além de preservar a tradição, o saber e a cultura o artesanato é uma forma de gerar renda e...

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1578 Outubro/2014 São Domingos-PB O grupo de Mulheres Artesãs do Assentamento Paissandu, se encontra todos os dias. Elas representam milhares de mulheres no nosso Semiárido e são incentivos para melhorar a renda familiar com a venda de artigos artesanais produzidos por elas. E ao mesmo tempo, o espaço acolhedor, com rodas de conversa entre as mesmas, de forma dialógica, participativa e coletiva contribuindo efetivamente na autoestima e no protagonismo da mulher e proporcionando uma interação entre equipe e comunidade, visando atender as necessidades de mulheres donas de casa de diferentes faixas etárias e classes sociais levando seus produtos de artesanato nos diversos locais para as diversas pessoas. O grupo de mulheres foi formado em 2012, no Assentamento Paissandu município de São Domingos – PB, onde o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) sugeriu a Além de Preservar a Tradição, o Saber e a Cultura o Artesanato é uma forma de Gerar Renda e Reforçar os Laços de Amizade entre as Mulheres Artesãs. GRUPO DE MULHERES ARTESÃS FILHAS DA TERRA utilização de um recurso para a construção de uma Unidade Demonstrativa de Artesanato, onde na época alguns membros da equipe sentiram a necessidade de formar o grupo, pois elas viam a necessidade de criar uma autonomia e gerar uma renda entre elas. A partir daí, perceberam a importância de implementar e aumentar esse grupo que no início começou com 08 mulheres. Então, a partir daí, formou-se um o grupo das Mulheres Artesã Assentamento Paissandu, com mulheres que estavam interessadas e comprometidas, onde se reuniram para discutirem como seria a criação e andamento do mesmo, visando atender as necessidades de muitas donas de casa com os seus trabalhos de artesanato. O grupo das Mulheres Artesã do Assentamento Paissandu relata que todo o trabalho braçal para a construção da Unidade foi feito por elas mesmas e por algumas pessoas da própria comunidade que contribuíram nesse começo. O grupo existe há dois anos e durante esse tempo elas relatam que passaram por muitas dificuldades e uma série de preconceitos, iniciou com 08 mulheres e hoje só tem apenas 03, Francineide Alves Pereira (38 anos), Maria Edilange de Sousa Neves (44 anos) e Erian Miranda Costa de Andrade (45 anos) por que, as outras decidiram não continuar mais e seguir outros rumos. “Algumas pessoas da comunidade diziam que aqui ia servir para guardar capim, mais a gente lutou e batalhou para transformar no que temos hoje” Diz Erian Miranda. Elas sempre participam de feira e eventos para mostrar seus produtos artesanais, dentre elas, confecção de Cortinas, panos de prato, bonecas de pano, trabalhos em ponto cruz e bordados em fita. “Na oportunidade desses encontros, aproveitamos para trabalhar vários temas que Server para melhorar ainda mais os nossos conhecimentos”. Relata Francineide Alves. Os desafios sempre foram conseguir financiamento para comprar os materiais, trazer as mulheres para a Unidadee fazer com que elas permaneçam no grupo, então, o grupo decidiu fazer um empréstimo e com esse dinheiro angariar fundos revertidos para o próprio grupo também foi encontrado dificuldades em Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba Realização Apoio conseguir mais parcerias de profissionais para continuidade da formação das artesãs. O trabalho com o grupo de mulheres, muito favorece para melhorar e encorajar a outras mulheres a iniciar esse processo de trabalho, no que se refere principalmente a um olhar diferenciado, mais atencioso àquelas que se apresentam com um perfil de participar do mesmo, potencializando ainda mais o cuidado, tornando-as mais autônomas e corresponsáveis pelo desenvolvimento. A venda de materiais acontece porta a porta, por encomendas ou em feiras de exposição e vem contribuindo significativamente para a manutenção do grupo já que tem pouco incentivo e apoio. A renda mensal chega em média a R$ 1.000,00 reais. Com esse dinheiro é pago as contas do grupo e o que salda é para comprar mais material para a fabricação de novos item para o mês seguinte. Com isso o grupo já comprou um gela água, e umas cadeiras para melhorar o espaço de trabalho e para as reuniões, e equipamentos como máquina de costura e 02 ventiladores que foram doados. Durante esse tempo o grupo sempre se reuniu e as estratégias para mantê-lo vivo apesar de todos os desafios foi a valorização das diversas habilidades que algumas possuíam no sentido de estimular a criatividade das mesmas a partir do seu próprio conhecimento. Apesar de todas as dificuldades vivenciadas, buscaram em equipe a superação, propondo estratégias e soluções diante das situações apresentadas para melhorar o desenvolvimento das atividades, fortalecendo cada vez mais o grupo. Essas mulheres apresentam uma mudança significativa em suas vidas após se inserirem no grupo, cujos seus depoimentos afirmam que essas reuniões, eventos e capacitações que sempre existem se torna uma válvula de escape, um momento para aliviar suas angústias diárias e ganham forças para começar a enfrentar seus medos uma delas chega a relatar que antes existia certa resistência por parte dos seus esposos, mais hoje já está recebendo até incentivo de seu companheiro para participar do grupo por perceber uma grande melhora na sua vida. O resultado tem superado as expectativas do grupo, onde todos se mostram bastante participativos, viabilizando assim o crescimento a cada dia, conquistando e atraindo mais clientes, tanto pelo convite como pela visualização dos materiais. Atualmente as mesmas demonstram o prazer de participar do grupo e sentem-se em família, porque além da ocupação que os trabalhos oferecem, também há o resgate da autoestima, da construção de cidadania e do protagonismo de suas próprias vidas.

