5⁄2005, HC 86.814-SP, DJ 26⁄5⁄2006, HC 86.703-ES, DJ 8⁄11⁄2005, HC 89.183-MS, DJ 25⁄8⁄2006, HC 83.468-ES, DJ 27⁄2⁄2004, e HC 82.695-RJ, DJ 6⁄6⁄2003. (RHC 20.545-MG, Rel. Min. FELIX FISCHER, DJ de 12⁄3⁄07)Ademais, com essa análise, a Lei 11.343⁄06, expressamente, fez constar que o delito de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade provisória.Sobre esse tema, com o mesmo entendimento, consta no Informativo nº 499 do do Supremo Tribunal Federal:Se admitida, a liberdade provisória pode dar-se com ou sem o pagamento de fiança. Nesse sentido, os incisos LXVI, (“ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com o sem fiança;”), XLII (“a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;”) e XLIII (“a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos...”), todos do art. 5º, da CF. No tocante a esse último dispositivo, asseverou-se que esse inciso possuía eficácia limitada até a superveniência da Lei 8.072⁄90 (art. 2º, II), que proibiu a concessão de fiança e liberdade provisória aos crimes hediondos e equiparados. No ponto, esclareceu-se que, para o deslinde da presente questão, dever-se-ia analisar se a Lei 11.464⁄2007, ao alterar o referido art. 2º, II, da Lei 8.072⁄90, excluindo a expressão “e liberdade provisória”, teria possibilitado a concessão desta aos presos em flagrante pela prática de tortura, tráfico de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e delitos definidos como hediondos.Considerou-se que a inafiançabilidade imposta ao delito imputado ao paciente bastaria para impedir a concessão de liberdade provisória, sendo irrelevante a alteração efetuada pela Lei 11.464⁄2007 que, mantendo a vedação de fiança, somente retirara uma redundância contida no texto originário do art. 2º, II, da Lei 8.072⁄90. Ressaltou-se que esta Corte possui orientação consolidada no sentido de que a proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos e assemelhados decorre da própria inafiançabilidade imposta pela Constituição à legislação ordinária. Dessa forma, por maiores razões, incabível esse benefício aos presos em flagrante por tráfico de drogas. Ademais, enfatizou-se que a Lei 11.464⁄2007 não alcançaria os dispositivos legais que cuidam do delito de tráfico de drogas que, ao tempo da sua entrada em vigor, já contava com disciplina específica a respeito (Lei 11.343⁄2006: “Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos. Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.”). Assim, reputou-se que a Lei 11.464⁄2007 não poderia modificar a disciplina que, quando do seu advento, já constava de lei especial, aplicável à espécie.(sem grifos no original)Portanto, não há constrangimento ilegal a ser sanado.Quanto à argumentação de o paciente ser primário, ter residência fixa, bons antecedentes e profissão lícita, o Superior Tribunal de Justiça tem decidido que "As condições subjetivas favoráveis do paciente, tais como primariedade, residência fixa e trabalho lícito, por si sós, não obstam a segregação cautelar, quando preenchidos seus pressupostos legais" (HC 78.517⁄GO, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Quinta Turma, DJ 24⁄9⁄07).Ante o exposto, denego a ordem impetrada.É como voto.

ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ

29

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

_________________________________________________________

PRIMEIRA TURMAComposição:

Ministro Marco Aurélio - PresidenteMinistro Carlos Britto

Ministro Ricardo LewandowskiMinistra Cármen Lúcia

Ministro Menezes Direito________________________________________________________________

HC 93535 / SP - SÃO PAULOHABEAS CORPUSRelator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKIJulgamento: 27/05/2008 Órgão Julgador: Primeira TurmaPublicação:DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008EMENT VOL-02323-04 PP-00812Parte(s) PACTE.(S): CARLOS LEONEL DE MAURAIMPTE.(S): FERNANDO JOSÉ BELLINI CABRERACOATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. REPRESENTAÇÃO. EMBRIAGUEZ DA REPRESENTANTE. ART. 39 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. ART. 227, CAPUT, E § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. FATOS E PROVAS. VIA ELEITA INAPROPRIADA. ORDEM DENEGADA NA PARTE CONHECIDA. I - Os princípios constitucionais constantes do art. 227 da Constituição Federal justificam a desnecessidade de rigor formal para a representação para fins penais, no caso de atentado violento ao pudor. II - O habeas corpus não constitui a via adequada para a apreciação de fatos e provas, no caso, a eventual embriaguez completa

30

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

da representante da vítima. III - Impetração conhecida em parte, denegando-se a ordem na parte conhecida.

Decisão: A Turma indeferiu o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Unânime. Ausentes, justificadamente, o Ministro Carlos Britto e a Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 27.05.2008.

________________________________________________________________

HC 92695 / SP - SÃO PAULOHABEAS CORPUSRelator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKIJulgamento: 20/05/2008 Órgão Julgador: Primeira TurmaPublicação:DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008EMENT VOL-02323-04 PP-00707Parte(s) PACTE.(S): GILBERTO ROCHA DE ANDRADEIMPTE.(S): GILBERTO ROCHA DE ANDRADEADV.(A/S): IREMI MIGUEL KIESLAREKCOATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. DATA DOS FATOS. AUSÊNCIA DE SUA INDICAÇÃO NA DENÚNCIA. APROPRIAÇÃO INDÉBITA. ART. 168, § 1º, III, DO CÓDIGO PENAL. INÉPCIA. INOCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. AFERIÇÃO. POSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. I - Não é inepta a denúncia que, embora não indique a data exata dos fatos, oferta inequívoca condição para o exercício do contraditório e da ampla defesa. II - Quando a denúncia apresentar data aproximada, para fins da contagem de prazos prescricionais, deve-se utilizar a primeira a partir da qual a consumação poderia ocorrer. Essa contagem beneficia o acusado. III - Ordem denegada.

Decisão: A Turma indeferiu o pedido de habeas corpus. Unânime. Ausente, justificadamente, a Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 20.05.2008.

________________________________________________________________

31

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

HC 94030 / RS - RIO GRANDE DO SULHABEAS CORPUSRelator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKIJulgamento: 20/05/2008 Órgão Julgador: Primeira TurmaPublicação:DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008EMENT VOL-02323-04 PP-00854Parte(s) PACTE.(S): RODRIGO RODRIGUES ALVESPACTE.(S): JULIANO FRANCO LEALIMPTE.(S): DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. FURTO QUALIFICADO. CONCURSO DE AGENTES. FIGURA PENAL APENADA COM SANÇÃO AUTÔNOMA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DA MAJORANTE DO CRIME DE ROUBO. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. I - Não pode o julgador, por analogia, estabelecer sanção sem previsão legal, ainda que para beneficiar o réu, ao argumento de que o legislador deveria ter disciplinado a situação de outra forma. II - Em face do que dispõe o § 4º do art. 155 do Código Penal, não se mostra possível aplicar a majorante do crime de roubo ao furto qualificado. III - Ordem denegada.

Decisão: A Turma indeferiu o pedido de habeas corpus. Unânime. Ausente, justificadamente, a Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 20.05.2008.

________________________________________________________________

HC 94234 / RS - RIO GRANDE DO SULHABEAS CORPUSRelator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKIJulgamento: 20/05/2008 Órgão Julgador: Primeira TurmaPublicação DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008EMENT VOL-02323-05 PP-00933Parte(s) PACTE.(S): MICHEL DA SILVA MACHADOIMPTE.(S): DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

32

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

COATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. ROUBO. CONSUMAÇÃO INDEPENDENTEMENTE DA POSSE MANSA E PACÍFICA DA COISA. PRECEDENTES. ALEGAÇÃO DE QUE A PENA PODE SER FIXADA ABAIXO DO MÍNIMO COMINADO. TESE CONTRÁRIA À JURISPRUDÊNCIA DESTE SUPREMO TRIBUNAL. PRECEDENTES. HABEAS CORPUS INDEFERIDO. I. A jurisprudência desta Corte tem entendido que a consumação do roubo ocorre no momento da subtração, com a inversão da posse da res, independentemente, portanto, da posse pacífica e desvigiada da coisa pelo agente. II - A segurança jurídica penal não se revela apenas na segura descrição típica, mas também na previsibilidade das sanções. III - Impossibilidade de que a pena venha a ser fixada, por conta de reconhecimento de circunstância atenuante, em patamar inferior ao mínimo legal. IV - Função preventiva da pena, que se encontra expressa no art. 59, caput, in fine, do Código Penal. V - Writ conhecido, ordem denegada.

Decisão: A Turma indeferiu o pedido de habeas corpus. Unânime. Ausente, justificadamente, a Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 20.05.2008.

ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ

33

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________

SEGUNDA TURMAComposição:

Ministro Celso de Mello - PresidenteMinistra Ellen GracieMinistro Cezar Peluso

Ministro Joaquim BarbosaMinistro Eros Grau

________________________________________________________________

85092 / RJ - RIO DE JANEIROHABEAS CORPUSRelator(a): Min. ELLEN GRACIEJulgamento: 03/06/2008 Órgão Julgador: Segunda TurmaPublicação:DJe-112 DIVULG 19-06-2008 PUBLIC 20-06-2008EMENT VOL-02324-03 PP-00481Parte(s) PACTE.(S): JOÃO BOSCO WON HELD GONÇALVES DE FREITASIMPTE.(S): JOÃO BOSCO WON HELD GONÇALVES DE FREITASADV.(A/S): JÚLIO CÉSAR DA SILVACOATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ementa DIREITO PROCESSUAL PENAL. EXECUÇÃO. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. PRISÃO DOMICILIAR. DOENÇA GRAVE. NÃO-COMPROVAÇÃO. TRATAMENTO POSSÍVEL NO ESTABELECIMENTO PRISIONAL. 1. Habeas corpus impetrado contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça que denegou a ordem, em que se pretendia o reconhecimento do direito à prisão domiciliar. 2. O art. 117, da Lei de Execução Penal somente admite a prisão domiciliar nos casos de execução da pena privativa de liberdade em regime aberto. 3. Ainda assim, é indispensável a demonstração cabal de que o condenado esteja acometido de doença que exija cuidados especiais, insuscetíveis de serem prestados no local da prisão ou em estabelecimento hospitalar adequado (HC n° 83.358/SP, rel. Min. Carlos Britto, 1ª Turma, DJ 04.06.2004). 4. Não havendo prova de doença grave do paciente, tampouco da inadequação ou insuficiência de eventual tratamento médico

34

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ministrado no estabelecimento prisional ao paciente, é caso de denegação do writ. 5. Ordem denegada.

Decisão: A Turma, por votação unânime, indeferiu o pedido de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. 2ª Turma, 03.06.2008.

________________________________________________________________

HC 91370 / SP - SÃO PAULOHABEAS CORPUSRelator(a): Min. ELLEN GRACIEJulgamento: 20/05/2008 Órgão Julgador: Segunda TurmaPublicação:DJe-112 DIVULG 19-06-2008 PUBLIC 20-06-2008EMENT VOL-02324-03 PP-00586Parte(s) PACTE.(S): ERIK FRANCISCO CARDENAS DE OLIVEIRA OU ERIK FRANCISCO CARDENA DE OLIVEIRA OU ERIK FRANCISCO CARDENOS DE OLIVEIRAIMPTE.(S): EDUARDO NUNES DE ARAÚJOCOATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ementa DIREITO PENAL. CRIMES DE ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. MESMA VÍTIMA. CONCURSO MATERIAL (E NÃO CRIME CONTINUADO). 1. O Direito Penal brasileiro encampou a teoria da ficção jurídica para justificar a natureza do crime continuado (art. 71, do Código Penal). Por força de uma ficção criada por lei, justificada em virtude de razões de política criminal, a norma legal permite a atenuação da pena criminal, ao considerar que as várias ações praticadas pelo sujeito ativo são reunidas e consideradas fictamente como delito único. 2. "Não há falar em continuidade delitiva dos crimes de estupro e atentado violento ao pudor" (HC nº 70.427/RJ, Ministro Carlos Velloso, 2ª Turma, DJ 24-9-1993), ainda que "perpetrados contra a mesma vítima" (HC nº 688.77/RJ, Relator Ministro Ilmar Galvão, 1ª Turma, DJ 21-2-1992). 3. A hipótese dos autos demonstra que, em relação às duas vítimas, os crimes de atentado violento ao pudor não foram perpetrados como "prelúdio do coito" ou meio para a consumação do crime de estupro, havendo completa autonomia entre as condutas praticadas. 4. Tal solução não ofende as diretrizes da política criminal voltadas ao cumprimento dos objetivos expressos na Constituição da

35

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

República, acentuando a própria circunstância da hediondez das condutas havidas pelo paciente por ocasião dos fatos referidos na ação penal a que respondeu, que vitimaram duas mulheres. 5. Ordem de habeas corpus denegada.

Decisão: A Turma, a unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Presidiu, este julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. 2ª Turma, 20.05.2008.

________________________________________________________________

HC 89287 / SP - SÃO PAULOHABEAS CORPUSRelator(a): Min. ELLEN GRACIEJulgamento: 27/05/2008 Órgão Julgador: Segunda TurmaPublicação:DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008EMENT VOL-02323-03 PP-00464Parte(s) PACTE.(S): LUCIANO DA SILVAIMPTE.(S): MARCELO LUIZ FAVRETTOCOATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ementa HABEAS CORPUS. PORTE ILEGAL DE ARMA. ARGUIÇÃO DE ABOLITIO CRIMINIS E VACATIO LEGIS. INOCORRÊNCIA. 1. A tese deste habeas corpus consiste na alegada atipicidade da conduta de portar um revólver no período anterior ao prazo de 180 (cento e oitenta dias) previsto na Lei n 10.826/03. 2. Não se pode confundir a posse de arma de fogo com o porte de arma de fogo. Segundo o Estatuto do Desarmamento, a posse consiste em manter no interior de residência (ou dependência desta) ou no local de trabalho a arma de fogo, enquanto que o porte, por sua vez, pressupõe que a arma de fogo esteja fora da residência ou do local de trabalho. 3. A hipótese de abolitio criminis temporária deferida nos artigos 30 e 32 do Estatuto do Desarmamento não alcança a conduta praticada pelo Paciente, tornando-se, pois, inviável o acolhimento da pretensão ora deduzida. 4. A previsão legal contida nos arts. 30 e 32, ambos da Lei n 10.826/2003, dirigiu-se aos possuidores e proprietários de arma de fogo que,

36

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

por sua vez, não se confundem com aqueles que portavam ilegalmente arma de fogo (fora da residência ou do local de trabalho). 5. O tipo penal do art. 14, da Lei n 10.826/03, ao prever as condutas de portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal e regulamentar, não foi abrangido pelo disposto nos arts. 30 e 32, do mesmo texto legal. 6. O porte ilegal de arma de fogo não se tornou atípico com o advento da Lei n 10.826/03 (mesmo temporariamente); ao revés, além de manter a descrição da conduta como criminosa, o art. 14 agravou a pena anteriormente prevista na Lei n 9.437/97. 7. Ordem denegada.

