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Page 1: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Page 2: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Módulo 1 – Conhecer a situação e

reflectir sobre ela (9 horas)

Módulo 2 – A lei e o combate à

violência doméstica (3 horas)

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CONHECER A SITUAÇÃO E REFLECTIR SOBRE ELA

1) Enquadramento Geral

⇒ Conceptualização da problemática da violência de género

⇒ Enquadramento histórico e cultural das questões da violência de género ⇒ Crenças, estereótipos, atitudes bloqueadoras, face ao fenómeno da violência conjugal. ⇒ Definição e Formas de violência conjugal

⇒ Dados epidemiológicos, incidência e prevalência

⇒ Violência Doméstica e Cidadania

⇒ Violência Doméstica e Exclusão Social

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Dinâmicas e processos associados à Violência Conjugal

⇒ Espaços e Contextos da Violência Conjugal

⇒ Ciclo da Violência Conjugal – Sistema Circular

⇒ Poder e Controlo

⇒ Aprofundamento do conhecimento sobre agressores e vítimas em contexto de violência doméstica

› Características do agressor e da vítima – especificidades no seu relacionamento

› Necessidades mais comuns

› Efeitos da violência ao longo do tempo

› Interpretar e perceber indicadores de alerta

⇒ Consequências a curto prazo da vitimação

› Sintomatologia psicológica

› Sintomatologia física

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2) Dinâmicas e processos associados à Violência Conjugal

⇒ Impacto da violência conjugal ⇒ Identificação das necessidades das vítimas de violência doméstica

› Razões para a manutenção na relação abusiva › Trauma e Resiliência

⇒ Planos de Segurança Pessoal

› Objectivos › Tipologias diferenciais

⇒ Instituições de Apoio

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Page 7: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Conceptualização da problemática da

Violência de Género

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Page 8: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Envolvimento no combate à Violência Género / Violência Doméstica a nível nacional

Objectivo:

alcançar uma sociedade mais justa e igualitária

CIG - Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (organismo da Administração

Pública)

tutelada pelo Gabinete da Secretaria de Estado da Igualdade da Presidência do Conselho de Ministros

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Garantir a execução das políticas públicas no

âmbito da cidadania e da promoção e defesa da

igualdade de género

Serviço de Informação às Vítimas VD

(atendimento telefónico gratuito 24h/365 dias)

Atendimento Jurídico Gratuito sobre Direitos dos

Cidadãos

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Page 10: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

instrumento de políticas públicas de combate à VD

(gerido pela Secretaria de Estado da Igualdade)

Objectivo:

prover uma resposta integrada no combate à

violência doméstica a nível nacional,

em consonância com as orientações europeias e

internacionais às quais Portugal se encontra

vinculado.

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Page 11: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

implementação de uma política concertada e

estruturada,

com objectivo:

› proteger as vítimas,

› condenar os agressores,

› conhecer e prevenir o fenómeno,

› qualificar profissionais e

› dotar o país de estruturas de apoio e

atendimento

(já definidas no quadro do III Plano Nacional Contra a

Violência Doméstica (2007-2010)

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Page 12: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

estruturado 5 Áreas Estratégicas de Intervenção,

concretizadas 50 Medidas:

› informar, sensibilizar e educar;

› proteger as vítimas e promover a integração social;

› prevenir a reincidência

≠ III e IV PL: “olhar” Agressores

› qualificar profissionais e investigar e monitorizar.

lógica de proximidade envolvendo, cada vez mais, os municípios, os parceiros sociais e as organizações da sociedade civil

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Page 13: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Etimologicamente deriva do latim “violentĭa”, que por sua vez deriva de vis (força).

A violência consiste no uso da força (não apenas força física) que se opõe a algo ou alguém (diamismo natural, tendência, vontade);

Comportamento deliberado e consciente - pode provocar lesões corporais ou mentais à vítima.

» acção que é executada com força ou brutalidade e que se realiza contra a vontade do outro.

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Page 14: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

VIOLÊNCIA GÉNERO

Assédio Sexual

Casamentos Forçados

Violação Mutilação

Genital Feminina

Tráfico de Seres

Humanos

Violência Doméstica

Violência Conjugal

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Page 15: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

A VD configura uma grave violação dos

DIREITOS HUMANOS;

Condiciona a saúde física e psicológica

das mulheres;

Um dos efeitos mais dramáticos da VD é

o HOMICÍDIO conjugal;

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Page 16: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Organização Mundial da

Saúde, 2003

› um grave problema de saúde pública e que as

consequências que lhe estão associadas «[...]

são devastadoras para a saúde e para o bem –

estar de quem a sofre [...] comprometendo o

desenvolvimento da criança, da família, da

comunidade e da sociedade em geral»

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Page 17: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Página 10

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Page 18: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“… é talvez a mais vergonhosa violação dos direitos humanos. Não conhece fronteiras geográficas, culturais ou de riqueza. Enquanto se mantiver, não poderemos afirmar que fizemos verdadeiros progressos em direcção à igualdade, ao desenvolvimento e á paz”

(Kofi Annan, Secretário-geral das Nações Unidas, 2000)

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Page 19: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA transversal às sociedades

transversal às dimensões:

› Género: ocorre entre indivíduos do géneros M e F

(maior incidência sobre as mulheres)

› Idade: ocorre entre indivíduos de todas as idades

› Classe Socioeconómica: ocorre todos os estratos sociais e económicos

diversas causas graves consequências no desenvolvimento equilibrado e

sustentável das comunidades.

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Page 20: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

• engloba qualquer acto, conduta ou omissão que sirva para

infligir, reiteradamente e com intensidade, sofrimentos físicos,

sexuais, mentais ou económicos, de modo directo ou indirecto

(por meio de ameaças, enganos, coacção ou qualquer outro

meio), pode ser exercida, tanto sobre cônjuges ou

companheiros maritais, como sobre ex-cônjuges ou ex-

companheiros maritais.

• ANTES considerada problema privado casal - muito tempo

• a partir anos 80 - considerada questão social e de saúde

pública, fundamentada em construções histórico-culturais sobre

género.

http://www.youtube.com/watch?v=GDJ5kt8Gu6A

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Page 21: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Nos últimos dois anos, dos 50579

processos que entraram no Ministério

Público (MP) por queixas de violência

doméstica, APENAS 8179 resultaram em

acusações (cerca de 80% de

arquivamentos)

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Page 22: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Violência

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Page 23: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Campanha “Em vossa defesa, dê um murro na mesa”

Campanha Nacional de Combate à Violência Doméstica - 2012

Campanha Nacional de Combate à Violência Doméstica - 2010

Mostra o cartão vermelho à violência doméstica

Campanha “Maltrato Zero”

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Page 25: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“A mulher que se negar ao dever conjugal deverá

ser atirada ao rio.” Constituição Nacional Suméria, séc. XX a.C

“A mulher deve adorar o homem como a um

Deus. Todas as manhãs, por nove vezes

consecutivas, deverá ajoelhar-se aos pés do

marido e, de braços cruzados, perguntar-lhe:

Senhor, que desejais que eu faça?”

Zaratustra,(filósofo persa) séc. VII a.C.

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Page 26: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“Amor querido, amor batido” Provérbio Português

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Page 27: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“A mulher é o que há de mais corrupto e

corruptível no mundo”. Confúcio,(filósofo chinês) séc. V a.C.

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Page 28: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“Entre marido e mulher nunca metas a colher” Provérbio Português

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Page 29: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“O pior adorno que uma mulher pode querer usar

é ser sábia”. Lutero,(teólogo alemão) séc. XVI

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Page 30: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“As mulheres nada mais são do que máquinas de

fazer filhos”. Napoleão,séc. XIX

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Page 31: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

"cidadãos portugueses com mais de 21 anos, do

sexo masculino que soubessem ler e escrever e

fossem chefes de família”. Constituição

Portuguesa 1911 (revista)

“Homem de palha vale mais que mulher de ouro” Provérbio Português

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Page 32: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Mulheres

grupo de pessoas mais agredidas historicamente.

Desde a Roma Antiga que o marido podia castigar a

mulher

Histórica e legalmente foi dado ao homem o direito

de controlar a mulher podendo utilizar meios

abusivos.

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Perspectiva Histórica sobre o papel da

mulher na sociedade ao longo do tempo

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Page 33: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

PORTUGAL - até inicio do século XX - mulher estatuto de menoridade - completamente submetida ao marido

Sec. XIX:

› distinção entre os direitos - dos homens e os das mulheres: subalternização.

› possibilidade das mulheres receberem instrução muito contestada; aprendiam SÓ o que as mães lhes podiam ensinar.

› 1799 a reforma Pombalina, distribuiu a instrução por

4 graus dos quais as raparigas só frequentavam o primeiro – objectivo da instrução à mulher: ensinar a “ser mãe de família”.

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Só 1900 no contexto de grande analfabetização do sexo feminino - decretou-se a escolaridade obrigatória para ambos os sexos.

Só 1906 criado o primeiro liceu feminino (ensino secundário)

1910 (Instauração da República) - admitido o divórcio pela 1ªvez - novas leis do casamento: igualdade - mulher deixava

de dever obediência ao marido

1911 a primeira mulher a votar em Portugal (c/ base estratagema baseado na ambiguidade da lei);

1914 - fundado Conselho Nacional de Mulheres Portuguesas - p/ defesa e promoção da mulher (extinto1948)

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Page 35: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

1931, o voto foi permitido a minoria das mulheres (as que tivessem curso superior ou secundário).

1933 A Constituição da República do Estado Novo fez regredir o estatuto da mulher

1967 família era chefiada pelo marido a quem competia decidir em relação à vida conjugal e aos filhos

importante: até 1975, esteve em vigor o Código Penal 1886, que proclamava que o “marido que matasse a mulher encontrada em flagrante adultério era condenado a seis meses de reclusão ou desterro para fora da comarca de residência por igual período de tempo”

1976 Abolição do direito do marido abrir a correspondência da mulher

1978 Entrada em vigor da revisão do Código Civil. A mulher deixa de ter um estatuto de dependência para ter um estatuto de igualdade com o homem

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Page 36: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

anos 70 - marco importante para a mulher nas sociedades ocidentais - movimento feministas - chamam a atenção para a violência familiar contra a mulher:

› campanhas denunciaram a opressão física e psicológica da mulher na vida familiar

› contestaram a ideologia da supremacia do homem no interior do lar;

› criticaram a diferenciação dos papéis sexuais: a mulher - está no lar e é dispensada da participação social, económica e política

comportamentos da vida familiar sofreram grandes alterações

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Page 37: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

alteradas as legislações relativas:

funcionamento da família e

estatuto das mulheres e crianças.

Na segunda metade do século XX, as mulheres exigiram possibilidade de conciliar:

tarefas familiares + exercício de profissão;

reconhecimento de direitos iguais aos homens

1968 continua a desigualdade eleitoral

Só 1974 abolidas a restrições eleitorais baseadas no género

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Page 38: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

VD - tabu durante séculos

HOJE: VD é preocupação importante

»» Maior consciencialização social

os Estados organizam medidas de prevenção e

repressão da VD; com conjunto de respostas

sociais às vítimas:

› casas abrigo,

› legislação de apoio,

› estatuto de vítima,

› centros de atendimento

› responsabilização individual do agressor

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Page 39: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Apesar de se ter percorrido um caminho importante, no que toca à consciencialização pública de tomada de

posição política e social,

Estamos ainda longe de ter como garantidos os direitos das mulheres nesta matéria, sendo ainda necessário

muito investimento sobre esta problemática.

