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AJES- FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO: MBA - GESTÃO EM PERÍCIA, AUDITORIA E LICENCIAMENTO AMBIENTAL CONTAMINACAO DA ÁGUA E DO SOLO POR ATIVIDADES ANTRÓPICAS Silvana Breitenbach ORIENTADOR: CYNTHIA CÂNDIDA CORREA ÁGUA BOA/MT ABRIL /2013

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AJES- FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: MBA - GESTÃO EM PERÍCIA, AUDITORIA E LICENCIAMENTO

AMBIENTAL

CONTAMINACAO DA ÁGUA E DO SOLO POR ATIVIDADES ANTRÓPICAS

Silvana Breitenbach

ORIENTADOR: CYNTHIA CÂNDIDA CORREA

ÁGUA BOA/MT

ABRIL /2013

AJES- FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: MBA - GESTÃO EM PERÍCIA, AUDITORIA E LICENCIAMENTO

AMBIENTAL

CONTAMINACAO DA ÁGUA E DO SOLO POR ATIVIDADES ANTRÓPICAS

Silvana Breitenbach

[email protected]

ORIENTADOR: Prof. CYNTHIA CÂNDIDA CORREA

Monografia apresentada á Associação

Juinense de Ensino Superior- AJES- como

parte das exigências do curso de Pós -

Graduação -Gestão em Auditoria e Perícia

Ambiental -para a obtenção do título de

Pós - graduando a Gestor em Auditoria

e Perícia Ambiental.

ÁGUA BOA/MT

ABRIL/2013

AGRADECIMENTOS

AGRADEÇO A DEUS POR ME DAR SABEDORIA E FORÇA PARA ENFRENTAR OS

OBSTÁCULOS DA VIDA.

A AJES. AOS PROFESSORES DE TODOS OS MÓDULOS, PELAS SUGESTÕES, CRÍTICAS

ENRIQUECEDORAS E PELO COMPANHEIRISMO.

AOS MEUS PAIS, QUE SEMPRE ME DIRECIONARAM AOS MELHORES CAMINHOS DA VIDA,

ME APOIANDO EM TODOS OS MOMENTOS , SOU MUITO GRATA PELO AMOR QUE ME

CONCEDEM.

AO MEU NOIVO LUCIANO ALVES DE OLIVEIRA, PELO CARINHO E CONFORTO NAS HORAS

MAIS DIFÍCEIS, SOU MUITO GRATA AO SEU AMOR.

AOS MEUS IRMÃOS, ROBERTO BREITENBACH E KÁTIA BREITENBACH, PELO APOIO E

CARINHO. A MINHA CUNHADA VIVIANE E SOBRINHOS LUCAS E KAUÃ PELO CARINHO E

INCENTIVO.

AOS MEUS AMIGOS ADRIANO L. BORGES, FRANKLIN M DE OLIVEIRA, PAULA KATSUYAMA,

TATIANE RIZZO, FABIANA REZENDE, ANA RÚBIA E DEMAIS AMIGOS DA TURMA, PELA AMIZADE,

COMPANHEIRISMO E CONVIVÊNCIA NESTE PERÍODO.

A TODOS OS MEUS FAMILIARES PELO APOIO E INCENTIVO.

A TODOS QUE COLABORARAM DIRETA OU INDIRETAMENTE PARA A REALIZAÇÃO DESTE

TRABALHO E HOJE FESTEJAM COMIGO MAIS ESTA IMPORTANTE VITÓRIA.

RESUMO

Atualmente a grande maioria das pessoas tem visto ou até mesmo vivenciado

problemas provocados pela contaminação da água e do solo, por isso o objetivo do

trabalho foi levantar informações sobre a contaminação da água e do solo, bem

como identificar os principais contaminantes e sua origem, apontar as principais

consequências da contaminação e, apresentar algumas medidas preventivas e

alternativas para reduzir e/ou recuperar áreas contaminadas. O trabalho foi

elaborado através de pesquisa bibliográfica, sendo a mesma qualitativa, descritiva e

explicativa, constatando-se que atualmente as contaminações do solo e da água

estão entre os principais problemas ambientais e que já existem diversos tipos de

tecnologias de tratamento para a recuperação dos solos contaminados, as mais

comuns são tratamento térmico, tratamento físico/químico e tratamento biológico. No

caso da água, as operações para a descontaminação normalmente são demoradas

e dispendiosas, por isso as medidas preventivas são as mais recomendadas. Pode

ser observado também durante a pesquisa que os contaminadores do solo e da

água estão intimamente ligados e que o homem está cada vez mais consciente da

necessidade de preservar os recursos naturais (água e solo) indispensáveis para a

sobrevivência.

