aleitamento materno: fatores …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até...

30
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO ALEITAMENTO MATERNO: FATORES RELACIONADOS AO DESMAME PRECOCE NAYANE ALVES DE OLIVEIRA Cuiabá-MT, 05 de outubro de 2018

Upload: others

Post on 23-Jul-2020

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

ALEITAMENTO MATERNO: FATORES RELACIONADOS AO

DESMAME PRECOCE

NAYANE ALVES DE OLIVEIRA

Cuiabá-MT, 05 de outubro de 2018

Page 2: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

ALEITAMENTO MATERNO: FATORES RELACIONADOS AO

DESMAME PRECOCE

NAYANE ALVES DE OLIVEIRA

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de

Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso

como parte dos requisitos exigidos para obtenção

do título de Bacharel em Nutrição, sob orientação

da professora Dra. Bruna Teles Soares Beserra.

Cuiabá-MT, 05 de outubro de 2018

Page 3: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

3

Page 4: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

ALEITAMENTO MATERNO: FATORES RELACIONADOS AO

DESMAME PRECOCE

NAYANE ALVES DE OLIVEIRA

Orientadora:

Professora Dra. Bruna Teles Soares Beserra

MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

Julgado em: 05/10/2018

Page 5: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

5

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

AC – Alimentação Complementar

AME – Aleitamento Materno Exclusivo

HUJM – Hospital Universitário Júlio Muller

IgA – Imunoglobulina A

IgM – Imunoglobulina M

IgC – Imunoglobulina C

MS – Ministério da Saúde

OMS – Organização Mundial da Saúde

PPAM – Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno

SUS – Sistema Único de Saúde

Page 6: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

6

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tipo de aleitamento materno, segundo faixa etária (n=28). Cuiabá – MT, 2018.

Tabela 2 – Consumo das crianças menores de seis meses de idade no primeiro dia em casa após

a alta hospitalar (n=15). Cuiabá – MT, 2018.

Tabela 3 - Alimentação das crianças nos últimos sete dias antes da entrevista, segundo a faixa

etária (n=28). Cuiabá – MT, 2018.

Tabela 4 - Duração do aleitamento materno exclusivo, segundo a faixa etária (n= 28). Cuiabá

– MT, 2018.

Tabela 5. Distribuição das crianças que receberam aleitamento materno, segundo faixa etária,

e o motivo do desmame (n=28). Cuiabá – MT, 2018.

Page 7: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

7

RESUMO

Introdução: A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo

exclusivo nos primeiros seis meses vida. Apesar dessa recomendação, a prevalência de desmame precoce no Brasil

continua alta. Objetivo Descrever os fatores relacionados ao desmame precoce relatado pelas mães das crianças

com até dois anos de idade. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado com as mães de

crianças com até dois anos de idade internados em um Hospital Universitário, no período de março de 2018 a

agosto de 2018. A coleta dos dados foi realizada por meio da aplicação de um questionário adaptado do Ministério

da Saúde, que foi direcionado as mães ou acompanhantes das crianças. Os dados foram descritos em porcentagem,

média (desvio padrão) e mediana (intervalo interquartil). Resultados: Foram coletados dados de 28 crianças, de

ambos os sexos. Em relação as crianças menores de seis meses de idade foi observado que 73,3% estavam em

aleitamento materno exclusivo. Já nas crianças maiores de seis meses, foi observado que nenhuma delas receberam

aleitamento materno exclusivo até os seis meses. Os dois principais motivos relatados pelas mães que as levaram

a deixar de ofertar o leite materno foram: rejeição das crianças a amamentação e a volta das mães ao trabalho.

Conclusão: A prevalência do aleitamento materno exclusivo foi baixa nas crianças avaliadas e a presença de

doença na cavidade oral das crianças, rejeição das crianças a amamentação, produção de pouco leite pelas mães e

a volta das mães ao trabalho foram os fatores que levaram ao desmame precoce.

PALAVRAS-CHAVE: aleitamento materno exclusivo; amamentação; desmame precoce.

ABSTRACT Introduction: The World Health Organization recommends breastfeeding for two years or more, being exclusive

in the first six months of life. Despite this recommendation, the prevalence of early weaning in Brazil remains

high. Objective To describe the factors related to early weaning reported by the mothers of children up to two

years of age. Methodology: This is a descriptive cross-sectional study carried out with the mothers of children up

to two years of age hospitalized in a University Hospital from March 2018 to August 2018. Data collection was

performed through the application of a questionnaire adapted from the Ministry of Health, which was directed to

the mothers or companions of the children. Data were described in percentage, mean (standard deviation) and

median (interquartile range). Results: Data were collected from 28 children of both sexes. Regarding children

under six months of age, 73.3% were exclusively breastfed. In children older than six months, it was observed that

none of them received exclusive breastfeeding until six months. The two main reasons reported by the mothers

that led them to stop breastfeeding were: rejection of the children to breastfeeding and return of the mothers to

work. Conclusion: The prevalence of exclusive breastfeeding was low in the evaluated children and the presence

of disease in the oral cavity of the children, rejection of the children breastfeeding, production of little milk by the

mothers and the return of the mothers to work were the factors that led to weaning precocious.

KEY WORDS: exclusive breastfeeding; breast-feeding; early weaning.