Decisão: A Turma, a unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Presidiu, este julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. 2ª Turma, 27.05.2008.

________________________________________________________________

HC 89389 / SP - SÃO PAULOHABEAS CORPUSRelator(a): Min. ELLEN GRACIEJulgamento: 27/05/2008 Órgão Julgador: Segunda TurmaPublicação:DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008EMENT VOL-02323-03 PP-00472Parte(s) PACTE.(S): CLEIDE MARLI DE SOUZA LIMAPACTE.(S): JANDIRA MARIA PAIM DE JESUSPACTE.(S): MARIA DE FÁTIMA WOLFFPACTE.(S): JOÃO BATISTA RODRIGUES CRUZIMPTE.(S): PGE-SP - NILSON BERENCHTEIN JUNIORADV.(A/S): PGE-SP - PATRÍCIA HELENA MASSA ARZABE (ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA)COATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ementa DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. FURTO. MOMENTO DA CONSUMAÇÃO.

37

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

PERSEGUIÇÃO POLICIAL. PRISÃO EM FLAGRANTE. HABEAS CORPUS. 1. Na apreciação do recurso especial, houve expressa menção à circunstância de que foi comprovada a divergência pretoriana nos moldes do art. 225, do Regimento Interno daquela Corte. 2. Houve a resolução da questão jurídica envolvendo o momento da consumação do crime de furto, e não nova análise sobre valoração de prova. 3. A norma contida no inciso II, do art. 14, do Código Penal, ao tratar da modalidade tentada, contempla um tipo de extensão, fazendo com que se amplie a figura típica de determinados comportamentos reputados criminosos para abranger situações fáticas não previstas expressamente no tipo penal. 4. A polêmica diz respeito à consumação (ou não) do furto, porquanto questiona-se se houve a efetiva subtração. A conduta da subtração de coisa alheia se aperfeiçoa no momento em que o sujeito ativo passa a ter a posse da res fora da esfera da vigilância da vítima. 5. A circunstância de ter havido perseguição policial após a subtração, com subseqüente prisão do agente do crime, não permite a configuração de eventual tentativa do crime contra o patrimônio, cuidando-se de crime consumado. 6. Ordem denegada.

Decisão: A Turma, a unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Presidiu, este julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. 2ª Turma, 27.05.2008.

________________________________________________________________

HC 89488 / SP - SÃO PAULOHABEAS CORPUSRelator(a): Min. ELLEN GRACIEJulgamento: 27/05/2008 Órgão Julgador: Segunda TurmaPublicação:DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008EMENT VOL-02323-03 PP-00482Parte(s) PACTE.(S): ROGÉRIO MARTINS UBALDINOIMPTE.(S): PAULO JACOB SASSYA EL AMM E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ementa DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. ROUBO. MOMENTO DA CONSUMAÇÃO.

38

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

PERSEGUIÇÃO POLICIAL. PRISÃO EM FLAGRANTE. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA. HABEAS CORPUS. 1. A norma contida no inciso II, do art. 14, do Código Penal, ao tratar da modalidade tentada, contempla um tipo de extensão, fazendo com que se amplie a figura típica de determinados comportamentos reputados criminosos para abranger situações fáticas não previstas expressamente no tipo penal. 2. Em relação ao crime de roubo (CP, art. 157), por se tratar de crime complexo, diz-se que o crime é consumado quando o sujeito ativo reúne todas as condutas que formam a unidade complexa. Assim, o art. 157 congrega, simultaneamente, as condutas referentes à subtração de coisa alheia (art. 155), à violência à pessoa (art. 129) e à ameaça (art. 147). 3. Firmou-se em Plenário a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que 'o roubo está consumado se o ladrão é preso em decorrência de perseguição imediatamente após a subtração da coisa, não importando assim que tenha, ou não, posse tranqüila desta' 4. A conduta da subtração de coisa alheia se aperfeiçoa no momento em que o sujeito ativo passa a ter a posse da res fora da esfera da vigilância da vítima, tendo sido também caracterizada a violência ou a grave ameaça exercida contra o ofendido. A circunstância de ter havido perseguição policial após a subtração, com subseqüente prisão do agente do crime, não permite a configuração de eventual tentativa do crime contra o patrimônio, cuidando-se de crime consumado. 5. Desse modo, ainda que passível a concessão de ordem de habeas corpus de ofício, a hipótese é de crime consumado de roubo. 6. A hipótese comporta a concessão da ordem quanto ao regime prisional, eis que não foi apontada qualquer circunstância judicial, de natureza subjetiva, que impedisse o paciente de cumprir a pena corporal no regime aberto. 7. Ordem concedida.

Decisão: A Turma, a unanimidade, concedeu a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Presidiu, este julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. 2ª Turma, 27.05.2008.

________________________________________________________________

HC 91936 / SP - SÃO PAULOHABEAS CORPUSRelator(a): Min. ELLEN GRACIEJulgamento: 27/05/2008 Órgão Julgador: Segunda TurmaPublicação:

39

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008EMENT VOL-02323-03 PP-00587Parte(s) PACTE.(S): MARIA ESTELA TOMAZIMPTE.(S): ULYSSES DA SILVACOATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ementa DIREITO PROCESSUAL PENAL. PRISÃO PREVENTIVA. TRÁFICO ILÍCITO DE DROGA. DECISÃO FUNDAMENTADA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. HABEAS CORPUS. DENEGAÇÃO. 1. Houve fundamentação idônea à manutenção da prisão processual da paciente, não tendo o magistrado se limitado a afirmar que a prisão seria mantida apenas em razão da prisão preventiva ter prevalecido durante a fase de instrução. 2. Ausência de violação aos arts. 93, IX, da Constituição da República, e 315, do CPP. 3. Diante da persistência dos pressupostos e condições do art. 312, do CPP, a paciente não poderia obter o reconhecimento do direito de recorrer em liberdade. 4. A garantia da ordem pública se mostrou claro fundamento para a manutenção da prisão da paciente, pessoa apontada como integrando organização criminosa, com posição proeminente, envolvida com grandes quantidades de vários tipos de entorpecentes. 5. A alegação de nulidade do processo (por suposta inobservância do disposto no art. 38, da Lei n 10.409/02) não foi levada à apreciação do Superior Tribunal de Justiça, o que configuraria supressão de instância. 6. Ordem denegada.

Decisão: A Turma, a unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Presidiu, este julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. 2ª Turma, 27.05.2008.

________________________________________________________________

HC 92495 / PE - PERNAMBUCOHABEAS CORPUSRelator(a): Min. ELLEN GRACIEJulgamento: 27/05/2008 Órgão Julgador: Segunda TurmaPublicação:DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008

40

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

EMENT VOL-02323-04 PP-00692Parte(s) PACTE.(S): WILKA ANTÔNIO RUFINOIMPTE.(S): JOÃO VIEIRA NETO E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ementa DIREITO PROCESSUAL PENAL. LIBERDADE PROVISÓRIA. INADMISSIBILIDADE. CRIME DE TRÁFICO DE DROGA. HABEAS CORPUS. DENEGAÇÃO. 1. Trata-se de habeas corpus impetrado contra julgamento colegiado da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça que denegou habeas corpus anteriormente aforado perante aquela Corte, objetivando a soltura da paciente. 2. O STF tem adotado orientação segundo a qual há proibição legal para a concessão da liberdade provisória em favor dos sujeitos ativos do crime de tráfico ilícito de drogas (art. 44, da Lei n 11.343/06), o que é fundamento para o indeferimento do requerimento de liberdade provisória (norma especial em relação àquela contida no art. 310, parágrafo único, do CPP). 3. Nem a redação conferida ao art. 2 , II, da Lei n 8.072/90, pela Lei n 11.464/07, prepondera sobre o disposto no art. 44, da Lei n 11.343/06, eis que esta se refere explicitamente à proibição da concessão de liberdade provisória em se tratando de crime de tráfico ilícito de substância entorpecente 4. Há, ainda, indicação da existência de organização criminosa integrada pela paciente, a revelar a presença da necessidade da prisão preventiva como garantia da ordem pública. 5. Houve fundamentação idônea à manutenção da prisão processual da paciente. 6. Ordem denegada.

Decisão: A Turma, a unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Presidiu, este julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. 2ª Turma, 27.05.2008.

________________________________________________________________

HC 92926 / RS - RIO GRANDE DO SULHABEAS CORPUSRelator(a): Min. ELLEN GRACIEJulgamento: 27/05/2008 Órgão Julgador: Segunda TurmaPublicação:DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008

41

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

EMENT VOL-02323-04 PP-00733Parte(s) PACTE.(S): CLÓVIS CARDOSO NORONHAIMPTE.(S): DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ementa HABEAS CORPUS. DOSIMETRIA DA PENA. FURTO QUALIFICADO. INTEGRAÇÃO DA NORMA. MAJORANTE DO CRIME DE ROUBO COM CONCURSO DE AGENTES. INADMISSIBILIDADE. CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE. PENA AQUÉM DO MÍNIMO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA. 1. As questões controvertidas neste writ - acerca da alegada inconstitucionalidade da majorante do § 4 , do art. 155, CP (quando cotejada com a causa de aumento de pena do § 2 , do art. 157, CP) e da possibilidade (ou não) da fixação da pena abaixo do mínimo legal devido à presença de circunstância atenuante - já foram objeto de vários pronunciamentos desta Corte. 2. No que tange à primeira questão, não existe lacuna a respeito do quantum de aumento da pena no crime de furto qualificado (art. 155, § 4 , CP), o que inviabiliza o emprego da analogia. 3. Os tipos penais referentes aos crimes de furto e roubo recebem tratamento diferenciado, iniciando-se pelos limites mínimo e máximo relativos às penas-base. Por opção legal (critério de política legislativa), considerou-se necessário estabelecer diferentes fatores de aumento das penas. 4. A jurisprudência desta Corte é tranqüila no que tange à aplicação da forma qualificada do furto em que há concurso de agentes mesmo após a promulgação da Constituição Federal de 1988 (HC n 73.236-SP, rel. Min. Sidney Sanches, 1ª Turma, DJ 17.05.1996). 5. Quanto à segunda questão, na exegese do art. 65, do Código Penal, "descabe falar dos efeitos da atenuante se a sanção penal foi fixada no mínimo legal previsto para o tipo (HC n 75.726, rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 06.12.1998). 6. De acordo com a interpretação sistemática e teleológica decorrente do Código Penal e das leis especiais, somente na terceira fase da dosimetria da pena é possível alcançar pena final aquém do mínimo cominado para o tipo simples ou além do máximo previsto. 7. Há diferença quanto ao tratamento normativo entre as circunstâncias atenuantes/agravantes e as causas de diminuição/aumento da pena no que se refere à possibilidade de estabelecimento da pena abaixo do mínimo legal - ou mesmo acima do máximo legal. 8. O fato de o art. 65, do Código Penal, utilizar o advérbio sempre, em matéria de aplicação das circunstâncias ali previstas, para redução da pena-base em patamar inferior ao mínimo legal, deve ser interpretado para as hipóteses em que a pena-base tenha sido fixada em quantum superior ao mínimo cominado no tipo penal. 9. É pacífica

42

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido da impossibilidade de redução da pena aquém do mínimo legal quando houver a presença de alguma circunstância atenuante. 10. Ordem denegada.

Decisão: A Turma, a unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Presidiu, este julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. 2ª Turma, 27.05.2008.

________________________________________________________________

HC 94147 / RJ - RIO DE JANEIROHABEAS CORPUSRelator(a): Min. ELLEN GRACIEJulgamento: 27/05/2008 Órgão Julgador: Segunda TurmaPublicação:DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008EMENT VOL-02323-05 PP-00921Parte(s) PACTE.(S): JOÃO CARLOS FERREIRA LUCAS DE SOUZAIMPTE.(S): EDUARDO CORRÊA DIAS DE ALMEIDACOATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ementa PROCESSUAL PENAL. IMPOSIÇÃO DE CONDIÇÕES JUDICIAIS (ALTERNATIVAS À PRISÃO PROCESSUAL). POSSIBILIDADE. PODER GERAL DE CAUTELA. PONDERAÇÃO DE INTERESSES. ART. 798, CPC; ART. 3°, CPC. 1. A questão jurídica debatida neste habeas corpus consiste na possibilidade (ou não) da imposição de condições ao paciente com a revogação da decisão que decretou sua prisão preventiva 2. Houve a observância dos princípios e regras constitucionais aplicáveis à matéria na decisão que condicionou a revogação do decreto prisional ao cumprimento de certas condições judicias. 3. Não há direito absoluto à liberdade de ir e vir (CF, art. 5°, XV) e, portanto, existem situações em que se faz necessária a ponderação dos interesses em conflito na apreciação do caso concreto. 4. A medida adotada na decisão impugnada tem clara natureza acautelatória, inserindo-se no poder geral de cautela (CPC, art. 798; CPP, art. 3°). 5. As condições impostas não maculam o princípio constitucional da não-culpabilidade, como também não o fazem as prisões cautelares (ou processuais).

43

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Cuida-se de medida adotada com base no poder geral de cautela, perfeitamente inserido no Direito brasileiro, não havendo violação ao princípio da independência dos poderes (CF, art. 2°), tampouco malferimento à regra de competência privativa da União para legislar sobre direito processual (CF, art. 22, I). 7. Ordem denegada.

Decisão: A Turma, a unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Falou, pelo paciente, o Dr. Luciano Brasileiro de Oliveira e, pelo Ministério Público Federal, o Dr. Wagner Gonçalves. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Presidiu, este julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. 2ª Turma, 27.05.2008.

