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OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 1 de 114 ÍNDICE ESTRELAS MÚLTIPLAS E INSTÁVEIS...................................................................................... 2 SOBRE AS CONTRADIÇÕES E ERROS.................................................................................... 2 SOBRE AS OBRAS ESPIRITAS................................................................................................. 8 SOBRE A REVELAÇÃO.......................................................................................................... 10 OS ESPÍRITOS PODEM TUDO REVELAR?............................................................................ 13 SOBRE A VIDA EM OUTROS MUNDOS............................................................................... 15 ...........20 ........................... 29 ........................... 31 VERSÃO ANTERIOR.............................................72

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Os Exilados Não sao de Capela

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OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELAALBINO A. C. DE NOVAES

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ÍNDICE

ESTRELAS MÚLTIPLAS E INSTÁVEIS......................................................................2SOBRE AS CONTRADIÇÕES E ERROS...................................................................2SOBRE AS OBRAS ESPIRITAS.................................................................................8SOBRE A REVELAÇÃO............................................................................................10OS ESPÍRITOS PODEM TUDO REVELAR?.............................................................13SOBRE A VIDA EM OUTROS MUNDOS..................................................................15

..........20

.........................29

........................31VERSÃO ANTERIOR................................................................................................72

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ESTRELAS MÚLTIPLAS E INSTÁVEIS

Pensar é ter um posicionamento crítico a respeito de cada uma das possibilidades

de saber. É sair da imediatez da experiência situando-a como saber aparente que

necessita ser criticado.

Resumo das palestras realizadas na ADE-RJ e do programa radiofônico “Falando

de Espiritismo” – com Martha Batista (Rádio Rio de Janeiro)

SOBRE AS CONTRADIÇÕES E ERROS

DEUS nos deu julgamento e bom senso para nos servirmos deles. Os Espíritos

superiores são os primeiros a recomendar-nos sempre o procedimento judicatório, e

nos dão com isso prova de sua superioridade. Longe de se formalizarem com a

CRÍTICA, pedem-na incessantemente. Só os Espíritos inferiores pretendem impor

autoridade e fazer aceitar tudo quanto dizem – e dizem, não raro, verdadeiras

utopias – como se a qualidade de Espírito conferisse méritos que não possuem ou

fosse bastante para se fazerem acreditar sob palavra. É que eles sabem muito bem

que tudo têm a perder quando suas palavras são submetidas a exame. (Revue

Spirite – 1860 – pág. 108)

 

Separar o verdadeiro do falso, descobrir a embustice oculta sob um aparato de

frases empoladas, desmascarar impostores, eis, sem contradita, uma das maiores

dificuldades da Ciência Espírita. Para superá-la é necessário longa experiência,

conhecer todas as velhacarias de que são capazes os Espíritos de baixa classe, ter

muita prudência, ver as coisas com o mais imperturbável sangue frio, e resguardar-

se, principalmente, do entusiasmo que cega. (Revue Spirite – 1859 – pág. 177)

 

A verdade, eis a única coisa em mira. A crítica, portanto, deve ser prazeirosamente

aceita pelos Espíritos quando são superiores, pois, de duas uma: ou estão seguros

do que sustentam e têm assim elementos para nos dar em discussão a evidência de

que necessecitamos, ou não estão ainda bem esclarecidos sobre o ponto em estudo

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e podem, discutindo, aprender conosco. A instrução pode ser recíproca. Se os

homens podem instruir-se com os Espíritos, também estes podem instruir-se com os

homens.

 

O grande critérium do ensinamento dado pelos Espíritos superiores é a Lógica.

Temos motivos para não aceitar levianamente todas as teorias dadas pelos

Espíritos. Quando surge uma teoria nova, fechamo-nos no papel de observador;

fazemos abstração de sua origem espírita, sem nos deixar ofuscar pelo brilho de

nomes pomposos; examinamo-la como se emanasse de simples mortal; procuramos

ver se ela é racional, se dá conta de tudo, se resolve todas as dificuldades. (Revue

Spirite – 1860 – pág. 108)

 

JULGAMOS. COMPARAMOS. TIRAMOS CONSEQÜÊNCIAS  de nossas

observações. Seus erros mesmo são para nós ensinamentos. Não fazemos renúncia

de nosso discernimento (Revue Spirite – 1860 – pág. 176). OBSERVAR, JULGAR e

COMPARAR , tal é a regra constante que tenho seguido (Obras Póstumas).

Trabalho com os Espíritos como trabalho com os homens; são para mim do mais

humilde ao mais graduado, instrumentos de meu aprendizado e, não reveladores

predestinados. (Obras Póstumas)

 

Allan Kardec, quando decidia em prol de uma doutrina, fazia-o com tamanha

segurança que ninguém, encarnado ou desencarnado, seria capaz de levá-lo a

reconsiderar, pois havia eliminado todos os argumentos  em contrário.

 

Muito ao contrário, o “Espiritismo à Brasileira”  ou, como queiram, “Às avessas”  não

consideram esses cuidados. Convém lembrarmos Dora Incontri em seu livro “Kardec

Educador Rivail” que com muita lucidez afirma: “ ... é preciso considerar que

existem claramente duas tendências no movimento espírita brasileiro: a mais

popular, que se tornou massa de crítica nas últimas décadas, praticada na

maior parte dos centros espíritas e nas obras sociais que levam o rótulo de

espírita, tem um perfil politicamente conservador e socialmente

assistencialista. Realizando quase um sincretismo com a herança católica,

essa tendência é criticada pela outra face do espiritismo brasileiro,

representada entre outros pelo jornalista e filósofo J. Herculano Pires.” Os que

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se alinham na primeira  terão muita dificuldade para compreenderem a seriedade

desta exposição de motivos que nega de forma peremptória a possibilidade de

algum Espírito originário de Capella tenha em qualquer época se exilado na Terra –

suas crenças oscilam entre a fé cega e dogmática ainda presente como marcante

influência católica e a ciência que colocam como fé raciocinada.

 

Vamos então examinar a questão mais detidamente sem dar importância a

opinião da maioria dos adeptos do primeiro segmento do espiritismo

brasileiro, uma vez que, para a ciência não tem valor algum.

Frontispício da obra “A Caminho da Luz”  - a primeira a sustentar a opinião de que

Espíritos originados de Capella tenham se exilado no planeta Terra. No Antilóquio da

obra, o Espírito que se apresenta como sendo Emmanuel, assim se expressa:

(1) "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho"

 

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A contradição com o frontispício  da obra é visível: embora tenha afirmado no

subtítulo que se trata da História da Civilização, ele nega que a obra seja um

trabalho histórico. Outro erro está em afirmar que a história do mundo está

compilada e feita, qualquer historiador pode apresentar fatos que demonstrem

justamente o contrário: a história está sempre sendo reescrita a cada nova

descoberta arqueológica. As interpretações do autor referem-se ao conhecimento

existente na década iniciada em 1930 e que hoje precisam ser revistas.

 

Há também algumas informações científicas hoje descartadas em função de novas

descobertas e da formulação de novos e mais precisos conceitos. Veremos alguns

exemplos.

 

Emmanuel no livro A CAMINHO DA LUZ, cap. I, A Gênese planetária, subcap. A

comunidade dos Espíritos Puros

 

De fato, considera-se que a Terra se formou de uma nebulosa.  Uma nebulosa

planetária  é um objeto constituído por um invólucro brilhante de gases e plasma,

formado por certos tipos de estrelas no período final do seu ciclo de vida. Não está

de todo relacionada com planetas, uma vez que seu nome resulta de uma suposta

similitude com a aparência que apresenta em muitos casos com planetas gigantes

gasosos. As nebulosas desempenham um importante papel na evolução química

das estrelas e até mesmo das galáxias. É rica em carbono, azoto, oxigênio e cálcio,

originários de nucleossíntese a partir do hidrogênio.

 

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Outro fato digno de observação no texto extraído do livro “A Caminho da Luz” é a

informação que antecipava a vinda de Jesus à face da Terra, que Espírito poderia

ter tal informação? E onde foi parar a universalidade da informação? É confiável o

que vem de um único Espírito? Um Espírito comum poderia ter o privilégio de

conhecer os designios divinos a ponto de notificar a vinda de um Espírito de tal

envergadura para presidir os destinos espirituais da humanidade planetária?

Emmanuel no livro A CAMINHO DA LUZ, cap. I, A Gênese planetária, subcap. A

Criação da Lua

A origem da Lua é um outro problema. A hipótese atualmente mais aceita, uma vez

que todas as outras foram descartadas por apresentarem grandes senões é

conhecida como “hipótese de grande impacto”, explicada resumidamente assim: um

planetésimo mais ou menos do tamanho de Marte, chocou-se com a Terra logo após

sua formação, destruindo uma grande parte do material que o constituia, além de

uma parte da Terra primitiva. O núcleo férrico, que fazia parte desse planetésimo foi

absorvido pela Terra, enquanto o que restou deu origem à Lua atual. A hipótese do

impacto apresenta vários fatores a seu favor, por exemplo, explica as diferenças

geofísicas existentes entre a Terra e a Lua, bem como as idades diferentes que

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aparentam. A idéia defendida por Emmanuel é que a Lua teria se originada da Terra,

o que é contestado pela ciência.

Emmanuel no livro A CAMINHO DA LUZ, cap. I, A Gênese planetária, subcap. A

solidificação da matéria

Emmanuel desconhece totalmente a posição da ciência em relação à formação da

Terra. O diagrama seguinte demonstra a abundância do hidrogênio no Universo, que

não poderia ter surgido na Terra quando ocorreu a diferenciação da matéria

ponderável. O hidrogênio já existia no momento da formação da Terra, como um dos

elementos da nebulosa.

 

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O elemento mais abundante no Universo é exatamente o mais leve e simples de

todos: o hidrogênio (1H1), com apenas um próton em seu núcleo. A seguir vem o

hélio (4He2) com dois prótons e 2 nêutrons em seu núcleo.  Cerca de 98% da massa

do Universo é constituída desses dois elementos e os outros 2% reúnem todos os

outros elementos químicos.

SOBRE AS OBRAS ESPIRITAS

São apenas alguns dos livros que os defensores da idéia dos Exilados de Capella

citam como referência. Kardec é suficientemente claro quando escreve na

Introdução do livro “A Gênese”:

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Allan Kardec in A GÊNESE, Introdução

Não é exatamente o que pode se esperar das obras ilustradas acima. Os assuntos

tratados em “La Revista Espírita” não deixam qualquer dúvida sobre sua qualidade

duvidosa. Nenhuma delas tem qualquer compromisso com os critérios aplicados por

Kardec na Codificação Espírita: faltam a Universalidade e a aprovação da lógica e

do bom senso.

Os defensores de “Os Exilados de Capella” em sua totalidade não agem como

bons juízes uma vez que opinam sobre coisas que não são de sua competência. Diz

Kardec: “Se quereis construir uma casa, procurais um músico? Se estivésseis

doente vos faríeis cuidar por um arquiteto? Se tivésseis um processo, procuraríeis a

opinião de um dançarino? Enfim, se se trata de uma questão de teologia, a fareis

resolver por um químico ou por um astrônomo? Não; cada um em seu trabalho.  As

ciências vulgares repousam sobre as propriedades da matéria que se pode

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manipular à vontade, e os fenômenos que ela produz têm por agentes as forças

materiais.” Uma crença verdadeiramente espírita apóia-se sobre o raciocínio e sobre

os fatos. E os fatos depõem contra a hipótese de que alguns Espíritos tenham vindo

se exilar na Terra, vindos de Capella.

 

Um grande número de obras, publicadas com o rótulo Espírita não o são de fato,

uma vez que em momento algum foram avaliadas e comparadas com a Codificação

Kardeciana, ou submetidas a mais estrita lógica. O que dizer de uma obra que se

apresenta como sendo inspirada pelo Espírito Erasto, mas que não passa de um

arremedo para encobrir uma teoria defendida há tempos no gênero mais escabroso

de “Eram os Deuses Astronautas?”.

SOBRE A REVELAÇÃO

Allan Kardec in A GÊNESE, cap. I, item 3, Caracteres da Revelação Espírita.

Erasto, em O Livro dos Médiuns, chama a atenção dos dirigentes de grupos,

centros e instituições espíritas, para que sejam cautelosos, vigilantes, estudiosos e

que tenham senso apurado e sagacidade acentuada, para poderem agir com

discernimento quanto a escolha das comunicações autênticas, mas, sobretudo para

tratar respeitosamente os que se deixam iludir, uma vez que, têm a responsabilidade

de esclarecer ao mesmo tempo consolar:

“Na dúvida, abstém-te, diz um sábio provérbio antigo. Não admitais, pois, o que não

for para vós de evidência negável. Ao aparecer uma nova opinião, por menos que

vos pareça duvidosa, passai-a sempre pelo crivo da razão e da lógica. O que o bom-

senso e a razão reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do

que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa.” (LM, parte II – cap. XX: 30).

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A missão dos espíritas fica claramente definida quando Erasto afirma: “... cuidado,

porque entre os chamados para o Espiritismo, muitos se desviaram da senda!

Atentai, pois, no vosso caminho e buscai a verdade”. (LM – parte II – cap. XX: 04)

Acrescentamos ainda alguns esclarecimentos dados por Kardec com base em uma

comunicação obtida a respeito do caminho a ser trilhado até que a doutrina espírita

conquiste sua maturidade: “Os espíritas esclarecidos devem se felicitar com o fato

de as falsas e contraditórias idéias se revelarem neste período inicial, pois que são

combatidas, arruínam-se e se esgotam no decorrer da infância do Espiritismo. Uma

vez purgado de quanto haja de indesejável, ele cintilará com um brilho mais vivo e

caminhará com um passo mais firme até que tenha alcançado o seu pleno

desenvolvimento.” Mais adiante ele acrescenta: “... dessas dissidências, basta

observar o quanto se passa. Em que se apóiam elas? Em opiniões individuais que

podem reunir algumas pessoas, pois não há idéia, por mais absurda que seja, que

não encontre participante.”

“De resto o erro leva consigo, quase sempre, o seu remédio. E o seu reino, por outro

lado nunca é eterno. Cedo ou tarde, enceguecido por uns poucos sucessos

efêmeros, faz-se vítima de uma espécie de vertigem e curva-se ante as aberrações

que precipitam sua queda. Deplorais as excentricidades de certos escritos

publicados sob a cobertura do Espiritismo. Pelo contrário, devereis abençoá-los,

uma vez que é por esses excessos  mesmos que o erro se perde. O que é que vos

choca nesses escritos? O que é que vos ocasiona repulsa e, muitas vezes, vos

impede de lê-los até o fim? Exatamente o que fere, violentamente, o vosso bom

senso! Se a falsidade das idéias não fosse bastante evidente, bastante chocante,

talvez elas mesmas vos deixaríeis prender, enquanto que os erros tão manifestos ,

ferindo-vos constituíram-se em  contravenenos.” (Viagem Espírita em 1862)

Por que nos preocuparmos com os erros?

Segundo Kardec, esses erros provêm quase sempre de Espíritos levianos –

podendo, portanto existir algumas raras exceções. Ele adverte que entre eles se

encontram os pseudo sábios, que se comprazem vendo editadas suas fantasias e

utopias e isso por homens que conseguiram enleiar a ponto de fazê-los aceitar de

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olhos fechados, tudo quanto lhes debitam, oferecendo alguns poucos grãos de boa

qualidade em meio ao joio – fato comum, principalmente entre os médiuns neófitos.

