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Agrupamento de Escolas Piscinas – Olivais Margarida Oliveira

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Agrupamento de Escolas Piscinas – Olivais   

 

Margarida Oliveira 

Projeto Espiral

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ÍNDICEResumo ............................................................................................................................. 4 

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 

1.1 Motivação .............................................................................................................................................. 5 

1.2 O computador para ensinar matemática. Algumas questões ........................................................... 5 

2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 8 

2.1 Objetivos gerais .................................................................................................................................... 8 

2.2 Objetivos específicos ........................................................................................................................... 10 

3. METODOLOGIA ....................................................................................................... 11 

3.1 Introdução ........................................................................................................................................... 11 

3.2 Metodologia do trabalho .................................................................................................................... 12 

3.3 Resultados esperados .......................................................................................................................... 15 

3.4 Participantes no projeto ..................................................................................................................... 15 

3.5 Concretização do trabalho ................................................................................................................. 16 

3.7 Validade externa, interna e fiabilidade ............................................................................................. 26 

4. DESPESAS AFETAS AO PROJETO ........................................................................ 28 

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 29 

Anexo ............................................................................................................................. 31 

Histórico de experiência da instituição proponente em projetos do departamento de

Matemática e Ciências Experimentais ............................................................................ 31 

O Projeto "Matemática Dinâmica" ................................................................................. 32 

3.2 O Projeto "Tópicos de Física em Experimentação Virtual"........................................................... 34 

3.4 Projeto "CienTIC" ............................................................................................................................. 36 

3.5 Material publicado no portal Casa das Ciências ............................................................................. 37 

3.6 Projetos Plano de ação da Matemática (PAM); Novos Programas Matemática do Ensino básico

(NPMEB), Testes Intermédios (TI) ......................................................................................................... 38 

3.7 Blog do Agrupamento de Escolas Piscinas-Olivais .......................................................................... 39

Projeto Espiral

3

Entidade proponente

Agrupamento de Escolas Piscinas-Lisboa

Rua Capitão Santiago de Carvalho 1800-000 Lisboa

Telef: 218517080 Fax: 218504219

Direção

Diretora: Maria Eduarda Magalhães

Vice-diretor: Nuno Brito

Adjuntos: Margarida Oliveira, Fernanda Candeias

[email protected]

Coordenadora do Projeto

Margarida Oliveira (Matemática)

[email protected]

Professores Consultores

Suzana Nápoles ([email protected]) Departamento de Matemática da Faculdade

de Ciências de Lisboa

Professores envolvidos

Filipa Albuquerque (3º ciclo Matemática) Ag. de Escolas Piscinas-Lisboa

Isilda Pedro (2º ciclo Matemática) Ag. de Escolas Piscinas-Lisboa

Professores dos 4º anos de escolaridade das escolas do 1º ciclo EB 2,3 113; EB 2,3 nº

175; EB 2,3 nº 36

Adelaide Fonseca (3º ciclo TIC) Ag. de Escolas Piscinas-Lisboa

Sandra Marina (3º ciclo FQ) Ag. de Escolas Piscinas-Lisboa

Projeto Espiral

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Entender, Simular, Provar, Inovar, Refletir, Analisar, Ligar

DA MODELAÇÃO MATEMÁTICA DE FENÓMENOS FÍSICOS À SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL.

DO BÁSICO AO SUPERIOR.

RESUMO

Com o Projeto ESPIRAL pretende-se estimular o recurso à utilização dos

computadores na aprendizagem da matemática, recorrendo a ambientes de

desenvolvimento como as folhas de cálculo, com as quais professores e alunos podem

desenvolver aplicações computacionais interativas com componentes gráficas e de

animação.

Com esta abordagem pretende-se ainda estimular os alunos a utilizarem os seus

conhecimentos de matemática de forma criativa, ao mesmo tempo que desenvolvem

competências ao nível da resolução de problemas, formulação de conjeturas, raciocínio

matemático e comunicação de ideias matemáticas

Pretende-se igualmente valorizar as ligações entre a matemática, a tecnologia e as

outras ciências no sentido de realçar o poder da matemática para a simulação de

fenómenos físicos.

As relações entre a Matemática e os fenómenos físicos observáveis são aspetos

fundamentais para a concretização de uma abordagem que privilegia a vertente

laboratorial da matemática, acompanhada da validação das hipóteses e das técnicas de

modelação matemática (modelos computacionais) utilizadas para simular os fenómenos

observados.

PROJETO ESPIRAL

Projeto Espiral

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Motivação

Hoje em dia as potencialidades dos meios computacionais disponíveis nas

empresas, nos laboratórios de investigação e nas universidades, exigem aos

profissionais que saem das nossas universidades uma preparação matemática mais

completa do que exigida há algumas décadas.

Por outro lado é hoje conhecido que muitos alunos têm dificuldades em aprender

matemática, não apenas por se tratar de uma disciplina que exige alguma capacidade de

abstração para compreender as suas principais ideias, mas também devido ao modo

como os assuntos são muitas vezes abordados nas aulas. Fruto de conteúdos

programáticos extenso, adota-se uma forma rotineira de introduzir os conceitos, sem

tirar partido das conexões dentro e fora da matemática. Sacrifica-se assim a

experimentação matemática baseada na utilização integrada desta ciência com

conhecimentos interdisciplinares e tecnologia.

Tendo em conta que o desenvolvimento tecnológico verificado tem dado origem ao

aparecimento de novas áreas de aplicação da matemática e de novos campos de

investigação em matemática torna-se evidente que também a comunicação da

matemática não pode ficar indiferente a este rápido desenvolvimento devendo integrar

novos modelos matemáticos e novos procedimentos.

Nesta perspetiva é indispensável que os meios utilizados para ensinar matemática

sejam continuamente atualizados, nomeadamente, recorrendo aos novos e exigentes

meios computacionais no sentido de os usar para facilitar e tornar mais eficiente o

processo de ensino/aprendizagem da matemática, começando com modelos clássicos e

integrando novos modelos.

1.2 O computador para ensinar matemática. Algumas questões

Os computadores são úteis na aprendizagem da matemática?

Os computadores, quando usados apropriadamente nas aulas de matemática,

proporcionam ambientes favoráveis ao estudo e exploração de conceitos matemáticos,

criando oportunidades para os alunos se iniciarem no pensamento matemático. Em tais

ambientes, é possível dar ênfase à matemática e aos processos de resolução dos

problemas, e ainda aprofundar os conteúdos.

Os computadores proporcionam ao aluno a possibilidade de generalizar, isto é de

observar casos particulares para depois estabelecer generalizações (Mason, 2002).

Quando os alunos estão inseridos num ambiente de sala de aula em que a interação

com o computador é valorizada e incentivada, geram-se dinâmicas próprias de

aprendizagem e de exploração resultantes do feed-back que recebem do computador.

Projeto Espiral

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Neste sentido, os alunos têm oportunidade de verificar resultados e efetuar alterações.

(Abelson, et al., 1985).

O presente projeto assenta na ideia defendida por Papert (1991) que considerava

que a aprendizagem efetiva não vem de encontrar o melhor caminho para o professor

ensinar, mas sim a de dar ao aluno a melhor oportunidade para construir a sua

aprendizagem (Papert, 1991).

Porque razão as tecnologias não estão a ser usadas com sucesso no ensino da

Matemática?

Nos últimos anos tem-se verificado que os professores estão a usar cada vez mais

os computadores e outras ferramentas digitais no ensino da matemática. Os manuais

escolares disponibilizam Cd's contendo aplicações educacionais, os quadros interativos

dispõem de software cada vez mais especializado e as escolas em geral já dispõem de

ligações à internet permitindo o acesso a uma grande diversidade de materiais e

recursos. No entanto constata-se que existem ainda dificuldades na utilização dos

computadores nas aulas de matemática havendo normalmente uma utilização apenas

pontual e marginal.