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Page 40: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Crenças , estereótipos, atitudes

bloqueadoras, face ao fenómeno da

Violência Conjugal

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Page 41: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

condição psicológica de sensação de veracidade relativa a uma determinada ideia sem possibilidade de verificação objetiva.

não fidedigna à realidade

sinónimo de fé

exclusivo da raça humana

parte subjetiva do conhecimento =

aquilo que se acredita ser verdade mesmo

não havendo nenhuma prova que confirme o facto

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Page 42: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

compreender problemática VC - factor cultural

suportado produções de MITOS de uma cultura

= pequenas histórias, contos ou expressão popular

que sociedade cria para explicar a realidade

utilizados p/ legitimar a violência contra as

mulheres

remete a VC p/ tradição cultural de desigualdade

entre sexos

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Page 43: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

A família sabia que o marido lhe batia. A mãe dizia: As mulheres do Norte morrem de pé”;

“As sovas eram cada vez piores. Teve lesões graves, entrou em coma. Diz que ele a ia matar”;

O marido punha-lhe sedativos nas bebidas e violava-a depois de ela adormecer no quarto;

Estava grávida de 6 meses quando o marido lhe deu um pontapé na barriga. Queria matar o bebé. Quase conseguiu”

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Page 44: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Atenção:

Os mitos culturais

não podem continuar a servir de

explicação para a realidade das

mulheres vítimas!!!

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Page 45: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Mitos que invocam explicações distorcidas da

realidade das mulheres vítimas de VC

«O problema das mulheres vítimas de violência conjugal é pouco relevante. Poucas

mulheres sofrem violência conjugal».

«Entre marido e mulher não se mete a colher».

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Page 46: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

«Só mulheres de meios sociais mais desfavorecidos têm esse problema».

todos os meios sociais

maior visibilidade social - meios sociais mais desfavorecidos

manifesta-se mais:

› violência física - meios sociais mais desfavorecidos

› violência psicológica - meios sociais mais favorecidos.

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Page 47: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

«Quanto mais me bates, mais gosto de ti. Algumas mulheres gostam de apanhar: são

masoquistas».

«Uma bofetada não magoa ninguém».

«Só as mulheres mais velhas levam dos maridos».

«O marido tem o direito de bater na mulher quando ela se portar mal».

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Page 48: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

«O marido tem o direito ao corpo da mulher. Ela tem o dever de receber o marido sempre

que ele quiser».

«Há mulheres que provocam os maridos, não admira que eles se descontrolem».

«Têm que aguentar para não acabar com o casamento. É o destino da mulher».

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Page 49: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

«Ele no fundo não é mau… quando bebe uns

copitos fica transtornado».

«A mulher sofre porque quer, se não já o tinha

deixado».

«É fundamental preservar a privacidade das

famílias».

«O mais importante para as crianças é que a

família fique unida».

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Page 50: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

«A mulher mal tratada nunca deve

deixar o lar quando tem filhos. É preciso

aguentar para bem deles».

• filhos que tendem a desenvolver problemáticas físicas,

emocionais, comportamentais e sociais.

• pode sair sempre de casa - não é considerado abandono de

lar

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Page 51: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Processo pelo qual um indivíduo organiza e interpreta as suas

impressões sensoriais no sentido de atribuir significado ao seu

meio.

Porque nem tudo o que parece, é!

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Atitude

Disposição favorável ou desfavorável, posição/intenção

relativamente a objectos, pessoas e acontecimentos ou em

relação a alguns dos seus atributos.

Comportamento

Tendências de acção /para agir de forma consistente com a

atitude.

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Page 52: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Caso 1

P tem 47 anos e é camionista de pequeno percurso.

A sua mulher não trabalha porque ele não permite.

Passa o dia em casa a fumar e a beber, deixou de se

arranjar. Dá pouca atenção à filha de 7 anos que

frequenta o 2ºano do 1ªciclo. Por vezes esquece-a na

escola e só a vai buscar depois da professora telefonar.

Começa a tornar-se comum ele chegar a casa e

encontrá-la a dormir completamente alcoolizada.

Era motivo mais do que suficiente para ele lhe dar uns

“sopapos”.

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Page 53: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

53

Caso 2 J. É médico e como tal passa muitas noites fora de

casa.

Uma manhã chegou mais cedo do que o normal e

encontrou outro homem na cama dele.

Depois de uma discussão bastante feia sovou a

mulher.

Imediatamente ela fez queixa junto de uma esquadra

da GNR.

Ele alega que não é agressor, que foi um acto isolado

e que só o fez por ciúme.

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Page 54: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Caso 3

M. Passa boa parte da sua vida a controlar o marido.

Mesmo quando ele está em reuniões de trabalho até

mais tarde telefona-lhe constantemente, até ao ponto de

ele ter de desligar o telemóvel.

Ameaça-o que se algum dia ele a deixar que se suicida.

Têm uma filha de 10anos que está completamente

obcecada pelo “sofrimento” da mãe, e como tal “odeia” o

pai.

Ele sente-se pressionado ao ponto de não conseguir

concentrar-se no trabalho o que o já levou a cometer

erros bastante graves.

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Page 55: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Definição e Formas de Violência

Conjugal

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Page 56: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Empurrar,

puxar cabelo,

estalos,

murros,

pontapés,

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• apertar o pescoço,

• queimar,

• bater com a cabeça da vítima na parede,

• cuspir,

• bater com objectos, agredir com armas ou objecto (pau, régua, cinto, chicote, faca, etc,)

• http://videos.sapo.pt/7fCuG7W7nh6EYhoQJHCj

1. Violência Física – acção que ponha em risco e/ou cause

dano à integridade física de uma pessoa;

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Page 57: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

2. Violência Psicológica:

ameaça directa ou indirecta,

humilhação,

isolamento ou

qualquer outra conduta que implique o prejuízo à saúde

psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento

pessoal do sujeito;

3. Violência Sexual – acção que obriga uma pessoa a:

manter contacto sexual (físico ou verbal) ou

a participar de outras relações sexuais com uso da força,

intimidação, manipulação, ameaça ou qualquer outro

mecanismo que anula ou limita a vontade pessoal;

57

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Page 58: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

58

4. Violência Verbal – fenómeno de comportamento agressivo

recorrendo a palavras e/ou expressões verbais ofensivas, com o

principal objectivo de causar dano psicológico. Associada à V.

Psicológica;

5. Violência Económica:

• Controlo,

• Utilização indevida ou subtracção de bens pertencentes a

outrem destruição parcial ou total dos mesmos.

• Privação do acesso a bens e/ou serviços necessários por

outrem.

6. Violência Religiosa:

• privação total ou parcial da prática de rituais religiosos

considerados importantes para outrem;

• imposição de práticas religiosas contra vontade de outrem.

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Page 59: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Violência de

Género

Manifestações

Violência Física

Agir contra a integridade física da mulher, sequestro

(dentro ou fora da residência familiar), negligência,

negação do acesso a cuidados de saúde

Violência

Psicológica

Gritar, atemorizar, ameaçar contra integridade

física ou contra a vida, ameaçar contra o bem-

estar dos filhos, humilhar, perseguir, difamar,

chantagear, privar de contactar amigos e família,

intimidar

Violência Sexual

Obrigar a práticas sexuais/violação, obrigar a assistir

a práticas sexuais, tortura sexual (queimar ou ferir

órgãos genitais)

Violência Verbal

Utilização de adjectivos pejorativos contra a

própria, amigos, familiares ou outras pessoas com

valor sentimental para a vítima

Violência

Económica

Negação do acesso a bens materiais e/ou de

satisfação das necessidades básicas, negação do

acesso ao controlo dos bens próprios ou do casal,

proibição de manter emprego fora da residência

familiar

Violência Religiosa Proibição de praticar rituais ou frequentar locais

religiosos, obrigar a praticar rituais ou frequentar

locais religiosos

59

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Page 60: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Page 61: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

o Dados epidemiológicos,

incidência e prevalência

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http://sicnoticias.sapo.pt/pais/article1036828.ece (nums)

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=503597&tm=8&layout=

122&visual=61 176

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=565778&tm=8&layout=

122&visual=61

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=21

47733

Page 62: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Homicídios: 2011 - diminuição comparado com 2010 2011 - semelhante comparado com 2009. 2012 – aumento comparado a 2011 2011 - 27 (vinte e sete) mulheres assassinadas no contexto da

VC

Tentativas de homicídio (já o mesmo não ocorre): 2011 - aumento comparado a 2010 2011 – 44 tentativas de homicídio a mulheres no contexto da VC

66 vítimas associadas (vítimas directas e indirectas), 14 nos homicídios e 52 nas tentativas de homicidio.

OMA – Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR - Dados 2011 AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Page 63: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Caracterização das vitimas directas e dos homicidas/autores

do crime do homicídio na forma tentada

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Page 64: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

RELAÇÃO COM A

VÍTIMA

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Marido,

Companheiro,

namorado, relação

de intimidade

28 25 23 16 27 17 31 18

Ex-marido, ex-

companheiro, ex-

namorado

3 6 9 4 13 11 9 5

Descendentes

directos

7 1 0 1 2 0 3 2

Outros Familiares

2 2 4 0 1 0 2 0

Desconhecida 0 0 0 1 3 1 0 0

Ascendentes directos - - - - - - - 1

Relação não

correspondida

- - - - - - - 1

TOTAL 40 34 36 22 46 29 43 27

HOMICÍDIOS: RELAÇÃO DA VÍTIMA COM O AGRESSOR AO LONGO DOS ANOS 2004-2011

homicídios

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Page 65: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

HOMICÍDIOS: IDADE DAS VÍTIMAS

2011 - mais homicídios - grupo etário das vítimas com idades

compreendidas entre os 36 e os 50 anos regista 33%

grupo etário com idades superiores a 65 anos regista 30%,

o intervalo dos 24-35 anos, regista 26%

o intervalo dos 18 e os 23 anos regista 11%

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Page 66: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Idade 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Até 17 anos 1 0 0 1 0 0 0 0

Dos 18 aos 23 anos 2 2 3 3 4 4 3 3

Dos 24 aos 35 anos 6 7 9 6 19 8 14 7

Dos 36 aos 50 anos 14 11 12 8 10 13 13 9

> 50 anos 16 12 10 4 9 3 13 8

Desconhecido 1 2 2 0 4 1 0 0

TOTAIS ANO 40 34 36 22 46 29 43 27

HOMICÍDIOS: IDADE DAS VÍTIMAS AO LONGO DOS ANOS 2004-2011

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HOMICÍDIOS: IDADE DO AGRESSOR/HOMICIDA

2011 - grupo etário de mais de 65 anos inclui maior número de agressores 33%;

seguido dos agressores com idades compreendidas entre os 24 e os 35 anos com 26%

agressores cujas idades se situam nos intervalos 36-50 e 51-64 anos, respectivamente 22% e 19%

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Idade 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Até 17 anos 0 1 0 0 0 0 0 0

Dos 18 aos 23 anos 0 0 0 2 1 3 3 0

Dos 24 aos 35 anos 2 6 7 4 10 4 6 7

Dos 36 aos 50 anos 7 5 9 3 20 13 18 6

> 50 anos 7 16 9 4 8 5 13 14

Desconhecido 24 6 11 9 7 4 3 0

TOTAIS ANO 40 34 36 22 46 29 43 27

HOMICÍDIOS: IDADE DO AGRESSOR AO LONGO DOS ANOS 2004-2011

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Page 69: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

2011 diminuição de ocorrências

2011 registadas, pela GNR e pela PSP - 28.980 situações de violência doméstica,

o que, em comparação com o ano anterior,

corresponde a um decréscimo de 7,2% (menos 2.255 situações).

