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Além do Nana Nenê

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Além do

Nana Nenê

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Além do

Nana NenêVÉÅÉ |Ç|v|tÜ É tÑÜxÇw|étwÉ x t w|áv|ÑÄ|Çt

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Traduzido por Susana Klassen

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Ezzo, Gary

Além do nana nenê: como iniciar o aprendizado e a disciplina a partir dosseis meses de vida do bebê / Gary Ezzo e Robert Bucknam; traduzido porSusana Klassen. — São Paulo: Mundo Cristão, 2007.

Título original: On becoming babywise book two.

ISBN 978-85-7325-463-1

1. Crianças 2. Crianças — Criação 3. Crianças — Cuidados 4. Crianças— Desenvolvimento 5. Pais e filhos I. Bucknam, Robert. II. Título.

06-9269 CDD-649.122

Índice para catálogo sistemático:1. Crianças: Aprendizado e disciplina: Educação doméstica 649.122

Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela:Associação Religiosa Editora Mundo CristãoRua Antônio Carlos Tacconi, 79, São Paulo, SP, Brasil, CEP 04810-020Telefone: (11) 2127-4147 — Home page: www.mundocristao.com.br

Editora associada a:• Associação Brasileira de Editores Cristãos• Câmara Brasileira do Livro• Evangelical Christian Publishers Association

A 1ª edição foi publicada em janeiro de 2007.

Impresso no Brasil

Apoio e colaboração: Tyndale House Publishers

ALÉM DO NANA NENÊ

CATEGORIA: COMPORTAMENTO/FAMÍLIA

Copyright © 1995, 1998, 2001 por Gary Ezzo e Robert BucknamPublicado originalmente por Growing Families International,Mt. Pleasant, Michigan, EUA.

Título original: On becoming babywise book twoEditora responsável: Silvia JustinoRevisão de tradução: Omar de SouzaRevisão de provas: Aldo Menezes e Theófilo VieiraSupervisão de produção: Lilian MeloCapa: Silvia Ribeiro

10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 07 08 09 10 11 12 13

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Para:

Robyn e GaryDois pontos de luz brilhando intensamente,

dois amigos andando lado a lado.

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Agradecimentos 9Prefácio 11Introdução 15

1. De volta ao bê-á-bá 192. Os fundamentos morais 273. Atividades na hora da refeição 434. As boas maneiras no cadeirão 575. Atividades enquanto o bebê está acordado 716. Algumas observações sobre disciplina 857. Atividades para a hora de cochilar e dormir 103

Apêndice A — O desenvolvimento da linguagem na criança 117Apêndice B — Dicas para ensinar seu filho a usar o “troninho” 121

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Sumário

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AGRADECEMOS PELA ajuda inestimável de vários colegas, en-tre eles: Tim e Patricia Lentz, Scott e Theresa McLeod, Davide Cynthia Iglesias, Tiana Wendelburg e Sharon Augustson.Todos deram contribuições importantes para a preparaçãodeste texto.

Também somos gratos a Connie Lamoureux por sua aju-da com o material sobre desenvolvimento da linguagem noApêndice A.

Por último, nosso agradecimento especial aos amigos e co-legas professores: Gary e Robyn Vander Weide. A sabedoriaque reuniram e sua experiência forneceram o embasamentoprático para este livro.

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Agradecimentos

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COMO PEDIATRA, minha preocupação é fazer que as criançassejam saudáveis. Isso significa mais do que examinar ouvido,nariz e garganta e ver que tudo está em ordem. O crescimentosaudável inclui a boa formação física, moral e educacional. Alémdo nana nenê trata de cada uma dessas áreas.

A educação da criança no primeiro ano de vida envolveuma série de emoções tanto da parte dos pais quanto do filho.Amor, alegria, paz, contentamento e confiança são facilmen-te contrapostos por sentimentos de frustração, decepção e de-sânimo (e, por vezes, de desespero). Ao contrário do que muitospais imaginam, o objetivo da educação da criança não é fazercom que ela só passe pelas experiências que consideram cer-tas. Para eles, a criação dos filhos se reduz a evitar todas asemoções negativas e buscar todas as positivas. Por isso, o con-ceito de educação correta e incorreta é medido pela formacomo os pais acham que seu filho se sente, e não pelo resulta-do final, o comportamento da criança. Se ela está feliz, os paisficam satisfeitos. Se ela está triste, os pais se esforçam paracriar um ambiente que elimine essa tristeza. Essa maneira deconduzir a questão não é saudável para as crianças, nem paraas famílias, tampouco para a sociedade em geral.