Page 8: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

8

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 9

2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 11

2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 11

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 11

3. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 12

3.1 ALEITAMENTO MATERNO E SEUS BENEFÍCIOS ................................................. 12

3.2 FATORES ASSOCIADOS AO DESMAME PRECOCE ......................................... 13

4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 16

4.1 TIPO, POPULAÇÃO E LOCAL DO ESTUDO ....................................................... 16

4.2 COLETA DE DADOS ............................................................................................... 16

4.3 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................... 16

4.4 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................ 17

5. RESULTADOS ................................................................................................................ 18

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO ESTUDO .................................... 18

5.2 INFORMAÇÕES SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO ........................................ 18

6. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 22

7. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 25

ANEXOS ................................................................................................................................. 28

ANEXO 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ................... 28

ANEXO 2 – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS ........................................... 29

Page 9: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

9

1. INTRODUÇÃO

Amamentar é muito mais do que nutrir a criança, uma vez que com a amamentação

torna-se possível um envolvimento e interação profunda entre mãe e filho, com repercussões

positivas em seu estado nutricional, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua

fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde

física e psíquica da mãe (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Além disso, o aleitamento materno

é reconhecido como o padrão alimentar capaz de diminuir a morbimortalidade e de assegurar o

crescimento físico adequado da criança (SOUZA et al., 2011).

Os primeiros anos de vida de uma criança, especialmente os dois primeiros, são

caracterizados por crescimento acelerado e enormes aquisições no intenso processo de

desenvolvimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Estima-se que, a amamentação tem o

potencial de reduzir em 13% as mortes em crianças menores de cinco anos. Assim como em 19

a 22% das mortes neonatais, principalmente se praticada na primeira hora de vida (VENANCIO

et al., 2010).

O aleitamento materno é um fator de proteção contra sobrepeso e obesidade em crianças

na idade pré-escolar, sugerindo desta forma, que crianças que recebem o aleitamento materno

exclusivo até os seis meses de vida, desenvolvem hábitos mais saudáveis de alimentação

(BALABAN et al., 2004). Adicionalmente, essas crianças apresentam menores índice de

sobrepeso, são mais nutridas e apresentam melhor desenvolvimento cognitivo (CARVALHO

et al., 2016).

É inquestionável a importância da alimentação da criança nessa fase, uma vez que

deficiências nutricionais ou condutas inadequadas quanto à prática alimentar podem levar a

prejuízos imediatos na saúde da criança, além de deixar sequelas futuras como retardo de

crescimento, atraso escolar e desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda aleitamento materno por dois anos

ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses (OMS, 2001). O governo brasileiro e órgãos

representativos no Brasil, também fazem esta recomendação e orientam a adequação das

práticas da alimentação complementar ao leite materno a partir dessa idade (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2013).

Diante disso, é importante ressaltar que todos os profissionais da saúde precisam estar

capacitados para oferecer todo o apoio necessário para as mães e recém-nascidos, antes e

durante o aleitamento materno. Tendo em vista que, todas as informações sobre este assunto

Page 10: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

10

devem ser repassadas antes mesmo do nascimento do lactente, para que haja um trabalho de

conscientização sobre os benefícios do aleitamento materno (BAVARESCO, 2014).

Apesar disso, acredita-se que para muitas mães a amamentação não é a alimentação base

dos bebês durante os seis primeiros meses. Tendo em vista que, um número significativo de

mães recorre muito cedo ao uso de outros alimentos na dieta dos filhos, iniciando a alimentação

complementar (AC) precoce e erroneamente (CARVALHO et al., 2016). Na literatura,

encontra-se que, geralmente, as mães tem noção das vantagens do aleitamento materno e apesar

disso referem que os motivos associados ao desmame precoce são doenças maternas ou da

criança e o trabalho fora do lar. No entanto, as razões apontadas mais frequentemente, talvez se

devam ao fato de que atualmente a mulher possui uma vivência mais ansiosa e tensa

(FALEIROS, TREZZA e CARANDINA 2006).

No município de Cuiabá – Mato Grosso, a prevalência de crianças menores de 6 meses

em amamentação exclusiva foi de 27,1%, de acordo com a II Pesquisa de Prevalência de

Aleitamento Materno (PPAM) em munícipios Brasileiros, no ano de 2008 (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2009), permanecendo distante do recomendado pela OMS (2008) que é de 50 - 100%

para ser considerado bom ou muito bom. Portanto, as ações de promoção, proteção e apoio ao

aleitamento materno exclusivo (AME) constituem uma prioridade de saúde pública a nível

mundial, atualmente o Brasil integra uma das linhas de cuidado prioritárias da Área Técnica de

Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde e faz parte do elenco de

estratégias para a redução da mortalidade infantil (BAVARESCO, 2014).

Nesse contexto, o presente trabalho busca investigar se as crianças com até 2 anos de

idade internadas no Hospital Universitário Júlio Muller em Cuiabá, apresentaram fatores de

risco para interrupção do aleitamento materno, já que não existem dados acerca do aleitamento

materno exclusivo nessa população.

Page 11: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

11

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Descrever os fatores relacionados ao desmame precoce relatado pelas mães das crianças

com até dois anos de idade, internadas em um Hospital Universitário.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Investigar o conhecimento das mães sobre a prática do aleitamento materno;

Verificar a prevalência do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade nas

crianças avaliadas;

Identificar os fatores relacionados ao desmame precoce.

Page 12: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

12

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 ALEITAMENTO MATERNO E SEUS BENEFÍCIOS

De acordo com o Ministério da Saúde (MS) (2009), o aleitamento materno representa

uma das experiências nutricionais mais precoces do recém-nascido, e é a mais sábia estratégia

natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para criança, além de constitui a mais sensível,

econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. O aleitamento

materno, permite ainda um grandioso impacto na promoção da saúde integral da dupla

mãe/bebê e regozijo de toda a sociedade. Segundo a OMS (1989) e o MS (2013), recomendam

aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até́ os dois anos ou mais.

O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor nutrição para a criança nos

primeiros seis meses de vida, tendo em vista que a amamentação é fundamental para um ótimo

desenvolvimento imunológico do bebê por meio da bioatividade do leite e do impacto no

desenvolvimento da microbiota intestinal saudável (ISOLAURI, 2012). Além disso, o leite

materno é o melhor alimento para os bebês por possuir efeito imunomodulador, protetor contra

infecções precoces, desenvolvimento cerebral e formação de hábitos alimentares saudáveis

(ODDY, 2017; KERZNER et al., 2015).