Palavras-chave: contaminantes, contaminação da água, contaminação do solo.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esquema sobre contaminação da água....................................................................... 13

Figura 2. Lixão a céu aberto,............................................................................................................20

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Contaminantes do solo e tempo necessário para decomposição.............................19

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9

CAPITULO I: REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................... 12

1.1 CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS ................................................................................ 12

1.1.1 PRINCIPAIS CONTAMINANTES DA ÁGUA ............................................................ 12

1.1.1.1 CONTAMINAÇÃO POR CONTAMINADORES BIODEGRADÁVEIS ............................ 13

1.1.1.2 CONTAMINAÇÃO POR CONTAMINADORES BIOLÓGICOS ................................... 14

1.1.1.3 CONTAMINAÇÃO POR CONTAMINADORES NÃO BIODEGRADÁVEIS ..................... 15

1.1.1.4 CONTAMINAÇÃO POR CONTAMINADORES TÉRMICOS ...................................... 17

1.1.2 CONSEQUÊNCIAS DA CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA ............................................... 17

1.2 CONTAMINAÇÃO DO SOLO .................................................................................... 18

1.2.1 PRINCIPAIS CONTAMINANTES DO SOLO ........................................................... 18

1.2.1.1 CONTAMINAÇÃO ORIUNDA DE AGLOMERADOS URBANOS ................................ 19

1.2.1.2 CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS INDUSTRIAIS ............................................... 21

1.2.1.3 CONTAMINAÇÃO POR ATIVIDADES AGRÍCOLAS............................................... 22

1.2.3 CONSEQUÊNCIAS DA CONTAMINAÇÃO DO SOLO ............................................... 23

CAPITULO II: METODOLOGIA ................................................................................. 25

CAPITULO III: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ............................................. 27

CONSIDERACÕES FINAIS ...................................................................................... 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 31

9

INTRODUÇÃO

O crescimento da população mundial, que já ultrapassou os 7 bilhões de

pessoas e o aumento da expectativa de vida em grande parte dos países eleva o

consumo e o uso indiscriminado da água e do solo. Atualmente 20% da população

utilizam 80% dos recursos naturais e produzem 75% de toda a poluição (NOT, 2011).

A agricultura atualmente é a maior usuária dos recursos hídricos do planeta,

com uma média de consumo de 70% de toda água doce utilizada pelo homem. No

Brasil este consumo está em torno de 60%. Entretanto, as reservas estão cada vez

mais restritas e a cada dia é necessário uma quantidade maior de água potável para

suprir as necessidades do ser humano. Além do aumento significativo do uso da

água é necessário ainda lidar com a seca e com os danos provocados pelo homem

como a poluição por meio de esgotos e por diferentes tipos de resíduos, inclusive na

agricultura (EMBRAPA, 2013).

Na natureza não é possível encontrar água pura, pois a mesma possui uma

série de impurezas que irão lhe imprimir características fisico-quimicas e biológicas,

sendo a qualidade da água dependente dessas caracteristicas (AGUA, 2013). A

complexidade dos múltiplos usos da água pelo homem tem desencadeado

alterações no ecossistema aquático em diferentes escalas, acarretando significativa

degradação ambiental e diminuição considerável na disponibilidade de água de

qualidade, gerando inúmeros problemas no seu aproveitamento. A qualidade da

água pode ser afetada pelas mais diversas atividades do homem, sendo elas

domésticas, comerciais ou industriais, em que, cada uma dessas atividades vai

gerar contaminantes específicos (PEREIRA, 2004).

As atividades antrópicas na maioria das vezes também causam problemas ao

solo, pois o mesmo é utilizado em grande parte sem nenhuma preocupação,

existindo pouca ou nenhuma conscientização a respeito da sua preservação para

que as gerações futuras também possam utilizá-lo. O solo é utilizado pelo homem

para as mais diversas atividades, principalmente para deposição de substâncias

resultante das suas atividades (DINIS e FRAGA, 2013).

10

Para a Embrapa (2013) o solo não pode ser considerado apenas um meio

para a produção de alimentos, fibras e energia, mas um componente vivo que

fornece nutrientes as plantas, além de servir como reservatório de carbono e água e

de abrigo para uma grande diversidade de organismos. Quando utilizado de forma

inadequada, pode sofrer inúmeros danos, como erosão, diminuição de produtividade

e qualidade. O solo é rico em proteção natural, a cobertura vegetal, podendo ser

encontrados organismos que asseguram um complexo ciclo biológico e quando o

homem interfere de alguma maneira as conseqüências podem ser irreversíveis.

A contaminação do solo e da água pode ser considerada um problema

universal, pois sua ocorrência é comum por toda parte e provoca diversos danos no

meio ambiente. A contaminação destes recursos naturais é também um assunto

bastante conhecido e divulgado nos meios de comunicação. A grande maioria das

pessoas tem visto ou até mesmo vivenciado problemas provocados pela

contaminação destes elementos.

Diante do contexto faz-se necessário entender os mecanismos e fontes

responsáveis pela contaminação do solo e da água, bem como identificar as causas

e as consequências, para que se possa baseado na literatura apresentar medidas

preventivas e alternativas para a redução e descontaminação de áreas

contaminadas. Sendo assim, a escolha do tema se deu, principalmente pela

preocupação com os problemas causados pela a contaminação da água e do solo

que são elementos extremamente essenciais para a sobrevivência da humanidade.

O trabalho teve como objetivo geral levantar informações sobre a

contaminação da água e do solo por atividades antrópicas. E como objetivos

específicos: identificar os principais contaminantes e suas origens, apontar as

principais consequências da contaminação da água e do solo e apresentar medidas

preventivas e alternativas para reduzir e/ou recuperar áreas contaminadas. Coloquei

dessa forma para ficar claro a diferença entre os objetivos.

O trabalho foi realizado por meio de uma revisão bibliográfica sobre a

contaminação hídrica e a contaminação do solo, levando em consideração os

principais contaminantes e suas conseqüências no meio. As informações foram

obtidas por meio de pesquisas na internet, em livros, artigos, revistas, entre outros.