Não nos esqueçamos que o livro “A Caminho da Luz” foi escrito em 1938, quando

o médium ainda era inexperiente e não contava com a supervisão segura de críticos 

tal como aconteceu com  a Codificação Espírita.

O Codificador faz ainda uma observação de estrema relevância: “Isso me leva a

dizer algumas palavras sobre as comunicações mediúnicas. A sua publicação tanto

pode ser útil, se feita com discernimento, quanto perniciosa, em caso contrário.

”Quando um Espírito apresenta um ditado isolado e que não tem como se verificado

imediatamente pela ciência ou pela racionalidade da prova é preciso que se tome

um cuidado especial: “Não haveria nenhum inconveniente  em publicar-se essas

espécies de comunicações , se  as fizessem acompanhar de comentários, seja para

refutar os erros, seja para lembrar que constituem a expressão de uma opinião

individual, da qual não se assume absolutamente a responsabilidade. Assim, talvez

revelasses um lado instrutivo, pondo a descoberto a que aberrações de idéias

podem se entregar certos Espíritos. Mas publicá-las pura e simplesmente,

apresentá-las como expressão da verdade e garantir a autenticidade das

assinaturas, que o bom senso não pode admitir, nisso está o inconveniente!”  Não

há como contestar Kardec em suas judiciosas, precisas e cuidadosas observações,

trata-se da pedra de toque que sempre foi desprezada no primeiro alinhamento do

Espiritismo à brasileira, o que se identifica mais com o catolicismo, a ponto de

reeditar a infalibilidade de médiuns e de espíritos que tenham se consagrado por

seus feitos. Mais uma vez recorremos ao nosso referencial maior: “No interesse da

doutrina convém, pois, fazer uma escolha muito severa em semelhantes casos e pôr

de lado, com cuidado, tudo quanto pode, por uma causa qualquer, produzir uma

ruim impressão ...” e, mais ainda: “O Espiritismo sério se faz patrono, com alegria e

apressuramento, de toda obra realizada com critério, qualquer que seja o país de

onde provém, mas que igualmente, repudia todas as publicações excêntricas .

Todos os espíritas que, de coração, vigiam para que a doutrina não seja

comprometida, devem, pois, sem hesitação, denunciá-las, tanto mais porque, se

algumas delas são produto da boa fé, outras constituem trabalho dos próprios

inimigos do Espiritismo, que visam desacreditá-lo e poder motivar acusações contra

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ele. Eis porque, repito, é necessário que saibamos distinguir aquilo que a doutrina

espírita aceita daquilo que ela repudia.”

(Viagem Espírita em 1862)

OS ESPÍRITOS PODEM TUDO REVELAR?

(A Gênese – cap. I) 

Não se justifica nenhuma reação adversa quanto às nossas ponderações

arrazoadas quando constituem um juízo centrado na mais estrita lógica doutrinária

espírita, perfeitamente de acordo com as obras balizadoras – únicas quando se trata

de traçar a linha metodológica a ser seguida no trabalho da crítica espírita. Por hora

estamos apresentando as referências doutrinárias como ponto de partida para a

defesa das idéias que abraçamos, antes de desenvolvermos as razões científicas

que por si bastariam para provar a impossibilidade de existência de exoplanetas e

conseqüentemente de vida orgânica em qualquer das estrelas capelinas existentes.

 

(A Gênese – cap. I) 

 

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É absurdo supor que um Espírito seja infalível, ou seja, que não possa errar num ou

noutro ponto. Não existe médium perfeito, capaz de servir de intermediário ideal

para garantir a fidedignidade da mensagem transmitida: o animismo, em maior ou

menor intensidade, é um escolho que convém não descartar em semelhantes casos.

Não há como identificar de forma precisa a interferência do médium em qualquer

comunicação, isto sem contar a ilusão que pode acometer o médium quanto à

origem de suas idéias. Nenhum Espírito superior sentir-se-á minimizado pela crítica,

ao contrário, compreendê-la-á, ficará feliz pela prova de zelo e cuidado que se toma

com os postulados espíritas. Se o assunto não fosse de tamanha importância,

Kardec não se preocuparia em repetir suas advertências revelando tantos cuidados,

em outras obras:

 

Emmanuel in "A CAMINHO DA LUZ", capítulo I, subcapítulo "A Solidificação da

Matéria"

 

Por acaso, quando se trata de identificar qual, ou quais mundos são habitados por

inteligências algo semelhantes aos dos humanos terráqueos, não se trata de guiar

descobertas que competem à Ciência? Não envereda o autor espiritual por

caminhos que fogem à sua competência? Não vejo razão alguma para

desprezarmos Kardec tão somente por se tratar de um trabalho de crítica que afeta

Emmanuel e seu famoso médium. Mais uma vez citamos Erasto:  “É necessário

distinguir as comunicações verdadeiramente sérias das comunicações falsamente

sérias, o que nem sempre é fácil, porque é graças à própria gravidade da linguagem

que certos Espíritos presunçosos ou pseudo-sábios tentam impor as suas idéias

mais falsas e os sistemas mais absurdos. E, para se fazerem mais aceitos e se

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darem maior importância, eles não têm escrúpulos de se adornar com os nomes

mais respeitáveis e mesmo os mais venerados.”  Allan Kardec muito insistiu num

ponto, que convém relembrarmos: “Já dissemo-lo cem vezes: PARA NÓS A

OPINIÃO DE UM ESPÍRITO, SEJA QUAL FOR O NOME QUE A TRAGA, TEM

APENAS O VALOR DE UMA OPINIÃO PESSOAL. Nosso critério está na

concordância universal, corroborada por uma lógica rigorosa, para as coisas que

não podemos controlar com os próprios olhos. De que nos serviria prematuramente

dar uma doutrina como verdade absoluta, se, mais tarde, devesse ela ser combatida

pela generalidade dos Espíritos?

 

Ecoa em nossas mentes, sem cessar,  as recomendações que foram inseridas na

Codificação, não por acaso, ou apenas para preencher lacunas em algumas páginas

mas, para nos mantermos atentos com “... os ditados mentirosos e astuciosos,

emanados de uma turba de Espíritos enganadores, imperfeitos e maus.” E exortou a

todos “... a desconfiar das comunicações que têm um caráter de misticismo, ou que

prescrevem cerimônias e atos bizarros porque então há um motivo legítimo de

suspeita”, pois, “quando uma verdade deve ser revelada à Humanidade, é, por

assim dizer, instantaneamente comunicada em todos os grupos sérios que possuem

médiuns sérios.” Mas a seriedade, o histórico revelador de muitos anos dedicados à

causa espírita, tanto no aspecto social e assistencial como em sua divulgação e

propagação, não se apresenta como elemento que possa garantir qualquer

infalibilidade no campo das idéias.

 

Os Espíritos, de fato, não podem tudo revelar e não são infalíveis. Usar o argumento

de que são Espíritos perfeitos é outro erro de juízo cuja fragilidade fica evidente

quando indagamos sobre uma questão de mérito: pode uma criança no rudimento

de seus estudos de aritmética julgar a excelência de um Doutor ou de um PHD em

álgebra abstrata ou em Cálculo avançado? Claro que não. Do mesmo modo como é

possível, Espíritos ainda tão primários, julgar a excelência de algum outro Espírito

classificando-o como perfeito ou como próximo da perfeição,  se não dispõe do

conhecimento indispensável que lhe garanta um referencial de perfeição somente do

conhecimento de outro Espírito perfeito e de Deus?

SOBRE A VIDA EM OUTROS MUNDOS

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“Que pensaríeis de um homem que se erigisse em censor de uma obra literária sem

conhecer literatura? De um quadro sem ter estudado pintura? É de uma lógica

elementar que o crítico deva conhecer, não superficialmente, mas a fundo, aquilo de

que fala. Sem o que sua opinião não tem valor.” – Allan Kardec (O que é o

Espiritismo).

 

Para tratar de assuntos de Astronomia o mínimo  exigido é que o crítico tenha um

conhecimento razoável da ciência, principalmente de sua metodologia. Astronomia

significa, etimologicamente falando, “a Lei das Estrelas”  (do Grego: άστρο + νόμος),

qualquer que seja o juízo que se deseja apresentar. É uma ciência que envolve a

observação e a explicação de eventos que ocorrem fora dos domínios da Terra.

Estuda a origem planetária, a evolução e propriedades físicas e químicas de tudo

que pode ser observado direta ou indiretamente no espaço cósmico, bem como

todos os processos que os envolvem.

 

“Para combater um cálculo, é preciso opor-lhe outro cálculo,  mas, para isso, é

preciso saber calcular. O crítico não deve se limitar a dizer que tal coisa é boa ou

má; é preciso que ele justifique sua opinião por uma demonstração clara e

categórica, baseada sobre os próprios princípios da arte ou da ciência. Como poderá

fazê-lo quem ignora esses princípios? Poderíeis apreciar as qualidades e os defeitos

de uma máquina se vós não conheceis a mecânica?”

 

Nossa crítica é orientada com base no pensamento kardeciano. Não deixaremos de

examinar todas as ponderações que venham a ser feitas em oposição ao que

defendemos, mas abraçaremos com cuidado e zelo  às que venham a ser

formuladas por estudiosos das “Leis das Estrelas”, desde que constituam tentativas

para nos provar qualquer erro.

A EXOBIOLOGIA É A CIÊNCIA QUE ESTUDA A POSSIBILIDADE DA VIDA EM

OUTROS MUNDOS.

Com a descoberta de planetas em órbita de outras estrelas, não se pode deixar de

imaginar sobre a possibilidade da existência de vida além do nosso sistema solar.

Apesar de não ter sido encontrada ainda qualquer evidência de vida extra-planetária,

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e todo o conhecimento sobre organismos e processos biológicos estar limitado ao

que se tem acesso na Terra, existe uma série de hipóteses e especulações que

podem ser criadas para se tentar prever como a vida se desenvolveria e se

adaptaria em outras esferas planetárias.

 

 

Allan Kardec in nota à resposta da questão 55 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS

 

Precisamos responder a muitas perguntas antes de apresentarmos qualquer

conclusão, negando ou aceitando,  a existência de vida orgânica em um exoplaneta.

 

 

A seguir apresentaremos alguns fatos  importantes na tentativa de respondermos

uma a uma cada questão proposta.

 

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Se a estrela não se encontra na seqüência principal não será suficientemente

estável para possuir um sistema planetário, onde algum de seus componentes

possa estar numa zona habitável. O diagrama Hertzsprung-Russel, ou de forma

simplificada, diagrama HR mostra algumas relações gerais entre as estrelas e

possíveis ciclos de queima que estariam ocorrendo em seus interiores. Na figura

acima, a seqüência principal aparece indicada por V, é onde se encontra o nosso

Sol (na faixa alaranjada), justamente a faixa que indica a presença das estrelas que

queimam hidrogênio. Na faixa IV, as estrelas queimam hélio produzindo carbono e

oxigênio. Capella encontra-se  na seqüência III onde as gigantes amarelas

esgotaram praticamente todo o hélio que tinham a queimar e já iniciam a queima do

carbono, evoluindo rapidamente para a faixa II, das gigantes vermelhas.

 

Ainda é um desafio para os astrônomos o estudo da evolução estelar numa escala 

de milhões ou bilhões de anos, pois nossa vida útil na Terra não vai muito além de

50 anos. Com o diagrama HR podemos ter muitas respostas: basta observar todos

os tipos de estrelas existentes em todas as suas fases evolutivas possíveis, e tais

estrelas podem perfeitamente estar ajustadas no diagrama HR. Pesquisadores

desenvolvem teorias  sobre como são as peças do quebra-cabeça que, uma vez

montado, justamente com as teorias físicas, poderá informar sobre a vida de uma

estrela. Capella é uma estrela muito conhecida, principalmente pela sua localização

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e grandeza – está perfeitamente determinada no diagrama HR, onde não deixa

qualquer dúvida sobre suas características mais relevantes. O diagrama HR e suas

variações, serve para correlacionar e deduzir parâmetros estrelares que são, em

geral, muito difíceis de serem obtidos diretamente. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Numa estrela como Betelgeuse não

há como pensar num sistema

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  estável.

       

Estrelas turbulentas, não estáveis,

geralmente, despejam a grandes

distâncias jatos de plasma a

elevadas temperaturas. Inviabiliza

qualquer forma de vida orgânica,

mesmo porque a quantidade de Raio

X seria mortal.

 

Dependendo do tamanho e da massa

da estrela, jatos de plasmas podem

ultrapassar em muito a distância de 

200 UA e sua  temperatura pode

superar  milhões de graus Kelvin,

inviabilizando a existência de uma

zona habitável.

 

 

 

 

 

 

 

 

Mas nós não existiríamos se não

houvesse o carbono, o oxigênio e

tantos outros elementos que nos

constituem e contribuem para a

riqueza da Terra e do Universo.

 

Onde foram criados esses

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elementos? O Sol não é responsável

por isso, pois tais elementos em sua

superfície já estavam lá à época de

seu nascimento.

 

O diagrama ao lado mostra como

ocorre a captura de plasma por uma

componente de

um sistema duplo. Fato semelhante ocorre com as duas estrelas principais do

sistema capelino. A seguir temos uma imagem impressionante de Capella onde se

pode ver com absoluta clareza o que acabamos de afirmar.

 

No Sistema Capella  (Alpha-Aurigae) temos como estrelas principais uma BINÁRIA

DO TIPO SPECTROSCOPIC,  duplamente alinhada. Com a estrela Aa ligeiramente

mais maciça, evoluindo mais rapidamente e um pouco mais fria que sua

companheira Ab. Ambas se apresentam em seu primeiro ascendente para uma

gigante vermelha. A estrela Aa já iniciou a fusão de seu hélio interno  no carbono,

pois a baixa quantidade de lítio em sua superfície é indicativa de uma diluição por

um envelope  inteiramente convectivo.

   

Pelo fato da estrela Aa ser mais maciça ela possui

uma força gravitacional maior e o efeito da maré que

ocasiona em Ab gera maior turbulência, o que provoca

um deslocamento de plasma no sentido da estrela de

menor massa para a de maior massa. Em nada se

compara à Terra tanto em matéria de estabilidade

como em sua linha evolutiva. Veja você mesmo a foto

ao lado.

 

A estrela de maior massa encontra-se na parte inferior.

 

Nossa vida é devida, parcialmente, ao Sol, que nos

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Nesta imagem temos uma bela visão das

estrelas-mães de   Capella

fornece luz, a radiação que nos aquece e tem mantido

a Terra em sua órbita estável por mais de 4 bilhões de

anos. Mas, não existiríamos sem a química onde o

carbono, o oxigênio, o hidrogênio e tantos outros

elementos que nos constituem e contribuem para a

riqueza da Terra e do Universo. E qual a origem

desses elementos? Por certo não é o Sol responsável

direto por cada um deles, a gênese e a evolução de

cada substância primitiva é mais remota.

 

Os átomos, ou elementos, a partir dos quais somos formados, em boa parte, foram

criados em outras estrelas. A nebulosa que deu origem ao sistema solar é um

subproduto da evolução de algum outro sistema mais complexo. As partes mais

internas das estrelas funcionamcomo poderosas “fornalhas” nucleares, responsável

pelos processos de fusão de núcleos de elementos, transformando-os em novos

núcleos ou novos elementos: é o que chamamos de nucleossíntese.

 

Não existe somente a fusão como

explicação para a gênese do elemento

químico. Outros processos podem criar

muitos elementos em várias etapas.