________________________________________________________________

HC 94540 / RS - RIO GRANDE DO SULHABEAS CORPUSRelator(a): Min. ELLEN GRACIEJulgamento: 27/05/2008 Órgão Julgador: Segunda TurmaPublicação:DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008EMENT VOL-02323-05 PP-00966Parte(s) PACTE.(S): FABIANO RODRIGUES DA CRUZIMPTE.(S): DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES): RELATOR DO RECURSO ESPECIAL Nº 1025998 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ementa HABEAS CORPUS. DOSIMETRIA DA PENA. CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE. PENA AQUÉM DO MÍNIMO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA. 1. A questão controvertida neste writ - acerca da possibilidade (ou não) da fixação da pena abaixo do mínimo legal devido à presença de circunstância atenuante - já foi objeto de vários pronunciamentos desta Corte. 2. Na exegese do art. 65, do Código Penal, "descabe falar dos efeitos da atenuante se a sanção penal foi fixada no mínimo legal previsto para o tipo (HC n 75.726, rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 06.12.1998). 3. De acordo com a interpretação sistemática e teleológica dos arts. 59, 67 e 68, todos do Código Penal, somente na terceira fase da dosimetria da pena é possível alcançar pena final aquém do

44

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

mínimo cominado para o tipo simples ou além do máximo previsto. 4. Há diferença quanto ao tratamento normativo entre as circunstâncias atenuantes/agravantes e as causas de diminuição/aumento da pena no que se refere à possibilidade de estabelecimento da pena abaixo do mínimo legal - ou mesmo acima do máximo legal. 5. O fato de o art. 65, do Código Penal, utilizar o advérbio sempre, em matéria de aplicação das circunstâncias ali previstas, para redução da pena-base em patamar inferior ao mínimo legal, deve ser interpretado para as hipóteses em que a pena-base tenha sido fixada em quantum superior ao mínimo cominado no tipo penal. 6. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido da impossibilidade de redução da pena aquém do mínimo legal quando houver a presença de alguma circunstância atenuante. 7. Ordem denegada.

Decisão: A Turma, a unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Presidiu, este julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. 2ª Turma, 27.05.2008.

________________________________________________________________

HC 93972 / MS - MATO GROSSO DO SULHABEAS CORPUSRelator(a): Min. ELLEN GRACIEJulgamento: 20/05/2008 Órgão Julgador: Segunda TurmaPublicação:DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008EMENT VOL-02323-04 PP-00840Parte(s) PACTE.(S): HAROLDO JOSÉ GUIMARÃES DIAS OU HAROLDO JOSÉ GUIMARÃESPACTE.(S): ARI AUGUSTO DE FREITAS DIASIMPTE.(S): ÉLIN TERUKO TOKOCOATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ementa DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. PRISÃO PREVENTIVA. CONDIÇÕES E REQUISITOS. CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. ORDEM PÚBLICA. 1. É obrigatória a análise dos interesses sociais e individuais na formulação do juízo positivo (ou negativo) acerca da medida cautelar requerida

45

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

por alguma das partes, ou mesmo decretada ex ofiicio. 2. Diante da presença de elementos concretos que evidenciem aspectos relevantes, tais como a gravidade dos fatos objetivamente considerados, o interesse público no possível êxito do processo, o receio fundado de repetição de fatos graves, há de se recomendar o decreto da prisão preventiva e sua manutenção. 3. À ordem pública relacionam-se normalmente todas as finalidades da prisão processual que constituem formas de privação da liberdade adotadas como medidas de defesa social. 4. Não houve vulneração do princípio da não culpabilidade (art. 5º, LVII, da Constituição da República). 5. A ordem pública se revela atingida quando a conduta do acusado acarreta elevado impacto negativo na sociedade, ofendendo significativamente os valores sociais e culturais existentes, representando "vilania de comportamento". 6. É indispensável a fundamentação das decisões judiciais, sob pena de nulidade e, em se cuidando de decreto de prisão preventiva, revela-se essencial a indicação dos motivos que evidenciam a necessidade da prisão. 7. As circunstâncias dos pacientes serem primários, sem antecedentes criminais, terem residência conhecida, além de outras qualidades pessoais, não se revelam obstáculos à decretação de suas prisões preventivas, desde que presentes ou pressupostos e conclusões, expressas no art. 312 do CPP (HC nº. 90.085, relator Ministro Joaquim Barbosa, DJ 30-11-2007). 8. Ordem de habeas corpus denegada.

Decisão: A Turma, a unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Presidiu, este julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. 2ª Turma, 20.05.2008.

ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ

46

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

________________________________________________________________

TERCEIRA SEÇÃOComposição:

Arnaldo Esteves LimaFelix Fischer

Hamilton Carvalhido (presidente)Laurita Vaz

Maria Thereza de Assis MouraNapoleão Maia Filho

Nilson NavesPaulo GallottiPaulo MedinaJorge Mussi

Jane Silva (Desembargadora do TJ/MG, convocada)________________________________________________________________

ProcessoCC 90700 / MGCONFLITO DE COMPETÊNCIA2007/0239771-9

Relator(a)Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

Órgão JulgadorS3 - TERCEIRA SEÇÃO

Data do Julgamento28/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 23.04.2008 p. 1

Ementa

47

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. INQUÉRITO POLICIAL. APROPRIAÇÃO INDÉBITA EM RAZÃO DE OFÍCIO, EMPREGO OU PROFISSÃO (ART. 168, § 1o., III DO CPB). INDICIADO CONTRATADO, NA BAHIA, PARA FAZER TRANSPORTE DE CARGA ATÉ MINAS GERAIS. IMPOSSIBILIDADE DE DETERMINAÇÃO DO LOCAL DA CONSUMAÇÃO DO DELITO. PREVENÇÃO. CONFLITO CONHECIDO, PARA DECLARAR A COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO.1. No caso, havendo Magistrados de igual jurisdição, e não sendo possível a determinação do local em que houve a consumação do delito de apropriação indébita, a competência deve ser fixada pela prevenção, em favor do Juiz que primeiro tomou conhecimento dos fatos e despachou nos autos do Inquérito.2. Em consonância com o parecer ministerial, conhece-se do conflito, para declarar a competência do Juízo de Direito da Vara Criminal de Cândido Sales/BA, o suscitado.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer do conflito e declarar competente o Suscitado, Juízo de Direito de Cândido Sales - BA, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.Votaram com o Relator os Srs. Ministros Jorge Mussi, Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG), Nilson Naves, Felix Fischer, Paulo Gallotti, Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima e Maria Thereza de Assis Moura.

ProcessoCC 88615 / RSCONFLITO DE COMPETÊNCIA2007/0181465-9

Relator(a)Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA

Órgão JulgadorS3 - TERCEIRA SEÇÃO

Data do Julgamento28/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 22.04.2008 p. 1

Ementa

48

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CRIME DE VIOLAÇÃO DE SIGILO DAS OPERAÇÕES DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. ART. 26 DA LEI 7.492/86. INCIDÊNCIA SOBRE O ART. 10 DA LEI COMPLEMENTAR 105/2001. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. RECONHECIMENTO.1. Atendendo-se ao critério da interpretação sistemática, conjugando-se os cânones do art. 109, VI da Constituição Federal, do art. 26 da Lei n. 7.492/86 e do art. 10 da Lei Complementar n. 105/2001, prestigiando-se a coerência e a segurança jurídica, competente para o julgamento do delito de violação de sigilo das operações de instituições financeiras é a Justiça Federal.2. Conflito conhecido para declarar competente o JUÍZO FEDERAL DA 1ª VARA CRIMINAL E JUIZADO ESPECIAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, suscitado.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça: A Seção, por unanimidade, conheceu do conflito e declarou competente o Suscitado, Juízo Federal da 1ª Vara Criminal e Juizado Especial da Seção Judiciária do Estado do Rio Grande do Sul, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Votaram com a Relatora os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi, Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG), Nilson Naves, Felix Fischer, Paulo Gallotti, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima.

ProcessoHC 76779 / MTHABEAS CORPUS2007/0028415-1

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorS3 - TERCEIRA SEÇÃO

Data do Julgamento27/06/2007

Data da Publicação/FonteDJ 04.04.2008 p. 1

Ementa PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. ART. 33 DA LEI Nº 11.343/06. CRIME EQUIPARADO A

49

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

HEDIONDO. PRISÃO EM FLAGRANTE. LIBERDADE PROVISÓRIA. PROIBIÇÃO DECORRENTE DE NORMA CONSTITUCIONAL.I - O art. 5º, inciso XLIII, da Carta Magna, proibindo a concessão de fiança, evidencia que a liberdade provisória pretendida não pode ser concedida.II - Essa orientação já é assente no c. Pretório Excelso, como se depreende do HC nº 83468/ES, Rel. Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 27/02/2004, no qual restou consignado, litteris: "(...) a proibição de liberdade provisória, nessa hipótese, deriva logicamente do preceito constitucional que impõe a inafiançabilidade das referidas infrações penais(...), seria ilógico que, vedada pelo art. 5º XLIII, da Constituição, a liberdade provisória mediante fiança nos crimes hediondos, fosse ela admissível nos casos legais de liberdade provisória sem fiança" (Ministro Sepúlveda Pertente); "Sendo o crime inafiançável, ele não comportaria mesmo a liberdade provisória. E a Lei nº 8.072, art. 2º, inciso II, ao falar que não cabem a "fiança e liberdade provisória", de certa forma foi até um pouco redundante, não haveria nem necessidade da ressalva" (Ministro Carlos Ayres Britto); "Essa circunstância (a inafiançabilidade contida no art. 5º, XLIII, da CF) (...) afasta a liberdade provisória (...), porque se nem mesmo com fiança é possível, o que se dirá sem a fiança" (Ministro Marco Aurélio).III - Esse entendimento foi recentemente confirmado pela c. Suprema Corte (HC 89068/RN, 1ª Turma, Rel. Ministro Carlos Ayres Britto, DJ de 23/02/2007; HC 89183/MS, 1ª Turma, Rel. Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 25/08/2006 e HC 86118/DF, 1ª Turma, Rel. Ministro Cezar Peluso, DJ de 14/10/2005) e, também, por esta Corte (HC 67145/GO, 5ª Turma, Relª Ministra Laurita Vaz, DJ de 02/04/2007; HC 69566/SP, 5ª Turma, de minha relatoria, DJ de 09/04/2007 e HC 55984/SC, 6ª Turma, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, DJ de 09/04/2007).IV - Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 da nova lei de tóxicos (regra específica) "são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos" (art. 44 da Lei nº 11.343/06).Writ denegado.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, retomado o julgamento, após o voto-vista da Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura acompanhando a divergência inaugurada pelo Sr. Ministro Nilson Naves, no sentido de conceder a ordem de habeas corpus e o voto do Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, acompanhando o voto do Sr. Ministro

50

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Relator, a Seção, por maioria, denegou a ordem, nos termos do voto do Sr.Ministro Relator.Vencidos os Srs. Ministros Paulo Gallotti, Maria Thereza de Assis Moura e Nilson Naves, que concediam a ordem. Votaram com o Relator os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido (sob a presidência do Sr. Ministro Gilson Dipp), Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima e Napoleão Nunes Maia Filho.Ausente, justificadamente, nesta assentada, o Sr. Ministro Nilson Naves.Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Paulo Medina.Presidiu a sessão, nesta assentada, o Sr. Ministro Hamilton Carvalhido.

ProcessoCC 87407 / SPCONFLITO DE COMPETÊNCIA2007/0155443-3

Relator(a)Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA

Órgão JulgadorS3 - TERCEIRA SEÇÃO

Data do Julgamento14/05/2008

Data da Publicação/FonteDJ 27.05.2008 p. 1

Ementa PROCESSO PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. 1. ESTELIONATO. CONSUMAÇÃO. OBTENÇÃO DA VANTAGEM ILÍCITA. 2. LOCAL ONDE ESTÁ SITUADA A FILIAL DA EMPRESA. 3. COMPETÊNCIA DO JUÍZO DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DE FLORIANÓPOLIS/SC.1. O crime de estelionato consuma-se onde e quando ocorre a disponibilidade da vantagem ilícita ao agente infrator.2. Tendo o delito de estelionato se consumado no local em que está situada a filial da empresa, cabe ao Juízo deste o processamento e julgamento da ação penal respectiva.3. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 3ª Vara Criminal de Florianópolis/SC, suscitado.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça: A

51

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Seção, por unanimidade, conheceu do conflito e declarou competente o Suscitado, Juízo de Direito da 3ª Vara Criminal de Florianópolis - SC, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Votaram com a Relatora os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi, Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG), Paulo Gallotti, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima.Ausentes, ocasionalmente, os Srs. Ministros Nilson Naves e Felix Fischer.Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Hamilton Carvalhido.

ProcessoCC 83962 / ESCONFLITO DE COMPETÊNCIA2007/0091388-9

Relator(a)Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA

Órgão JulgadorS3 - TERCEIRA SEÇÃO

Data do Julgamento14/05/2008

Data da Publicação/FonteDJ 29.05.2008 p. 1

Ementa CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CONDENAÇÃO. EXECUÇÃO DA PENA. CONDENADO PRESO PROVISORIAMENTE EM OUTRA COMARCA. OUTRA AÇÃO PENAL EM CURSO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA CONDENAÇÃO, NA AUSÊNCIA DE VARA ESPECIALIZADA.1. Na ausência de vara especializada, o juízo sentenciante não perde sua competência em matéria de execução da pena em relação ao sentenciado que se encontra preso provisoriamente em cadeia pública de outra Comarca, em razão de outra ação penal em curso.2. Conflito negativo conhecido para fixar a competência do juízo suscitado.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça: A Seção, por unanimidade, conheceu do conflito e declarou competente o Suscitado, Juízo de Direito da Vara de Execuções Criminais de Mantena - MG, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Votaram com a Relatora os Srs.

52

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi, Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG), Paulo Gallotti, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima.Ausentes, ocasionalmente, os Srs. Ministros Nilson Naves e Felix Fischer.Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Hamilton Carvalhido.

