algazarra - policiamilitar.mg.gov.br · numa só teia de aranha... _ menino, tu viu o queijo menino...
TRANSCRIPT
ALGAZARRA
Algazarra é que tipo de alga?
Canaleta é que tipo de cana?
Natação é fazer muita nata?
Travesseiro é que tipo de trave?
Arcabouço é que tipo de arca?
Estragão é fazer grande estrago? Vendaval é que tipo de venda?
Armazém é que tipo de arma?
Galicismo é cantar feito galo?
Almanaque é o registro das almas?
Solução é um baita soluço? Moscatel é uma raça de mosca?
Polvorosa é bagunça de polvo?
Venturoso é quem tem muito vento?
Ovação é jogar muito ovo?
Avenida é um ninho de ave?
O risoto é um esboço de riso?
A polenta é um bolo de pólen?
O barbante é um sujeito de barba?
O frangalho é um pedaço de frango?
Queixar-se é sentir dor no queixo? Pernoitar é dormir sobre a perna?
Resmungar é juntar uma resma?
Amargar é sofrer por amar?
(Poesia é que tipo de pó?
E a imagem, que tipo de ímã? A verdade é que tipo de ver?
E a palavra... é que tipo de pá?)
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_____________________________________________________
MADRIGAL DOS GATOS
Um gato, dez gatos
estão no quintal,
entoam à toa
o seu madrigal:
Gato malhado
sumiu no telhado Gato cinzento
miou para o vento
Gato de botas
só conta lorotas
Gato do mato
vem cá que te cato
Gato pingado tá todo molhado
Gato por lebre
fugiu do casebre
Gato escalado
castigo bem dado
Gato e sapato eu não te maltrato
Gato gatuno
bichano importuno
Gato de Alice
só ri gaiatice
Um gato, dez gatos
cantando no escuro
na noite estrelada
em cima do muro...
MENINO
_ Menino, vem já pra casa,
cuida bem que lá vem chuva!
_ Essa chuva não me pega, pus na cabeça uma luva...
_ Menino, desce do galho,
olha que tu leva um tombo!
_ Tombo não levo nem trago,
não sou carteiro nem pombo...
_ Menino, sossega o facho,
solta essa brasa, não teima!
_ Essa brasa é de anteontem,
ficou velha, já não queima...
_ Menino, sai do sereno, cuidado que ele te apanha!
_ O sereno eu pego e prendo
numa só teia de aranha...
_ Menino, tu viu o queijo
que eu deixei ontem no prato? _ Vi quando ele deu um pulo
e rolou dentro do mato...
_ Menino, cadê o bolo
que eu assei pra tua avó?
_ De noite o lobo roubou,
ele adora pão de ló...
_ Menino, quem te ensinou
a soltar tanta pilhéria?
_ Uma gralha diplomada
no Instituto Santa Léria...
A TRELA DA LETRA
a trela da letra
é conta de canto
é coisa ciosa
é verso que sorve
o rato na tora
o gato de toga o pato que topa
a paca de capa
a vaca que cava
o galo no lago
o tigre que grite
a cobra sem broca
a cabra na barca
a pulga que pluga
o sapo na sopa o porco e seu corpo
a ostra e seu astro a lesma sem males
o frango que é granfo
a rã pelo ar
a égua no auge
a ema que é mãe
a orca e seu arco
a lhama sem malha
a alce da cela
o lobo sem bolo a anu numa nau
a garça sem graça
o rato que troa
o gato na gota
o galo sem gola
a cobra no barco
a trela da letra
é ode que doe
a trova que travo o eco que coe
A COR DO CÉU
A cor desse céu,
que cor que é? A cor desse céu
é verdemar?
Que cor que é
esse rosaluz?
Esse brancolua
que cor que é?
Que cor que é esse pretocafé?
A cor desse céu
ninguém saberia
dizer que cor. Saber de cor
o acordo do céu
ninguém poderia.
Mas eu descobri
que a cor desse céu
não é roxoflor nem rubromaçã:
a cor desse céu
é a cor do frescor
da noite que é dia,
o escuro esplendor
do fino licor
do negro azulejo do olhar de Maria.
CONTRADANÇA Menina bonita do laço de fita,
me segue num tango?
Rapaz educado do rosto corado,
com tango eu me zango!
Menina elegante sorriso brilhante,
que tal uma valsa?
Rapaz tão esperto de olhar descoberto,
a valsa é tão falsa!
Menina exigente
da voz diferente,
e um mero bolero? Rapaz, não também,
pois saiba que nem,
bolero tolero!
Menina sincera
gentil primavera,
me leva num samba? Rapaz perfumado
de olho engraçado,
o samba me camba!
Menina de trança
não perco a esperança, se for um forró?
Rapaz bem vestido
e tão divertido, forró? Tenha dó!
Menina enfeitada
de saia bordada, não gosta de rumba?
Rapaz sem chapéu
de olhar cor de mel, a rumba me chumba!
Menina, eu desisto, já não mais insisto,
qual é sua dança?