Vale destacar que, o leite materno possui numerosos fatores imunológicos que protegem

a criança. A imunoglobulina A (IgA) secretora é o principal anticorpo, que confere

imunoproteção contra a aderência ou penetração no trato gastrointestinal por patógenos e pela

fagocitose ou citotoxicidade de patógenos. A concentração de IgA é maior no colostro de leite

maduro, diminuindo ao longo do primeiro mês e permanecendo contante a partir de então,

fornecendo imunoproteção importante (DIETERICH et al., 2013).

Além da IgA, o leite materno possui outros fatores de proteção como a imunoglobulina

M (IgM), imunoglobulina C (IgC), macrófagos, neutófilos, linfócitos B e T, lactoferrina,

lisosima e fator bifído. O fator bifído, atua favorecendo o crescimento do Lactobacilus bifidus,

que é uma bactéria não patogênica capaz de acidificar as fezes, dificultando a instalação de

bactérias que causam diarréia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Assim, a amamentação é capaz de promover menores taxas de diarreia, como também

menores taxas de infecções do trato respiratório e de outras infecções, contribuindo desta forma,

com a menor mortalidade infantil por doenças infeciosas (SANTOS et al., 2015). A introdução

de alimentos quando realizada de forme precoce, ou seja, anteriormente ao sexto mês de vida

Page 13: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

13

da criança, está relacionada com o aumento de risco e da frequência de infecções

gastrointestinais, devido à diminuição dos fatores protetores do leite materno e à introdução de

água e alimentos que podem ser veículos de agentes patogênicos (SCHINCAGLIA, 2015).

Vale ressaltar que as crianças amamentados exclusivamente por seis meses e

amamentados por até 12 meses de idade, possuem menores taxas de hospitalização por doença

diarreica em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). A diarreia é considerada um grave

problema de saúde pública, sendo a segunda maior causa de hospitalização infantil superada

apenas por infecções respiratórias, que são considerada a principal causa de mortalidade infantil

(BOCCOLLINI e BOCCOLLINI, 2011).

Além disso, estudos mostram que crianças menores de seis meses de idade, alimentadas

com fórmula láctea, quando comparadas com crianças alimentadas com leite materno possui

uma microbiota intestinal mais saudável, e essa microbiota está relacionada a um menor risco

de desenvolvimento de doenças alérgicas, devido a maior diversidade bacteriana

(ADLERBERTH et al., 2007; WANG et al., 2008).

Na literatura, são fortes as evidências do efeito protetor do leite materno contra a

obesidade. Desta forma, a introdução precoce e inadequada de alimentos pode desencadear o

início da obesidade já no primeiro ano de vida, pois, tornam as crianças mais suscetíveis à

exposição ao ambiente obesogênico (MASQUIO, GANEN e DÂMASO, 2014). A possível

causa de obesidade precoce, pode estar associada a interrrupção da amamentação e a adoção de

fórmulas lácteas artificiais, elevando assim o consumo energético infantil em 15-20%

(ANDRADE et al., 2015).

3.2 FATORES ASSOCIADOS AO DESMAME PRECOCE

Segundo a OMS (2002), a diminuição da oferta de leite materno e a introdução de

líquidos ou sólidos na dieta das crianças antes dos seis meses de vida caracterizam o início do

desmame precoce. Quando alimentos complementares são introduzidos precocemente, além de

haver uma redução no tempo de aleitamento, há também uma interferência na absorção de

nutrientes importantes presentes no leite materno, como ferro e zinco (ARANTES 2011).

A PPAM realizada nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, mostrou que o tempo

médio do período de AME no país aumentou um mês e meio, passando de 296 dias em 1999

para 342 dias, em 2008. A PPAM revelou também, um aumento do índice de AME em crianças

menores de quatro meses, sendo de 35% em 1999, passou para 52% em 2008 (MINISTÉRIO

DA SAÙDE, 2009).

Page 14: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

14

Apesar da amamentação ser uma ação determinada biologicamente, depende de fatores

que podem estar relacionados à mãe, como: a idade, nível de escolaridade, o querer amamentar,

o conhecimento em relação à amamentação, produção insuficiente de leite, bem como, fatores

relacionados à criança e ao meio ambiente, como as condições de nascimento e pós-parto, e há

também fatores ambientais, como o trabalho materno e circunstâncias da vida diária. Além

disso, os serviços de saúde, condições socioeconômicas, as crenças e a indústria de leite

artificial também podem interferir no processo de amamentação (SANTOS et al, 2015).

Diversos estudos têm procurado analisar os fatores associados ao desmame precoce e

referem resultados como: leite insuficiente, pouco leite, choro do bebê, cansaço materno, má

progressão do peso da criança, bloqueio dos ductos, ingurgitamento mamário e mastite

(ÓRFÃO, 2006; SANDES, 2007).

O meio em que a nutriz está inserida também pode influenciar diretamente na

amamentação, podendo gerar cansaço e desgaste nas puérperas, e desta forma dificultando o

enfrentamento das intercorrências comuns no início da amamentação. Nesse caso, os pro-

fissionais de saúde devem incentivar e valorizar a presença do parceiro e/ou familiares nas

consultas e atividades em grupo, incluindo-os na responsabilidade do apoio a puérpera e ao

aleitamento materno (ANDRADE et al., 2015).

Souza et al. (2011), identificou em um estudo realizado com 176 cuidadores de crianças

menores de seis meses assistidos pelas unidades de saúde do Riacho Fundo II – Distrito Federal,

que 54,5% das crianças não estavam em AME. Os motivos alegados para introdução precoce

de alimentos foram: trabalho materno (25%), hipogalactia (21,2%) e insaciedade da criança

(10,6%). Quanto aos motivos para introdução de água/chá prevaleceram a sede da criança

(11,4%) e a cólica (10,8%)

Para conhecer as razões que levam ao abandono do aleitamento materno exclusivo,

Henriques e Martins (2011), realizaram um estudo com 23 mães que abandonaram o

aleitamento materno antes do quarto mês da vida, e identificaram que as principais razões para

o abandono precoce do AME, apontados pelas mães, foram o choro intenso do bebê e o leite

insuficiente da mãe.