O objetivo maior da criação dos filhos numa sociedade li-vre é de ordem moral. O dever de todo pai e mãe é educarcrianças moralmente responsáveis que se tornarão adultos

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Prefácio

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moralmente responsáveis. Essa tarefa importante não deve sernegligenciada até que a criança “seja madura o suficiente paraentender”. Cabe aos pais educar filhos que, em cada fase decrescimento, sejam uma bênção não apenas para os pais, maspara todos ao seu redor.

Baseamos este livro num modelo moral do desenvolvimentoinfantil, e não num modelo psicológico. A educação moral dacriança é o alicerce da sua criação (mesmo nessa fase inicial),e o resultado é uma criança saudável, feliz e segura em seusrelacionamentos ao longo de toda a vida. A educação moral éuma disciplina prioritária. O sucesso em todas as principaisdisciplinas da vida (como, por exemplo, o desenvolvimento de habi-lidades, as realizações acadêmicas e a formação de relaciona-mentos interpessoais saudáveis) está vinculado à qualidadeda educação moral, e dela depende.

As crianças que possuem autocontrole e dominam as regrasbásicas de convivência também possuem o necessário para ga-rantir uma vida saudável no que se refere à educação formal eaos relacionamentos. O autocontrole que mantém uma crian-ça quieta no cadeirão sem fazer pirraça com a mãe é o mesmoque, mais tarde, a manterá sentada no banco da escola, lendoe estudando. A batalha para assegurar um bom comporta-mento no cadeirão é de cunho moral, e não acadêmico. Naverdade, a maior parte das coisas que os pais fazem em termosde educação dos filhos nos primeiros meses e anos de vidatem um propósito moral mais amplo.

Por que, então, a educação moral é importante? Ao educarcorretamente o coração de uma criança, você está lhe dandoo embasamento sólido necessário para as outras disciplinasda vida. E os resultados são visíveis. Vários pais comentamcomigo que não apenas estão extremamente satisfeitos comos resultados obtidos pelo uso dos princípios encontrados neste

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PREFÁCIO 13

livro, como também seus amigos e parentes ficam admiradoscom o que esses pais têm feito.

Nana nenê 1 oferecia o embasamento correto; Além do nananenê apresenta a estrutura correta para criar um ambiente deaprendizagem apropriado para o desenvolvimento de qual-quer criança nas principais disciplinas da vida. A educaçãocorreta é pré-requisito para experimentar as melhores emo-ções na criação dos filhos. Além do nana nenê ajudará você aalcançar esse objetivo.

DR. ROBERT BUCKNAM

1 São Paulo: Mundo Cristão, 1997.

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VAMOS ENCARAR a realidade: há pelo menos cinco meses vocêestá cumprindo a missão de educar seu bebê. A complexidadedesse processo já começou a se evidenciar. Você aprendeu que,à medida que seu bebê se desenvolve, é continuamente influen-ciado por fatores constantes e variáveis. Mas agora, conformeele entra nessa nova fase dos primeiros quinze meses de vida,as variáveis que influem o desenvolvimento começam a de-sempenhar um papel mais dominante. Como você deve agirem relação a essas variáveis? Com certeza, não convém deixarde lado aquilo que funcionou até aqui: a rotina do seu bebê. Seupróximo desafio é preservar a ordem e a estrutura que proporci-onam segurança ao seu bebê e estabilidade ao seu lar.

Agora você deve se concentrar nos princípios, aprendendocomo reagir corretamente às variáveis que vão surgindo na vidado seu filho nesta fase. É preciso saber o que esperar e quandoesperar, ou seja, saber em que idade os diferentes padrões decomportamento surgirão. Conhecer a natureza progressiva docrescimento e desenvolvimento lhe permite estabelecer os pa-drões de comportamento esperado e fornece a orientação ne-cessária para ajudar seu filho a alcançar os objetivos que vocêdeseja para o comportamento dele.