Você pode retirar porque vai estar explicando na metodologia.

11

O presente trabalho foi dividido em 3 capítulos para sua melhor compreensão,

ficando da seguinte maneira: No capítulo 1 é desenvolvido o referencial teórico que

deu suporte a pesquisa; no capitulo 2 é descrito a metodologia utilizada para o

desenvolvimento do trabalho e no capítulo 3 é realizada a análise e discussão dos

dados.

12

CAPITULO I: REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS

De acordo com Marques (2013) a água é um recurso de caráter renovável,

indispensável á existência de vida na Terra, sendo utilizada pelo homem para

satisfazer sua necessidades metabólicas e em praticamente todas suas atividades.

Neste século a crescente contaminação das águas é um dos principais

problemas enfrentados pelo ser humano, que utiliza a água não apenas para beber,

mas também para se desfazer de todo tipo de material e sujeira (HTZ, 2013). A

contaminação da água “é a introdução de elemento no meio hídrico em

concentração nocivas á saúde do homem” (ÁGUA, 2013).

A contaminação da água (figura 1) ocorre pela a introdução de substâncias

químicas, microorganismos e resíduos no meio ambiente numa concentração que

desequilibre o meio (BLOGGER, 2013). As águas contaminadas por substâncias

oriundas das mais diversas atividades antrópicas são denominadas águas residuais,

quando essas águas atingem os rios e mares, as substância transportadas vão se

acumulando, aumentando a contaminação geral das águas, trazendo grave risco

para a sobrevivência dos organismos presentes no meio (HTZ, 2013).

1.1.1 PRINCIPAIS CONTAMINANTES DA ÁGUA

A água pode ser contaminada por efluentes líquidos e sólidos classificados

como contaminadores biodegradáveis, contaminadores biológicos, contaminadores

não biodegradáveis e contaminadores térmicos.

13

Figura 1. Esquema sobre contaminação da água

Fonte: MARQUES, 2013.

1.1.1.1 CONTAMINAÇÃO POR CONTAMINADORES BIODEGRADÁVEIS

O lançamento de uma quantidade excessiva de substâncias orgânicas na

água pode causar um grave desequilíbrio no meio ecológico, isso acontece porque

tais substâncias servem de alimento para microrganismos que fazem a

decomposição da matéria orgânica, para a maioria dos peixes e para outros seres

aeróbios, além disso, na ausência de oxigênio ocorre a multiplicação das bactérias

anaeróbicas, que produzem gás tóxico (PROJETO, 2013).

Os contaminadores biodegradáveis ou orgânicos, quando acumulados em

excesso produzem e eutrofização das águas (excesso de nutriente na água que

provoca o aumento excessivo de algas causando redução do oxigênio no meio

aquático). Podem ser considerados contaminadores orgânicos ou biodegradáveis

resto de alimento e de animais mortos e das atividades domésticas como papel,

esgoto sanitários, sabões, substâncias originadas da decomposição dos alimentos

armazenados em silos na zona rural, entre outros (HTZ, 2013).

14

Os restos de alimentos e animais mortos, quando lançados juntamente com o

lixo em terrenos baldios a céu aberto resulta na produção de chorume (líquido

resultante da própria umidade do lixo ou da decomposição dos resíduos) que com a

adição da água pluvial percola pelo perfil do solo, atingindo os mananciais de água

gerando a sua contaminação (ANDRADE, 2009).

O chorume é constituído pelos resíduos orgânicos parcialmente

biodegradados com elevada Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), sendo assim

o seu lançamento em corpos d’água provocará um consumo elevado de oxigênio,

pelas bactérias aeróbicas, responsáveis pela decomposição da matéria orgânica,

provocando a sua redução, ou mesmo extinção, contaminando a água e

prejudicando os organismos aquáticos (ANDRADE, 2009).

Na zona rural pode ocorrer também a contaminação de rios com o

lançamento de dejetos animais (estrume e esterco) que produzem gás sulfídrico

(H2S) e amônia (NH3), muito tóxico para a vida aquática (PROJETO, 2013).

1.1.1.2 CONTAMINAÇÃO POR CONTAMINADORES BIOLÓGICOS

Os contaminadores biológicos são todos os microrganismos patogênicos

capazes de provocar doenças. São exemplos, alguns vírus, bactérias, fungos e

parasitas (HTZ, 2013). “Os microorganismos patogênicos atingem a água através de

excretas de pessoas ou animais infectados, causando problemas principalmente no

aparelho intestinal do homem” (SIMAE, 2013).

Os microrganismos patogênicos são comumente encontrados nos efluentes

sólidos e líquidos oriundos dos esgotos e dos lixões, lançados no solo e na água de

forma indiscriminada (ANDRADE, 2009).

Os vírus, as bactérias patogênicas e os parasitas são os principais agentes

biológicos encontrados nas águas contaminadas, destes as bactérias patogênicas

constituem umas das principais fontes de morbidade em nosso meio, sendo

responsáveis por diversos casos de enterites, diarréias infantis e doenças

epidêmicas, com freqüentes resultados letais. No caso dos vírus os mais

15

encontrados nas águas contaminadas são os da hepatite infecciosa e da

poliomielite. A Entomoeba histolytica causadora da amebíase é um exemplo de

parasita presente na água contaminada (ÁGUILA et al., 2000).