Escobar et al. (2002) identificou, através do seu estudo com uma amostra de 599

crianças e seus responsáveis, que 38,9% das mães referiram que o leite era "fraco", ou "secou"

ou que a criança "largou" o peito. Além disso, a maior escolaridade da mãe e presença de rede

de esgoto mostraram relação com maior tempo de aleitamento. Cavalcanti et al. (2015)

identificou que mulheres adolescentes (<20 anos) amamentaram seus filhos por menos tempo

do que as adultas.

Page 15: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

15

Diante disso, os autores Almeida et al. (2015) afirmam que as ações de incentivo,

promoção e apoio ao aleitamento materno devem ocorrer durante o pré-natal, o pré-parto, o

nascimento e puerpério. Além disso, torna-se essencial que os profissionais de saúde que estão

diretamente em contato com a gestante, durante cada etapa da gestação e puerpério,

desenvolvam este papel de acolhimento, esclarecimento de dúvidas, incentivando a troca de

experiências, e faça sempre que necessário uma avaliação singular de cada caso.

Vale ressaltar, que apesar da propagação frequente de informações sobre a importância

do aleitamento materno, que são fornecidas pela mídia nos dias atuais, no pré-natal, cursos de

gestantes, cartazes e folhetos disponíveis nos serviços de saúde, é no puerpério que a nutriz

necessita de orientação, apoio e assistência do profissional habilitado (ANDRADE et al., 2015).

Diante do exposto, é necessário conhecer os fatores que levam o desmame precoce em

crianças, uma vez que essa informação irá contribuir com as políticas públicas de incentivo ao

aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e complementado até os dois anos ou

mais.

Page 16: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

16

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 TIPO, POPULAÇÃO E LOCAL DO ESTUDO

Estudo transversal descritivo, realizado em crianças internadas na Clínica da Pediatria

do Hospital Universitário Júlio Muller de Cuiabá – Mato Grosso.

A amostra do estudo foi constituída por crianças com até dois anos de idade internados

na Clínica Pediátrica do HUJM no período de março de 2018 a agosto de 2018. O método de

amostragem foi não probabilístico por conveniência.

Os critérios de inclusão foram crianças com até dois anos de idade internadas na Clínica

Pediátrica do HUJM.

4.2 COLETA DE DADOS

O instrumento de coleta de dados (ANEXO 2) foi um questionário adaptado adotado

pelo Ministério da Saúde para realização da II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno

nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal (II PPAM/Capitais e Distrito Federal), em 2008, e

recomendado pela OMS, que foi direcionado aos usuários, mais especificamente as mães ou

acompanhantes das crianças com até dois anos de idade, sendo o mesmo aplicado pela

pesquisadora (Ministério da Saúde, 2009; OMS, 1992)

O questionário é composto por perguntas fechadas em sua maioria, e inclui questões

relativas ao: sexo da criança, idade, tipo de parto, início do aleitamento, alimentação atual da

criança, uso de mamadeira e chupeta, perfil nutricional da criança, época do desmame e da

introdução de outros alimentos, idade materna, escolaridade, trabalho materno, pré-natal e

dados socioeconômicos.

4.3 ANÁLISE DOS DADOS

As análises de dados foram realizadas no programa STATA versão 11.0. As variáveis

contínuas foram sintetizadas em média e desvio padrão quando a distribuição foi simétrica ou

mediana e intervalo interquartil quando a distribuição foi assimétrica. Em contrapartida, as

variáveis categóricas foram descritas em categorias e frequência. Para avaliação da normalidade

dos dados foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk, se o resultado do teste de Shapiro-Wilk fosse

<0,05, rejeitava-se a normalidade dos dados.

Page 17: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

17

4.4 ASPECTOS ÉTICOS

O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Mato

Grosso através do parecer de número 2.671.969. Para os indivíduos aptos a participar da

pesquisa, foi apresentada à proposta do trabalho e efetuada o convite de participação para a mãe

ou acompanhante. A assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ocorreu neste

mesmo momento (ANEXO 1).

Page 18: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

18

5. RESULTADOS

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO ESTUDO

Foram coletados dados de 28 crianças, sendo que 32,1% eram do sexo masculino e

67,9% do sexo feminino. A maioria dos questionário foram respondidos pelas mães das crianças

(96,4%). A média de idade das mães foi de 27,2 ± 6,3 anos e 18,5% das mães entrevistadas

eram primíparas enquanto que 81,5% já tinham outros filhos. A mediana de idade das crianças

foi de 5 (1 ; 9,5) meses de vida.

Com relação a escolaridade materna, foi possível observar que 77,8% das mães tinham

o ensino médio completo, 7,4% tinham o ensino fundamental completo, 7,4% o ensino superior

incompleto e 7,4% o ensino superior completo. Sobre o trabalho, 33,3 % das mães estavam

trabalhando fora de casa, 51,9% não estavam trabalhando e 14,8% estavam de licença

maternidade.

Além disso, a maioria das crianças (75%) nasceram em Cuiabá, sendo que 42,9%

nasceram no Hospital Santa Helena, 14,3% nasceram no Hospital Universitário Júlio Muller e

no Hospital Geral Universitário e 3,6% nasceram no Hospital Femina. Apenas 32,1% das

crianças residem no município de Cuiabá e 67,9% das crianças são de outros municípios do

Estado de Mato Grosso.

A média do peso ao nascer das crianças foi de 3,003 ± 0,48 kg, dados esses que foram

coletados apenas de 23 acompanhantes, tendo em vista que 5 não souberam informar o peso ao

nascer. A maioria das crianças nasceram de parto normal (60,7%), enquanto que 39,3%

nasceram de parto cesárea.