ProcessoCC 89309 / RJCONFLITO DE COMPETÊNCIA2007/0208835-4

Relator(a)Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG)

Órgão JulgadorS3 - TERCEIRA SEÇÃO

Data do Julgamento12/12/2007

Data da Publicação/FonteDJ 06.06.2008 p. 1

Ementa CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA – EXECUÇÃO PENAL – IRREGULARIDADES NA TRANSFERÊNCIA DO SUSCITANTE PARA PRESÍDIO FEDERAL – EXCESSO DE PRAZO – PERIGO DE MORTE – QUESTÕES ALHEIAS AOS LIMITES DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA – MAIORIA DAS CONDENAÇÕES PROFERIDAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TRANSFERÊNCIA PARA O JUÍZO DE SÃO PAULO-SP – RETORNO PARA O RIO DE JANEIRO CASSADO POR ESTE SODALÍCIO EM OUTRO CONFLITO – DECLARAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO PAULISTA – FUTURA TRANSFERÊNCIA DO PRESO PARA O DISTRITO FEDERAL – AUSÊNCIA DE QUALQUER ATO MOTIVADOR POR PARTE DO JUÍZO PAULISTA – TRANSFERÊNCIA PARA PRESÍDIO FEDERAL – NECESSIDADE DE PROVOCAÇÃO POR PARTE DO JUÍZO DE ORIGEM, IN CASU, O JUÍZO PAULISTA, ASSIM DECLARADO NOS AUTOS DE ANTERIOR CONFLITO – CONFLITO NÃO CONHECIDO, POR SE TRATAR DE MATÉRIA JÁ DECIDIDA POR ESTE SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, ESCLARECENDO-SE QUE A COMPETÊNCIA PERMANECE COM O JUÍZO DE SÃO PAULO-SP.1. O conflito de competência não se presta para examinar a legalidade da transferência e da manutenção do suscitante para o sistema carcerário

53

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

federal, mas apenas qual a autoridade estadual competente para provocar sua remoção.2. Ainda que a maioria das condenações do suscitante tenha se dado no Estado do Rio de Janeiro, mesmo local onde se encontram seus familiares, situações excepcionais autorizam sua transferência para Comarca localizada em outro Estado da Federação.3. Declarada por este Sodalício a competência do Juízo de São Paulo - SP para prosseguir na execução da pena do suscitante, eventual transferência para outro Juízo necessitaria de sua expressa determinação.4. Ainda que se admita a possibilidade de excepcional remoção do preso por decisão administrativa, faz-se imprescindível a posterior ratificação pela autoridade judicial, eis que o processo de execução possui cunho jurisdicional.5. A transferência do preso para o sistema carcerário federal depende da prévia provocação do Juízo responsável pela execução de sua pena, in casu, aquele já declarado competente por este Sodalício.6. Conflito não conhecido, por se tratar de matéria já decidida por esta Casa em outro feito da mesma natureza, porém, esclarecendo-se que a competência para executar a pena do suscitado permanece com o Juízo de Direito da Vara de Execuções Criminais e Corregedoria dos Presídios de São Paulo - SP.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da TERCEIRA SEÇÃO do Superior Tribunal de Justiça, preliminarmente, por maioria, na Sessão do dia 28/11/2007, conhecer do conflito de competência, nos termos do voto divergente do Sr. Ministro Nilson Naves, no que foi acompanhado pelos Srs. Ministros Paulo Gallotti, Arnaldo Esteves Lima, Maria Thereza de Assis Moura, Napoleão Nunes Maia Filho e Carlos Fernando Mathias (Juiz convocado do TRF 1ª Região), vencida a Sra. Ministra Relatora e os Srs. Ministros Felix Fischer e Laurita Vaz, que não conheciam do conflito de competência.Retomado o julgamento, após o voto-vista do Sr. Ministro Felix Fischer acompanhando a Relatora, declarando competente o Juízo de Direito da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro - RJ, a Seção, por unanimidade, conhecer do conflito e declarar competente o Juízo de Direito da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro - RJ, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora.Votaram com a Relatora os Srs. Ministros Nilson Naves, Felix Fischer, Paulo Gallotti, Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, Maria Thereza de Assis Moura, Napoleão Nunes Maia Filho e Carlos Fernando Mathias (Juiz convocado do TRF

54

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1ª Região).Ausente, ocasionalmente, nesta assentada, o Sr. Ministro Nilson Naves.

ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ

55

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________

QUINTA TURMAComposição:

Arnaldo Esteves Lima (presidente)Felix FischerLaurita Vaz

Napoleão Maia FilhoJorge Mussi

________________________________________________________________

REsp 961748 / RSRECURSO ESPECIAL2007/0141538-4

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento18/12/2007

Data da Publicação/FonteDJ 14.04.2008 p. 1

Ementa EXECUÇÃO PENAL. RECURSO ESPECIAL. FALTA GRAVE. PERDA DOS DIAS REMIDOS. PRESCINDIBILIDADE DE AUDIÊNCIA EM JUÍZO. PRÉVIA OITIVA DOCONDENADO EM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. DEVIDO PROCESSO LEGAL. OCORRÊNCIA. ART. 127 DA LEP.I - É prescindível a oitiva, em juízo, do condenado que cometeu falta grave durante a execução da pena, para fins de perda dos dias remidos, sendo suficiente a oitiva em procedimento administrativo (v.g.: RHC 15636/RJ, 6ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJ de 02/08/2004).II - In casu, com a prévia oitiva do condenado no procedimento que visava à apuração do cometimento de falta grave, foram plenamente atendidos os princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.

56

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

III - A perda dos dias remidos tem como pressuposto a declaração da remição. E, esta não é absoluta, sendo incabível cogitar-se de ofensa a direito adquirido ou a coisa julgada na eventual decretação da perda dos dias remidos em decorrência de falta grave. A quaestio se soluciona com a aplicação direta do disposto no art. 127 da LEP (Precedentes do STJ e do STF).Recurso provido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do recurso e lhe dar provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.

REsp 885452 / PRRECURSO ESPECIAL2006/0154610-0

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento18/12/2007

Data da Publicação/FonteDJ 14.04.2008 p. 1

Ementa PENAL. RECURSO ESPECIAL. CRIME DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITO. INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO PÚBLICA. PENA AUTÔNOMA EM RELAÇÃO À PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. PRESCRIÇÃO. PRAZOS DISTINTOS.A pena de inabilitação para o exercício de função pública é autônoma em relação à pena privativa de liberdade. Logo, tratando-se de penas de naturezas jurídicas diversas, distintos, também, serão os prazos prescricionais, i.e., não sendo a pena de inabilitação acessória da pena privativa de liberdade, cada uma prescreve a seu tempo (Precedentes do STF e do STJ).Recurso parcialmente provido.

Acórdão

57

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe parcial provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.Não participaram do julgamento os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi (Art. 162, § 2º do RISTJ).SUSTENTOU ORALMENTE NA SESSÃO DE 03/05/2007: DR. CESAR AUGUSTO DE MELLO E SILVA (P/ RECDO JOÃO RENATO CUSTÓDIO)

REsp 960066 / DFRECURSO ESPECIAL2007/0129281-7

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento18/12/2007

Data da Publicação/FonteDJ 14.04.2008 p. 1

Ementa PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. FURTO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. FIXAÇÃO DA PENA. INQUÉRITOS E PROCESSOS EM CURSO COMO MAUS ANTECEDENTES. IMPOSSIBILIDADE. ALEGAÇÃO DE PREPONDERÂNCIA DA CIRCUNSTÂNCIA DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA SOBRE A DA REINCIDÊNCIA. ART. 67 DO CP.I - No caso de furto, para efeito da aplicação do princípio da insignificância, é imprescindível a distinção entre ínfimo (ninharia) e pequeno valor. Este, ex vi legis, implica, eventualmente, furto privilegiado; aquele, a atipia conglobante (dada a mínima gravidade).II - A interpretação deve considerar o bem jurídico tutelado e o tipo de injusto.III - Em respeito ao princípio da presunção de inocência, inquéritos e processos em andamento não podem ser considerados como maus antecedentes para exacerbação da pena-base (Precedentes do c. Pretório Excelso e do STJ).

58

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

IV - A circunstância agravante da reincidência, como preponderante, deve prevalecer sobre a atenuante da confissão espontânea, a teor do art. 67 do Código Penal (Precedentes).Recurso parcialmente provido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe parcial provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.

HC 48083 / MGHABEAS CORPUS2005/0155584-0

Relator(a)Ministra LAURITA VAZ

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento20/11/2007

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. PENAL. ARTIGO 322 DO CÓDIGO PENAL. CRIME DE VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA. EVENTUAL REVOGAÇÃO PELA LEI N.º 4.898/65. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES DO STF.1. O crime de violência arbitrária não foi revogado pelo disposto no artigo 3º, alínea "i", da Lei de Abuso de Autoridade. Precedentes da Suprema Corte.2. Ordem denegada.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, prosseguindo no julgamento, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho, Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG) e Felix Fischer

59

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

votaram com a Sra. Ministra Relatora.

HC 53145 / SPHABEAS CORPUS2006/0014749-7

Relator(a)Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento04/10/2007

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. FURTO QUALIFICADO MEDIANTE FRAUDE. ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE REALIZAÇÃO DE PERÍCIA OFICIAL. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. PRETENSÃO DE ABSOLVIÇÃO. REVISÃO DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. IMPROPRIEDADE NA VIA ELEITA. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL: 04 ANOS DE RECLUSÃO, MAJORADA PARA 06 ANOS E 08 MESES EM VIRTUDE DA CONTINUIDADE DELITIVA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. CIRCUNSTÂNCIAS DESFAVORÁVEIS. ORDEM DENEGADA.1. Para a caracterização do crime de furto qualificado pelo concurso de pessoas e por abuso de confiança, não se faz imprescindível a realização de exame pericial dos bens subtraídos, quando o conjunto probatório é suficiente para a sua demonstração; a realização de diligências, incluindo-se as perícias, encontra-se na esfera de discricionariedade regrada do Magistrado processante, que poderá indeferí-las, desde que fundamentadamente.2. É inviável, na via estreita do Habeas Corpus, revisar matéria fático-probatória com a finalidade de obter pronunciamento judicial que implique absolvição dos crimes pelos quais o paciente foi condenado.3. As circunstâncias do crime, que não constituem elementos próprios do tipo penal de furto qualificado (suas conseqüências, o modus operandi e o ardil do agente) apontaram a maior reprovabilidade da conduta, suficientemente apta a elevar a reprimenda acima do percentual mínimo previsto em lei.4. Ordem denegada, em conformidade com o parecer ministerial.

Acórdão

60

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, prosseguindo no julgamento, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG), Felix Fischer e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Laurita Vaz.

HC 90973 / MGHABEAS CORPUS2007/0221747-2

Relator(a)Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento06/05/2008

Data da Publicação/FonteDJ 26.05.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO. ROUBO (ART. 157, § 1o. DO CPB). PENA DE 4 ANOS DE RECLUSÃO, EM REGIME ABERTO, E MULTA. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DO ACUSADO PRESO. REQUISIÇÃO. REGULARIDADE. CITAÇÃO POR MANDADO. DESNECESSIDADE. COMPARECIMENTO AO INTERROGATÓRIO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. PRECEDENTES DESTE STJ. ORDEM DENEGADA.1. Esta Corte Superior não apresenta divergência quanto à inexistência de prejuízo ao acusado preso que, após regular requisição, comparece ao interrogatório, ainda que inexistente sua citação por mandado.2. Se o acusado, embora não citado pessoalmente, comparece ao interrogatório, presume-se que não há prejuízo à sua defesa, mesmo porque, no procedimento comum, não tem ele oportunidade de se manifestar antes daquele ato judicial. E, se não há prejuízo, não se deve declarar a nulidade (art. 563 do CPP).3. Parecer pela denegação da ordem.4. Ordem denegada.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA

61

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Felix Fischer e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Laurita Vaz.

HC 92675 / RSHABEAS CORPUS2007/0244548-2

Relator(a)Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

Órgão JulgadorT5 – QUINTA TURMA

Data do Julgamento06/05/2008

Data da Publicação/FonteDJ 26.05.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. PENA DE 4 ANOS DE RECLUSÃO. PROGRESSÃO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO. NÃO PREENCHIMENTO DO REQUISITO SUBJETIVO. EXIGÊNCIA DE EXAME CRIMINOLÓGICO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA.1. A nova redação dada pela Lei 10.792/03 ao art. 112 da LEP, tornou prescindível a realização de exames periciais antes exigidos para a concessão da progressão de regime prisional, cabendo ao Juízo da Execução a ponderação casuística sobre a necessidade ou não de adoção de tais medidas.2. Apesar de ter sido retirada do texto legal a exigência expressa de realização do referido exame, a legislação de regência não impede que, diante do caso concreto, o Juiz possa se valer desse instrumento para formar a sua convicção, como forma de justificar sua decisão sobre o pedido. Precedentes.3. In casu, resta justificada a negativa do pedido de progressão, diante do fato de, tanto a avaliação psicológica, quanto a manifestação do Setor Psicossocial, apontaram para a necessidade de aprofundamento na análise do preenchimento do requisito subjetivo pelo apenado, uma vez que demonstrou ter vínculos com a cultura criminal, além de poucos recursos psíquicos capazes

62

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

de afastar sua alta vulnerabilidade social. Outrossim, o exame criminológico já foi realizado e concluiu pela manutenção do apenado em regime fechado.4. Ordem denegada, em conformidade com o parecer ministerial.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Felix Fischer e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Laurita Vaz.

HC 86797 / SPHABEAS CORPUS2007/0161467-0

Relator(a)Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento11/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. DELITO COMETIDO NA VIGÊNCIA DA LEI 6.368/76. REDUÇÃO DE 1/6 ATÉ 2/3 DA PENA. RETROATIVIDADE DO § 4o. DO ART. 33 DA LEI 11.343/06 (NOVA LEI DE DROGAS). INADMISSIBILIDADE. COMBINAÇÃO DE LEIS. CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO. APLICAÇÃO DE UMA OU OUTRA LEGISLAÇÃO, EM SUA INTEGRALIDADE, CONFORME FOR MELHOR PARA O ACUSADO OU SENTENCIADO. PROGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 2o., § 2o. DA LEI 8.078/90. PRECEDENTES DO STJ E STF. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA.1. A redução da pena de 1/6 até 2/3, prevista no art. 33, parág. 4o. da Lei 11.343/06, objetivou suavizar a situação do acusado primário, de bons antecedentes, que não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa, proibida, de qualquer forma, a conversão em restritiva de direito.