1.1.1.3 CONTAMINAÇÃO POR CONTAMINADORES NÃO BIODEGRADÁVEIS

Os contaminadores não biodegradáveis apresentam alto grau de

perigosidade, porque tendem a se acumularem no organismo dos seres vivos.

Dentre eles temos os agrotóxicos, os fertilizantes (adubos químicos), o petróleo, os

detergentes não biodegradáveis e os metais pesados como o chumbo, o arsênio e o

mercúrio (HTZ, 2013).

Os resíduos de agrotóxicos são a segunda maior fonte de poluição das águas

brasileira, ficando atrás apenas do esgoto sanitário, sua utilização, atualmente em

larga escala na agricultura chegou a um ponto de apresentar necessidade de

extinguir seu uso (CARRASCO, 2011). O agrotóxico usado para o controle de pragas,

doença e plantas adventícias se tornou um dos principais elementos do modelo

agrícola brasileiro (RAS, 2005). De acordo com Stracci (2012) “maior parte dos

agrotóxicos não atinge a praga alvo, contamina as águas subterrâneas e superficiais

e traz graves riscos á saúde”.

A água contaminada por agrotóxico pode prejudicar direta e indiretamente a

fauna e flora aquática. Quando a água é contaminada por um herbicida, por

exemplo, o efeito pode ser direto com a morte das plantas aquáticas. O

carregamento de agrotóxico para os corpos d’água traz também alguns efeitos

indiretos para a biota e para a saúde humana, alguns peixes armazenam tais

substâncias no organismo e se ingerimos corremos o risco de passar mal ou dessas

substâncias ficarem acumuladas no nosso corpo (STRACCI, 2012).

Para Carvalho e Orsine (2011) a contaminação da água por meio de

fertilizantes e outros produtos químicos vêm aumentando gradativamente e trazendo

graves consequências para a saúde humana e para o ambiente. Quando um

determinado fertilizante é utilizado na agricultura corre-se o risco do excedente

atingir as águas fluviais, ou seja, contaminar nascentes, córregos e diversos leitos

16

de águas, causando danos no meio ambiente, além do mais pode causar doenças,

como o câncer. Isso acontece principalmente devido grande parte dos solos

apresentarem uma topografia razoavelmente ondulada que facilita o carreamento

dessas substâncias por chuvas fortes e enchentes (WAUCZINSKI, 2009).

Já os detergentes não biodegradáveis em contato com a água reduzem a sua

capacidade de oxigenação e envenenam várias formas de vida aquática, além do

mais, pode infiltrar no solo e contaminar as águas subterrâneas que o homem utiliza

para as mais diversas atividades. Os detergentes não biodegradáveis são tóxicos

para os peixes, podendo destruir os microrganismos responsáveis pela

decomposição da matéria orgânica (PROJETO, 2013).

O petróleo, outro contaminante da água, é lançado nos oceanos por meio de

acidentes com petroleiro e oleodutos, através de lavagens de tanques e exploração

de poços marítimos de combustível, formando uma fina camada na superfície da

água, causando o impedimento da troca de gases necessários á fotossíntese e á

respiração dos seres vivos (PROJETO, 2013).

Já no caso dos metais a grande maioria apresenta pouca solubilidade em

água, resultando em baixas concentrações, mesmo quando a emissão de efluentes

é pontual, mas existem alguns metais como o mercúrio e o arsênio capazes de

apresentar espécies químicas estáveis em solução, podendo resultar em

acumulação na coluna d’água em relativas concentrações ou até mesmo tóxicas,

sendo o mercúrio o que apresenta maior toxidade, entre os metais contaminantes

(LACERDA e MALM, 2008).

O chumbo pode ser encontrado na natureza no estado livre e ocasionalmente

na forma metálica, este elemento químico ocorre como contaminante ambiental e

sua concentração no meio cresce de acordo com o aumento do seu uso na indústria.

O chumbo é utilizado como antidetonante na gasolina e em tintas, na fabricação de

canos para a condução de água, na fabricação de cabos elétricos, de chapas para

pias, cisternas e telhados, na indústria de acumuladores, entre outros. Além disso, o

arsenato de chumbo é empregado como inseticida (MAVROPOULOS, 1999).

O chumbo é considerado um elemento tóxico não essencial, que se acumula

no organismo e dependendo do nível e da duração da exposição pode afetar vários

17

sistemas orgânicos como o sistema nervoso central, o sistema renal, o sistema

gastrintestinal, pode também interferir no metabolismo do osso, dentre outros

(MAVROPOULOS, 1999).

1.1.1.4 CONTAMINAÇÃO POR CONTAMINADORES TÉRMICOS

A contaminação térmica ocorre pelo descarte da água aquecida usada no

processo de refrigeração de refinarias, siderúrgicas e usinas termoelétricas em

corpos d’água. Este tipo de contaminação tem como consequência à redução da

quantidade de oxigênio dissolvido na água, diminuição do tempo de vida de algumas

espécies aquáticas e a potencialização a ação dos poluentes presentes na água

(UENF, 2013).

O aumento da temperatura prejudica a solubilidade do oxigênio, fazendo com

que ele se volatilize facilmente, diminuindo sua disponibilidade na água,

prejudicando diversas formas de vida aeróbica aquática. Além disso, o impacto da

oscilação térmica exerce efeito nocivo para as vidas aquáticas que não toleram

grandes variações de temperatura, como o salmão e a truta. O aquecimento global

também é considerado um contribuinte para a contaminação térmica, podendo

acarretar a perda de grande parte da fauna marinha e lacustral (lagos) (POLUIÇÃO,

2013).