Que tipo de padrão se pode e deve esperar da criança nessesprimeiros quinze meses de vida? A hora de comer, por exemplo,já não é mais apenas um processo controlado pelo reflexo de

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Introdução

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16 ALÉM DO NANA NENÊ

sucção. Para a criança nessa fase, a refeição faz parte de umainteração consciente e extremamente complexa entre o que elafaz e o que o pai ou a mãe espera que ela faça. As condutascertas e erradas serão incentivadas, desestimuladas e orientadasquando necessário. Na verdade, os padrões do que é certo eerrado no comportamento farão parte do cotidiano de seu fi-lho. É por isso que a hora de comer, o tempo que ele passaacordado e a hora de dormir são oportunidades maravilhosasde ensinar seu filho.

Este livro enfatizará a importância de estabelecer padrõescorretos de aprendizagem. Esses padrões formam as estrutu-ras de aprendizagem que ajudam a criança ao longo de todo oseu processo inicial de desenvolvimento. Assim como a carti-lagem se fortalece e se transforma em osso, os padrões deaprendizagem se desenvolvem e formam a base da formaçãomoral e educacional. Portanto, os primeiros padrões estabele-cidos devem ser corretos. Pesquisadores e educadores concor-dam que o crescimento e o desenvolvimento ocorrem emestágios nos quais as experiências novas se baseiam em expe-riências anteriores. Além do nana nenê foi criado para ajudar ospais a estabelecer os padrões corretos de aprendizagem para oseu filho, oferecendo a estrutura necessária para o desenvolvi-mento gradativo de uma série de aptidões.

Sendo este livro um guia prático, qualquer pai ou mãe dealguma criança nessa fase pode fazer bom proveito das infor-mações oferecidas. Mas aqueles que estão familiarizados comnosso primeiro livro serão particularmente beneficiados. EmNana nenê, apresentamos os princípios fundamentais a partirdos quais Além do nana nenê foi desenvolvido, incluindo as roti-nas de alimentação, períodos de sono durante o dia e a noite.(Em geral, um bebê pode aprender a dormir a noite inteira nasprimeiras seis a oito semanas de vida.) Incentivamos os pais

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INTRODUÇÃO 17

que não conhecem os conceitos de Nana nenê a se familiari-zar com eles antes de prosseguirem com a leitura desta se-qüência.

Assim como no primeiro livro, este segundo volume podelhe oferecer princípios confiáveis, mas nem todas as aplica-ções possíveis. Ao ler Além do nana nenê é fundamental quevocê pense em termos de princípios. Uma vez que conheça oprincípio, pode aplicá-lo da maneira que parecer mais apro-priada à situação específica do seu bebê.

Os próximos dez meses são críticos. Há muita coisa emjogo. Deste ponto em diante, seu objetivo é alcançar o cora-ção do seu filho. Muitos pais dão mais ênfase à saúde psicoló-gica do que à saúde moral da criança. A preocupação dos paiscom o desenvolvimento psicológico não resolve o problema.Muitas vezes, essa preocupação é o problema que gera criançasemocionalmente frágeis. A saúde moral, com ênfase na edu-cação do coração, é o remédio que previne as deficiênciasemocionais. Além do nana nenê explicará como isso acontece.

No fim deste livro você encontrará dois apêndices comvárias informações inteiramente práticas e bastante proveito-sas: Apêndice A — O desenvolvimento da linguagem na cri-ança; Apêndice B — Dicas para ensinar seu filho a usar otroninho. Desejamos a você muitas experiências positivas efelicidades na educação de seu filho.

GARY EZZO

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EM NANA NENÊ RESSALTAMOS a importância de estabelecer umamentalidade correta para a educação do seu filho. Em Alémdo nana nenê enfatizaremos a importância de manter essa men-talidade à medida que seu filho se aproxima do primeiro ani-versário. A personalidade de uma criança é moldada pelasforças presentes nos primeiros anos. Os pais são o universointeiro da criança e exercem a influência mais forte sobre avida dela. Portanto, antes de passar às questões das quais tra-taremos neste livro, devemos voltar a alguns princípios fun-damentais que permitiram a você completar a primeira fasecom sucesso: 1) entender a prioridade do casamento; 2) reco-nhecer os perigos da educação centrada no filho; e 3) sabercomo evitar o extremismo no processo de educação do filho.Vamos revisar esses princípios.