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O g r u p o d e M u l h e r e s A r t e s ã s d o Assentamento Paissandu, se encontra todos os dias. Elas representam milhares de mulheres no nosso Semiárido são incentivos para melhorar a renda familiar com a venda de artigos artesanais produzidos por elas.

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Page 1: Além de Preservar a Tradição, o Saber e a Cultura o Artesanato é uma forma de Gerar Renda e Reforçar

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1578

Outubro/2014

São Domingos-PB

O grupo de Mulheres Ar tesãs do Assentamento Paissandu, se encontra todos os dias. Elas representam milhares de mulheres no nosso Semiárido e são incentivos para melhorar a renda familiar com a venda de artigos artesanais produzidos por elas. E ao mesmo tempo, o espaço acolhedor, com rodas de conversa entre as mesmas, de forma dialógica, participativa e coletiva contribuindo efetivamente na autoestima e no protagonismo da mulher e proporcionando uma interação entre equipe e comunidade, visando atender as necessidades de mulheres donas de casa de diferentes faixas etárias e classes sociais levando seus produtos de artesanato nos diversos locais para as diversas pessoas.

O grupo de mulheres foi formado em 2012, no Assentamento Paissandu município de São Domingos – PB, onde o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) sugeriu a

Além de Preservar a Tradição, o Saber e a Cultura o Artesanato é uma forma de Gerar Renda e Reforçar os

Laços de Amizade entre as Mulheres Artesãs.

GRUPO DE MULHERES ARTESÃS FILHAS DA TERRA

utilização de um recurso para a construção de uma Unidade Demonstrativa de Artesanato, onde na época alguns membros da equipe sentiram a necessidade de formar o grupo, pois elas viam a necessidade de criar uma autonomia e gerar uma renda entre elas. A partir daí, perceberam a importância de implementar e aumentar esse grupo que no início começou com 08 mulheres.

Então, a partir daí, formou-se um o grupo das Mulheres Artesã Assentamento Paissandu, com mulheres que estavam interessadas e comprometidas, onde se reuniram para discutirem como seria a criação e andamento do mesmo, visando atender as necessidades de muitas donas de casa com os seus trabalhos de artesanato.

