março 2015 • 366 Proteste 33www.deco.proteste.pt

Confortosem aumentar a fatura

brir a torneira e ter água quente é algo natural para a maioria de nós. Longe vão os tempos em que era necessário aquecê-la em

panelas ao lume. Com frequência, pensamos no consumo de água e temos algum cuidado para não desperdiçar, mas nem sempre nos lembramos dos custos para aquecê-la. Regra geral, os consumidores mantêm o sistema que já existe na casa ou optam pelos mais habituais, em função do tipo de energia disponível. Contudo, uma análise mais aprofundada às diferentes soluções possíveis pode levar a uma redução na fatura mensal com a produção de água quente. Com base em dois cenários, usámos o nosso simulador para descobrir a solução mais barata para aquecer água em casa. Mostramos o que é possível mudar e quanto se pode poupar.

Uma questão de energiaPara decidir a forma mais económica de aquecer a água, o primeiro aspeto a considerar é a variedade de energias disponíveis. As mais comuns são a eletricidade e o gás. Este pode ser natural (canalizado), butano (engarrafado) ou propano, que existe em botija e canalizado. Há ainda uma fonte de energia que, com frequência, fica esquecida e que é renovável e gratuita: o sol. O seu

A

Casal sem filhos em apartamentoA Ana e o João moram num apartamento com duas casas de banho. A água é aquecida por um esquentador a gás natural atmosfé-rico, de 11 litros, que tem revelado alguns problemas. Já foi visto por um técnico que verificou que o problema não é do aparelho, mas da má exaustão da chaminé. Este casal também usa o gás natural para cozinhar (placa e forno).

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Aquecer água

aproveitamento é fácil de conseguir em moradias, mas mais complicado em apartamentos, a não ser que tenham sido incorporados painéis solares na altura da construção. Contudo, os sistemas solares térmicos, em conjunto com um sistema de apoio a gás ou eletricidade, são os campeões do baixo consumo. Os principais entraves são os custos iniciais de aquisição e eventuais obras de adaptação.Dos diferentes tipos de gás, o natural é o que permite maiores poupanças. Não está, porém, acessível na maioria dos lares nacionais, onde predomina o gás

engarrafado. Se tiver possibilidade de optar na zona onde reside, prefira o natural. Por razões de segurança, as instalações a gás natural devem cumprir determinados requisitos e serem sujeitas a uma manutenção periódica. Implicam ainda uma inspeção sempre que se muda de aparelho ou de titular do contrato. Estas regras podem, nalgumas situações, influenciar a escolha do aparelho, como acontece, por exemplo, com os esquentadores. Tal poderá encarecer a compra.Uma alternativa ao gás é a eletricidade. Os equipamentos mais usados com esta

energia são os termoacumuladores. Mas, para poupar no consumo de eletricidade, é indispensável contratar a tarifa bi-horária e aquecer a água quando a tarifa é mais baixa. O uso de um termoacumulador obriga a algum cuidado no consumo da água quente, uma vez que esta estará limitada à capacidade do reservatório.

Instalar redutoresHá mais cuidados a ter para poupar. Se as torneiras e os chuveiros ainda não tiverem redutores de caudal, compre e instale estes equipamentos: são acessíveis e

Entre sol, gás e eletricidade, o primeiro é renovável e gratuito. Mas os sistemas solares nem sempre são a solução mais em conta ou simples de implementar. Revelamos a melhor opção

ESQUENTADORPara ter água quente sem problemas, o primeiro passo é optar por um esquentador ventilado. Os modelos atmosféricos só podem ser usados quando a instalação respeita todos os re-quisitos, para que a exaustão natural dos gases de queima se faça de forma segura. Já os ventilados podem ser usados nos locais onde os atmosféricos dão problemas.Um aparelho de 11 litros é, em princípio, suficiente para o nosso casal, desde que os banhos não sejam em simultâ-neo. Caso queiram fazê-lo ou pensem aumentar a famí-lia, é preferível um modelo de 14 litros, que custa a par-tir de 329 euros. No nosso portal, divulgamos os resultados do teste mais recente a esquentadores: descubra os mais eficientes. Contudo, quando se muda o esquentador, é obrigatório pedir uma nova inspeção técnica à instalação a gás. Será preciso acrescentar entre 40 e 60 euros ao orçamento.