Destaca-se o registo de 27 homicídios conjugais em 2011.

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Distrito/RA 2010 2011 Taxa de

variação anual (%)

Aveiro 2.085 1.795 -13,90%

Beja 282 250 -11,30%

Braga 1.838 1.698 -7,60%

Bragança 359 353 -1,70%

Castelo Branco 498 462 -7,20%

Coimbra 1.061 997 -6,00%

Évora 409 429 4,90%

Faro 1.461 1.350 -7,60%

Guarda 292 306 4,80%

Leiria 1.221 1.048 -14,20%

Lisboa 7.314 6.714 -8,20%

Portalegre 297 261 -12,10%

Porto 6.355 6.039 -5,00%

Santarém 1.087 968 -10,90%

Setúbal 2.506 2.282 -8,90%

Viana do Castelo 588 520 -11,60%

Vila Real 543 542 -0,20%

Viseu 763 777 1,80%

R. A. Açores 1.259 1.238 -1,70%

R. A. Madeira 1.017 951 -6,50%

Total 31.235 28.980 -7,20%

LOCAL DE REGISTO

DAS PARTICIPAÇÕES

(DISTRITO/REGIÃO

AUTÓNOMA)

Fonte: Dados DGAI com base nos dados fornecidos pelas Forças de Segurança

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Page 71: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

2010 2011 2012

Nº Processos 11 145 11 178 12 084

Nº Crimes 16 972 18 470 20 311

Nº Vítimas

Directas

6 932 8 693 8 945

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Page 72: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Caracterização dos intervenientes e das ocorrências Vítimas por sexo e grupo etário (cálculos da DGAI com base

dos dados fornecidos pelas Forças de Segurança) em 2011:

› 82% das vítimas eram mulheres › 88% dos denunciados eram homens

› relativamente às idades das vítimas :

81% possuía 25 ou mais anos, 9% possuía menos de 16 anos e 9% possuía entre 16 e 24 anos.

› denunciados/as: 94% possuía idade igual ou superior a 25 anos, 6% tinha entre os 16 e 24 anos e apenas 0,2% tinha menos de 16 anos de idade.

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Page 73: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Grau de parentesco entre as vítimas e os denunciados/as (cálculos da DGAI com base dos dados fornecidos pelas Forças de

Segurança) em 2011:

› em 62% a vítima era cônjuge ou companheira/o,

› em 16% a vítima era excônjuge/ex-companheira/o,

› em 13% a vítima era filho/a ou enteado/a,

› 6% a vítima era pai/mãe/padrasto/madrasta e

› 3% outras situações.

Em relação ao período semanal das ocorrências,

› 34% destas registaram-se ao fim de semana,

› repartindo-se as demais pelos restantes dias da semana.

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Page 74: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

No que respeita ao horário registaram-se:

› cerca de 46% entre as 19h00 e as 24h00,

› 9% de madrugada,

› 17% de manhã e

› 28% à tarde.

a intervenção policial:

› na grande maioria dos casos - 78% deveu-se a um pedido da vítima,

› em 8% derivou de informações de familiares ou vizinhos,

› em 4% decorreu do conhecimento directo das Forças de Segurança

› nos restantes casos, o motivo foi uma denúncia anónima ou outro tipo de denúncia.

Importa, ainda, referir que em 41,5% das ocorrências participadas foi assinalada a presença de menores.

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Page 75: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Estatísticas estão sempre aquém da realidade – -

há muitos casos não denunciados/reportados

pelas mulheres – na realidade o número é ainda

maior!

Interpretação

Aumentam os números: A Violência aumentou?

OU as pessoas denunciam mais?

sentimento de segurança

compreensão da gravidade do fenómeno

permitiu às vítimas assumirem a realidade em

que vivem

maior visibilidade do fenómeno, de

campanhas públicas de sensibilização,

maior consciencialização das vítimas para os

seus direitos e maior exposição mediática 75

Page 76: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Diminuem números:

› Violência diminuiu? OU - As pessoas denunciam menos?

› Denunciam menos porque: “Não vale a pena, não serve de nada” “Não tenho suporte” “Tenho medo”

falta de apoios - as instituições não ajudam casas abrigo repletas pensões segurança social sem condições policia não actua

76

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Page 77: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Violência Doméstica e Cidadania

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Page 78: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Cidadania (do latim, civitas, "cidade") “é o conjunto de

direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em

relação à sociedade em que vive.

conceito fortemente "ligado" à noção de direitos,

especialmente os direitos políticos, que permitem ao

indivíduo intervir na direção dos negócios públicos do

Estado, participando de modo directo (ao votar), ou

indirecto (concorrer a um cargo público).

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Page 79: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

É facto: nos últimos anos, as mulheres têm avançado

consideravelmente rumo à igualdade de género.

exemplos desse avanço:

› a inclusão das questões de género nas políticas públicas,

› mudanças na legislação e

› produção crescente de estudos sobre a incidência da violência

de género e

› a busca da igualdade entre os sexos.

Mas ainda existem muitos obstáculos e desafios a serem

enfrentados na busca de um exercício pleno da cidadania

feminina.

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Page 80: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Um dos problemas mais enfrentados pela mulher ao longo da história e em praticamente todos os países do mundo – ditos civilizados é a violência.

› exercida através da força física – violência física,

› mas também a agressão emocional – violência psicológica e moral - tão, ou mais grave

A grande dificuldade em resolver a questão: além de serem necessários mecanismos concretos de combate ou de tratamento às vítimas e agressores, impõe-se, também:

› uma alteração de papéis sociais,

› da condição da mulher na família e na sociedade como um todo.

Mas… mudança de ideologias…

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Page 81: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

O Poder Político tem também dado algum destaque ao assunto.

Enquanto membro da UE, Portugal declarou o ano de 1999 como o Ano de “Tolerância Zero” face á violência contra as mulheres, e definiu o 25 de Novembro, o Dia Internacional de Eliminação da Violência contra a Mulher.

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Page 82: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Page 83: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Tarefas domésticas Tempo/semana

(masc)

Tempo/semana (fem)

Cuidar filhos (vestir,

lavar…)

Acompanhar os filhos

(escola, médico,

desporto…)

Ensinar as crianças

Tratar seguros, bancos,

impostos

Pagar contas (luz,

água…)

Tratar carro

(manutenção,

limpeza…)

Cuidar da roupa

Page 84: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Cozinhar

Tratar loiça

Fazer compras para a

casa

Limpar a casa

Arrumar a casa

Tratar de

idosos/doentes

(familiares)

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Page 85: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

No decorrer da história - incontroverso - as mulheres foram (e, de certa forma, continuam sendo – reduzidas a objecto de satisfação masculina e condenadas a uma completa subordinação social. › Seja pela feminização de algumas

ocupações e masculinização de outras,

o que culmina em maiores dificuldades

para acesso ao mercado de trabalho;

› seja pela concepção de que o trabalho

doméstico é vocação feminina, o que

consequentemente faz sobrecarregar

aquelas mulheres que optam em se

aventurar em actividades extra lar;

› seja pela diminuição da sexualidade

feminina a fins meramente reprodutivos,

justificando a infidelidade masculina,

› assim como outros inúmeros factores,

o processo de conquista de direitos políticos e sociais das mulheres vem se arrastando de forma lenta e gradual!

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Page 86: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“Não é aceitável que as diferenças de

sexo, que são biológicas, continuem a

conduzir às desigualdades de género,

que são sociológicas e se traduzem no

desequilíbrio claro de participação dos

homens e das mulheres tanto na esfera

pública como na esfera privada.”

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Page 87: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

É indubitável:

fatores elencados estritamente relacionados com o cenário de violência contra as mulheres

conhecimento acerca do tema é uma ferramenta importantíssima para viabilizar uma mudança de paradigmas.

Afinal, é tempo de se admitir que a violência doméstica:

› não é um problema apenas das famílias de forma isolada,

› mas sim um problema social relacionado com todos,

› sendo imprescindível discuti-la de forma ampla e livre de preconceitos.

Abrir os olhos para a realidade,

esse é o caminho!

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Page 89: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Dia Internacional da Mulher

PORQUÊ O DIA 8 DE MARÇO? Neste dia , do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica

de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de trabalho de mais de 16 horas por dia para 10 horas

Estas operárias, que recebiam menos de um terço de salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio. Cerca de 130 mulheres morreram queimadas.

Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido em sua homenagem , comemorar o 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher”

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Page 90: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Salários mais baixos e mais

Desemprego

O salário médio anual das

mulheres continua a ser

inferior ao dos homens

As mulheres são as mais

atingidas pelo

desemprego e o subsidio é

de apenas 78% do

recebido pelos homens

Rendimento Social de

Inserção

• Segundo as últimas

estatísticas as mulheres

constituem 53,5% do total

de beneficiários.

• Dos 156 beneficiários

actualmente em

acompanhamento 107 são

mulheres e 49 são homens “Novas Famílias”

• Aumento das famílias monoparentais

• Bastantes mulheres idosas isoladas

• A pensão média de velhice é de somente 60,9% da pensão

média recebida pelos homens

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Page 91: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Diferentes teorias e significados da exclusão social; sendo

possível identificar, em linhas gerais, três conjuntos de

significados, combináveis entre si, que são a exclusão social

› como um processo de rupturas sucessivas de laços sociais, que

caracterizam situações de precariedade e vulnerabilidade

social, que podem chegar à ruptura total, com potencial fonte

de ameaças de violência contra os incluídos.

› como inserção precária no mundo do trabalho

› como não-cidadania

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Page 92: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

quanto às causas da violência contra a mulher, considera-se a interacção de diversos factores pessoais, situacionais e socioculturais que se combinam para provocar o acto de violência.

factores pessoais do agressor, destacam-se: ser homem; ter presenciado violência conjugal quando criança; ter sofrido abuso na infância; ser consumidor de bebidas alcoólicas e drogas e ter sintomas depressivos.

factores situacionais, tem-se: conflito conjugal, controle masculino da renda e da tomada de decisões na família.

factores socioculturais, tem-se: pobreza, desemprego; convivência amigos delinquentes; normas socioculturais que concedem aos homens o controle sobre o comportamento feminino; aceitação da violência como forma de solução de conflitos; conceito de masculinidade ligado à dominação, honra ou agressão e papéis rígidos para ambos os sexos.

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Page 93: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Nesse sentido, a violência doméstica é um fenómeno complexo e multifacetado, associado às pessoas e/ou famílias em situação de pobreza e de exclusão social, isto é, mais vulneráveis socialmente.

A tendência de agravamento intenso da violência vem crescendo, principalmente, nas classes com fracos recursos económicos e culturais, isto é, sua visibilidade é mais intensa naquelas situações de maior vulnerabilidade social.

A realidade mostra uma grande parcela da população tanto com carências objectivas para sobreviver e manter a família, quanto subjectivas, como falta de afecto, desarmonia familiar, relaxamento das redes de socialização e ruptura das relações familiares; ou seja, existe uma impotência por não poder atender às necessidades básicas, realizar sonhos e desejos.

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Page 94: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

É neste contexto de exclusão social, como não-cidadania,

que a violência doméstica encontra ambiente propício para

a sua instalação e consolidação.