O grupo das Mulheres Artesã do Assentamento Paissandu relata que todo o trabalho braçal para a construção da Unidade foi feito por elas mesmas e por algumas pessoas da própria comunidade que contribuíram nesse começo.

O grupo existe há dois anos e durante esse tempo elas relatam que passaram por muitas dificuldades e uma série de preconceitos, iniciou com 08 mulheres e hoje só tem apenas 03, Francineide Alves Pereira (38 anos), Maria Edilange de Sousa Neves (44 anos) e Erian Miranda Costa de Andrade (45 anos) por que, as outras decidiram não continuar mais e seguir outros rumos. “Algumas pessoas da comunidade diziam que aqui ia servir para guardar capim, mais a gente lutou e batalhou para transformar no que temos hoje” Diz Erian Miranda.

Elas sempre participam de feira e eventos para mostrar seus produtos artesanais, dentre elas, confecção de Cortinas, panos de prato, bonecas de pano, trabalhos em ponto cruz e bordados em fita. “Na oportunidade desses encontros, aproveitamos para trabalhar vários temas que Server para melhorar ainda mais os nossos conhecimentos”. Relata Francineide Alves.

Os desafios sempre foram conseguir financiamento para comprar os materiais, trazer as mulheres para a Unidadee fazer com que elas permaneçam no grupo, então, o grupo decidiu fazer um empréstimo e com esse dinheiro angariar fundos revertidos para o próprio grupo também foi encontrado dificuldades em

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba

Realização Apoio

conseguir mais parcerias de profissionais para continuidade da formação das artesãs.O trabalho com o grupo de mulheres, muito favorece para melhorar e encorajar a outras mulheres a

iniciar esse processo de trabalho, no que se refere principalmente a um olhar diferenciado, mais atencioso àquelas que se apresentam com um perfil de participar do mesmo, potencializando ainda mais o cuidado, tornando-as mais autônomas e corresponsáveis pelo desenvolvimento.

A venda de materiais acontece porta a porta, por encomendas ou em feiras de exposição e vem contribuindo significativamente para a manutenção do grupo já que tem pouco incentivo e apoio. A renda mensal chega em média a R$ 1.000,00 reais. Com esse dinheiro é pago as contas do grupo e o que salda é para comprar mais material para a fabricação de novos item para o mês seguinte.

Com isso o grupo já comprou um gela água, e umas cadeiras para melhorar o espaço de trabalho e para as reuniões, e equipamentos como máquina de costura e 02 ventiladores que foram doados.

Durante esse tempo o grupo sempre se reuniu e as estratégias para mantê-lo vivo apesar de todos os desafios foi a valorização das diversas habilidades que algumas possuíam no sentido de estimular a criatividade das mesmas a partir do seu próprio conhecimento.

Apesar de todas as dificuldades vivenciadas, buscaram em equipe a superação, propondo estratégias e soluções diante das situações apresentadas para melhorar o desenvolvimento das atividades, fortalecendo cada vez mais o grupo.

Essas mulheres apresentam uma mudança significativa em suas vidas após se inserirem no grupo, cujos seus depoimentos afirmam que essas reuniões, eventos e capacitações que sempre existem se torna uma válvula de escape, um momento para aliviar suas angústias diárias e ganham forças para começar a enfrentar seus medos uma delas chega a relatar que antes existia certa resistência por parte dos seus esposos, mais hoje já está recebendo até incentivo de seu companheiro para participar do grupo por perceber uma grande melhora na sua vida.

O resultado tem superado as expectativas do grupo, onde todos se mostram bastante participativos, viabilizando assim o crescimento a cada dia, conquistando e atraindo mais clientes, tanto pelo convite como pela visualização dos materiais.

Atualmente as mesmas demonstram o prazer de participar do grupo e sentem-se em família, porque além da ocupação que os trabalhos oferecem, também há o resgate da autoestima, da construção de cidadania e do protagonismo de suas próprias vidas.