Existem alguns estudos feitos sobre este assunto e surgem algumas razões que

justificam a ineficiência na utilização dos computadores nas aulas de matemática:

A não existência de orientações claras sobre a utilização dos computadores nos

currículos nacionais de matemática;

As atuais práticas de avaliação não contemplam o uso das tecnologias;

A perceção que os professores têm de que as tecnologias podem ser utilizadas no

apoio a aulas expositivas, em que os alunos assumem um papel passivo (por

exemplo só aparentemente se pode considerar benéfico dispor de uma

apresentação em PowerPoint para ensinar um tópico de matemática). Com esta

forma de utilizar as tecnologias o aluno é remetido para um papel ainda mais

passivo do que com outras metodologias talvez mais convencionais (MST,

2006).

A falta de preparação profissional dos professores na área da utilização das

tecnologias. Esta falta de preparação dos professores resulta em parte da não

adequabilidade dos currículos dos atuais cursos do ensino superior no que diz

respeito à integração das tecnologias no ensino da matemática (Joubert).

Apesar dos grandes melhoramentos que se têm verificado ultimamente com

vista a dotar as escolas com todos os meios informáticos necessários, algumas

ainda não estão devidamente apetrechadas, ou nos casos em que estão, não é

raro surgirem problemas de natureza logística muitas vezes incontornáveis em

tempo útil (tempo em que decorre uma aula). Estas dificuldades desmobilizam

os professores para futuras utilizações. (Hoyles, et al., 2010)

Projeto Espiral

7

É urgente reverter esta situação, sendo importante refletir sobre propostas para o

futuro, eliminando tanto quanto possível os constrangimentos que todos sabemos

existirem.

Considera-se que o desenvolvimento de projetos na área da utilização das

tecnologias no ensino da matemática, com propostas concretas e linhas de orientação

bem definidas, poderão constituir uma mais-valia para progredir na reflexão e análise

desta questão que está na ordem do dia em quase todos os países do mundo (Artigue,

2010)

No próximo ponto apresentam-se alguns projetos desenvolvidos ou em fase de

desenvolvimento na área da utilização das tecnologias, em vários países do mundo.

Existirão com certeza muitos outros trabalhos nesta área, no entanto dada a evidente

limitação da escrita apresentam-se apenas alguns que se consideram representativos.

1.3 Os computadores no ensino da Matemática em vários países.

Investigação recente.

O projeto [email protected], desenvolvido em Itália destina-se a alunos da faixa etária 6-10

anos. Envolve o desenvolvimento de materiais de ensino e aprendizagem, e talvez mais

importante a formação de professores para o uso destes materiais. São usados vários

tipos de software matemático, incluindo o Excel e programas de geometria dinâmica. Os

programas desenvolvidos destinam-se a apoiar as atividades de exploração e a

estabelecer uma mediação entre os significados concretos que os alunos naturalmente

trazem consigo, e os significados científicos mais abstratos. O projeto centra-se em

quatro áreas temáticas: números e algoritmos, geometria, relações e funções e

processamento de dados. Existem ainda três temas transversais: medida, conjetura e

resolução de problemas.

Outro projeto destinado ao ensino primário (3-8 anos) é o Sketchpad for young

learners (SYL) nos Estados Unidos da América. Uma vez que não existe um currículo

nacional (o currículo é estabelecido pelos estados membros ou pelas escolas distritais) o

projeto SYL foi implementado com os currículos que sofreram reformas e

desenvolvem-se materiais que se adequem a estes currículos. O objetivo principal do

projeto é desenvolver sketchs e atividades que usem as capacidades de visualização

dinâmica do sketchpad para ajudar os alunos a explorar e compreender conceitos

matemáticos e a resolver problemas. Cada atividade é acompanhada de um guião de

utilização pormenorizado, com sugestões para o professor adaptar. A maior parte das

atividade são destinadas a uma situação de laboratório embora algumas estejam

concebidas para usar com o grupo turma.

(http://www.dynamicgeometry.com/General_Resources/Classroom_Activities/KCPT/A

ctivities_for_Young_Learners/Sketchpad_for_Grades_3-5/Activities.html).

Projeto Espiral

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O projeto TELMA (http://www.ioe.ac.uk/study/departments/cpat/25772.html) é um

projeto europeu de investigação na área da tecnologia avançada de aprendizagem em

matemática, apoiado pelo Network of Excellence Kaleidoscope. O projeto reúne seis

equipas com um histórico de pesquisas relacionadas com o uso da tecnologia no ensino

e aprendizagem da matemática. O objetivo do projeto é promover a integração de

equipas participantes com diferentes experiências na utilização das tecnologias no

ensino/aprendizagem da matemática. Estas diferentes visões poderão ser de grande

valor didático e científico dentro e forma do Kaleidoscope bem como para a preparação

de jovens investigadores.

Na dissertação de mestrado intitulada "A aprendizagem da trigonometria num

contexto de Aplicações e Modelação com recurso à folha de Cálculo." (Susana Carreira

FCUL 1992) é apresentado um estudo sobre a introdução de aplicações e modelação no

ensino da matemática utilizando a folha de cálculo, sem recurso à programação em

visual basic.

Em "From Programming to Visualization and Experimentation: A First University

Experience" (Artigue 2007) salienta-se a importância da programação na aprendizagem

de conceitos matemáticos e termina afirmando a insuficiência de investigação nesta

área.

Em "Mathematical Modeling with Microsoft Excel" (Neuwirth and Arganbright

2004) apresentam-se diversos problemas onde se usa a folha de cálculo Excel para

construir modelos que permitam facilmente visualizar as relações entre determinado

problema e o respetivo modelo no computador.

No relatório "The Final Report of the National Mathematcis Advisory Panel" (SD-

USA 2008), pode ler-se a seguinte recomendação "O Painel recomenda que a

programação seja considerada como uma ferramenta efetiva, para os alunos do ensino

básico, no desenvolvimento de conceitos específicos de Matemática e aplicações e para

desenvolver a capacidade de resolver problemas. O relatório refere ainda que ainda não

existem estudos rigorosos sobre outras categorias de software para fazer recomendações

sobre a sua utilização.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais

Com este projeto pretende-se estimular a melhoria das aprendizagens ao nível da

matemática, das ciências experimentais e da tecnologia dos alunos e professores, do

ensino básico ao superior.

Em particular pretende-se:

Projeto Espiral

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A - Fortalecer as ligações Matemática – Ciências Experimentais - Tecnologia na

educação matemática desde o 1º ciclo ao superior;

B - Melhorar a qualificação e a formação dos professores no estabelecimento destas

ligações;

C - Tirar partido do triângulo Matemática – Ciências Experimentais – Tecnologia para

melhorar a comunicação da matemática ao público em geral (criação de sites).

Elon Lages Lima matemático brasileiro reconhecido amplamente pelos contributos

que tem dado na área do ensino da matemática defende que existem três componentes

fundamentais para garantir uma aprendizagem efetiva da matemática, a saber

conceptualização, manipulação e aplicações. Ele considera que é no equilíbrio destas

três componentes que se poderá melhorar o processo ensino-aprendizagem da

matemática em todas as suas dimensões.

O desafio que se coloca com o desenvolvimento deste projeto é incluir em cada

uma das componentes propostas por Elon Lages Lima a componente tecnologia (Figura

1). Não se pretende eliminar nenhuma componente, mas sim acrescentar uma nova

vertente, a vertente computacional que irá proporcionar aos alunos oportunidades de

estabelecer ligações que antes não eram fáceis de fazer, nomeadamente ao nível da

compreensão dos conceitos matemáticos: por exemplo, quando os alunos desenvolvem

uma aplicação para estudar a função derivada, quando criam uma aplicação para

resolução de equações do segundo grau e, no estudo das aplicações da matemática,

quando criam um programa (em Excel) para estudar o comportamento de uma mola sob

a ação de um determinado peso.