Assim, a exclusão social e a violência doméstica constituem

fenómenos sociais e transversais que, apesar das suas

especificidades, partilham algumas características

genéricas, que os fazem estar associados, uma vez que suas

causas podem advir do funcionamento da sociedade

capitalista, que exclui certas categorias/atores sociais das

esferas produtivas e das práticas de sociabilidade social e

familiar, privando-os do pleno exercício da cidadania

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Page 95: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Page 96: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Page 98: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“Ninguém vê!”

ocorre no ambiente doméstico e familiar - espaço que deveria ser de protecção e cuidado

a mulher mais oprimida »» porque silenciada

em geral:

› vítimas não denunciam

› só o fazem depois de reiteradas agressões

98

ESPAÇOS E CONTEXTOS VC

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Page 99: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Relações maritais / não maritais

Actuais / passadas

Carácter heterossexual / homossexual

O abuso verbal/psicológico acompanha e tende a preceder a agressão física

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Page 100: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Instauração precoce (quase desde o começo da relação de casal) – 1º episódio no 1º ano de casamento em 58%;

A violência nas relações amorosas juvenis é considerada um importante preditor da violência conjugal (Hamby, 1998);

Demora em procurar ajuda? Pode explicar-se em função da dependência económica, social e afectiva da mulher, assim como expectativas ingénuas de uma remissão espontânea da violência.

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Page 101: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Ciclo da Violência Conjugal (sistema circular)

“Não nos podemos deixar de interrogar em relação ao paradoxo destas relações, vividas por certos pacientes, que são desencadeadoras de destruição, de morte, mas, simultaneamente, são indispensáveis, aparentemente, à sua vida” (Alexandre, 2003)

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Page 102: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

http://vimeo.com/32674677

VC funciona como um sistema circular:

COMEÇA / PROCESSA-SE / TERMINA

iniciando-se novamente, na fase em que,

primeiro, começou.

102

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Page 103: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

103

o O Ciclo da Violência Conjugal entendido como um círculo, no qual as

dinâmicas da relação do casal se manifestam sistematicamente,

passando sempre por determinadas fases

o A instalação da violência na relação apresenta um padrão trifásico -

compreende:

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Page 104: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

a) Fase de Aumento da Tensão

tensões quotidianas acumuladas pelo ofensor,

criam

ambiente de eminente perigo para a mulher

Ela tem a culpa dele estar sob tensão

Sob qualquer pretexto, o ofensor expulsa todas as suas tensões

sobre ela - geralmente situações do quotidiano familiar

› acusar a mulher vítima de por ex.:

• não ter lavado bem a louça,

• de ter cozinhado comida que não é do seu agrado,

• de não ter tratado adequadamente da sua roupa.

• também acusá-la de ter amantes.

O aumento da tensão »» discussão

Álcool e uso de drogas - facilitadores 104

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Page 105: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

b) Fase do Ataque Violento

O ofensor maltrata, física e psicologicamente, a

mulher vítima

Ela procura defender-se apenas pela, passividade

- espera que ele pare e não avance com mais

violência.

Qd ataque é de grande intensidade » a mulher em

estado grave »necessita tratamento médico » ele

nega

105

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Page 106: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

c) Fase do Apaziguamento ou “Lua de Mel”

O ofensor, depois de agredir:

manifesta arrependimento

promete não voltar a ser violento

invoca motivos para se desculpabilizar

› ter corrido mal o dia de trabalho,

› ter-se embriagado, etc.

pede “Desculpa”

“foi a última vez que me descontrolei”

trata delicadamente a mulher

envolve a mulher de bons tratos e

sedu-la

106

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Page 107: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

À medida que a violência prossegue, o ciclo vai-se modificando….

A fase do aumento da tensão torna-se cada vez mais curta e intensa;

A fase do ataque violento torna-se mais frequente e grave;

A fase de apaziguamento menos duradoura e menos intensa

Maior risco de MORTE!!!!

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Page 108: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

O Ciclo da Violência Conjugal

constante de medo, esperança e amor.

Medo :

› pelas experiências de violência já vivenciadas e

› pelo perigo que é real e está sempre presente.

Esperança :

› vontade que o seu projecto de vida seja bem sucedido porque foi muito investido e

› identifica no agressor aspectos positivos, mesmo c/os aspectos negativos da violência.

Amor - um dos aspectos positivos

› Amor que continua a sentir por ele

› Amor que o ofensor manifesta sentir nos períodos Lua de Mel.

108

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Page 109: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

O Ciclo da Violência Conjugal

dificulta muito as tomadas de decisão da mulher vítima

caracteriza-se pela continuidade no tempo = repetição sucessiva,

as fases da tensão e do apaziguamento tendem a ser cada vez menores

a fase do ataque violento, que pode resultar em homicídio conjugal – tende a ser cada vez maior e mais intensa

109

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Page 110: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Poder e Controlo A mulher vítima encontra-se no Ciclo da Violência Conjugal: o DOMÍNIO que o agressor exerce sobre ELA, o Uso estratégias diversas POR PARTE DO AGRESSOR para ter PODER e CONTROLO sobre a ELA.

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Page 111: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Aprofundamento do conhecimento

sobre agressores e vítimas em contexto

de violência doméstica

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Page 112: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Page 113: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“Compreender porque se tolera um

comportamento intolerável, é também

compreender como se pode sair dele”

(Hirigoyen, 2000)

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Page 114: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

problema da VC é comum a muitas mulheres

Mas as reacções das vítimas não são iguais, pois: › cada pessoa é única,

› a reacção ao problema, é sempre pessoal

depende: › da relação com o ofensor,

› da história de vida anterior,

› os apoios que tem,

› do tipo de violência implicada (os actos que a constituem)

o impacto que têm si – e o significado que a vítima atribui a cada um desses actos - determinam a singularidade das reacções

Ainda assim»» é possível identificar-se um conjunto de características comuns a todas as elas.

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Page 115: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

a) distúrbios cognitivos e de memória sob a forma de:

› flashbacks,

› pesadelos,

› dificuldades de atenção e concentração,

› confusão mental,

› crenças erróneas sobre si própria e sobre as outras pessoas,

› memórias frequentes dos acontecimentos traumáticos (dos espancamentos, coacções, etc.).

estas reacções levam ao desenvolvimento de dificuldades, sobretudo ao nível das tomadas de decisão

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Page 116: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

b ) comportamentos depressivos ou de grande evitamento

› desenvolve estilo cognitivo pessimista, associado depressão,

› tem vergonha de revelar o seu problema,

› encontra-se muito confusa e emocionalmente fragilizada

› culpa-se a si própria do problema que está a viver,

› isola-se, não tem muitos relacionamentos sociais,

› desvaloriza-se enquanto pessoa, tem baixa auto-estima

› céptica em relação à Lei,

› perde a confiança no futuro e nas pessoas;

116

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Page 117: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

c) distúrbios de ansiedade

fica desorganizada,

torna-se hiper vigilante em relação a pistas de perigo,

tem fobias

ataques de ansiedade,

tem sintomas psicofisiológicos, associados ao stress e

ansiedade;

Apesar destas características/sintomas

as mulheres vítimas de VC não apresentam uma patologia

as reacções são mecanismos de sobrevivência psicológica

accionados de maneira diferente para suportar a vitimação.

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Page 118: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Page 119: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Agressores

estritamente familiares

Agressores disfóricos

borderline

Agressores geralmente

violentos e anti sociais

Menos violentos Abuso conjugal

moderado a severo

Previsivelmente mais

violentos

Menor V Conjugal Violência primeiro

confinada à mulher

Elevados níveis de V

Conjugal

Menos abusos físicos e

psicológicos

Possibilidade de

violência fora da

família

Elevados níveis de fora

da família

Menos violentos fora

do ambiente familiar

Ausência ou grau

baixo psicopatologia

Mais afectados

psicologicamente

(sintomas depressivos e

ansiosos e

características de

personalidade BL ex.:

medo da rejeição)

Características de

desordem de

personalidade anti

social

(comportamentos

criminosos, detenções,

falhas de obediência a

normas sociais, abuso

de substâncias ilícitas) Agressores – grupo heterogéneo (Amy Holtzworth-Munroe (2000) – modelo teórico de análise da

tipologia de agressores de VC equacionando 3 dimensões de tipologia: severidade e frequência

da violência conjugal, generalidade da violência (apenas em relação à família ou fora dela);

psicopatologias ou distúrbios da personalidade dos agressores AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Page 120: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“arriscar” um perfil à vítima de qualquer classe social:

dependência do agressor, nos seus mais diversos âmbitos:

› emocional,

› afectiva

› económica.

A vítima pode manifestar autonomia nalgumas esferas,

MAS o mesmo não acontece diante do agressor

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Page 121: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

só agride no contexto familiar

quase sempre c/ problemas de consumo de álcool,

classe económica média e baixa,

geralmente não cometeram outro tipo de crimes,

revelam fortes crenças relacionadas com a VC,

muitos são de meios rurais, baixa escolaridade e baixa qualificação profissional

mas em termos socioeconómicos não são pobres.

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Page 122: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

é o indivíduo agressivo e violento na generalidade.

Alguns estão presos, não pela VC mas sobretudo por outros

crimes cometidos.

Outros - têm mais problemas ao nível da sua saúde mental -

são indivíduos mais perturbados que muitas vezes ameaçam

matar a mulher e depois suicidar-se.

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todo o tipo de influências que aumentam a probabilidade

de ocorrência ou de manutenção das situações em causa.

devem ser entendidos como meros indicadores,

pertencentes a um determinado contexto,

não devem ser entendidos como ditadores de uma

sentença.

porque, qualquer um destes indicadores, tido isoladamente,

pode não constituir um factor de risco.

A MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA

CONJUGAL:SOB O DOMÍNIO DO OFENSOR

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Quadro 1 – Factores de risco associados a episódios de violência conjugal

(Adap. Magalhães,1999).

Características do Agressor Características da Vítima Contexto FamiliarFactores de Intensificação

da violência

Alcoolismo Vulnerabilidade(idade

enecessidades)

Família reconstituída

com filhos de outras

ligações

Início precoce do abuso

Toxicodependência

Personalidade e

temperamento não

ajustados ao agressor

Família com

muitosfilhosDuração do abuso

Perturbação dasaúde

mental e/oufísica

Personalidade imatura e

impulsiva

Grande vulnerabilidade ao

stress

Baixa auto-estima

Antecedentes de maus-

tratos infantis

Baixo nível económico e

cultural

Desemprego

Perturbação da saúde

mental e/ou física

Família com

dificuldades ao nível

do seu funcionamento

(coexistência de crises

naturais e

acidentais:p.e.,

mudanças

frequentesde

residência, emigração,

problemas socio

económicos e

habitacionais)

Frequência do abuso

Grau de violência

Factores que, devidamente contextualizados, podem ser indicadores

de uma eventual situação de violência conjugal:

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frequentemente o marido, o companheiro ou o namorado

pode ser o ex-marido/companheiro/namorado, o pai, o irmão, o filho.

geralmente vizinhas/os, amigas/os e familiares não suspeitam do agressor.

aparenta ser:

› uma pessoa simpática,

› bom marido,

› bom pai,

› bom colega de trabalho.

raramente são violentos fora de casa.

seu objectivo é manter o poder e controlar a sua companheira, baixando a sua auto-estima.