Assim, cada estrela, cada sistema, tem

uma função bem determinada na

gênese da vida no Universo e mais do

que isso são pontes para a evolução

 

 

 

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de todos os sistemas como num

processo de “eterna reciclagem

natural”. As estrelas de maior massa

terminam suas vidas com uma colossal

explosão chamada de super-nova.

Nessa explosão, a maioria dos

elementos é criada para compor outros

corpos

que por sua vez executam suas funções no Universo. Nossos corpos resultam de

uma fase desse processo. É assim, em síntese, que a base química da vida é

formada e não pode ser diferente em parte alguma, pois resulta de um procedimento

natural que se aplica onde quer que haja vida. Não há uma química especial para

cada planeta ou uma química privilegiada para “abençoar” um ou outro astro, ela é

universal como as leis naturais. Com a explosão esses novos elementos são

distribuídos no espaço e para serem utilizados de acordo com o ambiente e

concentração. Os restos podem formar novas estrelas e novos planetas misturados

à poeira e aos gases já existentes de explosões anteriores e que constituem o meio

interestelar.

 

Quando dizemos que a Química do Universo é única temos uma razão científica

para isso: a própria estrutura física do elemento químico. Um átomo ou elemento

químico é constituído por um núcleo atômico que em geral está acompanhado de

elétrons em sua volta. Os núcleos têm prótons e nêutrons, a menos do elemento

mais simples que é o hidrogênio. O homem elaborou modelos eletrônicos para

melhor compreender as ligações dos átomos na formação das substâncias

compostas.

 

O diagrama abaixo mostra de forma muito precisa o que vem acontecendo com as

estrelas-mães conhecidas como Alpha Aa e Alpha Ab Aurigae ou mais vulgarmente

conhecidas como Capella.

 

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O XMM RGS SPECTRUM  de Capella demonstra o atual estágio evolutivo da

Química estelar do par de estrelas gigantes – qualquer especialista em análise

spectral  ou um astrofísico experiente poderá concluir que o sistema atualmente

encontra-se na fase final da queima do Hélio, já iniciando a queima do Carbono fato

indicado pelas linhas de emissão do ferro.

 

Quando nos referimos a um elemento químico seguido de um número, tal número,

corresponde ao número de massa que é numericamente dado por A=Z+N onde Z

designa o número de prótons ou o número atômico; N é o número de nêutrons do

núcleo atômico. Os nomes dos diferentes elementos químicos (hidrogênio, hélio,

nitrogênio, carbono, etc.) mudam de acordo com o número de prótons em seus

núcleos. Assim, por exemplo, temos na seqüência: Hidrogênio (Z=1 ou 1 próton),

Hélio (Z=2 ou 2 prótons), Lítio (Z=3 ou 3 prótons), Berílio (Z=4 ou 4 prótons), Boro

(Z=5 ou 5 prótons), Carbono (Z=6 ou 6 prótons) e  assim sucessivamente até os

Mendelevium (Z=101 ou 101 prótons), Nobélio (Z=102 ou 102 prótons) e Laurêncio

(Z=103 ou 103 prótons). Existem mais 23 elementos obtidos em laboratórios

elevando a lista até 126. Não há qualquer buraco na Tabela Periódica, o que nos

leva a concluir que todos os elementos químicos até Z=126 foram descobertos e que

outros não há, pois não pode existir número atômico fracionário: portanto, não existe

outra Química no Universo – ela é única! 

 

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A vida orgânica não tem como existir com uma química diferente, ao contrário do

que muitos pensam ingênuamente. Se não há corpos carnais não tem qualquer

sentido de se falar em REENCARNAÇÃO.

 

Além dos elementos químicos ou dos átomos, considera-se a existência das

subpartículas e uma combinação delas (em condições apropriadas) pode dar origem

ao elemento químico mais simples que se conhece: o hidrogênio. Entre eles citamos

os  Léptons , Quarks e os Bósons Intermediários.

 

No quadro seguinte apresentamos uma lista mostrando inclusive a simbologia

universal utilizada para as subpartículas.

 

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Para melhor visualização, do EXOSAT, extraímos a distribuição das linhas de Ferro

de Capella, lembrando que 1 angstron corresponde a 10-10m.

Entretanto, a corona mais profunda, quente da estrela Aa é muito mais variável do

que aquela da estrela Ab. Os spectros ultravioletas extremos das estrelas Aa e Ab

indicam a presença de linhas de emissão de ferro Fe XV ao Fe XXIV  (a mais).

 

* * *

 

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Demonstração de como funciona a nucleossíntese

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 Imagens da

estrela próxima

(Ab) Capella

obtidas pelos

quatro detetores

de ASCA. Os

detectores Solid-

state do

Spectrometer da

imagem latente

(SIS) foram

operados na

modalidade

acoplada quatro

cargas do

dispositivo (CCD).

Em cada imagem

dos detectors do

Spectrometer da imagem latente do gás, a fonte da calibração do ferro pode

ser vista na borda do campo visual.

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O SPECTRUM GRATING é dado forma olhando o número dos raios X detectados

ao longo do “arco-iris raio X”. O spectrum grating pode revelar as linhas individuais

das emissões de raio  X por uma variedade de elementos e seus íons, por exemplo,

linhas do Fe e do Ne (néon) são vistos na figura ao lado. Esta região de energia

corresponde à indicada pela caixa branca seguinte e mais no spectrum de ACIS

dado no slide anterior. O spectrum verde é dos gratings do megohm e o spectrum

vermelho é dos gratings de HEG.

 

 

 

DO “DIAGNÓSTICO PLASMA”

Os raios X vistos aqui são criados pelos átomos aquecidos à temperatura de milhões

de graus. Nestas altas temperaturas, os elétrons exteriores do átomo são

“descartados” para outros átomos mais afastados; o átomo é um íon positivamente

carregado e é parte de um plasma de alta temperatura.

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Medindo a intensidade, o fluxo, das diferentes linhas emissoras, obtemos

informações sobre o estado do plasma. As relações das linhas de fluxo do mesmo

íon dependem da temperatura e da densidade, enquanto que os íons diferentes

informam sobre o estado de ionização. Uma investigação mais abrangente pode ser

feita na composição e na quantificação  química  envolvendo o sistema.

Todos nós estamos expostos a este tipo de radiação, sem muita escolha, um

exemplo disso é a presença de monitores de computador e televisores. Estas são

fontes clássicas de emissão de raio X, em pequena quantidade, é verdade, mas não

deixa de ser. Os aparelhos mais recentes possuem dispositivos para evitar a

emissão desta radiação, uma vez que ela não é muito benéfica para a vida humana,

o que lhes conferem maior segurança. Nos monitores e aparelhos de TV, existe um

dispositivo que emite e acelera elétrons, que são levados a colidirem contra um

anteparo (a tela), ocorrendo um freiamento dos elétrons, produzindo assim, radiação

X. Recebemos raio X do Sol, mas ocorre uma “filtragem” na atmosfera

suficientemente densa e muito pouco chega a atingir o solo do planeta. Como vimos,

os raios X são perigosos, muitas doenças são causadas por radiação. O problema é

que os raios X são uma forma de radiação ionizante. Quando a luz normal atinge um

átomo, ela não muda esse átomo de maneira significativa. Mas quando raios X

atingem um átomo, ele pode expulsar elétrons desse mesmo átomo para criar um

ION, ou seja, um átomo eletricamente carregado. Então, os elétrons livres entram

em colisão com outros átomos para criar mais ÍONS. A carga elétrica de um íon

pode gerar uma reação química anormal no interior das células. Entre outras coisas,

a carga pode quebrar as cadeias de DNA e desenvolver uma série de mutações. Se

várias células morrerem em decorrência, tipos variados de doenças podem ocorrer.

No caso de mutação a célula pode se tornar cancerígena e produzir um tipo de

câncer letal que pode se espalhar rapidamente por todo o organismo. Caso a

mutação ocorra em um espermatozóide ou em um óvulo, pode originar defeitos

congênitos graves.

  

Um mundo exposto a grandes emissões de raios X não tem como desenvolver

qualquer forma de vida, pelo que acabamos de expor. O SPECTRUM GRATING é

conclusivo: as componentes Aa e Ab  de Capella, juntas representam uma perigosa

fonte de raios X – cerca de 10000 vezes maior que o nosso Sol. Se um planeta

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como a Terra existisse a 150 milhões de quilômetros  das duas gigantes amarelas

seria necessária uma atmosfera extremamente densa o que também inviabilizaria a

vida sobre sua superfície. Eis aí mais um entrave à existência de qualquer forma de

vida orgânica nas cercanias de Capella. 

 

* * *

 

 

Pesquisadores de diversos centros observacionais do mundo têm procurado

exoplanetas e estruturas proto-planetárias, através da variação fotométrica, durante

os eventuais trânsitos dos satélites colocados em órbita da Terra.

 

COROT  é um deles – tem como alvo cerca de 30 estrelas jovens com idade de 5 a

10 Myr. A linha do lítio 670.7nm permite selecionar estrelas na faixa de idade

desejada. Os alvos devem ser preferencialmente estrelas G e K de rotação elevada.

 

Sistema Solar: modelo ideal

 

  Sistemas múltiplos como Capella dificilmente apresentam

formação planetária. Temos encontrado planetas em sistemas

duplos e em sistemas triplos, mas não se conhece planetas em

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sistemas quádruplos e muito menos nos que abrigam nove

estrelas num raio de 1 ly, como em Capella.

 

De acordo com as observações, a probabilidade de se encontrar

planetas em sistemas simples como o nosso Sol, é bem maior do

que em sistemas duplos e triplos e

altamente improvável em sistemas com um número maior de estrelas.

Provavelmente este é o motivo pelo qual NENHUM PLANETA TENHA SI SIDO

ENCONTRADO EM QUALQUER DAS NOVE FORMAÇÕES ESTELARES DE

CAPELLA.

 

Não existe vida orgânica sem planetas!

 

Em Capella encontramos estrelas como:

 

Anãs vermelhas (frias) – são mais comuns no Universo - possuem baixa

luminosidade – localizadas no diagrama HR na extremidade inferior da seqüência

principal. Temperatura típica = 2700 K; raio = 0,1 R☼, Massa = 0,1 M☼; densidade

em torno de 100 vezes a densidade do Sol.

 

Anãs marrons - estrelas de menor massa - muito baixa luminosidade, estrelas

fracas, difíceis de serem detectadas. Classificadas em 1975 pela Astrônoma

americana Jill Cornell Tatter. São proto-estrelas, massa < 0,08 M☼ - nunca

queimarão hidrogênio, nunca atingirão a seqüência principal. Elas têm

aproximadamente 13 a 60 Mjup; com uma temperatura efetiva de 1000 K. São

conhecidas mais de 150 e uma delas no sistema α Aurigae.

 

Anãs brancas – encontram-se na margem inferior do diagrama HR.

 

As componentes anãs não são muito maiores do que a Terra.

 

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De acordo com o glossário do Observatório

Nacional assim se apresenta o sistema Capella 

ou Alpha Aurigae:

 

 Principais Características 

É um sistema de estrelas múltiplas que

contém pelo menos 9 estrelas

Este sistema brilhante está no Hemisfério

Norte, a 45o da estrela Polaris, que é a estrela

polar do norte.

Ela está na constelação de Auriga

 

Alguns objetos interessantes em Capela:

 

Estrelas

As duas estrelas mais brilhantes em Capela são um sistema de estrelas

binárias.

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Elas são ambas amarelas, como o nosso Sol, com massas 2,6 e 2,7 vezes a

massa do Sol.

Uma delas é 9 vezes maior do que o Sol e a outra é 12 vezes maior.

Cada uma delas libera, aproximadamente, 78 vezes a luz liberada pelo Sol.

Estas duas estrelas estão a aproximadamente 43 anos-luz da Terra

 

Não há qualquer indicação de formação planetária.

 

 

 

 

 

 

Aspecto da superfície de Aa Capella.

 

As componentes do sistema Alpha Aurigae (Capella)

  

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Esquema mostrando a ejeção de plasma das estrelas principais de Capella

As duas gigantes amarela de Capella são, respectivamente,  do tipo espectral G8III

e G0III  - no diagrama HR é colocada numa posição fora da seqüência principal.

 

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* * *

 

A emissão de plasma e matérias estelares têm grande dimensão e alcance quando

se trata de estrelas massivas e turbulentas como as gigantes amarelas de Capella.

O Sol com cerca de 6 bilhões de anos é considerada uma estrela de idade mediana

e  estável. Teve tempo suficiente para realizar todos os ciclos – se um planeta

rochoso estiver na posição certa, dificilmente deixará de completá-los. E foi o que

aconteceu: a Terra reúne todas as condições.

 

Diferentemente, Capella é uma estrela muito jovem, sua idade estimada é de 525

milhões de anos. Mas seu ciclo de vida será muito menor do que o do Sol, pois

possui aproximadamente 2,7 Msol . A outra componente apresenta massa 2,6 Msol .

 

As outras estrelas do sistema são anãs brancas, anãs vermelhas e uma anã

marrom, que é na verdade uma proto-estrela e suas massas são consideravelmente

menores do que a massa solar.

 

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De acordo com Hummel e outros (1994) as estrelas Aa e de Ab são separadas  por

cerca de 0.730 UA (108 milhões de quilômetros)  e movem-se com uma órbita

circular (e= 0.000), com um período de somente 104.0 dias e uma inclinação orbital

aproximadamente de 137.2° dA - perspectiva de um observador na terra. As duas

estrelas brilhantes têm um outro par nas proximidades são as componentes  não

ofuscantes C e D em uma separação atual de aproximadamente 11.000 AUs, ou uns

0.17 light-years. As outras componentes na região do sistema, estão um pouco mais

afastadas indo até a faixa limítrofe de 1 ly.

 

 

Aa Capella  numa escala comparativa com outras estrelas mostra a diferença de

tamanho com o nosso Sol.

Por que os exilados não vieram de Capella?  Apontaremos alguns fatores que

demonstram ser falsa a idéia de vida orgânica em qualquer das esferas capelinas.

 

PRIMEIRO FATOR: A IDADE DO SISTEMA.

 

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A evolução de uma estrela depende de sua

massa. As proto-estrelas com massa inferior a

0,06 massa solar nunca se tornarão quentes o

suficiente para dar início a reações nucleares.

Aquelas com massa entre 0,06 e l ,4 massa solar

passam rapidamente para a seqüência principal e

podem permanecer nela por pelo menos 10

bilhões de anos.

 

Quando o hidrogênio disponível se esgota, o

núcleo se contrai, o que aumenta sua temperatura

para 100 milhões de graus Celsius. Nessas

condições, o hélio pode começar uma reação de

fusão e a estrela se expande, tornando-se uma

gigante vermelha. Finalmente, as camadas

externas da estrela são expelidas, formando uma

nebulosa planetária. O núcleo então se comprime

e a estrela se toma uma pequena anã branca.

 

 

Estrelas com massas solares de l ,4 a 4,2

evoluem mais rápido e morrem mais jovens,

permanecendo na seqüência principal por

cerca de um milhão de anos, antes de passar

a gigante vermelha. A temperatura continua a

aumentar, enquanto elementos mais pesados

são sintetizados, até que o ferro é produzido a

700 milhões de graus Celsius. A estrela se

desintegra em uma grande explosão e se

transforma em supernova, espalhando uma

imensa nuvem de poeira e gás, em cujo centro

permanece uma pequena estrela de nêutrons

que gira muito rápido e é extremamente densa:

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l cm3 tem massa de cerca de 250 milhões de

toneladas.