De todas as crianças avaliadas nesse estudo, 92,9% realizam a consulta médica de rotina

na rede pública (Sistema Único de Saúde) e 7,1% em serviço particular ou convênio.

5.2 INFORMAÇÕES SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO

De todas as mães entrevistadas, 81,5% (n=23) disseram ter recebido orientações sobre

a importância do aleitamento materno durante o pré-natal e 18,5% (n=5) não receberam

informações. Foi possível observar que 67,9% (n=19) das crianças mamaram na primeira hora

de vida, sendo que dessas crianças 73,7% (n=14) nasceram de parto normal e 26,3% (n=5) de

parto cesárea.

Page 19: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

19

A tabela 1 mostra os resultados obtidos sobre a prevalência do aleitamento materno

exclusivo e aleitamento materno de todas as crianças avaliadas. Foi possível perceber que

apenas 39,3% (n=11) das crianças avaliadas tiveram aleitamento materno exclusivo até os seis

meses de idade. É oportuno mencionar que, uma criança com idade menor que seis meses nunca

mamou, devido a presença de lábio leporino.

Tabela 1 - Tipo de aleitamento materno, segundo faixa etária (n=28). Cuiabá – MT, 2018.

Tipo de Aleitamento

Crianças menores de seis

meses (n=15)

% n

Crianças maiores de seis

meses (n=13)

% n

Aleitamento Materno

Exclusivo até os seis meses

73,3 11 0 0

Aleitamento Materno 20 3 23,1 3

Fonte: Do autor

Para as crianças menores de seis meses de idade (n=15), foram feitas perguntas

relacionadas ao primeiro dia em casa após a alta hospitalar, os resultados estão apresentados

logo abaixo na tabela 1.

Tabela 2 – Consumo das crianças menores de seis meses de idade no primeiro dia em casa após

a alta hospitalar (n=15). Cuiabá – MT, 2018.

Alimentação % n

Leite Materno 80 12

Fórmula láctea 6,7 1

Água 6,7 1

Chá 0 0

Fonte: Do autor

Também foram analisadas as informações sobre a alimentação das crianças nos últimos

7 dias antes da entrevista (Tabela 2). Vale destacar que, das crianças que se alimentaram de

comida salgada, 46,2% (n=6) já recebiam alimentação igual à da família e 38,5% (n=5) eram

preparadas exclusivamente para criança.

Page 20: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

20

Tabela 3 - Alimentação das crianças nos últimos sete dias antes da entrevista, segundo a faixa

etária (n=28). Cuiabá – MT, 2018.

Alimentação

Crianças menores

de seis meses (n=15)

% n

Crianças maiores de

seis meses (n=13)

% n

Mingau doce ou salgado 6,7 1 30,8 4

Fruta em pedaço ou amassada 0 0 84,6 11

Comeu comida salgada 0 0 84,6 11

Suco industrializado 0 0 7,7 1

Refrigerante 0 0 15,4 2

Água 13,3 2 92,3 12

Chá 0 0 15,4 2

Bolacha ou salgadinho 0 0 38,5 5

Mamadeira ou chuquinha 20 3 76,9 10

Fonte: Do autor

A duração do aleitamento materno exclusivo e o motivo pelo qual as crianças deixaram

de mamar, estão apresentadas na tabela 4 e 5, respectivamente.

Tabela 4 - Duração do aleitamento materno exclusivo, segundo a faixa etária (n= 28). Cuiabá

– MT, 2018.

Duração do aleitamento

materno exclusivo

Crianças menores de

seis meses (n=15)

% n

Crianças maiores de

seis meses (n=13)

% n

1 mês 13,3 2 15,4 2

2 meses 6,7 1 23,1 3

3 meses 0 0 23,1 3

4 meses 0 0 7,7 1

5 meses 0 0 0 0

Nunca mamou 6,7 1 7,7 1

Fonte: Do autor

Foi possível observar que 67,9 % das crianças avaliadas foram colocadas para mamar

na primeira hora de vida.

Das crianças que receberam o aleitamento materno (n=26), 53,84% (n=14) realizaram a

introdução de água antes dos seis meses de idade.

A prevalência do aleitamento materno até os dois anos de idade foi de 3,57% (n=1),

sendo que apenas 10,7% (n=3) das crianças que estavam em aleitamento materno eram maiores

de seis meses de idade.

Page 21: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

21

Tabela 5. Distribuição das crianças que receberam aleitamento materno, segundo faixa etária,

e o motivo do desmame (n=28). Cuiabá – MT, 2018.

Motivo

Crianças menores de

seis meses (n=15)

% n

Crianças maiores de

seis meses (n=13)

% n

Rejeição das crianças a

amamentação

6,6 1 30,7 4

Volta das mães ao trabalho 0 0 15,4 2

Produção de pouco leite pelas mães 0 0 23,1 3

Doença na cavidade oral das

crianças

6,6 1 7,7 1

Fonte: Do autor

O presente estudo demonstrou que a prevalência do AME conforme a escolaridade

materna das mães entrevistadas foi de 50% (n=1) entre as que possuíam ensino fundamental

completo, de 42,8% (n=9) entre as que tinham o ensino médio completo e de 0% (n=0) entre as

que tinham o ensino superior completo.

Page 22: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

22

6. DISCUSSÃO

Esse trabalho identificou alguns fatores relatados pelas mães e/ou acompanhantes que

influenciaram no desmame precoce de crianças com até 2 anos de vida, no qual foi possível

observar que a presença de doença na cavidade oral das crianças, rejeição das crianças a

amamentação, produção de pouco leite pelas mães e a volta das mães ao trabalho, como uns

dos principais motivos que levaram ao desmame precoce. Outros estudos realizados no Brasil

apontaram a produção de pouco leite e produção de leite fraco como os principais fatores que

levaram ao desmame precoce (ESCOBAR et al., 2002 e GALVÃO, 2006).