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Indicadores físicos:

› Lesões físicas, que não se

adequam a causa alegada;

› Ocultamento de lesões

antigas;

› Hematomas e queimaduras

em diferentes estágios de

cicatrização;

› Aumento ou Perda de peso

› Distúrbios do sono

› Afecções cutâneas

• Indicadores Psicológicos

– Isolamento social;

– Baixa auto -estima

– Submissão e apatia

– Tendências suicidas

– Ansiedade

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Sintomatologia Física

Queixas somáticas - insónias,

cefaleias, problemas gastrointestinais e dor pélvica

sequelas físicas - ossos partidos e concussões vaginais (mais comuns)

Traumatismos

Coma

Problemas a nível da saúde reprodutora

Lesões e doenças do foro ginecológico

Sintomatologia

Psicológica

• Medo

• Raiva

• Isolamento

• Vergonha

• Culpa

• Ataques de pânico

• Depressão

• .....

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Do tipo de violência: física, psicológica ou/e sexual, económica, …

› Na maior parte das situações vários tipos de violência ocorrem em simultâneo.

› Quanto mais abrangente é a violência »» mais gravosas as consequências.

Da frequência e duração

› Quanto mais continuados os comportamentos violentos e quanto maior o período da relação com violência »» maiores serão os danos.

Da intensidade / gravidade

› Quanto mais traumáticas são as agressões e quanto mais graves são as lesões ou danos provocados »» mais profundas serão as suas consequências.

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Das características individuais da vítima: › Quanto mais frágil é a vítima, maiores poderão ser os danos;

› Quanto mais nova, maior é a probabilidade de afectar o desenvolvimento;

› Quanto maior for a dependência - afectiva, social, económica, habitacional - mais repercussões terá no bem-estar da vítima e maior será a dificuldade em se libertar do agressor.

Do grau de intimidade e de ligação existente › Quanto mais íntima é a relação agressor- vítima e quanto maior a

proximidade relacional, mais graves são as consequências do comportamento agressivo (ex. a violência pelo marido é mais traumática do que o mesmo tipo de violência realizada por uma pessoa desconhecida).

Das respostas dos outros significativos › Quanto mais os familiares, amigos e outros, se distanciam, se

silenciam e adoptam atitude tolerante face à violência que sabem existir, quanto mais a culpam pela situação, mais a vítima se isola, se deprime, se abandona à situação de vítima e mais graves serão as consequências

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Consequências Físicas › danos físicos, corporais e cerebrais, por vezes irreversíveis

Distúrbios Emocionais

› Perturbações intelectuais/cognitivos e da memória das

vítimas (e filhos)

› Perturbações relacionais

› Sintomatologia depressiva

› Medo, vergonha, culpa;

› Distúrbios de ansiedade e evitamento e/ou isolamento social

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Consequências Financeiras:

› Dependência económica

› Pobreza

› Exploração financeira (controle dos bens, destruição de bens).

Consequências Profissionais

› Absentismo

› Mais baixo vencimento – pelas faltas de assiduidade

› Perda do emprego/Despedimento

› Abandono da profissão – por imposição do agressor

› Necessidade de protecção

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Cada pessoa é um ser único

Reage aos acontecimentos em função

da sua história de vida (passada e

presente), e da

Cultura em que está inserida

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1) Reacção de choque

2) Fase de Desorganização

3) Fase de Reorganização

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Há situações que, pela sua intensidade, podem impedir a vítima de atingir a fase de reorganização.

Pesadelos

Estados de agitação

Reacções de alerta

Recordações da cena que se impõe de forma repetida

Sentimentos de rejeição, culpabilização e humilhação

Desajustamento social, familiar e profissional

Dificuldade em demonstrar afecto

Agressividade e hostilidade

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Page 139: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Agravamento do comportamento e Aumento da

Perturbação

› o comportamento violento vai agravando ao longo do

tempo, se não houver intervenção psicoterapéutica;

Degradação Pessoal;

Maior perturbação Relacional.

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Page 140: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Custos sociais;

Custos económicos:

Custos políticos.

Alguns números:

Pelo menos 80 milhões de mulheres dos países da

comunidade europeia já sofreram de violência doméstica.

O fenómeno tem custos efectivos na ordem dos 34 biliões de

euros por ano equivalentes a 555 euros per capita. (Mendes Bota

in LUSA, 5-7-2007)

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Page 141: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

co-existem mas não há dados rigorosos de caracterização desta co-ocorrência

Alguns estudos: › crianças estão presentes em 68%

a 80% dos episódios de violência física

entre os pais;

› outros indicam valores de 40% a 50%

(vítimas indirectas e/ou directas)

crianças vítimas de violência indirecta - aperceberam-se de ou

assistiram a muito mais episódios de violência conjugal do que aquilo que os pais supunham

crianças reconhecem o seu lar como um sítio perigoso onde, a

qualquer altura, a violência directa pode estender-se, também, a elas – em vez de um local de afectos e de bem-estar

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Page 142: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

VC tem efeitos muito profundos e graves na criança e no seu desenvolvimento, mais do que os conflitos entre outros adultos.

Risco de vitimação directa

› Criança “apanhada no meio” de episódios de VC

› Frequente coexistência entre VC e violência parental

› Tolerância cruzada entre VD/VC e maus-tratos

Violência indirecta

› Testemunho da violência interparental como forma de mau trato psicológico

› Risco de “reprodução intergeracional da violência”

› as crianças não precisam experienciar violência directa para sentirem as suas consequências

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Page 143: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

As crianças são “vítimas silenciosas” - expostas à violência doméstica podem apresentar problemas

› Emocionais - sofrimento emocional; maior probabilidade de desenvolver

doença psíquica; Dificuldades emocionais; Ansiedade/depressão/raiva;

Baixa auto-estima

› Cognitivos - baixos níveis de realização académica; défices ao nível da

resolução de problemas (associados ao segredo e vergonha subjacentes a

esta dinâmica, à dificuldades ao nível da empatia e ao seu comportamento

e afectos disruptivos) (…) Dificuldades de aprendizagem/ absentismo

› Sociais - Maior dificuldade de integração social; problemas de internalização

e de externalização, relacionados com as competências sociais-, dificuldade

de interpretação de situações e relações sociais

› Físicos

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Page 144: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

› Comportamental

a constante exposição a comportamentos violentos intraparentais faz com que a criança acabe por interiorizar e racionalizar este mecanismo como forma eficaz de resolver conflitos »» fá-lo por observação e imitação dos seus primeiros agentes des-socialização: os pais

Aprendizagem do comportamento agressivo/violento e condutas desviantes - estima-se que filhos de casais violentos têm 2 ou 4 vezes mais probabilidades de apresentarem problemas comportamentais (Grych et al, 2000);

Possibilidade de futuras dificuldades de adequação de comportamento nas relações de intimidade;

Sentimentos ambivalentes para com os pais;

Alterações de comportamento: agressivdade e hiperactividade

› »» é comum estas crianças exteriorizarem os seus sentimentos, medos e angústias de forma pouco adaptada (reactividade comportamental), na medida em que têm dificuldades na sua regulação emocional

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Page 145: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Consequências na Família e Amigos:

Desagregação Familiar;

Carências diversas (económicas, saúde, inserção social);

Perturbação da comunicação

Reprodução de modelos de funcionamento.

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146

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Page 147: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

PIGO - PLANO PARA A

IGUALDADE DE GÉNERO EM

OEIRAS 2012

147

Através de

um padrão

de ações

que o/a

agressor/a

usa

intencional/

para

controlar ou

dominar a

vítima.

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Page 148: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Culpa

Vergonha

Zanga

Medo

Dependência emocional

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Page 149: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Factores pessoais / relacionais

Dependência emocional;

Desejo de manutenção das vivências familiares - convicção: apesar de tudo, é melhor para as crianças crescerem na convivência do pai, elas gostam do pai e este faz-lhes falta;

Culpabilização; Vergonha; Humilhação; Baixa auto-estima;

Dificuldade em assumir o insucesso da sua relação;

Crença na mudança do agressor - a mulher ama o parceiro e acredita que ele vai mudar;

Não perceção/reconhecimento dos maus-tratos;

149

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Page 150: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Desânimo/Sofrimento aprendido - se a mulher cresceu num ambiente de violência há mais probabilidades de achar que a violência faz parte das relações normais do casal;

Medo de represálias por parte do agressor: de vir a ser ainda mais maltratada; muitas vezes o agressor ameaça persegui-la e/ou matá-la, a ela e às crianças, se saírem de casa;

Medo de retaliações de terceiros

Dificuldades financeiras e de habitação/dependência económica - a mulher pode não ter emprego ou recursos financeiros que lhe garantam autonomia;

Pressão familiar - a pessoa agressora convence a família de que está tudo bem entre o casal, que os problemas são culpa dela;

Medo de enfrentar uma nova vida sozinha, com os filhos a cargo e a responsabilidade da sua educação e do seu futuro;

150

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Page 151: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

151

Fatores sócio-culturais

• Crenças estereotipadas - Papéis tradicionais da mulher e do

homem na sociedade: dever de manter a unidade familiar,

cuidar espaço doméstico.

• Ausência de suporte informal/rede de apoio fragilizada

• Isolamento - não se sente apoiada por amigas/os ou familiares.

Fatores do processo de apoio

• Intervenções pouco eficazes e/ou pedidos de ajuda frustrados

• Isolamento - sente que ninguém acredita nela (esquadra de polícia

e serviços sociais)

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Page 152: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Outros motivos para manutenção da relação abusiva:

ter assimilado desde cedo a submissão à vontade do homem

como algo natural;

ter dificuldade em aceitar a ideia de fracasso na relação

conjugal;

ter um conceito de amor que leva ao sacrifício e à

dependência absoluta do cônjuge ou companheiro marital;

o desconhecimento dos seus direitos, tendo este

consequência grave: não se considerar vítima de crime.

Muitas mulheres vítimas não consideram os maus tratos, o

sequestro, o dano, a injúria, a difamação, a coacção sexual

e a violação por parte dos companheiros como crimes.

152

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Page 153: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

153

Trauma - Pode ser psicológico ou físico no entanto é sempre um dano causado a uma vítima.

Apresenta uma sintomatologia típica fácil de detectar por peritos que fazem uma avaliação a fim de minimizar os danos.

Resiliência – Capacidade de uma pessoa para ultrapassar os traumatismos e construir–se apesar das feridas.

A pessoa constrói psicologicamente, defesas para lutar contra as agressões externas.

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Page 155: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

São também necessários estudos sobre

os recursos que estas mulheres vítimas

activam para resistir ou escapar a uma

situação continuada de maus tratos;

estudos que ajudem a perceber os

factores de resiliência face a uma

experiência deste tipo.

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Page 156: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Page 157: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Sempre que discordo da opinião d@ meu/minha companheir@, el@ desvaloriza-me e ofende-me ou ignora-me totalmente

@ meu/minha companheir@ de vez em quando atira-me com algum objecto à cara OU dá-me uma estalada porque está alcoolizad@

Já fui ameaçad@ e perseguid@ pel@ companheir@

Tenho medo de dizer o que sinto ou fazer o que tenho vontade porque @ meu/minha companheir@ pode não gostar

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Page 158: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Anulo-me enquanto pessoa porque @ meu/minha companheir@ não gosta da minha maneira de ser e porque quero agradál@

Já pratiquei actos sexuais contra a minha vontade com @ meu/minha companheir@ para evitar conflitos

Não uso o cartão multibanco sem pedir à/ao meu/minha companheir@

@ meu/minha companhier@ acusa-me injustamente de ter relações sexuais com outras pessoas

Sou ridicularizá-d@ pel@ meu/minha companhir@ em frente dos seus amigos ou de outras pessoas

GAF (Gabinete de apoio à Família)

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Page 159: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

São factores desencadeadores do pedido de ajuda a:

› Maior visibilidade da violência (exercício da violência fora do

espaço privado; marcas físicas visíveis)

› Escalada da violência e, consequente, aumento da perceção

do risco

› Extensão da violência para terceiros

› Descrença na mudança

› Percepção de apoio efetivos (formal e informal)

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Page 160: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Aumentar o controlo e sentimento de segurança

Diminuir a ocorrência de eventuais situações de risco;

Promover a sua responsabilidade pessoal na definição de

estratégias de segurança;

Dar uma visão realista e atenta dos acontecimentos;

Agir numa lógica preventiva face a eventuais episódios

abusivos.