  

Cientistas do MIT

(Instituto de Tecnologia

de Massachusetts)

descobriram uma espécie

de poeira e rocha ao

redor de um pulsar, um

corpo celestial que surge

em conseqüência  dos

restos da explosão de

uma estrela.

 

É dessa forma que

nascem os planetas.

Existe uma grande

possibilidade da Terra ter

nascido assim,

juntamente com a Lua.

 

Usando o telescópio

infravermelho Spitzer da

Nasa, cientistas do MIT

observaram a radiação

liberada pelo disco de

destroços ao redor de um

pulsar jovem, a 13.000

anos-luz da Terra. O

pulsar já foi uma estrela

gigante, que "morreu"

numa explosão

supernova há 100.000

anos.

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Não houve tempo suficiente para a formação de planetas rochosos indispensáveis

ao processo de “geração progressiva” que conduziria até o primeiro ser vivo sobre

sua superfície.

 

Quando Capella se formou há 525 milhões de anos, segundo descobertas recentes

na China e em várias regiões do mundo, já ocorria na Terra um surto evolutivo de

diversas espécies animais. Os precursores de todas as criaturas modernas estavam

lá. Há 3,5 bilhões de anos, as algas e seres microscópicos como as bactérias se

espalhavam por vários recantos da Terra e foram dominantes por um período que

corresponde a cerca de 90% da história da vida planetária. As provas de sua

presença vão sendo desenterradas em todos  os continentes. Segundo os

pesquisadores, a natureza não age de maneira lenta e gradual como se poderia

pensar. A revolução do período Cambriano deve ter durado apenas 5 milhões de

anos, quando ainda o sistema Capellino se “desprendia” da nebulosa. Os primeiros

ancestrais dos homens muito provavelmente  já caminhavam nas savanas

africanas.  Para a eclosão da vida orgânica é indispensável a existência de um

planeta rochoso e além disso, uma combinação química perfeita num ambiente

propício; coisas que são possíveis somente com uma suficiente e necessária

maturação do ambiente – o que não pode ser conseguido de um momento para o

outro.

 

Na Terra, as condições para o surgimento dos primeiros homídios não foram as

mesmas em todos os continentes. Rift Valley  é a região que se mostrou favorável e

onde muito provavelmente ocorreu a origem do homem, foi a África Oriental,

justamente a que se encontra entre o Nilo, o Zambeze e o Oceano Indico, a sul do

maciço Etíope. Acredita-se – e há muitos indícios que corroboram para que assim

tenha sido e que confirmam a teoria de que a especialização geográfica é a única

forma de evolução possível para os animais superiores. Em princípio, pois, deveria

ser possível reconstruir as árvores genealógicas das descendências segundo os

mapas paleográficos que indicam as barreiras fausnísticas.

 

A separação entre os grandes primatas e os africanos se deverá situar entre os 25 e

os 20 milhões de anos, em decorrência da progressiva aridificação da Arábia e da

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Somália, assim como, mais tarde, pelo avanço do Mar Vermelho. Cerca de 3

milhões de anos separam o AUSTRALOPITHECUS  do homem atual e 14 milhões

de anos deste para o KENYAPITHECUS.

 

SEGUNDO FATOR: NÃO HÁ QUALQUER PLANETA

 

Foi detectado apenas uma formação protoplanetária que tanto pode dar origem a um

planeta do tipo jupiteriano  com massa muito superior a cinco vezes nosso gigante

gasoso e várias estrelas anãs de tipos variados – anãs brancas, vermelhas e

marrom. Não há qualquer possibilidade de vida orgânica sem a existência de um

planeta rochoso. 

 

As anãs marrons não são incomuns:

 

 

A tecnologia observacional nos dias atuais está equipada para descobrir até mesmo

pequenos planetas semelhantes à Terra e se existisse algum no sistema Capella,

muito provavelmente ele já teria sido encontrado.

 

PARIS, 24 abr (AFP) - Um planeta "do tipo terrestre habitável", capaz de abrigar vida

extraterrestre, foi detectado pela primeira vez por uma equipe de astrônomos em um

sistema planetário extra-solar, segundo um estudo publicado na revista Astronomy

and Astrophysics.

Além disso, acrescentou, "seu raio seria 1,5 vezes o da Terra", o que indicaria "ou

uma constituição rochosa (como na Terra), ou uma superfície coberta de oceanos".

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A gravidade em sua superfície é 2,2 vezes a da superfície da Terra, e sua massa

muito fraca (5 vezes a da Terra).

Descoberto com o telescópio "Harps" de 3,6 m do Observatório Espacial Europeu

(Eso) da Silla, no Chile, este planeta orbita em 13 dias em torno da estrela Gliese

581 (Gl 581), da qual está 14 vezes mais próximo do que a distância da Terra para o

Sol.

 

Planeta descoberto na órbita de HD49674

 

 

TERCEIRO FATOR: A EXISTÊNCIA DE PLANETA ROCHOSO

 

Se existisse

algum

planeta ele

deveria se

encontrar na

chamada

“zona

habitável”,

como

demonstram

os abaixo

para o nosso

sistema

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solar.

 

Ao lado temos uma boa sugestão de leitura

para um conhecimento mais razoável sobre as

estrelas. O que tem levado muitas pessoas à

defesa intransigente e fanática dos exilados de

Capella é a ignorância científica.

 

Se tivesse sido possível algum planeta

semelhante à Terra ter orbitado  Capella Aa ou

Ab, durante sua juventude, provavelmente teria

sido reduzido em breve tempo à cinzas.

 

Atualmente, as zonas habitáveis de Capella Aa

ou Ab são mais distantes externamente do que

a distância orbital média entre estas duas

estrelas. (Se considerarmos como únicas

estrelas do sistema, a órbita de um planeta

“algo semelhante” à Terra,  em torno de  Aa,

seria centrada atualmente em torno do AU 8.7

-- justo dentro das distâncias orbitais de

Saturno no sistema solar,  e para a órbita da

zona habitável  de Ab  teríamos algo em torno

de  AU 7.8,  entre as distâncias orbitais de

Jupiter e Saturno.)  E somente poderia ter

ocorrido durante um tempo muito curto

levando-se em conta  a combinação das fases 

das duas estrelas no presente. Se levarmos

em conta a combinação do par Aab a zona

habitável avança para algo em torno de 12,5

AU  externamente ao binário.

 

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A Terra é um planeta rochoso , bem como todos os

planetas interiores.

 

Sob certos pontos de vista, não seria errado afirmar que

o terceiro planeta a partir do Sol é duplo, isto é, são dois

planetas girando em torno de um centro comum de

gravidade. Não é assim que costumamos nos referir a

Terra e a Lua, mas esta seria uma possível forma de

classificação.

 

O motivo é simples. Terra e Lua (assim como Plutão e

seu único satélite, Caronte) apresentam a maior

correlação de massa de todo o Sistema Solar.

Normalmente os satélites têm milhares, às vezes

milhões de vezes menos massa que seus planetas. No

sistema Terra-Lua a correlação de massa é1/81 (isto é,

a Lua tem 81 vezes menos massa que a Terra).

 

 

 

Sem planetas a vida orgânica é impossível, portanto, a atenção dos astrônomos

volta-se para os sistemas que apresentam as condições satisfatórias ao

desenvolvimento de planetas. Nem todas as estrelas possuem planetas. O interesse

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OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELAALBINO A. C. DE NOVAES

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por Capella é pequeno, uma vez que a possibilidade de existência de planetas em

condições de habitabilidade encontrar-se descartada. 

 

QUARTO FATOR: A QUÍMICA ADEQUADA

 

ELEMENTOS QUÍMICOS

 

Um átomo ou elemento químico, é constituído por um núcleo atômico que em geral

está acompanhado de elétrons à sua volta, Os núcleos  têm prótons e nêutrons, com

exceção do tipo mais simples de hidrogênio, que tem somente um próton. Os

elétrons ocupam o que chamamos de orbitais e formam um arranjo eletrônico, que é

diferente para cada átomo. As propriedades e combinações químicas podem ser

entendidas por meio de diversos arranjos eletrônicos, que são indicados na Tabela

Periódica dos elementos.

 

A Química é UNIVERSAL, não existe outra química – os  elementos químicos são

únicos, não podem existir outros além dos que conhecemos na Terra. A Tabela

Periódica está completa.

 

QUINTO FATOR: TER PELO MENOS UMA ESTRELA-MÃE

 

Preferencialmente uma estrela-mãe, pois sistemas duplos e triplos dificilmente

apresentam a estabilidade necessária, mesmo existindo planetas, as condições

ideais para a existências de seres orgânicos superiores são difíceis de obter.

 

Astrônomos do Observatório Europeu Austral,

instalado no Chile, descobriram recentemente

uma dupla de planetas desgarrados ou seja,

sem estrela-mãe. Os dois planetas permanecem

ligados um ao outro pela força gravitacional, têm

massa 7.MJupiter e foi detectado a 400 Ly do

nosso sistema solar. Seus descobridores, Ray

Jayawardhana (Universidade de Toronto) e

Valentin Ivanov (Observatório Europeu Austral) 

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OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELAALBINO A. C. DE NOVAES

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divulgaram a descoberta no site  “Science

Express”  da revista “Science”, cujos créditos

atribuímos a informação. Uma descoberta

recente mostra que existem planetas errantes,

isto é sem estrelas. (Ao lado temos uma

concepção artística produzida com os dados

coletados e armazenados nos computadores do

Observatório Europeu Astral (EFE/ESO).

  

 

Planeta descoberto em órbita da estrela HD49674, na constelação de Aurigae, a

uma distância de 0,05 UA (cerca de 7.500.000 km) desta estrela. Sua massa

corresponde a cerca de 0,15 da massa de Júpiter ou seja 40 vezes a massa da

Terra. Ele não está sozinho, pois, foram encontradas outras possíveis massas

planetárias com uma dimensão semelhante à de Netuno -  planetas gasosos.

 

O Sistema Solar é o nosso exemplo máximo de sistema estável.

 

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OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELAALBINO A. C. DE NOVAES

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Capella é um sistema complexo com duas estrelas amarelas gigantes em seu

coração, orbitando um centro de gravidade comum a cada 104 dias. Estes dois

astros não estão sozinhos – são acompanhados pelo menos por sete ou oito outras

estrelas.

* * *

 

 

“Eu não demorei a observar que as nossas comunicações mediúnicas refletiam

simplesmente nossas idéias pessoais, e que Galileu por mim, e que os habitantes de

Júpiter por Sardou, são estranhos a estas produções inconscientes dos nossos

espíritos” (Flammarion – 1923)

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OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELAALBINO A. C. DE NOVAES

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“Há espíritas de uma fé cega, que estão certos de estar em comunicação com os

Espíritos. Não há argumentação entre eles. Não me perdoam de não partilhar de

forma alguma de suas certezas, que se tornam crenças religiosas em suas casas.

Mas há entre estes, outros que compreendem que apenas o método científico nos

pode conduzir ao conhecimento da verdade. Estes se tornaram meus amigos”

(Flammarion – 1911).

 

PODEMOS CONFIAR EM TODAS AS

INFORMAÇÕES PUBLICADAS NA REVISTA

ESPÍRITA?

 

Certamente que não.  Confira no livro “A

Gênese” de Allan Kardec em sua Introdução:

“Os mesmos escrúpulos presidiram à redação

de nossas obras, de tal forma que podemos

dizê-lo segundo o Espiritismo, porque

estamos certos de sua conformidade ao

ensino geral dos Espíritos. Acontece  com

esta a mesma coisa, e assim podemos, por

motivos semelhantes, dá-la como

complemento às precedentes, com exceção,

todavia, de algumas teorias hipotéticas, que

tivemos o cuidado de indicar como tais, o que

não deve ser consideradas senão como

opiniões pessoais, até que sejam confirmadas

ou contraditadas a fim de não fazer pesar sua

responsabilidade sobre a doutrina.

 

Ademais, os leitores assíduos da Revue

Spirite terão ali encontrado, em esboço, a

maior parte das

idéias desenvolvidas nesta última obra, como o fizemos nas precedentes. A Revue

representa para nós, muitas vezes, um terreno de ensaio destinado a sondar a

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opinião dos homens e dos Espíritos a respeito de certos princípios, antes de admiti-

los como partes constitutivas da doutrina.

 

Não há a menor possibilidade de Júpiter ser habitado.

 

Júpiter é o maior e o primeiro entre os  planetas gigantes. Teve seu nome inspirado

no deus grego Zeus, rei do Olimpo. Sua composição básica é o hélio e o hidrogênio,

muito similar à de estrelas como o Sol. Costumo dizer com algum exagero que é

uma “estrela que não deu certo”.

 

Estatísticas de Júpiter

   

 Massa (kg) 1.900e+27 

 Massa (Terra = 1) 3.1794e+02 

 Raio equatorial (km) 71,492 

 Raio equatorial (Terra = 1) 1.1209e+01 

 Densidade média (gm/cm^3) 1.33 

   

 Distância média ao Sol (km) 778,330,000 

 Distância média ao Sol (Terra = 1) 5.2028 

 Período de rotação (dias) 0.41354 

 Período orbital (dias) 4332.71 

 Velocidade orbital média (km/seg) 13.07 

   

 Excentricidade orbital 0.0483 

 Inclinação do eixo (graus) 3.13 

 Inclinação orbital (graus) 1.308 

   

 Gravidade à superfície no equador (m/seg^2) 22.88 

 Velocidade de escape no equador (km/seg) 59.56 

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 Albedo geométrico visual 0.52 

 Magnitude (Vo) -2.70 

 Temperatura média das nuvens -121°C 

 Pressão atmosférica (bars) 0.7 

 Composição atmosférica

Hidrogénio

Hélio

90% 

10% 

 

Júpiter apresenta um núcleo muito quente e libera para o espaço  o triplo da energia

que recebe do Sol. Esse planeta só não é uma estrela como o Sol porque sua

massa é insuficiente para elevar sua pressão e a temperatura dos gases a ponto de 

produzir reações termonucleares. Caso isso ocorresse ele poderia ser considerado

um sistema solar em miniatura e o nosso Sol seria um sistema duplo. Não houve

massa suficiente para a nebulosa que deu origem ao Sol e aos planetas viesse a

formar uma estrela irmã do Sol, mas conseguiu formar planetas gigantes como

Júpiter e Saturno.

 

Imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble, da NASA,

em 13 de Fevereiro de 1995. A imagem mostra uma vista

detalhada de um aglomerado único de três tempestades

brancas de forma oval a sudoeste (abaixo e à esquerda) da

Grande Mancha Vermelha de Júpiter.

 

A sonda Voyager 1 obteve esta fotografia de Júpiter e dois

dos seus satélites (Io, à esquerda, e Europa, à direita) em 13

de Fevereiro de 1979. Nesta vista, Io está a cerca de 350,000

quilómetros (220,000 milhas) acima da Grande Mancha

Vermelha de Júpiter, enquanto Europa está a cerca de

600,000 quilómetros (373,000 milhas) acima das nuvens de

Júpiter. Júpiter estava a cerca de 20 milhões de quilómetros

(12.4 milhões de milhas) da sonda no momento desta foto.

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(CortesiaNASA/JPL)

 

Em detalhe as quatro maiores luas de Júpiter: Io, Europa,

Ganímedes e Calixto. O planeta possui mais de 60 outros

satélites.