Rapaz, meu desejo é só dar-te um beijo,
que a dança me cansa!
HÁ OITO DIAS SEM ANA
Há oito dias sem Ana,
ai que dor rude, profunda! Mais mudo que uma banana,
assim passei a segunda!
Não me importa se ela é bruxa:
seu feitiço em mim se exerça!
Mais mofada que uma bucha, assim foi a minha terça!
Um dia sem teu carinho,
um dia só não é nada,
mas uma semana inteira
deixa a alma atordoada....
Pensava ser borboleta, não passo de uma lagarta!
Mais triste que uma gaveta,
assim foi a minha quarta!
Sua ausência me provoca,
no coração, negra tinta! Mais inútil que uma roca,
assim foi a minha quinta!
Um dia sem teu carinho,
um dia só não é nada, mas uma semana inteira
deixa a vida atormentada...
Me falta essa voz suave,
doce fruta numa cesta!
Mais perdido que uma chave, assim passei minha sexta!
Mais ardente que uma vela, foi assim, assim meu sábado!
Com tanta saudade dela,
nem achei rima pra sábado!
Um dia sem teu carinho, um dia só não é nada,
mas uma semana inteira
deixa a fala atrapalhada...
Vou fechar essa torneira:
não choro mais nem um pingo! Mais seco que uma pedreira,
assim vai ser meu domingo!
DIA DOS PAIS
Muitas pessoas têm só um:
eu tenho dois, pra minha sorte...
Isso, bem sei, é incomum de oeste a sul, de leste a norte!
E bate assim meu coração:
“Pedro-te-quer, te-quer-João”...
Pedro é cantor, me faz cantar:
dó-mi-ré-dó, lá-ré-mi-sol... João se ocupa em me ensinar
xadrez, tricô e futebol.
(Meu nome foi Pedro quem deu, mas foi João quem me escolheu.)
João me ajuda nos problemas da surpreendente matemática,
Pedro declama os meus poemas
com voz profunda, enigmática. (Pedro é com quem vou comprar roupa,
mas o dinheiro é João quem poupa.)
quando é meu aniversário
o bolo Pedro sempre faz:
com seu talento culinário deixa qualquer bufê pra trás.
(João escolhe o meu presente:
seja o que for, fico contente.)
Pedro me leva até a escola de manhãzinha todo dia;
enquanto andamos, cantarola,
estala os dedos e assobia. João me alcança na saída
(vamos falando sobre a vida).
Pedro é franzino, alto e alvo,
olhos azuis, nariz pequeno;
João é forte, baixo e calvo, mãos de cetim, rosto moreno.
São diferentes, muito, sim,
menos no amor que têm por mim.
Por isso neste mês de agosto
quero escrever uma canção _ sei que eles vão gostar, aposto,
Principalmente do refrão:
“Sou tão feliz, que quero mais, se já me dão vocês dois pais?”
O livro “O tempo escapou do relógio” de Marcos
Bagno apresenta uma coletânea de textos primorosos em
que se mesclam a sensibilidade, a reflexão, o humor e a
exploração criativa da linguagem. São poemas que nos
desafiam, nos convidam a novos olhares e nos provocam
para muitas descobertas.
Em sala de aula, fizemos a leitura
compartilhada dos poemas e à medida que um poema era
lido fazíamos uma atividade relacionada a ele.
Foi muito interessante, para nós, alunos do 5º
ano do Colégio Tiradentes da PMMG – Unidade
Barbacena, realizar este trabalho.
Agora é sua vez!
Leia e veja o resultado!
Carinhosamente, 5º ano.
Meu pote de barro
Palavras que represente sonho, lembrança........................... 13
Algazarra
Estrofe / Ilustração............................................................. 14
Madrigal dos gatos
Dobradura............................................................................ 15
Menino
Tangram .............................................................................. 16
A trela da letra
Brincando com as letras ...................................................... 17
A cor do céu
Mosaico................................................................................ 18
Contradança
Estrofe / Ilustração............................................................. 19
Há oito dias sem Ana
Técnica do pontilhismo......................................................... 20
Dia dos pais
Acróstico ............................................................................. 21
Autobiografia
Autobiografando............................................................... 04
O tempo escapou do relógio
Ilustração......................................................................... 05
Gritei o teu nome ao vento
Brincando com as rimas..................................................... 06
A gaveta de Cecília
Biografia e obras de Cecília Meirelles.................................. 07
Minha casa tem dez portas
Poema............................................................................... 08
Na casa da prima Vera Ilustração com colagem....................................................... 09
Quando vovó Celeste adoeceu
Receita de pão de ló............................................................ 10
Quem quer comprar o que vendo
O que o dinheiro não pode comprar...................................... 11
Onde está Dona Valdete
Parlenda............................................................................ 12
ANEXOS
E
O
N
S
T
D
I
A
R
0
D
I
A
R
0
E
O
N
S
T
S
T
N
I
0
S
T
N
I
0
O
A
I
R
O
A
I
R
A
E
T
S
A
E
T
S