GAF (Gabinete de apoio à Família)

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Page 161: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

• proteger partes do corpo mais vulneráveis (ex. cabeça, olhos, etc);

• evitar agir de forma a despoletar violência por parte do(a) agressor(a) (por exemplo, evitar fazer coisas que em outras alturas desencadearam uma reação violenta);

• pedir socorro (o mais alto que conseguir);

• procurar um local seguro e ajuda em casa de familiares ou amigos;

• procurar um hospital para ser observada(o), mesmo que não existam sinais visíveis de agressão:

- não lavar ou limpar qualquer parte do corpo ou roupa que traga vestida no momento do ataque;

- deixar o local do crime tal como se encontra;

• fazer queixa na esquadra local ( PSP\GNR) ou Tribunal;

GAF (Gabinete de apoio à Família) AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Page 162: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

• antecipar a agressão: estar atento a sinais que indiquem que

pode ser agredida(o) (ex.: tom de voz, expressões faciais);

• saber onde se encontram objectos como facas, armas ou

outros objectos com os quais possa ser ferida(o);

• na iminência de uma agressão:

- deslocar-se para um local seguro (ex.: exterior da casa);

- evitar zonas da casa sem saída ou zonas que sabe que

existem objectos que podem ser usados

- para agredir (ex.: cozinha);

- entrar em contacto a polícia, um familiar ou outra

pessoa de confiança; GAF (Gabinete de apoio à Família)

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Page 163: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

partilhar o que lhe está a acontecer com pessoas de

confiança (familiares, vizinhos, amigos);

ensinar ao(s) seu(s) filho(s) o plano de segurança e combinar

com estes medidas de segurança ( ex.: telefonar para

alguém de confiança);

pedir a uma vizinha para entrar em contacto com a polícia

sempre que ouvir barulhos suspeitos;

conviver com familiares, amigos, vizinhos;

GAF (Gabinete de apoio à Família)

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Page 164: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

preparar uma eventual saída de casa, antecipando as suas

necessidades imediatas, bem como as do(s) seu(s) filho(s):

- procurar um local onde ficar (eleger pelo menos três

locais);

- decorar números de telefone importantes

(GNR\familiares);

- ter objectos pessoais preparados (BI, Nº de contribuinte,

carta de condução, cartão da segurança social, de

utente e bancário, boletim de vacinas, medicamentos,

documentos do Tribunal);

- ter algum dinheiro (se possível) e roupa, bem como

cópias de documentos e chaves com alguém de confiança

e um ou outro dos brinquedos preferidos do(s) seu(s) filho(s);

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Page 165: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

modificar o seu número de telemóvel, tendo cuidado com

as pessoas a quem o pode confiar;

informar professores, educadores ou outros responsáveis de

quais as pessoas que podem levar, buscar, ou mesmo ter

contacto com o(s) seu(s) filho(s);

Em casa...

• colocar uma nova fechadura da porta de entrada;

• estabelecer boas relações com a vizinhança, partilhando

que já não vive com o(a) seu(sua) companheiro(a) e pedir-

lhes para chamar as autoridades caso se apercebam algum

risco para si ou para o(s) seu(s) filho(s);

GAF (Gabinete de apoio à Família)

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Page 166: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Em espaços públicos...

› alterar rotinas (ex.: percurso que segue até ao trabalho, horários,

supermercado a que costuma ir...);

› evitar andar sozinha(o) bem como locais escuros ou isolados;

No emprego...

› Colocar o seu patrão a par da sua situação, de forma a que:

- não permitam a entrada do(a) agressor(a) no seu local de

trabalho;

- não forneçam os seus contactos nem morada;

- verifiquem os telefonemas que lhe são dirigidos;

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Page 167: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Se for para um centro de acolhimento...

• ponderar a apresentação da queixa e realizá-la no caso de ter saído de casa acompanhada de filho(s) menor(es); • contar ao menor número de pessoas possível ( e apenas àquelas em quem realmente confia) o local em que se encontra;

Se está acompanhada do(s) seu(s) filho(s)...

• comunique às autoridades que saíram de casa, explicando a razão; • peça ao seu filho que não conte a colegas, amigos ou familiares o local onde se encontram; • informe professores, educadores, ou outros responsáveis quais as pessoas que podem levar, buscar ou mesmo ter contacto com o(s) seu(s) filho(s);

(fonte: www.refuge.org.uk; www.adviceguide.org.uk; www.magellanassist.com; Matos, 2003)

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Page 168: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Se a vítima pretender sair de casa:

› A lei protege a vítima quando há motivos sérios para abandonar

o lar.

› Se a vítima receia pela sua integridade física ou psicológica,

pode sair de casa e levar os seus filhos, pois o seu objectivo é

defender-se e evitar novas agressões. Contudo, deve dizer a

alguém (familiares, vizinhos, amigos,...) o motivo porque saiu de

casa.

› A vítima não perde o direito de lhe atribuírem o poder paternal

dos seus filhos.

› E em caso de divórcio, tem o direito de pedir a pensão de

alimentos, de voltar a morar na casa de família e direito ao

recheio da mesma e outros bens.

PSP site

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Page 169: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

O convivente que sai do imóvel pode perder seu direitos por “abandono de lar”?

A saída do imóvel não gera a perda de nenhum direito. Assim, poderá,

após a saída do lar, mover ação de dissolução de união estável,

pleiteando a partilha dos bens comuns, ou mesmo pedir pensão

alimentícia, cabendo, no entanto, provar que a saída foi causada pelo

comportamento agressivo ou inadequado do outro convivente.

Para a hipótese de violência doméstica não se aplica o abandono de

lar.

Se o marido/companheiro da vítima a expulsou de casa:

› a vítima deve pedir ajuda à PSP ou outro órgão de polícia criminal.

PSP site

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Page 170: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Page 171: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

O Código Penal Português: Violência Doméstica é um crime

público, = o procedimento criminal não está dependente de

queixa por parte da vítima, bastando uma denúncia ou o

conhecimento do crime, para que o Ministério Público

promova o processo.

Se é vítima de VD , Não consinta – Denuncie! Porque vale a

pena denunciar.

É fundamental que as vítimas de crime exerçam o seu direito

de apresentação de denúncia crime, para dar início à

resolução do problema da violência doméstica

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Page 172: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Avaliação do RISCO e avaliação do Impacto

Denúncia --- Queixa

Antes de apresentar queixa ou denunciar:

› alertar a vítima para o perigo de represálias ou para um

eventual aumento da violência por parte do agressor no

momento em que seja notificado no âmbito do inquérito

criminal que venha a ser aberto, se se mantiver a coabitar

com ele.

O procedimento criminal inicia-se com a notícia do crime, e

pode ter lugar através da apresentação de queixa por parte

da vítima de crime, ou da Denúncia do crime por qualquer

pessoa ou entidade,

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Page 173: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Page 174: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Page 175: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Se é vítima de violência doméstica procurar sempre Hospital Instituto de medicina legal Centro de saúde Médico particular INEM 112 Unidade de Saúde Pública Se foi vítima de violação não deve lavar-se até ser observada

por um (a) médico (a). Guarde, sem lavar, a roupa que vestia no momento. Nas áreas de Lisboa, Porto e Coimbra as vítimas devem dirigir-se para exame médico-legal ao respectivo Instituto de Medicina Legal. Fora destas áreas há Gabinetes médico-legais a funcionar continuamente em hospitais

mesmo que não apresente

sinais externos de

agressão.

Se possível acompanhado

de um familiar ou pessoa

amiga

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Page 176: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Apoio Jurídico:

› Informar acerca dos seus direitos

› Elucidar acerca das várias fases do processo judicial

› Elaborar requerimentos e peças processuais

Apoio Judiciário: Sistema de acesso ao direito e aos tribunais

› Protecção Jurídica;

› Consulta Jurídica

Onde: Segurança Social

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Page 177: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Apoio psicológico:

› APSD, APAV, UMAR, AMCV, CIG e outras entidades de apoio à

vítima de violência doméstica

Apoios económicos: Rendimento social de Inserção

(art.46ºLei112/2009) – Segurança Social

Outros Apoios:

› Apoio alimentar

› Apoio no Emprego

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Page 178: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

constitui uma resposta de acolhimento temporário para situações de risco, destinada a mulheres vítimas de violência doméstica, acompanhadas ou não de filhos/as menores e sem outros recursos para além da institucionalização.

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Page 179: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Resposta social que consiste no acolhimento temporário a

mulheres vítimas de violência doméstica, acompanhadas ou

não de filhos menores, que não possam, por questões de

segurança, permanecer nas suas residências habituais.

Objectivos:

Proporcionar às mulheres um alojamento seguro e

temporário, proporcionando um equilíbrio físico e emocional;

Promover aptidões pessoais, profissionais e sociais;

Ajudar as mulheres a tornarem-se progressivamente mais

aptas a definir o seu projecto de vida e levá-lo avante.

A resposta de atendimento e identificação da situação de

risco é imediata

Portal do Cidadão site

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Page 180: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Número de Emergência Nacional (gratuito) 112 Linha Nacional de Emergência Social (LNES) 144 Instituto de Segurança Social CM CPCJ Oeiras MP - 21 384 70 00 INML - 218811800 Polícia de Segurança Pública Número Nacional de Emergência

- 112 GNR PJ Protecção Civil Nacional 214 165 100 Policia Municipal Bombeiros Hospitais Centros de Saúde

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Em Portugal existe uma larga rede de apoio,

encaminhamento e protecção às vítimas de violência

doméstica, sustentada por inúmeros organismos da

administração central e local, por instituições privadas e

também por organizações não governamentais.

Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG)

217 983 000 (Lisboa) - 222 074 370 (Porto)

Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica

Telefone 800 202 148 (24 horas/7 dias por semana)

Endereço Electrónico [email protected]

Sítio www.cig.gov.pt

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Plataforma Portuguesa dos Direitos das Mulheres

Telefone 21 354 68 31 Endereço Electrónico [email protected] Sítio www.plataformamulheres.org.pt

União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) - Lisboa

Telefone 218 867 096 Endereço Electrónico [email protected] Sítio www.umarfeminismos.org

Associação de Mulheres Contra a Violência (AMCV)

Telefone 21 38 02 160/5 Endereço Electrónico [email protected] Sítio www.amcv.org.pt

Associação Portuguesa de Mulheres Juristas - 217 594 499

Endereço electrónico: [email protected]

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Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV)

Telefone 707 200 077

Endereço Electrónico [email protected]

Sítio www.apav.pt

Gabinete Atendimento à Família

Telefone 258 829 138

Endereço Electrónico [email protected]

Sítio www.gaf.pt

Estrutura de Missão Contra a Violência Doméstica (EMCVD)

Tel. 21 312 13 04; Fax 21 312 13 19

Endereço electrónico: [email protected]

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Amnistia Internacional Portugal Tel. 21 386 16 64/ 21 386 16 52; Fax 21 386 17 82 Endereço electrónico: [email protected]

Centro Anti-Violência Tel. 21 380 21 65; Fax 21 380 21 69 Endereço electrónico: [email protected]

SOS-Mulher Linha Telefónica de Ajuda – 808 200 175

SOS Voz Amiga 800 20 26 69 / 213 544 545 Ilga Portugal - 218 876 116 Linha Vida - SOS Drogas 1414 Linha de Saúde Pública 808 211 311 Linha do Cidadão Idoso 800 20 35 31

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Serviço de Apoio à Mulher Vítima

Angra do Heroísmo Tel. 295 21 78 60; Fax 295 21 78 37

Ponta Delgada Linha Azul: 808 200 175

Espaço Informação Mulher em Guimarães

Serviço de Apoio à Mulher Vítima nos Açores

Associação Presença Feminina na Madeira.