 

O núcleo de Júpiter é minúsculo em relação ao seu grande tamanho – corresponde

a apenas 4% de sua massa total e é recoberto por uma grossa camada de

hidrogênio líquido metálico , com uma espessura perto de 50 km. Seu campo

magnético é cerca de 12 vezes maior que o da Terra e sua atmosfera é composta

de  de hidrogênio  e hélio e tudo indica que tem 200 km de espessuara. Sua rotação

é bem mais rápida, pois leva somente 9 horas e 50 minutos para completar uma

voltaem si mesmo, o que ocorre a uma velocidade de 12 km/s e sua translação é

descrita em quase 12 anos terrestres. Sua pressão é 3 milhões de vezes maior do

que a da Terra nas proximidades do núcleo denso onde o calor chega a 68000 K.

 

Um planeta gigante e gasoso como Júpiter, que não possui superfície sólida, não

apresenta qualquer possibilidade de abrigar alguma forma de vida, ainda mais se

levarmos em conta sua pressão extremamente alta – cerca de 3 milhões de vezes

maior que a verificada na Terra. Não existem  formas de vida orgânica sem o

concurso do carbono e com base centrada apenas no hidrogênio e no hélio, que são

os elementos quase únicos do planeta. É uma quimera pensar em formas de vida

“com uma química diferente”, pois outra química não há: reafirmamos, a química que

conhecemos na Terra é universal uma vez que não são possíveis outros elementos

primitivos – a tabela periódica não apresenta nenhum buraco a ser completado.

Podemos ter variações da matéria numa   incomensurável combinação  desses

elementos para formar um sem número de substâncias; mas não há como se obter

“substâncias orgânicas” sem a base carbônica ou sem o silício. Se esses elementos

que não existem ainda formados no planeta, não temos como admitir a ocorrência

de  vida orgânica mesmo a mais rudimentar.

 

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O grande oceano que recobre todo o planeta, consituído de

hidrogênio  líquido e escuro, forma um campo condutor

elétrico como qualquer metal, com a peculiaridade de não

oferecer qualquer resitência à passagem de correntes, como

se fosse uma placa de cerâmica.

 

O que alguns planetas apresentam em matéria de

substâncias, em outros simplesmente não existe.

Enquanto na Terra, sonha-se com a produção de

hidrogênio em laboratório e que seja supercondutor a

altas temperaturas, o que levaria a uma revolução na

indústria eletrônica, em Júpiter, o hidrogênio metálico é

elemento  tão abundante que dele se origina o campo

magnético do planeta, que não poderia deixar de ser o

maior de todo o sistema solar. Por outro lado, torna a

vida orgânica totalmente inviável.

 

É gigantesca a atração gravitacional de Júpiter. Chega a

afetar o próprio cinturão de asteróides, onde se concentram

milhares de pedaços de astros – que não chegaram a se

formar completamente ou que tenham resultado de

fragmentação por colisões. Os fragmentos foram confinados a

determinadas órbitas por causa da influência gravitacional de

Júpiter. Foto ao lado - IO

 

Júpiter possui anéis. Os anéis de Júpiter foram descobertos somente em março de

1979, através da sonda norte-americana Voyager I, que constatou-se ser um

sistema de anéis de partículas sólidas que circundam o planeta na região equatorial.

 

A faixa principal do anel tem aproximadamente 6.800 km de largura e está a 50 mil

km acima das camadas de nuvens superiores do planeta.

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Os anéis são praticamente impossíveis de se observar da terra devido à baixa

densidade das partículas que o compõe aliado ao forte brilho do planeta. Mesmo

assim, quatro dias após sua descoberta pela sonda, e conhecendo-se as condições

atmosféricas ao seu redor, os anéis foram confirmados a partir de observações

 

. Tabela: Composição da Atmosfera Joviana

MoléculaQuantidade

Relativa a H2

Variação

com

a Altitude

Medida por:

*Módulo (m)

**Espectro (e)

H2 1   m,e

HD 0,00005   m,e

He 0,156   m,e

CH4 0,0021   m,e

CH3D 0,0000003   m,e

NH3 0,0003 sim m,e

H2O 0,00014 sim m,e

H2S 0,000077 sim m

PH3 0,0000005 sim m,e

CO 0,000000003   e

GeH4 0,0000000007   e

AsH3 0,0000000003   e

 

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Por várias vezes a Revista Espírita publicou

sob a forma de artigos, mensagens atribuídas

aos Espíritos contendo relatos sobre a vida

em outros planetas do sistema solar. São

várias páginas contendo descrições de

extraterrestres, seus costumes, moradias,

alimentação e meios de transporte e

comunicação. Vejamos o que dizem a

respeito dos seres de Júpiter: “a conformação

física é quase igual à nossa, mas menos

densa e com um peso específico menor”.  A

informação é fantasiosa e constitui a opinião

de um único Espírito. O conhecimento que

temos hoje da química do planeta gigante é

suficiente para negar qualquer possibilidade

de que possam existir tais seres, pois teriam

de ter em seu organismo um elemento

fundamental: o carbono, que é a base

orgânica do homem da Terra, e seguramente,

Júpiter não tem carbono suficiente. Além do

que, a pressão

atmosférica altíssima do planeta impossibilita a formação de qualquer ser orgânico

em sua superfície. Nem mesmo o ambiente de seus satélites pode ser considerado

favorável, se levarmos em conta sua atmosfera composta de gases nocivos à vida

humana. O que se espera, em termos biológicos, de seres muito parecidos

conosco?

 

Victorien Sardou, jovem literato contemporâneo de Kardec, desenhou diversas

cenas jupiterianas. Ele apresentou-se como um desenhista sem habilidade e que

sob a influência de um habitante de Júpiter, que alguns séculos antes havia morado

na Terra, onde fora oleiro e chamara-se Bernard Palissy. Pois bem, sob a influência

de Palissy, Sardou, fez não um, mas vários desenhos e um grande número de

pinturas, todas retratando aspectos bizarros do que dizia ser paisagens da vida em

Júpiter e também em Saturno, retratando também personagens e cenas do dia-a-

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dia, descrevendo detalhes do corpo físico de seus habitantes. Sobre a atmosfera de

Júpiter, disse Sardou, ser ela diferente da Terra, mais etérea, parecendo-se mais ao

vapor e a matéria como conhecemos quase não existe. Vai aqui uma contradição

com a descrição apresentada tanto para o “homem” de Júpiter como para suas

habitações e plantas que ele afirma serem semelhantes às nossas, com uma textura

tão delicada a ponto de quase torná-las transparentes.

 

Os Espíritos também escrevem ficção e relatam suas opiniões

como se estivessem encarnados. Desse modo é natural que

descrevam ambientes, seres  e coisas que são produtos de

suas fantasias.

 

O planeta Saturno é outro que a literatura atribuída aos

Espíritos considera como habitado por seres humanos

especiais. No entanto, é um planeta inóspito, com uma

temperatura média de -180 °C. En-

tre os 8 planetas é o único que apresenta uma densidade menor do que a água. Um

dia em Saturno dura apenas 10 horas e 33 minutos, de acordo com as informações

enviadas pela sonda espacial Cassini, em 2004. Seu movimento de translação é

executado em 29,4 anos terrestres, com uma velocidade orbital em torno de 35,5

km/s. O planeta é composto predominantemente por hidrogênio e hélio,

apresentando traços de metano e amônea. Seu interior em muito se assemelha com

o de  Júpiter, formado por um pequeno núcleo e uma espessa camada de hidrogênio

líquido – não há, portanto, uma crosta sólida. Na atmosfera, os ventos podem

alcançar uma velocidade próxima de 1800 km/h.

 

Allan Kardec apenas apresentou o tema para discussão na Revista Espírita. Não

podemos descartar a influência do Astrônomo Francês – aliás considerado um dos

maiores do mundo no século XIX – Camille Flamarion. Tudo que se refere na

literatura espírita que se seguiu no Brasil, fazendo menção às naves espaciais, ufos,

exilados de Capella, planetas especiais, etc., não passa de fantasia sem qualquer

apoio na Codificação Kardeciana, que recomenda um estudo mais pormenorizado e

o cuidado de se acompanhar a Ciência, em seu esforço evolutivo, como vimos no

início deste trabalho. 

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* * *

 

 

 

 

A ciência acadêmica não acredita em discos voadores, mas acredita em vida

extraterrestre inteligente. Segundo os cientistas, não existem evidências que

amparem a idéia de seres de outros planetas visitarem a Terra nem de que exista

vida inteligente no sistema solar fora da Terra. As grandes distâncias entre as

estrelas e a limitação das velocidades que os corpos podem adquirir tornam

extremamente improváveis tais visitas.

 

Nas últimas décadas, porém, têm sido travadas discussões, constantemente

atualizadas, sobre a probabilidade de vida extraterrestre. Por todo o mundo, milhões

de dólares anuais são gastos em pesquisas que buscam a detecção de sinais

emitidos por civilizações inteligentes extraterrestres.

 

O grande avanço tecnológico característico de nossa época pode estar nos levando

a passos largos para a detecção desses sinais que, uma vez captados, confirmando

a existência de vida extraterrestre inteligente, podem vir a alterar significativamente

a sociedade humana atual.

 

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Rádio Telescópio de Arecibo (Porto Rico) - O maior do mundo

 

Têm sido enviados pouquíssimos sinais codificados para o espaço, sem obedecer a

nenhum programa ou estratégia; de uma maneira quase simbólica. Em 1974, foi

transmitida uma mensagem do Observatório de Arecibo, em Porto Rico. Essa

mensagem é uma codificação simples de uma figura descrevendo o sistema solar,

os componentes importantes para a vida, a estrutura do DNA e a forma humana.

Essa mensagem foi transmitida na direção do aglomerado globular de estrelas M13,

que se encontra a 25.000 anos-luz da Terra.

 

A doutrina espírita tem sua posição firmada em relação à vida em outros mundos,

como veremos adiante. Hoje o conceito de vida é muito diferente do que se pensava

nos meios científicos há uma ou duas décadas atrás. Mas o que se encontra em O

Livro dos Espíritos é, de certa forma, surpreendentemente atual.

 

DIGREÇÕES SOBRE O CONCEITO DE VIDA

 

Nietzsche afirma que “... nosso corpo é apenas uma estrutura social de muitas

almas (...)

 

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A vida é um conceito com numerosas faces. Pode-se referir ao processo em curso

do qual os seres vivos são uma parte; ao espaço de tempo entre o nascimento de

um organismo e a condição duma entidade que nasceu e ainda não morreu; e aquilo

que faz com que um ser vivo esteja… vivo. Metafisicamente, a vida é um processo

constante de relacionamentos.

 

A definição de vida de Francisco Varela e Humberto Maturana – amplamente usada

por Lynn Margulis – é a de um sistema autopoiético ou seja que se gera a sim

próprio, de base aquosa, limites lipoproteicos, metabolismo de carbono, replicação

mediante ácidos nucléicos e regulação protéica, um sistema de retornos negativos

inferiores subordinados a um positivo superior . (J. theor. Biol. 2001)

 

Uma característica útil sobre a qual se pode basear uma definição de vida é a da

descendência modificada: a capacidade de uma dada forma de vida de gerar

descendentes semelhantes aos progenitores, mas com a possibilidade de alguma

variação devida ao acaso. A descendência modificada é por si própria suficiente

para permitir a evolução, desde que a variação entre descendentes confira

diferentes probabilidades de sobrevivência. Ao estudo desta forma de

hereditariedade dá-se o nome de genética. Em todas as formas de vida conhecidas

(excluindo os priões, que não são considerados seres vivos, mas incluindovirus e

iróides, que também não o são), o material genético consiste principalmente em

DNA ou no outro ácido nucleico comum, RNA. Uma outra excepção pode ser o

código de certas formas de vírus e programas informáticos criados através de

programação genética, mas a questão de programas informáticos poderem ser

considerados seres vivos, mesmo sob esta definição, é ainda um assunto

controverso.

 

Na visão da Astrobiologia:  até a data atual a Terra é o único planeta do universo

conhecido por humanos a sustentar a vida. A questão da vida noutros locais do

universo permanece em aberto, mas análises como a equação de Drake têm sido

usadas para estimar a probabilidade dela existir. Das inúmeras reivindicações de

descoberta de vida noutros locais do universo, nenhuma sobreviveu a escrutíneo

científico. O mais próximo que a ciência moderna chegou de descobrir vida

exoplanetária ou extraterrestre, é a evidência fóssil de possível vida bacteriana em

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Marte (via meteorito ALH84001). Atualmente a atenção dos pesquisadores encontra-

se concentrada em planetas e que se crêem  possuírem ou terem possuído em

alguma época, água no estado líquido. Dados recentes dos veículos da NASA  como

Spirit e Opportunity apóiam a teoria de que Marte teve no passado água em sua

superfície, a partir de possíveis indícios de erosão em seu solo. As luas de Júpiter

são também consideradas bons candidatos, especialmente Europa, que parece ter

oceânos de água líquida, e indícios de uma boa quantidade de carbono, além de ser

rochosa. A vida que pode existir não vai além da microcelular. Citamos neste

trabalho, o único planeta descoberto até agora potencialmente habitável: Gliese

581C. Em todos os casos até agora estudados, ainda não se pode concluir pela

existência de vida, trata-se apenas de estudos que se concentram na possibilidade

de se encontrar a química adequada ao desenvolvimento da vida.

 

EXPLICANDO A EQUAÇÃO DE FRANK DRAKE

 

Em 1961, Frank Drake, astrônomo norte-americano, atual diretor do Instituto SETI,

publicou uma equação que pretende fornecer o número de civilizações inteligentes e

que desenvolveram tecnologia em nossa galáxia. Essa equação ficou conhecida

como equação de Frank Drake. Sábado próximo, como acontece todo primeiro

sábado do mês, o Observatório Astronômico da UFMG na Serra da Piedade (OAP)

estará aberto ao público com uma programação onde dará especial atenção ao tema

vida extraterrestre e a essa equação.

 

Frank Drake

------------------

 

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N = E x P x S x V x I x T x C

 

Na equação temos as seguintes variáveis: 

 N é o número de civilizações comunicantes em nossa galáxia

 E é o número de estrelas que se formam por ano na nossa galáxia

 P é a fração, dentre as estrelas formadas, que possui sistema planetário

 S é o número de planetas com condições de desenvolver vida por sistema

planetário

 V é a fração desses planetas que de fato desenvolve vida

 I é a fração, dentre os planetas que desenvolvem vida, que chega a vida inteligente

 T é a fração, dentre os planetas que chegam a vida inteligente, que desenvolve

tecnologia

 C é a duração média, em anos, de uma civilização inteligente.

Podemos chegar a um resultado equivalente ao obtido por Drake, partindo da

análise química do universo, fazendo uma estimativa dos percentuais dos elementos

químicos indispensáveis à constituição das moléculas orgânicas mais simples. 

 

 

COMO SURGIU A VIDA NA TERRA

 

Ninguém sabe exatamente como surgiu a vida na Terra. Mas

pode-se ter uma idéia a partir de um experimento bem sucedido

realizado por Stanley Miller, fotografado ao lado do aparelho em

que foram simuladas as condições atmosféricas supostamente

predominantes na Terra primitiva.

 

Na verdade, as substâncias ditas orgânicas são muito anteriores à

presença do ser humano na Terra. Acredita-se que as moléculas

orgânicas primitivas, formadas há cerca de 3,5 bilhões de anos,

deram origem aos primeiros seres unicelulares em nosso planeta.

 

Uma das teorias que se baseiam nessa idéia é a de Stanley Miller, cientista que

efetuou a experiência que vamos resumir abaixo.