Figura 1 - A tecnologia para o desenvolvimento da conceptualização, manipulação e aplicações.

Aplicações

Matemática Ciências

Tecnologia

modelação

Conceitos Representa-

Tecnologia Tecnologia

Conceptualização Manipulação

matemáticos/ ção de ideias/Cálculo

aritmético

Cálculoalgébrico/simbólicoformulações gráficos

Projeto Espiral

10

Em suma o objetivo principal deste projeto consiste essencialmente em

proporcionar aos alunos situações em que, partindo da observação de fenómenos, se

possa criar um modelo matemático, simulá-lo computacionalmente e em seguida

verificar a validade do modelo comparando os resultados obtidos através do modelo

com os observados na realidade. Estas fases, observação, modelação simulação,

verificação constituem o motor para o fortalecimento das ligações entre a matemática as

ciências e a tecnologia.

Pretende-se promover o desenvolvimento e utilização de aplicações em Excel, com

módulos computacionais em Visual Basic, que permitam aos alunos estruturar o seu

pensamento matemático e aprofundar os conhecimentos em diferentes temas do

currículo nacional da disciplina de Matemática: Funções, geometria, números, álgebra e

estatística (Kofler, 2003)

As aplicações computacionais propostas, desenvolvidas pelos alunos e professores,

incluem componentes de animação e interatividade cuja dinâmica facilita a

compreensão e aprofundamento dos conceitos matemáticos envolvidos. Algumas delas

permitem evidenciar as conexões entre vários tópicos da matemática, outras evidenciam

as ligações entre a matemática e as outras ciências (Miller, et al., 2009)

Como consequência deste trabalho com os alunos, surge naturalmente a

necessidade de melhorar a qualificação dos professores (realização de ações de

formação) bem como a necessidade de divulgar para o exterior os resultados do projeto

(criação de sites).

Tendo em conta que os professores, na sua grande maioria usam os manuais

escolares quer na preparação das aulas, quer na sua realização, deverá haver um

contributo nesta área. Assim, será criado um manual interativo (já em desenvolvimento)

que incorpore as principais ideias do projeto nomeadamente no que diz respeito à

apresentação dos textos que deverão conter ligações para aplicações computacionais.

Neste manual será dada ênfase à realização de trabalhos interdisciplinares apresentando

algumas ideias para possíveis concretizações. Uma vez que a principal ferramenta

utilizada é a folha de cálculo, haverá também um espaço, no manual, para apresentação

de conceitos básicos de Excel dando assim a possibilidade aos professores para

desenvolverem aplicações de uma forma autónoma.

2.2 Objetivos específicos

Pretende-se:

Envolver os alunos na construção de aplicações computacionais com

objetivos concretos para que eles clarifiquem e aprofundem conceitos

matemáticos, desenvolvam o hábito de pensar de forma organizada e apliquem

Projeto Espiral

11

os seus conhecimentos e os mobilizem no sentido de resolverem novas

situações;

Implementar com os alunos, uma estrutura de trabalho em rede (utilizando

a plataforma Moodle) para partilha de materiais, discussão de tópicos de

matemática abrindo assim novas possibilidades de comunicação entre os

professores e os alunos;

Desenvolver com os alunos trabalhos de natureza interdisciplinar, realçando

as aplicações da matemática num contexto experimental e computacional;

Estimular os professores a utilizarem os computadores nas aulas de

matemática, de uma forma criativa e adequada à abordagem de cada conteúdo

matemático, tentando ir ao encontro das dificuldades de cada aluno, bem como

dos seus interesses e motivações. Para isso deverão ficar aptos para elaborarem

instrumentos computacionais em Excel e/ou Geogebra, suscetíveis de criar

abordagens inovadoras de temas curriculares;

Desenvolver ações de formação para professores, com o objetivo de os dotar

dos conhecimentos técnico/científicos e didáticos para posteriormente

desenvolverem um processo de interação com os alunos através da referida

forma de utilização conjunta da matemática, ciências e tecnologia;

Criar páginas web (em português e em inglês) contendo todos os materiais

desenvolvidos, descrição das atividades e aplicações computacionais criadas

pelos professores e/ou pelos alunos.

Continuar a elaboração do manual interativo "Estudar Matemática com a

folha de cálculo", e alargar o projeto aos restantes níveis de ensino.

3. METODOLOGIA

3.1 Introdução

Na sequência do desenvolvimento e implementação do Projeto Matemática

Dinâmica no ano letivo 2008/2009, no nosso Agrupamento de Escolas, estabeleceu-se

como prioridade, dar continuidade à metodologia adotada, mas agora de uma forma

mais alargada aos restantes níveis de ensino. Considera-se importante a criação de

oportunidades para que outros professores, com outras turmas, e em diferentes níveis de

ensino, possam efetivamente utilizar os computadores, nas aulas de matemática em

contexto curricular.

Finalizado o projeto Matemática Dinâmica, novas perspetivas de trabalho ficaram

abertas. Por um lado a experiência adquirida permite agora desenvolver as atividades de

uma forma mais consistente rigorosa e alargada. Por outro lado, foi possível durante o

Projeto Espiral

12

desenvolvimento deste projeto observar as reações dos alunos e a forma como eles

encararam as propostas apresentadas que incluíam a utilização dos computadores.

Considera-se que estão reunidas as condições para implementar uma metodologia

assente no desenvolvimento das ligações Matemática - Ciências Experimentais -

Tecnologia, em todos os níveis de ensino e com diferentes professores.

3.2 Metodologia do trabalho

Apresentam-se em seguida algumas opções relativas a aspetos inerentes ao

desenvolvimento do projeto, nomeadamente o software escolhido, a forma como se irá

organizar o trabalho e planificar as atividades e as modalidades de formação a

desenvolver.

É de salientar ainda que, ao longo do seu desenvolvimento, opta-se frequentemente

pela exploração de aplicações da matemática, nomeadamente ao nível da modelação

de fenómenos naturais, o que implica ter em conta os quatro passos seguintes:

1. Observação/compreensão de fenómenos (Física e Astronomia) e estabelecimento de

hipóteses simplificativas;

2. Desenvolvimento de modelos matemáticos adequados à descrição dos fenómenos

em análise e definição de métodos matemáticos para obtenção das soluções;

3. Implementação computacional dos métodos adotados, tendo em conta os modelos

escolhidos;

4. Exploração dos modelos computacionais desenvolvidos (estudando a influência dos

vários parâmetros do modelo) e comparação dos resultados obtidos numericamente com

os dados da observação.

Escolha do software

Para os alunos

Deverão ser usadas ferramentas tecnológicas de simples utilização e acessíveis na

generalidade dos computadores disponíveis na escola. Nesta ótica considera-se que as

folhas de cálculo têm enormes potencialidades e, quando devidamente exploradas,

proporcionam ambiente de aprendizagem muito ricos. A grande vantagem da utilização

desta ferramenta tecnológica, em contraponto com outras, porventura com melhores

características gráficas, prende-se com a possibilidade do desenvolvimento de

aplicações com alguma sofisticação através de uma programação simples, o que as torna

passíveis de um trabalho conjunto entre alunos e professores. Também o fato de a folha

de cálculo não ter botões disponíveis para automatizarem os procedimentos torna a sua

utilização dependente de uma correta formulação matemática do que se pretende

implementar. É possível desenvolver aplicações computacionais de grande interesse

para a aprendizagem da matemática recorrendo apenas a algumas funções básicas de

Projeto Espiral

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uma folha de cálculo como o Excel. Embora este programa esteja amplamente

divulgado nas escolas, é de referir que existe uma versão de acesso livre

(OpenOffice.org - Calc) que contem, no geral, as mesmas funcionalidades.

Atualmente existe um tipo de programas de computador que denominamos por

software de geometria dinâmica, cujos principais representantes são por ordem

cronológica do seu aparecimento, o Cabri-Géomètre, o Geometer's Skecthpad e o

Geogebra.