APSD – Associação Portuguesa de Solidariedade e

Desenvolvimento em Coimbra

UMAR

AMCV

APAV - possui vários gabinetes distribuídos por todo o país.

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• Associação Portuguesa de Apoio à Vítima - www.apav.pt

• Contra a Violência - www.contraaviolencia.eu

• Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres -

www.plataformamulheres.org.pt

• União de Mulheres Alternativa e Resposta - www.umarfeminismos.org

• Associação de Mulheres contra a Violência - www.amcv.org.pt

• Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género - www.cig.gov.pt

• Portal para a Igualdade - www.igualdade.gov.pt/Projecto

• Violência Online - www.violencia.online.pt/

• Observatório Nacional de Violência e Género - onvg.fcsh.unl.pt

• Help Guide - www.helpguide.org

• The Hotline - www.thehotline.org

• Women's health - womenshealth.gov

• UNFPA - www.unfpa.org/gender/

• WHO Multi-country Study - www.who.int/gender/violence/

• Womens Law - www.womenslaw.org

• Women's Aid - www.womensaid.org.uk

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http://app.parlamento.pt/violenciadomestica/conteudo/seccao-links.html

Instituições de Apoio

Em Portugal existe uma larga rede de apoio, encaminhamento e protecção às vítimas de violência doméstica, sustentada por inúmeros organismos da administração central e local, por instituições privadas e também por organizações não governamentais. Nesta página, para ajuda ou esclarecimento de todas as cidadãs e cidadãos relativamente à problemática da violência contra as mulheres, incluindo a violência doméstica, damos nota dos principais contactos nesta área:

Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica Tel. - 800 202 148 - 24 horas/7 dias por semana

Comissão para a Cidadania e Igualdade do Género (CIG)

› Sede - Av. da República, 32 - 1º - 1050-193 Lisboa Tel. 21 798 30 00; Fax 21 798 30 98 Endereço electrónico: [email protected]

› Delegação Regional - R. Ferreira Borges, 69 - 2º C - 4050-253 Porto Tel. 22 207 43 70; Fax 22 207 43 98 Endereço electrónico: [email protected]

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Estrutura de Missão Contra a Violência Doméstica (EMCVD)

Sede - Av. da República, 4 - 8º Esq. 1069-062 Lisboa

Tel. 21 312 13 04; Fax 21 312 13 19

Endereço electrónico: [email protected]

Amnistia Internacional Portugal

Sede - Av. Infante Santo, 42, 2º - 1350-179 Lisboa

Tel. 21 386 16 64/ 21 386 16 52; Fax 21 386 17 82

Endereço electrónico: [email protected]

Associação de Mulheres Contra a Violência (AMCV)

Sede - Alameda D. Afonso Henriques, n.º 78 , 1º Esq. - 1000-125 LISBOA

Tel. 21 380 21 60; Fax 21 380 21 68

Endereço electrónico: [email protected]

Centro Anti-Violência

Tel. 21 380 21 65; Fax 21 380 21 69

Endereço electrónico: [email protected]

Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV)

Telefone de ajuda: 707 20 00 77

Sede - Rua José Estêvão, 135 - A –Piso 1 - 1150 - 201 LISBOA

Tel. 21 358 79 00; Fax 21 887 63 51

Endereço electrónico: [email protected]

Rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima (GAV)

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Associação Portuguesa de Mulheres Juristas (APMJ)

› Sede - Rua Manuel Marques, nº 21-P - 1750-170 Lisboa Tel. 217 594 499; Fax 217 594 124 Endereço electrónico: [email protected]

› Delegação Regional do Norte Tel. 934 961 540 Endereço electrónico: [email protected]

› Delegação Regional do Alentejo Rua Egas Moniz, nº 46 - 7000-606 Évora Tel. 934 586 391 Endereço electrónico: [email protected]

› Delegação Regional do Algarve Estrada de Quarteira, Ed. Palmeira, Loja D 8125 – 428 Quarteira Tel. 934 586 396 Endereço electrónico: [email protected]

Plataforma Portuguesa para os Direitos da Mulher Sede - Rua Luciano Cordeiro, 24 – 6º A - 1150-215 Lisboa Tel. 213 546 831; Fax 213 142 514 Endereço electrónico: [email protected]

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União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR)

› Sede - Rua de S. Lázaro, 111 – 1º 1150 – 330 Lisboa PORTUGAL

Tel. 218867096 - Fax 218884086

Endereço electrónico: [email protected]

› Delegação Porto - Rua Formosa – 433 – 3º Porto

Tel. 00 351 222010326

Endereço electrónico: [email protected]

› Delegações:

Península de Setúbal: 21 294 21 98

Cascais: 21 482 54 25 (em colaboração com a Câmara Municipal de Cascais)

Guarda: 22 201 03 26

Açores: 296 283 221

Linha SOS Mulher – Linha Telefónica de Ajuda – 808 200 175

A mulher transparente (Cristina Silva)

A mulher que ia contra as portas (Roddy Doyle)

Dou-te os meus olhos (2004?)

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A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.

Jean-Paul Sartre

A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano.

João Paulo II

A violência é o último refúgio do incompetente.

Isaac Asimov

Qualquer coisa que encoraje o crescimento de laços emocionais tem que servir contra as guerras.

Sigmund Freud

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Utentes que não são vítimas de crime (ex. problemas de formo médico/psiquiátrico);

Utentes que não se identificam como vítimas, mas na realidade são vítimas de crime (desconhecimento);

Terceiras pessoas que têm conhecimento de uma problemática de crime (vizinhos, colegas de trabalho, encaminhamentos, …);

Utentes que se identificam como vítimas de crime

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situação de crise séria . cenário de incertezas na dependência de muitas dinâmicas (sobretudo afectivas). fragilizada estado confusional com sentimentos de culpa, receosa com medo

intenso sofrimento desoladas humilhadas envergonhadas altamente deprimidas dor

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A Vítima

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Ser mentalmente estáveis Ser bons ouvintes Ser capazes de aceitar e de lidar com a

raiva, a tristeza, a agressividade da vítima; Ter capacidade para impor limites, de

modo a não ser «arrastado» pelo sofrimento da vítima;

Conhecer os recursos sociais de apoio à vítima (parceiros);

Ter capacidade para lidar com pessoas de vários níveis sociais e de diferentes etnias

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Acessibilidades/espaço físico (rede de transportes, instalações acolhedoras; revistas/jornais…);

Acolhimento (se a pessoa se sentiu bem acolhida; tempo de espera para ser atendida, …);

Atendimento (se os técnicos foram amáveis; se a pessoa se sentiu ouvida de forma atenta; simpatia do técnico; se se sentiu compreendida; apoiada emocionamente; se as informações prestadas foram claras e adequadas às necessidades; se as decisões da pessoa foram respeitadas pelo técnico; se encaminhamento adequado

1) Volta a contactar

2) Recomenda a outros AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

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Apoio Jurídico: existência de crime, se foi apresentada queixa e perante que autoridade, se há necessidade de fazer o pedido de apoio judiciário para nomeação de advogado, …

Apoio Social: esclarecimento sobre a situação da utente no contexto relacional, social, e institucional, atendendo às suas necessidades (encaminhamento,…)

Apoio Psicológico: apoio emocional com a finalidade de minimizar o seu estado de sofrimento (?)

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Page 199: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

“Ouvir a vítima” (ouvir/escutar)

É importante para a pessoa falar do que

lhe aconteceu;

Esse falar vai-lhe permitir integrar o

sucedido na sua história…

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compreender adequadamente a crise e saber como

proceder: posicionar-se diante da mulher vítima e responder

com eficácia ao que se lhes pede.

Proceder (sobre a crise) é intervir (na crise).

Cada caso é um caso

procedimento geral»» para definir » procedimento específico

junto de cada mulher vítima.

Como devem actuar os profissionais da crise

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O profissional deve olhar para a vítima:

› pessoa única

› características próprias

› história de vida SUA,

› relação com o ofensor particular

› significado que atribui à violência singular

› sua própria forma de sentir e interpretar acontecimentos

obrigação ética e deontológica oferecer atendimento e/ou encaminhamento adequados e

eficazes, evitando processos de vitimação secundária.

Predisposição, uma atitude de foro pessoal relativamente ao tema VD

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EMPATIA (principalmente)

saber estar como pessoa

saber percepcioná-la – “não é mais um utente do serviço institucional, a figurar estatisticamente” mas alguém que está em sérias dificuldades, em crise.

sentir-se como potencial vítima de crime = em situação semelhante também sofreria e teria muitas dificuldades de se libertar de tal problema;

estar/colocar-se no lugar do outro = estar capacitado para se imaginar na pele da mulher vítima»» deixar o seu próprio ângulo de visão e ir pousar no ângulo desta.

não é: › excessiva identificação com a vítima,

› nociva emotividade do profissional

Tenho a certeza que nunca o permitira, nessa situação jamais havia de

estar! Não

Prejudicial!

vítima não sente segurança no profissional

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Page 203: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Empatia: estar com, estar lá, olhar para a pessoa para lá da

vítima, sentir, escutar, estar emocionalmente com, conter,

compreender, ser-se

exercício pessoal = E se fosse eu que estivesse nesta

situação?

Disponibilidade

Aceitar

Acreditar

Escuta activa

respeitar

Dialogar

Compreender

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a) Empowerment

ajudar a vítima a encontrar e optimizar as próprias

potencialidades de resolução (tem-nas mas estão

desacreditadas »» não exploradas/desenvolvidas)

reforçar as próprias capacidades e poder de decisão (ex:

elogiar a coragem que teve ao quebrar o silêncio sobre a

violência sofrida, pedindo ajuda a uma instituição);

Acreditar e transmitir que éa vítima a principal protagonista

da resolução do problema, independentemente de outras

ajudas (rede relacional e instituições)

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SER facilitador

› na reflexão sobre o problema

› na exploração das hipóteses de resolução,

› avaliar o risco em que mulher (e filhos/as) se encontram

› informar das implicações e consequências

› na reflexão sobre as tomadas de decisão,

› no contacto com familiares e amigos que podem ajudar e outras instituições,

› no contacto com o próprio ofensor

› encaminhar para os diferentes tipos de apoio de que necessita

› elaborar relatórios das ocorrências

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b) informar clara e objectivamente dos seus direitos e dos

procedimentos a tomar

Validar /aceitar / respeitar plena e inteiramente os direitos e

decisões da vítima sejam quais forem as decisões (incluindo o

retorno à relação conjugal com o ofensor),

mas ajudando-a a ver quais as vantagens e desvantagens de

cada decisão;

206

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c) optimizar todos os recursos existentes na instituição para que

a mulher vítima seja apoiada na decisão que tomar.

ex: o uso pela mulher vítima

› de espaços físicos discretos dentro da instituição,

› do telefone,

› o envio e/ou recepção de correio ou de outros meios de

comunicação para contactar familiares e/ou amigos,

› de veículos de transporte da instituição para se deslocar a outra

instituição ou para casa, etc.,

› (em termos de recursos humanos)do apoio dos técnicos da

instituição, de preferência os mesmos que a receberam

primeiramente - relação de proximidade;

d) Ajudar a formular um plano de segurança pessoal

para ter a segurança e o domínio sobre a sua própria vida, que

lhe permita lidar melhor com a violência

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e) Compreender a opressão na tomada de decisão - são difíceis e inseguras, pode até desistir rapidamente de tudo o que decidiu;

f ) Acompanhamento em todas as diligências próprias do processo de apoio - ir ao hospital, à Esquadra ou Posto da Polícia, etc.