1.1.2 CONSEQUÊNCIAS DA CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA

A contaminação das águas traz diversos problemas principalmente para a

saúde do homem, pois o lançamento de efluentes sem tratamento ou com um

tratamento inadequado prejudica consideravelmente o abastecimento público, sendo

que em alguns casos a água captada não passa de esgoto diluído no rio,

aumentando consideravelmente o custo do tratamento ou forçando a captação em

outro local (IBIOSFERA, 2013).

18

Além disso, a contaminação dos recursos hídricos compromete a sua

navegação, devido ao excesso de nutrientes que favorece o crescimento de

macrófitas; prejudica a agricultura que será irrigada com essa água (contaminação

por microrganismos e compostos químicos); impossibilita a recreação (contato com a

água) e a apreciação estética devido a matérias flutuantes e o odor desagradável;

provoca desequilíbrio ecológico devido à falta de oxigênio e de luz; pode ocorrer

seleção de organismos resistentes a contaminação, entre outros (IBIOSFERA, 2013).

Em resumo, as águas contaminadas podem ocasionar sérios problemas para

a saúde humana, para o meio ambiente e para os mais diversos organismos.

1.2 CONTAMINAÇÃO DO SOLO

O solo pode ser conceituado de maneiras diferentes, de acordo com o

objetivo mais imediato de utilização. Mas de maneira geral “o solo pode ser

conceituado como um manto superficial formado por rochas desagregadas em

mistura com matéria orgânica em decomposição, contendo, ainda, água e ar em

proporções variáveis e organismos vivos” (ANDRADE, 2009).

Atualmente a contaminação do solo é um dos principais problemas

ambientais. Durante muito tempo o homem quase não se preocupou com o

descarte de lixo, produtos químicos e resíduos industriais, resultando em uma

elevada quantidade de terrenos contaminados e inviáveis para a prática da

agricultura ou construção de moradias, além de um enorme prejuízo para o meio

ambiente (TODA, 2013).

1.2.1 PRINCIPAIS CONTAMINANTES DO SOLO

De acordo com Dyminski (2006) pode ser definido como contaminante o

produto encontrado em um determinado local em níveis abaixo do tolerável em

relação aos critérios adotados. “Contaminante é entendido como aquele elemento ou

composto cuja concentração encontrada é suficiente para provocar danos aos

componentes bióticos” (GUEDES, 2008).

19

São considerados contaminantes do solo os efluentes sólidos e líquidos

oriundos de aglomerados urbanos (lixo em geral, esgoto, elementos radioativos), de

atividades industriais (produtos químicos, combustíveis, metais pesados, etc.) e

agrícolas (agrotóxicos, fertilizantes), lançados no solo. Tais contaminantes

normalmente demoram muito tempo para se decomporem, como pode-se observar

alguns exemplos na Tabela 1.

Tabela 1. Contaminantes do solo e tempo necessário para decomposição.

Fontes Contaminantes Tempo de decomposição Lixo em geral

Papel Plástico Tecido

Madeira pintada

Borracha (pneu) Vidro

Metais (cobre, chumbo, zinco) Isopor

Restos de comida

3 a 6 meses* 450 anos*

6 meses a 1 ano* 15 anos*

Indeterminado* 1 milhão de anos*

Até 3000 anos* 400 anos*

1 a 3meses*

*Fonte: PORTAL, 2013.

1.2.1.1 CONTAMINAÇÃO ORIUNDA DE AGLOMERADOS URBANOS

A contaminação oriunda de aglomerados urbanos se dá por meio do

lançamento diretamente no solo de lixo hospitalar (frasco de medicamentos,

algodão, agulhas de injeção e outros objetos que venham oferecer risco de

contaminação por organismos patogênicos), lixo doméstico (papel, embalagens em

geral, tecido, madeira, latas, entulhos e restos de comida), lixo industrial (papel,

materiais sintéticos, embalagens inflamáveis e/ou impregnadas de substâncias

tóxicas ou venenosas), esgoto, elementos radioativos, dentre outros (PORTAL, 2013).

20

Figura 2. Lixão a céu aberto

Fonte: CAON, 2012.

Os solos de áreas que foram lixões (Figura 2) normalmente apresentam

diversos problemas, além da contaminação pelos mais diversos contaminantes,

podem apresentar ainda risco de explosão devido ao processo de decomposição do

lixo orgânico que gera a produção de gases inflamáveis que ficam retidos no solo

(TODA, 2013).

O lançamento de resíduos líquidos (esgotos) sem tratamento em terrenos

também são fontes de contaminação do solo, pois quando os dejetos de origem

humana alcançam o solo contribuem para a transmissão de doenças, como

verminoses, adquiridas através do contato da pele com a terra contaminada

(ANDRADE, 2009).

Os lixos elétricos e eletrônicos também são considerados elementos

contaminantes do solo, pois quando produtos como monitores, celulares, baterias,

televisores, impressoras, entre outros, quando são jogados no solo liberam com o

passar do tempo vários elementos químicos que contaminam o solo (TODA, 2013).