Vale ressaltar que, apesar das maiorias das mães do presente estudo, estarem cientes

sobre os benefícios do aleitamento materno, ainda encontrou-se crianças que tiveram o

desmame precoce, talvez um dos fatores que possa justificar esse fato, é a ausência de

acompanhamento das mães no puerpério por profissionais de saúde que possa lhe auxiliar na

amamentação, no sentido de esclarecer dúvidas e motiva-las para continuar com o aleitamento

materno. Como também a valorização da presença do parceiro e/ou familiares nas consultas de

pré natal para que assim eles consigam auxiliar a puérpera (ANDRADE et al., 2015).

Considerando a amostra total do presente estudo, apenas 39,3% (n=11) das crianças

tiveram aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, prevalência essa que

caracteriza índice de diagnóstico ruim segundo a OMS (2008). Fato semelhante aconteceu na

PPAM em munícipios Brasileiros, realizada em 2008, no qual identificou no município de

Cuiabá – MT a prevalência de 27,1% do AME em crianças menores de seis meses de idade.

Destaca-se que, a oferta precoce do leite materno, em especial na primeira hora de vida,

tem sido associada à redução da mortalidade neonatal (EDMOND et al., 2006 e MULLANY et

al., 2008). Além disso, estudos tem demonstrado que há grande influência entre a mamada na

primeira hora e a duração do aleitamento materno, isso pode ser explicado tanto pela criação

do maior vínculo com a criança, ou pelo desenvolvimento da mãe e do recém-nascido sobre as

habilidades de mamar (SOUZA et al., 2011 e MARTINS FILHO 2002).

Em relação a variável mamada na primeira hora de vida, a prevalência encontrada neste

estudo é considerada um bom indicador, de acordo com a OMS (2008), uma vez que a

prevalência está entre 50-89%.

A relação entre a escolaridade materna e o tempo de AME na literatura acaba sendo um

pouco complexa, tendo em vista que, alguns estudos não tenham evidenciado associação entre

esses fatores e várias referências indicam que um nível de escolaridade elevado da mãe

aumentam os índices de AME. No entanto, o estudo de Damião (2008), realizado no Município

Page 23: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

23

do Rio de Janeiro, concluiu que quanto maior a escolaridade materna maior a prevalência do

AME, resultado contrário ao que encontramos neste estudo.

A duração do aleitamento materno até os dois anos de idade encontrada neste estudo,

está muito distante do recomendado pela OMS (1989), tendo em vista que, houve o início da

alimentação complementar mas não foi dada continuidade no aleitamento materno. Entretanto,

mesmo recebendo outros alimentos, a criança deve continuar mamando no peito até os dois

anos ou mais.

Pode-se considerar que a desinformação das mães a respeito da não necessidade de

introdução de água na dieta da criança antes dos seis meses, faz com que as mães tenham

percepções subjetivas sobre a necessidade de água ou chás, como sede e cólica do lactente. Vale

ressaltar, entretanto, que o leite materno é capaz de manter a hidratação da criança, pois 89%

de sua composição é água (SOUZA et al., 2011).

Além disso, o presente estudou constatou que não houve introdução precoce da

alimentação complementar em criança menores de seis meses de idade, quando se tratava de

alimentos semissólidos ou sólidos, contrapondo ao que foi identificado por Silveira e

Lamounier (2002) na região do Alto Jequitinhonha, em Minas Gerais.

Os resultados do presente estudo vão de encontro aos da II PPAM, onde o consumo de

refrigerantes foi de 11,6% e bolachas e/ou salgadinhos de 71,7% entre crianças de 9 a 12 meses

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Sabe-se que a introdução de alimentos ultraprocessados,

já no primeiro ano de vida, influencia na formação de hábitos alimentares não saudáveis,

predisposição para obesidade e doenças crônicas não transmissíveis (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2013; SILVEIRA, 2007).

Page 24: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

24

7. CONCLUSÃO

Apesar da maioria das mães conheceram a importância do leite materno e terem iniciado

o aleitamento materno, a prevalência do aleitamento materno exclusivo até os seis meses foi

baixa nas crianças avaliadas. De acordo com o que foi relatado durante a entrevista, os fatores

que levaram ao desmame precoce foram a presença de doença na cavidade oral das crianças,

rejeição das crianças a amamentação, produção de pouco leite pelas mães e a volta das mães ao

trabalho.

Page 25: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADLERBERTH, I., et al. Gut microbiota and development of atopic eczema in 3 European birth cohorts.

J Allergy Clin Immunol.; v. 120, p. 343–350, 2007.

ALMEIDA, J. M., et al. Apoio ao aleitamento materno pelos profissionais de saúde: revisão integrativa

da literatura. Rev. Paul. Pediatr.; v. 33, n. 3, p. 355-362. jun. 2015.

ANDRADE, R. D., et al. Fatores relacionados à saúde da mulher no puerpério e repercussões na saúde

da criança. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem., v. 19, n. 1., jan-mar. 2015.

ARANTES, C. I. S. et al. Aleitamento materno e práticas alimentares de crianças menores de seis meses

em Alfenas, Minas Gerais. Re. Nutr. Campinas. v. 24, n. 3, p. 421-429, mai. – jun., 2011.

BALABAN, G. et al. O aleitamento materno previne o sobrepeso na infância? Rev. Bras. Saúde Mater.

Infant., Recife, v. 4, n. 3, p. 263-268, Set. 2004. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1519-38292004000300006&script=sci_abstract&tlng=pt>.

Acesso em: 26 de set. 2017.

BAVARESCO L. O aleitamento materno e o desenvolvimento cognitivo. 2014. (Monografia) - Santa

Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Enfermagem; 2014.