O Geogebra é de acesso livro bastando fazer o seu download na página oficial.

O recurso a programas computacionais de geometria dinâmica, de acordo com o

Programa de Matemática do Ensino Básico (ME-DGIDC, 2007), favorece a

compreensão dos conceitos e relações geométricas (2.º ciclo) e deve ser utilizado em

tarefas exploratórias e de investigação (3.º ciclo). Relativamente ao 1.º ciclo este

documento, embora não faça referência à utilização destes programas, menciona a

importância da utilização do computador em sala de aula de modo a possibilitar

explorações que podem enriquecer as aprendizagens realizadas no âmbito da Geometria.

Por estas razões será também utilizado o Geogebra para o desenvolvimento de

atividades com os alunos.

Para os professores

No que diz respeito aos professores considera-se fundamental que estes atualizem

frequentemente a sua formação científica. Pretende-se com o desenvolvimento deste

projeto fornecer aos professores uma formação complementar em áreas da Matemática

fundamentais para o ensino desta disciplina, fazendo uso dos conhecimentos adquiridos

e complementando-os de modo integrado, abordando problemas internos à Matemática

ou oriundos de outras ciências, que reforcem a interdisciplinaridade e a ligação entre

diferentes áreas da própria Matemática. Assim irá recorrer-se ao MatLab, que é um

ambiente de programação para o desenvolvimento de algoritmos, análise de dados,

visualização e cálculo numérico. Um bom exemplo para utilização do MatLab consiste

em desenvolver modelos tridimensionais de conchas usando os conhecimentos de

geometria (Figura 2)

Figura 2 - Programa desenvolvido em MatLab inspirado no artigo "Aprendendo geometria com os

moluscos: a forma necessária das conchas" (Picado, 2007)

Projeto Espiral

14

Organização do trabalho na aula com os alunos

O trabalho será desenvolvido ao longo do ano letivo 2012/2013, com duas turmas

de 6º ano e duas turmas do 3º ciclo em ambiente de sala de aula (contexto curricular)

com uma periodicidade semanal ou quinzenal conforme se justifique. Irá envolver

também as turmas do 4º ano também em contexto de sala de aula.

Uma componente importante do projeto consiste em desenvolver um trabalho

continuado e sistemático logo desde o início do ano, para que os procedimentos básicos

(informáticos) inerentes aos programas e indispensáveis para desenvolver as aplicações,

sejam rapidamente interiorizados pelos alunos. Os professores envolvidos são

professores do ensino regular do agrupamento.

Existirá um computador portátil disponível para cada grupo de dois alunos (nos 1º

2º e 3º ciclos). Deverá existir ligação à internet e um quadro interativo nas salas de aula.

O papel do professor é determinante para o sucesso do desenvolvimento das

atividades. Assim, o professor deve estabelecer um equilíbrio entre aquilo que constitui

o trabalho autónomo dos alunos e as sugestões que fornece ao aluno para que ela possa

progredir no trabalho. Se estas sugestões forem excessivas a resposta do aluno será

ilusória. É necessário dar tempo suficiente aos alunos e oportunidade para assumir a sua

própria responsabilidade pelo desenvolvimento da tarefa.

Existirá um acompanhamento do trabalho dos alunos, por parte dos professores

com recurso ao correio eletrónico por forma a garantir que seja fornecido aos alunos

todo o apoio necessário para dar continuidade ao trabalho dos alunos.

Planificação das atividades

Os professores da equipa do projeto reunirão semanalmente para planificarem as

atividades, criarem materiais, fichas, guiões e aplicações computacionais. Existirão

ainda reuniões intercalares para proceder a avaliações intermédias do projeto.

Ações de formação

A par do desenvolvimento das atividades referidas anteriormente com os alunos,

considera-se de importância crucial, proporcionar aos professores um maior

conhecimento ao nível das ferramentas tecnológicas que têm ao seu dispor. Os

professores precisam de adquirir um maior à vontade na utilização dos computadores

com os alunos em contextos curriculares, bem como adquirir sensibilidade para

escolherem o software que melhor se adequa às suas necessidades. Neste contexto

desenvolver-se-ão ações de formação dirigidas para docentes do ensino básico e

secundário no sentido de contribuir para o desenvolvimento de uma nova forma de olhar

a Matemática, realçando as suas aplicações e a sua vertente experimental e

computacional. As ações têm como objetivo a criação de instrumentos computacionais e

Projeto Espiral

15

a exemplificação de como eles podem ser utilizados em sala de aula no tratamento de

conceitos e na resolução de problemas nesta área.

Colaboração com o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

Serão realizadas visitas de estudo com os alunos do 3º ciclo ao laboratório de

Estruturas do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa para que eles se familiarizem

com os equipamentos de medidas de diversas grandezas existentes no laboratório, e

constatem o interesse da comparação dos resultados de modelos com os resultados

experimentais para análise de diversas estruturas.

Estas visitas têm carácter predominantemente prático e têm como objetivo

principal sensibilizar os alunos para a importância da matemática na engenharia.

3.3 Resultados esperados

O presente projeto assenta numa abordagem em que a resolução de problemas, as

relações entre a matemática e as outras ciências, a realização de projetos e a integração

das tecnologias são fundamentais. Espera-se que os alunos desenvolvam competências

ao nível da resolução de problemas, que desenvolvam capacidades para utilizar a

matemática (de forma autónoma) para modelar fenómenos observáveis recorrendo a

modelos computacionais (numéricos), e que utilizem sempre que necessário as

tecnologias para o desenvolvimento de projetos e para solucionar problemas

matemáticos. Neste contexto, a evolução dos alunos ao longo do ano constitui um fator

importante de verificação sobre se os resultados esperados estão ou não a ser

alcançados. A análise da evolução dos alunos será feita com base em observações,

entrevistas periódicas e documentos escritos tais como trabalhos, testes e relatórios

produzidos pelos próprios alunos bem como das aplicações computacionais.

3.4 Participantes no projeto

O projeto decorrerá no Agrupamento de Escolas Piscinas-Olivais. Os participantes

serão essencialmente os alunos e os professores (1º, 2º e 3º ciclos).

As escolas onde irão decorrer este estudo são estabelecimentos do ensino público

situadas no concelho de Lisboa.

Prevê-se ainda solicitar a colaboração dos encarregados de educação, dando a

conhecer o projeto logo no início do ano letivo, para que eles incentivem e apoiem os

alunos no desenvolvimento dos trabalhos que vierem a ocorrer, nomeadamente ao nível

da disponibilização de internet em casa.

Projeto Espiral

16

O projeto terá uma consultora, a professora Suzana Nápoles do Departamento de

Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que reunirá com a

coordenadora do projeto para avaliar o seu desenvolvimento.

3.5 Concretização do trabalho

Para se alcançar os objetivos anteriormente referidos, um conjunto de tarefas e

métodos de trabalho são absolutamente fundamentais:

1. Caracterização do perfil dos alunos das turmas em estudo.

2. Seleção dos conteúdos programáticos em cada um dos níveis de ensino:

3. Criação de materiais (fichas de trabalho e/ou aplicações computacionais) a

disponibilizar aos professores envolvidos. As fichas de trabalho deverão fazer-se

acompanhar por um guião para o professor. Será dada continuidade ao desenvolvimento

do manual interativo intitulado "Estudar Matemática com a folha de cálculo. Atividades

para o 3º ciclo e secundário".

4. Implementação efetiva em sala de aula por parte dos professores aplicadores.

5. Recolha de dados que possibilite a análise de resultados, através da observação de

factos, registos, realização de entrevistas e questionários. Evidenciar aspetos únicos e

verdadeiramente essenciais nos casos em estudo. Confrontar com outras situações.