63

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Embora o referido parágrafo tenha a natureza de direito material, porquanto cuida de regra de aplicação da pena, tema regulado no Código Penal Brasileiro, mostra-se indevida e inadequada a sua aplicação retroativa à aquelas situações consumadas ainda na vigência da Lei 6.368/76, pois o Magistrado que assim procede está, em verdade, cindindo leis para criar uma terceira norma – uma lei de drogas que prevê pena mínima para o crime de tráfico de 3 anos, passível de redução de 1/6 até 2/3, para agentes primários e de bons antecedentes, possibilitando, em tese, a fixação da sanção em apenas 1 ano de reclusão; contudo, essa norma jamais existiu no ordenamento jurídico brasileiro, não podendo ser instituída por via de interpretação.3. Na linha da melhor hermenêutica jurídica, tem-se que o conjunto é que compõe a norma e todos os seus preceitos precisam conviver em harmonia e devem ser aplicados de maneira ordenada, sob pena de aquela (norma) perder a sua natureza de ordenação racional.4. Na hipótese, o § 4o. faz referência expressa ao caput do art. 33 da nova Lei de Drogas, sendo parte integrante deste, que aumentou a pena mínima para o crime de tráfico de 3 para 5 anos. Sua razão de ser está nesse aumento, para afastar qualquer possível ofensa ao princípio da proporcionalidade, permitindo ao Magistrado que, diante da situação concreta, mitigue a sanção penal do traficante ocasional ou do réu primário, de bons antecedentes e não integrante de organização criminosa; assim, não há como interpretá-lo isoladamente do contexto da novel legislação.5. O princípio da reserva legal atua como expressiva limitação constitucional ao aplicador judicial da lei, cuja competência jurisdicional, por tal razão, não se reveste de idoneidade suficiente para lhe permitir inovar a ordem jurídica ao ponto de criar novas normas, sob pena de incidir em domínio reservado ao âmbito de atuação do Poder Legislativo e, sobretudo, desconstruir a lógica interna do sistema, criando soluções desarrazoadas e incongruentes.6. A solução que atende ao princípio da retroatividade da lei mais benéfica (art. 2o. do CPB e 5o., XL da CF/88), sem todavia, quebrar a unidade lógica do sistema jurídico, vedando que o intérprete da Lei possa extrair apenas os conteúdos das normas que julgue conveniente, é aquela que permite a aplicação, em sua integralidade, de uma ou de outra Lei, competindo ao Magistrado singular, ao Juiz da VEC ou ao Tribunal Estadual decidir, diante do caso concreto, aquilo que for melhor ao acusado ou sentenciado.7. O Plenário do colendo Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do HC 82.959-7/SP, decidiu ser inconstitucional o § 1o. do art. 2o. da Lei 8.072/90, que vedava a progressão de regime aos condenados por crimes

64

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

hediondos, o que autoriza o deferimento do writ para afastar a proibição ao benefício com fundamento no referido dispositivo legal.8. Ordem parcialmente concedida, mas apenas para que o Juiz da VEC analise a possibilidade de redução da pena com fulcro no art. 33, § 4o. da Lei 11.343/06, aplicando, se for o caso, em sua integralidade, a legislação que melhor favorecer o paciente, bem como para afastar a proibição de progressão de regime prisional, cuja análise do preenchimento dos pressupostos objetivos e subjetivos deverá ser feita nos termos do art. 112 da LEP.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conceder parcialmente a ordem, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Felix Fischer, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.

HC 89905 / SEHABEAS CORPUS2007/0208605-5

Relator(a)Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

Órgão JulgadorT5 – QUINTA TURMA

Data do Julgamento11/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. FORMAÇÃO DE QUADRILHA E ROUBO. INÉPCIA DA DENÚNCIA NÃO EVIDENCIADA. DESCRIÇÃO DOS FATOS DE FORMA A VIABILIZAR O PLENO EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA. INDIVIDUALIZAÇÃO PORMENORIZADA DAS CONDUTAS QUE PODE SER FEITA NO CURSO DA AÇÃO PENAL. PRECEDENTES DO STJ. EXCESSO DE PRAZO. PROLAÇÃO DE SENTENÇA. PEDIDO PREJUDICADO. ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA INTEGRADA POR AGENTES POLICIAIS. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. ORDEM DENEGADA.

65

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1. A superveniência de sentença penal condenatória, torna sem objeto o presente Habeas Corpus, na parte em que se questionava o excesso de prazo para formação da culpa.2. Admite-se a denúncia geral, em casos de crimes com vários agentes e condutas ou que, por sua própria natureza, devem ser praticados em concurso, quando não se puder, de pronto, pormenorizar as ações de cada um dos envolvidos, sob pena de inviabilizar a acusação, desde que os fatos sejam delineados de forma clara, para permitir o amplo exercício do direito de defesa. Precedentes do STJ.3. Tendo em vista que foram apenas repisados os motivos do decreto de prisão cautelar na sentença condenatória superveniente, não se indicando nova motivação para a manutenção da segregação, subsistem os fundamentos do decreto de prisão preventiva, de sorte que ainda é cabível a análise, por esta Corte, do invocado constrangimento ilegal, sem que ocorra supressão de instância.4. O reconhecimento da materialidade do delito e da presença de indícios suficientes de autoria de organização criminosa, integrada por agentes policiais, que se utilizam de violência e grave ameaça à pessoa para o cometimento de crimes, constituem motivação suficiente para a manutenção da segregação provisória, como forma de se resguardar a ordem pública.5. Tem-se, pois, que a necessidade da prisão preventiva encontra fundamento no modus operandi e na gravidade concreta da conduta perpetrada pelos agentes, aos quais foram conferidas prerrogativas públicas para o exercício de suas funções e que, por isso, devem sofrer maior rigor ao desrespeitarem o ordenamento jurídico.6. Ordem denegada, em que pese a manifestação contrária do MPF.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Felix Fischer, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.

HC 94049 / GOHABEAS CORPUS2007/0262701-0

Relator(a)Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

66

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento11/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE HOMICÍDIO QUALIFICADO. NULIDADE PROCESSUAL. AUSÊNCIA DO RÉU NA AUDIÊNCIA DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHA. DESNECESSIDADE. NULIDADE RELATIVA INEXISTENTE. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO (SÚMULA 523/STF). PRISÃO PREVENTIVA. EVASÃO DO DISTRITO DA CULPA. JUSTIFICATIVA IDÔNEA. ORDEM DENEGADA.1. Pacífico o entendimento nesta Corte de que a ausência do réu na audiência de oitiva de testemunhas constitui nulidade relativa, que deve ser argüida no prazo do art. 571, I, c/c o art. 406 do CPP, reclamando ainda a demonstração de efetivo prejuízo, o que não logrou fazer o paciente.2. No processo penal não se declara nulidade de ato se dele não resultar prejuízo comprovado para o réu, consoante o disposto no art. 564 do CPP e na Súmula 523 do STF, segundo a qual nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.3. A fuga do paciente do distrito da culpa justifica o decreto constritivo para a garantia da aplicação da lei penal. Precedentes do STF e do STJ.4. As condições subjetivas favoráveis do paciente, por si sós, não obstam a segregação cautelar, quando preenchidos seus pressupostos legais, segundo reiterativa orientação jurisprudencial desta Corte Superior.5. O MPF manifesta-se pela denegação da ordem.6. Ordem denegada.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Felix Fischer, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.

HC 94536 / SPHABEAS CORPUS

67

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2007/0269278-0 Relator(a)

Ministro JORGE MUSSI Órgão Julgador

T5 - QUINTA TURMAData do Julgamento

11/03/2008Data da Publicação/Fonte

DJ 14.04.2008 p. 1Ementa

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES EM ASSOCIAÇÃO. PRISÃO EM FLAGRANTE. LIBERDADE PROVISÓRIA. INDEFERIMENTO. GRANDE QUANTIDADE DE DROGA, DE MATÉRIA-PRIMA PARA O REFINO E DE ELEVADA QUANTIA EM DINHEIRO ENCONTRADAS EM PODER DO PACIENTE. EXISTÊNCIA DE LABORATÓRIO PARA O PROCESSAMENTO DO ENTORPECENTE. GRAVIDADE CONCRETA DO DELITO EVIDENCIADA. MANUTENÇÃO DO ENCARCERAMENTO A BEM DA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. DECISÃO SUFICIENTEMENTE FUNDAMENTADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO DEMONSTRADO. ORDEM DENEGADA.1. Evidenciada a gravidade concreta do crime em tese cometido, ante a grande quantidade de pesado entorpecente (cocaína), de matéria-prima para o refino e de elevada quantia em dinheiro apreendidas em poder do paciente, além da existência de laboratório para o processamento do entorpecente, mostra-se suficientemente justificada a manutenção da custódia cautelar a bem da ordem pública. Precedentes do STJ.2. Ordem denegada.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Felix Fischer, Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima e Napoleão Nunes Maia Filho votaram com o Sr. Ministro Relator.

HC 88961 / SPHABEAS CORPUS2007/0193057-0

Relator(a)

68

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ministra LAURITA VAZ Órgão Julgador

T5 – QUINTA TURMAData do Julgamento

11/03/2008Data da Publicação/Fonte

DJ 14.04.2008 p. 1Ementa

HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. CRIME DE ROUBO. DOSIMETRIA DA PENA. NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE SE CONSIDERAR COMO MAUS ANTECEDENTES, CONDENAÇÃO EM QUE, POSTERIORMENTE, TENHA SIDO DECLARADA A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. RÉU RECONHECIDAMENTE REINCIDENTE, COM PENA SUPERIOR A QUATRO ANOS DE RECLUSÃO. OBRIGATORIEDADE DO REGIME FECHADO. PRECEDENTES.1. Não é possível ao Juízo sentenciante utilizar-se dos maus antecedentes do Acusado, para exacerbar a pena-base, consubstanciado na anotação, em sua folha penal, de uma condenação atingida "pela prescrição da pretensão punitiva", pois, reconhecida a extinção da punibilidade do Agente, tem-se rescindida a condenação, desaparecendo-se todos os seus efeitos, equiparando-se o Acusado à situação de réu primário.2. O regime prisional inicial fechado é obrigatório ao réu reconhecidamente reincidente, condenado à pena superior a quatro anos. Inteligência do art. 33, § 2º, alínea b, do Código Penal, e da Súmula n.º 269 desta Corte Superior de Justiça.3. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça.4. Ordem parcialmente concedida para, mantida a condenação, retirar o indevido acréscimo efetuado sobre a pena-base em razão dos maus antecedentes, ficando a pena do Paciente quantificada de acordo com os cálculos da sentença condenatória em 04 (quatro) ano e 04 (quatro) meses de reclusão e 12 dias-multa.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conceder parcialmente a ordem, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora.Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com a Sra. Ministra Relatora.

69

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

HC 92469 / MSHABEAS CORPUS2007/0241568-2

Relator(a)Ministra LAURITA VAZ

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento11/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 14.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. PENAL. CRIME DE TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. MINORANTE PREVISTA NO ART. 33, § 4.º, DA NOVA LEI DE TÓXICOS. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS BENÉFICA. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO CASO O APENADO SATISFAÇA OS REQUISITOS LEGAIS. CISÃO DE DISPOSITIVOS LEGAIS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVAMENTO DA PENA DE MULTA. OPÇÃO PELO APENADO.1. Diante de conflito aparente de normas, não é dado ao juiz aplicar os aspectos benéficos de uma e outra lei, sob pena de transmudar-se em legislador ordinário, criando lei nova.2. Encaixando-se a hipótese no disposto no § 4.º do art. 33 da Lei n.º 11.343/06 – tratando-se de réu primário, de bons antecedentes, que não se dedique a atividades criminosas, nem integre organização criminosa –, a pena reclusiva de 05 anos reduz-se para menos de 03 anos, passando, assim, a ser a mais benéfica do que a antiga. Já a pena de multa sofre um significativo aumento: passa de 50 para 166 dias-multa.3. Nesse contexto, não se pode dizer, a priori, se a aplicação da lei nova é ou não mais gravosa, tendo em vista a discrepância quanto ao valor dos bens jurídicos protegidos: liberdade e patrimônio, restando, desse modo, como ultima ratio, a possibilidade de escolha pelo condenado, que deverá optar entre o regramento antigo e o atual.4. Na hipótese, muito embora o acórdão impugnado tenha admitido a possibilidade da aplicação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4.º, da Lei n.º 11.343/06 aos fatos anteriores, somente o fez em tese, deixando de analisar o preenchimento dos requisitos legais pelo Paciente e, conseqüentemente, de considerá-la na dosagem da pena.

70

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Ordem parcialmente concedida para determinar ao Tribunal de origem que prossiga no exame dos requisitos legais previstos no art. 33, § 4.º, da Lei n.º 11.343/06, fixando, se for o caso, o percentual de redução (de 1/6 a 2/3), o qual deverá incidir sobre o caput do mesmo artigo, facultando-se ao apenado a opção entre o regramento antigo e o atual.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conceder parcialmente a ordem, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora.Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com a Sra. Ministra Relatora.

HC 96627 / RJHABEAS CORPUS2007/0297001-9

Relator(a)Ministra LAURITA VAZ

Órgão JulgadorT5 – QUINTA TURMA

Data do Julgamento11/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 14.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE FURTO QUALIFICADO. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. ART. 89 DA LEI 9.099/95. EXTRAPOLAÇÃO DO LIMITE TEMPORAL.1. As inovações da Lei n.º 10.259/01 derrogaram o art. 61 da Lei n.º 9.099/95, passando a considerar crimes de menor potencial ofensivo aqueles cuja pena máxima cominada seja de 2 (dois) anos.2. Tais inovações, porém, segundo entendimento pacífico desta Corte, não alcançaram o instituto do sursis processual, previsto no art. 89 da Lei n.º 9.099/95, permanecendo, pois, inalterado o seu cabimento tão-somente para os delitos com a cominação de pena mínima igual ou inferior a 1 (um) ano.3. Considerando que o Paciente foi denunciado pela prática, em tese, do delito tipificado no art. 155, parágrafo 4º, inciso III (furto qualificado), do Código

71

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Penal, cuja pena mínima prevista é de 2 (dois) anos e a máxima é de 8 (oito) anos, a pretensão para a suspensão condicional do processo encontra óbice no limite temporal previsto no art. 89, da Lei dos Juizados Especiais.4. Ordem denegada.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com a Sra. Ministra Relatora.

HC 52558 / SPHABEAS CORPUS2006/0005343-4

Relator(a)Ministra LAURITA VAZ

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento11/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 14.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. LATROCÍNIO. APELAÇÃO CRIMINAL. NULIDADE. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO DEFENSOR CONSTITUÍDO PARA A SESSÃO DE JULGAMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. ADVOGADO DEVIDAMENTE INTIMADO PELA IMPRENSA OFICIAL. PENA-BASE. ELEVAÇÃO ACIMA DO MÍNIMO LEGAL, COM AMPARO EM CONDENAÇÕES COM TRÂNSITO EM JULGADO. POSSIBILIDADE.1. Inexiste a alegada nulidade, decorrente da ausência de intimação do defensor constituído do ora Paciente para a sessão de julgamento da apelação criminal interposta, porquanto restou devidamente intimado por meio da imprensa oficial.2. Não se vislumbra ilegalidade na elevação da pena-base acima do mínimo legal, com amparo nos maus antecedentes do Paciente, tendo em vista a existência de várias condenações em seu desfavor, com trânsito em julgado. Precedentes desta Corte.