21

A contaminação do solo por elementos radioativos, embora existam poucos

casos, quando ocorre gera problemas gravíssimos. Tais contaminantes são

encontrados em usinas nucleares ou em equipamentos que usam elementos

radioativos (máquinas de Raios-X, por exemplo) e podem entrar em contato com o

solo por meio de acidentes ou descarte, podendo deixar o mesmo contaminado por

séculos, além disso, pessoas que entrarem em contato com solos com esse tipo de

contaminação podem morrer ou desenvolver diversos tipos de câncer (TODA, 2013).

1.2.1.2 CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS INDUSTRIAIS

A contaminação do solo por resíduos industriais ocorre através do descarte

diário de produtos químicos, combustíveis, metais pesados e outros elementos, que

com o passar do tempo penetram no solo contaminando-o. Após a contaminação

destas áreas as mesmas ficam impróprias para a construção (casas e prédios) e

para a pratica da agricultura (TODA, 2013).

Os contaminantes oriundos da indústria são considerados em sua maioria

resíduos perigosos e sua deposição no solo por períodos prolongados e sem o

menor cuidado, além de contaminar o solo pode produzir efeito deletério nos

aqüíferos (ANDRADE, 2009).

O derrame de gasolina, na maior parte das vezes, é responsável pela

contaminação dos solos relacionado com produtos derivados do petróleo, isso

ocorre principalmente devido a construção de estruturas destinadas ao

armazenamento e a distribuição de combustíveis nem sempre serem executadas de

forma correta. A fase gasosa associada ao derrame de gasolina é altamente tóxica

aos seres vivos e se acumulada em áreas não arejada pode atingir um nível de

concentração que constitui um sério risco de explosão (GUEDES, 2013).

Os metais pesados apresentam mais de um estado de oxidação, que irão lhes

conferir mobilidade, biodisponibilidade e toxicidade. Eles podem permanecer no solo

por até 3000 anos (chumbo, cobre, zinco, etc) e como são bioacumulados pode

passar de espécie para espécie ao longo da cadeia alimentar. Além disso, podem

22

interagir de forma diferente com os organismos, levando os seres vivos a disfunções

simples ou levar a danos mais graves que podem causar a morte (GUEDES, 2008).

O tratamento do solo contaminado por resíduos industriais é possível, porém

é necessário um alto investimento, além do mais o processo costuma ser bem

demorado (TODA, 2013).

1.2.1.3 CONTAMINAÇÃO POR ATIVIDADES AGRÍCOLAS

A contaminação do solo por atividades agrícolas ocorre através do uso de

defensivos agrícolas, de fertilizantes (excesso), produção excessiva de efluentes

pela agropecuária intensiva e pelo descarte incorreto de embalagens.

A utilização de defensivos agrícolas (fungicidas, herbicidas), conhecidos

também como venenos ou agroquímicos, é responsável em grande parte pela

contaminação do solo. Os defensivos agrícolas são tóxicos ao homem e aos

organismos vivos em geral, sendo necessária muita precaução quanto ao seu uso,

principalmente, quanto aos resíduos provenientes das mais diversas fontes e a

disposição final adequada, para que não ocorra o comprometimento do meio

ambiente como um todo e em particular do solo. No caso dos defensivos agrícolas,

os herbicidas são os pesticidas mais persistentes no ambiente, ou seja, demoram

mais a serem degradados (SILVA et al., 2009).

Os fertilizantes também apresentam relevante contribuição para a

contaminação do solo, sendo considerados contaminantes quando causam desvio

na composição normal do meio ambiente. O lodo de esgoto é um exemplo de

fertilizante que contamina o solo, pois apesar de ser rico em micro e macronutrientes

essenciais ás plantas, quando aplicado em excesso pode contaminar o solo e

provocar sérios problemas aos vegetais e aos herbívoros, além do mais pode

apresentar na sua composição elementos potencialmente tóxicos como o chumbo,

no caso de lodos provenientes de regiões industrializadas (SILVA et al., 2009).

As agropecuárias intensivas, como a suinoculturas e a bovinocultura, também

são consideradas fontes de contaminação do solo, pois são produtoras de efluentes

23

com elevado nível de contaminantes, que apresentam baixa taxa de tratamento, cujo

efeito depende do tipo de solo, da sua concentração e do modo de dispersão,

podendo provocar a acidez dos solos, facilitando a mobilidade dos metais pesados,

além do mais pode desencadear a salinização do solo e o excesso de nutrientes

pode causar toxidade nas plantas (SILVA et al, 2009).

O descarte incorreto das embalagens de agrotóxicos também é outro

contribuinte da contaminação do solo, pois os resíduos presentes podem entrar em

contado com o mesmo causando a sua contaminação (SILVA et al, 2009).

1.2.3 CONSEQUÊNCIAS DA CONTAMINAÇÃO DO SOLO

A contaminação do solo, devido às atividades humanas, pode levá-lo a

destruição em um curto espaço de tempo. As consequências da ação antrópica

podem às vezes ser irreparáveis (ANDRADE, 2009).

O solo pode tornar infértil para o plantio; rios, lençóis freáticos, mananciais,

nascentes e lagos podem ser contaminados; o ecossistema pode sofrer

desequilíbrio, através da extinção de plantas e animais. Poderão ocorrer também

mudanças na densidade e consistência do solo, além da sua saturação; alterações

na tipografia; perda da capacidade de drenagem, elevação na sua temperatura,

devido à formação de gases como o metano e o dióxido de carbono no subsolo;

impregnação de substâncias poluente; mudança no cheiro; formação de lamas de

esgoto na superfície; e, deslizamento de terras provocado por contaminantes

líquidos (TODA, 2013).