6. Avaliação do trabalho.

Na tabela seguinte exemplifica-se a articulação entre as atividades propostas e algumas

das competências enunciadas no Programa Nacional de Matemática do Ensino Básico

para um tópico do currículo de matemática do 3º ciclo. Na coluna da direita indica-se o

tipo de atividade que se prevê desenvolver com os alunos por forma a desenvolver as

competências descritas (na coluna da esquerda)

Números

“Esta unidade assenta em atividade/problemas que, aproveitando aspetos lúdicos da

Matemática levem o aluno a conhecer melhor os números Brincando, experimentando,

explorando e exercitando o cálculo mental, ir-se-ão descobrindo propriedades e relações

começando a sistematizar algumas delas. Apesar dos alunos já conhecerem números negativos,

vai trabalhar-se com números positivos fundamentalmente com números naturais.

A calculadora utilizada de forma racional e criativa, tirando partido das suas potencialidades,

será um bom auxiliar deste tipo de trabalho.

A generalização de alguns problemas tornará mais claro para o aluno a noção de variável, já

Projeto Espiral

17

presente no 2º ciclo em fórmulas de áreas e volumes.”

Programa Matemática

Plano de organização do Ensino-Aprendizagem

Volume II

Ensino Básico 3º ciclo

DO PROGRAMA:

ACTIVIDADES JÁ DESENVOLVIDAS

“...descobrindo

propriedades e relações...”

Utilizando o Excel os alunos constroem tabelas de

múltiplos e de divisores. Para isso deverá fazer-se uma

reflexão sobre como construir tais tabelas.

Em seguida utilizando as tabelas feitas pelos próprios

alunos

-Descobrem propriedades e regularidades e fazem

sistematizações.

-Resolvem problemas

“...aproveitando aspectos

lúdicos da Matemática...”

Utilizando o software educacional disponibilizado pelo

Ministério da Educação ClicMat, os alunos jogam o

jogo “Trinca-Espinhas”.

Inicialmente para conhecer o jogo, os alunos brincam,

experimentam e exploram.

Seguidamente desenvolvem uma estratégia que lhes

permita ganhar.

Faz-se uma discussão com o grupo turma aproveitando

cada sugestão para elaborar um relatório final. Nesse

relatório realçam-se os aspetos matemáticos do jogo.

“...A generalização de alguns

problemas tornará mais claro

para o aluno a noção de

variável...”

Utilizando o Excel e perante uma determinada proposta

de trabalho apresentada pela professora, os alunos

descobrem uma regra. Testam a regra para vários

casos e tentam descobrir se existirá algum caso que a

contrarie.

Em seguida faz-se a demonstração e generaliza-se.

Este trabalho é bastante facilitado com a utilização de

uma folha de cálculo, utilizando módulos computacionais

desenvolvidos para apoio às atividades ou criando os

alunos os seus próprios módulos.

Projeto Espiral

18

...vai trabalhar-se com

números positivos

fundamentalmente com

números naturais.”

Uma aplicação da Matemática:

“Segredos escondidos no número do teu bilhete de

identidade”

Número de controle é o dígito que surge a seguir ao

número do bilhete de identidade de cada cidadão.

Os alunos tentam descobrir o seu significado.

Descobrem uma regra que lhes permita descobrir o

número de controle .

Desenvolvem um módulo computacional em Excel

para verificar se o número que consta num bilhete de

identidade é ou não válido.

“...levem o aluno a conhecer

melhor os números.”

Uma aplicação da Matemática:

“No jardim-de-infância”

Este problema retirado do Projeto 1000 itens permite aos

alunos estudar as propriedades dos números bem como

estabelecer generalizações num contexto de uma situação

concreta.

Nesta forma de trabalho, os alunos trabalham em grupos

de dois tendo como proposta de trabalho, resolver o

problema em causa e desenvolver uma apresentação para

a turma.

O recurso à folha de cálculo Excel surge de uma forma

natural sem ter sido proposto pela professora. No entanto

os alunos dispõem dos computadores portáteis.

Nesta fase, os alunos já estão familiarizados com o

trabalho com recurso ao computador e optam por

resolver o problema utilizando o Excel elaborando em

seguida uma apresentação em Power Point.

Projeto Espiral

19

Propõe-se ainda neste trabalho, a realização de trabalhos de projeto nos três níveis

de ensino privilegiando as relações entre a Matemática e a Astronomia e entre a

Matemática e a Física:

Matemática e Astronomia

Será dada ênfase à observação de fenómenos naturais relacionados com a Astronomia.

A observação do movimento aparente do Sol, a constatação de que o comprimento da

sombra de uma vara ao longo de um dia varia, bem como ao longo de um ano, o

reconhecimento da importância dos instrumentos de navegação para a orientação no

mar, são tarefas que os alunos poderão realizar e em seguida confrontar os resultados

obtidos com os resultantes da modelação.

Serão desenvolvidas as seguintes aplicações computacionais que simulam fenómenos

astronómicos:

visualização do movimento aparente do Sol ao longo de um dia e variação da

sombra de uma vara (gnómon), para diferentes latitudes.

graduação de um mostrador de um relógio de sol para diferentes latitudes.

Recriação da experiência realizada por Eratóstenes para medir o perímetro da

Terra e da medição de distâncias inacessíveis realizada por Tales.

simulação do funcionamento do astrolábio, um instrumento fundamental para a

navegação na época dos descobrimentos

O recurso à contextualização histórica dos conceitos matemáticos e a análise da sua

evolução ao longo dos tempos proporciona, desde abordagens simples próximas da

génese dos conceitos suscetíveis de serem recriadas virtualmente [tais como a

determinação de distâncias inacessíveis], até abordagens mais complexas que conduzem

à modelação de problemas cujas origens se perdem no tempo [tais como a construção de

relógios de Sol e de instrumentos de navegação], ou associadas a problemas bem

conhecidos [tais como ascensão e queda de corpos, movimentos vibratórios, leis de

Kepler].

Apresenta-se em seguida um exemplo de parte de uma atividade que poderá ser

desenvolvida num contexto de trabalho de projeto, recorrendo à aplicação relógios-de-

sol.xls (Figura 3).

Projeto Espiral

20

O que as sombras nos contam... 

 

Movimento aparente do Sol 

O ciclo celeste  fundamental observado da Terra é, naturalmente, o da sucessão dos 

dias e das noites. 

Em cada dia, o Sol levanta‐se no horizonte local do lado Este e põe‐se do lado Oeste. 

O Sol descreve um arco através do céu. 

Ao meio‐dia, a meio caminho entre o nascer e o pôr do Sol, este está na sua posição 

mais alta relativamente ao horizonte. 

À  medida  que  as  estações  vão  passando  vão‐se  alternando  os  pormenores  da 

trajectória do Sol através do céu. 

Durante o Inverno, no hemisfério norte, o Sol nasce e põe‐se mais a sul, a sua altura 

ao meio‐dia  é mais  baixa  e,  portanto  a  sua  passagem  no  céu  diurno  leva menos 

tempo.  No  Verão  o  Sol  nasce  e  põe‐se mais  a  norte,  a  sua  altura  ao meio‐dia  é 

superior e a sua passagem no céu leva mais tempo. 

Se  fixarmos uma estaca no chão que  faça um ângulo com o solo  igual à  latitude do 

lugar  onde  nos  encontramos,  e  em  seguida marcarmos  a  extremidade  da  sombra 

projectada no chão pela estaca, observamos diferentes formas ao longo do ano! 

Com auxílio da seguinte aplicação computacional realiza várias experiências. 

Podes fazer variar a latitude do lugar bem como a época do ano! 

 

  

Figura 3 ‐ Relogios‐de‐Sol.xls 

Projeto Espiral

21

Matemática e Física

Serão desenvolvidas aplicações destinadas a ilustrar os fenómenos físicos seguintes:

Estudo do comportamento de uma mola (Figura 4). Este exemplo poderá ser abordado

de diferentes formas, consoante o nível de ensino a que se destina. Seguidamente

apresentam-se aplicações computacionais que simulam o movimento de uma mola

(Oliveira, et al., 2010)

Figura 4 - Interface da aplicação computacional mola.xls Com auxílio das barras de

deslocamento pode-se fazer variar a rigidez da mola e o peso suspenso.