A prioridade do casamento

O casamento é uma ligação especial entre duas pessoas quenão pode ser equiparada com nenhuma outra relação. Pelomenos, deveria ser assim. Ele é singular — absolutamenteinigualável. O casamento transcende todos os outros relacio-namentos. Que coisa mais extraordinária! Aliás, um dos re-sultados mais importantes de casamentos bem-sucedidos éque geram bons pais. Um relacionamento saudável entre mari-do e mulher é essencial para a saúde emocional dos filhos no

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De volta ao bê-á-bá

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lar. Quando há harmonia no casamento, há estabilidade nafamília. Um casamento forte oferece um refúgio seguro paraos filhos enquanto estes crescem e são educados. Os casa-mentos saudáveis e amorosos dão à criança uma sensação desegurança. Quando uma criança observa a amizade especial eintimidade emocional de seus pais, sente-se mais segura pelosimples fato de não ser necessário questionar a autenticidadedaquele compromisso.

As crianças possuem uma espécie de radar incrível quecapta os conflitos entre os pais. Quando uma criança percebemais fraqueza do que força no relacionamento que eles man-têm, sente certa ansiedade que acaba pesando sobre todas asoutras disciplinas da aprendizagem. Assim como aconteciacom seus pais quando estavam crescendo, uma criança sabeintuitivamente que, se algo acontecer à mãe e ao pai, seumundo inteiro se desintegrará. Se o relacionamento entre ospais trouxer dúvidas à mente da criança, ela se verá sempre àbeira de um colapso.

Que criança não desejaria fazer parte de uma família emque o relacionamento conjugal é uma experiência positiva?Qual é a criança que, ao ver a união tão misteriosa e bela nocasamento dos pais, não buscaria a mesma intimidade ao cres-cer? Os melhores anos da educação dos filhos fluem dos me-lhores anos de casamento. Proteja o seu casamento.

Os perigos da educação centrada na criança

A educação centrada na criança ameaça a vida familiar bem-sucedida. Veja, a seguir, uma relação de cinco perigos associa-dos a esse tipo de dinâmica familiar.

1. A educação centrada na criança prejudica o relacionamen-to entre marido e mulher, reduzindo sua importância prática.No casamento, nem o homem nem a mulher podem ser

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privados um do outro. O casamento exige revelação. Nossaverdadeira natureza é revelada. Porém, a educação centradana criança obriga indevidamente uma das partes a se retraira fim de abrir espaço para o filho, que se torna, então, o cen-tro da atenção no lar. A partir deste momento, nos revela-mos menos para o cônjuge e, portanto, somos menos honestosa respeito de nós mesmos. Na tentativa de evitar a verdade anosso respeito, encontramos convenientemente na paterni-dade ou maternidade outra imagem mais agradável. Sempreque nos retraímos no casamento, por mais nobre que pareçaser o motivo, nos afastamos do nosso referencial de hones-tidade: nosso cônjuge. Seus filhos merecem o melhor de vo-cês dois.

2. A educação centrada na criança inverte o processo de desen-volvimento moral, criando prematuramente uma sensação falsade autonomia no interior da criança. Do seu próprio ponto devista, a criança se torna auto-suficiente antes da formação doautocontrole necessário. Isso acontece porque essa filosofiaoferece certas liberdades além da capacidade da criança delidar com ela. A autonomia sem autodisciplina exerce umainfluência destrutiva sobre as crianças pequenas.

3. A educação centrada na criança promove a independênciada família, em vez da interdependência familiar. As criançasque se consideram o centro do universo familiar muitas vezesdesenvolvem independência egoísta. A independência da fa-mília (em vez da interdependência) se torna um modo de vida— aliás, um modo de vida solitário. Nessa independência, acriança é privada da oportunidade de investir em relaciona-mentos. E sem investimento em relacionamentos, não há mo-tivo para ser leal à família. As outras pessoas (pais, irmãos,colegas) são importantes apenas quando podem oferecer al-gum benefício no relacionamento. A base para a lealdade da

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criança passa a ser aquilo que ela pode obter de uma relação,em vez daquilo que ela pode oferecer. A educação centrada nacriança favorece esse tipo de conclusão.