BOCCOLINI, C. S.; BOCCOLINI, P. M. M. Relationship Between Breastfeeding and Hospitalization

Due to Diarrheal Diseases Among Children Under one Year of Life in Brazilian State Capitals and the

Federal District, 2008. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 20, n. 1, p. 19-26, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde

da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília, DF;

2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à saúde. Departamento de Ações Programáticas e

Estratégicas. II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito

Federal. Brasília, DF; 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Dez passos para uma alimentação

saudável: Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília, DF, 2013.

CARVALHO, J. et al. Conhecimento das mães sobre aleitamento materno exclusivo e alimentação

complementar. Saúde em Redes. v. 2 n. 4, p. 383-392, 2016.

CAVALCANTI, S. H. et al. Fatores associados à prática do aleitamento materno exclusivo por pelo

menos seis meses no estado de Pernambuco. Rev Bras Epidemiol. v. 18, n. 1, p. 208-219. Jan. – mar.

2015.

DAMIÃO, J. J. Influência da escolaridade e do trabalho materno no aleitamento materno exclusivo. Rev

Bras Epidemiol.; v. 11, n. 3, p. 442-52, 2008.

DIETERICH, M et al. Breastfeeding acand Health Outcomes for the Mother-Infant Dyad. Pediatr Clin

North Am.; v. 60, n. 1, p. 31-48, Feb. 2013.

EDMOND, K.M et al. Delayed breastfeeding initiation increases risk of neonatal mortality. Pediatrics.;

v. 117, n. 3, 2006.

Page 26: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

26

ESCOBAR, A. M. U. et al. Aleitamento materno e condições socioeconômico-culturais: fatores que

levam ao desmame precoce. Rev. bras. Saúde matern. Infant., v. 2, n. 3, p. 253-261. set. -dez., 2002.

FALEIROS, F. T. V.; TREZZA, E. M. C; CARNDINA, L. Aleitamento materno: fatores de influência

na sua decisão e duração. Rev. Nutr., v. 19, n. 5, p. 623-630. set-out., 2006.

GALVÃO, D. Amamentação bem sucedida: alguns fatores determinantes. Lisboa: Lusodidata; p.

216, 2006.

HENRIQUE, S. N., MARTINS, R. M. L. Aleitamento materno: o porquê do abandono. Millenium. v.

40, p. 39-51, 2011.

ISOLAURI, E. Development of healthy gut microbiota early in life. J Pediatr Child Health; v. 48 n.

3, p 1–6, 2012.

KERZNER, B. et al. A practical approach to classifying and managing feeding difficulties. Pediatrics.

Washington, 2015; v. 13, n. 2, p. 344-353.

MARTINS FILHO, J. Evolução do aleitamento materno no Brasil. Cited in: REGO JD. Aleitamento

materno. São Paulo: Atheneu; p. 21-34, 2002.

MASQUIO, D. C. L., GANEN, A. P., DÂMASO, A. R. Influência do aleitamento materno na obesidade

e fatores de risco cardiovascular. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 6, n. 2, p. 598-616, 2014.

MULLANY, L.C et al. Breast-feeding patterns, time to initiation, and mortality risk among newborns

in Southern Nepal. J Nutr.; v. 138, n. 3, p. 599-603, 2008.

ODDY, W. H. Breastfeeding, Childhood Asthma, and Allergic Disease. Ann Nutr Metab.; v. 70, n. 2,

p. 26–36, May. 2017.

ÓRFÃO, A. Avaliação dos primeiros 1000 casos do Cantinho da Amamentação. Revista APEO v. 6,

2006.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Proteção, Promoção e Apoio ao Aleitamento Materno:

o papel especial dos serviços materno-infantis: Uma Declaração conjunta OMS/UNICEF.

Genebra: OMS: 1989.

SANDES, A. R, et al. Aleitamento materno: prevalência e fatores condicionantes. Acta Med Port, v.

20 n. 3, p. 193-20, Maio-Jun. 2007.

SANTOS, F. S, et al. Breastfeeding and protection against diarrhea: an integrative review of literature.

Einstein (São Paulo), São Paulo, v. 13, n. 3, p. 435-440, Sept. 2015.

SCHINCAGLIA, R. M., et al. Práticas alimentares e fatores associados à introdução precoce da

alimentação complementar entre crianças menores de seis meses na região noroeste de Goiânia.

Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 24, n. 3, p. 465-474, jul-set 2015.

SILVEIRA, F.J.F.; LAMOUNIER, J.A. Prevalência do aleitamento materno e práticas de alimentação

complementar em crianças com até 24 meses de idade na região do Alto Jequitinhonha, Minas Gerais.

Rev. Nut., Campinas, v. 17, n. 4, p. 437-47, out-dez 2004.

SILVEIRA, P.P. Developmental Origins of Health and Disease (DOHaD). Jornal de pediatria, v. 83,

n. 6, p. 494-504, 2007.

Page 27: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

27

SOUZA, N. et al. Aspectos envolvidos na interrupção do aleitamento materno exclusivo. Com. Ciências

Saúde. Brasília, v. 22 n.4 p. 231-238, Abr. 2011.

VENANCIO, S. et al. A prática do aleitamento materno nas capitais brasileiras e Distrito Federal:

situação atual e avanços. J Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 86, n. 4, p. 317-324, Ago. 2010.

WANG, M. et al. Reduced diversity in the early fecal microbiota of infants with atopic eczema. J

Allergy Clin Immunol v. 121, p. 129–134, 2008.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Department of Nutrition for Health and Development. The

optimal duration of exclusive breastfeeding: report of an expert consultation. Geneva: World Health

Organization; 2002.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Indicators for assessing breastfeeding practices. Update.