Projeto Espiral

22

Na tabela seguinte apresenta-se um tópico do currículo de matemática do 3º ciclo e

algumas das competências enunciadas no Programa Nacional de Matemática do Ensino

Básico. Na coluna da direita indica-se o tipo de atividade que se prevê desenvolver com

os alunos por forma a desenvolver as competências descritas (na coluna da esquerda).

Números

“Esta unidade assenta em atividade/problemas que, aproveitando aspetos lúdicos da

Matemática levem o aluno a conhecer melhor os números Brincando, experimentando,

explorando e exercitando o cálculo mental, ir-se-ão descobrindo propriedades e relações

começando a sistematizar algumas delas.. Apesar dos alunos já conhecerem números

negativos, vai trabalhar-se com números positivos fundamentalmente com números naturais.

A calculadora utilizada de forma racional e criativa, tirando partido das suas potencialidades,

será um bom auxiliar deste tipo de trabalho.

A generalização de alguns problemas tornará mais claro para o aluno a noção de variável, já

presente no 2º ciclo em fórmulas de áreas e volumes.”

Programa Matemática

Plano de organização do Ensino-Aprendizagem

Volume II

Ensino Básico 3º ciclo

DO PROGRAMA:

ACTIVIDADES JÁ DESENVOLVIDAS

“...descobrindo

propriedades e relações...”

Utilizando o Excel os alunos constroem tabelas de

múltiplos e de divisores. Para isso deverá fazer-se uma

reflexão sobre como construir tais tabelas.

Em seguida utilizando as tabelas feitas pelos próprios

alunos

-Descobrem propriedades e regularidades e fazem

sistematizações.

-Resolvem problemas

“...aproveitando aspectos

lúdicos da Matemática...”

Utilizando o software educacional disponibilizado pelo

Ministério da Educação ClicMat, os alunos jogam o

jogo “Trinca-Espinhas”.

Inicialmente para conhecer o jogo, os alunos brincam,

experimentam e exploram.

Projeto Espiral

23

Seguidamente desenvolvem uma estratégia que lhes

permita ganhar.

Faz-se uma discussão com o grupo turma aproveitando

cada sugestão para elaborar um relatório final. Nesse

relatório realçam-se os aspectos matemáticos do jogo.

“...A generalização de alguns

problemas tornará mais claro

para o aluno a noção de

variável...”

Utilizando o Excel e perante uma determinada proposta

de trabalho apresentada pela professora, os alunos

descobrem uma regra. Testam a regra para vários

casos e tentam descobrir se existirá algum caso que a

contrarie.

Em seguida faz-se a demonstração e generaliza-se.

Este trabalho é bastante facilitado com a utilização de

uma folha de cálculo, utilizando módulos computacionais

desenvolvidos para apoio às actividades ou criando os

alunos os seus próprios módulos.

...vai trabalhar-se com

números positivos

fundamentalmente com

números naturais.”

Uma aplicação da Matemática:

“Segredos escondidos no número do teu bilhete de

identidade”

Número de controle é o dígito que surge a seguir ao

número do bilhete de identidade de cada cidadão.

Os alunos tentam descobrir o seu significado.

Descobrem uma regra que lhes permita descobrir o

número de controle .

Desenvolvem um módulo computacional em Excel

para verificar se o número que consta num bilhte de

identidade é ou não válido.

“...levem o aluno a conhecer

melhor os números.”

Uma aplicação da Matemática:

“No jardim de infância”

Este problema retirado do Projecto 1000 itens permite

aos alunos estudar as propriedades dos números bem

como estabelecer generalizações num contexto de uma

situação concreta.

Projeto Espiral

24

Nesta forma de trabalho, os alunos trabalham em grupos

de dois tendo como proposta de trabalho, resolver o

problema em causa e desenvolver uma apresentação para

a turma.

O recurso à folha de cálculo Excel surge de uma forma

natural sem ter sido proposto pela professora. No entanto

os alunos dispõem dos computadores portáteis.

Nesta fase, os alunos já estão familiarizados com o

trabalho com recurso ao computador e optam por

resolver o problema utilizando o Excel elaborando em

seguida uma apresentação em Power Point.

Projeto Espiral

25

3.6 Cronograma das atividades

Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ag Set Out Nov Dez

Planificação anual

Planificação do trabalho a desenvolver com os alunos no 

3º período

Implementação das atividades com os alunos

Definição do Layout da página web

Continuação do desenvolvimento do manual interativo 

"Estudar matemática com a folha de cálculo"

Planificação do trabalho a desenvolver com os alunos no 

1º período

2012 2013

Planificação do trabalho a desenvolver com os alunos no 

2º período

Tradução da páginaweb para inglês

Preparação dos textos, aplicações computacionais e 

trabalhos realizados pelos alunos  e sua inserção na 

página

Análise dos trabalhos realizados pelos professores

Ações/oficinas de formação

Balanço Intermédio do projeto

Aquisição de computadores. Verificação das condições 

materiais existentes

Avaliação final do projeto

Sessões de divulgação no agrupamento

Projeto Espiral

26

3.7 Validade externa, interna e fiabilidade

É natural que, ao longo do desenvolvimento do projeto se questione sobre se existe

ou não a possibilidade de estabelecer conclusões gerais quando se envolvem no projeto

apenas algumas turmas. O projeto que se pretende desenvolver deverá assumir um

"caráter" crítico, na medida em que irá permitir confirmar, alterar ou ampliar o

conhecimento sobre o objeto em estudo, neste caso a utilização dos computadores no

ensino da matemática.

No decorrer do desenvolvimento das atividades haverá a preocupação de interpretar

os dados, no sentido de obter explicações para aspetos particulares do caso que se

pretende analisar. No entanto, e apesar de não se poder falar em generalização dos

resultados no sentido tradicional do termo, espera-se que os resultados alcançados,

possam ser devidamente analisadas por outros professores e incorporados nas suas

práticas letivas em contextos semelhantes.

A fiabilidade de um estudo científico relaciona-se com a possibilidade de diferentes

investigadores, utilizando os mesmos instrumentos, poderem chegar a resultados

idênticos (Schofield, 1993).

Neste projeto, esta questão da fiabilidade encontra alguns obstáculos pois

efetivamente as situações são irrepetíveis e nada poderá ser reconstruído. As turmas têm

cada uma as suas características, e os professores têm estilos próprios e motivações

diferentes. No entanto, para que o projeto tenha pertinência e validade, a questão da

fiabilidade deve ser colocada.

Yin aborda esta questão da fiabilidade e incentiva os intervenientes do projeto a

realizarem descrições pormenorizadas de todos os fatores envolvidos e a "conduzir os

trabalhos como se alguém estivesse sempre a espreitar por cima do seu ombro" (Yin,

1994). Assim, é importante descrever nos relatórios (intermédios e final) todos os

aspetos que se considerem relevantes de uma forma bastante pormenorizada para que o

desenvolvimento deste projeto possa sugerir pistas para investigações futuras.

A validade interna de um estudo relaciona-se com o rigor ou precisão dos

resultados obtidos. É importante reduzir ao mínimo a influência da subjetividade

inerente à pessoa que idealiza o projeto. É importante garantir que "as interpretações

que os professores fazem, não são fragmentos da sua imaginação" e que não existe falta

de objetividade nas conclusões obtidas.

Considera-se importante para o desenvolvimento do presente projeto recorrer a

uma consultadoria externa. Terá como função, acompanhar o projeto, sugerir alterações

quando necessárias e ajudar na redefinição de estratégias de atuação. O consultor será

um professor de Matemática do Ensino Superior.