Para Andrade (2009) as consequências mais comuns da contaminação do

solo são a alteração de cadeias alimentares, resultante da adição de fertilizantes,

inseticidas, pesticidas no solo, ocasionando a eliminação de diversos tipos de

animais, podendo levar a extinção de níveis tróficos da cadeia alimentar; a erosão, o

assoreamento e a inviabilidade do solo, além do mais pode ocorrer a contaminação

em todos aspectos ambientais, desde de níveis freáticos á bioacumulação de

produtos tóxicos pela cadeia alimentar, chegando ao homem.

24

Sendo assim, a introdução de contaminantes no solo pode ocasionar a perda

de várias funções do solo e ainda provocar a contaminação das águas subterrâneas,

além de provocar múltiplas conseqüências negativas para a cadeia alimentar, para

saúde pública e para diversos ecossistemas e recursos naturais (DINIS e FRAGA,

2013).

25

CAPITULO II: METODOLOGIA

A metodologia é um modo de expressar as formas e aspectos de elaboração

do trabalho, colocando o leitor a par dos métodos levados em consideração na

pesquisa.

Rodrigues (2007) descreve a metodologia científica como “um conjunto de

abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver

problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de maneira sistemática”.

O presente trabalho foi elaborado através de pesquisa bibliográfica, sendo a

mesma qualitativa, descritiva e explicativa.

Para Boni e Quaresma (2005) a pesquisa bibliográfica é um apanhado de

trabalhos relacionados com o tema selecionado, sendo a mesma capaz de fornecer

dados atuais e relevantes. A pesquisa bibliográfica pode ser realizada por meio de

livros, revistas, internet, entre outros.

Segundo Rodrigues (2007) a pesquisa bibliográfica é uma forma diferenciada

de pesquisa, distinguindo-se da pesquisa á campo, porque busca dados disponíveis

em publicações (livros, teses e artigos de origem nacional ou internacional) e na

internet, realizados por outros pesquisadores.

De acordo com Neves (1996), a pesquisa qualitativa possui na atualidade

lugar garantido como forma viável e promissora de investigação. Para o autor

diversos elementos como a falta de exploração de certo tema disponível na

literatura, o caráter descritivo da pesquisa que se pretende empreender ou a

intenção de compreender um fenômeno complexo na sua totalidade tornam propicio

o emprego dos métodos qualitativos.

A abordagem qualitativa comumente utiliza a indução da busca do

conhecimento e explicação de fenômenos, possuindo estatística diferenciada de

caráter descritivo (RUIZ, 2004).

A pesquisa descritiva é utilizada quando já se conhece um determinado

fenômeno e se quer descrevê-lo com um maior detalhamento (POSGRADUANDO,

2012). E a pesquisa explicativa é utilizada para estudar um determinado

26

tema/assunto como o objetivo de explicá-lo melhor, sendo as reflexões feitas em

grande parte dos casos por levantamento bibliográfico (FAZER, 2013).

27

CAPITULO III: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

A contaminação das águas e do solo é um dos principais problemas

enfrentados pelo homem neste século. Tanto a água quanto o solo são

indispensáveis para as atividades humanas.

São inúmeras as formas de utilização da água e do solo pelo homem e são a

partir destas utilizações que ocorrem as contaminações. A água muitas das vezes é

utilizada para se desfazer de todo tipo de material e sujeira e o solo acaba sendo o

receptor de tudo que é eliminado das atividades humanas.

A contaminação da água se dá principalmente através do lançamento de

efluentes líquidos e sólidos oriundos das mais diversas fontes em corpos d’água,

estes contaminantes podem ser biodegradáveis, biológicos, não biodegradáveis e

térmicos.

Os contaminantes biodegradáveis causam desequilíbrio no meio ambiente por

servir de alimento para os microrganismos que fazem a decomposição e para

peixes, além de causar a redução do oxigênio no meio aquático. Os contaminadores

biológicos são os microrganismos patogênicos que podem causar doenças no

homem, além disso, contaminam plantas e animais. Os contaminadores não

biodegradáveis são altamente perigosos, por acumularem no organismo dos seres

vivos, e têm como representante os agrotóxicos que são a segunda maior fonte de

contaminação da água, ficando atrás apenas dos esgotos. E a contaminação térmica

ocorre pelo lançamento de água aquecida, resultante dos processos de resfriamento

de refinarias, usinas e hidrelétricas, causando redução do oxigênio presente na

água, morte de algumas espécies aquáticas e potencialização alguns contaminantes

presentes na água.

As conseqüências da contaminação das águas são muitas, dentre elas temos

os problemas causados na saúde humana e o comprometimento dos recursos

hídricos.

Os contaminantes do solo estão por toda parte e podem o tornar impróprio

para o uso. Os principais contaminantes do solo são os efluentes sólidos e líquidos

28

oriundos das mais diversas atividades humanas, dentre eles temos os oriundos dos

aglomerados urbanos (lixo, esgoto, etc.), de atividades industriais (produtos

químicos, combustíveis, etc.) e de atividades agrícolas (agrotóxicos, fertilizantes,

etc.) lançados sem tratamento no solo.