72

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Ordem denegada.Acórdão

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com a Sra. Ministra Relatora.

HC 81504 / BAHABEAS CORPUS2007/0085852-9

Relator(a)Ministra LAURITA VAZ

Órgão JulgadorT5 – QUINTA TURMA

Data do Julgamento11/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 14.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO DEFENSIVA. NÃO-APRESENTAÇÃO DAS RAZÕES RECURSAIS PELO DEFENSOR CONSTITUÍDO, DEVIDAMENTE INTIMADO VÁRIAS VEZES. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO RÉU PARA CONSTITUIR NOVO DEFENSOR. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. RÉU INTIMADO PARA PROVIDENCIAR AS RAZÕES RECURSAIS JUNTO A SEU DEFENSOR.1. O que gera nulidade absoluta, a teor do entendimento desta Quinta Turma, é a falta de intimação do defensor do réu para oferecer as razões ao recurso de apelação.2. Na hipótese, o advogado constituído foi intimado, várias vezes, para tal finalidade, bem como o réu foi intimado da desídia de seu defensor, e nada providenciou. Diante da inércia de ambos, foi nomeado defensor público para apresentar as alegações, garantindo a ampla defesa ao acusado.3. Habeas corpus denegado.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA

73

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi votaram com a Sra. Ministra Relatora.Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Felix Fischer.

HC 89706 / SPHABEAS CORPUS2007/0206034-2

Relator(a)Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento11/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 22.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. RÉU CONDENADO À PENA DE 7 ANOS E 11 DIAS DE RECLUSÃO. PROGRESSÃO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO. NÃO PREENCHIMENTO DO REQUISITO SUBJETIVO. EXIGÊNCIA DE EXAME CRIMINOLÓGICO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA.1. A nova redação dada pela Lei 10.792/03 ao art. 112 da LEP, tornou prescindível a realização de exames periciais antes exigidos para a concessão da progressão de regime prisional, cabendo ao Juízo da Execução a ponderação casuística sobre a necessidade ou não de adoção de tais medidas.2. Apesar de ter sido retirada do texto legal a exigência expressa de realização do referido exame, a legislação de regência não impede que, diante do caso concreto, o Juiz possa se valer desse instrumento para formar a sua convicção, como forma de justificar sua decisão sobre o pedido. Precedentes.3. In casu, consoante o acórdão hostilizado, o sentenciado cumpre pena pela prática de atentado violento ao pudor continuado, cuja pena total é de 7 anos e 11 dias de reclusão, com término previsto para o ano de 2012, tornando necessária a realização do exame criminológico.4. Em face do não preenchimento do requisito subjetivo exigido para fins de

74

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

progressão, deve permanecer inalterado o decisum que determinou a manutenção do paciente no regime fechado, bem como que, oportunamente, seja determinada a realização de exame criminológico no encarcerado, para se aquilatar se ostenta (ou não) condições pessoais para progressão de regime.5. Ordem denegada, em conformidade com o parecer ministerial.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Felix Fischer, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.

HC 85674 / PEHABEAS CORPUS2007/0146862-7

Relator(a)Ministra LAURITA VAZ

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento11/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 14.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PLEITO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA. IMPOSSIBILIDADE. DECISÃO FUNDAMENTADA NA PERICULOSIDADE DO RÉU E REITERAÇÃO DE CONDUTAS DELITUOSAS. NECESSIDADE DA CUSTÓDIA EM RAZÃO DA CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO E GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA.1. A prisão preventiva do acusado encontra-se fundamentada em elementos concretos que indicam a sua necessidade para a garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal. Tais requisitos encontram fundamento na evidenciada periculosidade do ora Paciente, que é acusado de ser chefe de um grupo de extermínio na comunidade local, e que traz, com isso, grande temor às testemunhas do processo, mormente se tratando de policial militar.2. Ordem denegada.

Acórdão

75

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi votaram com a Sra. Ministra Relatora.Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Felix Fischer.

HC 93129 / PRHABEAS CORPUS2007/0250942-1

Relator(a)Ministra LAURITA VAZ

Órgão JulgadorT5 – QUINTA TURMA

Data do Julgamento06/03/2008

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. DELITOS DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. PRISÃO EM FLAGRANTE. LIBERDADE PROVISÓRIA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. PERSONALIDADE VOLTADA PARA A PRÁTICA DE CRIMES.1. A decisão denegatória de liberdade provisória foi satisfatoriamente motivada na necessidade da segregação do acusado para se preservar a ordem pública, em razão de sua personalidade voltada para a prática de delitos, uma vez que ele já foi preso em flagrante outra vezes pela prática de crimes da mesma espécie, não obstante a inexistência de condenação transitada em julgado. Precedentes.2. Ao contrário do que afirma o Impetrante, não se trata de argumentação abstrata e sem vinculação com os elementos dos autos, uma vez que se demonstrou no decreto prisional os pressupostos e motivos autorizadores da medida, elencados no art. 312 do Código de Processo Penal, com a devida indicação dos fatos concretos justificadores de sua imposição, nos termos do art. 93, inciso IX, da Constituição Federal.3. Habeas corpus denegado.

Acórdão

76

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com a Sra. Ministra Relatora.

REsp 796488 / CERECURSO ESPECIAL2005/0185096-2

Relator(a)Ministra LAURITA VAZ

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento28/02/2008

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL PENAL. MINISTÉRIO PÚBLICO. PRAZO. TERMO INICIAL. INTIMAÇÃO PESSOAL. DATA DO CIENTE. TEMPESTIVIDADE. MUDANÇA DE ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL.1. Com o julgamento do HC 83.255/SP pelo Supremo Tribunal Federal, firmou-se entendimento que o início do prazo para a interposição do recurso pelo Ministério Público deve ser contado da entrada dos autos na instituição.2. Contudo, no momento da interposição do recurso em análise, prevalecia a jurisprudência de que o termo a quo era da aposição do ciente pelo representante do Parquet. Não se poderia exigir que o órgão ministerial recorrente se pautasse de modo diverso, como se pudesse antever a mudança do entendimento jurisprudencial.3. Recurso especial desprovido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer do recurso, mas lhe negar provimento. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com a Sra. Ministra Relatora.Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho.

77

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

REsp 750341 / RSRECURSO ESPECIAL2005/0076398-6

Relator(a)Ministra LAURITA VAZ

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento28/02/2008

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO. FURTO. POSSE TRANQÜILA DA RES. DESNECESSIDADE. ART. 59 DO CÓDIGO PENAL. APLICAÇÃO. REINCIDÊNCIA. VIOLAÇÃO AO ART. 61, INCISO I, DO CP. PRECEDENTES.1. O crime de furto se consuma com a mera posse do bem subtraído, ainda que por um breve período, não se exigindo para a consumação do delito a posse tranqüila da res.2. O acórdão recorrido merece censura na parte em que, sem fundamentação jurídica, concluiu afastar da pena-base a análise da personalidade do Réu.3. Restando comprovado, no momento da dosimetria da pena, a reincidência, a sanção corporal deverá ser sempre agravada, sob pena de violação ao comando contido no art. 61, inciso I, do Código Penal. Precedentes.4. Recurso especial conhecido e provido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer do recurso e lhe dar provimento, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com a Sra. Ministra Relatora.

REsp 820330 / RSRECURSO ESPECIAL

78

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2006/0033703-8 Relator(a)

Ministra LAURITA VAZ Órgão Julgador

T5 - QUINTA TURMAData do Julgamento

28/02/2008Data da Publicação/Fonte

DJ 07.04.2008 p. 1Ementa

RECURSO ESPECIAL. PENAL. INIMPUTÁVEL. APLICAÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA. TEMPO INDETERMINADO. PRAZO MÍNIMO DE 1 (UM) A 3 (TRÊS) ANOS. CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE.1. Nos termos do art. 97, § 1.º, do Código Penal, a medida de segurança, na modalidade internação ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante laudo pericial, a cessação de periculosidade, sendo o prazo mínimo estabelecido entre 1 (um) a 3 (três) anos.2. Recurso especial conhecido e provido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer do recurso e lhe dar provimento, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com a Sra. Ministra Relatora.

REsp 721729 / SERECURSO ESPECIAL2005/0017492-2

Relator(a)Ministra LAURITA VAZ

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento28/02/2008

79

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa RECURSO ESPECIAL. PENAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO E TENTATIVA DE HOMICÍDIO. NULIDADE RELATIVA. PRECLUSÃO. SENTENÇA DE PRONÚNCIA. INDÍCIOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE. ADMISSIBILIDADE.1. As supostas nulidades na realização do auto de reprodução simulada de fatos e no laudo de exame deveriam ter sido apontadas no momento oportuno pela defesa, consoante previsão do art. 571, inciso I, do Código de Processo Penal, sob pena de preclusão.2. Para a prolação da sentença de pronúncia, por se tratar de um juízo de mera admissibilidade da acusação, não se faz necessário um juízo de certeza, que se exige para a condenação, bastando indícios suficientes de autoria e materialidade, considerados presentes pelo prolator da decisão.3. Recurso não conhecido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, não conhecer do recurso. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com a Sra. Ministra Relatora.Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho.

REsp 799565 / SPRECURSO ESPECIAL2005/0193869-2

Relator(a)Ministra LAURITA VAZ

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento28/02/2008

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa RECURSO ESPECIAL. PENAL. ROUBO QUALIFICADO. CONTEXTO FÁTICO-

80

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

PROBATÓRIO. VERBETE SUMULAR N.º 7 DESTA CORTE. ADULTERAÇÃO DE SINAL DE VEÍCULO AUTOMOTOR. PLACAS. CRIME CONFIGURADO.1. A pretendida reversão do julgado, com a verificação da pretensa inocência do réu pelo crime de roubo, é questão insuscetível de análise na presente via, a teor da súmula n.º 7 deste Tribunal Superior.2. O agente que substitui as placas originais de veículo automotor por placas de outro veículo enquadra-se na conduta prevista no art. 311 do Código Penal, tendo em vista a adulteração dos sinais identificadores.3. Recurso especial não conhecido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, não conhecer do recurso. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com aSra. Ministra Relatora.

REsp 991880 / RSRECURSO ESPECIAL2007/0225409-7

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento28/02/2008

Data da Publicação/FonteDJ 28.04.2008 p. 1

Ementa PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 89, CAPUT, DA LEI Nº 8.666/93. ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO PENAL QUE SE ESGOTA NO DOLO. CRIME QUE SE PERFAZ INDEPENDENTEMENTE DA VERIFICAÇÃO DE QUALQUER RESULTADO NATURALÍSTICO.I - A simples leitura do caput do art. 89 da Lei nº 8.666/93 não possibilita qualquer conclusão no sentido de que para a configuração do tipo penal alí previsto exige-se qualquer elemento de caráter subjetivo diverso do dolo. Ou seja, dito em outras palavras, não há qualquer motivo para se concluir que o

81

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

tipo em foco exige um ânimo, uma tendência, uma finalidade dotada de especificidade própria, e isso, é importante destacar, não decorre do simples fato de a redação do art. 89, caput, da Lei nº 8.666/93, ao contrário do que se passa, apenas a título exemplificativo, com a do art. 90 da Lei nº 8.666/93, não contemplar qualquer expressão como "com o fim de", "com o intuito de", "a fim de", etc. Aqui, o desvalor da ação se esgota no dolo, é dizer, a finalidade, a razão que moveu o agente ao dispensar ou inexigir a licitação fora das hipóteses previstas em lei é de análise desnecessária.II - Ainda, o crime se perfaz, com a mera dispensa ou afirmação de que a licitação é inexigível, fora das hipóteses previstas em lei, tendo o agente consciência dessa circunstância. Isto é, não se exige qualquer resultado naturalístico para a sua consumação (efetivo prejuízo para o erário, por exemplo).Recurso desprovido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do recurso, mas lhe negar provimento. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho.

REsp 935918 / RSRECURSO ESPECIAL2007/0062694-5

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento28/02/2008

Data da Publicação/FonteDJ 22.04.2008 p. 1

Ementa PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 16 DA LEI Nº 6.368/76 (ANTIGA LEI DE TÓXICOS). EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EM RAZÃO DA VERIFICAÇÃO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. ROUBO

82

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

MAJORADO. CONSUMAÇÃO. PENA AQUÉM DO MÍNIMO. ATENUANTE. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 231-STJ. REINCIDÊNCIA. AGRAVANTE. NECESSIDADE DE APLICAÇÃO.I - É de se declarar a extinção da punibilidade em relação ao delito previsto no art. 16 da Lei nº 6.368/76 (antiga Lei de Tóxicos), pois conforme se verifica dos autos os fatos se deram em 26/04/2005 (fls. 02/06), a exordial acusatória foi recebida em 04/05/2005 (fl. 02) e a r. sentença penal condenatória tornou-se pública em cartório em 23/01/2006 (fl. 145 verso). Assim, levando-se em consideração que a pena imposta ao recorrido pela prática do referido crime foi de 08 (oito) meses de detenção, tem-se que o lapso prescricional previsto no art. 109, inciso VI, do Código Penal se consumou a partir do último marco interruptivo, qual seja, a r. sentença condenatória.II - O delito de roubo se consuma no momento em que o agente se torna possuidor da res subtraída mediante grave ameaça ou violência.III - Para que o agente se torne possuidor, é prescindível que a res saia da esfera de vigilância da vítima, bastando que cesse a clandestinidade ou a violência. (Precedente do Colendo Supremo Tribunal Federal - RTJ 135/161-192, Sessão Plenária e ERESP Nº 229.147/RS, 3ª Seção, Rel. Min. Gilson Dipp, j. 09/03/2005 - informativo nº 238/STJ). Entendimento ainda prevalente no Pretório Excelso (Informativo nº 469).IV - A pena privativa de liberdade não pode ser fixada abaixo do mínimo legal com supedâneo em meras atenuantes (Precedentes e Súmula n.º 231 - STJ).V - Dentro dos limites legais, uma vez caracterizada a reincidência, a agravante deve ser aplicada.VI - Fere o disposto no art. 61, inciso I, do Código Penal, a rejeição de sua incidência sob pretexto de bis in idem, concretamente inocorrente (Precedentes).Recurso parcialmente conhecido e, neste ponto, provido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer parcialmente do recurso e, nessa parte, dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho.