Pontualmente existiram pequenas reuniões internas de divulgação do projeto,

dirigidas essencialmente para os professores de grupo de matemática. Alguns destes

Projeto Espiral

27

professores poderão voluntariamente participar em aulas ou nas suas planificações,

como observadores externos, dando assim o seu contributo para uma maior objetividade

do trabalho.

Projeto Espiral

28

4. DESPESAS AFETAS AO PROJETO

Material  e recursos  Preço estimado (euros) 

39 Computadores: 

15  para  a  Escola  E.B.  2,3  Piscinas 

Olivais 

12 para a Escola EB1 nº 36 

12 para a Escola EB1 nº 113 

15 600 

3 impressoras     800 

Serviços de uma tradutora para tradução 

da página web   3000 

Serviços de web designer 

Conceção da página e atualização 3 500 

Formação em Joomla   475 

Material bibliográfico  2 000 

Total 25 375 

Projeto Espiral

29

BIBLIOGRAFIA

Abelson, G., Sussman e J., Sussman. 1985. Structure and interpretation of computer

programs. Cambridge, Mass. : MIT press, 1985.

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technologies. Paris : Springer, 2010.

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Willey, 1998.

Bogdan, S. e Biklen, S. 1994. Investigação Qualitativa em Educação. Porto : Porto

Editora, 1994.

Gomez, G., Lecompte, M. e Jimenez, E. 1996. Metodologia de la investigacion

cualitativa. Malaga : Ediciones Aljibe, 1996.

Hoyles, C e Lagrange, J.B. 2010. Mathematics Education and Technology -

Rethinking the terrain. s.l. : Springer, 2010.

Hoyles, C. e Noss, R. 1987. Synthesising mathematical conceptions and their

formalisation through the construction of a LOGO-based school mathematics

curriculum. s.l. : International Journal of Mathematics Education and Science and

Technology, 1987.

http://www.maths-ed.org.uk/mkit/Joubert_MKiT6.pdf. [Online] [Citação: 2 de Abril de

2012.]

Joubert, Marie. 2007. Classroom Mathematical Learning with Computers: the

computer, the teacher and the task. Bristol : University of Bristol, 2007.

Kissane, B. 2008. Learning mathematics on the internet. Bangkok, Thailand : Murdoch

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Kofler, M. 2003. Definitive Guide to Excel VBA . s.l. : Springer-Verlag, 2003.

Mason, J. 2002. Generalisation and algebra: exploiting children's powers. London : L.

Haggarty, 2002.

Merriam, S. 1998. Qualitative Research and Case Studies Applications in Education:

Revised and Expanded from Case Study Research in Education. San Francisco : Jossey-

Bass Publishers, 1998.

Miller, D e Sugden, J. 2009. Insight into the Fractional Calculus via a Spreadsheet.

s.l. : eJSie, 2009.

MST. 2006. A Joint Promotion of Mathematics, Science and Technology (MST). s.l. : A

Joint Promotion of Mathematics, Science and Technology (MST), 2006.

Oliveira, M e Nápoles, S. 2010. Using a Spreadsheet to Study the Oscillatory

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Papert, S. 1991. Situating Constructionism.In I. Harel & S. Papert (eds)

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Picado, J. 2007. Aprendendo geometria com os moluscos. s.l. : Univ. Coimbra, 2007.

Projeto Espiral

30

Schofield, J. 1993. Increasing the geberalizability of qualitative research. London :

The Open University Press, 1993.

Sinclair, N. 2005. Mathematics on the internet. Berkshire, UK : Open University Press,

2005.

Vale, I. 2000. Didática da Matemática e Formação Inicial de Professores num

Contexto de Resolução de Problemas e de Materiais Manipuláveis. Aveiro :

Universidade de Aveiro, 2000.

Yin, R. 1994. Case Study Research: Design and Methods. Oaks : CA: SAGE

Publications, 1994.

Projeto Espiral

31

ANEXO

HISTÓRICO DE EXPERIÊNCIA DA INSTITUIÇÃO PROPONENTE EM PROJETOS DO

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS

Projeto Espiral

32

O PROJETO "MATEMÁTICA DINÂMICA"

Projeto submetido ao concurso da Fundação Ilídio Pinho "Ciência na Escola" ano

letivo 2008/2009

Coordenadora: Margarida Oliveira (Matemática)

O projeto Matemática Dinâmica foi desenvolvido ao longo do ano letivo

2008/2009 na Escola EB 2,3 Piscinas-Lisboa e consistiu na utilização de diferentes

ferramentas tecnológicas para ajudar os alunos a compreender melhor alguns conceitos

matemáticos, que constam do currículo nacional da disciplina de Matemática.

Estiveram envolvidas duas turmas do 7º ano de escolaridade que ao longo do ano, e

com atividades desenvolvidas dentro da sala de aula se familiarizaram com dois

importantes programas, nomeadamente o Excel que se pode encontrar em qualquer

computador pessoal e o Geogebra que é um programa de acesso livre de apoio ao estudo

da geometria.

Houve também a preocupação de desenvolver atividades de carácter

interdisciplinar por forma a sensibilizar os alunos para as aplicações da Matemática. Por

isso foram estudados temas como o significado do número de controlo dos nossos

bilhetes de identidade, a evolução dos calendários desde os egípcios até aos atuais, a

medição do perímetro da Terra pelos antigos e a observação dos comprimentos das

sombras para medir distâncias incessíveis, entre outros. Todos estes assuntos foram

abordados recorrendo a programas computacionais desenvolvidos para ilustrar melhor

os conceitos matemáticos envolvidos.

Outra vertente especialmente relevante neste projeto consistiu também no

desenvolvimento pelos próprios alunos de pequenos módulos computacionais, atividade

que lhes permitiu estruturar o pensamento matemático e aprofundar os seus

conhecimentos em diferentes temas de Matemática.

De referir ainda que a utilização e/ou construção destes módulos é fundamental

pois a sua vertente dinâmica em contraposição à apresentação estática dos manuais, abre

novas perspetivas e permite “olhar” para o mesmo tema de diferentes pontos de vista.

No sentido de alargar esta experiência a toda a comunidade educativa foi

desenvolvido uma página web www.matematicadinamica.com (Figura 5) onde se pode

consultar e utilizar os materiais desenvolvidos e ainda observar os trabalhos realizados

pelos alunos ao longo do ano. No referido site, os professores podem ainda fazer o

download dos programas existentes e utilizá-los com os seus próprios alunos. Têm

também ao seu dispor algumas orientações para adquirirem os conhecimentos básicos

de Excel, permitindo-lhes assim desenvolver outras aplicações computacionais.

A página apresenta ainda fotos ilustrativas do trabalho desenvolvido com os

alunos, bem como os comentários dos alunos sobre o projeto, uma galeria de posters da

exposição realizada na escola e links considerados úteis.

Projeto Espiral

33

Nota: O projeto recebeu uma menção honrosa da Fundação Ilídio Pinho

Figura 5: Aspeto da página web relativa ao Projeto Matemática Dinâmica: www.matematicadinamica.com No separador "Números" está disponível uma aplicação sobre divisores, uma atividade sobre o número do bilhete de

identidade entre outras.

Projeto Espiral

34

3.2 O Projeto "Tópicos de Física em Experimentação Virtual"

Projeto submetido ao concurso da Fundação Ilídio Pinho "Ciência na Escola" ano

letivo 2009/2010

Coordenadora: Margarida Oliveira (Matemática) e Anabela Ribeira (TIC)

Atendendo a que existem dificuldades reais, de natureza prática para

implementação de um ensino experimental da Física, é possível hoje apresentar aos

alunos atividades inseridas num contexto das novas tecnologias, que fomentam a

experimentação e o sentido de descoberta, dois aspetos essenciais no ensino das

Ciências Experimentais. Desenvolve-se assim a experimentação virtual.

As atividades apresentadas aos alunos percorrem tópicos da Física do 3º ciclo do

ensino básico. Os alunos exploram as aplicações computacionais e desenvolvem

pequenos trabalhos de investigação.