 

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Miller manteve o aparelho funcionando por alguns dias e verificou que a   água  

acumulada   em   sua   base  continha   moléculas  orgânicas semelhantes às da

biomoléculas presentes nos seres vivos atuais. Ele manteve o aparelho em

funcionamento por alguns dias e verificou que a água acumulada na base do

aparelho continha moléculas orgânicas semelhantes às da biomoléculas presentes

nos seres vivos atuais. 

 

A – A mistura de gases introduzida no sistema simulava a atmosfera primitiva da

Terra, assim constituída: CH4, NH3, H2.

B- A circulação de água fria simulava o resfriamento dos gases nas grandes

altitudes atmosféricas.

C- As descargas elétricas aplicadas na mistura de gases simulavam os raios das

tempestades.

D- A água acumulada na base do aparelho simulava os mares e lagos primitivos

E- O aquecimento do líquido presente no aparelho simulava o calor reinante na

crosta terrestre, com a formação de vapor d’água.

Lembramos que, a inexistência de planetas em Capella, é motivo suficiente para

descartarmos qualquer similitude com a Terra, ao contrário do que afirma Emmanuel

no livro “A Caminho da Luz”.

 

Emmanuel no livro "A CAMINHO DA LUZ", cap. III, "As raças adâmicas",

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subcap. "Um mundo em transições".

 

Que afinidades poderiam existir entre Capella, um sistema múltiplo de estrelas e a

Terra, um dos planetas do sistema Solar?

 

A maioria, entre os adeptos espíritas, sustenta sua crença na opinião de Emmanuel,

utilizando como muletas os estudos de Kardec publicados no livro A Gênese, que

por sua vez baseia-se nas idéias do famoso astrônomo francês Camille Flamarion e

em algumas mensagens da Revista Espírita que não passam de esboço aberto à

discussão pública. A propósito da Revista Espírita convém não desconsiderar a

advertência do Codificador inserida na introdução do livro A Gênese:

 

“Ademais, os leitores assíduos da Revue Spirite terão ali encontrado, em

esboço, a maior parte das idéias desenvolvidas nesta última obra, como o

fizemos nas precedentes. A Revue, representa para nós, muitas vezes, um

terreno de ensaio destinado a sondar a opinião dos homens e dos Espíritos a

respeito de certos princípios, entes de admiti-los como partes constitutivas da

doutrina.” (– Introdução do livro “A Gênese” – Allan Kardec)

 

Ora, se o que foi publicado na Revista Espírita tinha a utilidade de servir à

apreciação de todos os envolvidos com a Doutrina dos Espíritos, convém não aceitar

como verdade nada que não tenha sido submetido aos mais rigorosos critérios de

exame. É o que se pode esperar de qualquer doutrina que se apresente com caráter

científico.

 

Dadas as circunstâncias que envolvem as publicações ditas espíritas pós-Kardec ,

podemos considerá-las todas em muito semelhantes, quanto à finalidade, à Revista

Espírita: CAMPO DE ENSAIO DESTINADO A SONDAR A OPINIÃO DOS

HOMENS. Partindo desse ponto entendemos porque Kardec (também no livro A

Gênese) afirma ser a Codificação Espírita uma obra inacabada e aberta, mais ainda:

indica como metodologia segura para sua continuidade, os critérios abalizados do

Espírito Erasto, nunca antes aplicados em qualquer outra época do movimento

espírita brasileiro. Precisamos rever a classificação dada a muitas obras tidas como

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complementares ou subsidiárias uma vez que não contemplam os referenciais

kardecianos.

 

 

A resposta é bem simples:  ignoram Kardec!

 

Ser espírita significa ser cuidadoso e racional, porque, conhecendo as relações das

coisas, avalia e raciocina. De acordo com o padre e filósofo italiano, Antonio

Genovesi, século XVIII, “A verdade se defende com a verdade, não com a

violência e palavras injuriosas.” Nenhuma violência é maior para um filósofo do

que a censura à sua palavra – silenciá-lo sobre qualquer pretexto é a arma vil

somente utilizada pelos fracos e ignorantes.

 

Segundo Allan Kardec “Toda idéia nova vem, necessariamente, suplantar uma

idéia velha. Se ela é falsa, ridícula e impraticável, ninguém lhe dá importância,

pois, instintivamente, compreende-se que não tem vitalidade. Deixam-na

morrer de morte natural. Se é justa e fecunda, ela atemoriza aqueles que , a

qualquer título, por orgulho ou interesse material, estiverem interessados em

manter a idéia antiga. Estes a combaterão, e, com tanto ardor quanto melhor

perceberem o perigo, que representa aos seus interesses.”

 

Temos sido combatidos por muitos dirigentes espíritas e proibidos de tratar desse

assunto “incômodo” e contrário aos interesses das editoras que publicam livros

mediúnicos e revistas espíritas que vendem muitos milhares de exemplares;  na

maioria dos centros espíritas como na emissora de rádio que divulga o Espiritismo

no Rio de Janeiro a prática não é diferente. Revelam profunda ignorância científica e

doutrinária a cerca do que trata Kardec no livro “A Gênese” que apenas estudam ou

lêem superficialmente  sem entender muitas vezes.

 

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E o que fizeram os Espíritas quando, entre 17 de agosto e 21 de setembro de 1938,

foram apresentados os rascunhos do livro “A Caminho da Luz”? Simplesmente se

dispuseram a publicá-los sem qualquer exame, sem submetê-los a qualquer  forma

de apreciação que não fosse a de seus editores, motivados por interesses que não

podemos precisar.

 

Não podem alegar sequer desconhecimento dos critérios da crítica espírita bem

fundamentada, pois Kardec não deixou qualquer dúvida, neste ponto de interesse

pela segurança da doutrina ele, mais uma vez foi preciso.

 

Da primeira edição de O Livro dos Espíritos extraímos:

(a) Porque esse ensinamento não é privilégio de nenhum indivíduo, mas dado a

todos que empreguem o mesmo meio (a mediunidade).

 

(b) Porque aqueles que o transmitem e os que o recebem não são individualidades

passivas, dispensadas do trabalho de “observação” e de “pesquisa”.

 

(c) Porque tais pessoas não renunciam à faculdade de julgar nem ao livre arbítrio.

 

(d) Porque o controle não lhes é absolutamente interdito, antes, pelo contrário,

recomendado.

 

(e) Porque, enfim, a Doutrina Espírita não foi ditada em todos os pontos, nem

imposta à crença cega.

 

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(f) Porque ela é “deduzida” pelo trabalho do homem, da “observação” dos fatos, que

os Espíritas põem sob seus olhos, e das “instruções” que eles lhe dão, instruções

que ele estuda, comenta e compara, e das quais tira, pessoalmente, conseqüências

e aplicações.

Apontem-nos  um único trabalho sério de pesquisa investigativa  sobre a informação

dada por Emmanuel, publicado em qualquer época, que contemple todos os itens

recomendados acima por Kardec , é o desafio lançado a todos que dotados de

senso apurado abraçam a doutrina espírita com amor à verdade.

 

 

 

 

Q.180 – Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpo semelhante ao

nosso?

R- Sem dúvida, eles têm corpos porque é preciso que o Espírito esteja

revestido de matéria para poder agir sobre a matéria; mas esse envoltório é

mais ou menos material de acordo com o grau de pureza a que chegaram os

Espíritos, e é isso que diferencia os mundos que devemos percorrer. Há várias

moradas na casa de nosso Pai e muitos graus, portanto. Alguns sabem disso e

estão conscientes aqui na Terra; outros nada sabem. (LE – cap.  IV)

 

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Não resta dúvida que a resposta dada pelos Espíritos fala da existência de vida

orgânica que será tão diferenciada quanto o grau de cada mundo e não de uma vida

constituída por uma química especial não existente na Terra: uma outra química

como costumam dizer – não conhecem química!  Entendemos como revestimento

de matéria os elementos orgânicos que disseminam a vida. Se não fosse assim

ficaria sem sentido o comentário de Kardec introduzido na Q. 182:

 

“A duração da vida nos diferentes mundos parece ser proporcional ao grau de

superioridade física e moral desses mundos (...)”

        

Somente para a vida orgânica pode-se estabelecer uma durabilidade, pois ela é

efêmera em qualquer mundo material.

 

Q.183- Passando de um mundo a outro o Espírito passa por uma nova infância?

R- A infância é, em toda parte, uma transição necessária, porém não é em toda

parte assim precária como entre vós.

 

A questão 183 também é conclusiva: os Espíritos falavam de vida orgânica.

"Os seres orgânicos são aqueles que têm, em si mesmos, uma fonte de

atividades íntima que lhes dá a vida. Eles nascem, crescem, reproduzem-se

por si mesmos e morrem. São dotados de órgãos especiais para realizarem os

diferentes atos da vida e que são apropriados às suas necessidades de

conservação. Nessa classe estão compreendidos os homens, os animais e as

plantas.

 

Os seres inorgânicos são todos aqueles que não têm vitalidade, nem

movimento próprio e não se formam senão pela agregação da matéria. Tais

são os minerais, a água e as plantas."

A teoria do “Buraco de Minhoca” pode ser uma boa

alternativa para demonstrar a irrelevância do espaço nos

processos imigratórios dos Espíritos. 

 

Durante a palestra que tive a ventura de fazer

auditório do QG da Polícia Militar do Rio de Janeiro, sob

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os auspícios da ADE-RJ (Associação dos Divulgadores do

Espiritismo do Rio de Janeiro) surgiram alguns

questionamento sobre a natureza dos  habitantes de

Capella, pois alguns chegaram

a sustentar que essa existência poderia ter uma constituição, digamos,

imponderável.  Mesmo que fosse assim, a informação de Emmanuel estaria

contrariada, pois ele fala de uma humanidade que atingiu um estágio superior de

evolução, portanto, de Espíritos encarnados. Não pode haver encarnação sem corpo

carnal, do contrário seria outra coisa.

 

Outras questões se apresentam interessantes para o nosso exame, desta feita,

extraídas da primeira edição de O Livro dos Espíritos.

 

Q.34 /LE-1ª– Pelo corpo físico o Homem é SER ORGÂNICO análogo aos

animais, sujeitos às mesmas precisões e dotado dos mesmos instintos para as

prover. Seu corpo fica submisso à mesma lei de decomposição, e a sua

constituição, mesmo, o tornaria inferior a muitos dentre eles se não fora

suprida pela superioridade da sua inteligência.

 

Q.80/LE-1ª – A passagem pela vida material é necessária à purificação dos

Espíritos. Para se instruir e melhorar, devem suportar todas as tribulações da

existência corporal. A encarnação lhes é imposta, seja como expiação para

uns, seja como missão para outros.

 

Tudo se encadeia em a Natureza; o mesmo tempo que a alma se depura pela

reencarnação, concorre também, sob tal forma, ao cumprimento dos

desígnios  da Providência.

 

Q.132/LE-1ª – Os Espíritos que habitam outros Mundos possuem envoltórios

semelhantes aos nossos?

R- Sem dúvida têm envoltórios, porque é preciso que a alma fique revestida de

corpo; todavia esse envoltório é mais ou menos carnal segundo o grau de

pureza alcançado pelos Espíritos, e isto é que demarca a diferença dos

Mundos que haveremos de percorrer; porque:

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“Existem muitas moradas em casa de Nosso Pai e portanto muitos degraus.

Uns o sabem, e disto têm consciência na Terra, e outros estão em condição

absolutamente inversa.”

 

Poderíamos acaso conhecer exatamente o estado físico e moral de outros  Mundos?

R- Nós, Espíritos, não poderíamos responder senão conforme o grau em que

estiverdes; isto significa que não devemos revelar tais coisas a todos, e que

nem todos estão em estado de as compreender e ficariam perturbados.

 

Q.55 – LE/2ª:  Todos os globos que circulam no espaço são habitados? 

R- Sim, e o homem da Terra está longe de ser, como ele crê, o primeiro em

inteligência, em bondade e em perfeição. Todavia, há homens que se crêem

muito fortes, que imaginam que somente seu pequeno globo tem o privilégio

de abrigar seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o

Universo só para eles.

 

Q. 181- Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpo semelhante ao

nosso?

R- Sem dúvida, eles têm corpos porque é preciso que o Espírito esteja

revestido de matéria para poder agir sobre a matéria; mas esse envoltório é

mais ou menos material de acordo com o grau de pureza a que chegaram os

Espíritos, e é isso que diferencia os mundos que devemos percorrer. Há

muitas moradas na casa de nosso Pai e muitos graus, portanto. Alguns sabem

disso e estão conscientes aqui na Terra; outros nada sabem.

 

Conclusão:

 

Sem planeta não há corpos, não há Espíritos reencarnados e, conseqüentemente,

não há exilados de Capella.

 

Foi perguntado ao Chico:  Que pode o irmão dizer-nos a respeito do astro que se 

avizinha, segundo a predição de Ramatís?

 

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Chico Xavier: - Esclarece nosso orientador espiritual que o assunto alusivo à

aproximação de um Planeta ou de Planetas, da zona - ou melhor, da aura da Terra -

deve, naturalmente, basear-se em estudos científicos, que possam saciar a

curiosidade construtiva das novas gerações renascentes no mundo.

 

O problema, desse modo, envolve acurados exames, com a colaboração da

ciência e da observação de nossos dias. Razão por que pede ele que não nos

detenhamos na expressão física dos acontecimentos que se avizinham, para

marcar maiores acontecimentos - acontecimentos esses de natureza

espetacular - na transformação do plano em que estamos estagiando, no

presente século.

Afirma nosso amigo que o progresso da óptica e das ciências matemáticas será

portadora, naturalmente, de ilações, conclusões da mais alta importância para os

nossos destinos, no futuro próximo.

 

Logicamente o mesmo crivo precisa ser aplicado à Emmanuel no que informa

através de seu livro “A Caminho da Luz”  e a qualquer outro Espírito que produza

alguma literatura científica ou mesmo, doutrinária.

 

Bibliografia:

À Luz das Estrelas, Lilia Irmeli Arany-Prado, DP&A editora, Rio de Janeiro, 2006.

A Instituição da Lógica, Antonio Genovesi, PUC/RIO – Conselho Federal de

Cultura, Editora Documentário – 1977

A Ciência Através dos Tempos, Attico Chassot, Editora Moderna, 1994.

O Novo Espírito Científico, G. Bahelard, Biblioteca Tempo Universitário I2, Edições

Tempo Brasileiro, 1968.

Metodologia Científica, João Álvaro Ruiz, Editora Atlas, 1985

Classical Mechanics, T. W. Kibble, McGraw-Hill Publishing Company Limited,

London, 1970

Convite à Filosofia, Marilena Chaui, Editora Ática, São Paulo, 1995

Fisica, Volume 4 – Ótica e Física Moderna, Paul Tipler, Livros Técnicos e

Científicos, Rio de Janeiro – 1995

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OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELAALBINO A. C. DE NOVAES

Página 70 de 87

Química e Sociedade – PeQuis – Wildson Luiz P. dos Santos, Gerson de Souza

Mól. Roseli Takako Matsunaga e outros, Editora Nova Geração, 2006

Viagem Espírita em 1862, Allan Kardec, Tradução de Wallace Leal V. Rodrigues, O

Clarim Casa Editora.

A Gênese, Allan Kardec, Tradução de Victor de Tollendal Pacheco, Editora LAKE,

São Paulo.