REsp 953853 / RS

83

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

RECURSO ESPECIAL2007/0113402-8

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento26/02/2008

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. DESNECESSIDADE DE EXAME PERICIAL.Na linha de precedentes desta Corte, a nulidade ou a não realização do exame pericial da arma é irrelevante para a caracterização do delito do art. 12 da Lei nº 10.826/03, sendo bastante que o agente porte sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar.Recurso provido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.

HC 89709 / RJHABEAS CORPUS2007/0206049-2

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorT5 – QUINTA TURMA

Data do Julgamento26/02/2008

Data da Publicação/FonteDJ 07.04.2008 p. 1

Ementa

84

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO. PRETENSÃO DE DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA PARA FURTO, ANTE A EVENTUAL AUSÊNCIA DE VIOLÊNCIA DA CONDUTA PRATICADA. IMPOSSIBILIDADE. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. INAPLICABILIDADE. INCIDÊNCIA DO ART. 44, INCISO I, DO CÓDIGO PENAL.I - Para a configuração do crime de roubo é necessário haver o emprego de violência ou grave ameaça contra a vítima. Entretanto, a violência não precisa ser de tal gravidade a ponto de ensejar lesões corporais, como nas vias de fato. Em outras palavras, a grave ameaça pode ser empregada de forma velada, pelo temor causado à vítima, o que leva a permitir que o agente promova a subtração sem que nada possa a pessoa lesada fazer para impedi-lo.II - Quanto ao pleito de desclassificação do delito de roubo para furto, cabe ressaltar que, em princípio, não se presta o remédio heróico a apreciar questões que envolvam exame aprofundado de matéria fático-probatória. (Precedentes). Contudo, no presente caso, pela análise dos fatos descritos na exordial acusatória e reconhecidos na sentença condenatória, nota-se que o crime praticado pelo paciente foi o de roubo, haja vista que cometido mediante violência e grave ameaça à vítima, uma vez que o paciente teria tentado, violentamente, arrancar a bolsa da vítima, não logrando êxito, levando-lhe, tão somente, o aparelho celular e, ainda, a ameaçando de agressão física.III - Dessarte, mantida a condenação pelo crime de roubo, resta prejudicado o pleito relativo à possibilidade de aplicação de pena restritiva de direitos, uma vez que, a teor do art. 44 do Código Penal, "As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a 4 (quatro) anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa (...)." (grifei).Ordem denegada.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.

HC 89684 / MGHABEAS CORPUS2007/0205920-0

85

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento26/02/2008

Data da Publicação/FonteDJ 28.04.2008 p. 1

Ementa PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE. LIBERDADE PROVISÓRIA. PROIBIÇÃO DECORRENTE DE TEXTO LEGAL E DE NORMA CONSTITUCIONAL NEGATIVA. MENOR DE 21 ANOS. AUSÊNCIA DE NOMEAÇÃO DE CURADOR. NULIDADE RELATIVA. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO. NOVO CÓDIGO CIVIL. MAIORIDADE.I - Desde a vigência do novo Código Civil, não se faz mais necessária a nomeação de curador especial para indiciados/acusados com idade entre 18 (dezoito) e 21 (vinte e um) anos. É que a maioridade passou a ser adquirida não mais aos 21 (vinte e um) anos, mas sim aos 18 (dezoito) anos.II - A proibição de concessão do benefício de liberdade provisória para os autores do crime de tráfico ilícito de entorpecentes está prevista no art. 44 da Lei nº 11.343/06, que é, por si, fundamento suficiente por se tratar de norma especial especificamente em relação ao parágrafo único do art. 310, do CPP.III - Além do mais, o art. 5º, XLIII, da Carta Magna, proibindo a concessão de fiança, evidencia que a liberdade provisória pretendida não pode ser concedida.IV - Precedentes do Pretório Excelso (AgReg no HC 85711-6/ES, 1ª Turma, Rel. Ministro Sepúlveda Pertence; HC 86118-1/DF, 1ª Turma, Rel. Ministro Cezar Peluso; HC 83468-0/ES, 1ª Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; HC 82695-4/RJ, 2ª Turma, Rel. Ministro Carlos Velloso).V - "De outro lado, é certo que a L. 11.464/07 - em vigor desde 29.03.07 - deu nova redação ao art. 2º, II, da L. 8.072/90, para excluir do dispositivo a expressão “e liberdade provisória”. Ocorre que – sem prejuízo, em outra oportunidade, do exame mais detido que a questão requer -, essa alteração legal não resulta, necessariamente, na virada da jurisprudência predominante do Tribunal, firme em que da “proibição da liberdade provisória nos processos por crimes hediondos (...) não se subtrai a hipótese de não ocorrência no caso dos motivos autorizadores da prisão preventiva” (v.g., HHCC 83.468, 1ª T.,

86

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11.9.03, Pertence, DJ 27.2.04; 82.695, 2ª T., 13.5.03, Velloso, DJ 6.6.03; 79.386, 2ª T., 5.10.99, Marco Aurélio, DJ 4.8.00; 78.086, 1ª T., 11.12.98, Pertence, DJ 9.4.99). Nos precedentes, com efeito, há ressalva expressa no sentido de que a proibição de liberdade provisória decorre da própria “inafiançabilidade imposta pela Constituição” (CF, art. 5º, XLIII)." (STF - HC 91550/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 06/06/2007).Habeas corpus denegado.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.

REsp 932031 / RSRECURSO ESPECIAL2007/0056868-9

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorT5 – QUINTA TURMA

Data do Julgamento26/02/2008

Data da Publicação/FonteDJ 14.04.2008 p. 1

Ementa PENAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 155, § 4º, INCISOS I E IV, DO CÓDIGO PENAL. TENTATIVA. INOCORRÊNCIA. PENA AQUÉM DO MÍNIMO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA 231/STJ. APLICAÇÃO ANALÓGICA DA MAJORANTE DO ROUBO COM CONCURSO DE AGENTES. IMPOSSIBILIDADE.I - O delito de furto se consuma no momento em que o agente se torna possuidor da res subtraída, pouco importando que a posse seja ou não mansa e pacífica.II - Para que o agente se torne possuidor, é prescindível que a res saia da esfera de vigilância da vítima, bastando que cesse a clandestinidade (Precedentes do STJ e do c. Pretório Excelso).III - "A jurisprudência do STF (cf. RE 102.490, 17.9.87, Moreira; HC 74.376, 1ª T., Moreira, DJ 7.3.97; HC 89.653, 1ª T., 6.3.07, Levandowski, DJ

87

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

23.03.07), dispensa, para a consumação do furto ou do roubo, o critério da saída da coisa da chamada "esfera de vigilância da vítima" e se contenta com a verificação de que, cessada a clandestinidade ou a violência, o agente tenha tido a posse da "res furtiva", ainda que retomada, em seguida, pela perseguição imediata" (cf. HC 89958/SP, 1ª Turma, Rel. Ministro Sepúlveda Pertence, DJ 27/04/2007).IV - A pena privativa de liberdade não pode ser fixada abaixo do mínimo legal com supedâneo em meras atenuantes (Precedentes e Súmula n.º 231 - STJ).V - A qualificadora do § 4º do art. 155 do CP não se confunde, em seus efeitos, com a majorante do § 2º do art. 157 do CP.Recurso especial provido.

AcórdãoACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.

HC 82616 / SPHABEAS CORPUS2007/0105194-3

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento21/02/2008

Data da Publicação/FonteDJ 14.04.2008 p. 1

Ementa PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. ART. 12, CAPUT, DA LEI Nº 6.368/76 (ANTIGA LEI DE TÓXICOS), E ART. 12 DA LEI Nº 10.823/03. PRISÃO EM FLAGRANTE. EXCESSO DE PRAZO. INSTRUÇÃO CRIMINAL ENCERRADA. SÚMULA 52/STJ. BUSCA E APREENSÃO. LEGALIDADE.I - Encerrada a instrução criminal, já encontrando-se os autos na fase das

88

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

alegações finais, fica, por ora, superado o pretenso constrangimento por excesso de prazo (cf. Súmula nº 52-STJ).II - Não há ilegalidade na busca domiciliar determinada por ordem judicial devidamente fundamentada, realizada nos termos do que prescreve o art.245 do Código de Processo Penal (Precedente).Habeas corpus denegado.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.

Pet 5744 / SPPETIÇÃO2007/0159297-8

Relator(a)Ministro FELIX FISCHER

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento21/02/2008

Data da Publicação/FonteDJ 22.04.2008 p. 1

Ementa EXECUÇÃO PENAL. PETIÇÃO RECEBIDA COMO HABEAS CORPUS. COMUTAÇÃO. DECRETO Nº 4.495/2002. INOBSERVÂNCIA. REQUISITO SUBJETIVO. PROGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL. AUSÊNCIA DO PREENCHIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO. FALTA GRAVE COMETIDA PELO APENADO. INTERRUPÇÃO DO PRAZO.I - O Decreto nº 4.495/2002 admite a concessão de indulto e comutação de penas aos autores de crimes praticados com violência ou grave ameaça contra pessoa, desde que não possua as restrições previstas em seu art. 3º e preencha os requisitos estipulados no art. 1º, § 1º, do aludido diploma normativo.II - Na hipótese dos autos, contudo, conforme bem anotado no objurgado acórdão prolatado em sede de agravo em execução, o paciente não preenche o requisito subjetivo exigido pelo mencionado decreto presidencial, na medida

89

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

em que restou demonstrado pelo MM. Juízo das Execuções em r. decisão suficientemente motivada que o paciente não demonstrou, até aqui, possuir condições pessoais que façam presumir que, em liberdade, não voltará a delinquir.III - Para o deferimento do pedido de progressão de regime o paciente deve cumprir os requisitos subjetivo e objetivo, a teor do disposto no art. 112 da LEP. Em caso de cometimento de falta grave pelo condenado, será interrompido o cômputo do interstício exigido para a concessão do benefício da progressão de regime prisional, qual seja, o cumprimento de pelo menos 1/6 (um sexto) da pena no regime anterior (Precedentes do STJ e do Pretório Excelso). Dessarte, no caso, em vista da prática de falta grave e consequente interrupção do lapso temporal exigido para a concessão do pretendido benefício prisional, verifico que o requisito objetivo não restou atendido.Ordem denegada.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer da petição como "Habeas Corpus" e denegar a ordem. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.

RHC 22442 / PARECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS2007/0273324-9 Relator(a)Ministro FELIX FISCHER Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMAData do Julgamento21/02/2008Data da Publicação/FonteDJ 28.04.2008 p. 1Ementa PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ART. 319 DO CÓDIGO PENAL MILITAR. ALEGAÇÃO DE INÉPCIA DA DENÚNCIA. INOCORRÊNCIA. DENÚNCIA OFERECIDA COM BASE EM SINDICÂNCIA. DISPENSABILIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL. POSSIBILIDADE.I - A peça acusatória deve conter a exposição do fato delituoso em toda a sua

90

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

essência e com todas as suas circunstâncias. (HC 73.271/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJU de 04/09/1996). Denúncias genéricas, que não descrevem os fatos na sua devida conformação, não se coadunam com os postulados básicos doEstado de Direito. (HC 86.000/PE, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJU de 02/02/2007). A inépcia da denúncia caracteriza situação configuradora de desrespeito estatal ao postulado do devido processo legal.II - Na hipótese dos autos, tenho que a exordial acusatória descreve de maneira satisfatória fato, ao menos em tese, delituoso que se adequa ao tipo penal previsto no art. 319 do Código Penal Militar (prevaricação). Com efeito, narra a denúncia, objetivamente, que o denunciado teria deixado de praticar, indevidamente, ato de ofício, para satisfazer interesse pessoal, pois, segundo afiram a denúncia, "O Comandante em vez de tomar as providências legais, tendo em vista o visível crime de prevaricação praticado pelo subordinado, chamou-o em seu gabinete e pediu-lhe que redigisse outro documento modificando a versão original dos fatos, com a alegação de que daquela maneira se complicaria visto que seria aberto um procedimento para apurar o motivo pelo qual não havia sido o militar reformado encaminhado à Delegacia." (fl. 13). Assim, não há como se acolher a alegação de inépcia da proemial. De qualquer forma, as alegações trazidas pelo recorrente para fundamentar o pedido, neste ponto, demandam a análise aprofundada dos elementos constantes dos autos, inviável na via eleita, pois o que se pretende, em verdade, é a antecipação do mérito da ação penal, medida, à toda evidência, incabível, no caso.III - A inépcia enseja, em regra, nulidade e não o trancamento da ação penal.IV - O inquérito policial, por ser peça meramente informativa, não é pressuposto necessário para a propositura da ação penal, podendo essa ser embasada em outros elementos hábeis a formar a opinio delicti de seu titular (Precedentes desta Corte e do Pretório Excelso).Recurso desprovido.AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.

ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ

91

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________

SEXTA TURMAComposição:

Hamilton CarvalhidoMaria Thereza de Assis Moura

Nilson Naves (presidente)Paulo GallottiPaulo Medina

Jane Silva (Desembargadora do TJ/MG, convocada)________________________________________________________________

ProcessoAgRg no REsp 859952 / RSAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL2006/0122703-0

Relator(a)Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG)

Órgão JulgadorT6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento27/05/2008

Data da Publicação/FonteDJ 09.06.2008 p. 1

Ementa PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. ROUBO. CONSUMAÇÃO. POSSE TRANQÜILA DA RES. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. REEXAME DE FATOS E PROVAS. DESNECESSIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. INOCORRÊNCIA. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. A questão do momento consumativo do crime de roubo é por demais conhecida desta Corte Superior, não se tratando, nos autos, de reexame de provas, mas sim de valoração jurídica de situação fática incontroversa. O aresto impugnado assim ressaltou a perda da posse da res pela vítima e a cessação da violência: "Conforme pode ser percebido, o agente foi detido por policiais militares instantes após a ocorrência do fato, vez alertados por

92

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

populares e pela própria vítima." Neste ponto, evidencia-se a desnecessidade de reexame de fatos e provas, mas apenas a revaloração de fatos descritos no acórdão a quo e, portanto, legitimados pelo contraditório.2. Considerando que o art. 157 do CP traz como verbo-núcleo do tipo penal do delito de furto a ação de "subtrair", podemos concluir que o direito brasileiro adotou a teoria da apprehensio ou amotio, em que os delitos de roubo/furto se consumam quando a coisa subtraída passa para o poder do agente, mesmo que num curto espaço de tempo, independente da res permanecer sob sua posse tranqüila. Dessa forma, a posse tranqüila é mero exaurimento do delito, não possuindo o condão de alterar a situação anterior. O entendimento que predomina no STJ é o de que não é exigível, para a consumação dos delitos de furto ou roubo, a posse tranqüila da res.3. Agravo regimental a que se nega provimento.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora.O Sr. Ministro Hamilton Carvalhido e a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura votaram com a Sra. Ministra Relatora.Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Nilson Naves e Paulo Gallotti.Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.