- Meio de transporte adequado às necessidades e à particularidade da situação,

- excluir transportes públicos - não oferecem discrição, segurança e confidencialidade –

- veículos da instituição ou de familiares e/ou amigos - mais adequado

- ambulância – só se necessário – chama a atenções alheias (ex: pequenas comunidades locais)

- evitar deixar a mulher vítima sozinha,

- oferecer todo o apoio de que necessitar, nomeadamente no contacto com outros profissionais, evitando que seja necessário repetir o mesmo relato a todos.

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Page 209: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

g) Reformulação do projecto de vida a curto e longo prazo

inquieta questão: Que farei?

explorar todas as hipóteses reais para

novo projecto de vida

começa quando a vítima - pretende romper ciclo da violência

› recusa ter um papel passivo e permissivo que até aí viveu,

› e procura uma solução para o problema

› .ruptura conjugal

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não é a única alternativa – desejo de permanecer na relação conjugal (considera-a gratificante e tem expectativa da violência ser interrompida e o comportamento do companheiro modificado)

A vítima pode desejar, apenas:

› apoio emocional,

› descobrir um modo de modificar o comportamento violento do ofensor

› descobrir o uso de estratégias para conviver com essa violência.

Nessa situação, deverá o/a técnico/a avaliar da necessidade de apoio psicológico/acompanhamento psicoterapêutico, sensibilizando-a para essa necessidade, se for o caso.

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»» desenvolvimento de um conjunto articulado de diligências.

O processo de apoio corresponde:

› vários atendimentos,

› contactos com outras instituições,

› sessões de apoio psicológico,

› auxílio na elaboração de peças processuais para o processo

criminal, etc., durante um determinado período de tempo.

Desenvolve-se com a vítima - pode estender-se a familiares (filhos/as, por ex.) e/ou amigos/as.

divide-se em dois tipos de intervenção: Intervenção na Crise e Intervenção Continuada / Acompanhamento de Caso.

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finalidade: proporcionar à pessoa a descoberta de estratégias adequadas para enfrentar e resolver o problema.

A crise - acontece qd a situação vivenciada parece ameaçar/pôr em

perigo física e/ou psicológicamente a pessoa, que se vê sem grandes capacidades de confronto para lidar com as circunstâncias

o estado de crise pode ser determinado por uma variedade de acontecimentos

A severidade e a duração da crise dependem sobretudo de 3 condições: a) o grau de violência b) a capacidade própria da pessoa para confrontar o problema; c) a intervenção ou apoio imediato que a pessoa recebe após o

acontecimento traumático Resposta do técnico – pode condicionar negativa ou positivamente as

capacidades da vítima sair da crise

212

1. A intervenção na crise

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Gerir o período de crise

não é perturbação mental ou emocional Mas SIM:

ocasião crítica, momento transitório de reorganização da

vida, ponto de viragem na vida de alguém - misto perigo

e oportunidade

a pessoa - temporariamente não tem recursos suficientes

para a resolução de uma situação problemática

necessidade de ser ajudada por profissionais

devidamente habilitados de forma a alcançar uma

resolução positiva para essa crise e potenciar os seus

próprios recursos.

A intervenção caracteriza-se:

› direccionada para a resolução da crise;

› duração curta;

› focalizada nos acontecimentos que a despoletaram

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Page 214: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Implica: Encontrar estratégias de resolução de problemas e de tomada

de decisão;

Reconhecer a importância dos significados atribuídos à situação pela vítima;

Ajudar a vítima a potencializar/optimizar os seus recursos e capacidades;

Informar sobre os seus direitos;

Respeitar suas decisões;

Optimizar os recursos disponíveis para a apoiar;

Ajudar na formulação de um Plano de Segurança.

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telefónico ou presencial momento fundamental para o futuro da vítima, já que pode

tornar-se o início de uma nova etapa/oportunidades face à situação de violência experienciada.

PRINCIPAL CARACATERÍSTICA– EMPATIA › capacidade de ouvir / empatizar / valorizar a palavra da vítima –

atitude disponível pelo/a profissional - a vítima tem de se sentir verdadeiramente acolhida e compreendida

“pode salvar uma ou mais vidas”

muitas vezes, determinante: possibilita

› oportunidade para a vítima relatar a sua experiência

› tornar possível reflexão sobre a situação em que se encontra

› tornar possível avaliação de risco

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Aspectos a ter em conta no 1.º Atendimento:

Recolher os dados e registar a história de violência

Avaliar o Risco (risco não pode ser medido apenas pelo número de “sim” obtidos na checklist - não utilizado como guião de entrevista)

Informar sobre a dinâmica da violência

Informar sobre os direitos da vítima

Consensualizar objectivos prioritários, tendo em conta o “tempo” da vítima

Fazer primeiros contactos de articulação / encaminhamentos necessários

Marcar novo atendimento (se necessário): início do Processo de Acompanhamento.

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Page 217: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

A entrevista no atendimento - contemplar:

› História pessoal - história familiar, educacional e

profissional;

› Informação acerca do contexto social da vítima e da sua

rede de apoio;

› História da vitimação - origens, evolução, dinâmicas de

manutenção, iniciativas / estratégias de resolução do

problema; descrição sobre as agressões bem como os

padrões (severidade e frequência) que assume;

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Page 218: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

› Relação com o agressor(a);

› Risco de comportamento suicida e/ou homicida;

› Acesso a armas;

› Avaliação do grau de impacto, definição dos tipos de impacto

presentes na situação (psicológico, legal, social, económico

ou outros);

› Identificar os recursos pessoais para lidar com o problema

(capacidade para gerar mudança, redes primária e secundária,

grau de isolamento social e familiar);

› Informação acerca da existência de processos judiciais em

curso (divórcio, regulação das responsabilidades parentais,

processos crime, outros).

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Page 219: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

A maioria das vítimas necessita de apoio continuado, nos planos jurídico, social, médico e psicológico, de forma a mais completamente:

i) superar os períodos de crise;

ii) lidar com os processos judiciais e contactos repetidos com

as instâncias e agentes judiciais;

iii) elaborar as experiências traumáticas e integrar adaptativamente as vivências negativas;

iv) superar o impacto e os efeitos negativos da vitimação.

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Page 220: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

• Objectivo

fortalecimento da vítima e

concretização do seu projecto de autonomia articulando, se necessário, com diversas entidades.

• O apoio à vítima pode ser desenvolvido

aos níveis:

individual,

grupo ou

comunitário,

• Os grupos podem ser:

auto-ajuda ou

terapêuticos,

c/ duração limitada ou não.

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Page 221: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Quando decide a ruptura conjugal – ajudar a vítima a enfrentar a nova situação com segurança e projecto de vida estável.

Se a vítima não “pode” regressar a casa (teme ameaças e represálias do ofensor) e não tem apoio de familiares e/ou amigos que a possa acolher - sugerir-lhe um Centro de Acolhimento.

Informar a vítima das implicações do acolhimento institucional, sem condicionar a sua decisão. - o acolhimento em CA deve ser resultado da decisão informada, consciente e voluntária da mulher, valorizando-se a sua postura proactiva no processo de mudança.

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Page 222: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

As entidades encaminhadoras:

preparam ida para a Casa de Abrigo com vítima (ex: que deverá a vítima levar quando sai de casa? etc..) e

elaboram o Pedido de Acolhimento c/elementos: › Identificação clara de instituição, técnico/a responsável;

› Identificação completa do agregado familiar realtiva ao acolhimento institucional;

› Identificação do agressor;

› Informação sobre:

- Necessidades específicas na área da saúde

- Situação escolar dos menores;

› Referência aos processos judiciais em curso, em especial à apresentação, ou não, de queixas-crime;

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Page 223: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

› Elencar potenciais Zonas de Risco:

residência e de frequência do agressor,

local de trabalho de ambos,

residência e zona de frequência de familiares, amigos/as e colegas de trabalho de ambos;

› Fundamentação do pedido de acolhimento com base no:

contexto violento,

avaliação de risco e

existência ou não de rede social/familiar segura;

› Identificar potencialidades e constrangimentos em termos de intervenção a desenvolver

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Page 224: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

Se CA não tem capacidade de resposta imediata (lotação esgotada) - providenciar alojamento provisório para vítima e filhos (evitar a separação destes da mãe) – até ter oportunidade de CA

O alojamento provisório - tentado em 3 recursos – junto:

- familiares/amigos (não conhecido/não conviva com agressor).

- instituições mesmo que não acolham tal população – excepção

- hotel ou residencial, (se possível despesas a cargo da instituição/ões envolvidas no processo de apoio)

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Page 225: AHME - Associação Humanitária de Mulheres Empreendedoras

- Qdo Vítima já acolhida - Profissional na Instituição:

- contactar a vítima frequentemente

- atribuir, se necessário, um subsídio pecuniário p refeições

e outras despesas (medicamentos, fraldas para um filho,

etc.)

- caso exista reacção violenta do agressor, deverá

articular-se com a CA Abrigo, informar do sucedido.

- Se vítima for descoberta / incomodada pelo ofensor -

contactar Esquadra ou Posto de Polícia que deve ser

previamente informada do alojamento provisório .

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Este tipo de acolhimento pode ser uma hipótese a

considerar quando a vítima não corre risco de vida e desde

que não haja perseguição / stalking.

resposta social:

› constitui etapa intermédia,

› na linha da prevenção e reparação de situações de exclusão

ou vulnerabilidade social,

› com vista à autonomia e inserção das pessoas acolhidas.

analisar potencialidades e vontade expressa da vítima, com

vista à construção de um projecto de vida.

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A queixa denuncia - alertar vítima p perigo de represálias ou eventual aumento da violência do agressor no momento em que seja notificado no âmbito do inquérito criminal, se se mantiver a coabitar com ele.

Risco de violência pós-separação marital – a separação nas relações abusivas representa um factor de risco elevado para o agravamento da violência já existente na relação.

fornecer-lhe informação sobre serviços / programas de intervenção com agressores.

Mesmo quando a mulher não denuncia a situação, os profissionais devem saber reconhecer sinais indiciadores da ocorrência de violência e incentivar a revelação por parte da vítima. (Em último recurso, apresentar queixa-crime, mesmo contra a vontade da vítima naquele momento)

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Discussão em grupo!!!

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A construção da MUDANÇA

TERAPÊUTICA pelas mulheres abusadas

na esfera da intimidade

Não esquecer: a história da

investigação sobre a violência na família

tem apenas 40 anos… Talvez nos

encontremos simplesmente no ponto de

partida de uma longa caminhada….

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Obrigada pela atenção!

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