A Caminho da Luz – História da Civilização à Luz do Espiritismo – Francisco

Cândido Xavier - Federação Espírita Brasileira – Rio de Janeiro – 1938

O Pensamento de Erasto – Discípulo de São Paulo – Erasto de Carvalho Prestes

– Editora Mandarino LTDA. – Niterói – 1994

O Céu e o Inferno – Allan Kardec – Federação Brasileira – Rio de Janeiro – 1995

A Revolução do Espírito – Perspectivas da Ciência Espírita – Edição eletrônica –

André Henrique – Natal  (Rio Grande do Norte) – 2000

O Primeiro Livro dos Espíritos de Allan Kardec – Texto em fac-simile – Versão

em face do Primeiro Centenário – Silvino Canuto de Abreu – Companhia Editora

Ismael – São Paulo - 1957

 

Dados científicos:

 

 

 

Dr. Rami Rekola

Tuorla Observatory

FI-21500 Piikkiö

Finland

 

www.epsilon-lyrae.de  - zurück zur Galerie

The Ritter Observatory Public Archive of Spectra of α Aurigae

 

 

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http://www.daviddarling.info/encyclopedia/ETEmain.html

 

Aurigae – berço estelar

galaxymap.org/drupal/book/print/1

Glenn Schneider - Publication List

Durham University AstroSoc

Express yourself » AstroSoc Forum

 

 

Uma boa parte do trabalho resultou de 30 anos de observações diretas que realizei

e também do intercâmbio mantido com alguns pesquisadores fora do país.

Também será feita uma leitura mais apurado de todo o texto com objetivo de corrigir

os erros de gramática, de exposição e prováveis erros científicos. Aceito sugestões

para tornar o texto mais inteligível para o leigo em assuntos de astrofísica e de

metodologia científica.

Espero que este material tenha alguma utilidade para algumas pessoas, como as

que têm me assistido em algumas palestras sempre muito concorridas e

interessadas em conhecer os detalhes científicos e doutrinários que envolvem a

questão.

Meu fraterno abraço.

Albino A. C. de Novaes

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VERSÃO ANTERIOR

   

EMMANUEL – “A CAMINHO DA LUZ” – Francisco Cândido Xavier – p.33 –

Federação Espírita Brasileira. A obra foi escrita com base nas anotações atribuídas

aos exercícios da psicografia realizados entre as datas de 17 de agosto a 21 de

setembro de 1938. Vamos extrair apenas os trechos mais importantes para

fundamentar nossos comentários. 

 

Do capítulo III

AS RAÇAS ADÂMICAS. O SISTEMA DE CAPELA. 

“Nos mapas zodiacais, que os astrônomos terrestres compulsaram em seus

estudos, observa-se desenhada uma grande estrela na Constelação de Cocheiro,

que recebeu na Terra, o nome de Cabra ou Capela. Magnífico sol entre os astros,

que nos são mais vizinhos, da sua trajetória pelo infinito, faz-se acompanhar,

igualmente, da sua família de mundos, cantando as glórias divinas do ilimitado. A

sua luz gasta 42 anos para chegar à face da Terra, considerando-se desse modo, já

que a luz percorre o espaço com a velocidade aproximada de 300.000 quilômetros

por segundo.”

Capela ou Alfa Aurigae é, comprovadamente, um sistema de estrelas múltiplas que

contém pelo menos 9 estrelas; duas delas são tidas como “gigantes amarelas”, com

massa 2,6 e 2,7 vezes a massa do Sol e com dimensões que ultrapassam em 9 e

16 vezes o tamanho do Sol. Não são estrelas que podem ser consideradas

estáveis. Cada uma delas libera, aproximadamente, 78 vezes a luz liberada pelo

Sol – tal variação corresponde à quantidade de radiação, inclusive de raio X por

efeito do calor. Encontra-se a aproximadamente 43 anos luz. Este sistema está no

Hemisfério Norte, a 45º da estrela Polaris que é a estrela polar do norte. Até a

década de 60 os astrônomos pensavam ser uma estrela de formação simples, mas

a aplicação de novos métodos de observação, entre eles a espectroscopia,

revelaram tratar-se de um sistema complexo de várias estrelas que foram sendo

descobertas uma a uma.

 

Abaixo exibimos uma gravura para compararmos as dimensões de algumas

estrelas conhecidas, entre elas uma das estrelas do agrupamento principal –

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denominado binário – que constitui o Sistema Capela.

 

 

 

A gravura exibe a maior das estrelas que compõe Capela ou Alfa Aurigae como

costuma ser chamada entre os astrônomos, cerca de 16 vezes maior que o Sol. É

uma fonte de raio X potencialmente maior do que a que representa a estrela do

Sistema Planetário onde vive o homem. Se essa gigante amarela fosse colocada no

lugar do Sol, a Terra, mantendo sua posição seria inteiramente calcinada, pois

precisaria de uma atmosfera muitíssimas vezes mais densa do que a que tem

atualmente. Mesmo com a Terra colocada a uma distância de 1,5 bilhões de

quilômetros a vida seria muito pouco provável – e isto se não considerarmos o fato

de se tratar de um sistema múltiplo.

 

Uma estrela binária é um par de estrelas em órbita em torno de um centro de

gravidade comum sob a ação de sua atração gravitacional mútua. As estrelas

binárias são algumas vezes chamadas de estrelas duplas e as estrelas individuais

do sistema são chamadas de componentes. Tais pares de estrelas, dos quais há

vários tipos são extremamente comuns, chega-se a afirmar que constituem cerca

de 68% de todas as estrelas conhecidas do Universo; os outros 32 % seriam

distribuídos entre as estrelas múltiplas e um pequeno percentual de estrelas

simples como o Sol. Uma binária visual quando vista por meio de um telescópio,

aparece como um par distinto de estrelas, com sua separação e orientação

variando ao longo dos anos. Em um sistema binário eclipsante cada estrela

regularmente provoca um eclipse na outra e isto resulta em variações periódicas no

brilho total. Uma binária espectroscópica tem componentes que estão muito

próximas para que possam ser vistas como estrelas separadas. À medida que a

estrela descreve sua órbita em torno de sua companheira, ela praticamente está se

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movendo em direção à Terra – em termos relativos – ou afastando-se dela.

Examinado seu espectro, o Efeito Doppler pode ser usado para medir as mudanças

em seu movimento. Uma binária de polarização exibe mudanças periódicas na

polarização de sua luz. Em tais binárias, à medida que as estrelas se movimentam

em suas órbitas iluminam o gás e a poeira existentes no espaço entre elas, e o

ângulo com o qual a luz colide com esta matéria muda periodicamente. Desta

maneira a luz espalhada é polarizada. A figura seguinte mostra um exemplo de

estrelas binárias, para que se possa ter uma idéia das características visuais de um

sistema como os que estamos descrevendo; nem todos os sistemas binários podem

ser fotografados com suas estrelas componentes separadas, em geral dada a

proximidade uma da outra, apresentam-se ao telescópio como sendo apenas uma;

tal fato certamente enganou aqueles que deram informações ao médium que serviu

de intermediário ao Espírito Emmanuel que, por sua vez também deve ter-se

baseado em informações pouco precisas de astrônomos desencarnados, já que a

ele próprio não coube constatar o engano. 

 

 

A figura que utilizamos, a título de ilustração, mostra o sistema binário Alfa Centauri.

É o conjunto estelar mais próximo do Sol, distante cerca de 4,5 anos-luz. É

importante ressalta que as estrelas duplas têm muita dificuldade em abrigar

qualquer forma de vida, tal qual conhecemos, devido à instabilidade das órbitas de

seus planetas e as características gerais que envolvem seus componentes.

Grandes variações de temperaturas decorrentes das catastróficas atividades

estelares despejariam a distâncias que cobririam todo o espaço planetário

inimaginável quantidade de radiações. As erupções estelares são perturbações de

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natureza colossal cujo início súbito é seguido de desintegração gradual. A

freqüência das erupções estelares pode ser acompanhada pela observação de

fortes raias de emissão, sobrepostas ocasionalmente a um contínuo fraco.

Observações do Sol inteiro por satélites colocados em órbitas para pesquisas

espaciais, detectam raios X fortemente intensificados, originados das erupções. Já

foram detectados raios X, nas fases iniciais das grandes erupções com energias

superioras a 70 kev. Também os raios ultravioletas são fortemente ativados durante

uma erupção estelar. De qualquer modo, tomando-se o Sol como referência – e ele

é consideravelmente menor que o sistema Alfa Aurigae de onde se supõe serem

originários os espíritos exilados que vieram a constituir a “raça adâmica” – que ao

nosso modo de ver não passa de um mito que se criou na literatura espírita para se

ajustar às informações bíblicas -, e considerando uma área de erupção de apenas

10-4 da solar, mesmo uma intensificação mil vezes maior resultaria num acréscimo

de 10% da intensidade integrada. Nessas circunstâncias, é notável que o fluxo total

de raios X, durante uma erupção da classe 2+, seja duas vezes o do Sol quieto.

Acompanhando alterações nas ondas de rádio é possível se medir com alguma

aproximação as erupções estelares. E Alfa Aurigae não é das mais comportadas.

 

 

Na figura acima, temos uma visão obtida através de um telescópio, sem qualquer

tratamento, da estrela conhecida como Próxima 61 Cygni, distante 8 anos-luz da

Terra e de 6ª magnitude. Observe as duas imagens e terá uma idéia da diferença

entre um sistema e outro... Diferença?  Nem tanto, pois a segunda imagem também

pertence a um sistema duplo. As estrelas duplas são formadas no interior da

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mesma “nebulosa-mãe”, iniciaram a sua formação sensivelmente na mesma

ocasião e relativamente próximas uma da outra, pelo que ficaram ligadas pela

interação gravitacional – a orbitar em torno de um ponto comum a que se dá o

nome de centro de massa. Na verdade, em muitos casos, o número de estrelas

geradas nessas circunstâncias é superior a 2, pelo que se lhes atribui o nome de

sistemas múltiplos. Alfa Aurigae é um desses sistemas múltiplos.

 

Dadas as grandes distâncias a que se encontram da Terra, a maior parte dos

binários ou dos sistemas múltiplos não podem ser separados pelos nossos olhos,

por um binóculo ou telescópio modesto e, em muitos casos, nem mesmo pelos

maiores telescópios do mundo. Só a análise espectral da luz que emite revela a

presença de mais de uma estrela.

 

Há dois exemplos que podemos citar para ilustrar ainda mais nossas

considerações: as estrelas ALCOR e MIZAR, ambas da constelação da Ursa Maior,

que embora dando a ilusão de um sistema binário, quando é observado através de

um telescópio. Sabe-se que o período orbital, isto é, o tempo necessário para

completarem uma volta em torno do centro de massa é muito longo, talvez da

ordem de 10000 anos-luz; mas o estudo da luz através de um espectroscópio

revela que cada uma delas tem uma companheira, o que significa ser, na realidade

Mizar, um sistema múltiplo constituído de dois pares de estrelas. A existência de

estrelas duplas, como eram denominados antigamente, foi uma das principais

descobertas decorrentes da invenção do telescópio e extraordinariamente ampliada

sua observação com o espectroscópio. Mizar foi um dos primeiros sistemas

múltiplos a ser descoberto e o mérito se deve ao astrônomo italiano Giovanni

Battista Riccioli – o nome dado pelo astrônomo não significa muito para os

estudiosos, mas ela é uma das estrelas mais observadas na esfera celeste, pois é a

central do trio de estrelas que forma o timão do Carro da Ursa Maior.

 

Como as estrelas são os corpos celestes mais abundantes no universo, não

demorou muito para se imaginar que Mizar não era um caso único e que deveria

haver outras estrelas duplas. Em 1804, as observações confirmaram a suspeita: o

astrônomo Willian Herschel, tendo por base 24 anos de observação celeste

publicou um catálogo com cerca de 700 estrelas relacionadas como sendo duplas.

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No começo ainda não havia certeza se as estrelas duplas observadas estavam

fisicamente ligadas entre si ou se a associação era um mero efeito de perspectiva.

Em muitos casos, o brilho de cada uma era bem nítido, o que poderia sustentar a

idéia de que elas se encontravam a distâncias diferentes. O único meio de

solucionar o mistério seria calcular a distância de algumas estrelas duplas por meio

do método da paralaxe e Herschel empenhou-se nessa tarefa.

 

Há um verdadeiro enxame de estrelas múltiplas observáveis nas constelações de

Sagitário e Escorpião, avistadas praticamente na direção do centro de nossa

Galáxia. Também na constelação de Hércules próxima à Lira encontramos também

um grande número dessas formações notáveis. Albireu, na constelação Cisne é um

notável sistema binário, situado a 390 anos-luz, em um dos componentes tem a cor

amarela e sua companheira apresenta uma cor esverdeada. Os sistemas como

Mizar são também conhecidos como dupla-dupla.

 

Definem-se as binárias visuais como estrelas que parecem duplas por causa do

movimento que uma delas parece fazer em torno da que seria sua companheira.

Atualmente estão identificadas cerca de 70.000 delas, mas só 1% desse número

conseguiu-se determinar com precisão os parâmetros orbitais – o período, o semi-

eixo maior da órbita, a época da passagem pelo periastro, a inclinação do plano

orbital em relação à linha visual da excentricidade.

 

Essa escassez de dados não deve causar surpresa. Os períodos orbitais dessas

estrelas costumam ser da ordem de décadas e até séculos. Reproduzir suas órbitas

significa reunir pacientemente posições medidas durante décadas por diferentes

observatórios. Infelizmente, em alguns casos, só se conhece uma parte da órbita, e

a que falta deve ser deduzida com base nos dados disponíveis. Também se

considera que o plano orbital do sistema pode estar inclinado em relação à linha

visual daí a órbita se mostrar apenas aparente sendo, de fato, muito diferente da

verdadeira.

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A figura acima mostra a localização da estrela Alfa Aurigae ou como queiram,

Capela, identificada pela letra α (alfa)  do alfabeto grego. O brilho que se apresenta

é como se todo o sistema estivesse reduzido, a uma única estrela – falsa

impressão!

 

RELEMBRANDO AS CRENÇAS ESPÍRITAS:

Emmanuel com a palavra (“A CAMINHO DA LUZ”) 

“Quase todos os mundos que lhe são dependentes já se purificaram física e

moralmente, examinada as condições de atraso moral da Terra, onde o homem se

reconforta com as vísceras dos seus irmãos inferiores, como nas eras pré-históricas

de sua existência (...).”

 

“Há muitos milênios, um dos orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o

globo terrestre, atingiria a culminância de um de seus extraordinários ciclos

evolutivos.”

 

“As lutas finais de um longo aperfeiçoamento estavam delineadas, como ora

acontece convosco, relativamente às transições esperadas no século XX, neste

crepúsculo de civilização.”

 

“Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral,

dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de

piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijara daquela

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Humanidade, que fizera jus à concordância perpétua, para a edificação dos seus

elevados trabalhos.”

 

“As grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmos deliberaram, então,

localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra

longínqua, onde aprenderiam a realizar na dos trabalhos penosos do seu ambiente,

as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso

dos seus irmãos inferiores.”

 

“Foi assim que Jesus recebeu à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela turba

de seres sofredores e infelizes. (...)”

 

“Aqueles seres angustiados e aflitos, que deixaram atrás de si todo um mundo de

afetos, não obstante os seus corações empedernidos, na prática do mal, seriam

degenerados na face obscura do planeta terrestre, andariam desprezados na noite

dos milênios da saudade e da amargura, a lembrarem o paraíso perdido nos

firmamentos distantes. Por muitos séculos não veriam a suave luz de Capela, mas

trabalhariam na Terra, acariciados por Jesus e confortados na sua imensa

misericórdia.”