4. A educação centrada na criança aumenta o conflito entre seujeito natural e sua necessidade de disciplina moral. Essa formade educação gera uma tendência a desenvolver comportamen-tos negativos que acabarão transformando pais e filhos emadversários, ou levando os pais a abandonar os padrões razoá-veis de responsabilidade moral.

5. A educação centrada na criança é reativa, e não proativa.Em se tratando das crises na vida da criança, é melhor preve-nir do que reagir.

Agora que seu bebê chegou, você pode perceber como éfácil a educação centrada na criança se infiltrar no seu coti-diano. Se você colocou em prática os princípios apresentadosem Nana nenê, evitou a alimentação determinada pelas exigên-cias do bebê, mas será que foi igualmente bem-sucedido emevitar a atenção dos pais determinada pelas exigências do bebê,que é a precursora da educação centrada na criança? A de-pendência total que o bebê tem do cuidado dos pais tornaainda mais gratificante a experiência da criação de um filho.Felizmente, os pais podem evitar esses dois tipos de exigên-cia. É possível suprir todas as necessidades físicas e emocio-nais de seu bebê sem gravitar em torno dele. Aqui estão algunspontos tratados em Nana nenê que podem ajudar você a man-ter o equilíbrio.

1. Lembre-se de que a vida não pára quando seu bebê vem aomundo. A vida pode desacelerar por algumas semanas, masnão pára completamente. Quando você se torna mãe, não deixade ser filha, irmã, amiga e, principalmente, esposa. Esses rela-cionamentos eram importantes para você antes de seu bebêchegar. Não deixe de lhes dar atenção depois.

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2. Se você costumava sair com seu cônjuge uma vez por sema-na antes de o bebê nascer, continue a fazê-lo enquanto amigos ouparentes cuidam da criança. Caso você não costume sair comseu cônjuge com regularidade, comece agora. Não precisa serum programa caro ou demorado. E não se esqueça: uma crian-ça não sofre daquilo que muitos chamam “ansiedade da sepa-ração” quando a mãe sai com o pai ao invés de ficar em casacom o bebê o tempo todo. Como observamos anteriormente,o casamento é o ponto de partida para as crianças se sentiremseguras.

3. Não abra mão dos gestos de afeição que caracterizavam o seucasamento antes da chegada do bebê. Se vocês dois tinham umaatividade que gostavam de realizar juntos, procurem incluí-laem sua agenda. Se o marido volta para casa com um presentepara o bebê, também deve dar flores para a esposa. A idéia ésimples: os gestos afetuosos que marcavam seu relacionamentoe o tornavam especial não devem ser colocados de lado.

4. Faça uma pausa no sofá. No fim do dia, separem quinzeminutos para se sentar juntos no sofá, como casal. Façamisso enquanto as crianças estiverem acordadas, e não depoisdo horário de dormir. Expliquem para os seus filhos como éimportante o casal não ser interrompido desnecessariamente,pois se trata de um momento especial para vocês dois. Digaque o papai poderá brincar mais tarde, mas que, naquele ins-tante, a atenção dele é toda da mamãe, pois ela é muito espe-cial para ele. Essa pausa no sofá é uma demonstração visívelda sua intimidade. As crianças podem medir de forma tangí-vel o relacionamento amoroso do pai e da mãe, suprindo, des-se modo, sua necessidade interior de segurança. Além disso, apausa no sofá é o espaço especialmente reservado para que osdois possam compartilhar suas necessidades relacionais umcom o outro.

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5. Convide amigos para almoçar, jantar ou passar um tempojuntos. Receber pessoas é uma distração saudável das pressõesimpostas pela educação dos filhos. Obriga você a planejar odia da criança com o objetivo de servir outras pessoas, e nãoapenas o seu filho.

6. Não cometa o erro de sonegar informações a seu cônjuge,quer intencionalmente ou por esquecimento. Educar os filhos étrabalho em equipe. A troca de idéias permite que vocês pos-sam entender seu filho melhor e educá-lo apropriadamente.Uma vez que a mãe passa mais tempo cuidando da criança, éresponsabilidade dela manter o pai informado sobre aquiloque tem observado.