ProcessoHC 101540 / GOHABEAS CORPUS2008/0049904-3

Relator(a)Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG)

Órgão JulgadorT6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento27/05/2008

Data da Publicação/FonteDJ 09.06.2008 p. 1

Ementa PROCESSUAL PENAL – HABEAS CORPUS – TRÁFICO DE DROGAS – NULIDADE

93

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO – FALTA DE OFERTA DO RECIBO DE ENTREGA DO PRESO AO CONDUTOR – MERA IRREGULARIDADE – MÁCULA QUE NÃO ATINGE A ESSÊNCIA DO ATO – GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO AGENTE PRESERVADAS – DESCLASSIFICAÇÃO PARA PORTE DE DROGAS PARA USO PESSOAL – ESTREITA VIA DO WRIT – INDÍCIOS MÍNIMOS APTOS A CONFIGURAR A TRAFICÂNCIA – LIBERDADE PROVISÓRIA – INVIABILIDADE – RESGUARDO DA ORDEM PÚBLICA – GRANDE QUANTIDADE DE DROGAS – REITERAÇÃO CRIMINOSA – ORDEM DENEGADA.1. A falta de outorga do recibo de entrega do preso ao condutor do flagrante não é capaz, por si só, de ensejar a soltura do agente, notadamente quando todas as garantias constitucionais lhe foram preservadas, eis que, inclusive, assistido por Advogado (ora impetrante), não havendo a mácula atingido a essência do ato.2. A estreita via do habeas corpus, carente de dilação probatória, não comporta o exame de questões que demandem o profundo revolvimento do conjunto fático-probatório colhido nos autos do inquérito policial instaurado contra o paciente, bem como da ação penal que sobreveio.3. Havendo indícios mínimos aptos a embasar a acusação pelo crime de tráfico de drogas, inviável a prematura desclassificação para porte de drogas para o consumo pessoal, o que deverá ficar a cargo das instâncias ordinárias após a realização da instrução criminal.4. Evidenciando-se que o agente trazia consigo grande quantidade de pasta-base de cocaína, além de que havia denúncias anônimas dando conta de que ele já traficava por algum tempo, sua custódia se mostra necessária para o resguardo da ordem pública, prevenindo, assim, eventual reiteração criminosa.5. Unicamente a primariedade, bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita do paciente, ainda que comprovados estivessem, não são aptos a garantir-lhe os benefícios da liberdade provisória, notadamente quando presentes os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal no caso concreto. Precedentes.6. Ordem denegada.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, denegar a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora.Os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido, Paulo Gallotti e Maria Thereza de Assis Moura votaram com a Sra. Ministra Relatora.

94

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Nilson Naves.Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.

ProcessoRHC 23091 / SPRECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS2008/0036080-1

Relator(a)Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG)

Órgão JulgadorT6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento27/05/2008

Data da Publicação/FonteDJ 09.06.2008 p. 1

Ementa PROCESSUAL PENAL – RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS – LATROCÍNIO – NULIDADE – EXAME DE DEPENDÊNCIA TOXICOLÓGICA E/OU DE INSANIDADE MENTAL – INDEFERIMENTO – FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA E SUFICIENTE – AUSÊNCIA DE INDÍCIOS MÍNIMOS RAZOÁVEIS APTOS A EMBASAR A REALIZAÇÃO DOS EXAMES – NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO.1. O Magistrado singular não está adstrito a deferir todas as diligências pleiteadas pela defesa durante a instrução criminal, podendo indeferi-las de modo fundamentado. Precedentes do STF e do STJ.2. Eventual dependência toxicológica não é capaz, por si só, de afastar a imputabilidade do agente, notadamente quando ele declarara ser mero viciado, mas não dependente, não chegando sequer a suportar eventual crise de abstinência, além de possuir plena consciência sobre a ilicitude de sua conduta.3. Justifica-se o indeferimento da realização do incidente de insanidade mental quando ausentes quaisquer indícios mínimos razoáveis aptos a denegrir a higidez mental do agente.4. Negado provimento ao recurso.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por

95

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

unanimidade, negar provimento ao recurso em habeas corpus, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora.Os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido, Paulo Gallotti e Maria Thereza de Assis Moura votaram com a Sra. Ministra Relatora.Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Nilson Naves.Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.

ProcessoAgRg no REsp 1008542 / RSAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL2007/0277243-0

Relator(a)Ministro PAULO GALLOTTI

Órgão JulgadorT6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento15/05/2008

Data da Publicação/FonteDJ 02.06.2008 p. 1

Ementa AGRAVO REGIMENTAL. PENAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. PENA EM PERSPECTIVA. MODALIDADE INEXISTENTE.1. Não é possível o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva com base em pena virtual, vale dizer, aquela que supostamente será imposta na sentença em caso de condenação, hipótese não contemplada na legislação de regência.2. Agravo regimental desprovido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.As Sras. Ministras Maria Thereza de Assis Moura e Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG) e o Sr. Ministro Nilson Naves votaram com o Sr. Ministro Relator.Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Hamilton Carvalhido.Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.

96

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ProcessoAgRg no REsp 996569 / RSAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL2007/0241174-3

Relator(a)Ministro PAULO GALLOTTI

Órgão JulgadorT6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento15/05/2008

Data da Publicação/FonteDJ 02.06.2008 p. 1

Ementa AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO PENAL. NOVO CRIME COMETIDO NO CURSO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL. SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO. POSSIBILIDADE.1. O cometimento de outro delito pelo condenado, no decorrer do livramento condicional, autoriza a suspensão cautelar do benefício, a teor dos arts. 145 da Lei de Execução Penal e 732 do Código de Processo Penal.2. Agravo regimental desprovido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.As Sras. Ministras Maria Thereza de Assis Moura e Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG) e o Sr. Ministro Nilson Naves votaram com o Sr. Ministro Relator.Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Hamilton Carvalhido.Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.

ProcessoHC 55392 / SPHABEAS CORPUS

97

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2006/0043123-7 Relator(a)

Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURAÓrgão Julgador

T6 - SEXTA TURMAData do Julgamento

15/05/2008Data da Publicação/Fonte

DJ 02.06.2008 p. 1Ementa

PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. 1. ARTIGO 499. ARROLADAS TESTEMUNHAS. NÃO ENCONTRADAS E NÃO SUBSTITUÍDAS NO MOMENTO DA INSTRUÇÃO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. DECLARAÇÕES POR ESCRITO JUNTADAS E VALORADAS NA SENTENÇA. 2. PRISÃO EM FLAGRANTE. BUSCA E APREENSÃO DE DROGA NA RESIDÊNCIA DO PACIENTE SEM MANDADO JUDICIAL. SITUAÇÃO DE FLAGRÂNCIA. POSSIBILIDADE. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. 3. INOCÊNCIA. ALEGAÇÃO. ANÁLISE INCOMPATÍVEL COM A VIA ELEITA. 4 ORDEM DENEGADA.1. Não há que se falar em nulidade se não restou evidenciado qualquer prejuízo à defesa do paciente pelo indeferimento da oitiva das testemunhas em sede de diligências complementares, que, sendo conhecidas antes, não foram arroladas em tempo oportuno, e que em nada poderiam colaborar para alterar o convencimento judicial. Declarações trazidas por escrito e que chegaram a ser avaliadas pelo magistrado.2. O estado de flagrância constitui exceção expressa na Constituição da República à inviolabilidade do domicílio, autorizando a entrada em domicílio alheio para viabilizar a prisão em flagrante (artigo 5º, inciso XI da CF).3. Análise da inocência do paciente incompatível com a via eleita do habeas corpus, por demandar análise pormenorizada do conjunto probatório.4. Ordem denegada.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora." A Sra. Ministra Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG) e os Srs. Ministros Nilson Naves e Paulo Gallotti votaram com a Sra. Ministra Relatora.

98

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Hamilton Carvalhido.Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.

ProcessoHC 90814 / MAHABEAS CORPUS2007/0220334-6

Relator(a)Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA

Órgão JulgadorT6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento15/05/2008

Data da Publicação/FonteDJ 02.06.2008 p. 1

Ementa PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PRISÃO PREVENTIVA. PRESSUPOSTOS E REQUISITOS DECAUTELARIDADE. PRESENÇA. CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS. ISOLADAS. IRRELEVÂNCIA. EXCESSO DE PRAZO. CONCLUSÃO DA INSTRUÇÃO. ALEGAÇÃO SUPERADA. SÚMULA 52.1. Presentes indícios de autoria e prova da materialidade, decorrentes de escutas telefônicas, confissão em interrogatório policial e apreensão de mais de cem quilos de cocaína, verificam-se os pressupostos de cautelaridade para a prisão preventiva.2. Exsurgindo elementos concretos de probabilidade de reiteração delitiva, comparece o risco para ordem pública, a justificar o encarceramento processual.3. Predicados pessoais, como antecedentes e ocupação lícita, per se, não se prestam a afastar a concorrência dos pressupostos e requisitos constantes do art. 312 do Código de Processo Penal.4. Ultimada a instrução processual penal, resta superada a alegação de excesso de prazo. Súmula 52 desta Corte.5. Ordem denegada.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A

99

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Turma, por unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora." A Sra. Ministra Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG) e os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido e Paulo Gallotti votaram com a Sra. Ministra Relatora.Impedido o Sr. Ministro Nilson Naves.Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.

ProcessoHC 94577 / SPHABEAS CORPUS2007/0269868-8

Relator(a)Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA

Órgão JulgadorT6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento15/05/2008

Data da Publicação/FonteDJ 02.06.2008 p. 1

Ementa PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. 1. PROGRESSÃO DE REGIME. DISPENSA DO EXAME CRIMINOLÓGICO. AGRAVO EM EXECUÇÃO. DECISÃO REFORMADA. REGRESSÃO. EXAME CRIMINOLÓGICO. FACULDADE DO JUIZ, MEDIANTE DECISÃO DEVIDAMENTE MOTIVADA. IMPOSIÇÃO PELO TRIBUNAL. POSSIBILIDADE, DESDE QUE FUNDADA EM ELEMENTOS CONCRETOS DA EXECUÇÃO PENAL A APONTAR PARA A NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DO EXAME. HISTÓRICO DE FUGA E PARTICIPAÇÃO DE REBELIÕES. RECAPTURA EFETIVADA APENAS APÓS O COMETIMENTO DE OUTRO DELITO, A DEMONSTRAR A CONVENIÊNCIA DE SUBMISSÃO A UMA ANÁLISE TÉCNICA. 2. ORDEM DENEGADA.1. De acordo com as alterações trazidas pela Lei 10.792/03, o exame criminológico deixa de ser requisito obrigatório para a progressão de regime, podendo, todavia, ser determinado de maneira fundamentada pelo juiz da execução de acordo com as peculiaridades do caso. Assim, mesmo que não tenho sido realizado em primeira instância, o exame criminológico pode ser determinado pelo tribunal a quo, desde que este se funde em elementos concretos (relativos sempre a fatos ocorridos no curso da execução penal) a

100

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

apontar para a sua necessidade. No caso sob exame, considerando o histórico de fugas e participação em rebeliões apresentado pelo paciente, que apenas foi recapturado quando do cometimento de outro delito, é de se reconhecer a conveniência da realização do exame.2. Ordem denegada.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora." A Sra. Ministra Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG) e os Srs. Ministros Nilson Naves e Paulo Gallotti votaram com a Sra. Ministra Relatora.Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Hamilton Carvalhido.Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.

ProcessoHC 86246 / SPHABEAS CORPUS2007/0154399-3

Relator(a)Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA

Órgão JulgadorT6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento17/04/2008

Data da Publicação/FonteDJ 09.06.2008 p. 1

Ementa PENAL. PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. ASSOCIAÇÃO. 1. PRISÃOPREVENTIVA. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO. INOCORRÊNCIA. NECESSIDADE DA PRISÃO PARA GARANTIA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL, DA ORDEM PÚBLICA, E DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. INDICAÇÃO DE ELEMENTOS CONCRETOS. 2. SALA DE ESTADO MAIOR. PACIENTE COM INSCRIÇÃO NA OAB. RECONHECIMENTO. 3. WRIT CONCEDIDO EM PARTE.1. Não é ilegal a prisão preventiva que se funda em dados concretos a indicar a necessidade da medida cautelar, especialmente informações de que o paciente estaria oferendo suporte para que outros acusados se furtassem à

101

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO Procuradoria de Justiça Criminal

Secretário Executivo Vice-Secretário Executivo Mágino Alves Barbosa Filho Júlio Cesar de Toledo Piza

Setor de Jurisprudência Antonio Celso Pares Vita

Antonio Ozório Leme de Barros

ano 1 - número 4 - 2ª quinzena de junho/2008 [email protected]____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

aplicação da lei penal, ocultando-os em sua residência, utilizando rádio HT na freqüência policial, utilizando-se, ainda, de sua condição de advogado, além de haver notícia de interceptação de conversas telefônicas entre os acusados combinando a destruição e ocultação de provas. Necessidade da prisão demonstrada, para garantia da ordem pública, da aplicação da lei penal e da instrução criminal.2. Tratando-se o paciente de advogado, regularmente inscrito na OAB e atuante à época dos fatos, impõe-se o reconhecimento de seu direito de ser recolhido provisoriamente em Sala de Estado Maior, ou, na sua ausência, ou de outra que cumpra com a mesma função, em regime de prisão domiciliar.3. Ordem concedida em parte, para garantir ao réu a permanência em Sala de Estado Maior ou outra que cumpra com a mesma finalidade, distinta de cela comum e separado de outros detentos, ou, ainda, na sua ausência, em prisão domiciliar, em confirmação à liminar deferida.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, concedeu parcialmente a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. O Sr. Ministro Nilson Naves a concedia em maior extensão." A Sra. Ministra Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG) e os Srs. Ministros Nilson Naves e Paulo Gallotti votaram com a Sra. Ministra Relatora.Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Hamilton Carvalhido.Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.Dr(a). DANIEL LEON BIALSKI, pela parte PACIENTE: JOÃO BATISTA SIQUEIRA FRANCO FILHO

ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ

102