As atividades são todas desenvolvidas em contexto de sala de aula e ao longo de

todo o ano letivo. Os trabalhos são elaborados dentro da sala de aula e finalizados em

casa.

Todos os materiais estarão disponíveis na página com o endereço

www.fisicaexpvirtual.com (Figura 6).

Com recurso a aplicações computacionais desenvolvida em Excel, os alunos

visualizam por exemplo o movimento de uma mola quando se suspende um peso e

observam o gráfico da função que dá o alongamento da mola em função do peso.

Verificam que existe uma relação de proporcionalidade direta e estudam o significado

físico da constante de proporcionalidade. Investigam acerca de Robert Hook.

Para enriquecer o processo de aprendizagem e experimentação concretizou-se a

possibilidade de ligar o mundo virtual ao mundo físico. Foi utilizado o Picoboard , um

kit de sensores externo, que se liga à porta USB do computador começando de imediato

a transmitir dados que podem ser utilizados em projetos Scratch. Este dispositivo, que

os alunos utilizam autonomamente, é uma placa de circuito que inclui um micro

controlador, um botão, um seletor deslizante, um sensor de luz, um microfone e quatro

portas para medir a resistência de circuitos. Um projeto Scratch pode “sentir” o que se

passa no meio físico em redor e ser programado para reagir de determinada forma. Por

exemplo um carro num programa Scratch desloca-se para a direita porque um aluno está

a rodar um volante sobre o qual foram colocados 4 sensores interruptores de mercúrio

que permitem que o carro se desloque em quatro direções.

Os programas, não obstante a aparente complexidade, foram na sua maior parte

desenvolvidos pelos alunos, sozinhos ou com acompanhamento das professoras. Isto foi

possível porque o Scratch é de tal forma intuitivo e de fácil apreensão que permite aos

alunos implementar projetos com alguma complexidade numa linguagem orientada por

objetos sem preocupações com sintaxe. Tendo conhecimento sobre o que é possível

Projeto Espiral

35

fazer com os vários comandos, os alunos encaixam-nos como legos e do processo de

experimentação e aprendizagem nascem pequenos programadores.

Nota: O projeto recebeu uma menção honrosa da Fundação Ilídio Pinho

Figura 6: Aspeto da página do Projeto "Tópicos de Física em Experimentação virtual": www.fisicaexpvirtual.com

Projeto Espiral

36

3.4 Projeto "CienTIC"

Projeto submetido ao concurso da Fundação Ilídio Pinho "Ciência na Escola"ano

letivo 2010/2011

Coordenadores: Margarida Oliveira (Matemática) e Adelaide Fonseca (TIC)

Com o desenvolvimento deste projectão pretende-se criar um banco de questões

interativas que percorram todos os ciclos de escolaridade (do 1º ao 9º ano), nas

disciplinas de Estudo do Meio - 1º ciclo, Ciências da Natureza e Ciências Naturais 2º e

3ºciclos respetivamente, e sejam disponibilizadas, na plataforma Moodle ou na

página/site da escola, para os professores e alunos (Figura 7).

As questões serão criadas, com a ferramenta "Hot Potatoes”, que é um software de

acesso livre.

O Hot Potatoes engloba um conjunto de seis ferramentas que possibilitam a

elaboração de seis tipos básicos de exercícios interativos, utilizando páginas Web.

Tendo em conta que os alunos devem ser desafiados a explorar, desenvolver e

avaliar as suas conjeturas, e que, perante a realidade da nossa escola, esse tipo de

trabalho (de experimentação) é difícil de concretizar - devido aos constrangimentos de

natureza física - pretende-se elaborar questões que proporcionem aos alunos a

oportunidade de desenvolver capacidades que despertem a curiosidade perante o

desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis, levando-os a desenvolverem

atitudes críticas, realizar conjeturas e tomar decisões.

Os professores envolvidos no projeto fazem parte do Departamento de Matemática

e Ciências Experimentais.

Numa primeira fase do projeto, os professores irão desenvolver aprendizagens

globais na área das Tecnologias da Informação e Comunicação, nomeadamente na

criação de exercícios interativos com recurso ao software acima mencionado.

Posteriormente, usarão tais exercícios quer em contexto de sala de aula quer, por

indicação do professor ou livre iniciativa do aluno, como ferramenta complementar de

estudo, via internet, a partir de outro local (nomeadamente de casa).

http://www.cientic.pt.vu/

Projeto Espiral

37

Figura 7 - http://www.cientic.pt.vu/

3.5 Material publicado no portal Casa das Ciências

Autores: Margarida Oliveira e Suzana Nápoles

Texto de apoio interativo para o estudo da semelhança de figuras. Ao longo da

leitura deste texto, é possível, utilizando módulos computacionais desenvolvidos em

Excel, estudar e visualizar conceitos matemáticos relacionados com o tema das

semelhanças. Por exemplo, recorrendo a módulos computacionais interativos é possível

visualizar graficamente o efeito da aplicação a figuras planas de diferentes razões de

semelhança. Através da manipulação do comprimento dos lados de retângulos

semelhantes e do fator de escala, o módulo computacional desenvolvido, ajuda a

compreender de que forma os comprimentos dos lados, os perímetros e as áreas de dois

retângulos semelhantes estão relacionados entre si. Serão sugeridas atividades que tirem

partido dos itens estudados (Figura 8).

Projeto Espiral

38

Figura 8 - Parte do documento interativo sobre semelhanças de figuras, dirigido aos alunos do 3º ciclo.

Nota: Aprovada a publicação do documento por decisão da Comissão Editorial da Casa das

Ciências de 8 de Março de 2010.

http://www.casadasciencias.org/

3.6 Projetos Plano de ação da Matemática (PAM); Novos Programas Matemática do Ensino básico (NPMEB), Testes Intermédios (TI)

A escola tem efetuado diversas candidaturas aos projetos apresentados pelo

Ministério da Educação, nomeadamente ao Plano de Ação da Matemática (PAM),

Novos Programas de Matemática do Ensino Básico (NPMEB) e Testes Intermédios.

A perspetiva de que a educação matemática requer equidade deverá ser uma

constante no desenvolvimento do projeto "Matemática para todos" inserido no PAM.

Todos os alunos, deverão ser devidamente apoiados na aprendizagem da

Matemática, independentemente das suas características pessoais e origens sociais.

Assim pretende-se desenvolver metodologias adequadas de forma a criar um apoio

diferenciado a todos os alunos.

Identificar os problemas que estão na base do insucesso dos alunos e atuar em

conformidade desenvolvendo estratégias diversificadas, criando materiais de apoio e

fomentando a utilização das tecnologias como ferramenta essencial para a compreensão

de conceitos matemáticos, será a metodologia adotada para o desenvolvimento do

projeto.

Projeto Espiral

39

A par desta preocupação com o facto de que a matemática deverá ser aprendida por

todos os alunos, está também a preocupação de proporcionar aos alunos um ensino de

qualidade. Não se trata de ensinar de uma forma idêntica todos os alunos mas de

proceder a adaptações adequadas sempre que se revele necessário para que nenhum

aluno fique excluído de aprender matemática.

3.7 Blog do Agrupamento de Escolas Piscinas-Olivais

Coordenadora: Ana Matias (grupo disciplinar: História)

As atividades, projetos, comemoração de eventos, entre outras, decorrem de uma

forma regular no agrupamento de escolas Piscinas-Lisboa. Para que toda a comunidade

envolvente esteja a par do que se vai realizando, foi construído um blogue do

agrupamento, que constitui um excelente meio de divulgação das atividades e

proporciona oportunidade para partilhar experiências e ideias e emitir comentários e

opiniões (Figura 9).

Cada escola do 1º ciclo e jardim-de-infância tem o seu espaço reservado no blog.

Figura 9 - Aspeto do blog do Agrupamento de Escolas Piscinas - Lisboa

http://eb23piscinas-lisboa.blogspot.pt/