 

EXILADOS DE CAPELA

Edgard Armond

 

Acrescenta mais fantasia à suposição de Emmanuel.

 

A Editora Aliança publicou a obra “OS EXILADOS DE CAPELA” escrita por Edgard

Armond, onde o autor tenta fazer um esboço “completo” da evolução espiritual do

mundo. A edição que temos à mão é a 24ª de abril de 1989. Vamos nos valer

apenas de um pequeno trecho já que o restante da obra nada tem de útil para

nossas considerações. 

“A constelação do Cocheiro é formada por um grupo de estrelas de várias

grandezas, entre as quais se inclui Capela, de primeira grandeza e que, por isso

mesmo, é a alfa da constelação.”

 

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“Capela é uma estrela inúmeras vezes maior que o nosso Sol e, se fosse colocado

em seu lugar, mal seria percebido por nós, a vista desarmada.”

 

“Dista da Terra 45 anos-luz, distância essa que, em quilômetros, se representa pelo

número 4275 seguidos de 12 zeros.”

 

“Na abóbada celeste, está situada no hemisfério boreal, limitada pelas constelações

da Girafa, Perseu e Lince; e, quanto ao Zodíaco, sua posição é entre Gêminii e

Tauru.”

 

“Conhecida desde a mais remota antiguidade, Capela é uma estrela gasosa,

segundo afirma o célebre astrônomo Eddington, e de matéria tão fluídica que sua

densidade pode ser confundida com a do ar que respiramos.”

 

“Sua cor é amarela, o que demonstra ser um sol em plena juventude; e, como um

sol, deve ser habitado por uma humanidade bastante evoluída”

 

“Muitos acreditam que, chegado o fim deste ciclo de expiações e provas, os

espíritos cujos corações continuam bloqueados pela presença da maldade, não

poderão acompanhar os demais, que se encontram em estágio superior e, dessa

forma, não poderão compartilhar da nova fase de regeneração. Teoricamente, eles

irão constituir a nova leva de seres que serão deportados para outro orbe, inferior a

este, para se misturarem às raças autóctones locais, passarem por novas

dificuldades e edificarem uma nova civilização, até que alcancem o nível evolutivo

de sua nação terráquea.”

 

“Da mesma forma, acredita-se que há milhares de anos, quando os primatas

terrestres começavam a esboçar os primeiros sinais de hominização, tenha ocorrido

a vinda dos exilados de Capela.”

Não se sustenta a hipótese de Emmanuel quando recorremos às descobertas

científicas.

 

O “Universo Mítico” é o resultado da visão empírica do homem. Ao lado da visão

mítica, existe uma visão científica do Universo, visão essa baseada na observação

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e na experimentação – e ocasionalmente em percepções intuitivas que devem,

contudo, ser confirmadas pela observação e pela experiência.

 

A Hipótese levantada pelo Espírito Emmanuel é originária de um esforço intuitivo

realizado de forma conjugada com o médium Francisco C. Xavier, mas que a

Ciência desmente amplamente. Trata-se de uma visão mítica que tenta explicar as

diversidades étnicas, culturais e espirituais dos povos do planeta. Sabemos que por

trás de uma visão mítica se esconde uma realidade científica, mas essa não tem

como determinar quais os mundos são habitados; pode sim determinar quais os

que não têm nenhuma possibilidade de abrigar formas de vida orgânica, e isto com

relativa precisão. Mesmo que essas formas tenham um número incontável de

variações, existe um elemento primitivo que lhes dão origem e tudo indica que esse

elemento é único no Universo inteiro.

 

No caso do Universo Mítico, há um reino celeste imorredouro e eterno,

contrapondo-se ao mundo orgânico mutável e perecível pertencente ao Universo

Científico, onde há propriedades conservadas – eternas e imorredouras.

 

Nossa exposição pretende mostrar a inviabilidade de qualquer forma de vida no

Sistema Capela ou Alfa Aurigae.

 

 

A TEORIA DE OPARIN (1894-1980) PARA A ORIGEM DA VIDA.

 

A hipótese de Oparim, que foi apoiada pelo biólogo inglês J. B. S. Haldane (1892-

1964) e, mais tarde testada em laboratórios americanos por Stanley Miller, Sidney

Fox e outros pesquisadores, obteve o apoio do mundo científico e se constitui numa

teoria, a mais moderna para explicar a origem da vida.

 

Segundo Oparin, a Terra se consolidou como um planeta há cerca de 4,5 bilhões de

anos. Isso é comprovado pelas pesquisas de medição do urânio radioativo das

rochas. Os cientistas sabem o tempo que leva para haver a transmutação do urânio

em tório, e deste em chumbo. Pelas quantidades relativas desses elementos eles

avaliam a idade de uma rocha.

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Como os fósseis mais antigos já encontrados datam de cerca de 1 bilhão de anos,

pode-se concluir que, durante aproximadamente 3,5 bilhões de anos, a Terra foi um

planeta desabitado no espaço. Nesse imenso período (Era Azóica) devem ter

transcorrido os fenômenos expostos por Oparin e que passaremos a enumerar a

seguir:

 

Certamente, a atmosfera terrestre primitiva apresentava uma composição

totalmente diversa da atual. Talvez fosse rica em gases como: metano (CH4),

amônia (NH3), Hidrogênio (H2) e vapor de água (H2O).

 

Para fazer essas afirmativas, Oparim se baseava em conhecimentos de

Astronomia. Com o uso de um aparelho chamado espectroscópio acoplado ao

telescópio, os astrônomos já evidenciavam que nas atmosferas do Sol, de Júpiter,

Saturno e Netuno, são abundantes, entre outros gases, o metano, a amônia e o

hidrogênio. O vapor de água teria sido proveniente da intensa atividade vulcânica

que caracterizou o planeta em seus primeiros tempos de formação.

 

Essas afirmações têm de ser levadas em consideração, pois se a Terra teve a

mesma origem do Sol, não se pode contestar que, no passado, sua atmosfera

tenha se assemelhado a que eles apresentam hoje. Por outro lado, a intensa

atividade vulcânica dos primórdios da Terra está registrada na espessa crosta

terrestre, formada que é em sua maior parte por rochas magmáticas, isto é, rocha

proveniente de lava que esfriou.

 

Naquela atmosfera inóspita para a vida, em gases tóxicos e sem oxigênio livre,

exposta a altas temperaturas, cortadas por constantes centelhas elétricas e varridas

pelos raios ultravioletas da luz do Sol, pois que ainda não existia a camada de

ozônio (O3) que hoje nos protege, aqueles gases devem ter-se combinado,

originando moléculas orgânicas de aminoácidos.

 

No passar dos bilhões de anos mencionados, a atividade vulcânica determinou o

acúmulo de vapor de água na atmosfera, saturando-a. Sabem os geólogos

modernos que cerca de 30% do material expelido por um vulcão em atividade são

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constituídos de vapor de água. A saturação de umidade da atmosfera levou ao

aparecimento das chuvas. A chuva lavava a atmosfera e trazia os aminoácidos para

o solo quente do planeta recém-formado. Com o calor das rochas, a água voltava à

condição de vapor e retornava ao espaço. Os aminoácidos expostos ao

aquecimento sobre as rochas sofriam desidratação e combinavam-se uns com os

outros, por ligações peptídicas. Assim, começavam a aparecer as primeira

proteínas. A matéria orgânica ia surgindo.

 

Para não nos alongarmos muito não vamos descrever toda a hipótese de Oparin,

pois cremos que o que descrevemos é suficiente, pois deixa de forma

incontestavelmente clara, que para HAVER VIDA é necessário que se TENHA UM

PLANETA para que ela possa se desenvolver adequadamente.

 

Embora não possamos ver os planetas de outras estrelas – alguns deles

detectamos através de cálculos, observando perturbações ou interferências nas

faixas espectroscópicas – nossos telescópios têm revelado a existência de estrelas

duplas e de estrelas múltiplas. Imagine só um outro sol presente em nosso sistema

planetário iluminando-nos e aquecendo-nos todo o tempo. Muito provavelmente não

haveria vida na Terra. Se considerarmos a existência de uma outra estrela com as

mesmas dimensões, densidade, brilho e temperatura, colocado à mesma distância

do nosso planeta, basta utilizarmos um simulador de órbitas planetárias para

percebermos a loucura que seria: os movimentos de rotação e translação, entre

outros executados pela Terra ficariam em completa desordem se compararmos com

os atuais. Não haveria qualquer estabilidade necessária para as reações químicas,

condições atmosféricas e erupções vulcânicas cumprirem seus papéis na “geração”

da vida. A temperatura da Terra poderia variar de 290 ºC a 1000 ºC, pois receberia

a irradiação de duas fontes de calor e de raio X. Com a atual contextura da

atmosfera seria impossível impedir a penetração de raio X e seu impacto com a

superfície, o que seria um desastre para qualquer forma de vida orgânica.

        

Hoje sabemos que, estrelas solitárias como o sol, são um fato algo raro no

Universo. A imensa maioria dos sistemas estelares é constituída de estrelas

múltiplas (duas, três, sete ou oito) viajando juntas pelo espaço. Tais estrelas teriam

muita dificuldade em abrigar vida orgânica, tal qual conhecemos, devido a

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instabilidade das órbitas de seus possíveis planetas, aliado às grandes variações de

temperatura que ocorreriam, além do incrível fato de que dias e noites teriam uma

variação completamente irregular. Mesmo havendo alguma possibilidade de

existência de formas de vida orgânicas de origem desconhecida, elas exigiriam um

ambiente planetário.

 

 

Finalizando nossas considerações:

 

Há inúmeros fatos que impossibilitam a existência de qualquer forma de vida no

Sistema Capela. Formas orgânicas são completamente inviáveis. Vamos enumerar

alguns desses fatos: 

1 - O Sistema Capelino não tem planetas – todas as esferas que compõem o

sistema (são conhecidas 9 por enquanto) são estrelas.

 

2 - Mesmo que algum planeta seja encontrado ele não terá nenhuma estabilidade

que possa possibilitar ou que tenha possibilitado nos últimos 2 bilhões de anos que

a vida tenha surgido na forma orgânica.

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Acima temos algumas das estrelas gigantes comparadas com o nosso Sol. A

Estrela Capela caminha para uma fase semelhante. Sua expansão dependerá de

sua densidade, ou seja, de sua concentração de massa.

 

A Estrela Capela há alguns bilhões de anos vêm caminhando para a fase que

culminará com o de uma gigante vermelha. No momento é uma gigante amarela.

Esta fase de expansão aumenta consideravelmente sua emissão de raio X. Se

existir algum planeta orbitando o sistema, este será afetado gravitacionalmente por

cada uma das estrelas componentes e também pelo centro de massa do Sistema:

não teria como escapar da ação de um ou de outro. Sua temperatura sofreria

variações extremas, indo de 0 absoluto à do ferro fundido. Mas a existência de um

planeta é por demais duvidosa, pois fatalmente se fragmentaria sob o efeito do

fenômeno conhecido como “efeito maré”, somente uma concentração de massa

estelar com intensa atividade em seus núcleos pode sustentar uma órbita fora da

distância crítica. Não acreditamos em estabilidade orbital sem que o planeta seja

munido de uma órbita sob efeito de uma força central conservativa; num sistema

múltiplo onde estaria localizada a origem de tal força? E os efeitos das marés sob a

superfície do planeta, provenientes de cada um dos 9 planetas? Sabemos que

nossa pequena Lua – que faz com que nosso planeta seja um “planeta duplo” -

exerce uma grande influência na forma de vida que temos. Os organismos são

constituídos de tal forma que obedecem à influência gravitacional do Satélite irmão.

As forças responsáveis pelas marés aparecem porque a atração gravitacional da

Lua, e de modo menos importante, do Sol, não é uniforme sobre toda a superfície

da Terra. A atração é mais intensa do que a média na face voltada para a Lua, e

menos intensa do que a média na face exposta, de modo que há uma tendência da

Terra se alongar na direção da linha que une os centros. Imagine um planeta num

sistema múltiplo, com uma órbita instável ou pouco estável, num momento ou

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noutro poderá estar sob a força gravitacional de mais de uma estrela – uma em

cada face, por exemplo – que efeitos terríveis serão desencadeados? A distância

crítica entre a Terra e a Lua, se não estou enganado, é aproximadamente de

211.000 km – numa distância menor a Lua poderá se fragmentar e vir a explodir; se

tal acontecer algum dia, a Terra não deixará de sofrer efeitos devastadores. Devido

às distâncias, o efeito do Sol sobre a Terra é a metade da que exerce a Lua. Como

nosso sistema planetário é estável, todos os planetas encontram-se em órbita

segura e perfeitamente previsível, tão previsível que com um cálculo muito simples

podemos obter uma boa aproximação de suas distâncias médias em relação ao

Sol: trata-se de um pequeno exercício de Matemática, conhecido como Seqüência

de Ticio e Bode. Escrevemos inicialmente, uma seqüência começando de 0 (zero),

colocando 3 como segundo elemento e a partir daí vamos dobrar cada elemento

anterior para obter o seguinte; a seqüência completa é: 0 – 3- 6- 12- 48- 96- 192-

384-768- 1536. Propositalmente colocamos mais um planeta em nosso sistema

solar, pois anda-se especulando sobre a possibilidade de termos mais um. Em

seguida vamos somar 4 unidades a cada termo da seqüência acima para obtermos:

4- 7- 10-16- 28- 52- 100- 196- 388- 772- 1540. Dividindo cada termo da última

seqüência por 10, obtemos a seqüência final: 0,4 – 0,7- 1,0- 1,6- 2,8- 5,2- 10,0- 19,6

– 38,8- 77,2- 154,0. Ocorreu apenas uma distorção nas medidas correspondentes

aos planetas Netuno e Plutão, porque estes planetas possuem órbitas ligeiramente

anômalas. Nada podemos dizer ainda da última medida. A última seqüência refere-

se à distância de cada planeta ao Sol, tomando-se como referência a UNIDADE

ASTRONÔMICA (UA), que equivale a 150.000.000 km. O exemplo serve para

demonstrar a imutabilidade da lei física que tem sua validade tanto para o

microcosmo como para o macrocosmo. 

 

Do que depende a cor de uma estrela?

 

A cor de uma estrela é função da temperatura em sua superfície. As azuis são as

mais quentes e as vermelhas, as mais frias. Veja a tabela abaixo onde

apresentamos as cores em função da faixa de temperatura na superfície.

Lembramos que, em seu interior, as estrelas apresentam temperaturas muito

superiores a essas.

 

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COR

TEMPERATURA SUPERFICIAL

(ºC)

Azul 11 000 a 45 000

Branca azulada 7 500 a 11 000

Branca 6 000 a 7 500

Amarela 5 000 a 6 000

Alaranjada 3 500 a 5 000

Vermelha 3 000 a 3 500

 

Quanto mais quente maior é a quantidade de radiação que emite. 

Que fique suficientemente claro: negando a possibilidade de vida no Sistema

Capelino, não estamos com isso, negando a possibilidade de vida em outros

sistemas. Mas, a bem da verdade, somente estrelas simples como o Sol têm reais

possibilidades de desenvolver formas orgânicas de vida. Um sistema duplo teria

muitíssimo menos; muito menos ainda um sistema triplo... Um sistema com 9

estrelas, então, nem pensar ainda com uma delas tendendo para uma gigante

amarela. 

* * *