A contaminação da água assim como a do solo pode trazer grandes

conseqüências para a saúde humana, além disso, pode provocar sua total

destruição e contaminação das águas subterrâneas.

Por isso, algumas medidas preventivas e alternativas para a redução e

recuperação das áreas contaminadas vêm sendo recomendadas pelos mais

diversos autores.

Segundo a Embrapa (2013) para prevenir a contaminação da água e do solo

é necessário entender o funcionamento dos ambientes agrícolas, definindo as

melhores recomendações e procedimentos para os grandes, médios e pequenos

produtores, oferecendo ao setor produtivo alternativas para usar as diferentes

classes de solo, bem como formas mais eficientes de irrigação, apresentando ainda

formas de reaproveitar resíduos como fertilizantes e até mesmo identificar os

melhores sistemas agrícolas para cada região.

Pires et al. (2003) relatam que na busca por alternativas para despoluir áreas

contaminadas por vários compostos orgânicos, tem se optado por meios que

englobam eficiência na descontaminação, simplicidade na execução, menor custo e

menor tempo demandado no processo. Por isso, cresce o interesse pela utilização

de biorremediação, que é uma técnica que tem por objetivo descontaminar solo e

água por meio da utilização de organismos vivos, como plantas e microrganismos.

De acordo com Wauczinski (2009) uma solução ideal para evitar a

contaminação das águas seria o estabelecimento das APP (Áreas de Preservação

Permanente), como por exemplo, os trinta metros de Mata Ciliar nas margens de

córregos, pois as raízes ajudariam conter a lixiviação e diminuir a contaminação.

As operações para a descontaminação da água normalmente são demoradas

e dispendiosas, por isso as medidas preventivas são as mais recomendadas.

Podendo ser citadas nesse caso a proibição de despejos e a aplicação de multas

rigorosas ás indústrias poluidoras; o armazenamento e a recuperação de resíduos

29

perigosos (metais pesados), mesmo não sendo lucrativo economicamente; a

proibição da fabricação de detergentes não biodegradáveis, como já ocorre no

Brasil; construção de estação de tratamento de água e esgoto; construção de

estação para a transformação de detritos e dejetos de animais em adubos para a

produção de gás combustível; proibição e controle rigoroso do lançamento de

produtos oriundos do petróleo no mar (PROJETO, 2013).

Para Silva et al. (2009) para evitar a contaminação do solo através da

agricultura é necessário o manejo adequado do solo, que está relacionado com a

aplicação e com o uso de nutrientes adequados para cada tipo de cultura e com a

característica do solo, bem como dosagem ideal, entre outros fatores diversos com o

preparo da terra, a variedade escolhida, a adaptação climática, o espaçamento, a

disponibilidade hídrica, a conservação, etc.

Atualmente existem diversos tipos de tecnologia de tratamento para a

recuperação dos solos contaminados, as mais comuns são tratamento térmico,

tratamento físico/químico e tratamento biológico. O tratamento térmico consiste na

desinfestacão por meio da utilização de vapores, sendo o seu uso vantajoso por não

apresentar resíduos tóxicos. Já o tratamento físico/químico é baseado

principalmente na lavagem e na remoção do solo e o processo específico a ser

utilizado vai depender do tipo do contaminante. E no tratamento biológico são

utilizados microrganismos que apresentam possibilidades praticamente ilimitadas

para metabolizar compostos químicos (ANDRADE, 2009).

A fitorremediação é uma técnica utilizada na biorremediação, que associa o

emprego de plantas na descontaminação do solo, podendo ser utilizada em solo

contaminado pelas mais diversas substâncias (orgânicas e inorgânicas) como

metais pesados, agrotóxicos, explosivos, subprodutos tóxicos da indústria, entre

outros. Esta técnica tem sido considerada vantajosa, principalmente quando

comparada a outras técnicas como a remoção física da camada contaminada,

apresentando baixo custo (PIRES et al., 2003).

30

CONSIDERACÕES FINAIS

As atividades antrópicas são as maiores responsáveis pela contaminação da

água e do solo, gerando desequilíbrio no meio ambiente.

Os contaminantes tanto da água quanto do solo são oriundos das mais

diversas atividades humanas. Estes contaminantes podem ser biodegradáveis,

biológicos, não biodegradáveis ou térmicos. E o grau de contaminação dos recursos

naturais vai depender da composição dos contaminantes.

A contaminação da água e do solo pela adição de contaminantes no meio

ambiente traz diversas conseqüências para a saúde do homem e causa

desequilíbrio no ecossistema.

Entretanto, pode-se observar que algumas medidas preventivas vêm sendo

recomendadas e utilizadas para evitar tais contaminações, além disso, já existem

diversas técnicas disponíveis que possibilitam a recuperação das áreas

contaminadas. Sendo necessários estudos mais aprofundados para identificar a

melhor técnica a ser utilizada em cada caso específico.

Por isso, faz-se necessário cobrar maior empenho por parte das autoridades

competentes na criação de leis que obriguem as empresas tratarem seus efluentes,

na fiscalização e na punição das indústrias que não cumprirem tais leis, além disso,

existe a real necessidade de conscientizar a população em geral dos danos

causados pela contaminação, para que se possam reduzir os impactos provocados

no meio ambiente.

Desta forma, recomenda-se ainda a busca por novas formas de reduzir as

contaminações da água e do solo para que as gerações futuras também possam

usufruir destes elementos.

31

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