TERMOACUMULADOROutra solução passa por mudar a fonte de energia usada. Para o nosso casal, seria a eletricidade. Para tal, poderiam comprar um termoacumula-dor, desde que tivessem espaço em casa para o instalar. Para calcular a capacidade do aparelho, deve considerar-se 40 litros por pessoa. Dada a dimensão do agregado familiar, o ideal é um modelo de 100 litros, para dar alguma margem, que custa cerca de 200 euros. Para usar este aparelho, é necessário verificar se a potência contratada é suficiente (pelo menos, 3,45 kVA). Para reduzir os custos com a eletricidade, deveriam contratar a tarifa bi-horária, se ainda não fosse o caso, e programar o equipamento para aquecer a água no período em que a tarifa é mais baixa. € 366

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CUSTO ANUAL CASAL NUM APARTAMENTO

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Aquecer água

Casal com filhos em moradiaA família Pereira, casal e três filhos, vive numa moradia. Usam gás propano em botijas de 45 kg para o forno e a caldeira mural, que aquece a água e a casa. Como gastam muito em gás, procuram um sistema mais económico.

Com uma caldeira a gás propano, as maiores poupanças são conseguidas na conversão deste equipamento para gás natural. Não sendo possí-vel, a melhor opção para aquecer água poderá passar por painéis solares térmicos ou por um termoacumulador.

permitem reduzir o consumo de água e de energia sem prescindir do conforto. A poupança pode ser elevada. Para ter noção do débito das suas torneiras, verifique quantos segundos demora a encher um recipiente com um litro de água. Divida 60 pelo tempo anotado e obtém os litros por minuto. Se exceder os 9 litros por minuto, instale

limitadores de fluxo. Pondere fazê-lo mesmo a partir de 6 litros por minuto.Há mais dicas para poupar água. Não abra as torneiras no máximo: um caudal mais baixo ainda permite um uso eficiente.Quando fechar uma torneira misturadora monocomando, não deixe o manípulo na posição central. Assim evita que a próxima utilização acione o sistema de água quente

que, na maioria das vezes, é dispensável. Limpe com regularidade os orifícios de saída de água do chuveiro pois as obstruções de calcário causam consumo desnecessário de energia.Não passe a loiça suja por água quente antes de a colocar na máquina. Retire o excesso de sujidade com um guardanapo de papel. ¬

PAINÉIS SOLARESSe não for possível o gás natural, a solução que garante melhor poupan-ça é um sistema solar térmico. Convém optar por uma capacidade de, pelo menos, 200 litros. Como é necessário um sistema de apoio, para quando não há sol, pode manter-se o uso da caldeira a gás propano. Neste caso, a pou-pança anual ronda os 540 euros. Se a família Pereira optar por um sistema de apoio elétrico, a poupança anual é de cer-ca de 500 euros. O investimento num sistema solar pode custar entre 2000 e 3000 euros, con-soante seja termossifão ou circulação forçada.

TERMOACUMULADORPara gastar menos em equipamento, uma opção é o termoacumulador elétrico. Neste caso, convém escolher um aparelho com, pelo menos, 200 litros de capacidade (cerca de 300 euros). É ainda necessário verificar se é preciso aumentar a potência contratada, aderir à tarifa bi-horária e programar o aparelho para aquecer a água quando a tarifa é mais baixa. Nesta situação, poderá ser interessante trocar o forno por um elétrico e usar a eletricidade para aquecer a casa, mas terá de se somar os custos dos aparelhos necessários.

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