Se você deseja educar com excelência, dedique-se continua-mente à preservação do casamento. Uma perspectiva corretada importância desse relacionamento é o ponto de partidapara relacionamentos saudáveis entre pais e filhos.

Os extremos e o contexto na

educação dos filhos

Como dissemos em Nana nenê, é importante evitar extremosna educação do seu filho. Isso vale para todos os anos do pro-cesso de criação. Mães e pais que levam a educação dos filhosa extremos criam problemas quando, em qualquer momento,elevam sua filosofia de educação acima daquilo que é melhorpara a criança. Ou seja, colocam a regra de comportamentoacima do princípio que a regra representa. Esta forma de edu-cação extremista é chamada apropriadamente “legalismo”.

É comum dizermos que precisamos “entender o contex-to”. A principal característica do legalista é que ele rejeita ocontexto. Agir de acordo com o contexto — o conjunto sin-gular de circunstâncias que definem uma situação — não sig-nifica abrir mão dos princípios apresentados em Nana nenê.

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Antes, você pode se concentrar na maneira correta de agir acurto prazo sem comprometer seus objetivos a longo prazo.

Haverá ocasiões em que o contexto de uma situação de-terminará a suspensão temporária de algumas diretrizes ge-rais. Os pais são dotados de experiência, sabedoria e bom senso.Confie primeiro nesses atributos, e não em suas emoções numdeterminado momento ou na rigidez do relógio. Quando sur-girem situações especiais, permita que o contexto o oriente.Eis alguns exemplos de como e quando isso deve ocorrer.

Situação 1: Você está num avião e seu bebê de seis mesesde idade começa a se inquietar e chorar alto. Você o alimen-tou há duas horas. O que fazer? Se nem você nem um brin-quedo forem suficientes para satisfazer o seu filho, considerea possibilidade de alimentá-lo novamente. O contexto e a éti-ca envolvidos tornam necessário que você não deixe a rotinado seu bebê perturbar o vôo dos outros passageiros. Se nãofizer nada, acabará causando tensão a si mesmo e aos outrospassageiros. Normalmente, você esperaria mais para alimen-tar seu bebê novamente, mas o contexto da situação determi-na que essa rotina deve ser temporariamente alterada. Aochegar ao seu destino, volte à rotina habitual. (Para mais in-formações sobre viagens com o bebê, veja o capítulo 7.)

Situação 2: Você e sua filha de dez meses de idade estãopassando a noite na casa de amigos. Ela normalmente dormea noite toda, mas nessa ocasião acorda às três da manhã. Qualé a atitude moralmente correta para este caso? Acalmar a cri-ança e ajudá-la a pegar no sono outra vez. É verdade que, emcasa, ela provavelmente voltaria a dormir sozinha depois deuns cinco minutos de inquietação ou choro, mas vocês nãoestão em casa — são hóspedes na residência de outra pessoae sua filha está perturbando o sono de outros. Ao voltar paracasa, volte à rotina habitual e a criança acompanhará.

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A maior parte do dia será rotineira e previsível. No entan-to, haverá ocasiões em que você precisará ser mais flexíveldevido a circunstâncias extraordinárias. Sua vida será menostensa se você considerar o contexto de cada situação e agirapropriadamente para o bem de todos.

Resumo

O ser humano é, por natureza, uma criatura social, tanto no con-texto mais amplo da comunidade em que vive sua vida públicaquanto no contexto mais restrito da intimidade do seu mundoparticular. O ser humano precisa de alguém com quem possa com-partilhar a vida, ser completo e ter intimidade emocional, física eespiritual. Tudo isso leva ao casamento e à necessidade de protegê-lo. A educação centrada na criança e o legalismo não são benéficosnem para o seu casamento nem para os seus filhos. São práticasprejudiciais que devem ser evitadas para o bem da sua vida fa-miliar e dos seus filhos.

Perguntas para revisão

1. Que acontece quando uma criança percebe mais pon-tos fracos do que fortes no relacionamento de seuspais?

2. De que maneira a educação centrada na criança in-verte o processo natural de desenvolvimento moral?Explique.

3. Por que a pausa no sofá é tão importante?4. Quais as conseqüências do extremismo na educação

dos filhos?5. O que um legalista rejeita? Explique.