Programme Control Diarrhoeal. Dis 1992; (10):1-4

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Indicators for assessing infant and young child feeding

practices: conclusions of a consensus meeting held 6–8 November 2007. Washington, D. C., 2008.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. The optimal duration of exclusive breastfeeding: report of an

expert consultation. Geneva. 2001.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. The optimal duration of exclusive breastfeeding a systematic

review. 2002. [cited 2009 Feb 11]. Available from: <http://www.who.int>.

Page 28: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

28

ANEXOS

ANEXO 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado(a) participante:

Sou estudante do curso de graduação na Faculdade de Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso. Estou realizando uma pesquisa sob orientação do Professor Wesley

Santana Correa de Arruda, cujo objetivo é identificar os fatores relacionados ao desmame

precoce em crianças menores de dois anos de idade, internadas no Hospital Universitário Júlio

Muller de Cuiabá – Mato Grosso.

Sua participação envolve responder um questionário, sobre a alimentação da criança

internada.

A participação nesse estudo é voluntária e se você decidir não participar ou quiser

desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de fazê-lo.

Na publicação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será mantida no mais

rigoroso sigilo. Serão omitidas todas as informações que permitam identificá-lo(a).

Mesmo não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você estará

contribuindo para a compreensão do fenômeno estudado e para a produção de conhecimento

científico.

Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pelo(s) pesquisador(es),

através do e-mail [email protected].

Atenciosamente,

___________________________

Discente: Nayane Alves de Oliveira

____________________________

Cuiabá - MT / /

__________________________________________________

Orientador: Wesley Santana Correa de Arruda

Consinto em participar deste estudo e declaro ter recebido uma cópia deste termo

de consentimento.

_____________________________

Nome e assinatura do participante ______________________________

Cuiabá - MT / /

Page 29: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

29

ANEXO 2 – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS

1. Data:

2. Município:_________________________________ 3. UF:_________

4. Data de nascimento da criança: / /

5. Sexo da criança: ( ) masculino ( ) feminino

6. A Sra. é mãe desta criança? ( ) sim ( ) não

7. A criança mora nesta cidade? ( ) sim ( ) não

- O (A) senhor (a) pode me dizer quais alimentos a criança tomou ou comeu nos

últimos 7 dias? (Q. 8 à Q. 23)

8. Tomou leite de

peito?

( ) sim ( ) não (passe p/ Q.10) ( ) não sabe (passe

p/ Q.10)

9. Quantas vezes? _____________ ( ) não sabe

10. Tomou água? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe

11. Tomou chá? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe

12. Tomou outro leite? ( ) sim ( ) não (passe p/ Q.14) ( ) não sabe (passe

p/ Q.14)

13. A criança recebeu

outro leite:

( ) só durante o dia ( ) só à noite ( ) de dia e de noite

( ) não sabe

14. Tomou mingau doce ou

salgado?

( ) sim ( ) não ( ) não sabe

15. Comeu fruta em pedaço ou

amassada?

( ) sim ( ) não ( ) não sabe

16. Comeu comida salgada? (de panela,

papa, sopa)

( ) sim ( ) não (passe p/ Q.20) ( )

não sabe (passe p/ Q.20)

17. Quantas vezes? ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ou mais ( ) não sabe

(passe p/ Q.20)

18. A comida oferecida foi: (Leia as alternativas. Se necessário marque mais de

uma alternativa)

( ) Igual à da família?

( ) Preparada exclusivamente para a criança?

( ) Industrializada?

( ) Não sabe

19. A comida oferecida foi: (Leia as alternativas. Se necessário marque mais de

uma alternativa)

( ) Em pedaços?

( ) Amassada?

( ) Passada pela peneira?

( ) Liquidificada?

( ) Não sabe

20. Tomou suco industrializado? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe

21. Tomou refrigerante? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe

22. Comeu bolacha ou salgadinho? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe

23. Usou mamadeira ou chuquinha? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe

Page 30: ALEITAMENTO MATERNO: FATORES …...aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor

30

Fazer as perguntas do quadro abaixo para todas as crianças menores de 2 anos

(Q. 24 à 32)

24. Em que hospital esta criança nasceu? _________________________________

( ) Nasceu em casa ( ) Não sabe

25. Em que Município esta criança nasceu? ______________________________

26. Qual foi o tipo de parto? ( ) Normal ( ) Fórceps ( ) Cesárea ( ) Não

sabe

27. A criança mamou na primeira hora de vida,

na sala de parto?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não

sabe

28. A criança mamou até que idade? _______________________________

29. Porque parou de mamar?________________________________________

30. Com que idade a criança começou a tomar chá, suco, água ou refrigerante?

____________________________________________________________________

31. Qual o peso desta criança ao nascer? ___________ gramas (anote da caderneta)

( ) não sabe

32. Onde costumam levar a criança para

consulta médica de rotina?

(assinale apenas uma alternativa)

( ) Serviço particular ou convênio

( ) Rede Pública

___________________

( ) Não Sabe

Fazer as perguntas do quadro abaixo para as crianças menores de 6 meses de

idade (Q. 33-36)

No primeiro dia em casa, após alta da maternidade a criança:

33. Mamou no peito? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe

34. Tomou outro leite? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe

35. Tomou água? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe

36. Tomou chá? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe

Fazer as perguntas abaixo quando o acompanhante for a mãe da criança

(Q.37 – 43)

37. Qual é a idade da Sra.? _________ (Anos completos) ( ) Não sabe

38. Está criança é o primeiro filho?

39. A Sra. sabe ler e escrever?

40. Qual a sua escolaridade?

( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio ( ) Ensino superior incompleto ( )Ensino

superior completo

( ) sem escolaridade (Não frequentou escola)

41. Sobre o trabalho, neste momento a

Sra.:

( ) Está trabalhando fora

( ) Não está trabalhando

( ) Está de licença maternidade

42. A Sra. tem conhecimento sobre a

importância do Aleitamento Materno

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe

43. Recebeu informações sobre o

Aleitamento Materno durante o pré natal?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe

OBSERVAÇÃO:_________________________________________________________